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ADITIVOS DE ALIMENTOS E SUA RELAÇÃO COM AS MUDANÇAS DE HÁBITOS ALIMENTARES

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Academic year: 2021

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ADITIVOS DE ALIMENTOS E SUA RELAÇÃO COM AS

MUDANÇAS DE HÁBITOS ALIMENTARES

D.S.S. Nascimento

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, A.R.S. Teles

2

, C.A. de Góes

3

, L.C.O. Barretto

4

, J.A.B. dos Santos

5

1- Departamento de Tecnologia de Alimentos – Universidade Federal de Sergipe – CEP: 49100-000 – São Cristóvão – SE – Brasil, Telefone: 55 (79) 2105-6600 – e-mail: (daniel_ssn1@yahoo.com.br)

2- Departamento de Tecnologia de Alimentos – Universidade Federal de Sergipe – CEP: 49100-000 – São Cristóvão – SE – Brasil, Telefone: 55 (79) 2105-6600 – e-mail: (alan122006@hotmail.com)

3- Departamento de Tecnologia de Alimentos – Universidade Federal de Sergipe – CEP: 49100-000 – São Cristóvão – SE – Brasil, Telefone: 55 (79) 2105-6600 – e-mail: (cathe.goes@hotmail.com)

4- Departamento de Agroindústria – Universidade Federal de Sergipe – CEP: 49680-000 – Nossa Senhora da Glória – Sergipe – Brasil, Telefone: 55 (79) 2105-6600 – e-mail: (liliacalheiros@gmail.com)

5- Departamento de Tecnologia de Alimentos – Universidade Federal de Sergipe – CEP: 49100-000 – São Cristóvão – SE – Brasil, Telefone: 55 (79) 2105-6600 – e-mail: (santosjab@bol.com.br)

RESUMO – Os produtos industrializados ocupam uma parcela cada vez maior do mercado de alimentos. Estes são práticos e possuem um prazo de validade maior que produtos in natura, tornando fácil o armazenamento. O aumento da vida útil dos alimentos é conseguido a partir da adição de aditivos. Porém o consumo exagerado de alimentos industrializados vem provocando o aumento de doenças crônicas. Com o objetivo de saber a relação entre o consumo de alimentos com aditivos alimentares e o aumento das doenças crônicas foi realizado a criação de um modelo de banco de dados e iniciou-se a coleta de informações a partir dos rótulos contidos nos alimentos industrializados. A partir do banco de dados foi realizado um estudo comparativo entre o consumo exagerado de alimentos industrializados, possíveis problemas causados por aditivos alimentares e atuais doenças crônicas não transmissíveis.

ABSTRACT – Industrialized products occupy a growing share of the food market. These are practical and have a shelf life greater than fresh products, making it easy to store. Increased shelf life of foods and achieved from the addition of additives. But the over-consumption of processed foods has led to an increase in chronic diseases. In order to know the relationship between the consumption of foods with food additives and the increase in chronic diseases was carried out to create a database model and began collecting information from the labels contained in processed foods. From the database was carried out a comparative study of the over-consumption of processed foods, possible problems caused by food additives and current chronic diseases.

PALAVRAS-CHAVE: produtos industrializados, aditivos, doenças crônicas. KEYWORDS: industrial products, additives, chronic diseases.

1. INTRODUÇÃO

A globalização do mercado e seu consequente desenvolvimento logístico internacional, transformou profundamente as atividades da indústria alimentícia, especialmente no âmbito do processamento e conservação dos seus produtos. Com a produção em larga escala, a indústria passou a

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utilizar um grande número de aditivos a fim de proporcionar um aumento da vida útil do alimento, garantindo o atendimento aos requisitos de segurança alimentar (HONORATO, 2013).

Os aditivos são substâncias inócuas ao homem, utilizadas para uma melhoria geral dos alimentos industrializados. Possuem a finalidade de melhorar os alimentos industrializados, tornando-os mais palatáveis e dando cor, aroma e textura (CARVALHO, 2005). No Brasil, o uso de aditivtornando-os alimentares é norteado pelo Ministério da Saúde (MS) e regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que define como aditivo alimentar, qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, porém, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento (FAI et. al., 2008).

A mudança no hábito alimentar da população brasileira, ocorrida nas últimas décadas, tem atraído a atenção dos órgãos reguladores e da comunidade científica, pois a substituição dos alimentos

in natura pelos processados vem contribuindo, de forma contundente, para o empobrecimento da dieta

(POLÔNIO, PERES, 2009). Muitos estudos associam, inclusive, a utilização inadequada dos aditivos alimentícios a efeitos prejudiciais à saúde, com o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis, como alergias e câncer (GOUVEIA, 2006).

A aplicação de aditivos deve ser limitada a alimentos específicos, em condições singulares, e ao menor nível para alcançar o efeito desejado, seja conservando ou enaltecendo aspectos sensoriais, em concentrações tais que sua ingestão diária não supere os valores de ingestão diária aceitável (IDA) recomendados (AUN et. al., 2011).

Dentro deste contexto, o presente trabalho teve como objetivo construir um banco de dados de indicadores de aditivos sintéticos em alimentos industrializados comercializados no país, associando o consumo desses alimentos a possíveis doenças.

2. METODOLOGIA

Para o desenvolvimento desta pesquisa foram utilizados informações em sites de empresas de alimentos e em redes de supermercados da cidade de Aracaju-SE.

Para a construção do conjunto de dados da composição dos alimentos e informações nutricionais foram considerados como base da pesquisa os ingredientes e composição nutricional descritos nos rótulos dos alimentos.

Os dados coletados foram tabulados e organizados em Tabelas padronizadas por nomes dos ingredientes para que a correlação fosse facilitada.

No tratamento desses dados, levaram-se em considerações as diversas variáveis que foram traduzidas em números, que foram classificadas e analisadas, utilizando-se técnicas estatísticas descritivas e apresentados por Figuras.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O consumo excessivo de alimentos que contêm aditivos provoca reações adversas, agudas ou crônicas, bem como toxicidades ao organismo humano, podendo desencadear alergias, alterações no comportamento, e carcinogenicidade, sendo que estas podem ser observadas a longo prazo (POLÔNIO, PERES, 2009).

Dentre os alimentos industrializados popularmente consumidos pelos brasileiros, destaca-se o biscoito, o qual é muito apreciado pelo público infanto-juvenil. Este tipo de alimento é composto, principalmente, por farinha de trigo, gordura, sal, açúcar e aditivos que acrescentam cor e sabor ao produto. O biscoito do tipo cream cracker, por exemplo, pode ser composto por mais de 10 ingredientes, sendo a maior parte de aditivos utilizados intencionalmente para intensificar

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propriedades, aumentar a vida útil e consequentemente, proporcionar melhores rendimentos para a indústria como pode ser observado na Figura 1. Também é possível constatar que, mesmo com diferentes características em termos de componentes, todos os produtos são ricos em carboidratos e gorduras, o que justifica os seus altos índices glicêmicos.

Alimentos desse tipo têm sido apontados como possíveis cofatores da obesidade. Estudos preliminares confirmam que esses alimentos provocam rápida sensação de fome após ingeridos. A hipótese é de que níveis diferentes de glicemia provocariam diferentes respostas hormonais na regulação do apetite (BARRETO et. al., 2005).

De acordo com Barros (2008), o consumo desse tipo de alimento proporciona resistência à insulina e, consequentemente, aumenta o risco de desenvolvimento de uma importante DCNT (Doença Crônica Não Transmissível), o diabetes.

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Os ácidos graxos trans são componentes orgânicos que podem afetar a saúde, especialmente por aumentar o risco cardiovascular. Devido a esse problema, tanto as Agências Reguladoras de Saúde quanto as Sociedades responsáveis pela elaboração de Diretrizes Nutricionais, recomendam a redução do consumo desses ácidos graxos pela população mundial. Desse modo, foram implementadas políticas públicas para redução do consumo de gorduras trans, o que obrigou a indústria de alimentos a alterar a fonte de gordura utilizada, adequando os seus produtos. Com isso, a indústria optou pelas gorduras interesterificadas como uma alternativa plausível, em razão de conferirem textura e sabor desejáveis semelhantes às proporcionadas pelas gorduras trans (SANTOS et. al., 2013).

A margarina é um dos alimentos que foi substituída em sua formulação a gordura trans por gorduras interesterificadas. Coletando os dados em margarinas, verificou-se que algumas marcas ainda utilizam gorduras trans, como mostra a Figura 2, onde a Marca 2, em sua informação nutricional, contem 1,3g de gordura trans.

Figura 2: Informações nutricionais de 5 diferentes marcas de margarina encontradas no mercado

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Outra categoria de produto bastante consumido por diferente faixa etária, principalmente crianças, são as guloseimas. Estes são produtos baratos, considerado uma linha de comércio bastante lucrativa, já que o consumidor praticamente não precisa desembolsar muito dinheiro e muitas vezes substituem uma moeda de troco. Muitos desses doces, em sua formulação, são utilizados corantes artificiais e/ou naturais, como o caramelo, azul de indigotina, carmim, entre outros, mudando o aspecto visual, sendo este importante na hora da seleção e escolha do produto pelo consumidor.

Alguns corantes artificiais podem gerar danos aos consumidores, por exemplo o corante artificial tartrazina, presentes em algumas marcas de goma de mascar como mostra na Figura 3. Esse corante, segundo Piasini et. al. (2014), induz dano no DNA em estômago, cólon e/ou bexiga urinária com dose de 10 mg.kg-1. Como o principal alvo das guloseimas são as crianças, é de fundamental importância a vigilância nesses e em outros produtos pelos órgãos competentes.

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4. CONCLUSÕES

Apesar de muitos estudos relatarem a ocorrência de DCNT com a ingestão de aditivos, a indústria de alimentos continua aplicando tais ingredientes. Com isso, é necessário que haja precaução na ingestão, visto que a exposição aos aditivos é dada pela totalidade de produtos consumidos, não devendo exceder a ingestão diária aceitável (IDA).

Para tanto, estudos relacionados ao consumo de aditivos alimentares deveriam servir de base para a elaboração de estratégias para a vigilância alimentar e nutricional da população, com a finalidade da adoção de hábitos alimentares que visem à promoção da saúde e qualidade de vida da população com a redução do consumo de alimentos industrializados.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUN, M. V.; MAFARA, C.; PHILIPPI, J. K.; AGONDI, R. C.; MOTTA, A. A. Aditivos em

alimentos. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia. 34(5): 177 – 186, 2011.

BARRETO, S. M.; PINHEIRO, A. R. O.; SICHIERI, R.; MONTEIRO, A. C.; FILHO, B. M.; SCHIMIDT, M. I.; RECINE, G. I.; VICTORIA, C. G.; COITINHO, D.; PASSOS, V. M. A. Análise

da estratégia global para alimentação, atividade física e saúde, da Organização Mundial de Saúde.

Epidemial. Sev. Saúde. Vol. 14, nº1, 2005.

BARROS, R. R. Consumo de alimentos industrializados e seus fatore associados em adultos e idosos

residentes no município de São Paulo. Universidade de São Paulo – São Paulo, 2008.

CARVALHO, P. R. de. Aditivos nos alimentos. Revista LOGOS, n. 12, p. 57-69, 2005.

GOUVEIA, F. Indústria de alimentos: no caminho da inovação e de novos produtos. Inovação Uniemp. Vol. 2, nº 5. Campinas, 2006.

HONORATO, T. C., et al. Aditivos alimentares: aplicações e toxicologia. Revista Verde, Mossoró-RN, v. 8, n. 5, p. 01-11, dez. 2013.

POLÔNIO, M. L.; PERES, F. Consumo de aditivos alimentares e efeitos à saúde: desafios para a

saúde pública brasileira. Caderno de Saúde Pública Brasileira. Vol.25, nº 8, Rio de Janeiro, 2009.

SANTOS R.D., GAGLIARDI A.C.M., Xavier H.T., MAGNONI C.D., CASSANI R., LOTTENBERG A.M. et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde

Cardiovascular. Arquivo Brasileiro de Cardiologia.100(1Supl.3):1-40, 2013.

PIASINI, A.; STULP, S.; DAL BOSCO, S. M.; ADAMI, F. S. Análise da concentração de tartrazina

em alimentos consumidos por crianças e adolescentes. Revista UNINGA Review. Vol. 19, nº1, pp

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