Universidade de Cuiabá – UNIC Núcleo de Disciplinas Integradas
Disciplina: Formação Integral em Saúde
História da Saúde no Brasil:
História da Saúde no Brasil:
Políticas públicas e a assistência a saúde
Profª Ma. Kaline A. S. Fávero, Esp. Darléia Gross, Ma. Ana Cássia Amorim, Ma. Andressa Menegaz
Do descobrimento ao 1º reinado
Do descobrimento ao 1º reinado
- Ausência de serviços de saúde;
- Processo de cuidado a saúde restringia-se aos recursos naturais da terra;
-A vinda da família real ao Brasil criou a necessidade da organização de uma estrutura sanitária mínima.
- Situação de saúde: ausência de profissionais médicos, proliferação dos boticários, manifestação de epidemias.
Estrutura com forte poder de decisão Verticalização Intervenções sobre o corpo e o social
Início do Século XX até 1920
Início do Século XX até 1920
Sanitarismo Campanhista: características
decisão social Ligado ao modelo econômico agroexportador Imenso descontentament o da população
Oswaldo Cruz
- Demonstrou que a epidemia era incontrolável sem o emprego do soro adequado
- Adotou o modelo das campanhas sanitárias como
proposta de cuidado da população
Sanitarismo Campanhista
proposta de cuidado da população
-Lema: “Os fins justificam os meios” - obrigatoriedade da
vacinação anti-varíola
-A introdução do laboratório como auxiliar do diagnóstico
Modelo assistencial “sanitarista”
Modelo assistencial “sanitarista”
Estas formas de intervenção neste modelo não contemplam a totalidade da situação de saúde Concentram sua atenção no controle de certos agravos ou em determinados grupos. de saúde grupos.
Configuram um modelo assistencial que não enfatiza a
integralidade da atenção e não estimula a descentralização
1920
Lei Eloi Chaves - marco inicial da previdência social no Brasil.
Criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP)
Objetivos - organizar a assistência médica aos trabalhadores
Início do Século XX até 1920
Início do Século XX até 1920
trabalhadores
Somente para o operariado urbano;
Organizadas por empresas (1ª CAP: ferroviários).
Após revolução 1930 com Getúlio
Vargas muda o modelo econômico agropecuário (crise do café) para o industrial Intensifica a industrialização e a
PERÍODO VARGAS
PERÍODO VARGAS
Intensifica a industrialização e a urbanizaçãoA saúde é voltada para os
trabalhadores formais (carteira de trabalho)
1930
• Institutos de Aposentadorias e pensões - IAP
• Organizados por categorias de trabalho
• ferroviários, empregados industriais,bancários, etc.
PERÍODO VARGAS
PERÍODO VARGAS
• ferroviários, empregados industriais,bancários, etc.
• Formaram a base da política de assistência médica previdenciária.
DÉCADA DE 50
DÉCADA DE 50
Processo de industrialização, induz ao
aparecimento da assistência médica da Previdência Social.
Atenção médica da Previdência Social Atenção médica da Previdência Social
Ações campanhistas
Ditadura militar
Ditadura militar
1966
• Os IAP deram origem ao INPS – Instituto Nacional de Previdência Social.
INAMPS – Instituto Nacional de INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
Fortalecimento do modelo médico privatista
É fortalecido com a expansão
da previdência social e
consolida-se com a
capitalização da medicina.
MODELO MÉDICO ASSISTENCIAL
PRIVATISTA
Extensão da cobertura
privilegiada de forma a abranger a quase totalidade da população urbana e rural (trabalhadores formais de trabalho)
•Estado como financiador (previdência social);
Tripé do modelo médico Assistencial
privatista
•Setor privado nacional como prestador
•Setor privado internacional como produtor de insumos (equipamentos biomédicos e medicamentos)
Preocupação em cuidar do corpo do trabalhador para mantê-lo produtivo;
Prática médica curativa, voltada para a lucratividade e privilegiamento do produtor privado.
Modelo médico assistencial privatista
Características
lucratividade e privilegiamento do produtor privado. Reforça a atitude dos indivíduos de só procurarem
os serviços de saúde quando se sentem doentes (demanda espontânea).
A Saúde Pública no Modelo Médico Assistencial Privatista
Os serviços não estavam organizados de forma que
definisse a porta de entrada, hierarquia e regionalização.
Não havia nenhuma interação entre os diferentes Não havia nenhuma interação entre os diferentes
tipos de serviços.
Desigualdade no acesso quantitativo e qualitativo
entre as clientelas urbanas e entre as rurais (década de 80).
Principais
Principais críticas
críticas ao
ao Modelo
Modelo médico
médico
assistencial
assistencial privatista
privatista
Desigualdade do acesso Baixa resolutividade e produtividade dos recursos Desorganização da rede dos recursos Descoordenação institucional Excesso de centralização
Medicina comunitária
Medicina comunitária
Buscava-se a racionalização para os serviços de
saúde, enfatizando-se a regionalização, hierarquização dos serviços, participação comunitária, introdução de outras categorias profissionais na assistência;
Alma Ata (1978): Conferência Internacional sobre
Atenção Primária à Saúde, promovida pela OMS. Reafirmação da saúde como direito do homem Atenção primária como estratégia para se
Anistia; Abertura política; Movimento das
O Brasil em 1980...
O Brasil em 1980...
Movimento das DIRETAS JÁ; Eleição de Tancredo Neves; Descoberta Aids;Participação da sociedade organizada, gestores e profissionais de saúde;
Identificou uma série de problemas no âmbito da prestação de serviços à saúde no Brasil;
Propostas para o novo sistema de saúde baseadas na experiências dos exilados com a Propostas para o novo sistema de saúde baseadas na experiências dos exilados com a
medicina comunitária;
Propostas Movimento Sanitário
Propostas Movimento Sanitário
- Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde SUDS
Foi realizado apenas em alguns estados (Bahia, Rio
Grande do Norte e São Paulo);
Organização de distritos sanitários e ênfase na
atenção primária de saúde.
O ingresso do usuário no sistema seria por meio de
Propostas Movimento Sanitário
Propostas Movimento Sanitário
Oferta Organizada
Serviços voltados para a necessidade de saúde;
Os principais problemas deveriam ser identificados Os principais problemas deveriam ser identificados
na comunidade mediante estudos epidemiológicos que orientariam a “oferta organizada”;
Integralidade da atenção e impacto sobre os problemas de saúde Acesso universal e igualitário as ações e serviços Rede regionalizada e hierarquizada Descentralização Atendimento integral Participação comunitária
Constituição da República,
1988
A organização de um sistema de saúde de forma descentralizada articulando sua organização com a estrutura político-administrativa do país.
Movimento reforma sanitária
Movimento reforma sanitária
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Políticas Públicas de Saúde no Brasil
Políticas Públicas de Saúde no Brasil
1. A evolução histórica das políticas de saúde está relacionada diretamente a evolução político-social e econômica da sociedade brasileira, não sendo possível dissociá-los;
2. A lógica do processo evolutivo sempre obedeceu à 2. A lógica do processo evolutivo sempre obedeceu à ótica do avanço do capitalismo na sociedade brasileira, sofrendo a forte determinação do capitalismo a nível internacional;
3. A saúde nunca ocupou lugar central dentro da política do estado brasileiro, sendo sempre deixada no periferia do sistema;
Políticas Públicas de Saúde no Brasil
Políticas Públicas de Saúde no Brasil
4. As ações de saúde propostas pelo governo sempre procuram incorporar os problemas de saúde que atingem grupos sociais importantes de regiões socioeconômicas igualmente importantes dentro da estrutura social vigente;
5 . A conquista dos direitos sociais (saúde e previdência) tem sido sempre uma resultante do poder de luta, de organização e de reivindicação dos trabalhadores brasileiros;
Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
Bertolozzi MR, Greco RM. As políticas de saúde no Brasil: reconstrução
histórica e perspectivas atuais. Rev.Esc.Enf. USP, v.30, n.3, p.380-98, dez. 1996.
Malta DC, Santos FP. O Programa de Saúde da Família (PSF) e os modelos
de assistência à saúde no âmbito da reforma sanitária brasileira. Rev Med Minas Gerais. 2003; 13 (4): 251 – 9.
Paim, JS. Modelos de atenção e vigilância da saúde. In: Rouquayrol MZ,
Almeida Filho N. Epidemiologia e Saúde. Rio de Janeiro: MEDSI; 2003. p 567 – 86.
567 – 86.
Poligano, M. V. História das Políticas de Saúde no Brasil – uma pequena
revisão.
Silva Jr. AG, Alves CA. Modelos assistenciais em saúde: desafios e
perspectivas. In: MOROSINI MVGC, CORBO ADA (Orgs). Modelos de atenção e a saúde da família. Rio de Janeiro: EPSJV/Fiocruz; 2007. P.
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