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TEXTO 2 AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO: PERSPECTIVAS E DESAFIOS NO ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL INFORMAÇÃO

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TEXTO 2

AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO: PERSPECTIVAS E DESAFIOS NO ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Como observamos no texto anterior existe uma diferença entre avaliação e monitoramento, porém é importante lembrar que, mesmo com esta diferença, ambos se complementam no processo da gestão da informação. Aqui precisamos destacar que a informação gerada nestas “etapas” – avaliação e monitoramento – não deve ser compreendida como um fim, mas sim, um meio e por isso tem que ter um fluxo de saída e retorno nesse contexto da vigilância.

Avaliação é um processo sistemático de coleta de informações sobre as ações, características e resultados, a partir de critérios divulgados, que visam determinar seu mérito e relevância, sua qualidade, utilidade ou efetividade, gerando recomendações para sua correção ou ajustes. No campo social o processo avaliativo deve ter um olhar especial para perceber os impactos.

Neste sentido faz-se necessário verificar o contexto onde a política está implantada/implementada, onde ela se gesta, constatar o grau de legitimidade alcançado na comunidade e no território e identificar o grau de adesão ou de resistência dos atores envolvidos no processo que o movem, produzindo esta ou aquela dinâmica. Ou seja, é necessário identificar

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as pessoas, suas relações, seus territórios, sua cultura e todas as formas de risco e vulnerabilidade social aos quais estas famílias estão diariamente sujeitas.

Vale salientar que a avaliação de políticas públicas ou de programas sociais tem como objetivo produzir conhecimento: monitora-se uma determinada política ou programa social para identificar as condições em que se desenvolveram dificuldades ou fatores que interferem no bom êxito. E objetiva também verificar o grau de eficiência1, eficácia2 e efetividade3 com que as ações

estão sendo desenvolvidas visando reduzir custos, definir estratégias para utilizá-los de forma mais adequada ou ainda tornar público os gastos para os sujeitos interessados.

No processo avaliativo devem-se observar os diferentes tipos de avaliação, a saber: ex-ante ou marco zero, de processo ou monitoramento, de desempenho ou resultado e a de impacto ou ex-post. Para BRANT (2001, p.40):

“A avaliação começa logo que uma proposta é esboçada – a chamada avaliação ex-ante, que tem por objetivo analisar o ambiente onde se pretende inserir, examinar o contexto social, econômico e político local. No momento da implementação, o monitoramento sistemático das atividades e custos fornece as informações necessárias não só para o momento da avaliação final, mas também para todos os níveis gerenciais, possibilitando o controle efetivo das ações em sua relação com nossos objetivos, nossos prazos e nossos resultados, em uma ligação direta com o anteriormente planejado, possibilitando corrigir os rumos, apontando ações corretivas necessárias, exigindo de nós um replanejamento que, não raro, afetará nossos custos, prazos e o desenvolvimento”.

No que se refere à avaliação do Processo de Implementação/ou Monitoramento, esta tem o foco na implementação processual; mede resultados parciais e o desempenho; identifica fatores que facilitam ou dificultam o serviço/ação/programa a alcançar seus resultados. Já a avaliação de

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Eficiência – A gestão de um projeto será tão mais eficiente quanto menor custo e maior o benefício introduzido por unidade

atingida. Um dos desafios metodológicos neste tipo de avaliação é que custo e benefício nem sempre podem ser mensurados monetariamente;

2Eficácia – avalia o quanto é adequada à relação estabelecida entre meios e fins no desenvolvimento do plano: o quanto foi capaz

de atingir objetivos e metas. Ou, o nível de adequação da forma de execução, frente a seus princípios éticos e aos objetivos;

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Efetividade – avalia o quanto o plano foi capaz de produzir mudanças significativas e duradouras no público alvo atingido. Para

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Desempenho ou Resultado abrange os resultados; e os processos de sua implementação. O que se busca entender? O quanto e com que qualidade os objetivos e metas foram alcançados. No que tange a avaliação ex-post ou de impacto, a mesma só pode ser realizada um tempo após a finalização da implementação. O que se busca entender? As mudanças efetivas nas condições sociais prévia de vida das populações atingidas pela ação que está sendo avaliada.

Após esta compreensão sobre o que significa Avaliação, vamos refletir sobre O que é

monitoramento? O Monitoramento consiste no acompanhamento contínuo do desenvolvimento

dos serviços, programas, projetos, benefícios e transferência de renda. O Monitoramento se realiza por meio de indicadores construídos a fim de disponibilizar informações e possibilitar a verificação sobre os objetivos e metas atingidos. É um processo contínuo e sistemático de registro e armazenamento de informações sobre o desenvolvimento; Processo contínuo de ação/reflexão/ação; Permite avaliar as mudanças que estão ocorrendo no processo de implementação; Permite alterar os rumos da ação com vistas a assegurar os resultados desejados; Subsidiar as decisões; Atravessa todas às fases do ciclo avaliativo, condição fundamental para se assegurar dados coerentes e confiáveis.

Neste sentido um dos maiores desafios no processo de monitoramento e consequentemente a avaliação da política de assistência social consiste na construção dos indicadores. Os indicadores são instrumentos de medição. São sinalizadores que indicam os processos, resultados e impactos que são esperados e devem ser obtidos. Os indicadores orientam as informações que devem ser coletadas acerca das ações que estão sendo Monitoradas e Avaliadas.

Em outras palavras, os indicadores são parâmetros previamente definidos, a serem verificados na avaliação dos benefícios, serviço ou programas socioassistenciais. Podem ser: De processo: Identifica a realização das ações e procedimentos; De resultado: Identifica a obtenção do produto de uma ação. De impacto: Identifica a repercussão da ação no cenário mais amplo (contexto e longo prazo).

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A construção de indicadores sociais e a metodologia a ser adotada é uma introdução recente no debate da administração pública. Os motivos que os justificam são, claramente, colocados por KAYANO (2002, p.291).

 A exigência de organismos internacionais que financiam programas e projetos em políticas públicas e que precisam medir, de certo modo, o desempenho dos referidos programas e projetos;

 A necessidade de legitimar (com dados empíricos) tanto as políticas governamentais, quanto as denúncias por parte da sociedade civil, como ocorreu no caso da Campanha contra a Fome, que utilizou indicadores sobre níveis de pobreza e miséria, produzidos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA);

 A necessidade de democratizar informações sobre as realidades sociais para possibilitar a ampliação do diálogo da sociedade civil com o governo, favorecendo um eventual aumento da participação popular nos processos de formulação (e definição) de agendas públicas, assim como de monitoramento e avaliação de políticas públicas;

Para ACOSTA (2005), o acompanhamento via indicadores é feito com base nos dados qualitativos e quantitativos coletados e em um diálogo constante entre todos os envolvidos. Assim é possível a construção de um quadro articulado de representações que sinalizem as diferentes formas pelas quais se compreende o projeto de ação, se incorpora seus pressupostos e se planeja/re-planeja ações para viabilizar os resultados pretendidos.

Segundo MARTINS:

“O grande esforço dos profissionais da área social tem sido construir indicadores de avaliação e de acompanhamento de famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade. Nestes casos, a avaliação não pode ser apenas quantitativa como, por exemplo, quantos foram incluídos no mercado formal ou informal de trabalho, quantos adquiriram móveis, imóveis, equipamentos ou outros aspectos facilmente mensuráveis. O exercício exigido requer identificar e constatar as mudanças nas relações estabelecidas pela família entre seus membros, na comunidade e com os serviços ofertados nos territórios”.

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É importante enfatizar que os indicadores configuram-se a aspectos tangíveis e intangíveis do contexto onde se irá intervir. Os indicadores tangíveis não apresentam dificuldades em serem estabelecidos e aferidos, visto que se referem aos aspectos quantitativos, tais como: renda, grau de escolaridade, faixa etária, conhecimentos sobre legislação, direitos legais, formas de participação nos espaços coletivos, entre outros.

Quanto aos indicadores considerados intangíveis são aqueles mais subjetivos que necessitam de estratégias para aferi-los, de forma parcial e indiretamente, tais como: auto-estima, valores, atitudes, estilos de comportamento, capacidade empreendedora, liderança, poder, cidadania, etc.

Ao termino deste texto, esperamos que a diferença entre avaliação e monitoramento tenha sido superada, bem como a importância destas ferramentas de gestão para qualificação do SUAS. No texto a seguir iremos abordar como (re) estruturar a vigilância socioassistencial, as etapas necessárias para implantação/implementação do processo de monitoramento e avaliação, etc. Como leitura complementar recomenda-se o estudo do texto: “UMA CONTRIBUIÇÃO PARA

FAZERMOS AVALIAÇÕES MENOS INGÊNUAS”, da Doutora em Ciências Sociais na área de Políticas

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REFERÊNCIAIS BIBLIOGRÁFICAS

ACOSTA, Ana Rojas; VITALER, Maria Amália Faller (Orgs). Famílias, redes, laços e políticas públicas. São Paulo: IEE –

PUC/ SP, 2005.

AGUILAR, Maria José e ANDER-EGG, Ezequiel. Avaliação de serviços e programas sociais. Petrópolis: Vozes, 1994. ÁVILA Célia M. (org.). Gestão de projetos sociais. – 3ª ed. rev. – São Paulo: AAPCS Associação de Apoio ao Programa

Capacitação Solidária, 2001. (Coleção gestores sociais)

BAPTISTA, Myriam Veras. Planejamento Social - intencionalidade e instrumentação. Lisboa: Veras Editora, 2000. BLANES, Denise Neri. Formulação de indicadores de acompanhamento e avaliação de programas sócio-assistenciais.

In: Ana Rojas Acosta; Maria Amália Faller Vitale. (Orgs.). Família: redes, laços e políticas públicas. 01 ed. São Paulo: Instituto de Estudos Especiais PUC-SP, 2003, v. 01, p. 231-239.

BRASIL, CapacitaSUAS Caderno 3 (2013). Vigilância Socioassistencial: Garantia do Caráter Público da Política de

Assistência Social/Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Centro de Estudos e Desenvolvimento de

Projetos Especiais da Pontifícia Católica de São Paulo – 1ed. – Brasília: MDS, 2013, 124p.:Il.

DICIONÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL. Belo Horizonte – 2006.

KAYANO, Jorge; CALDAS, Eduardo de Lima. In: Indicadores para o Diálogo. Novos Contornos da Gestão Local. São

Paulo: POLIS, 2002.

NORMA OPERACIONAL BÁSICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – NOB-AS. Aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência

Social, por intermédio da Resolução n° 130, de 15 de Julho de 2005.

POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNAS, aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social, por

intermédio da Resolução n° 145, de 15 de outubro de 2004.

VAITSMAN Jeni (org.). O Sistema de Avaliação e Monitoramento das Políticas e Programas Sociais: a experiência do

Referências

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