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TABELA PERIÓDICA EM BRAILLE: UM RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE QUÍMICA PERIODIC TABLE IN BRAILLE: A TEACHING RESOURCE IN TEACHING CHEMISTRY

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Academic year: 2021

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TABELA PERIÓDICA EM BRAILLE: UM RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE QUÍMICA

PERIODIC TABLE IN BRAILLE: A TEACHING RESOURCE IN TEACHING CHEMISTRY

Fernanda Angélica do Nascimento Araújo1, Andréa Chagas da Rocha2, Edna Cardoso dos Santos3, Lenalda Dias dos Santos4, Josevânia Teixeira Guedes5, Maria Clara Pinto Cruz6. Resumo:

Este trabalho tem como objetivo a construção de uma tabela periódica em braile a fim de auxiliar os deficientes visuais no processo de ensino e aprendizagem, proporcionando a inclusão destes no sistema regular de ensino, colocando em prática diretrizes curriculares propostas nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Para elaboração da tabela periódica em Braile se faz necessário um profundo entendimento tanto grafia Braille da língua Portuguesa como das normas técnicas vigentes, minimizando assim a ocorrência de erros referentes à ortografia e uma melhor noção e aproveitamento do espaço, proporcionando uma tabela periódica o mais completa possível, para os que apresentam ou não deficiência visual.

Palavras-chave: Tabela periódica; Grafia braile; Educação inclusiva. Abstract

This work aims at the construction of a periodic table in Braille to assist the visually impaired in the process of teaching and learning, providing the inclusion of these in the regular system of education, putting into practice curriculum guidelines proposed in the National Curricular Parameters. For the preparation of the periodic table in Braille if does need a deep understanding both Braille spelling of the Portuguese language as existing technical standards, thereby minimizing the occurrence of errors regarding spelling and a better sense and use of space, providing a periodic table in the fullest manner possible, to provide visually impaired or not.

Keywords: periodic table; Braille spelling; Inclusive education.

Introdução

A construção de recursos didáticos proporciona aos alunos com deficiências visuais assimilação de conteúdos em sala de aula. Para sua realização, uma ação conjunta entre o

1

Licenciada em Química pela Faculdade Pio X. Email: fernandaracaju@hotmail.com

2

Licenciada em Educação Física pela Universidade Gama Filho

3

Licenciada em Química pela Faculdade Pio X

4

Coordenadora do Curso de Licenciatura em Química

5

Profa. Mestranda da Faculdade Pio X

6

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sistema educacional, a escola e o professor é requerido. Sendo que os dois primeiros contribuem com os recursos didáticos, infraestrutura e principalmente com a oferta de cursos que venham capacitar o corpo docente, visto que este exerce um papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem, pois trabalha diretamente com os alunos desempenhando a função de mediador e facilitador do conhecimento.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, estabelece que os estudantes com necessidades especiais devam ser atendidos pela rede pública regular de ensino e que este deve assegurar educadores com especialização adequada de nível médio ou superior no atendimento a esses alunos com necessidades especiais. Do mesmo modo a resolução do Conselho Nacional de Educação Conselho Pleno (CNE/CP nº 01/2002), no que diz respeito à formação de professores determina que a formação destes docentes deva ser voltada como especificado no art. 6º, § 3º deste:

§ 3º A definição dos conhecimentos exigidos para a constituição de competências deverá, além da formação específica relacionada às diferentes etapas da educação básica, propiciar a inserção no debate contemporâneo mais amplo, envolvendo questões culturais, sociais, econômicas e o conhecimento sobre o desenvolvimento humano e a própria docência, contemplando:

[...]

II - conhecimentos sobre crianças, adolescentes, jovens e adultos, aí incluídas as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais e as das comunidades indígenas; (CNE/CP, 2002, p.03).

No ensino de química, a uso da visão é extremamente utilizado pelos professores, através de recursos visuais como desenhos e gráficos com o intuito de melhorar e facilitar o entendimento. Deste modo, como transmitir esses conhecimentos as pessoas com deficiência visual? Uma forma é o uso da grafia Braile. Por exemplo, a tabela periódica é a base para o ensino de química e cabe ao docente a escolha de uma didática adequada para abordagem deste assunto não somente aos deficientes visuais como para toda classe, uma vez que se trata de um assunto de fundamental importância, se fazendo indispensáveis uma extrema atenção, entendimento e participação, não só por parte dos alunos como também dos professores. Portanto, a tabela periódica em Braile servirá como um importante recurso didático, tendo por finalidade facilitar o processo de ensino e aprendizagem por parte dos alunos com deficiência visual sem separá-los dos demais estudantes.

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A elaboração da tabela periódica em Braile foi idealizada durante as aulas de praticas pedagógicas IV, no 5º período do curso de Licenciatura em Química da Faculdade Pio Décimo, ministrada pela professora Josevânia Teixeira Guedes, que propôs um trabalho em que os alunos dispostos em grupos deveriam elaborar jogos lúdicos com o intuito de facilitar o processo de ensino e aprendizagem, foi então que passou a existir a proposta da elaboração de um recurso que proporcionasse e facilitasse a aprendizagem dos alunos com deficiência visual nas aulas de química abordando o assunto “Tabela Periódica”. Como pouco se relata na literatura a respeito da grafia Braile específica para o ensino da química, o presente trabalho se deparou com significativos obstáculos, no entanto com intensas pesquisas estes foram superados.

Portanto, o objetivo da construção da tabela periódica em Braile foi facilitar o processo de ensino e aprendizagem, promover a inclusão dos alunos com deficiência visual nas aulas de química, proporcionar igual oportunidade e estimulando a participação destes na abordagem dos conteúdos, incitando com isso sua participação com os assuntos estudados em sala de aula, mas também nas relações pessoais com os demais alunos e principalmente com o próprio professor.

Metodologia

A construção da Tabela Periódica em Braile teve por base pesquisas eletrônicas, documentais e bibliográficas, buscando informações referentes às leis, diretrizes e parâmetros curriculares, a grafia Braile e os recursos didáticos já utilizados pelos portadores de deficiência visual.

Tendo sempre como base os documentos: Normas Técnicas para Produção de Textos em Braille; Grafia Braille para Língua Portuguesa; Grafia Química Braille para uso no Brasil, todos elaborados e sancionados pelo MEC, como constante ferramenta de investigação, tanto na confecção da tabela periódica em braile como também na elaboração do presente trabalho. Estes documentos se encontram disponíveis no portal eletrônico do Instituto Benjamin Constant e do MEC.

Resultado e Discussão

A primeira elaboração da tabela periódica em Braile realizou-se de forma bastante artesanal. Quanto à confecção neste primeiro momento, os obstáculos encontrados

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constituíram em encontrar os materiais mais adequados para proporcionar a elaboração da tabela, como a busca de uma cartolina com dimensões suficientes para comportar a tabela periódica em braile, pois a casa em que cada elemento químico se encontra possui as dimensões de 5 cm x 5 cm conforme as figuras 01 a e b totalizando uma tabela com dimensão de aproximadamente 90 cm x 45 cm, devido a tabela no momento da colocação do relevo ter sido confeccionada a mão livre e que não foi considerada as dimensões das famílias e do titulo ocasionou em deformidades e má distribuição do espaço, isso ocorre porque ao se efetuar a transcrição de qualquer material impresso para grafia Braile este tem suas dimensões significativamente aumentadas, outro obstáculo foi encontrar materiais que proporcionassem o relevo tanto dos sinais em Braile como das linhas divisórias das casas dos elementos da tabela periódica e uma régua que proporcionasse projetar essas linhas.

a) b)

Figura 01: Dimensões da Tabela Periódica em Braile onde: a – Altura b – Largura

Esses obstáculos referentes à confecção foram sanados ao encontrar tais materiais (Figura 02), como uma cartolina com dimensões 65,5 cm x 95,5 cm, uma cola com características 3D, ou seja, em relevo e uma régua de 100 cm, além de materiais básicos como lápis e borracha, o resultado foi uma tabela periódica bastante artesanal, entretanto que serviu como base para construção de outra mais moderna, utilizando recursos mais atuais.

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Figura 02 – Materiais da 1ª Confecção da Tabela Periódica em Braille

Foi por intermédio deste primeiro envolvimento que foi possível constatar a importância em elaborar um recurso didático que atendesse as necessidades educativas especiais dos alunos com deficiência visual e com ela a obrigação de aprimorar e sanar os defeitos encontrados nesta primeira Tabela Periódica em Braile.

Ao realizar uma busca mais profunda por informações necessárias para elaboração da tabela, foram encontrados documentos elaborados pelo MEC, ou seja, com fundamentos técnicos e legais mais precisos, servindo assim de base teórica para a transcrição da grafia da Língua Portuguesa em tinta para a grafia da Língua Portuguesa em Braile, a maior parte destes documentos foi encontrada no portal eletrônico do Instituto Benjamin Constant. A grafia Braile não se aplica somente a Língua Portuguesa, mas também a símbolos matemáticos, químicos, musicais sendo que cada vertente possui suas especificidades e características, aqui o objeto a ser estudado é a grafia química Braile para uso no Brasil (Figura 03).

Figura 03 - Fenol na presença de catalisador e aquecimento produzindo éter difenilico mais água (Fonte: GRAFIA QUÍMICA BRAILLE PARA USO NO BRASIL, 2002)

No documento Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 9050, disponíveis no portal eletrônico da ABNT, contém especificações referentes aos espaçamentos e dimensões dos sinais em braile essas dimensões vêm em milímetros conforme mostra a figura 04, segundo este documento deve ser atendido às seguintes condições:

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a) diâmetro do ponto na base: 2 mm; b) espaçamento vertical e horizontal entre pontos – medido a partir do centro de um ponto até o centro do próximo ponto: 2,7 mm; c) largura da cela Braille: 4,7 mm; d) altura da cela Braille:7,4 mm; e) separação horizontal entre as celas Braille: 6,6 mm; f) separação vertical entre as celas Braille: 10,8 mm; g) altura do ponto: 0,65 mm. (ABNT-NBR 9050, p. 26).

Figura 04 – Dimensões Cela Braille (Fonte: ABNT NBR 9050, 2004)

A Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 9050, serviu para se ter uma noção de espaço e como dispor os sinais em braile para que estes não perdessem o seu significado e por intermédio dessas dimensões foi possível também determinar a área necessária para elaboração da tabela periódica em Braile, eliminando assim eventuais distorções, o que pode acarretar em erros quando efetuada a leitura.

No documento Grafia Química Braille para uso no Brasil, disponível pelo portal eletrônico do domínio público, serviu para uniformizar os sinais braile para sua utilização na química, visto que a química no ambiente disciplinar possui uma linguagem e grafia técnica que lhes são características, com este documento foi possível analisar os símbolos representativos da química, como diagramas, as notações, as figuras e estruturas, facilitando assim a transcrição de textos científicos. A elaboração deste documento foi realizada por um grupo de educadores da área de deficiência visual, transcritores e uma consultora doutoranda em Química, sendo que estes componentes foram indicados pela Comissão Brasileira do Braille e pela Secretaria de Educação Especial/MEC.

A primeira elaboração da tabela periódica em braile serviu como base para construção de outra mais moderna, utilizando recursos mais atuais e digitais como o programa Paint da

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Microsoft e o auxilio de uma gráfica para confecção da tabela em um banner e mesclando com recursos manuais, visto que a colocação do relevo da grafia Braile na tabela mesmo com o auxilio de uma gráfica não foi possível devido a limitações técnicas, a inexistência aqui no estado de uma maquina que pudesse proporcionar o relevo dos caracteres em braile como também das linhas divisórias dos elementos da tabela. A solução foi combinar a tecnologia da gráfica, que pode ajustar melhor a precisão de linhas e espaçamentos, com os recursos encontrados na elaboração da primeira tabela, tendo como principal material a cola 3D, que pode proporcionar o relevo a grafia braile.

Quanto às dimensões cada célula dos elementos da tabela apresentou 10,11 cm x 11,13 cm conforme a figura 05 totalizando uma tabela com dimensão de aproximadamente 120,21 cm x 209,95 cm como pode ser visto na figura 06, sendo que foi possível acrescentar um numero maior de informações devido ao uso do programa Paint que pode proporcionar uma melhor visualização de como ficaria a tabela depois de pronta e do espaço necessário como também mostra a figura 05.

Figura 05: dimensões da célula dos elementos da tabela e as informações contidas em cada uma delas.

Com o documento Normas Técnicas para Produção de Textos em Braile, disponíveis no portal eletrônico do Instituto Benjamin Constant, foi possível padronizar a aplicação do sistema braile nas transcrições dos textos e na elaboração da presente tabela periódica que pode ser vista na Figura 06.

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A presente tabela periódica em Braile não se trata apenas de uma tabela que foi transcrita para o Braile e sim de um instrumento didático que abraça os fundamentos da educação inclusiva, já que permite a participação de todos os educandos independente deste apresentar ou não algum tipo de necessidades educativas especiais, proporcionando deste modo igual oportunidade de aprendizagem e maior interação entre os próprios alunos e com o professor, exercitando assim a tolerância e a vivência com as diferenças, e com isso aprender com elas.

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Referência Bibliográfica

Araujo, Fernanda Angelica do N.. Tabela Periódica em Braille: Um Recurso Didático no Ensino de Química aos Alunos com Deficiência Visual. Trabalho de Conclusão de Curso, orientadora Dra. Maria Clara Pinto Cruz, Faculdade Pio X, Aracaju-SE, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2004. In: Associação Brasileira de Normas Técnicas. Disponível em <http://www.abnt.org.br/>. Acesso em 24 out. 2010.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação Conselho Pleno. RESOLUÇÃO CNE/CP nº 1. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília-DF, 18 fevereiro de 2002. Grafia Braille para Língua Portuguesa. In: Instituto Benjamin Constant. Disponível em < http://www.ibc.gov.br/?catid=79&blogid=1&itemid=387>. Acesso em 24 out. 2010.

Grafia Química Braille para uso no Brasil. In: Domínio Público. Disponível em < http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2 6227>. Acesso em 24 out. 2010.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96. In: Instituto Benjamin Constant. Disponível em <http://www.ibc.gov.br/?catid=79&blogid=1&itemid=387>. Acesso em 24 out. 2010.

Normas Técnicas para Produção de Textos em Braille. In: Instituto Benjamin Constant. Disponível em <http://www.ibc.gov.br/?catid=113&blogid=1&itemid=345>. Acesso em 24 out. 2010.

Trechos do livro “Louis Braille: sua vida e seu sistema”. In: Instituto Benjamin Constant.

Disponível em

<http://www.ibc.gov.br/index.php?query=Louis+Braille&amount=0&blogid=1>. Acesso em 24 out. 2010.

Referências

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