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Religiosidade e Espiritualidade como fatores promotores de Coping Resiliente na adultez e na velhice

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

Ciências Sociais e Humanas

Religiosidade e Espiritualidade como fatores

promotores de Coping Resiliente na adultez e na

velhice

Clara Maria Freire Margaça

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Psicologia Clínica e da Saúde

(2º ciclo de estudos)

Orientador: Professora Doutora Rosa Marina Afonso

Orientador: Professor Doutor Samuel Monteiro

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Dedicatória

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Agradecimentos

Começo por agradecer àqueles que, de forma próxima e direta, assumiram um papel determinante no desbravar deste caminho. É a eles a quem dirijo palavras de profundo reconhecimento.

Um agradecimento inicial à Professora Marina Afonso por, mesmo ausente, se saber fazer presente. Agradeço ainda todo o conhecimento transmitido, ao longo desta caminhada. Ao Professor Samuel Monteiro, pela sua paciência e confiança, saber, motivação e exigência partilhados nesta etapa. Agradeço, ainda, a ambos, todas as oportunidades de evolução e crescimento.

Um agradecimento especial à minha família. Aos meus pais, pelo esforço, confiança e estímulo diário, em todos os momentos, pelo seu suporte incondicional. À minha irmã Rosário, pelas horas infindáveis de escuta mútua.

Aos amigos, nem todos de sempre, aos que sabem ser amigos, independentemente das circunstâncias e da distância. À Carolina, pelas confidências e desabafos. À Susana, por acreditar em mim, desde que nos conhecemos, desde sempre, pelo nosso lema: Hakuna Matata.

Pelos momentos de compreensão e partilha, carinho e desafio, pelo otimismo e confiança em mim. Pela tua presença, na minha vida, na nossa vida. Pelo teu amor e inspiração, Doni. Agradeço-te.

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Sempre chega a hora em que descobrimos que sabíamos muito mais do que antes julgávamos. José Saramago

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Resumo

A presente investigação de mestrado, na área de Psicologia Clínica e da Saúde, centra-se no estudo da espiritualidade e religiosidade como potenciais fatores promotores de coping resiliente, na idade adulta e na velhice. Esta focaliza a problemática da crescente investigação no âmbito da resiliência, a qual tem vindo a identificar a espiritualidade e a religiosidade como seus fatores de promoção.

A primeira parte é composta por dois capítulos, com o intuito de mostrar o trabalho científico desenvolvido. Por um lado, o primeiro é constituído por um artigo de revisão teórica de estudos realizados sobre o presente tema, por outro, o segundo capítulo, em concordância com o primeiro, incorpora e sustenta empiricamente os objetivos desenhados e estruturados, após a revisão da literatura efetuada – ambos foram submetidos para publicação em publicações periódicas com revisão por pares.

A segunda parte desta dissertação é constituída pelos Anexos. O primeiro, por um lado, reúne uma extensão da revisão da literatura, onde são delimitadas as temáticas centrais do estudo; por outro lado, o Anexo 2 carateriza e apresenta a extensão do estudo empírico, onde, através de testes estatísticos suplementares nos propomos a ir ao encontro dos objetivos traçados.

Com uma amostra de 1310 sujeitos, com idades compreendidas entre os 25 e os 97 anos - e a fim de alcançar os objetivos do estudo - foram realizados o teste t-student e Anova, para comparar as diferenças entre grupos estabelecidos, efetuaram-se correlações e testes de regressão e, por fim, efetuou-se um modelo de equações estruturais, com o propósito de confirmar o impacto da espiritualidade, através das suas dimensões verticais e horizontais, ao nível do coping resiliente.

A partir dos resultados obtidos, podemos concluir que a espiritualidade, na sua dimensão horizontal que diz respeito à forma como as pessoas dão sentido à sua vida -constitui, nesta amostra, um preditor moderado do coping resiliente. Porém, ao nível das Crenças foi alcançado um resultado disruptivo ao esperado, o que poderá estar associado ao ao número de itens que compõem o fator. Podemos, igualmente, concluir que tanto a espiritualidade como os níveis de coping resiliente são influenciados pelas idiossincrasias dos indivíduos, nomeadamente ao nível da idade e do género, em diferentes fases do ciclo vital.

Palavras-chave

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Abstract

This master's research, in the area of Clinical and Health Psychology, focuses on the study of spirituality and religiosity as promoting factors of resilient coping, in adulthood and old age. The focal point of the dissertation is the problematic of the growing research on resilience, which it has been identifying spirituality and religiosity as its promoting factors.

The dissertation is composed of two chapters, with the purpose to expose the scientific work developed. The first is constituted by a theoretical review article of studies realized on this theme. The second chapter, in accordance with the first, incorporates and supports empirically the designed and structured goals, after reviewing of the literature - both are under evaluation and waiting for the publication.

The second part of this dissertation is comprised of the Appendices. The first compiles the extension of the literature review, where are delimited the central theme of the study. The Appendix 2 characterizes and presents the extension of the empirical study, where through statistical tests we propose to accomplish the objectives outlined.

With a sample of 1310 Individuals - and in order to achieve the objectives of this study - Student’s t test and ANOVA were realized to compare the differences between the established groups; correlations and regression testing were made and lastly effectuated a structural equation model, with the purpose to confirm the impact of the spirituality, through the vertical and horizontal dimensions, at the level of the resilient coping.

Based on the results, we can conclude that spirituality, in its horizontal dimension – that means how people give meaning to their life - in this sample is a moderate predictor of the resilient coping. We can also conclude that the spirituality and the resilient coping levels are influenced by the idiosyncrasies of individuals at different stages of the life cycle.

Keywords

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Índice

Introdução Geral 1

Capítulo I – Espiritualidade e Religiosidade como fatores de coping resiliente na idade adulta e na velhice: uma revisão (Artigo de revisão teórica submetido para publicação)

3

Capítulo II - Espiritualidade e coping resiliente: diferenças na idade adulta e na velhice (Artigo empírico submetido para publicação)

30

Considerações Finais 57

Anexos 60

Anexo 1 - Extensão da Revisão Teórica 61

Introdução 61

1. Resiliência na velhice 62

2. Religiosidade e Espiritualidade 64

2.1. Religiosidade e Espiritualidade: uma perspetiva psicológica 66 3. Religiosidade/Espiritualidade ao longo do ciclo vital: da adultez à velhice 67 4. Religiosidade e Espiritualidade como estratégia de coping e fatores de

resiliência

4.1. Coping resiliente: religiosidade/espiritualidade como fatores promotores

4.1.1. Coping Religioso

71

72 73

Anexo 2 - Extensão do Estudo Empírico 76

1. Formulação do problema 76

1.1. Objetivos do estudo 76

1.2. Hipóteses 77

2. Método 77

(14)

2.2. Instrumentos 78

2.2.1. Questionário Sociodemográfico 79

2.2.2. Escala de Espiritualidade em contextos de saúde 79

2.2.3. Escala Breve de Coping Resiliente 80

2.3. Procedimentos 82

2.4. Análise estatística 82

2.5. Resultados 82

2.5.1. Análise de um modelo de equações estruturais 85

2.6. Discussão dos Resultados 89

Considerações Finais 92

Referências Bibliográficas 95

Anexo 3 102

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Lista de Figuras

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Lista de Tabelas

Tabela 1 – Estratégias de Coping Religioso (Pargament, Tarakeshwar, Ellison & Wulff, 2001). Tabela 2 – Características dos estilos de Coping Religioso (Pargament et al., 2001).

Tabela 3 – Tabela de Frequências relativa à variável Idade.

Tabela 4 – Comparação das médias de resposta aos itens da Escala de Espiritualidade.

Tabela 5 – Cálculo da confiabilidade da Escala de Espiritualidade em contextos de saúde e

respetiva comparação com a Escala original.

Tabela 6 – Comparação das médias de resposta aos itens da Escala breve de Coping Resiliente. Tabela 7 – Cálculo da confiabilidade da Escala breve de Coping Resiliente e respetiva

comparação com as escalas original e adaptada à população portuguesa.

Tabela 8 - Análise das diferenças entre o género e as variáveis Coping Resiliente, Crenças e

Esperança/Otimismo, através do teste t-student.

Tabela 9 – Resultados obtidos, através das estatísticas de teste Anova, da diferença entre

grupos etários.

Tabela 10 – Correlação: Valores correlacionais do Coping Resiliente com as dimensões Crenças

e Esperança/Otimismo.

Tabela 11 – Correlação: Valores correlacionais do Coping Resiliente com as variáveis frequência

de locais de culto e frequência de oração.

Tabela 12 – Regressão das variáveis Coping resiliente, Crenças e Esperança/Otimismo. Tabela 13 - Índices de ajustamento do modelo estrutural base estimado.

(19)

Introdução Geral

A presente dissertação de mestrado, na área de Psicologia Clínica e da Saúde, insere-se numa linha de investigação que focaliza, diacronicamente, a espiritualidade e a religiosidade como potenciais fatores de promoção do coping resiliente. Esta tem como objetivo principal analisar a magnitude do impacto destes dois fatores na resiliência dos indivíduos, em diferentes fases do ciclo vital.

Esta investigação centra-se na problemática da crescente investigação no âmbito da resiliência, a qual tem vindo a identificar a espiritualidade e a religiosidade como seus promotores. Atualmente, apesar de a ciência, ainda, desvincular a espiritualidade das causas e cura de patologias, para muitos indivíduos sujeitos a situações de doença, a espiritualidade pode constituir um importante mecanismo de coping.

No âmbito da revisão da literatura efetuada, apesar de se encontrarem estudos sobre os fatores relacionados com a resiliência na velhice, deparámo-nos com pesquisas pouco robustas, do ponto de vista metodológico, que nos permitam discutir a dimensão desenvolvimental da espiritualidade e da religiosidade enquanto promotores da resiliência na idade adulta. Desta forma, procura-se com este trabalho, analisar e discutir o eventual papel da espiritualidade como fator promotor face ao coping resiliente na adultez e velhice, sustentando-se esta abordagem empiricamente.

A dissertação estruturou-se à luz dos objetivos nela incorporados, sendo fracionada em três componentes fundamentais: dois capítulos e os Anexos ao trabalho desenvolvido.

Os Capítulos I e II são constituídos por dois artigos já submetidos para avaliação por pares, visando expor o trabalho científico desenvolvido. O primeiro artigo1, referente ao

primeiro capítulo, teve como objetivo apresentar uma revisão teórica de estudos relevantes realizados sobre o tema da espiritualidade e religiosidade como fatores de resiliência, com o intuito de identificar aspetos comuns, pontos de discordância entre autores e questões em aberto na literatura. O segundo artigo2, desdobramento do primeiro e incorporado no segundo

capítulo, analisa e procura sustentar empiricamente os objetivos gizados e estruturados, após a cuidada revisão da literatura, numa amostra de 1310 sujeitos, com idades compreendidas entre os 25 e os 97 anos.

Uma componente final da dissertação inclui os Anexos e subdivide-se, também ela, em duas partes. A primeira, consignada a aspetos teóricos, delimita as temáticas centrais em estudo, conferindo-lhes um enquadramento teórico-conceptual. A contextualização da temática é efetuada mediante a seleção e revisão de fontes bibliográficas científicas, periódicas e não periódicas, a partir das quais se procura enquadrar, justificar e problematizar,

1 Este artigo foi submetido à revista Psicologia USP e encontra-se, nesta dissertação, formatado à luz das normas para autores.

(20)

tanto no plano teórico como no plano da prática, a pertinência e valor científicos deste tema de investigação. Na segunda parte deste anexo é enquadrada, caraterizada e apresentada a extensão do estudo empírico, anteriormente referido no segundo capítulo. Através deste visa-se testar e comprovar, de forma incisiva e detalhada, os objetivos propostos à investigação.

No termo desta dissertação são expostas considerações e reflexões integrativas, limitações e asserções à prossecução futura da investigação realizada, terminando-se com a apresentação das referências bibliográficas e anexos.

(21)

Capítulo I – Espiritualidade e Religiosidade

como fatores de coping resiliente na idade

adulta e na velhice: uma revisão

(Artigo de revisão teórica submetido para

(22)

Espiritualidade e Religiosidade como fatores de coping resiliente na

idade adulta e na velhice: uma revisão

3

Resumo

Este artigo, através de uma revisão da literatura, discute a questão da espiritualidade e

religiosidade enquanto fatores promotores da resiliência, em dois momentos distintos do

ciclo vital: a idade adulta e a velhice. Atualmente, a investigação psicológica tem vindo

a atribuir maior

im

portância à espiritualidade do indivíduo, sobretudo no que se refere à

compreensão da forma como as crenças interferem ao nível da saúde e da aprendizagem

de estratégias resilientes. A revisão da literatura efetuada revela que a religiosidade e a

espiritualidade podem estar associadas a uma maior resiliência em condições stressantes,

situações de perda e, sobretudo, na velhice. Todavia, não foram encontradas investigações

consistentes, do ponto de vista metodológico, que permitam a discussão sobre a dimensão

desenvolvimental da espiritualidade e religiosidade como promotores da resiliência,

especialmente, na idade adulta. Assim, torna-se sumamente importante analisar e discutir

o seu papel e contribuição para a resiliência psicológica.

Palavras-chave: resiliência; espiritualidade; religiosidade; envelhecimento.

Abstract

This article, methodologically based on a review of the literature, discusses the spirituality

and religiosity as promoting factors of resilience in two different moments of the life

cycle: adulthood and old age. Presently, psychological research has been placing high

importance on the individual's spirituality, especially in regard to the understanding of

3 O Anexo 1, da secção Anexos, desta dissertação está consignado a aspetos teóricos, delimitando as temáticas centrais do estudo, dando continuidade de forma mais incisiva e detalhada a questões

(23)

teórico-how beliefs affect the level of health and the learning of resilient strategies. A review of

the literature demonstrates that religiosity and spirituality could be associated with more

resilience under stressful conditions, loss situations, and especially, in old age. However,

the research did not enable the discussion of the developmental dimension of spirituality

and religiosity as promoters of resilience in adulthood and old age. Thus, it still is

important to review and discuss its contribution in enhancing psychological resilience.

Key-words: resilience; religiosity; spirituality; ageing.

Resumé

Cet article, méthodologique basée sur une revue de la literature, traite de

la spiritualité et

la religiosité comme facteurs de promotion de résilience

en deux moments différents du

cycle de vie: l'âge adulte et la vieillesse. Actuellement, la recherche psychologique a été

de placer une grande importance à la spiritualité de l'individu, en particulier en ce qui

concerne la compréhension de comment les croyances influent sur le niveau de la santé

et l'apprentissage de stratégies de résilience. Une revue de la littérature démontre que la

religiosité et la spiritualité pourraient être associés à plus de résilience dans des conditions

stressantes, les situations de perte, et surtout, dans la vieillesse. Toutefois, la recherche

n'a pas permis à la discussion de la dimension développement de la spiritualité et de la

religiosité en tant que promoteurs de la résilience à l'âge adulte et la vieillesse. Ainsi, il

est toujours important d'examiner et de discuter de sa contribution au renforcement de la

résilience psychologique.

Mots-clés: résilience; religiosité; spiritualité; vieillissement.

(24)

En este artículo, metodológicamente basado en una revisión de la literatura, se analiza la

espiritualidad y la religiosidad como factores protectores de la capacidad de recuperación

en dos momentos diferentes del ciclo de vida: la edad adulta y la vejez. En la actualidad,

la investigación psicológica ha estado colocando gran importancia a la espiritualidad de

la persona, especialmente en lo que se refiere a la comprensión de cómo las creencias

afectan el nivel de la salud y el aprendizaje de estrategias resilientes. Una revisión de la

literatura demuestra que la religiosidad y la espiritualidad pueden estar asociados con una

mayor resistencia bajo condiciones de estrés, situaciones de pérdida, y sobre todo, en la

vejez. Sin embargo, la investigación no permitió la discusión de la dimensión de

desarrollo de la espiritualidad y la religiosidad como promotores de la resistencia en la

edad adulta y la vejez. Por lo tanto, sigue siendo importante para revisar y discutir su

contribución en la mejora de la capacidad de recuperación psicológica.

(25)

As crenças espirituais e religiosas podem ser consideradas fatores de proteção

em momentos de stress, uma vez que estas se encontram associadas a melhores

habilidades para lidar com eventos stressantes, melhor bem-estar psicológico e

resiliência, procurando dar sentido às experiências de vida e compreensão sobre a causa

dos acontecimentos stressantes (Hood, Hill & Spilka, 2009). Ao longo do processo de

envelhecimento, um self resiliente facilita a adaptação às perdas e promove novas

oportunidades de crescimento (Carstensen & Freund, 1999). A religiosidade e

espiritualidade podem, assim, constituir um mecanismo de fortalecimento e resistência.

O indivíduo que considera a religião como parte imprescindível à sua vida, utiliza-a

como processo de coping resiliente, influenciando as suas perceções e atribuições.

Becker e Newsom (2005) consideram que a resiliência se manifesta de variadas formas

nas diversas culturas. Para exemplificarem esta questão fazem alusão ao uso do coping

religioso e instrumental como forma de lidar de modo adaptativo com contextos

adversos. Segundo estes autores, a avaliação da resiliência deve ter em consideração a

idiossincrasia de cada indivíduo e o seu universo cultural e geracional.

Park (2005)

, adotando uma perspetiva adaptativa, considera que as atribuições

religiosas estão associadas a eventos stressantes, e que estes, em última instância,

promovem o crescimento pessoal, através de atitudes resilientes. Segundo Walsh

(2007), vários estudos constataram crescimento individual após um acontecimento

traumático positivo em cinco dimensões: i) surgimento de novas oportunidades; ii)

relações estreitas e compassivas com os outros; iii) sentimento de confiança perante o

futuro; iv) reorganização das prioridades e plena apreciação da vida; e v)

aprofundamento da espiritualidade. Nesta linha, Jimenez-Ambriz (2011)

afirma que, em

variados trabalhos de campo, foi sugerido que a adaptação positiva a situações de risco

(26)

caraterísticas ambientais ou os contextos sociais e culturais, do qual faz parte o meio

religioso.

Segundo Tavares (2002), “o conceito de resiliência evoluiu do concreto para o

abstrato, das realidades materiais, físicas e biológicas para as realidades imateriais ou

espirituais” (p. 45). Ou seja, é atribuída ao indivíduo a responsabilidade de criar formas

para fortalecer e desenvolver a capacidade de ser resiliente, através, também, de

atividades religiosas/espirituais (Chequini, 2007). Assim, segundo Walsh (2007), a

espiritualidade evidencia a existência de potenciais forças escondidas no Homem, que o

envelhecimento faz despoletar. A investigação sobre resiliência em idosos,

desenvolvida por Silva e Alves (2007), concluiu que a espiritualidade se revelou um

forte indicador de resiliência na superação de adversidades, bem como na capacidade de

encontrar significado na vida a partir da fé religiosa.

Atualmente, a ciência ainda desvincula a espiritualidade das causas e da cura das

doenças. Contudo, para muitos indivíduos que experienciam situações de doença, em

termos dinâmicos e pessoais, a espiritualidade pode constituir um importante

mecanismo de coping resiliente. Assim sendo, tem-se começado a atribuir maior

importância à espiritualidade do indivíduo, sobretudo, no que diz respeito à

compreensão da forma como as crenças interferem ao nível da saúde e da aprendizagem

de estratégias resilientes (Pinto & Pais-Ribeiro, 2007). Na cultura ocidental, segundo

Silva e Alves (2007), podem ser destacados, como exemplo da vivência da

espiritualidade/religiosidade como fator de equilíbrio, os estágios de luto, onde o

indivíduo almeja repercussões de melhor resiliência e bem-estar subjetivo.

Um indivíduo resiliente é aquele que, face à exposição a fatores de risco, tem a

capacidade de fazer frente à adversidade com estratégias e fatores de proteção. Segundo

(27)

contexto sociocultural em que o indivíduo se insere. Simão e Saldanha (2012) afirmam

que a espiritualidade é uma “ponte” para o ser humano, quando ocorre uma crise na sua

vida, onde ser religioso/espiritual passa a ser uma ótima estratégia de adaptação com

consequências positivas ao nível da estruturação da resiliência. Os mesmos autores

consideram que, através da espiritualidade, como fator promotor de resiliência

psicológica, os indivíduos adotam uma perspetiva positiva do futuro, procuram novas

formas de adaptação e recursos internos de superação, sobretudo, a população idosa.

Este artigo tem como objetivo apresentar uma revisão teórica de estudos realizados

sobre o tema da espiritualidade e religiosidade como fatores de resiliência, com o intuito

de identificar aspetos comuns, pontos de discordância entre autores e questões em

aberto na literatura.

Religiosidade e espiritualidade: fatores de resiliência

Segundo Werner (1996), embora a Psicologia não tenha dado grande relevância

à espiritualidade, a investigação sobre a resiliência tem vindo a identificar a

espiritualidade e a religiosidade como fatores promotores da mesma. Todavia, alguns

estudos demonstraram que a religião e a espiritualidade têm um peso semelhante ao de

outros fatores identificados como sendo fatores protetores de resiliência (Kim &

Esquivel, 2011). Conceitualmente, tem sido proposto que a espiritualidade e a

religiosidade podem facilitar a resiliência em quatro formas: 1) construir e manter as

relações pessoais; 2) facilitar o acesso ao suporte social; 3) fortalecer os valores morais;

e 4) oferecer oportunidades para desenvolvimento e crescimento pessoal (Van Dyke &

Elias, 2007).

A dimensão espiritual/religiosa tem sido descrita como sendo relevante, por

(28)

também, como recurso de esperança face às mudanças no estado de saúde provenientes

do decorrer da idade (Greenstreet, 2006). Os indivíduos passam por um processo de

ajustamento ao longo da vida, podendo este ser imprevisível e complexo (Avgoulas &

Fanany, 2013), que exige que a pessoa se adapte de forma diferente a vários estados

(e.g., saúde), dependendo a eficácia da sua adaptação das estratégias de coping

adotadas. O papel da religião tem-se revelado particularmente relevante como estratégia

de coping individual para se lidar com os eventos de vida, sendo a fé religiosa,

frequentemente, apontada como uma importante fonte de resiliência, com um papel vital

no apoio a pessoas que experienciam uma crise (Pargament & Cummings, 2010).

Yunes (2003) considera que a espiritualidade/religiosidade é um dos processos

principais de resiliência, sendo vista como uma importante oportunidade para o

crescimento e descoberta interior, ao longo de todo o curso de desenvolvimento. A

pesquisa de Fry e Debats (2010) revelou que indivíduos com elevado índice de

espiritualidade, quando comparados com indivíduos com baixos níveis de

espiritualidade, superam melhor as situações de morte/luto, constituindo um recurso

como um contributo significativo para o bem-estar psicológico. A prática religiosa

continuada, ou seja, uma maior religiosidade, é um fator relevante na promoção de

qualidade de vida da população idosa (Koenig, 2009) e promove estados positivos de

saúde mental que, consequentemente contribuem para o sucesso cognitivo, emocional e

envelhecimento ativo no geral (Martin et. al., 2015).

Lago-Rizzardi, Teixeira e Siqueira (2010) referem que a religiosidade aparece

como sendo a primeira ou segunda estratégia de coping mais usada em condições de

dor. Os autores referem que a influência da religiosidade é evidenciada em resultados

fisiológicos significativos, tais como a diminuição da pressão arterial sistólica e da

(29)

religiosas, a ativação do córtex pré-frontal aumenta significativamente ocorrendo um

aumento dos mediadores envolvidos na dor, como GABA, serotonina e dopamina.

Assim, a religiosidade tem sido apresentada como fator relevante na promoção de

qualidade de vida para o idoso, pelo que a sua relação com a saúde, bem-estar e

resiliência tem sido apoiada (Sommerhalder & Goldstein, 2006).

O coping religioso, por sua vez, é o processo através do qual o indivíduo

aprende a lidar com importantes desafios pessoais ou situacionais da sua vida, através

das suas crenças/comportamentos religiosos (Santos, Giacomin, Pereira & Firmo,

2013). Pargament (1997) propôs quatro estilos de coping religioso: 1) autodirigido; 2)

delegação; 3) colaboração; e 4) súplica. Tendo por base os objetivos da religião, o

coping religioso pressupõe: a procura de significado, o controlo, o conforto espiritual, a

procura de intimidade com Deus e outros membros da sociedade, a

transformação/aceitação da vida e o bem-estar físico, psicológico e emocional

(Tarakeshwar & Pargament, 2001). A pesquisa de Vittorino e Viana (2012), enunciada

na Tabela 1, conclui que o grupo mais idoso do estudo apresentou atitudes e

comportamentos religiosos mais significativos do que os menos idosos, valorizando a

espiritualidade como fator de estabilização no envelhecimento.

Religiosidade e Espiritualidade

São vários os fatores enunciados para explicar a resiliência dos indivíduos, tais

como a competência, sentido de coerência, hardiness e estratégias de coping ativo

(Lindström, 2003). Assim, os fatores protetores que promovem comportamentos

resilientes provêm de três possíveis fontes: a) atributos pessoais (inteligência,

autoestima, autonomia, competência emocional e competência social); b) apoios do

(30)

Entre os vários fatores que contribuem para a resiliência surge, também, a dimensão da

religiosidade e espiritualidade (Jimenez-Ambriz, 2008), que constitui, frequentemente,

o principal fator de apoio social (Koenig, 2009). Através das instituições religiosas, os

idosos socializam, inserem-se em grupos, participam em atividades sociais que

acontecem com regularidade no contexto das comunidades religiosas.

As perspetivas mais tradicionais da Psicologia consideravam a religião como um

mecanismo de defesa passivo, uma negação idealizada, ou como uma forma de coping

evitante, com vista a lidar com os problemas da vida (Pargament & Ano, 2004). Freud

(1961, citado por Lewis, 1994) sugeria ainda um paralelo entre as práticas religiosas e

as ações obsessivas, acrescentando que tanto as práticas neuróticas como as religiosas

serviam de medidas defensivas e de autoproteção envolvidas na repressão dos impulsos

instintivos. Durante o século XX, pensava-se que a religião teria os dias contados,

considerando-se como uma reminiscência que o Homem guardava de um período

primitivo do seu desenvolvimento. Freud explicava, ainda, que a religião era vista como

uma expressão social da ilusão, mostrando-se o mundo como um molde dos próprios

desejos do individuo (princípio do prazer).

A religião é concetualizada de forma diferenciada em cada contexto

sociocultural e histórico, dependendo da perspetiva teórica que a sustenta (Rodrigues,

2007). A religião é um sistema organizado de mitos, ritos, crenças e símbolos que

produzem um modelo de relação do ser humano com o transcendente, diferentemente da

espiritualidade, que teria relação com uma busca pessoal de sentido (Koenig, Larson &

Larson, 2001). Embora haja proximidade conceitual entre religiosidade e

espiritualidade, esta última, segundo Pinto e Pais Ribeiro (2007), constrói-se nos

(31)

comportamentos e experiências do ser humano, sendo que, por vezes, se materializa na

prática de um credo religioso específico.

A espiritualidade, segundo Volcan, Sousa, Mari e Hirta (2003), está vinculada a

uma procura pessoal de sentido, com ênfase no aperfeiçoamento do potencial humano.

No caso da definição de religiosidade, esta inclui crenças, práticas organizacionais

(como as atividades institucionais da igreja) e compromisso com o sistema

teológico/teorético da religião da qual faz parte (Rodrigues, 2007). Neste contexto, do

ponto de vista psicológico, é pertinente realçar que diferenças no estilo cognitivo, na

personalidade ou no tipo de motivação influenciam a forma como a religião é vivida.

Por seu turno, a espiritualidade, etimologicamente, refere-se ao domínio do espírito, à

dimensão imaterial, normalmente descrita como algo invisível e intangível ao indivíduo

(Hufford, 2005 citado por Stroppa & Almeida, 2008). Assim, a espiritualidade pode ser

entendida como uma força capaz de auxiliar o indivíduo a superar as dificuldades,

detendo também um sentido de conexão com algo superior a si, podendo ou não incluir

participação religiosa formal (Gutz & Camargo, 2013; Batista, 2007). Por sua vez, a

religiosidade inclui comportamentos, atitudes, valores e crenças, sentimentos e

experiências e refere-se ao grau de aceitação ou ligação que cada indivíduo tem face à

instituição religiosa, nomeadamente no que diz respeito à frequência da igreja,

participação nas atividades religiosas e à forma como se põe em prática as crenças e os

rituais (Rodrigues, 2007).

A atitude religiosa, além de incluir crenças e práticas religiosas, envolve também

sentimentos positivos e negativos associados a essas crenças (Hill & Hood, 1999). O

indivíduo, através da religiosidade, pode atribuir significados aos fatos,

compreendendo-os como parte de algo mais amplo, mediante a crença de que nada

(32)

força/entidade superior. Tais fatos, segundo os mesmos autores, associados às crenças

pessoais, podem levar a um enriquecimento individual, como sabedoria, equilíbrio,

maturidade e resiliência.

Religiosidade e resiliência: da adultez à velhice

Durante o ciclo vital, o indivíduo é desafiado a estabelecer novas relações

consigo e com o mundo, bem como a encontrar estratégias de superação das limitações

(Ribeiro de Lima & Coelho, 2011). A perspetiva do desenvolvimento ao longo do ciclo

vital (Life-Span) compreende o desenvolvimento a partir do indivíduo e do que é

comum aos membros de determinada sociedade (Ribeiro de Lima e Coelho, 2011). A

Life-Span é uma abordagem de orientação dialética que mudou paradigmas em relação à

velhice e que enfatiza as dinâmicas de desenvolvimento ao longo de toda a vida (Baltes,

Lindenberger & Staudinger, 2006).

As crenças e práticas que caraterizam a vida espiritual flutuam ao longo do ciclo

de vida, consoante as circunstâncias de vida e o desenvolvimento do indivíduo (Miller

& Kelley, 2005). Faller, Melo, Versa e Marcon (2010) referem que as práticas religiosas

fornecem suporte emocional, principalmente para o idoso, que com o avançar da idade,

conta com a repercussão da sua religiosidade, nas relações sociais, na saúde física e

mental.

As teorias psicodinâmicas, assim como as do desenvolvimento pós formal veem

a espiritualidade entrelaçada com o processo maturacional e com as experiências

associadas à meia-idade (Wink & Dillon, 2008). No meio da vida, segundo Fagulha

(2005), os adultos são confrontados com experiências que exigem reestruturações

relacionais e que apelam para uma tomada de consciência, por exemplo, em relação à

(33)

emancipação dos filhos. Para os indivíduos adultos são vários os fatores que

influenciam a perceção de sentido na vida: os fatores internos, que estão ligados ao

desenvolvimento do indivíduo (personalidade, estratégias de coping, religiosidade,

espiritualidade e sentimento de pertença), e os fatores externos, que pertencem ao meio

e corroboram o significado que as pessoas dão à vida - oportunidades sociais, trabalho,

lazer e segurança (Sommerhalder, 2010).

São propostos, por Argyle e Beit-Hallahami (1975), três modelos que procuram

descrever as mudanças comportamentais e as convicções religiosas ao longo do

desenvolvimento: 1) o modelo tradicional, onde é apresentado um decréscimo da

atividade religiosa entre os 18 e os 30 anos, seguindo-se um contínuo aumento, após

esta faixa etária; 2) o modelo da estabilidade, onde se considera não haver alterações

relativas à idade; e 3) o modelo sem compromisso que considera haver um declínio

contínuo da atividade religiosa à medida que a idade avança. Todavia, autores como

Bender (1968) e Cameron (1969) defendem a evidência de que, com o avançar dos

anos, aumentam a importância do rezar, da perceção da importância da religião e do

interesse na religião e frequência de locais de culto – o que corrobora o defendido pelo

modelo tradicional. Como referido na Tabela 1, o estudo de Baker e Nussbaum (1997),

os idosos inquiridos referiram ter mais espiritualidade àquela data do que quando

tinham 45 anos.

De acordo com a perspetiva life-span, o desenvolvimento e a manutenção de

padrões efetivos de envelhecimento dependem de fatores de natureza

genético-biológica, e, também, da influência de fatores socioculturais (Baltes, 1987), onde se

insere a dimensão religiosa-espiritual (Ribeiro de Lima & Coelho, 2011). Segundo

Koenig (2009), através da religião, os idosos socializam, inserem-se em grupos,

(34)

de fé torna-se a rede principal de apoio social. As pessoas idosas relatam a importância

da religiosidade na vivência das dificuldades que atravessam no processo de

envelhecimento. A espiritualidade é uma fonte importante de suporte emocional,

contribuindo decisivamente para o bem-estar na velhice, sobretudo, pela rede de suporte

social e pelas estratégias para lidar com o stress (Monteiro, 2004).

Envelhecimento, resiliência e espiritualidade

A resiliência encontra-se estreitamente relacionada com o facto do indivíduo,

apesar das perdas associadas à velhice, conseguir envelhecer de forma ativa e com

êxito. As pessoas idosas resilientes são, assim, as que conseguem manter a sua saúde

física, cognitiva e social, através de adaptações para manter a sua qualidade de vida e

bem-estar, ao longo do ciclo vital (Jimenez-Ambriz, 2011). Os idosos tendem, por

exemplo, a usar estratégias de coping, que reduzem o impacto negativo das perdas da

velhice e, consequentemente, este torna-se o fator para que o indivíduo possa ser mais

resiliente (Afonso, 2012).

Um envelhecimento com êxito traduz, assim, mecanismos de resiliência, sendo

alcançado através da interação de vários fatores, tais como relações pessoais próximas

com familiares e amigos e a participação em atividades sociais e produtivas

(Fernandez-Ballesteros, 2008), e atividades de caráter cultural e religioso (Farias & Santos, 2012).

Moraes e Sousa (2005), ao investigarem fatores associados ao envelhecimento

bem-sucedido, concluíram que as crenças dos indivíduos proporcionam significado para a

vida. Assim, o envelhecimento saudável e ativo pressupõe uma associação à ideia de

que o indivíduo preserva o seu potencial de desenvolvimento durante o seu curso de

vida, através de novas aprendizagens, onde se prevê, também, um equilíbrio entre

(35)

critérios para um envelhecimento ativo a: condições de saúde, bom funcionamento

físico e cognitivo, afeto positivo e participação social.

A plasticidade desenvolvimental é uma das caraterísticas subjacentes à teoria

life-span, que se refere ao potencial de mudança de um indivíduo e à sua flexibilidade

para lidar com novas situações (Baltes, 1987) e integra fatores relativos à espiritualidade

(Lerner, Dowling & Anderson, 2010). Apesar de, segundo Neri (2006), a velhice ser

caracterizada pelo declínio de plasticidade e das funções biológicas, é igualmente uma

fase de re-adaptação constante, que Baltes et al. (2006) descrevem como uma

otimização seletiva com compensação (modelo SOC). Nesta compensação, a

espiritualidade pode ser reconhecida como um recurso para o bem-estar na velhice

(Sommerhalder & Goldstein, 2006). Desta forma, a participação em ambientes

estimulantes (e.g., locais de culto), e a presença de oportunidades de desenvolvimento,

coadunadas com os fatores espirituais-religiosos, segundo Scoralick-Lempke e Barbosa

(2012), têm-se mostrado fundamentais para um melhor desenvolvimento ao longo do

ciclo vital. Langer (2008) refere que durante a velhice, os indivíduos estão sujeitos,

frequentemente, a agressões físicas, emocionais, sociais e espirituais. Baltes et al.

(2006) ressaltam que, mesmo quando estes sinais de fragilidade são pronunciados, os

idosos são capazes de fazer as modificações, ajustes e compensações necessárias aos

seus objetivos e aspirações, recorrendo, com frequência, às suas crenças religiosas

(Scoralick-Lempke & Barbosa, 2012). O modelo SOC procura explicar o modo como

decorre a orquestração da vida, sendo, por isso, visto como um modelo de adaptação,

sobretudo, a partir da meia-idade e durante a velhice. Fatores como a regulação

emocional e espiritual ou a sabedoria são importantes para uma mudança contínua e

positiva (Kunzmann, 2004). As conclusões do estudo de Gall, Malette e

(36)

processo de otimização seletiva do modelo proposto por Baltes et al. (2006). Em suma,

o modelo SOC defende que os ganhos e as perdas evolutivas do envelhecimento são

resultantes da interação entre recursos individuais e do ambiente, onde se insere o meio

religioso, procurando este modelo realizar uma descrição do ciclo vital e descobrir

como os indivíduos se adaptam às mudanças biológicas, psicológicas, sociais e

espirituais (Neri, 2006).

Vários estudos sobre o envelhecimento dão ênfase à importância da religião para

conseguir recursos para fazer face aos desafios que a idade impõe - isolamento social,

enfraquecimento cognitivo e incapacidade física (e.g., Bevins & Cole, 2000). Estes

recursos, encontrados na religião, segundo Koenig (2009) e Pargament (1997), atuam de

forma a diminuir a depressão, a ansiedade e o suicídio - situações comuns em

populações idosas.

Conclusão

A literatura sugere que, um indivíduo resiliente é aquele que, face à exposição a

fatores stressantes, tem a capacidade de sobrepor à adversidade os fatores de proteção.

A espiritualidade/religiosidade, encontra-se relacionada com a resiliência dentro de

determinados contextos socioculturais em que o indivíduo se insere (Masten, 2001). A

revisão da literatura efetuada sugere que a espiritualidade e a religiosidade podem

funcionar como mediadores para o indivíduo em momentos stressantes, onde ser

religioso/espiritual passa a ser uma estratégia de adaptação com ganhos ao nível da

estruturação da resiliência.

A resiliência encontra-se estreitamente relacionada com o facto de o sujeito,

apesar das perdas associadas à velhice, conseguir envelhecer de forma ativa,

(37)

manter a sua saúde física, cognitiva e social, ao longo do seu ciclo de desenvolvimento.

A plasticidade desenvolvimental, caraterística subjacente à teoria life-span, refere-se ao

potencial de mudança e à flexibilidade do indivíduo para lidar com novas situações,

integrando também fatores relativos à espiritualidade (Lerner, Dowling & Anderson,

2010). Embora a velhice possa ser caracterizada pelo declínio de plasticidade e de

funções biológicas, é igualmente uma fase de readaptação constante, descrita como uma

otimização seletiva com compensação (Baltes et al., 2006). Nesta linha de pensamento,

a espiritualidade pode considerada um recurso para o bem-estar na velhice, pelo que a

participação em ambientes estimulantes (e.g., locais de culto), e a presença de

oportunidades de crescimento, coadunadas com os fatores espirituais-religiosos têm-se

mostrado fundamentais para um melhor desenvolvimento ao longo do ciclo vital e,

consequentemente, promovendo melhores níveis de resiliência (Scoralick-Lempke &

Barbosa, 2012). Por outro lado, para os indivíduos adultos, a espiritualidade e a

religiosidade aparecem associadas a vários fatores que influenciam a perceção de

sentido na vida. Por um lado, os fatores internos, os quais se relacionam com o

desenvolvimento idiossincrático do indivíduo (e.g., estratégias de coping, religiosidade,

espiritualidade) e, por outro, os fatores externos, que se referem às oportunidades

sociais, trabalho, lazer e segurança (Sommerhalder, 2010).

Numa perspetiva adaptativa, as atribuições religiosas estão associadas a eventos

stressantes, e estes, em última instância, promovem o crescimento pessoal, através de

atitudes resilientes (Manning, 2014; Park, 2005). Em suma, as crenças espirituais e

religiosas poderão ser consideradas fatores de proteção em momentos de stress, uma

vez que estas se encontram associadas a melhores habilidades para lidar com eventos

stressantes, melhor bem-estar psicológico, assim como resiliência. Ou seja, ao longo de

(38)

fortalecer e desenvolver a capacidade de ser resiliente, através, também, de atividades

religiosas/espirituais.

No âmbito da revisão da literatura efetuada, apesar de se encontrarem estudos

sobre os fatores relacionados com a resiliência na velhice, os fatores

espiritualidade/religiosidade aparecem menos explorados/analisados. Ao longo da

revisão realizada, deparámo-nos, igualmente, com escassas pesquisas, sobre a

resiliência na idade adulta. A revisão da literatura levada a cabo revela que a

religiosidade e a espiritualidade podem estar associadas a uma maior resiliência em

condições stressantes, situações de perda e, sobretudo, na velhice. Contudo, não foram

encontradas investigações robustas do ponto de vista metodológico que nos permitam

discutir a dimensão desenvolvimental da espiritualidade e da religiosidade enquanto

promotores da resiliência na adultez e velhice. Ou seja, seria importante analisar e

discutir, por exemplo, se a religiosidade e espiritualidade funcionam como fatores de

resiliência na adultez e velhice ou se são específicos de uma determinada fase do

desenvolvimento, de determinadas condições, situações e/ou gerações. A caracterização

e compreensão do papel da espiritualidade e religiosidade na resiliência, numa

perspetiva desenvolvimnetal, poderá constituir um importante contributo para se

potenciar a dimensão resiliente que estes fatores podem constituir nalguns contextos e

(39)

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(46)

Tabela 1

Sumário dos principais estudos revistos

Autor(es)

Ano

Objetivo

Participantes

Metodologia

Conclusões

Baker e

Nussbaum

(1997)

Avaliar as

dimensões

espirituais e

religiosas

atualmente

e aos 45

anos;

60 Idosos

institucionaliza

dos;

Estudo

Cross-sectional;

Os participantes

percebiam-se mais

espiritualizados

naquele momento

do que quando

tinham 45 anos;

Moraes e

Sousa

(2005)

Investigar

os fatores

associados

ao

envelhecim

ento

bem-sucedido;

400 Idosos;

Estudo

Cross-sectional;

A

s crenças pessoais

proporcionam

significado para a

vida e foram

identificadas como

fatores de

influência para

envelhecer bem;

(47)

Vittorino e

Viana

(2012)

Avaliar o

coping

religioso/es

piritual de

idosos

institucional

izados;

77 Idosos;

Estudo

epidemiológico,

analítico, com

desenho

transversal e

amostragem não

probabilística;

O grupo mais idoso

da amostra

apresentava atitudes

e comportamentos

religiosos mais

significativos que

os menos idosos,

valorizando a

espiritualidade

como fator de

estabilização no

envelhecimento;

Manning

(2014)

De que

forma os

componente

s espirituais

promovem

estratégias

de coping

resiliente na

velhice?

6 Mulheres

com mais de

80 anos,

inquiridas em

múltiplos

momentos.

Estudo

qualitativo, de

hermenêutica

fenomenológica;

abordagem

centrada na

pessoa.

O estudo revelou

que a

espiritualidade

desenvolve

melhores níveis de

bem-estar e

qualidade de vida,

promovendo a

resiliência.

(48)

Capítulo II - Espiritualidade e coping

resiliente: diferenças na idade adulta e na

velhice

(Artigo empírico submetido para

(49)

Espiritualidade e coping resiliente: diferenças na idade adulta e na

velhice

4

Resumo

Ao longo do processo de envelhecimento, um self resiliente, além de não se adaptar,

apenas, às perdas, desenvolve e fortalece novas oportunidades de crescimento, podendo

a religiosidade e espiritualidade constituir um mecanismo de fortalecimento e resistência.

Este estudo tem como objetivo analisar a religiosidade/espiritualidade como fatores

preditores de resiliência, numa amostra de 1310 indivíduos, adultos e idosos, assim como

a relação destas variáveis com dados sociodemográficos relevantes. Para alcançar estes

objetivos foram realizados o teste t-student para comparar as diferenças nas médias entre

grupos e o teste Anova, a fim de testar diferenças nos grupos estabelecidos;

realizaram-se correlações e testes de regressão e, por fim, efetuou-realizaram-se um modelo de equações

estruturais, com o propósito de confirmar, na globalidade, o impato proficiente da

espiritualidade, no papel das suas dimensões verticais e horizontais, ao nível do coping

resiliente. A partir dos resultados obtidos, podemos concluir que a espiritualidade, na sua

dimensão horizontal - que diz respeito à forma como as pessoas dão sentido à sua vida -

constitui, nesta amostra, um preditor moderado do coping resiliente.

Palavras-chave: Espiritualidade; religiosidade; resiliência; envelhecimento.

Spirituality and resilient coping: differences in adulthood and old age

Abstract

4O Anexo 2, da secção Anexos, desta dissertação é exposto como desdobramento deste artigo empírico, visando testar e comprovar, de forma incisiva e detalhada, os objetivos e hipóteses propostos à investigação.

(50)

Throughout the aging process, a resilient self, besides to not only adapt to losses, develops

and strengthens new growth opportunities, and the religiosity and spirituality can

constitute a mechanism of strengthening and resistance. This study aims to analyze the

religiosity/spirituality as resilience predictor factors, in a sample of 1310 adults and

elderly, as well as the relationship of these variables with relevant socio-demographic

data. To achieve these objectives Student’s t test were realized to compare the differences

of the averages between groups and the Anova test in order to test differences in the

established groups; correlations and regression testing were made and lastly effectuated

a structural equation model, with the purpose of confirming the proficient impact of

spirituality, in the role of the vertical and horizontal dimensions, at the level of the

resilient coping. Based on the results obtained, we can conclude that spirituality, in the

horizontal dimension – that means how people give meaning to their life - is, in this

sample, a moderate predictor of resilient coping.

Key-words: Spirituality; religiosity; resilience; aging.

Espiritualidad y enfrentamiento resiliente: diferencias en la edad adulta y la vejez

Resumen

A lo largo del proceso de envejecimiento, el yo resiliente, ensuciado para adaptarse no

sólo a las pérdidas, desarrolla y fortalece nuevas oportunidades de crecimiento, y la

religiosidad y la espiritualidad pueden constituir el mecanismo de fortalecimiento y

resiliencia. Este estudio tiene como objetivo analizar la religiosidad/espiritualidad como

factores predictores de resiliencia, en una muestra de 1310 adultos y ancianos, así como

la relación de estas variables con fechas sociodemográfico pertinentes. Para lograr estos

objetivos se realizaron la prueba t de Student para comparar las diferencias de los

(51)

promedios entre los grupos y la prueba de Anova para probar las diferencias en los grupos

establecidos; se hicieron correlaciones y pruebas de regresión y por último se ha efectuado

un modelo de ecuaciones estructurales, con el propósito de confirmar el impacto de la

espiritualidad, en el papel de las dimensiones vertical y horizontal, a nivel del

afrontamiento resiliente. Con base en los resultados obtenidos, podemos concluir que la

spiritualidad, en la dimensión horizontal - que significa cómo las personas dan sentido a

su vida - es, en esta muestra, un predictor moderado de afrontamiento resiliente.

Imagem

Tabela 1 - Análise das diferenças entre o género e as variáveis Coping Resiliente,  Crenças e Esperança/Otimismo, através do teste t-student
Tabela 2 – Resultados obtidos, através das estatísticas de teste Anova, da diferença entre  grupos etários
Tabela 4 – Correlação: Valores correlacionais do Coping Resiliente com as variáveis  frequência de locais de culto e frequência de oração
Figura 1 - Diagrama de caminhos (Path Diagram) do modelo estimado.
+7

Referências

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