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Considerações Finais

Anexo 2 Extensão do Estudo Empírico

1. Formulação do problema

1.2. Hipóteses

A base de sustentação para a formulação de hipóteses advém da revisão de estudos anteriores, bem como dos principais objetivos propostos para este estudo. A formulação das hipóteses do estudo é a que se segue:

H1: Existe diferença estatisticamente significativa no coping resiliente entre homens e mulheres;

H2: Existe diferença estatisticamente significativa nas crenças entre homens e mulheres; H3: Existe diferença estatisticamente significativa na Esperança/Otimismo entre homens e mulheres;

H4: Existe diferença estatisticamente significativa no coping resiliente em função da idade. H5: Existem diferenças estatisticamente significativas na espiritualidade em função da variável idade:

H5a: Existem diferenças estatisticamente significativas nas crenças em função da

variável idade;

H5b: Existem diferenças estatisticamente significativas na esperança/otimismo em

função da variável idade;

H6: Existe associação estatisticamente significativa entre coping resiliente e as crenças; H7: Existe associação estatisticamente significativa entre coping resiliente e esperança/otimismo;

H8: Existe associação estatisticamente significativa entre coping resiliente e a frequência em locais de culto;

H9: Existe uma associação estatisticamente significativa entre coping resiliente e a frequência de oração;

H10: As crenças e a Esperança/Otimismo influenciam o coping resiliente: H10a: As crenças influenciam o coping resiliente;

H10b: A Esperança/Otimismo influenciam o coping resiliente.

2. Método

Esta investigação tem por base um design cross-sectionl/transversal de natureza correlacional, recorrendo a uma amostra por conveniência e a um tratamento quantitativo dos dados. Este tipo de design envolve a abordagem a uma amostra de sujeitos apenas uma vez, permitindo estabelecer comparações entre grupos e analisar relações entre variáveis. Um estudo correlacional tem como objetivo avaliar/medir o grau de relação entre duas ou mais variáveis, num determinado contexto, acabando por quantificar as relações. A principal

conhecendo o comportamento de outras variáveis relacionadas. Assim, os estudos quantitativos tendem à recolha de dados numéricos que permitam testar hipóteses, centralizando as suas análises em métodos estatísticos (Sampieri, Collado & Lucio, 2006).

2.1. Participantes

A amostra por conveniência é constituída por um total de 1310 indivíduos, com idades compreendidas entre os 25 e os 97 anos, sendo que 589 dos inquiridos são de nacionalidade portuguesa e 686 brasileira. No que diz respeito à variável idade, foram estabelecidos três grupos de comparação, como é demonstrado na tabela 1. Apresentando uma divisão equitativa quanto ao género, 44.7% dos participantes da amostra são homens e 55.3% mulheres. Relativamente ao nível de escolaridade, 76.8% apresenta um nível de escolaridade superior, seguidamente, a segunda maior fatia (9.5%) corresponde apresenta até 12 anos de escolaridade, 3.9% apresenta escolaridade até 9 anos, 1.4% até 6 anos e, por fim, 6% dos inquiridos apresentam escolaridade até 4 anos. No que diz respeito ao estado civil, a amostra subdivide- se em 2 grandes grupos, os casados (45.8%) e os solteiros (22.9%); os restantes, e numa percentagem consideravelmente menor, situam-se os comprometidos afetivamente (6.0%), os viúvos (6.3%) e os unidos de facto e os divorciados, com percentagens iguais (9.2%).

Por fim, no que concerne à filiação religiosa, 741 (56.6%) dos participantes diz ser católico, porém, 27.9% da amostra não respondeu a esta questão; a restante amostra apresenta valores residuais no que toca a outras filiações: 5.1% espíritas, 3.9% evangélicos, 3.2% outra religião, 2.1% protestantes, .6 agnósticos e, por fim, .2% ateus.

Tabela 3 – Tabela de Frequências relativa à variável Idade.

2.2. Instrumentos

Após uma pesquisa ponderada e uma análise detalhada, foram apurados os questionários que se revelaram adequados à recolha de informação, tendo em conta a população alvo, relativa aos objetivos propostos, nomeadamente o questionário sociodemográfico, a Escala breve de coping resiliente e a escala de espiritualidade em contextos de saúde. Seguidamente, caraterizamos os referidos instrumentos.

Grupo Média Mediana Moda DP Idade 1. 25 – 45 anos 34.234 34.000 28.000 5.937

2. 46 -65 anos 53.872 53.000 50.000 5.287 3. 66 – 97 anos 75.439 74.000 67.000 7.709

2.2.1. Questionário sociodemográfico

Este questionário foi elaborado com especial incidência na experiência religiosa dos sujeitos, de modo a fornecer um quadro exaustivo das características da amostra. Composto por respostas abertas e fechadas, este questionário inclui, maioritariamente, perguntas de cariz sociodemográfico, tais como idade, escolaridade, nacionalidade, situação professional, etc..

2.2.2. Escala de Espiritualidade em contextos de saúde (Pinto &

Pais-Ribeiro, 2007

)

Como medida de Espiritualidade/Religiosidade foi utilizada a Escala de Espiritualidade em contextos de saúde (cf. Anexo 4) (Pinto & Pais-Ribeiro, 2007). Esta escala contém cinco itens que quantificam a concordância do indivíduo com questões relacionadas com a dimensão da espiritualidade, sendo que as respostas podem variar entre o «Não concordo» (1), «Concordo um pouco» (2), «Concordo bastante» (3) e «Plenamente de acordo» (4). Da análise fatorial resultaram duas subescalas, uma constituída por dois itens (item 1 – As minhas crenças espirituais/religiosas dão sentido à minha vida; item 2 – A minha fé e crenças dão-me forças nos momentos difíceis) que se referem a uma dimensão vertical da espiritualidade, a que os autores denominam como «Crenças» e outra constituída por três itens (item 3 – Vejo o futuro com esperança; item 4 – Sinto que a minha vida mudou para melhor; item 5 – Aprendi a dar valor às pequenas coisas da vida), referentes a uma dimensão horizontal da espiritualidade, denominada «Esperança/Otimismo». A cotação de cada subescala é efetuada através da média dos itens da mesma, sendo que quanto maior o valor obtido em cada item, maior a concordância com a dimensão avaliada.

Tabela 4 – Comparação das médias de resposta aos itens da Escala de Espiritualidade.

Média DP Mediana Min. Máx.

CopR1 3.65 1.095 4.00 1 5

CopR2 3.56 1.068 4.00 1 5

CopR3 3.83 1.060 4.00 1 5

CopR4 3.60 1.120 4.00 1 5

Coping Resiliente 14.65 3.611 15.00 4 20

A consistência interna desta escala é de α= .800, o que é indicador de uma boa consistência interna, comparativamente à escala original (a consistência interna desta escala é de α= .74). No que concerne ao fator Crenças, obtivemos consistência de α= .94 e, o segundo fator Esperança/Otimismo revelou uma consistência de α= .76. Ambos superiores aos valores da escala original (α= .92 e α= .69, respetivamente) (cf. Tabela 5).

Tabela 5 – Cálculo da confiabilidade da Escala de Espiritualidade em contextos de saúde e respetiva comparação com a Escala original.

2.2.3. Escala Breve de Coping Resiliente (Pais-Ribeiro & Morais,

2010)

A Escala Breve de Coping Resiliente (cf. Anexo 3) (Pais-Ribeiro & Morais, 2010) é um instrumento que permite avaliar a resiliência como uma estratégia de coping, a qual foi adaptada e validada para a população portuguesa, a partir da versão original Brief Resilient Coping Scale (Sinclair & Wallston, 2003). Inicialmente, a escala incluía nove itens, entre os quais foram selecionados os quatro que, segundo os autores, operacionalizam o construto de coping resiliente, emergindo-se temáticas como o otimismo, a perseverança, a criatividade e o crescimento positivo face às adversidades. Esta é uma escala de autorresposta, unidimensional, composta por quatro itens, que visam descrever o padrão ativo de resolução de problemas, o que, por sua vez, reflete o padrão de coping resiliente. A resposta aos itens é dada numa escala ordinal, em formato de Likert, de cinco posições e sem cotação invertida: 5 – quase sempre, 4 – com muita frequência, 3 – muitas vezes, 2 – ocasionalmente, e 1 – quase nunca, cuja nota de capacidade para lidar com o stress de forma adaptativa varia entre 4 e 20. Segundo os autores da escala original, consideram-se com baixa resiliência os sujeitos com uma pontuação inferior a 13 e com uma resiliência elevada os sujeitos cuja pontuação seja superior a 17 (Sinclair & Wallston, 2003). Cronbach’s Alpha Escala original .74 Crenças .92 Esperança/Otimismo .69 Escala no estudo (n=1310) .80 Crenças .94 Esperança/Otimismo .76

Tabela 6 – Comparação das médias de resposta aos itens da Escala breve de Coping Resiliente.

Média DP Mediana Min. Máx.

Cren1 2.94 .967 3.00 1 4 Cren2 3.07 .951 3.00 1 4 EspOp1 3.22 .743 3.00 1 4 EspOp2 3.13 .815 3.00 1 4 EspOp3 3.45 .648 4.00 1 4 Crenças 3.01 .931 3.00 1 4 EspOp 3.25 .605 3.33 1 4

A consistência interna desta escala é de α= .85, o que reflete uma boa consistência interna (Marôco & Garcia-Marques, 2006), comparativamente com a escala original (α= .68) e com a escala adaptada para a população portuguesa (α= .53) (cf. Tabela 7).

Tabela 7 – Cálculo da confiabilidade da Escala breve de Coping Resiliente e respetiva comparação com as escalas original e adaptada à população portuguesa.

2.3. Procedimentos

Primeiramente, iniciou-se a exploração do tema, no que diz respeito ao estado da arte, desenvolvendo de seguida a questão de investigação e gerando hipóteses de investigação, bem como o delineamento dos respetivos objetivos. A par deste processo, foram realizados dois artigos, atualmente, submetidos para publicação, um dos quais de revisão da literatura e outro empírico.

Este estudo insere-se na investigação “Saúde, bem-estar e felicidade, ao longo do ciclo de vida PT/BR”, a qual tem como objetivo avaliar os níveis de saúde, bem-estar e felicidade em portugueses e brasileiros, assim como avaliar outras áreas relacionadas. A recolha da amostra foi efetuada no período de três meses (novembro de 2014 a fevereiro de 2015) referindo-se a natureza do estudo e assegurando o anonimato e confidencialidade da apresentação dos dados. As tarefas a realizar envolviam a forma dita “papel e lápis”, para os indivíduos com mais de 65 anos e houve, igualmente, um questionário online para os restantes indivíduos. O preenchimento dos questionários foi efetuado num momento único. Importa ressalvar que a colaboração dos participantes foi voluntária, sendo que ao longo de todo o

Cronbach’s Alpha Escala original (Sinclair & Wallson, 2003) .68 Escala adaptada à população portuguesa .53

estudo foram cumpridos os princípios éticos e deontológicos preconizados pela ordem dos Psicólogos Portugueses para a investigação em Psicologia.