• Nenhum resultado encontrado

ex lege

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "ex lege"

Copied!
2
0
0

Texto

(1)

Jurisp. Mineira, Belo Horizonte, a. 55, n° 170, p. 63-310, out./dez. 2004

156

natureza e importância da causa, trabalho reali- zado pelo advogado e tempo exigido para seu serviço).

Ante tais considerações, em reexame necessário, reformo a sentença, em parte, tão-só para decotar de seu dispositivo a determinação de devolução de quantias indevidamente recolhidas e julgo prejudicada a apelação da Fazenda Pública do Município de Belo Horizonte. Dou provimento parcial ao apelo de Flávio Pentagna Guimarães e outros, também reformando a sentença, majorar a

verba honorária imposta, para o importe de R$

10.000,00 (dez mil reais).

Custas, ex lege.

O Sr. Des. Moreira Diniz- De acordo.

O Sr. Des. Carreira Machado- De acordo.

Súmula- REFORMARAM A SENTENÇA NO REEXAME NECESSÁRIO, PREJUDICADA A PRIMEIRA APELAÇÃO E DERAM PROVI- MENTO PARCIAL SEGUNDA APELAÇÃO.

-:::-

REINTEGRAÇÃO DE POSSE - IMÓVEL PÚBLICO - CONCESSÃO DE USO - NÃO- PARTICIPAÇÃO DO RÉU - MERO DETENTOR - BENFEITORIAS - INDENIZAÇÃO - PAGAMENTO JÁ EFETUADO - Validada a posse de bem público somente por contrato de concessão de direito real de uso, o fato de não haver o ocupante do imóvel participado daquele pacto, o que o torna mero detentor, autoriza seja contra ele ajuizada ação de reintegração de posse pelo poder concedente.

- Comprovado haver sido indenizada a ex-companheira do réu pelas benfeitorias introduzidas no imóvel, quando da rescisão do contrato de concessão de uso, impossível postular idêntica reparação em autos de ação de reintegração de posse intentada pela entidade de direito público.

APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0518.02.010227-4/001 - Comarca de Poços de Caldas - Relator: Des.

LUCAS SÁVIO DE VASCONCELLOS GOMES Ementa oficial: Possessória - Imóvel público - Concessão de uso - Não-participação no pacto - Mera detenção - Reintegração procedente - Benfeitorias - Indenização já paga. - Caracterizado que a posse do imóvel reintegrando somente é validada por contrato de concessão de direito real de uso, resulta que, a não-participação do réu nesse pacto configura a sua mera detenção sobre o mesmo, viabilizando ao município valer-se da ação possessória para ser readmitido na posse do referido bem. Comprovado que o ente público indenizara a ex-companheira do réu pelas ben- feitorias introduzidas no imóvel reintegrando, falece-lhe o direito para postulá-las na ação reinte- gratória intentada. Apelação desprovida.

Acórdão

Vistos etc., acorda, em Turma, a Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado

de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO.

Belo Horizonte, 25 de novembro de 2004. - Lucas Sávio de Vasconcellos Gomes- Relator.

Notas taquigráficas

O Sr. Des. Lucas Sávio de Vasconcellos Gomes - Trata-se de apelação intentada por Márcio Gaspar Xavier contra sentença que julgou procedente ação de reintegração de posse, pro- movida pelo Município de Poços de Caldas.

As razões recursais das partes e o motivo pelo qual se deixou de solicitar o parecer da ilus- trada Procuradoria-Geral de Justiça foram explici- tados, sumariamente, no relatório de fls.

(2)

TJMG - Jurisprudência Cível

Jurisp. Mineira, Belo Horizonte, a. 55, n° 170, p. 63-310, out./dez. 2004 157 Conhece-se do recurso, por subsumir-se

aos requisitos de sua admissibilidade.

O apelante sustenta que mantinha um concubinato com a pessoa que pactuou com o apelado a concessão de direito real de uso sobre o imóvel reintegrando, inclusive a sua renda pessoal serviu para garantir a conse- cução do contrato respectivo. Nesse sentido, afirma que despendeu vasto numerário à edifi- cação de benfeitorias no aludido imóvel, por isso entende que a sua permanência nele, mesmo após a saída da concubina do lar, não pode ser considerada esbulho, principalmente por ter sido reconhecido o seu direito sobre a meação dos bens do casal. Portanto, considera que tais circunstâncias conduzem à impro- cedência desta ação reintegratória, com a refor- ma da sentença por este Tribunal.

Do exame do espectro probatório inserto no processado, dessumo que o apelante não possui razão no seu inconformismo contra a sentença fustigada, em face de os documentos acostados na peça de ingresso (fls. 07/10) e na peça tuiutiva (fls. 37/86) não confirmarem a sua participação no contrato de fls. 07/08, alusivo à concessão de uso do imóvel reintegrando. Tam- bém a prova testemunhal coletada na a.i.j. (fls.

172/177) nada noticia sobre a participação do apelante no referido pacto com a Munici- palidade de Poços de Caldas, quanto à con- cessão de uso do imóvel reintegrando. Assim, falece-lhe qualquer direito a sua utilização, a qual seria legitimada, tão-só, pelos termos do referenciado contrato, por se tratar de bem público.

Portanto, dada a natureza de bem público do imóvel reintegrando, resulta que o mesmo é insuscetível de ser objeto de posse, na forma pretendida pelo apelante. Essa circunstância é demonstrativa de que jamais teve posse sobre o imóvel reintegrando, mas sim a sua simples detenção física, o que não lhe gera as conse-

qüências jurídicas inerentes ao exercício do instituto da posse, ou seja, qualquer direito na permanência no aludido bem. Tal situação, a meu ver, por si só, facultaria ao apelado ser readmitido no referenciado imóvel.

Sobre o tema, já se pronunciou o egrégio 1º Tribunal de Alçada Cível Paulista, que ora se transcreve:

Reconhecido o domínio público da área questio- nada, só o ente público e a ninguém mais é líci- to invocar posse. A noção de posse não é isola- da. Está condicionada ao critério da lei, que fixa seus efeitos e alcance, sobrepondo-se à vontade dos particulares. Isto é, a ordem jurídica, não a vontade do sujeito, diz o que é simples detenção e o que é posse (JTACivSP, 79/106).

Outrossim, saliente-se que as eventuais benfeitorias incorporadas ao imóvel supramen- cionado foram alvo de indenização pelo apelado, que foram pagas à ex-companheira do apelante, quando rescindiram o contrato de concessão de uso do imóvel reintegrando, segundo noticiado nos documentos de fls. 09/10, corroborado pelos depoimentos das testemunhas encartados às fls.

172/173 e fl. 177. Destarte, emerge que qualquer ressarcimento almejado pelo apelante, por even- tuais gastos nas edificações de benfeitorias no imóvel em tela, haverá de ser pleiteado da sua ex- companheira, conforme bem fixado na sentença sob foco.

Isto posto, nego provimento ao apelo em apreço.

Sem custas, por estar o autor sob a égide da assistência judiciária.

O Sr. Des. Kildare Carvalho- De acordo.

O Sr. Des. Lamberto Sant’Anna - De acordo.

Súmula- NEGARAM PROVIMENTO.

-:::-

ESTABELECIMENTO COMERCIAL - ABERTURA AOS DOMINGOS E FERIADOS - LEGALIDADE - COMPETÊNCIA

Referências

Documentos relacionados

de imissão na posse, será expedida depois de efetuado o depósito ou prestadas as garantias pelo arrematante, bem como realizado pagamento da comissão do leiloeiro e das

- Na permissão de uso de bem público, prepondera o interesse público, tratando-se de instituto de natureza precária, podendo ser a qualquer tempo alterada e revo- gada, em regra,

A Administração Pública ancorava sua atividade nos princípios da unidade, centralizada na hierarquia e da autoridade e na separação entre o público e privado, para estabelecer

Ainda no presente posicionamento, os mesmos dizem que sendo formalmente público o bem poderá ser usucapido, pelo motivo de serem bens públicos apenas na forma

Poder-se-ão levantar algumas hipóteses explicativas para este facto: para além de os adultos que pretendem obter uma qualificação de nível secundário poderem ser

IV – Assim, é possível a reintegração do casal na posse direta sobre o bem imóvel em foco e o cancelamento de quaisquer registros de aquisição do mesmo realizados em Cartório

Configura esbulho apto a autorizar o manejo de ação de reintegração de posse a permanência do particular no imóvel cedido pelo Poder Público, quando cessado o

O objetivo deste capítulo é relatar a experiência na prevenção ao abuso sexual infanto-juvenil a partir do referencial teórico da Psicologia Social Comunitária de base