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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA VIRTUAL CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS VIRTUAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – VIRTUAL CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS VIRTUAL

“O TRABALHO COM OS GÊNEROS TEXTUAIS, NA PERSPECTIVA DISCURSIVA EM SALA DE AULA”

ESPERIDIÃO FERREIRA DE PAULO FILHO

Campina Grande - PB 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – VIRTUAL CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS VIRTUAL

“O TRABALHO COM OS GÊNEROS TEXTUAIS, NA PERSPECTIVA DISCURSIVA EM SALA DE AULA”

ESPERIDIÃO FERREIRA DE PAULO FILHO

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciatura em Letras da Universidade Federal da Paraíba Virtual.

Orientadora: Profa. Lorena Davim Paiva Ponce de Leon

Campina Grande - PB 2013

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Monografia submetida à conclusão do curso de Licenciatura em Letras, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Licenciado em Língua Portuguesa e suas Literaturas, outorgado pela Universidade Federal da Paraíba Virtual.

“O TRABALHO COM OS GÊNEROS TEXTUAIS, NA PERSPECTIVA DISCURSIVA EM SALA DE AULA”

_________________________________________________ Esperidião Ferreira de Paulo Filho

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

Nota obtida: ______

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pela Sua plenitude e onipresença. Aos meus pais, por ensinarem-me o valor de uma conquista. A meus professores e professoras que muito contribuíram para a minha formação e meu aprendizado. Por fim, a minha esposa Saneide Raquel, que sempre desejou a minha formação acadêmica.

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RESUMO

Este trabalho reflete a prática de ensino-aprendizagem em sala de aula por meio do estudo dos gêneros textuais, principalmente a charge. A perspectiva teórica adotada é por meio dos ensinos, preferencialmente, dos teóricos Mikhail Bakhtin e Marcuschi. A prática do ensino em sala de aula através do gênero charge revelou profundo interesse por parte dos alunos, facilitando o desempenho da transmissão de conhecimentos. Tal atividade demonstrou a importância da análise do contexto para compreensão do gênero em estudo assim como a forte intertextualidade presente nele. O uso de análise de charges pode auxiliar a captar e manter a atenção dos alunos durante todo o processo de aprendizagem.

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INTRODUÇÃO

Uma das maiores provocações em sala de aula atualmente é estimular no aluno o gosto pela leitura e pela produção de textos.

A falta de interesse e de compromisso dos estudantes pela leitura leva muitos educadores a refletirem sobre os processos de letramento e os hábitos de leitura a que esses estudantes foram submetidos. Diversos motivos são apontados como a base para tal desinteresse pela prática da leitura: consulta de resumos, desprezo familiar, presença excessiva de redes sociais, distanciamento entre os textos e a realidade, etc.

Mas, talvez, o principal motivo dos educandos pela falta do hábito de ler seja a falha nos métodos de ensino da leitura em sala de aula, que muitas vezes desconsideram a situação comunicativa, priorizando a leitura da palavra e não dos elementos textuais e extratextuais. Dessa forma, muitos estudiosos vão em busca de respostas para tentar sanar tais métodos. E, conforme Marcuschi, o trabalho com gêneros textuais é “uma oportunidade de se lidar com a linguagem em seus mais diversos usos autênticos no dia-a-dia”. Ou seja, para esse autor, as diversas formas linguísticas estão dentro de algum gênero.

Por isso, o trabalho com gêneros textuais em sala de aula facilita a compreensão da linguagem em dadas situações comunicativas, uma vez que os gêneros dão a oportunidade de trabalhar os diversos usos da língua que circulam no dia-a-dia.

Ao comunicar-se por meio de textos, os alunos devem estar cientes, na leitura e na produção, da importância e da adequação da língua a cada situação de interação comunicativa. Logo, ao se trabalhar com os gêneros textuais em sala de aula, é necessário envolver os alunos com situações concretas do uso da língua, com o intuito de aproximá-los dos recursos adequados para atender os objetivos do texto.

Com isso, aulas com os gêneros textuais são essenciais para difundir entre alunos a socialização da linguagem, a compreensão do contexto comunicativo, as diversas formas de interação, a estratégia de leitura, etc.

Portanto, esse trabalho visa a discutir a contribuição e a socialização do estudo da charge em sala de aula, uma vez que esse gênero tem a capacidade de prender a atenção do aluno por usar uma linguagem mista . Trazendo uma discussão teórica sobre os mesmos, seus

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encadeamentos para aprendizagem e para o uso efetivo da língua, a partir das reflexões de autores consagrados a produção de algumas charges.

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1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os gêneros textuais, materialização dos gêneros do discurso, fazem parte do nosso cotidiano, apresentando uma grande variedade em nossa sociedade. Conforme as orientações do filósofo russo Mikhail Bakhtin (2003, P. 261-306) , a efetivação do uso da língua dar-se por meio de enunciados que se enquadram em determinado gênero discursivo. Com isso, em cada contexto comunicativo, um texto apresenta características que nos levam a identificar a que gênero textual o mesmo pertence. Ou seja, o gênero se estrutura em torno do tema, linguagem, interlocutores, meio de circulação, funcionalidade, etc.

1.1 GÊNEROS TEXTUAIS SEGUNDO MARCUSCHI

Marcuschi coloca os gêneros textuais histórico-socialmente e conclui que povos de cultura essencialmente oral dispõe de um conjunto limitado de gêneros. Atualmente, a presença da inovações tecnológicas, principalmente do computador e da internet, facilitou a desenvolvimento e a junção de novos gêneros. Vale salientar que novos gêneros textuais são adaptações de gêneros já existentes.

As cartas que trocavam mensagens são aos poucos substituídas pelo e-mail, troca de mensagens eletrônica; o bilhete vem sendo substituído pelo scrap. Essa informação nos leva a observar que o gênero textual está intrinsicamente ligado ao contexto de comunicação, aos interlocutores, ao nível de linguagem e aos meios de circulação.

Marcuschi traz a definição de gênero e tipo textual, elucidando a diferença entre os gêneros e os tipos textuais.

“Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de construção teórica definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de maia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. Usamos a expressão gênero textual como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica.” (MARCUSCHI, p 27).

Somos ladeados pela presença de gêneros orais e escritos, uma vez que trocamos e recebemos informações de forma oral, embora muitas vezes originalmente escritas como a transmissão

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de reportagens ou notícias

Marcuschi pondera que os gêneros textuais estão atrelados à necessidade e aos objetivos dos falantes, assim como à natureza do tópico tratado, fundindo-se em critérios externos e internos. Daí, os gêneros textuais adaptam-se a uma adequação tipológica, seguindo alguns aspectos: natureza da informação ou do conteúdo vinculado; nível de linguagem; tipo de situação em que o gênero se situa etc.

1.2 GÊNEROS TEXTUAIS SEGUNDO BAKHTIN

Para Bakhtin, gênero textual é um tipo relativamente estável de enunciado. Este tipo de enunciado revela as condições específicas e as finalidades comunicativas do homem que estão relacionados ao uso da língua. Essas condições e finalidades são quase infinitas, remetendo-nos a um ou mais gêneros textuais.

Por possuir uma heterogeneidade, podemos observar a inclusão de características de um gênero dentro de outro, fazendo com que o estudos dos gêneros sejam diversos.

Bakhtin nos traz a diferença entre gênero de discurso primário (simples) e secundário (complexo). Enquanto alguns gêneros se apresentam mais complexos e evoluídos como é o romance, o teatro, as palestras etc., outros apresentam-se de forma mais simples como o charge, o bilhete, etc. Bakthin nos apresenta uma distinção minuciosa desse fato:

“Os gêneros primários, ao se tornarem componentes dos gêneros secundários, transformam-se dentro destes e adquirem uma característica particular: perdem sua relação imediata com a realidade existente e com a realidade dos enunciados alheios – por exemplo, inseridas no romance, a réplica do diálogo cotidiano ou a carta, conservando sua forma e seu significado cotidiano apenas no plano do conteúdo do romance, só se integram à realidade existente através do romance considerando como um todo, ou seja, do romance concebido como fenômeno da vida literário-artística e não da vida cotidiana.” (BAKHTIN, p 281).

O contexto histórico é marcado pela predominância de alguns gêneros, influenciado pelo momento sócio-cultural.

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todos os gêneros (...) a aplicação de um novo procedimento na organização e na conclusão do todo verbal e uma modificação do lugar que será reservado ao ouvinte ou ao parceiro etc., o que leva a uma maior ou menor reestruturação e renovação dos gêneros do discurso.” (BAKHTIN, p 286).

1.3 A CHARGE

A charge é um galicismo, ou seja, um empréstimo linguístico que pertence a outra língua, a francesa. O seu valor semântico está relacionado à carga, demonstrando um ataque em que a realidade é reapresentada por meio de imagens e palavras.

Com isso, o gênero charge traz em sua estrutura geralmente a linguagem verbal e a não-verbal. Fazendo com que seu sentido oscile entre o que está sendo representado e o que ocorreu. Sendo assim, pondera-se em usar esse sentido com os alunos, como alternativa plausível para compreensão desse gênero, apresentado três pontos:

“1) o material dos textos chargísticos compõem um manancial pouco explorado no contexto escolar, embora sejam exuberantes e dignos de análise; 2) a intertextualidade é um recurso produtivo em sala de aula para subsidiar a competência argumentativa dos alunos a partir de relações lógico-discursivas trazidas à tona pelo gênero charge, que tem em sua natureza, a capacidade de abordar temas polêmicos como a política, a religião, os conflitos sociais etc.; 3) as charges estão presentes no dia-a-dia em jornais, revistas, outdoors, além de provocarem o humor e, consequentemente, o prazer no leitor.” (PEREIRA, p 102)

A charge não se reduz à ironia, ela está mesclada ao cômico, pela deformação de imagens, levando o leitor a uma crítica sobre determinado fato da sociedade, principalmente os políticos. Com isso, deve haver uma relação entre a imagem representada na charge e o fato que a gerou para que se possa atribuir sentido a mesma.

2 ANÁLISE DE ALGUMAS CHARGES

A política brasileira é tema frequente na charge. Por meio da ambientação histórica em que a charge foi produzida, explora-se a figura (1) comentado as diversas alianças que o

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ex-15

presidente Lula fez antes de chegar à presidência do Brasil. Esta charge não representa realmente essa aliança, mas, por meio do não-dizer, infere-se a “costura”, os jogos políticos, que foi feito para Lula ser eleito.

Figura 1

A figura (2) transmite mais uma vez o cenário político brasileiro, trazendo o caráter intertextual que esse gênero possui. O leitor contextualizado com a situação política e conhecedor das características físicas de um ex-presidente é capaz de compreender o conteúdo crítico que esta charge traz. Ou seja, ela nos traz a falta de ética presente no governo desse tal presidente.

Figura 2

Para compreensão da charge, o leitor necessita de um conhecimento linguístico e extralinguístico, uma vez que a interpretação necessita de conhecimentos prévios. O

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interpretador da charge deve perceber uma intenção do chargista, pois este possui uma intenção comunicativa ao produzir sua obra.

2.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cada gênero textual possui uma funcionalidade comunicativa. Em sala de aula, a charge é um meio eficaz para trabalharmos os recursos linguísticos e o contexto histórico em que ela está inserida, visando a interação entre professor e aluno para aproveitar a relação de ensino-aprendizagem.

O poder humorístico da charge aproxima o aluno do conteúdo ministrado, promovendo o interesse do educando, desenvolvendo nele uma percepção crítica sobre diversos temas tratados na charge, ao mesmo tempo evidenciando o poder comunicativo da linguagem mista. Trabalhar com a charge e com outros gêneros textuais, é conduzir os alunos à socialização do conhecimento e ao uso efetivo da língua portuguesa.

CONCLUSÃO

O trabalho com gêneros textuais na escola deve ser fundamentalmente um objeto de ensino, e para que possa fazer sentido para o aluno, é necessário que esse trabalho torne-se um meio de aprendizagem, ou seja, os gêneros textuais devem responder às necessidades dos alunos. Explorar a diversidade de objetivos dos gêneros assim como suas diversas modalidades é colocá-los como objeto de aprendizagem, a fim de minimizar a natureza complexa de alguns gêneros sem descaracterizá-los. A sala de aula é o ambiente propício para que os alunos interajam significativamente com as diversas modalidades textuais, por isso, é preciso oferecer-lhes textos que retratem a realidade mundial.

A utilização por parte do professor de atividades que levam os alunos a confrontarem situações significativas de conhecimento e aprendizagem é requisito essencial para o fortalecimento de uma relação de ensino que objetiva o interesse dos alunos pela leitura e pela

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produção de textos. A leitura é sem dúvida o principal objetivo da educação, por isso, a escola jamais deve deixar de oferecê-la.

Sendo assim, concluo que meu trabalho atingiu seus objetivos, pois o estudo do gênero charge, em sala de aula, foi capaz de apreender a atenção dos alunos, facilitando as estratégias de ensino (teoria dos gêneros e da charge, análise das charges, etc.), aproximando os alunos de leitura significativas e contextualizadas. Portanto, o trabalho com gêneros em sala de aula é viável quando o professor traça estratégias significativas para aprendizagem dos alunos.

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo; Martins Fontes, 2003. P. 261-306.

______. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986.

BONINI, A. Os gêneros do jornal: Questão de pesquisa e ensino. In: Acir Mario karwoski, Beatriz Gaudeczka, Karim Siebneicher Brito, (Org.) Gêneros textuais. Palmas e União da Vitória: Kaygangue, 2005.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens. Volume único. 2.ed. São Paulo: Atual, 2005.

MACHADO, Irene. Gêneros discursivos. IN: BRAIT, Beth. Bakhtin: conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2005.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: Karwoski, A. R. Gaydeczka, B. & Brito, K. S. Gêneros textuais: reflexões e ensino. Palmas

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e União da Vitória: kaygangue, 2005.

SARMENTO, Leila Lauar. Oficina de redação. Volume único. São Paulo: Moderna, 2009. PEREIRA, Tânia Maria Augusto. O discurso das charges: um campo fértil de intertextualidade. In: SILVA, Antonio de Pádua Dias da et al. Ensino de língua: do impresso ao virtual. Campina Grande, PB: EDUEP, 2006.

Referências

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