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PORTUGUÊS I: Atualização Gramatical, Ortográfica e Redacional

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Academic year: 2021

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Universidade Alto Vale do Rio do Peixe - UNIARP CIÊNCIAS CONTÁBEIS Rua Victor Baptista Adami, 800 - Centro CEP: 89500-000 – Caçador - SC Telefone/Fax: (49) 3561-6200

PORTUGUÊS I:

Atualização Gramatical, Ortográfica e Redacional

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Conteúdo Programático

Leitura e construção de sentido: Leitura como processo interativo entre leitor e texto. As variantes linguísticas. O comportamento dos falantes da língua portuguesa e a gramática tradicional. Produção textual: Coesão e coerência. Esquema básico da dissertação. Resumo e resenha. Atualização ortográfica, gramatical e redacional: Fonética e fonologia: algumas dificuldades ortográficas e gramaticais. Pontuação. Novo acordo ortográfico. O e-mail corporativo e a adequação da linguagem.

COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS

I) CONSIDERAÇÕES GERAIS

- As noções de coesão e coerência costumam ser abordadas pelo campo da linguística como fatores que garantem a textualidade – aquilo que diferencia um texto de uma mera sequência de palavras. Uma das propriedades que distingue um texto de um amontoado de palavras ou frases é o relacionamento existente entre si.

- Para Leonor Fávero (2003, p.11), a coesão e a coerência textuais constituem níveis diferentes de análise. Isso porque, segundo ela, pode "haver um sequenciamento coesivo de fatos isolados que não têm condição de formar um texto. Por outro lado, também pode haver textos destituídos de coesão, mas cuja textualidade se dá no âmbito da coerência".

Exemplo 1: Maria está na cozinha. A cozinha tem as paredes com azulejos. Os azulejos são brancos. Também o leite é branco.

Observando a construção acima, podemos concluir que "apesar de haver uma coesão relativamente forte no encadeamento das sentenças [...], as relações de sentido não unificam essa seqüência [sic]" (2003, p.11).

Exemplo 2: "Comemora-se este ano o sesquicentenário de Machado de Assis. As comemorações devem ser discretas para que dignas de nosso maior escritor. Seria ofensa à memória do Mestre qualquer comemoração que destoasse da sobriedade e do recato que ele imprimiu a sua vida, já que o bruxo de Cosme Velho continua vivo entre nós" (Folha de S. Paulo, 4 de fev. de 1989 apud FÁVERO, 2003, p.12).

Observando este outro exemplo, a autora comenta que o nome "Machado de Assis" foi substituído algumas vezes (por “bruxo de Cosme Velho”, "nosso maior escritor" e

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"Mestre"). Assim, o leitor precisa conhecer alguns fatos da vida do escritor para compreender esta mensagem. Essas informações não são obtidas partir do conhecimento da língua, mas, sim, da cultura, registra a autora.

II) A COESÃO

De que trata, então, a coesão textual? Da ligação, da relação, da conexão entre as palavras de um texto, através de elementos formais, que assinalam o vínculo entre os seus componentes

"A coesão, manifestada no nível microtextual, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, as palavras que ouvimos ou vemos estão ligadas entre si dentro de uma seqüência [sic]" (FÁVERO, 2003, p.10).

- O conceito de coesão se refere à ligação correta entre os elementos de um texto. Um texto é coeso quando emprega corretamente as conjunções, as preposições, os pronomes relativos etc, ou seja, o que garante a coesão textual é o uso adequado dos elementos estruturais formadores de um texto (verbal ou não).

- É importante ressaltar que os aspectos relativos à coesão textual, como a concordância e o emprego dos conectivos, por exemplo, interferem na coerência de uma mensagem.

III) A COERÊNCIA

De que trata a coerência textual? Da relação que se estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está, portanto, ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê.

"A coerência, por sua vez, manifestada em grande parte macrotextualmente, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, os conceitos e as relações subjacentes ao texto de superfície, se unem numa configuração, de maneira reciprocamente acessível e relevante.” (FÁVERO, 2003, p.10).

- O conceito de coerência refere-se ao nexo entre os elementos argumentativos ou narrativos de um texto. Trata-se do princípio de inteligibilidade, isto é, aquilo que garante a compreensão da mensagem.

- A coerência está ligada ao sentido decorrente da organização das ideias: a falta de coerência em um texto é facilmente deduzida por um falante de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as proposições de um enunciado oral ou escrito.

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Como Sintetizar um Texto Eraldo Cunegundes

A síntese de texto é um tipo especial de composição que consiste em reproduzir, em poucas palavras, o que o autor expressou amplamente. Desse modo, só devem ser aproveitadas as ideias essenciais, dispensando-se tudo o que for secundário.

Procedimentos:

1. Leia atentamente o texto, a fim de conhecer o assunto e assimilar as ideias principais; 2. Leia novamente o texto, sublinhando as partes mais importantes, ou anotando à parte os pontos que devem ser conservados;

3. Resuma cada parágrafo separadamente, mantendo a sequência de ideias do texto original;

4. Agora, faça seu próprio resumo, unindo os parágrafos, ou fazendo quaisquer adaptações conforme desejar;

5. Evite copiar partes do texto original. Procure exercitar seu vocabulário. Mantenha, porém, o nível de linguagem do autor;

6. Não se envolva nem participe do texto. Limite-se a sintetizá-lo.

O resumo é um texto em bloco, sem paragrafação, seu título é sempre RESUMO. Deve-se começar sempre informando qual o objeto resumido, isto é, título, autor, fonte.

Exercício – Resumir

A Carreira em Ciências Contábeis

Disponível em: http://www.guiadacarreira.com.br/artigos/profissao/ciencias-contabeis/ Acesso em 15/07/2011 [texto adaptado]

As ciências contábeis são uma área de estudo que tem como objetivo principal organizar e regulamentar o funcionamento das empresas. Uma empresa, seja de comércio, produtos, manufatura ou serviços, é sempre uma organização complexa, e quanto maior ela se torna, mais essa complexidade tende a aumentar.

Há registros de atividades de ciências contábeis desde os tempos dos antigos Faraós do Egito: eles já se preocupavam em controlar a produção de riquezas do reino e usavam os chamados escribas (espécie primitiva de profissional de contabilidade) para registrar e contar os alimentos, produtos e armas produzidos em todo o território Imperial.

Áreas de Atuação dos Profissionais de Ciências Contábeis

Trabalhando sempre em parceria com os profissionais de Administração de Empresas, os contadores (profissionais de ciências contábeis) planejam, gerenciam e fiscalizam as contas da empresa cuidando para que os contratos sejam válidos e também para que todos os impostos devidos sejam pagos, realizando um trabalho completo de gestão patrimonial.

Também é função do profissional de contabilidade interpretar informações econômicas do mercado e se atualizar sempre com as políticas fiscais do governo não deixando que a empresa entre na ilegalidade ou então faça negócios irregulares do ponto de vista contábil.

É sempre bom lembrar também que sonegação fiscal, balanço patrimonial adulterado e gestão fraudulenta de empresas são crimes em todos os países civilizados, o que faz também que o

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profissional de ciências contábeis atue como um orientador, colaborando ativamente para a empresa implementar uma política de gestão patrimonial séria.

Para um profissional formado em ciências contábeis poder ganhar o título de contador ou contabilista é preciso que ele tire o seu registro junto ao Conselho Regional de Contabilidade mais próximo (cada estado Brasileiro, no caso, tem o seu). Esse registro, de um modo geral, é obtido através da realização de uma prova, onde o profissional testa seus conhecimentos.

O Curso de Ciências Contábeis

Os primeiros dois anos do curso de ciências contábeis são bem teóricos, formando a base principal do conhecimento do futuro contador. Durante este período, o aluno estudará conteúdos tais como teoria econômica, gestão, língua portuguesa e, em algumas universidades, até história.

A partir do terceiro ano, o curso entra em sua fase mais técnica e as matérias universais dão lugar às mais específicas, tais como contabilidade comercial, direito tributário (ou legislação), contabilidade financeira e gestão patrimonial. A partir deste ano, também começam a ser produzidos um grande número de trabalhos e estudos de casos, que são fundamentais para a formação técnica prática dos futuros profissionais de ciências contábeis.

Grade Básica do Curso de Ciências Contábeis

 Estatística

 Gestão Patrimonial

 Contabilidade Comercial

 Direito Básico

 Fundamentos da Teoria Econômica

 Gestão Financeira

 Política Tributária

 História

 Balanço Patrimonial

 Contabilidade Aplicada

A Evolução das Ciências Contábeis no Brasil

Como o Brasil iniciou a sua história como uma colônia de Portugal, a partir do ano de 1500 as atividades de ciências contábeis já começaram a ser desenvolvidas por aqui. Atividades de exploração de minerais, pesca, alimentos e principalmente corte de madeira (Pau Brasil) foram todas devidamente documentadas pelos portugueses que instalaram por aqui vários projetos, as chamadas feitorias.

À medida que a economia da nova colônia ia crescendo e cada vez mais gente se instalava nas terras Brasileiras, o governo Imperial Português foi sentindo a necessidade de uma maior organização das atividades. Em 1770, o rei Dom José de Portugal estabelece que todas as atividades de ciências contábeis no Império a partir de então deveriam ser feitas por profissionais formados e matriculados na chamada Junta Comercial Portuguesa. É interessante lembrar, no entanto, que esses profissionais de ciências contábeis ainda não eram chamados contadores na época, e sim, guarda-livros. Esse termo vem do termo Inglês Book-keeper (que quer dizer

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exatamente guarda-livros mesmo). Na Inglaterra e nos Estados Unidos, inclusive, ainda chamam os seus contadores de guarda-livros.

Em 1930, já na Era Vargas e na fase do Brasil República, o curso de ciências contábeis é mais uma vez reformado passando a formar dois tipos de profissionais: os guarda-livros, com dois anos de curso; e os peritos-contadores, com três anos de curso.

A partir dos profissionais peritos-contadores, que tinham uma formação mais completa que os guarda-livros, começou a evoluir o conceito do contador moderno no Brasil e também a própria palavra contador que passou a ser usada para denominar os profissionais de ciências contábeis a partir de 1950.

Evolução dos Profissionais de Ciências Contábeis no Mundo

Mundo Antigo Era Industrial Mundo Moderno Profissional Escriba Guarda-livros Contador

Atribuição

Simplesmente uma pessoa que sabia escrever. Anotava os dados a serviço do rei.

Profissional que entendia de finanças e registrava números para as empresas.

Profissional que cuida da gestão completa do patrimônio, balanço financeiro e questões fiscais das empresas.

Instrumentos

de Trabalho Papiro e tinta Lápis e cadernos Computadores e calculadoras

Especializações da Carreira de Ciências Contábeis

Auditoria Fiscal: Especialização das ciências contábeis, em que o profissional atua registrando, documentando e conferindo os registros financeiros da empresa, tais como lucros, despesas e impostos.

Gestão Patrimonial: O profissional de ciências contábeis especializado em gestão patrimonial atua contabilizando e atualizando o patrimônio da empresa. O controle realizado por esse profissional é fundamental na hora de se avaliar o valor de mercado de uma empresa e também para calcular a depreciação dos bens.

Licenciatura em Ciências Contábeis: O profissional também pode fazer uma especialização para poder dar aulas em cursos de ciências contábeis, matemática, economia e administração de empresas.

Carreira em Ciências Contábeis: Aspectos Favoráveis

O contador é peça fundamental para o bom funcionamento de qualquer empresa, onde existir atividade econômica vai existir sempre um contador, há sempre muita oportunidade de trabalho para este tipo de profissional. O profissional de ciências contábeis pode atuar tanto como um profissional contratado permanente em uma empresa como também montando seu próprio escritório de contabilidade para atender várias empresas.

Carreira em Ciências Contábeis: Aspectos Desfavoráveis

Os aspectos mais desfavoráveis da carreira em ciências contábeis são a complexidade que o trabalho muitas vezes pode atingir ( cálculos de impostos de grandes empresas, por exemplo ) e também a necessidade de atualizações constante já que as leis estão sempre sendo aperfeiçoadas.rença entre Preço e Valor

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O que é uma resenha?

Resenha é, segundo o dicionário, uma "apreciação breve de um livro ou de um escrito". Esta definição pode ser dividida em três partes, que devem servir de orientação para que se possa entender o que é resenha.

A primeira parte está representada pela palavra "apreciação"; a segunda é a que concerne ao adjetivo "breve"; e a terceira e última diz respeito ao sintagma "de um livro ou de um escrito". O primeiro elemento a ser destacado nas resenhas é o fato de que tratam, todas elas, de uma apreciação. Ou seja, a resenha tem por finalidade:

1) fazer uma análise, um exame; e 2) emitir um julgamento, uma opinião.

O objetivo da resenha é, pois, duplo. A resenha pretende decompor o objeto resenhado em suas unidades constituintes, proceder a um exame pormenorizado, investigá-lo a fundo; e, a partir dessa análise, a resenha deve se posicionar em relação ao objeto resenhado, deve julgá-lo, avaliá-lo. É importante que você perceba que esses dois objetivos estão combinados: para que você tenha elementos para julgar alguma coisa, é preciso que seja feita antes uma análise; e a finalidade da análise é exatamente fornecer elementos para o julgamento. Na resenha, esses dois objetivos são solidários: um não existe sem o outro.

O segundo elemento presente na definição é o adjetivo "breve". A resenha é um texto rápido, pequeno. Isso não significa que sua análise deva ser rasa, superficial, ou que o seu julgamento possa ser precipitado. Não é isso. A principal implicação das limitações de tempo e espaço é que você deve ser seletivo. Você sabe, desde o início, que não vai conseguir esgotar a obra, investigar todos os seus pontos, examinar tudo pormenorizadamente. Logo, você deve eleger um ou outro aspecto mais saliente do texto para análise, deve investigar em detalhe apenas um dos pontos do objeto resenhado, em vez de tentar dar conta de tudo. Mas é importante que a sua escolha recaia sobre um ponto efetivamente relevante do texto, como a tese do autor ou um de seus principais argumentos.

Por fim, a definição apresenta um terceiro elemento, a expressão "de um livro ou de um escrito". Este é um ponto controverso, porque o uso normal das resenhas ultrapassa muito o texto escrito. É extremamente comum encontrarmos hoje nos jornais resenhas de discos e filmes. O objeto da resenha não é, portanto, apenas um texto escrito. Em princípio, qualquer objeto é passível de uma apreciação nos moldes de uma resenha. O que é importante perceber aqui é que todas as resenhas têm um ponto de partida bastante definido. Fazem-se resenhas de textos e obras, e não de temas. Quando se pede uma resenha de um texto X, sobre um tema Y; não se quer que uma análise e uma opinião sobre o tema Y; o que se pede é que se examine e julgue o texto X. Perceba a diferença: não se quer a sua opinião sobre o tema Y, mas sobre o texto X. Não se deve jamais esquecer do texto que serve de ponto de partida para a resenha: esse texto é a própria razão de ser da resenha. Deve-se retomá-lo sempre, deve-se dialogar com o autor do texto. Nas resenhas há mesmo um resumo do texto, em que se recuperam as ideias centrais do

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autor. Mas não confunda: resenha não é resumo; o resumo é apenas uma parte da resenha, que tem pelo menos duas outras partes: a parte da análise do texto e a parte do julgamento do texto. Por tudo o que foi dito, podemos dizer que resenha é um tipo de texto em que há, concomitantemente, exigências de forma e de conteúdo:

Exigências de conteúdo: Toda resenha:

a) deve conter uma síntese, um resumo do texto resenhado, com a apresentação das principais ideias do autor;

b) deve conter uma análise aprofundada de pelo menos um ponto relevante do texto, escolhido pelo resenhista;

c) deve conter um julgamento do texto, feito a partir da análise empreendida no item b; Exigências de forma

d) A resenha deve ser pequena, ocupando geralmente até três laudas de papel A4 com espaçamento duplo;

e) A resenha é um texto corrido, isto é, não devem ser feitas separações físicas entre as partes da resenha (com a subdivisão do texto em resumo, análise e julgamento, por exemplo);

f) A resenha deve sempre indicar a obra que está sendo resenhada.

Como se faz uma resenha?

É importante saber que não há fórmulas mágicas, macetes ou receitas prontas sobre como fazer uma resenha. Como com todos os outros tipos de texto, é alguma coisa que aprendemos por experiência e erro, treinando, fazendo. Serão muitos exercícios de resenha até você poder produzir boas resenhas, e o importante é não desanimar nesse trajeto. Seguem algumas dicas para uma resenha descritiva:

1) Leia o texto que serve de ponto de partida para a resenha. É o primeiro passo e o fundamental. A qualidade da sua resenha depende, em grande medida, da qualidade da leitura que você fizer desse texto. Se necessário, leia mais de uma vez.

2) Faça um resumo do texto. Selecione as ideias principais do autor do texto e monte um outro texto, seu. Mas cuidado: resumo não é cópia de alguns trechos do texto, com as palavras do autor. Resumo é um outro texto, um texto seu, em que você diz o que entendeu do texto, e quais são as idéias principais do autor. Se você não sabe ainda como resumir um texto, pense em como você o apresentaria para alguém que estivesse acabando de chegar em sala e lhe perguntasse: Sobre o que é esse texto que você está lendo? Outra estratégia interessante é ler o texto em um dia e tentar resumi-lo alguns dias depois. As ideias que você conseguir lembrar serão seguramente as principais. Se você não conseguir lembrar-se de nada a respeito do texto, você não o entendeu. Volte ao texto e o leia novamente.

3) Todo texto contém várias ideias, que estão postas em uma hierarquia. Há ideias principais e há ideias secundárias, periféricas. Eleja uma ideia principal.

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4) Analise a ideia escolhida. Procure traçar quais são os seus pressupostos, o que o autor pressupõe para formular essa ideia. Procure traçar também as suas implicações, as consequências que se podem retirar dessa ideia. Verifique quais as relações que a ideia estabelece no texto, com quais outras ideias ela dialoga.

5) Emita um julgamento de verdade a respeito dessa ideia. Ela é verdadeira ou não? Se é verdadeira, por quê? Se é falsa, por quê? Procure responder a essas perguntas com outros argumentos que não os usados pelo autor do texto. Por exemplo, se o autor diz que "ninguém é normal" e usa como argumento a colocação de que "o conceito de "normal" é muito relativo", não responda que essa ideia é verdadeira porque "o conceito de normal é muito relativo"; você estaria apenas repetindo o autor do texto. É crucial que o julgamento seja "seu", e não uma mera reprodução do que o autor pensa.

6) Faça tudo isso antes de começar a redigir o texto. Use um rascunho. Apenas depois de resolvidos os passos de 1 a 5 é que você estará pronto para escrever o texto e decidir sobre a sua organização. Não há ordem predeterminada: você pode começar o texto pela sua conclusão, e depois explicá-la para o leitor (através da análise) e terminar por uma apreciação mais genérica do texto (o resumo); ou você pode começar pelo resumo, passar à análise e, em seguida, ao julgamento; ou você pode misturar as três coisas. É você que decide. O importante é que seu texto tenha organização, e unidade. Enfim, que não seja apenas um amontoado de parágrafos sobre o texto que está sendo resenhado.

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10 Dissertação Dissertar é:

I. Expor um assunto, esclarecendo as verdades que o envolvem, discutindo a problemática que nele reside;

II. Defender princípios, tomando decisões

III. Analisar objetivamente um assunto através da sequência lógica de ideias; IV. Apresentar opiniões sobre um determinado assunto;

V. Apresentar opiniões positivas e negativas, provando suas opiniões, citando fatos, razões, justificativas.

Sendo a dissertação uma série concatenada de ideias, opiniões ou juízos, ela sempre será uma tomada de posição frente a um determinado assunto - queiramos ou não. Procurando convencer o leitor de alguma coisa, explicando a ele o nosso ponto de vista a respeito de um assunto, ou simplesmente interpretando um ideia, estaremos sempre explanando as nossas opiniões, retratando os nossos conhecimentos, revelando a nossa intimidade. É por esse motivo que se pode, em menor ou maior grau, mediar a cultura (vivência, leitura, inteligência...) de uma pessoa através da dissertação.

A dissertação revela quem somos, o que sentimos, o que pensamos. Nesse ponto, tenha-se o máximo de cuidado com o extremismo. Temos liberdade total de expor nossas opiniões numa dissertação. Tudo o que expusermos, principalmente no campo político e religioso, deve ser acompanhado de argumentações e provas fundamentais.

Para fazer uma boa dissertação, exige-se:

a) Conhecimentos do assunto (adquirido através da leitura, da observação de fatos, do diálogo, etc.);

b) Reflexões sobre o tema, procurando descobrir boas ideias e conclusões acertadas (antes de escrever é necessário pensar);

c) Planejamento: 1. Introdução: consiste na proposição do tema, da ideia principal, apresentada de modo a sugerir o desenvolvimento;

2. Desenvolvimento: consiste no desenvolvimento da matéria, isto é, discutir e avaliar as ideias em torno do assunto permitindo uma conclusão;

3. Conclusão: pode ser feita por uma síntese das ideias discutidas no desenvolvimento. É o resultado final.

d) Registrar ideias fundamentais numa sequência

e) Acrescentar o que faltar, ou suprimir o que for supérfluo, desnecessário.

f) Desenvolvimento do plano com clareza e correção, mantendo sempre fidelidade ao tema.

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O ESTUDO DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA

OBS.: Estrutura válida para um texto dissertativo-argumentativo de, no mínimo, 25 linhas, sem contar o título.

Vamos iniciar o estudo com alguns esclarecimentos sobre a primeira parte da estrutura que é a Tese, antes chamada de Introdução, que deve ser clara, objetiva e concisa, preferencialmente. Esta precisa ser discutida, argumentada e concluída.

MODELOS DE TESE 1 – Cena descritiva: Exemplo:

O som invade a cidade. Buzinas estridentes atordoam os passantes. Edifícios altíssimos cobrem os céus cinzentos da metrópole. Uma fumaça densa e ameaçadora empresta a São Paulo o aspecto de fotografias antigas sombreadas pela cor do tempo. É a paisagem tristonha da poluição.

2 – Uma frase declarativa ou afirmação: Exemplo:

O artista contemporâneo, diante de um mundo complexo e agitado, tem por missão traduzir o mais fielmente possível essa realidade. Mesmo que pareça impossível impedir que o subjetivismo esteja presente, deve-se despir de opiniões já estabelecidas de pré- -julgamentos ou preconceitos, a fim de que essa tradução seja fidedigna.

3 – Frases ou expressões nominais: Exemplo:

Baixos salários. Médicos descontentes. Enfermagem pouco qualificada. Falta de medicamentos. Desvio de verbas. Hospitais insuficientes e mal aparelhados. Atendimento precário. Esse é o retrato da saúde pública brasileira.

4 – Resgate histórico ou dados retrospectivos: Exemplo:

As primeiras manifestações de comunicação humana nas eras primitivas foram traduzidas por sons que expressavam sentimentos de dor, alegria ou espanto. Mais tarde, as pinturas rupestres surgiram como primeiros vestígios de tentativa de preservação de uma era... 5 – Citação: textual e comentada. Exemplo:

Textual: "O escravo brasileiro, literalmente falando, só tem uma coisa: a morte." Joaquim Nabuco, grande teórico do movimento abolicionista brasileiro revela uma das características que o pensamento antiescravista tem: a nota de comiseração pelo escravo.

A ESTRUTURA DISSERTATIVA ARGUMENTAÇÃO TESE CONCLUSÃO 1º parágrafo 5 a 6 linhas 2º, 3º e 4º parágrafos 5 a 6 linhas cada um 5º parágrafo 5 a 6 linhas

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Comentada: O teórico Joaquim Nabuco, em sua comiseração pelo escravo brasileiro, disse que este só tem a própria morte. O movimento brasileiro antiescravista, quando já fortalecido, deixou bem clara essa pungente acusação nas palavras dos abolicionistas. 6 – Pergunta ou uma sequência de perguntas: Exemplo:

Os pensadores do século XIX propuseram nos termos da época as questões que, apesar de toda a posterior realidade, continuam a intrigar os críticos sociais: como funciona a mente de um político? Quais são os fatores imponderáveis que o levam a agir desta ou daquela maneira?

7 – Definição: Exemplo

O envelhecimento é um processo evolutivo que depende dos fatores hereditários, do ambiente e da idade, embora ainda não tenham sido descobertas as causas precisas que o determinam em toda a sua amplitude e diversidade.

8 – Linguagem figurada: Exemplo:

Os meios de comunicação, com sua velocidade estonteante de informação, fazem de cada homem um condômino do mundo. De repente, todos ficaram sabendo quase tudo, sem tempo para digerir 90% das informações que recebem; é uma ilha cercada de comunicações por todos os lados.

9 – Narração: Exemplo:

O ano de 1997 foi marcado pela expansão da informática no país: realizaram-se as mais importantes feiras do mundo, apresentando novidades que deslumbraram os brasileiros. Os mais ávidos de atualizar-se se transformaram em presas definitivas de um dos mercados mais lucrativos do planeta.

10 - Ideias contrastantes ou ponto de vista oposto: Exemplo:

Enquanto muitos políticos brasileiros praticam a corrupção ao desviarem altíssimas somas em dinheiro do tesouro público, cerca de 30% da população sobrevive com menos de um salário mínimo. E, para agravar, ainda temos episódios inaceitáveis como a proposta de aumento do salário dos deputados de R$ 12.000 para R$ 21.000!!

11 – Comparação: Exemplo:

A era da informática veio aprofundar os abismos do país: de um lado, assistimos ao avanço tecnológico desfrutado por cerca de 2% da população; de outro, assistimos à crescente marginalização da maioria que sequer consegue alfabetizar-se minimamente. 12 – Contestação ou confirmação de uma citação: Exemplo:

O computador liberta, afirmou Nicholas Negroponte, o pioneiro da era digital. Contudo, o modo como a informática vem se impondo parece angustiar o homem, gerando ansiedade que, longe de libertar, escraviza.

13 – Declaração surpreendente: Exemplo:

Jamais houve cinema silencioso. A projeção das fitas mudas era acompanhada por música de piano ou pequena orquestra. No Japão e outras partes do mundo, popularizou-se a figura do narrador ou comentador de imagens, que explicava a história ao público. Muitos filmes, desde os primórdios do cinema, comportavam música e ruídos especialmente compostos.

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A ARGUMENTAÇÃO

O desenvolvimento é a parte mais extensa do texto dissertativo. Compreende os argumentos (evidências, exemplos, justificativas etc.) que dão sustentação à tese – ideia central apresentada no primeiro parágrafo. O conteúdo dos parágrafos de desenvolvimento deve obedecer a uma progressão: repetir ideias mudando apenas as palavras resulta em redundância. É preciso encadear os enunciados de maneira que se completem (cada enunciado acrescentará informações novas ao anterior). Deve-se também evitar a reprodução de clichês, fórmulas prontas e frases feitas – recursos que enfraqueçam a argumentação.

A adequada utilização de seu repertório cultural será determinante para diversificar e enriquecer seus argumentos. Observe alguns exemplos de argumentação:

Tema: Televisão

Argumentação por exemplificação

Já foi criada até uma campanha – "Quem financia a baixaria é contra a cidadania" – para que sejam divulgados os nomes das empresas que anunciam nos programas que mais recebem denúncias de desrespeito aos direitos humanos. O mais importante nessa iniciativa é que a participação da sociedade, que pode abandonar a passividade e interferir na qualidade da programação que chega às casas dos brasileiros.

Argumentação histórica

Quem assiste à tevê hoje talvez nem imagine que seu compromisso inicial, quando chegou ao país, há pouco mais de meio século, fosse com educação, informação e entretenimento. Não se pode negar que ela evoluiu – transformou-se na maior representante da mídia, mas em contrapartida esqueceu-se de educar, além disso, informa relativamente e entretém de maneira discutível.

Argumentação por constatação

Para além daquilo que a televisão exibe, deve-se levar em conta também seu papel social. Quem já não renunciou a um encontro com amigo ou a um passeio com a família para não perder a novela ou a participação de algum artista num programa de auditório? Ao que tudo indica, muitos têm elegido a tevê como companhia favorita.

Argumentação por comparação

Enquanto países com Inglaterra e Canadá têm leis que protegem as crianças da exposição ao sexo e à violência na televisão, no Brasil não há nenhum controle efetivo sobre a programação. Não é de surpreender que muitos brasileiros estejam defendendo alguma forma de censura sobre a tevê aberta.

Argumentação por testemunho

Conforme citado pelo jornalista Nelson Hoineff, "o que a televisão tem de mais fascinante para quem a faz é justamente o que ela tem de mais nocivo para quem a vê: sua capacidade aparentemente infinita de massificação". De fato, mais de 80% da população brasileira tem esse veículo como principal fonte de informação e referência.

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A CONCLUSÃO DO TEXTO DISSERTATIVO

Quando elaboramos uma dissertação, temos sempre um objetivo definido: defender uma ideia, um ponto de vista. Para tanto, formulamos uma tese interessante, que será desenvolvida com eficientes argumentos, até atingir a última etapa da estrutura dissertativa: a conclusão. Assim, as ideias devem estar articuladas numa sequência que conduza logicamente ao final do texto.

Não há um modelo único de conclusão. Cada texto pede um determinado tipo de fechamento, a depender do tema, bem como do enfoque escolhido pelo autor. Em textos com teor informativo, por exemplo, caberá a conclusão que condense as ideias consideradas. Já no caso de textos cujo conteúdo seja polêmico, questionador, será apropriada uma conclusão que proponha soluções ou trace perspectivas para o tema discutido.

Observe alguns dos procedimentos para se concluir um texto dissertativo:

Síntese da discussão – apropriada para textos expositivos, limita-se a condensar as ideias defendidas ao longo da explanação.

Retomada da tese – é a confirmação da ideia central. Reforça a posição apresentada no início do texto. Deve-se, contudo, evitar a redundância ou mera repetição da tese.

Proposta(s) de solução – partindo de questões levantadas na argumentação, consiste na sugestão de possíveis soluções para os problemas discutidos.

Com interrogação (retórica) – só deve ser utilizada quando trouxer implícita a crítica procedente, que instigue a reflexão do leitor. É preciso evitar perguntas que repassem ao leitor a incumbência de encontrar respostas que deveriam estar contidas no próprio texto.

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Mudanças no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser:

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R

S T U V WX Y Z

As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:

a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt); b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.

Trema

Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.

Como era Como fica Como era Como fica

agüentar argüir bilíngüe cinqüenta delinqüente eloqüente ensangüentado eqüestre aguentar arguir bilíngue cinquenta delinquente eloquente ensanguentado equestre freqüente lingüeta lingüiça qüinqüênio sagüi seqüência seqüestro tranqüilo frequente lingueta linguiça quinquênio sagui sequência sequestro tranquilo

Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano.

Consoantes mudas

Eliminam-se as consoantes mudas ou não articuladas.

Na prática, nada muda. No Brasil já não se usavam essas consoantes. A mudança afeta somente os países luso-africanos.

Eliminação do C .

Antes do acordo: Antes do acordo: Antes do acordo: Depois do acordo:

abjecto abjeto factura fatura

acção ação fracção fração

accionar acionar fraccionar fracionar

accionista acionista injecção injeção

abstracto abstrato insecto inseto

acto ato inspeccionar inspecionar

actual atual inspector inspetor

activo ativo interactivo interativo

actor ator jacto jato

adjectivo adjetivo leccionar lecionar

afecto afeto lectivo letivo

afectuoso afetuoso liquefacção liquefação

antárctico antártico manufactura manufatura

arquitectura arquitetura nocturno noturno

(17)

17 Eliminação do P mudo

Antes do acordo Depois do acordo Antes do acordo Depois do acordo

adopção adoção cepticismo ceticismo

adoptar adotar ceptro cetro

adoptivo adotivo Egipto Egito

baptismo batismo óptica ótica

baptizar batizar óptimo ótimo

baptizado batizado susceptível suscetível

céptico cético sumpto sunto

Dupla grafia

(tendência brasileira) (tendência luso-africana)

(tendência brasileira)

(tendência luso-africana

acepção aceção infecção infeção

amídala amígdala infeccionar infecionar

amidalite amígdalite intacto intato

anistia amnistia interceptar intercetar anticoncepcional anticoncecional lácteo láteo

aritmética arimética Neptuno Netuno

aspecto aspeto onipotente omnipotente

cacto cato perspectiva perspetiva

caracteres carateres punctura puntura

conceptivo concetivo recepção receção

confecção confeção recepcionista rececionista confeccionar confecionar receptivo recetivo

conectivo conetivo seção secção

característica caraterística seccional secional

concepção conceção setor sector

concepcional concecional súdito súbdito

corruptor corrutor sutil subtil

corrupto corruto retrospecto retrospeto

decepção deceção ruptura rutura

decepcionante dececionante fato facto

dicção dição imperceptível impercetível

espectro espetro excepcional excecional

Observação: Mantém-se a grafia dupla por causa da diferença de pronúncia existente no Brasil e nos países luso-africanos.

(18)

18

Dupla acentuação

(tendência brasileira) (tendência luso-africana) (tendência brasileira) (tendência luso-africana)

abdômen abdómen hegemônico hegemónico

abstêmio abstémio helênico helénico

acadêmico académico heterogêneo heterogéneo

adônio adónio heterônimo heterónimo

Amazônia Amazónia hidrômetro hidrómetro

anatômico anatómico histogêneo histogéneo

anônimo anónimo ingênuo ingénuo

antônimo antónimo irônico irónico

Antônio António insônia insónia

astrônomo astrónomo jônico jónico

atômico atómico judô judó

atônito atónito manicômio manicómio

atômico atómico matrimônio matrimónio

barômetro barómetro metrô metró

bebê bebé milênio milénio

bônus bónus neurastênico neurasténico

calcedônia calcedónia ômega ómega

cênico cénico ônus ónus

cerimônia cerimónia ônix ónix

cleptômano cleptómano oscilômetro oscilómetro

colônia colónia quilômetro quilómetro

cômico cómico patogênico patogénico

crônica crónica patrimônio património

comitê comité polêmica polémica

cômoda cómoda prêmio prémio

crochê croché pseudônimo pseudónimo

cupê cupé sinônimo sinónimo

econômico económico sistêmico sistémico

fenômeno fenómeno purê puré

fêmur fémur tênis ténis

fêmea fémea tênue ténue

fônico fónico titônico titónico

gasômetro gasómetro tônica tónica

gêmeo gémeo vênus vénus

grêmio grémio gênio génio

gênero género

Observação: Mantém-se a grafia dupla por causa da diferença de pronúncia existente no Brasil e nos países luso-africanos.

Mudanças nas regras de acentuação

1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

(19)

19

Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.

Como era Como fica

baiúca baiuca bocaiúva bocaiuva cauíla cauila feiúra feiura

Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: maiúscula, tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).

Como era Como fica Como era Como fica

abençôo abençoo magôo (verbo magoar) magoo crêem (verbo crer) creem perdôo (verbo perdoar) perdoo dêem (verbo dar) deem povôo (verbo povoar) povoo dôo (verbo doar) doo vêem (verbo ver) veem

enjôo enjoo vôos voos

lêem (verbo ler) leem zôo zoo

4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

Como era Como fica Como era Como fica

alcalóide alcaloide estréia estreia

alcatéia alcateia estréio (verbo estrear) estreio

andróide androide geléia geleia

apóia (verbo apoiar) apoia heróico heroico

apóio (verbo apoiar) apoio idéia ideia

asteróide asteroide jibóia jiboia

bóia boia jóia joia

celulóide celuloide odisséia odisseia

clarabóia claraboia paranóia paranoia

colméia colmeia paranóico paranoico

Coréia Coreia platéia plateia

debilóide debiloide tramóia tramoia

(20)

20

Como era Como fica

Ele pára o carro. Ele para o carro. Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte. Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo. Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos. Comi uma pêra. Comi uma pera.

Atenção:

• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3a pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singular.

Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.

• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.

• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.

Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba. Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.

Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes. Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.

Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.

• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/ fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?

5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.

6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:

a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.

Exemplos: • verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.

• verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.

b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas.

Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):

• verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem. • verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam. Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.

(21)

21

Uso do hífen

As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.

1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: anti-higiênico anti-histórico co-herdeiro macro-história mini-hotel proto-história sobre-humano super-homem ultra-humano

2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos:

aeroespacial agroindustrial anteontem antiaéreo antieducativo

autoaprendizagem autoescola autoestrada autoinstrução coautor coedição extraescolar infraestrutura semiaberto semianalfabeto

semiesférico semiopaco plurianual

Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc. O mesmo ocorre com o prefixo re quando o segundo elemento se inicia por e: reescrita, reeleito, reestruturação.

3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos:

anteprojeto antipedagógico autopeça autoproteção coprodução geopolítica microcomputador pseudoprofessor semicírculo semideus seminovo ultramoderno

4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos:

antirrábico antirracismo antirreligioso antirrugas ultrassom antissocial biorritmo contrarregra contrassenso minissaia cosseno infrassom microssistema semirreta

multissecular neorrealismo neossimbolista ultrarresistente.

5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos:

anti-ibérico anti-imperialista anti-inflacionário anti-inflamatório auto-observação contra-almirante contra-atacar contra-ataque micro-ondas micro-ônibus semi-internato semi-interno

6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Exemplos:

hiper-requintado inter-racial inter-regional sub-bibliotecário super-racista super-reacionário super-resistente super-romântico • Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r, b e h: região, sub--raça, sub-humano, etc.

• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum- -navegação, pan-americano etc.

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22

7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos:

hiperacidez hiperativo interescolar interestadual

interestelar interestudantil superexigente superamigo superaquecimento supereconômico superinteressante superotimismo

8. Com os prefixos ex, vice, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos:

além-mar além-túmulo aquém-mar ex-aluno ex-diretor ex-hospedeiro ex-prefeito ex-presidente pós-graduação pré-história pré-vestibular pró-europeu recém-casado recém-nascido sem-terra

9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio- -Niterói, eixo Rio-São Paulo.

11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos: girassol madressilva paraquedas paraquedista pontapé

12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos:

Na cidade, conta- -se que ele foi viajar.

O diretor recebeu os ex- -alunos.

13. O acordo regularizou o uso do hífen na grafia de todas as palavras que indicam espécies de plantas ou de animais. Ex.: couve-flor; canário-da-terra; pimenta-do-reino...

RESUMO

Regra básica:

Palavra que se unir ao prefixo e começar com H/ MESMA VOGAL/ MESMA CONSOANTE terá hífen. Caso contrário >> prefixo + palavra, sem hífen.

Outros casos:

1. Prefixo terminado em vogal:

• Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.

• Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.

• Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.

2. Prefixo terminado em consoante:

• Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário. • Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico. • Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.

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23

PREFIXO 2º ELEMENTO HÍFEN EXEMPLO

Terminado em vogal

Com H COM Anti-humano

Terminado em vogal

Com mesma vogal COM Anti-idade

Terminado em vogal Com vogal diferente SEM Antiespasmo Terminado em vogal Com consoante diferente de R e S SEM Antifurto Terminado em vogal Com consoante R e S – Duplica a consoante SEM Antirroubo; Antissemita Terminado em consoante

Com H COM Super-homem

Terminado em consoante Com mesma consoante COM Super-real Terminado em consoante Com consoante diferente SEM Superfácil Terminado em consoante

Com vogal SEM Superamigo

Prefixo SUB Com consoante B, R e H COM Sub-humano, Sub-base; Sub-raça Prefixo CIRCUM e PAN Com consoante M, N, H e VOGAIS COM Circum-murado, Pan-americano, Circum- -navegável

(24)

24

Acentuar as palavras, se necessário.

guri atraves armazens residuo babaçu superficie xale chale bambu vistoria melancia trai-la calice panico odio bonus agil conteudo avido atriz heroina frances ziper feroz arduo biquini consul chule doce ele patria Ester rubrica Andreia abençoe moem destroem traira ideia geis aneis coroneis lapis uisque bau paraiso farao moinho atras traz mes fez Morumbi cumpri item reli tatu pessego pas paz Le-lo urubus tonus disputa-la cancer benção ansia incendio fuzil fusivel reune graudo gaucho jovem medula aqui imã pulover timido associo socio paleto palito sequencia bilingue agua aguinha sereia europeia anseia fieis virus forum itens sanduiche heroi moi destroi claraboia sois cafezal tres sueter cede-lo Vanderleia ateu abotoo ilheu anel sozinho rotulo acrescimo dialogo cinico conjuge angulo polen polens juiz juizes raiz raizes isca matriz coroa hamburguer liquidez sequestra-lo Baiuca feiura

(25)

25

VARIANTES LINGUÍSTICAS

Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pelos seus usuários: ela está sujeita a muitas variações. O modo de falar uma língua varia:

- de época para época: o português de nossos antepassados é diferente do que falamos hoje;

- de região para região: o carioca, o baiano, o paulista e o gaúcho falam de maneiras nitidamente distintas;

- de grupo social para grupo social: pessoas que moram em bairros chamados nobres falam diferente dos que moram na periferia. Costuma-se distinguir o português das pessoas mais prestigiadas socialmente (impropriamente chamada de fala culta ou norma culta) e o das pessoas de grupos sociais menos prestigiados (a fala popular ou norma popular);

- de situação para situação: cada uma das variantes pode ser falada com mais cuidado e vigilância (a fala formal) e de modo mais espontâneo e menos controlado (a fala informal). Um professor universitário ou um juiz falam de um modo na faculdade ou no tribunal e de outro numa reunião de amigos, em casa e em outras situações informais.

Além dessas, há outras variações, como, por exemplo, o modo de falar de grupos profissionais, a gíria própria de faixas etárias diferentes, a língua escrita e oral.

Diante de tantas variantes linguísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta. Resposta: não existe a mais correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, fala bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante adequada a cada situação e consegue o máximo de eficiência dentro da variante escolhida.

Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situação descontraída da comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial. Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, desrespeitosos, fugir afinal das normas típicas dessa situação.

Quando se fala das variantes, é preciso não perder de vista que a língua é um código de comunicação e também um fato com repercussões sociais. Há muitas formas de dizer que não perturbam em nada a comunicação, mas afetam a imagem social do falante.

EXERCÍCIOS

1. Observe os inconvenientes linguísticos e reescreva a frase de forma que atenda à norma padrão:

Convidamos aos professores para que dê início as discursões dos assuntos em palta.

___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

2. Suponha um aluno se dirigindo a um colega de classe nestes termos: “Venho respeitosamente solicitar-lhe se digne emprestar-me o livro.” A atitude desse aluno se assemelha à atitude do indivíduo que:

a) comparece ao baile de gala trajando “smoking”.

b) vai à audiência com uma autoridade de “short” e camiseta. c) vai à praia de terno e gravata.

d) põe terno e gravata para ir falar na Câmara dos Deputados. e) vai ao Maracanã de chinelo e bermuda.

3. O que é e o que pode determinar a variação linguística?

(26)

26

4. Por que podemos afirmar que somos falantes e, ao mesmo tempo, modificadores da língua?

___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

5. Sobre a língua, a norma padrão e as variantes linguísticas, analise as assertivas abaixo e, depois, assinale

a alternativa verdadeira

I. O meio sociocultural em que vive o sujeito determina os modos variados com que ele usa a fala.

II. Linguagem é sinônimo da “fala humana” e esta se encontra na gramática que descreve o sistema de uma língua.

III. O uso de uma determinada variante linguística dá identidade a grupos existentes na sociedade, a

exemplo da pronúncia de palavras.

IV. As línguas não são estáticas, mas mudam ao longo do tempo; a esse estudo dá-se o nome de variantes

históricas.

a) As assertivas II e IV estão corretas. b) As assertivas I, III e IV estão corretas. c) Todas as assertivas estão corretas. d) Apenas as assertivas I e III estão corretas.

6. Defender a existência de uma “realidade plurilinguística” em nosso país é defender todas as ideias a

seguir, EXCETO:

A) A língua que serve de forma de expressão a uma determinada comunidade passa por um processo constante de mudanças.

B) A língua reduz sensivelmente seu repertório de palavras, ao entrar em contato com os meios modernos de comunicação de massa.

C) A língua abriga em si uma abertura à multiplicidade de falares, sotaques.

D) A realidade dinâmica da língua ocorre devido ao fato de o homem possuir o dom de criar.

7. Assinale a alternativa que contém uma informação FALSA em relação ao fenômeno da variação linguística.

A) A variação linguística consiste num uso diferente da língua, num outro modo de expressão aceitável em determinados contextos.

B) A variedade linguística usada num texto deve estar adequada à situação de comunicação vivenciada, ao assunto abordado, aos participantes da interação.

C) As variedades que se diferenciam da variedade considerada padrão devem ser vistas como imperfeitas, incorretas e inadequadas.

D) As línguas são heterogêneas e variáveis e, por isso, os falantes apresentam variações na sua forma de expressão, provenientes de diferentes fatores.

8. Mais importante do que falar correto, é saber escolher a variante linguística adequada a cada situação

concreta de comunicação. Assinale a alternativa em que a variante linguística não é compatível com o gênero do texto indicado entre parênteses.

a) “Nada pior para uma boa causa do que maus defensores: é o que ocorre com a ecologia.” (Introdução a um texto dissertativo)

b) “Tu que tá acostumado a esculachá os otro e ganhá os cara na manha, te manca, que a tua hora vai chegá.” (Ameaça feita por um morador de periferia a um desafeto da mesma região e classe social) c) “Onde tem teatro, nós estamos por trás. Nos últimos quatro anos, a Volkswagen investiu R$ 27 milhões

em projetos culturais como: teatro, música, exposições de arte, cinema e literatura. Não é favor, é nossa obrigação.” (Anúncio publicitário veiculado em revista de artes)

d) “A história que começou há cinco séculos, nestas praias de Porto Seguro, deu origem a uma das grandes nações do mundo. Um país que nos orgulha pelo que já é, e nos inspira e desafia por tudo aquilo que pode vir a ser. Como toda criança, eu imagino, foi a geografia, antes da história, que primeiro me deu o sentimento de grandeza do Brasil.” (Discurso de uma autoridade numa comunicação solene)

e) “Ontem, quando cheguei em casa, aborreci-me com a notícia de que não havia água. Como agravante, esclareça-se que já faziam cinco dias que o líquido precioso nos faltara. Custou-me conciliar com o sono sem o conforto de um banho.” (Fala de um senhor de estrato social elevado, apegado à rigidez gramatical)

(27)

27

REGÊNCIA VERBAL/NOMINAL

Trata da relação verbo/nome e seus complementos. Perguntar ao verbo/nome que preposição é exigida por ele. Quem simpatiza, simpatiza com (por exemplo). Os pronomes relativos vêm acompanhados de preposição, dependendo da regência do verbo. (Exemplo: A senhora a cuja casa me referi. O médico com quem simpatizo.). OU da regência do NOME (Exemplo: Ninguém conseguiu esquecer a cilada de que ele foi vítima. (vítima de).

A regência verbal

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).

O estudo da regência verbal permite ampliar a capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudança ou retirada de uma preposição. Observe:

A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.

A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer. Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém".

Saiba que:

O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal. As preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos:

Cheguei ao metrô. Cheguei no metrô.

No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.

Existem algumas variáveis na conjugação de alguns verbos. Os linguistas chamam os desvios de variáveis, enquanto os gramáticos tratam-nos como erros.

verbo ver e derivados.

Forma popular: se eu ver, se eu rever, se eu revesse. Forma padrão: se eu vir, se eu revir, se eu revisse.

(28)

28 verbo vir e derivados.

Forma popular: se eu vir, seu eu intervir, eu intervi, ele interviu, eles proviram. Forma padrão: seu eu vier, se eu intervier, eu intervim, ele interveio, eles provieram.

ter e seus derivados.

Forma popular: quando eu obter, se eu mantesse, ele deteu. Forma padrão: quando eu obtiver, se eu mantivesse, ele deteve.

pôr e seus derivados.

Forma popular: quando eu compor, se eu disposse, eles disporam.

Forma padrão: quando eu compuser, se eu dispusesse, eles dispuseram.

reaver.

Forma popular: eu reavi, eles reaveram, ela reavê. Forma padrão: eu reouve, eles reouveram, ela reouve.

A regência nominal

Regência Nominal é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo:

Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição "a". Veja:

Obedecer a algo/ a alguém. Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.

Substantivos

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de

Aversão a, para, por Doutor em Obediência a

Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por

Bacharel em Horror a Proeminência sobre

(29)

29 Adjetivos

Acessível a Diferente de Necessário a

Acostumado a, com Entendido em Nocivo a

Afável com, para com Equivalente a Paralelo a

Agradável a Escasso de Parco em, de

Alheio a, de Essencial a, para Passível de

Análogo a Fácil de Preferível a

Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a

Apto a, para Favorável a Prestes a

Ávido de Generoso com Propício a

Benéfico a Grato a, por Próximo a

Capaz de, para Hábil em Relacionado com

Compatível com Habituado a Relativo a

Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por

Contíguo a Impróprio para Semelhante a

Contrário a Indeciso em Sensível a

Curioso de, por Insensível a Sito em

Descontente com Liberal com Suspeito de

Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios

Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

(30)

30 CRASE

Temos vários tipos de contração ou combinação na Língua Portuguesa. A contração se dá na junção de uma preposição com outra palavra.

Na combinação, as palavras não perdem nenhuma letra quando feita a união. Observe: • Aonde (preposição a + advérbio onde)

• Ao (preposição a + artigo o)

Na contração, as palavras perdem alguma letra no momento da junção. Veja: • da ( preposição de + artigo a)

• na (preposição em + artigo a)

Crase é a fusão de duas vogais idênticas, representada graficamente pelo acento grave. Fomos à piscina à = artigo + preposição

Ocorrerá a crase sempre que houver um termo que exija a preposição a e outro termo que aceite o artigo a.

Para termos certeza de que o "a" aparece repetido, basta utilizarmos alguns artifícios: I. Substituir a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se aparecer ao ou aos diante de palavras masculinas, é porque ocorre a crase.

Exemplos:

Temos amor à arte. (Temos amor ao estudo) Respondi às perguntas. (Respondi aos questionário) Li as perguntas (Li os textos)

II. Substituir o "a" por para ou para a. Se aparecer para a, ocorre a crase: Exemplos:

Contarei uma estória a você. (Contarei uma estória para você.) Fui à Holanda (Fui para a Holanda)

III. Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão voltar da, é porque ocorre a crase.

Exemplos:

Iremos a Curitiba. (Voltaremos de Curitiba) Iremos à bela Curitiba (Voltaremos da bela Curitiba) Iremos à Bahia (Voltaremos da Bahia)

Não ocorre a Crase a) antes de verbo

Voltamos a contemplar a lua. b) antes de palavras masculinas Gosto muito de andar a pé. Passeamos a cavalo.

c) antes de pronomes de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita e dona: Dirigiu-se a V.Sa. com aspereza

Dirigiu-se à Sra. com aspereza. d) antes de pronomes em geral: Não vou a qualquer parte. Fiz alusão a esta aluna.

e) em expressões formadas por palavras repetidas: Estamos frente a frente.

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