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A Agenda 21 local e o desenvolvimento sustentável em Portugal : que perspetivas?

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Ano 2014 Território

Paulo Jorge Brás

Lopes Dias

A Agenda 21 Local e o desenvolvimento sustentável

em Portugal: Que perspetivas?

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Ano 2014 Território

Paulo Jorge Brás

Lopes Dias

A Agenda 21 Local e o desenvolvimento sustentável

em Portugal: Que perspetivas?

Tese apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Ciências Sociais, realizada sob a orientação científica da Doutora Elisabete Maria Melo Figueiredo, Professora Auxiliar do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro.

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o júri

Presidente Prof. Doutor António Carlos Mendes de Sousa

professor catedrático do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Aveiro

Prof. Doutora Isabel Maria Gomes Rodrigo

professora associada com agregação do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa

Prof. Doutor João António Muralha Ribeiro Farinha

professor auxiliar da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa

Prof. Doutora Elisabete Maria Melo Figueiredo

professora auxiliar da Universidade de Aveiro (orientadora)

Prof. Doutora Maria Teresa Fidélis da Silva

professora auxiliar da Universidade de Aveiro

Prof. Doutora Aida Maria Valadas de Lima Pinto Guizo

professora auxiliar do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, Instituto Universitário de Lisboa

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agradecimentos

Após o termo do Mestrado Luso-Brasileiro em Gestão e Políticas Ambientais, ficou em mim um sentimento de satisfação pela investigação desenvolvida, o que me incutiu, novamente, a vontade de elaborar um novo trabalho, desta vez inserido na área ambiental. O projeto avançou, sob a orientação da Professora Doutora Elisabete Maria Melo Figueiredo, docente a quem agradeço pelos seus ensinamentos, disponibilidade e compreensão demonstrados e ainda pelo incentivo que me foi incutindo, principalmente, nos momentos difíceis. No decorrer dos trabalhos, muitos foram os contactos efetuados no sentido de recolher informação, sendo necessário contactar organismos públicos e privados. Desses contactos, uns foram mais profícuos do que outros, no entanto, cabe-me agora retribuir a todas essas entidades a gentileza e o tempo que disponibilizaram, possibilitando a obtenção dos elementos essenciais para o trabalho. Neste contexto, começo por agradecer, de uma forma geral, devido ao número elevado de atores que deram o seu contributo para a investigação, a todos os presidentes dos municípios portugueses e de juntas de freguesia que tiveram a amabilidade e disponibilidade de, através das suas respostas aos inquéritos enviados, colaborarem na investigação.

Agradeço, igualmente, ao pessoal que me auxiliou na procura de dados, incindindo o meu grande apreço ao Instituto de Estudos Geográficos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, ao Instituto Nacional de Estatística, à Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, à Universidade de Aveiro e aos funcionários das Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia que me receberam.

Quero testemunhar de uma forma particular, a minha gratidão e estima ao Sr. António Manuel Torres da Ponte, Presidente da Junta de Freguesia de Mindelo e ao Sr. Pedro Macedo, ex-presidente da Associação dos Amigos do Mindelo para a Defesa do Ambiente, pela forma empenhada e generosa como contribuíram para a elaboração desta dissertação.

Agradeço ao professor Doutor Fernando Manuel Raposo Morgado, meu orientador de Mestrado, e professor Doutor Rui Jorge Gama Fernandes, a extrema amizade e apoio que me foram dando ao longo desta “travessia”. Agradeço, igualmente, à Dr.ª Marta Pinto, do Grupo de Estudos Ambientais da ESBUCP, o tempo dispensado e pelos dados facultados.

Não posso, ainda, deixar de mencionar o meu apreço pelos meus amigos Dr. Pedro Rui de Jesus e Doutor Nuno Quental que foram, para mim, uma referência, sempre entusiástica, na motivação que me foram dando ao longo da investigação.

Por fim, e os últimos, para mim, são sempre os primeiros, agradeço às pessoas mais próximas, principalmente a todos os amigos que colaboraram na recolha de informação “in loco” e aos meus Pais, pelo estímulo e ânimo que me foram dando, pois sem eles nada teria sido possível.

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palavras-chave

Desenvolvimento Sustentável; Mudança de paradigmas; Sustentabilidade; Participação Pública; Inclusão social; Agenda 21 Local; Princípio da Subsidiariedade; Políticas públicas.

resumo

Assumindo a sociedade atual o paradigma do desenvolvimento sustentável como modelo capaz de garantir uma gestão equilibrada dos recursos atuais que não comprometa o futuro das futuras gerações, é fundamental compreender o instrumento da Agenda 21 Local (A21L), ferramenta saída da Conferência do Rio, em 1992, que se apresenta como uma resposta internacional aos objetivos da sustentabilidade. Ao constituir-se como país signatário da Declaração do Rio, Portugal assumiu o compromisso de cooperar internacionalmente para a aplicação deste instrumento, no esforço comum de unir a proteção do ambiente com o desenvolvimento económico e social. Verifica-se que a resposta de Portugal, em matéria de A21L, foi pouco conseguida, marcada por um arranque ténue, desconcertado e disperso a que acresce o caráter dúbio que caracterizou a natureza dos primeiros processos e que, no quadro internacional, atira Portugal para o grupo de países europeus que mais tardiamente conseguiram responder ao apelo da comunidade internacional no que se refere à implementação de A21L. Neste âmbito, esta dissertação visa aprofundar o conhecimento cientifico sobre este instrumento no quadro das experiências de Agenda 21 Local implementadas no território português. O trabalho procurou examinar os objetivos, características e resultados dos processos de Agenda, dando atenção aos elementos individuais que marcaram cada um e, igualmente, avaliando as repercussões que estes tiveram no todo nacional.

O estudo incidiu na dinâmica espaciotemporal das Agendas21L, no território nacional, e na análise integrativa de indicadores físicos, sociais e económicos que permitiram compreender as especificidades e os contrastes verificados nos processos implementados e desenvolvidos. Na investigação não foram, igualmente, negligenciadas questões históricas, políticas e culturais, sabendo-se da importância que estes vários domínios configuram no caso português. O trabalho contou com uma investigação assente na seguinte metodologia: i) Revisão da literatura e recolha de dados bibliográficos sobre a temática da Agenda 21 Local; ii) Levantamento de informação, através de um inquérito por questionário, dirigido a todas as localidades do País, onde decorrem Agendas 21 Local, a fim de complementar informação já processada; iii) Pesquisa direta de dados no terreno que envolveu a utilização de procedimentos de teor quantitativo (inquérito por questionário) e de teor qualitativo (entrevistas), relativamente ao caso de estudo (Agenda 21 Local de Mindelo); iv) Tratamento e análise dos resultados obtidos através da confrontação da perspetiva teórica com a prática com a consequente elaboração de conclusões fundamentadas pela confrontação dos dados com as hipóteses.

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para os problemas locais existentes.

Os resultados empíricos da investigação identificam uma série de dificuldades que condicionaram o arranque e progresso das A21L. Desde logo, a inabilidade dos poderes políticos locais em trabalharem com um modelo que rompe com as típicas e tradicionais formas pré-concebidas de fazer política, isto é, com as práticas instituídas dos políticos fazerem “política” para os cidadãos e não “com” os cidadãos. O próprio desconhecimento do poder político local quanto à natureza de um processo de A21L que evidenciou inaptidão, impreparação e até embaraço para lidar com este instrumento, resultando na necessidade, na grande maioria dos processos desenvolvidos, de serem acompanhados por entidades externas que cooperaram na sua dinamização. Acresce que a nova dinâmica, subjacente à A21L, que desafia os governos locais a mobilizar a participação generalizada dos cidadãos e apela à participação de novos atores (associações, grupos de interesse, ONG e atores sociais, em geral) para a definição de estratégias de desenvolvimento local, não é totalmente aceite pelos vários poderes locais que, não raras vezes, menosprezam a importância dos cidadãos nos momentos de tomada de decisão. A falta de empenho do governo central, em matéria de sustentabilidade, que negligenciou, numa primeira etapa, a figura do poder central na assessoria às entidades locais cerceou o país da existência de uma campanha nacional para a afirmação deste instrumento. A falta/insuficiência de recursos financeiros como resultante da ausência de apoios estatais e a dificuldade na obtenção de fundos da União Europeia configurou-se como um entrave à promoção dos processos ficando as entidades locais e regionais incapazes de ultrapassar a falta de meios imprescindíveis para o desenvolvimento da A21L. O próprio desconhecimento generalizado dos cidadãos sobre a A21L afigura-se como um estigma ao sucesso de qualquer processo com as caraterísticas de um instrumento A21L visto que a participação dos cidadãos é condição sine qua non para a sua operacionalização. Neste quadro, e olhando o futuro, urge a necessidade das autoridades locais criarem modelos de autofinanciamento capazes de garantir a criação, funcionamento e manutenção de infraestruturas económicas e sociais subjacentes aos programas de A21L, assim como o dever do poder político em reforçar a importância da função da informação e da mobilização dos cidadãos em prole do desenvolvimento sustentável, ações indispensáveis para a execução das políticas inerentes à A21L.

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Keywords

Sustainable Development; Paradigm shift; Sustainability; Public Participation; Social inclusion; Local Agenda 21; Principle of subsidiarity; Public policies.

abstract

Since current society has engaged in the paradigm of sustainable development as the model capable of guaranteeing the balanced management of actual resources in such a way that will not compromise the future of future generations, the Agenda 21 Local (A21L), the tool which resulted from the 1992 Rio Conference, must be understood as an international response to the sustainability goals. As a signatory of the Rio Declaration, Portugal undertook to cooperate internationally for the implementation of this tool, in a joint effort to combine environmental protection and economic and social development. Portugal's response regarding the A21L was manifestly unsuccessful; it got off to a slow, disconcerted and disperse start, besides the dubious nature of the early procedures, which in the international framework threw Portugal into the group of European countries that responded late to the appeal of the international community. Consequently, the present dissertation aims at enhancing the scientific knowledge about this tool in the framework of the Agenda 21 Local experiments conducted on the Portuguese territory. This project sought to test the objectives, features and outcomes of the Agenda's procedures, while focusing on the individual components of each of these and assessing their impact across the country.

The study focuses on the space-time dynamics of the Agendas21L on the national territory, and the broad analysis of the physical, social and economic indicators which enabled us to understand the specificities and contrasts highlighted in the procedures implemented and developed. Furthermore, the research also took into account historical, political and cultural issues, considering their relevant role in the Portuguese case. The project adopted the following research methodology: i) literature review and collecting of bibliographical data on the theme Agenda 21 Local; ii) collecting information through a questionnaire-based survey, conducted in all parts of the country where the Agendas 21 Local were implemented, in view of complementing processed information; iii) direct data researching on the ground, which involved quantitative (survey questionnaire) and qualitative (interviews) procedures, for the case-study (Agenda 21 Local in Mindelo); iv) processing and analysing the findings, comparing the theoretical outlook to practice, and consequently drawing evidence-based conclusions by comparing data and hypotheses.

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matters.

The empirical findings of the research outlined a series of constraints, which hindered the implementation and progress of the A21L. First, the local politicians' inability to work with a model that breaks with the typical and traditional preconceived ways of conducting politics, i.e. politicians' standing practices of doing “politics” for the people and not "with" the people. The local politicians' unfamiliarity with the nature of the A21L revealed lack of skills and preparation and even some discomfort in using this tool. Consequently, in most of the processes, external entities took part in the implementation thereof. The new dynamics underpinning the A21L, which challenges local governments to mobilise the involvement of citizens and appeals to the participation of new players (associations, interest groups, NGOs and social actors, in general) for adopting local development strategies, is not broadly accepted by the local powers which, quite often, disregard the citizens at the time of making decisions. The central government's lack of commitment to sustainability, which initially ignored its part in supporting the local entities, deprived the country of a national campaign aiming at the widespread implementation of this tool. The lack of/insufficient funding as a result of missing State support, and the difficulties in obtaining European Union funds were an obstacle to the promotion of procedures, being local and regional entities on their own unable to overcome the lack of essential means for implementing A21L. The overall lack of knowledge among the public about A21L is a stigma undermining the success of any process with the characteristics of an A21L tool, since citizens' participation was a mandatory requirement for making it fully operational. In this context, and looking at the future, the local authorities must create self-financing means for ensuring that the economic and social infrastructures are designed, functioning and maintained for supporting the A21L programmes, and that they are equally liable for enhancing the function of informing and mobilizing citizens for sustainable development, all of which are indispensable for implementing policies inherent in A21L.

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ÍNDICE

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 1

1.1 Argumento 2

1.2 Enquadramento 6

1.3 Objetivos e Metodologia de Investigação 19

1.4 Estrutura do trabalho 21

CAPÍTULO 2 - CAMINHOS PARA A SUSTENTABILIDADE 23

2.1 Introdução 23

2.2 O Meio Ambiente e a Sociedade: relação do Homem com a Natureza numa

perspetiva sociológica 25

2.3 O desenvolvimento sustentável como paradigma atual do desenvolvimento humano 39

2.3.1 Antes de Bruntland 39

2.3.2 O Desenvolvimento Sustentável 46 2.3.2.1 As várias perspetivas de sustentabilidade 57 2.3.3 Da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente (1992) até à

atualidade: o emergir da Agenda 21 Local 71

2.3.3.1 Participação Pública 85

2.4 A Natureza da Agenda 21 Local 92

2.4.1 Objetivos gerais da A21L 92

2.4.2 A essência de uma Agenda 21 Local 95 2.4.3 Ferramentas para a execução da A21L 100

2.4.4 Metodologia da A21Local 106

2.5 Agenda 21 Escolar 110

CAPÍTULO 3 - AGENDA 21 LOCAL COMO INSTRUMENTO PROMOTOR DE

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 119

3.1 Introdução 119

3.2 Origem e percurso no Mundo 120

3.2.1 Processos de A21 Local a decorrer a nível mundial / regional 128

a) Europa 128 b) -Ásia e Pacífico 129 c) África 131 d) América Latina 133 e) América do Norte 135 f) Médio Oriente 137

(14)

ii ÍNDICES

3.3 A experiência europeia e os fatores condicionantes da Agenda 21 local 139 3.3.1 Políticas e práticas decorrentes da evolução dos processos de A21L na Europa

139 3.3.2 Análise, por grupos de países, de acordo com o grau de resposta às iniciativas das Agendas 21Locais

147

i) Suécia; Reino Unido e Holanda 147

ii) Dinamarca, Noruega e Finlândia 150

iii) Alemanha e Áustria 153

iv) Itália, França, Espanha, Portugal e Irlanda 156 3.4 O caso português. Enquadramento histórico-social de Portugal em matéria de

sustentabilidade. 169 3.4.1 Antes de 1974 169 3.4.2 De 1974-1980 171 3.4.3 Década de 80 175 --- -3.4.3.1 De 1980 a 1986 175 --- 3.4.3.2 De 1986 a 1990 177 3.4.4 Década de 90 180

3.4.5 Do ano 2000 até à atualidade. 186

3.5 Representações e práticas dos portugueses sobre o ambiente 201 3.5.1 Conhecimentos, preocupações e sensibilidade dos portugueses face às

questões ambientais – sua evolução. 201

CAPÍTULO 4 - PROBLEMÁTICA, HIPÓTESES DE TRABALHO, METODOLOGIA E CCASO DE ESTUDO 209 4.1 Introdução 209 4.2 Problemática 210 4.3 Hipóteses de Trabalho 211 4.4 Metodologia 212

4.4.1 Instrumentos de recolha de informação 213 4.4.2 Definição da área de inquirição e da população – alvo e construção da amostra para o caso de Mindelo

216

4.4.2.1 Área de inquirição 216

4.4.2.2 População Alvo 217

4.4.2.3 Atividades preparatórias à aplicação do inquérito 219

4.5 Caso de estudo de Mindelo 221

4.5.1 Enquadramento geográfico 221

4.5.2 Aspetos físicos 223

(15)

4.5.3 Caraterização socioeconómica 229 4.5.3.1 Setores de atividade 233 --- 4.5.3.1.1 Setor Primário 234 4.5.3.1.2 Setor Secundário 241 --- 4.5.3.1.3 Setor Terciário 243 a) movimentos pendulares 245 b) modos de transporte 246 c) alojamentos e edifícios 248 4.5.4 Aspetos ambientais 249 4.5.4.1 Água 249 4.5.4.2 Solo 257 4.5.4.3 Biodiversidade 260 4.5.4.4 Ar 261

4.6 Agenda 21 Local de Mindelo 263

CAPÍTULO 5 - ANÁLISE AOS PROCESSOS DE AGENDA 21 LOCAL DE ÂMBITO NACIONAL

265

5.1 Introdução 265

5.2 Análise global aos processos de Agendas 21 Local a nível nacional 266 5.3 Resultados da Aplicação do Inquérito por Questionário aos promotores das A21L em Portugal

279

5.4 Sistematização 312

5.5 Resultados da Aplicação do Inquérito por Questionário à População de Mindelo 315 5.5.1 Comunidade local e participação pública 315 5.5.2 Comunidade local e conhecimento da natureza da Agenda 21Local 344 5.5.3 Relação da comunidade local com a Agenda 21Local de Mindelo 350

5.6 Sistematização 363

5.7 Discussão dos Resultados 366

CAPÍTULO 6 - CONCLUSÕES 385

6.1 Limitações e sugestões para investigações futuras 397

(16)
(17)

ÍNDICE DE FIGURAS

Fig.1.1 Metodologia aplicada na dissertaçãoU.UUUUUUUUUUUUUUUUU.. 20 Fig.2.1 Conjunto básico de indicadores de desenvolvimento sustentável segundo a

OECDUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU. 69 Fig.2.2 Objetivos Gerais da A21LUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.U... 92

Fig.2.3 Esquema das quatro fases do processo de planeamento da A21L UUU.UU.. 107 Fig.2.4 Participação dos atores sociais num processo de Agenda 21 EscolarUU.U.U 115

Fig.2.5 Fases da Agenda 21 EscolarUUUUUUUUUUUUUUUUU...UU... 115 Fig.3.1 Processos de Agendas 21 Local em curso, a nível internacional (1997/2001)U. 121 Fig.3.2 Número de países com A21L, no Mundo (1997/2001)UUUUUUUUUUU.. 121 Fig.3.3 Setores representados nos processos de Agenda 21 Local, a nível mundial.. 124 Fig.3.4 Principais parceiros nos processos de Agenda 21 Local, a nível mundialUUU. 124 Fig.3.5 Setores de intervenção prioritários nos processos globais de Agenda 21 Local.. 125 Fig.3.6 Integração da A21L ou do processo de Desenvolvimento Sustentável nas

políticas locais... 126 Fig.3.7 Número de processos de A21L no MundoU... 127 Fig.3.8 Principais áreas de intervenção das A21L na EuropaUUUUUUUUU...UU 129 Fig.3.9 Principais áreas de intervenção das A21L na região da Ásia e PacíficoUUUU 130 Fig.3.10 Principais áreas de intervenção das A21L em ÁfricaUUUUUUUUUUUU 132 Fig.3.11 Principais áreas de intervenção das A21L na América LatinaUUUUUUUU. 134 Fig.3.12 Principais áreas de intervenção das A21L na América do NorteUUUUUUU. 136 Fig.3.13 Países da região do Médio Oriente com A21L em cursoUUUUUUUUUU.. 137 Fig.4.1 Percentagem de inquiridos por sexoUUUUUUUUUUUUUUUUUU.... 218 Fig.4.2 Percentagem de inquiridos por faixa etáriaUUUUUUUUUUUUUUUU. 218 Fig.4.3 Percentagem de inquiridos por níveis de escolaridadeUUUUUUUU... 219 Fig.4.4 Localização do concelho de Vila do Conde em PortugalUUUUUUUUUU. 221 Fig.4.5 Localização da freguesia de Mindelo no concelho de Vila do CondeUUUUU. 221 Fig.4.6 Limites geográficos da freguesia de MindeloUUUUUUUUUUUUUUU.. 222 Fig.4.7 Freguesias do concelho de Vila do CondeUUUUUUUUUUUUUUU.U. 222 Fig.4.8 Rede Rodoviária (Grande Porto)UUUUUUU..UUUUUUUUUUUUU. 224 Fig.4.9 Planta da Reserva Ornitológica do Mindelo (de 1957)UUU.UUUUUUUU. 225

Fig.4.10 Evolução do uso do solo na Reserva Ornitológica do Mindelo, entre 1958 e

(18)

vi ÍNDICES

Fig.4.11 Evolução da população residente na freguesia de Mindelo (1991 a 2001)UUU 230 Fig.4.12 Evolução da população residente no concelho de Vila do Conde (1991 a 2001). 230 Fig.4.13 Evolução da população residente na Região do Grande Porto (1991 a 2001)U. 230 Fig.4.14 Densidade populacional no concelho de Vila do Conde e em Mindelo (2001)U. 230 Fig.4.15 Evolução da taxa de analfabetismo no concelho de Vila do Conde e em

Mindelo, no período entre 1991 a 2001UU..UUUUUUUUUUUUUU... 231 Fig.4.16 População inativa no concelho de Vila do Conde e em Mindelo, em 2001UUU 233 Fig.4.17 Distribuição da população ativa no concelho de Vila do Conde e em Mindelo,

em 2001UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 233

Fig.4.18 Evolução da população ativa por setores de atividade em Mindelo (1991 a 2001) UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU. 234 Fig.4.19 Aptidão da terra para usos agrícolas, 2002UUUUUUUUUUUUUUU.... 236 Fig.4.20 Tipo de ocupação do solo agrícola e florestal na primavera/verão, em Mindelo.. 237 Fig.4.21 Tipo de ocupação do solo agrícola e florestal no outono/ inverno, em MindeloU 237 Fig.4.22 Número de explorações e número do efetivo animal em Mindelo, no ano de

1999UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU. 238

Fig.4.23 Localização das vacarias em MindeloUUUUUUUUUUUUUUUUU..U 238 Fig.4.24 Frequência de explorações com quota leiteira por classe de quantidade de

chorume aplicado por área de SAU (2005)UUUU.UUUUUUUUU... 239 Fig.4.25 Percentagem de estabelecimentos do setor terciário, por ramo de atividade, na

freguesia de Mindelo, no ano de 1998UUUUUUUU..UUUUUUUUU... 244 Fig.4.26 Destinos da população residente em MindeloUUUUUUUUUUUUUUU 245 Fig.4.27 Principais motivos das deslocações pendulares da população residente em

MindeloUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU. 245 Fig.4.28 Modos de transporte utilizados pelos residentes da freguesia de Mindelo, em

1991 e 2001UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU... 246 Fig.4.29

População residente empregada ou estudante segundo o tempo gasto, em média, numa ida para o local de trabalho ou estudo em Mindelo, em 1991 e

2001UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU. 247

Fig.4.30 População residente de Mindelo empregada ou estudante segundo o local de trabalho ou estudo, entre 1991 e 2001UUUUUUUUUUUUUUUU... 247 Fig.4.31 Áreas de expansão urbana na freguesia de MindeloUUUUUUUUUUUU. 248 Fig.4.32 Poluição das vacariasUUUUUUUUUUUU..UUUUUUUUUUUUU 249 Fig.4.33 Pessoas residentes, segundo instalações de água canalizada, em MindeloUU 251 Fig.4.34 Distância de aplicação dos chorumes a habitações/captações ou linhas de

águaUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU..U. 251

Fig.4.35 Localização das vacarias e das linhas de água na freguesia de MindeloUUU.. 251 Fig.4.36 Quantidade de água distribuída e de efluentes produzidos em Mindelo, por

setor, por mês (2004)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 253 Fig.4.37 Quantidade de efluentes produzidos per capita no setor industrial em Mindelo e

(19)

Fig.4.38

Alojamentos familiares, ocupados como residência habitual, segundo instalações sanitárias existentes nos alojamentos, em Mindelo e no concelho de Vila do CondeU... 254 Fig.4.39 Localização das zonas balneares... 256 Fig.4.40 Edifícios segundo a existência de recolha de resíduos sólidos urbanos no

concelho de Vila do Conde e em Mindelo (2001)UUUUUUUUUUUUU... 258 Fig.4.41 Quantidade e tipologia de equipamentos de recolha em MindeloUUUUUU.. 259 Fig.5.1 Total de Municípios com A21L em Portugal (2006)... 266 Fig.5.2 A21L em Portugal (set.2009)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU. 267 Fig.5.3 A21L integrados em processos regionaisUUUUUUUUUUUUUUUUU 267 Fig.5.4 Evolução do número de A21L em Portugal (2006 / set.2009)UUUUUU.UU. 268 Fig.5.5 Carater das A21L a decorrer nos municípios portugueses (set.2009)UUUUU 268 Fig.5.6 Caracterização das fases em que se encontram as A21Locais em curso em

Portugal ...UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 270 Fig.5.7 Principais parceiros na implementação de A21Locais em curso, em Portugal

(2006) ... 271 Fig.5,8 Fases de desenvolvimento dos processos em curso (set.2009)UUUUU.UU 272 Fig.5.9 Signatários de Aalborg e efetivação dos princípios da sustentabilidade, através

de iniciativas de A21L em Portugal UUUUUUUUUUUUUUUU.UUU. 272 Fig.5.10 Processos de A21L com financiamentos de proveniência externa, em Portugal

(2006)... 273 Fig.5.11 Fontes de apoio financeiro aos processos de A21L, em Portugal (2006)... 274 Fig.5.12 Percentagem de respostas aos inquéritosUUUUUUUUUUUUUUU...U 279 Fig.5.13 Relação do número de inquéritos recebidos por localidade geográfica (distritos) 279 Fig.5.14 Inquiridos por grupos etáriosUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 280 Fig.5.15 Inquiridos por grau de formação académicaUUUUUUUUUUUUUUU... 281 Fig.5.16 Inquiridos com formação na área ambientalUUUUUUUUUUUUU..UU. 281 Fig.5.17 Número de anos de serviço desempenhado na função de Autarca / Presidente

de JuntaUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.UU 281

Fig.5.18 Ano de início da implementação das A21LUUUUUUUUUUUUUUUU. 282 Fig.5.19 Entidades promotoras que integram uma rede ou organização de DSUUUU.. 283 Fig.5.20 Entidades responsáveis pela implementação das A21L, em Portugal UUU.U. 284 Fig.5.21 Resposta dada quando se perguntou se a metodologia aplicada aos processos

se identificava com as fases constantes na pergunta anterior UUUUUUU... 286 Fig.5.22 Resposta sobre a constituição de fórum, comissão ou grupo de trabalho ... 287 Fig.5.23 Processos de A21L alvo de interrupções (%)UUU... 289 Fig.5.24 Resposta dos inquiridos sobre se o processo tinha recorrido apenas a

financiamento local (%) UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.UU. 290 Fig.5.25 Fontes de financiamento externo dos processos de A21L (%) UUUUUU...U 291 Fig.5.26 Papel reservado à população nos processos de tomada de decisão (%) UUU. 294

(20)

viii ÍNDICES

Fig.5.27 Resposta dos inquiridos quando questionados sobre se a comunidade local tinha acesso aos resultados da A21L (%)UUUUUUUUUUUUUUUUU 299 Fig.5.28 Avaliação, pelo poder local, da participação da população na vida política (%) .. 300 Fig.5.29 Avaliação do poder político local sobre a facilidade de implementação de A21L,

no terreno (%)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU... 303

Fig.5.30 Principais dificuldades, segundo os inquiridos, à implementação das A21L (%) 303 Fig.5.31 Vertentes que mais beneficiaram com a implementação das A21L, no terreno

(%) UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 306

Fig.5.32

Resposta dos inquiridos, quando questionados sobre o contributo da A21L para a criação ou consolidação de novas organizações e/ou movimento sociais

/ ambientais (%)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU... 308

Fig.5.33 Respostas dos inquiridos, quando se perguntou se foram elaboradas A21escolar no decorrer dos processos de A21L (%)UUUUUUUUUUUU. 309 Fig.5.34 Resposta dos inquiridos, quando lhes foi perguntado sobre a existência de

apoio governamental aos processos locais (%)UUUUUUUUUUUUU..U 310 Fig.5.35 Resposta dos inquiridos à questão sobre qual a importância dada ao papel do

Estado para a implementação das A21L (%)UUUUUUUUUUUUUUU. 310 Fig.5.36 Perspetiva dos inquiridos, sobre a participação dos cidadãos nos processos da

A21L (%)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.... 311

Fig.5.37 Nível de participação, da comunidade local, na vida públicaUUUUUUUU... 316 Fig.5.38 Nível de participação dos inquiridos, por grupos etários, na comunidade local

(%)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 316

Fig.5.39 Caixa de bigodes para as variáveis idade / grupo de participação dos inquiridos 316 Fig.5.40 Fatores responsáveis pela não participação, da comunidade local, na vida

pública %)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 319

Fig.5.41 Formas de participação cívica da comunidade local (%) U.UUUUUUU..U.. 320 Fig.5.42 Número de indivíduos, em percentagem, que pretende participar ativamente,

no futuro, na vida pública da freguesiaUUUUUUUUUUUUUUUUUU. 321 Fig.5.43 Número de inquiridos, por grupo etário, que respondeu quer participar

ativamente, no futuro, na vida pública da freguesia (%)UUUUUUUUUUU 321 Fig.5.44 Caixa de bigodes para as variáveis idade / nível de participaçãoUUUUUU... 322 Fig.5.45 Fatores que explicam a faltam de empenho dos mindelenses em não querer

participar na vida pública da freguesia (%) UUUUUUUUUUUUUU... 324 Fig.5.46 Áreas temáticas de maior interesse segundo os inquiridos (%)UUUUUU.U. 325 Fig.5.47 Áreas temáticas de maior interesse, por grupos etários(%)UUUUUUUUU. 325 Fig.5.48 Associações de defesa do ambiente que os inquiridos conhecem (%) UUU.U 326 Fig.5.49 Fatores apontados pelos inquiridos para a falta de associativismo às

associações de cariz ambiental (%)UUUUUUUUUUUUUUUUUU..U 327 Fig.5.50 Apreciação dos inquiridos à qualidade do ambiente em Mindelo (%)UUUUU. 327 Fig.5.51 Apreciação da qualidade do ambiente em Mindelo, por grupos etários (%) .U... 328 Fig.5.52 Caixa de bigodes para as variáveis idade / avaliação do ambiente localUUU.. 329 Fig.5.53 Grau de preocupação dos inquiridos, relativamente aos problemas ambientais

(%)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 329

Fig.5.54 Grau de preocupação dos inquiridos, relativamente aos problemas ambientais, por grupos etáriosUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.... 330 Fig.5.55 Postura dos inquiridos, quando questionados se estariam dispostos a pagar

(21)

Fig.5.56 Razões que levam os inquiridos a recusar pagar mais pelos bens e

serviços(%) UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 333

Fig.5.57 Principais problemas ambientais, em Mindelo, segundo os inquiridos (%) UU.. 334 Fig.5.58 Principais meios utilizados, pelos inquiridos, para ter acesso a informação (%) . 335 Fig.5.59 Razões que levam os inquiridos a não procurarem informação relativa a

assuntos de ordem social e ambiental (%) UUUUUUUUUUUUUUUU. 339 Fig.5.60 Apreciação dos inquiridos quanto ao modo como os meios de comunicação

divulgam informação relativa a problemas de cariz social e ambiental (%) UU.. 340 Fig.5.61 Número de inquiridos que participaram em ações de protesto em prole do

ambiente (%) U.UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 341

Fig.5.62 Nível de participação em ações de protesto em prole do ambiente, por grupo

etário (%)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU 342

Fig.5.63 Caixa de bigodes para as variáveis idade / nível de participação para ações

ambientaisUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU. 342

Fig.5.64 Razões que levam os inquiridos a não participarem em ações de protesto (%) . 343 Fig.5.65 Resposta dos inquiridos sobre quais os aspetos que um processo de A21L

aborda (%) UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU... 344

Fig.5.66 Resposta dos inquiridos sobre quais os aspetos que um processo de A21L aborda, por grupos etários (%)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 345 Fig.5.67 Caixa de bigodes para as variáveis idade / grau de conhecimento sobre a

natureza de um processo de A21LUUUUUUUUUUUUUUUUUUU... 345 Fig.5.68 Resposta dos inquiridos sobre o número de A21L a decorrer no País,

atualmente (%)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU 348

Fig.5.69 Resposta dos inquiridos sobre quais os principais promotores dos processos de

A21L (%)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU 348

Fig.5.70 Resposta dos inquiridos sobre o conhecimento de algum processo de A21L em Mindelo (%)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.U.. 350 Fig.5.71 Resposta dos inquiridos, por grupos etários, sobre o conhecimento de algum

processo de A21L em Mindelo (%)UUUUUUUUUUUUUUUU..UUU. 351 Fig.5.72 Caixa de bigodes para as variáveis idade / grau de conhecimento da A21L de

MindeloUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU 351

Fig.5.73 Principais meios consultados pelos inquiridos para saber da existência da A21L de Mindelo (%)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU...U 353 Fig.5.74 Principais meios consultados, por grupo etário, para saber da existência da

A21L de Mindelo (%)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU... 353

Fig.5.75 Caixa de bigodes para as variáveis idade / meios consultados para ter conhecimento da A21L de MindeloUUUUUUUUUUUUUUUUUU..U. 354 Fig.5.76 Resposta dos inquiridos quando questionados sobre a fase em que se

encontra o processo de A21L de Mindelo (%) UUUUUUUUUUUU...UU 355 Fig.5.77 Principais resultados decorrentes da implementação da A21L em Mindelo (%) . 356 Fig.5.78 Principais razões, segundo os inquiridos, para o seu não envolvimento nos

trabalhos da A21L de Mindelo (%) UUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 357 Fig.5.79 Principais razões, por grupo etário, para a falta de envolvimento dos inquiridos

nos trabalhos da A21L de Mindelo (%) UUUUUUUUUUUUUUUUUU 358 Fig.5.80 Caixa de bigodes para as variáveis idade / razões da falta de envolvimento dos

inquiridos nos trabalhos da A21L de MindeloUUUUUUU.UUUUUUUU 359 Fig.5.81 Questões mais problemáticas, segundo os inquiridos, que afetam a freguesia

de Mindelo (%) UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU 360

Fig.5.82 Resposta dos inquiridos, quando confrontados sobre as áreas onde poderiam contribuir para resolver os problemas que afetam a localidade (%) UUU... U...

(22)
(23)

ÍNDICE DE QUADROS

Q.2.1 Objetivos do MilénioUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 81 Q.2.2 Tipo de envolvimento na participação públicaUUUUUUUUUUUU.UUUU. 90 Q.2.3 A Agenda21 Local e seus objetivosUUUUUUUUUUU..UUUUUUUUU.. 93 Q.2.4 A escada da participação das crianças nos processos de DSUUUUUUUUU... 113 Q.2.5 Principais diferenças entre uma A21Local e A21Escolar... 114 Q.3.1 Países europeus agrupados de acordo com a cronologia de arranque às iniciativas

das A21LUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU..UUUUUUUUU 146 Q.3.2 A Constituição da República Portuguesa, a instituição de um estado democrático e

as autarquias locaisUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU... 172 Q.3.3 Mudanças na política de desenvolvimento regional e localUUUUUUUUUUU 174 Q.4.1 Universo da população alvo de Mindelo, por grupos etários, sexo e nível de

instrução UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU. 217

Q.4.2 Amostra da população de Mindelo (10%), por grupos etários, sexo e nível de

instruçãoUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 217

Q.4.3 População residente em Mindelo e no concelho de Vila do Conde, por faixa etária

(2001)IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII. 230

Q.4.4 Nível de escolaridade no concelho de Vila do Conde e em Mindelo, 2001... 231 Q.4.5

População economicamente ativa, empregada e desempregada, segundo a condição de procura de emprego e taxas de atividade e de desemprego (1991 a 2001)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU ..

232 Q.4.6 SAU e número de explorações em Mindelo (1999)UUUUUUUUUUUUUU. 235 Q.4.7 Variação do número de explorações e SAU, no período entre 1989 a 1999, em

MindeloUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU. 235

Q.4.8 Número de empresas, por ramo de atividade com sede no concelho de Vila do Conde e na freguesia de Mindelo, referente ao ano de 1997...U 242 Q.4.9 Número de estabelecimentos do setor terciário, por ramo de atividade, no

concelho de Vila do Conde e na freguesia de Mindelo, no ano de 1998UUUUU.. 244 Q.4.10 Alojamentos e edifícios em Mindelo e no concelho de Vila Nova, em 2001UUUU 248 Q.5.1 Casos Intermunicipais de A21LUUUUUUUUUUUU..UUUUUUUUUU. 268 Q.5.2 Casos Municipais de A21LUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU... 269

Q.5.3 Casos em FreguesiasUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU 269

Q.5.4 Cooperação técnica externa, por fases, nos processos de A21LUUUUUUUU.. 285 Q.5.5 Entidades responsáveis pela organização do fórum(s) nos processos de A21LUU 288 Q.5.6 Periodicidade das reuniões dos fórunsUUUUUUUUUUUUUUUUUUU. 288 Q.5.7 Modo de funcionamento de um Fórum da Agenda 21LUUUUUUUUUUUU.. 289 Q.5.8 Etapas percorridas no desenvolvimento dos processos de A21L (%) U... 290 Q.5.9 Fontes de financiamento dos processos de A21L (%)UUUUUUUUUUUUU 291

(24)

xii ÍNDICES

Q.5.10 Principais meios utilizados para informar a população local sobre os trabalhos da A21L

(%)UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.. 293

Q.5.11 Fases em que a população local participou nos processos de A21L (%)... 298 Q.5.12 Nível de participação dos inquiridos, por habilitações literárias, na comunidade

local (%) UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU. 317

Q.5.13 Número de inquiridos, por habilitações académicas, que respondeu quer participar ativamente, no futuro, na vida pública da freguesia (%)U... 322 Q.5.14 Grau de preocupação dos inquiridos relativamente aos problemas ambientais, por

habilitações literárias (%) UUU... 330 Q.5.15 Principais meios utilizados, pelos inquiridos, para ter acesso a informação, por

habilitações literárias (%) UUU...UUU..UUUUUUUUUUUUUUUUU 336 Q.5.16 Resposta dos inquiridos sobre quais os aspetos que um processo de A21L

aborda, por habilitações literárias (%)UUUU...UUUUUUUUUUUUU.U... 346 Q.5.17 Resposta dos inquiridos, por habilitações académicas, sobre o conhecimento da

(25)

ÍNDICE DE TABELAS

Tab.3.1 Síntese dos Países com processos de A21L com Campanhas NacionaisUU.. 122 Tab.3.2 Papel desempenhado pelos Stakeholders e Autoridades Locais no processo de

Agenda 21L, a nível mundialUUUUUUUUUUUUUUUUUU..U.U 123 Tab.3.3 A21Locais nos países europeusUUUUUUUUUUUUUUUUU..UU.... 128 Tab.3.4 A21L nos países da região Ásia/PacíficoUUUUUUUUUUUUU.UUU.. 130 Tab.3.5 A21Locais nos países africanosUUUUUUUUUUUUUUU..UUUU.. 131 Tab.3.6 A21Locais nos países da América LatinaU..UUUUUUUUUUU..UUUU 133 Tab.3.7 A21Locais nos países da América do NorteUUUUUUUUUUUUUUUU. 135 Tab.3.8 A21Locais nos países do Médio OrienteUUUUUUUUUUUUU..UUUU 137 Tab.3.9 Impulso outorgado à A21L na EuropaUUUUUUUUUUUUUU..UUUU. 161 Tab.3.10 Estratégia e financiamento da A21LUUUUUUUUUUUUUUU..UUUU 162 Tab.4.1 Parâmetros de qualidade da água na Ribeira de Silvares...UUUUU 255 Tab.4.2 Qualidade da água nas zonas balneares de Árvore, Mindelo, Vila Chã e

Labruge para os anos de 1994 a 2004 e em maio de 2005UUUUUU...UUU 257 Tab.4.3 Área de RAN e REN na freguesia de MindeloUUUUUUUUUUUUUUU 258 Tab.4.4 Níveis máximos de ozono (O3) registados na estação fixa de qualidade do ar de

Vila do Conde e comparação com a legislação nacional em vigorUUUUUU.. 261 Tab.4.5

Níveis máximos de partículas em suspensão (PM10) registados na estação fixa de qualidade do ar de Vila do Conde e comparação com a legislação nacional em vigorUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU..

(26)
(27)

LISTA DE ACRÓNIMOS

AEA - Agência Europeia do Ambiente APA - Agência Portuguesa do Ambiente A21 - Agenda 21

A21L - Agenda 21 Local A21E - Agenda 21 Escolar

APD - Ajuda Pública ao Desenvolvimento

AID - Associação Internacional de Desenvolvimento CFCs - Clorofluorcarbonos

CCE - Comissão das Comunidades Europeias CEE - Comunidade Económica Europeia

CECVS - Conferência Europeia sobre Cidades e Vilas Sustentáveis

CNUMAD - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento CNUMAH - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano

CMDS - Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável CMMAD - Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CQNUAC - Conferência Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas CNADS - Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

CQMC - Convenção Quadro sobre Mudança Climática

DPCSD - Department of Policy Co-ordination and Sustainable Development of the United Nations DR - Declaração do Rio

DWW - Dominant Western Worldview

EDEC - Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário ENDS - Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável ERSAR - Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos

(28)

xvi ÍNDICES GEE - Gases de efeito estufa

GEF - Global Environment Facility HEP - Human Exemptionalism Paradigm IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

ICLEI - International Council for Local Environmental Initiatives IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change

IUCN - International Union for Conservation of Nature

MAOTDR - Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional.

NEP - New Ecological Paradigm

OECD - Organisation for Economic Co-operation and Development ONU - Organização das Nações Unidas

OMM - Organização Meteorológica Mundial

PIENDS - Plano de Implementação Nacional para o Desenvolvimento Sustentável PIB - Produto Interno Bruto

PNB - Produto Nacional Bruto

PNUA - Programa das Nações Unidas para o Ambiente RTP - Rádio Televisão Portuguesa

UE - União Europeia

UNCHS - United Nations Centre for Human Settlements

UNCED - United Nations Conference on Environment and Development UNCTAD - United Nations Conference on Trade and Development UNDP - United Nations Development Programme

UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization UNEP - United Nations Environment Programme

(29)

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

“Por mais longa que seja a caminhada, o mais importante é dar o primeiro passo”

(30)

2 INTRODUÇÃO

1.1 ARGUMENTO

Toda e qualquer política pública, em Portugal, deve ser elaborada na perspetiva do desenvolvimento sustentável, conceito sistémico, saído do Relatório de Brundtland, em 1987, que se baseia num modelo de desenvolvimento global que assenta na procura de um ponto de equilíbrio entre crescimento económico, equidade social e preservação ambiental. A nossa situação, como país membro da União Europeia desde 1986, data a partir da qual a legislação nacional passou igualmente a ser regulada pela legislação europeia, aliada ao facto de estarmos vinculados a acordos internacionais, obriga Portugal ao respeito dos mesmos, relevando-se, em matéria ambiental, os compromissos que assumimos a nível internacional como país signatário, como são exemplos a CNUMAH, em Estocolmo (1972), a CNUMAD, no Rio de Janeiro (1992), e a CMDS, em Joanesburgo (2002).

Saído da CNUMAD ficou o compromisso assumido, desde 1992, de Portugal adotar e implementar processos de A21L. Neste âmbito, o tema da tese incide sobre as Agendas Locais e sua implementação no território português, assumindo especial destaque, decorrente da abordagem aos processos nacionais de Agenda, a análise de uma característica que tipifica o caso português e que retrata o desfasamento temporal entre a disponibilidade de se utilizar esta ferramenta (desde a conferência do Rio, 1992) e as primeiras A21L que decorreram no nosso país. Acresce a tal situação o caráter dúbio dos primeiros processos que, apesar de designados de A21L, não se identificavam como genuínos processos de sustentabilidade (mas mais como instrumentos de planeamento ambiental) e que elevam o número de anos de atraso em que efetivamente podemos contabilizar A21L em curso no país. A análise ao conjunto de circunstâncias responsáveis pelo constante adiar do compromisso internacional assumido por Portugal, no que concerne à implementação destes processos, faz parte do escopo deste trabalho. A procura de respostas que se constituam como fundamentos-chave para explicar a nossa realidade pressupõe uma reflexão que releva para aspetos geográficos e histórico-políticos, passando pelas vertentes sociais e económicas que individualizam o caso português. Partindo destes considerandos, julga-se pertinente, desde já, salientar algumas especificidades que são determinantes para a compreensão da análise que decorre nos capítulos seguintes.

Neste âmbito, e apesar de Portugal ser um país com uma população total com pouco mais de 10 milhões, a implementação deste instrumento, desde logo, não se prevê simples, devido à complexidade territorial que nele encontramos. Numa breve análise à cartografia económica e social de Portugal, verifica-se uma diversidade territorial bem demarcada que evidencia a influência de todo um conjunto de fatores de ordem geoeconómica, sociocultural e geopolítica. Como refere Dias (2005: 19), em “Portugal é manifesta a existência de significativos contrastes na estrutura territorial do País, evidenciados, desde logo, por diferenças de comportamento demográfico, económico e social que se registam, na maioria dos casos, entre as áreas do litoral e interior nacionais. (I) A perda de importantes efetivos demográficos conduziu muitas áreas do

(31)

interior do país para um défice de acessibilidade aos serviços, aos empregos e, consequentemente, levou à desestruturação e desterritorialização das sociabilidades destas comunidades (I) confrontando-se (estes espaços) no seu quotidiano com um estado de marginalização. O Litoral, pelo contrário, apresenta em geral espaços densamente povoados, com manifestações de uma densificação espacial geradora de uma desordem urbanística e de um processo de urbanização onde são notórios os défices de infraestruturas e equipamentos. Acompanhando estes contrastes evidentes entre litoral e interior do nosso país, verifica-se que, nas escalas de maior pormenor, quer a nível concelhio quer a nível sub-regional, estas mesmas clivagens (I) apresentam-se ainda mais complexas, constatando-se maiores desigualdades socioeconómicas provocadas por um conjunto mais complexo de situações”. Com um mosaico geográfico tão distinto, torna-se complexa uma resposta conjunta e uniformizada dos poderes locais no âmbito das A21L, o que pode ajudar a explicar, em certa medida, a forma desligada e desconexa com que estes processos foram conduzidos no País. Deste modo, as assimetrias socioeconómicas vigentes, geograficamente, repercutem-se nas desigualdades dos recursos humanos e financeiros disponíveis para o desenvolvimento destes processos com a necessidade dos atores locais terem de adotar e adaptar os processos à realidade local.

Acresce outro aspeto, de inegável sensibilidade social, mas que se instituiu como relevante para se compreender o desfasamento temporal sentido e vivido na execução destes processos e que traduz uma certa especificidade quando se retrata Portugal em matéria de A21L. No caso português, não se pode ignorar a história, relativamente recente, de um país que viveu décadas dominado por um regime ditatorial, em que a política se baseava num monólogo entre governo e sociedade. Como refere Estanque (2006: 8), a sociedade caracterizava-se por uma “burguesia agrária e alguns setores protegidos pelo Estado Novo (como o clero, as altas patentes militares, os dirigentes políticos e da administração pública, etc.) (U) que monopolizavam todo o prestígio, poder e riqueza”, “asfixiando” (o Estado) iniciativas de participação cívica de qualquer outra proveniência e limitando ao cidadão comum o poder de intervir civicamente. Só a partir de abril de 1974, com a mudança de regime, e mais tarde com a entrada de Portugal na CEE (1986), é que a inclusão de conceitos como diálogo, diálogo público, participação pública, participação cívica, que segundo Fiorino (1990) são os alicerces para processos de participação pública, foram sendo incorporados nas tomadas de decisão do poder político. Neste âmbito, um povo subjugado por um regime ditatorial, que vigorou décadas em Portugal e que negava o direito à liberdade de expressão, parece ter instituído o hábito, ao cidadão comum, de ser pouco ativo e presente em matéria de participação pública, o que, por sua vez, se apresenta como mais um obstáculo à “institucionalização” do instrumento da A21L no País.

Outros obstáculos que este instrumento (A21L) enfrenta prendem-se com a sensibilização (ou falta dela) para os problemas ambientais no seio da nossa sociedade, o que frequentemente resulta numa passividade dos cidadãos perante os mesmos. A população portuguesa parece não encarar os graves problemas ambientais com a seriedade devida, evidenciando uma inação própria de

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4 INTRODUÇÃO

quem tem o hábito de delegar responsabilidades ao poder político. Neste âmbito, não se pode excluir o papel da comunicação social, relevando em especial o papel da televisão (não fosse esta um dos principais meios de divulgação e transmissão de informação). Neste caso, e segundo Schmidt (2003: 423-425), foi notória a “demissão” do canal público, RTP1, “com vinte anos de ausência do discurso ambiental na televisão portuguesa”. Desta forma, a posição que a televisão tomou, no passado, também contribuiu para a alienação das questões ambientais por parte dos portugueses. Acrescenta a mesma autora que só se pode falar da entrada significativa do tema “ambiente” nos noticiários da RTP1 quando passaram a ter a concorrência de canais privados, a partir de 1992-1993: “Serão as novas televisões privadas (I) que vêm dar grande projeção mediática a todo este conjunto e sobretudo alterar a forma de abordagem dos problemas ambientais, catapultando-os para o palco das preocupações políticas e públicas” (Schmidt, 2003: 412-413). Com as suas intervenções, a televisão trouxe consigo uma nova “visão” e consequentemente ajudou a promover uma mudança na forma como os portugueses encaram as questões do desenvolvimento. Como refere Vasconcelos (2001b: 1), é com otimismo que se registam, na sociedade portuguesa, “maiores níveis de educação [ambiental] e acesso à informação. Simultaneamente revelam preocupações e consciencialização crescentes face ao ambiente, exigindo a definição de políticas de sustentabilidade. Numa sociedade em rápida mudança em que a democracia representativa tem vindo a evoluir para níveis de participação cada vez maiores, a nova tendência é rumo à democracia deliberativa”.

Porém, e como refere Kass (2000), a conceção do processo de participação resume-se a dois elementos fundamentais que devem suportar um genuíno processo de debate, a que o autor designou de deliberação e inclusão. Assim sendo, é essencial que, no âmbito do desenvolvimento sustentável promovido pelo instrumento em estudo (a A21L) se assista [também em Portugal] a uma interação social, marcada pela discussão e debate de opiniões que só valorizam as posições iniciais pensadas e melhoram os resultados finais obtidos – deliberação - e compreenda um envolvimento, expressivo, de indivíduos e de grupos que se traduza numa elevada representatividade dos interesses dos seus cidadãos - inclusão. Neste contexto, a sociedade portuguesa parece ainda não ter atingido a maturidade suficiente para reconhecer a relevância da sua participação e, por sua vez, percebe-se que ainda subsiste algum tipo de resistência e/ou “pouca convivência”, no poder político, que coloca em causa a cumplicidade necessária entre governantes e comunidades na tomada comum de decisões. Será também, neste ponto, que reside a explicação para o ténue e moroso processo que configura o caso das A21L portuguesas. Neste âmbito, vários são os autores que defendem a teoria da continuidade, isto é, de continuarem a persistir fortes sinais de adequação do regime salazarista que se verifica na sociedade portuguesa, tanto ao nível de desenvolvimento socioeconómico como na cultura política (Wiarda, 1977; Robinson, 1979; Schmitter, 1999). Acresce Cabral (2006: 21), que nem mesmo a “liberalização do sistema político-partidário, nem a massificação do ensino, nem tão pouco o

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crescimento económico e a mobilidade social (...) conseguiu erradicar das representações e práticas da população portuguesa um sentimento generalizado de distância ao poder”.

Um dos requisitos que influi no sucesso das A21L resulta do financiamento das campanhas de implementação/desenvolvimento destes instrumentos. O caso português é marcado pela ausência do Estado, tanto em matéria de logística, quanto de financiamento, o que ajuda a explicar o quadro histórico das A21L em Portugal. Averiguar, a nível político, da (in) disponibilidade destes recursos e sua implicação para o desenvolvimento das A21L, a nível local, ajuda a compreender o percurso deste instrumento no território português.

Importa, igualmente, incidir no problema das desigualdades sociais como fator, extremamente relevante, para o sucesso do desenvolvimento sustentável. Neste sentido, Siegle (2007) dá um exemplo prático, retirado da observação de casos no Reino Unido e nos Estados Unidos da América, mas que pode ser perfeitamente inserido nas assimetrias que caracterizam o espaço português. A mesma autora incide a observação no facto de existir uma maior procura, por parte dos consumidores, para bens alimentares biológicos, referindo que os “consumidores seduzidos pelos produtos éticos, (...) rotulados como produtos ecológicos de luxo, (U) contribuem para que haja uma procura, fazendo disparar automaticamente os preços a que (estes) são vendidos” (Siegle, 2007: 46). Assim, a autora refere que “mesmo que tenham a preocupação de comprar produtos biológicos, as famílias com rendimentos baixos não tem dinheiro que chegue” (idem, ibidem), não sendo possível à maioria dos cidadãos pobres adquirirem-nos. Acresce, esta autora, que os alimentos de melhor qualidade, produzidos pela agricultura biológica, estão a atingir um preço tal que só tem acesso a esse mercado “verde” pessoas ricas. Neste âmbito, releva-se a importância da condição económica e social dos indivíduos que influi no grau de participação e de interesse dos cidadãos em temáticas tão abrangentes como as de natureza sustentável.

Resumindo, num País marcado por um Estado ausente das suas obrigações perante o compromisso externo assumido de adotar A21L; com a geração atual de políticos ainda a evidenciar resquícios da história recente de um país, com a prática do exercício do poder local, não raras vezes, a ser centralizado através de tomada de decisões unilaterais face ao cidadão; com uma sociedade cívica pouco ativa e interventiva e “divorciada” do poder político, a par das dificuldades de autofinanciamento dos processos, a nível local, pergunta-se se o resultado poderia ser diferente daquele que ficou traçado na história do País, em matéria de Agendas 21 locais. É com base nestes pressupostos que se vai procurar esgrimir os argumentos que explicam o atraso de Portugal em matéria de Agenda 21 Local, sabendo-se da importância do estudo sobre a natureza de um instrumento que, com base no postulado de “agir localmente e pensar globalmente”, se institui como essencial na prossecução de valores de sustentabilidade.

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6 INTRODUÇÃO 1.2 ENQUADRAMENTO

Como referem os autores Mela, Belloni e Davico (2001: 109), “o ambiente natural sempre foi a fonte de sustento humano, permitindo à espécie humana retirar dela o seu próprio sustento. Esta função, que se inscreve na luta, entre espécies, pela sobrevivência de cada uma, fez com que a história da humanidade passasse por várias fases, calculáveis em milénios, distinguidas entre si pelos sistemas de aprisionamento alimentar gradualmente conhecidos: desde a caça à pastorícia, e da criação de gado à agricultura. Em termos de balanço ecológico, a passagem para formas evoluídas comportou cargas cada vez maiores sobre o ambiente e determinou o início das modificações da paisagem original”. Enquanto as sucessivas civilizações humanas se foram caracterizando por sociedades rudimentares, pouco evoluídas tecnologicamente, com um crescimento da população mundial ténue verificou-se um equilíbrio entre o Homem e o Meio Natural. Como destaca Pinheiro (1997: 2), em “99,9% da história da humanidade fomos menos de 10 milhões de pessoas a habitar o planeta”. Neste contexto, com uma população mundial reduzida (face aos números atuais), persistindo em agrossistemas tradicionais, não se evidenciava a existência de atividades de transformação, realizada pela espécie humana, capazes de provocar impactes que o ecossistema não fosse capaz de autorregenerar.

Porém, no dealbar do século XVIII, assistiu-se a uma forte aceleração de transformações das sociedades com acontecimentos que marcaram a história da humanidade, com destaque para a denominada Revolução Demográfica e Industrial, que marcam o princípio da designada, atualmente, “crise ambiental” e que, como se compreende hoje, é indissociável da crise social e económica que, presentemente, vivemos. Alguns países, a maioria designada, atualmente, como países desenvolvidos, viveram um conjunto de revoluções que se traduziram em desenvolvimento económico e crescimento populacional. Ora, o ritmo acelerado do crescimento da população (que atingiu o 1º de mil milhões de indivíduos no início do séc. XVIII), associado a um processo galopante da expansão do sistema industrial, iria refletir-se, como referem Mela et al. (2001: 114), numa “carga excessiva de indivíduos e de atividades que sobrecarregam uma unidade de superfície de modo tal que o ecossistema já não consegue garantir a sua reprodução”. A sociedade da época, centrada apenas nas vantagens do crescimento económico, contribuiu para o impulsionar do capitalismo, não encarando, com seriedade, as formas de deterioração ambiental que se tornavam muitas vezes dificilmente remediáveis e que eram resultado do impacto do funcionamento deste sistema socioeconómico, ao qual a sociedade parecia totalmente rendida. O Homem viveu, durante décadas, a ignorar as questões ambientais e a sua relação direta com a qualidade de vida das pessoas. Era inegável que um sistema industrial que se alimentava de recursos não renováveis, com o carvão e o petróleo a servirem como principais fontes de alimentação, a desmesurada exploração dos recursos energéticos do planeta e das matérias-primas, aliada ao aumento da produção industrial e à ampliação da difusão dos meios de transporte, não só se encaminhava para a extinção de vários recursos naturais como, indubitavelmente, se contribuiu para o contínuo agravamento da poluição terrestre. Tal realidade

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perdurou e explica-se, em grande parte, pelo pensamento que vigorou até meados do século XX. A filosofia de vida das pessoas confinava-se ao que ficou conhecido por “Dominant Western WordView”, que se resumia a uma doutrina ecológica, por assim dizer, em que se acreditava na “confiança na linearidade do progresso humano, baseada na ciência e nas suas aplicações tecnológicas e, sobretudo, a convicção de que tal progresso seria capaz de pôr a natureza ao serviço do Homem, fornecendo-lhe indefinidamente recursos necessários aos seus objetivos’” (Mela et al, 2001: 29). A visão da sociedade sobre o meio ambiente era que o mundo era vasto e dava oportunidades ilimitadas aos seres humanos, havendo para cada problema uma solução que nunca abrandaria ou impediria o progresso. Neste paradigma, o Homem era também a criatura terrestre que dominava e controlava todas as outras, sendo encarado como um ser superior (Figueiredo, 2003b).

Contudo, a crença do Homem de que o meio ambiente era capaz de suportar toda e qualquer agressão deixou de ter validade a 16 de julho de 1945. Neste dia, a utilização da bomba atómica, no termo da Segunda Grande Guerra, fez estremecer o Mundo, demonstrando que, afinal, o Homem tinha não só uma extrema capacidade de alterar o meio ambiente, como até o poder de destruir a sua própria espécie. A par das visíveis consequências deste tipo de ações, o ser humano reconhecia, igualmente, as insuficiências do tradicional paradigma de desenvolvimento e que eram percetíveis, diariamente, com o agravar da crise ambiental que as ações e atividades quotidianas, relacionadas com o normal funcionamento do sistema económico-social, acarretavam.

A partir, sensivelmente, da década de 60 do século passado, as várias convulsões ideológicas que marcavam a história social, à época, resultavam na perceção que as questões ambientais são na verdade questões humano-ambientais, refletindo não uma crise ambiental, mas uma crise das pessoas nos ambientes (ver Corraliza, 1997; Pol, 1993). Acresce que a civilização, finalmente, compreendia que “as relações entre Homem e Natureza (...) tinham evoluído de tal forma que de repente a humanidade era capaz de afetar todo o ambiente global, e não apenas uma área em particular” (Al Gore, 1992: 29-30). A falência de um modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, que sobrevalorizava a economia em detrimento da proteção ambiental, pressupunha um repensar de uma nova doutrina ideológica em que desenvolvimento e proteção ambiental, em vez de significar uma opção se traduzisse em “integração, em que “desenvolvimento e meio ambiente deixaram de ser considerados como duas realidades antagónicas, e passaram a ser complementares” (Layrargues, 1997: 1).

Em 1987, a CMMAD desenvolveu um documento designado por Our Common Future (igualmente conhecido por Relatório Brundtland) que, segundo Layrargues, (1997: 8) teve como objetivo “propor estratégias ambientais de longo prazo para se obter um desenvolvimento sustentável por volta do ano 2000 e daí em diante”. Neste âmbito, dava-se início a uma nova era civilizacional com

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8 INTRODUÇÃO

a introdução de um novo conceito de desenvolvimento, conhecido por desenvolvimento sustentável. Neste relatório, o “desenvolvimento sustentável” é descrito como “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades” (UN, 1987: 18) sendo a definição mais difundida internacionalmente.

É sobre o atual paradigma, que orienta o presente e pensa o futuro, que incido a minha reflexão, em particular, no papel da A21L como um poderoso instrumento, ao serviço da sustentabilidade, que exige uma reconversão da sociedade industrial e uma reinterpretação do conceito de progresso. Este importante instrumento, saído da CNUMAD, em 1992, exige, igualmente, que cada país se comprometa a refletir, global e localmente, como forma de contribuir com soluções capazes de resolver os problemas sócio-ambientais. É com este desígnio que procuro, com a dissertação, compreender como Portugal, país signatário, desenvolveu a sua Agenda 21, analisando as características intrínsecas de um país que se comprometeu a contribuir para o esforço conjunto de um progresso mais harmonioso e holístico que está subjacente a este novo modelo de desenvolvimento.

Quase um quarto de século depois do Relatório Bruntland, verifica-se que grande parte dos problemas que afetavam as sociedades anteriores persistem e, em alguns casos, tendem mesmo a agravar-se. Neste contexto, para contrariar os problemas que parecem colocar em causa o atual modelo de desenvolvimento, a comunidade internacional foi desenvolvendo ações, medidas, instrumentos e ferramentas que procuram reverter o estado de insustentabilidade das sociedades atuais, sendo um desses instrumentos o objeto de estudo desta investigação – a Agenda 21 Local. Apesar da abordagem a esta temática ser desenvolvida nos capítulos seguintes, vai-se partir, no imediato, para uma análise a fenómenos que, pela sua evidência, merecem desde já ser alvo de referência e que permitem, consequentemente, compreender as circunstâncias que estão subjacentes à origem/natureza da A21L, como instrumento de e para a sustentabilidade.

Como já referi, o “explosivo” crescimento da população é uma realidade. De acordo com o relatório “Sobre a situação da População Mundial - 2010”, (ver ONU, 2010), a população mundial, em 2010, já ultrapassou a fasquia dos 6,9 mil milhões de indivíduos. De acordo com outro relatório, intitulado “População, Ambiente e Desenvolvimento” (2001), da mesma entidade, só no século passado, o crescimento da população mundial passou de 1,6 mil milhões, em 1900, para 6,1 mil milhões, em 2001, sendo que 80 por cento desse aumento tem vindo a ocorrer desde 1950. Acresce, no mesmo relatório, que levou apenas 12 anos (1987-1999) para que o Mundo adicionasse mais mil milhões de novas pessoas, no mais breve período na história da humanidade com um registo sem precedentes no que respeita ao crescimento da população mundial. As regiões menos desenvolvidas são responsáveis por 80 por cento dos habitantes do Mundo (ONU, 2001).

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Figura 1.1 – Metodologia aplicada na dissertação
Figura 2.1 - Conjunto básico de indicadores de desenvolvimento sustentável segundo a OECD  Fonte: OECD, (2001b)
Figura 2.2 – Objetivos Gerais da A21L                                                                                                  Fonte: Adaptado de Farinha, (2007:5)
Figura 2.3 – Esquema das quatro fases do processo de planeamento da A21L                                    Fonte: Adaptado de Farinha, (2007)
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