Trabalho, Energia e
Momentum Linear.
l
Energia e Momentum
Há muitas formas de energia como por exemplo, energia nuclear,
energia elétrica, energia sonora, energia luminosa.
Quando você levanta um objeto que possui uma certa massa, várias
formas de energia são envolvidas neste processo, energia química,
térmica, cinética, potencial.
Em uma central nuclear, a energia produzida pela fissão nuclear, é
transformada em energia térmica e no último estágio em energia
elétrica.
Nos casos em que a energia total se conserva, aplica-se a lei de
conservação de energia.
Momentum ou quantidade de movimento
Momentum é uma medida da capacidade de parar um corpo ou
partícula que se encontra em movimento.
Depende da massa e velocidade da partícula, é um grandeza
vetorial e definida como:
Não é expresso por uma unidade específica. No SI: kg.m/s
É uma grandeza vetorial, com mesma direção e sentido que a
velocidade do corpo.
!
Impulso
t
F Δ
!
⋅
´
t
F Δ
!
⋅
Aplicação de uma força F sobre um objeto por um determinado intervalo de tempo ∆t.
v!
´
v!
para
Δ
t Δ
´
>
t
.
Podemos expressar o impulso em termos da quantidade de movimento, utilizando a segunda lei de Newton:
(
)
p
I
v
m
v
m
t
F
I
t
t
v
m
t
F
a
m
F
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
Δ
=
⇒
⋅
Δ
=
Δ
⋅
=
Δ
⋅
=
Δ
⋅
Δ
Δ
⋅
=
Δ
⋅
⇔
⋅
=
ou
Exemplo. Uma bola, cuja massa é de 0,1 kg, é solta de uma altura de 2 m e após atingir o solo, volta a uma altura de 1,8 m. Determine o impulso que ela recebeu da gravidade enquanto estava caindo e o impulso recebido quando atingiu o solo.
h = 2,0 m 1,8 m
Dado que na queda livre inicia-se do repouso, a velocidade ao tocar no chão pode ser calculada por
v1 = 2gh = 6,26 m/s,
logo a variação da quantidade de movimento durante a queda é Δpq = mv1 − 0 = − ˆuy
(
0, 626 kg ⋅ m/s)
.Quando a bola atinge o solo, uma nova força age durante um tempo muito curto. A velocidade logo após o impacto será
v
2= 2gh
2= 5, 94 m/s
A variação total da quantidade de movimento, ou seja, o impulso será dado por
Trabalho
Consideremos uma partícula que se move ao
longo de uma curva C, sob a ação de uma força F. Num intervalo muito curto dt ela se move de A a A´, efetuando um deslocamento . O
trabalho executado pela força durante esse
deslocamento é dado por
r
d!
r d F dW = ! ⋅ !que pode também ser escrito como ,
onde ds é o comprimento percorrido pela partícula. Porém Fcosθ é também a componente FT da força ao longo da tangente à trajetória. Ou seja,
θ cos Fds dW = ds F dW = T
ds F
dW = T O trabalho é igual ao produto do deslocamento pela componente da força ao longo do deslocamento.
FN não
executa trabalho.
O peso mg não
executa trabalho nesse deslocamento.
O trabalho executado por uma partícula que percorre um trajeto não infinitesimal
AB, é dado pela soma de todos os trabalhos infinitesimais realizados durante os
sucessivos deslocamentos infinitesimais.
∫
⋅
=
∫
=
+
⋅
+
⋅
+
⋅
=
B A B AF
Tds
r
d
F
W
r
d
F
r
d
F
r
d
F
W
!
!
!
!
!
!
!
!
ou
...
3 3 2 2 1 1O caso mais simples é aquele de um movimento retilíneo.
Neste caso, temos
Fs
Fds
r
d
F
W
B A B A=
=
⋅
=
∫
!
!
∫
que é a forma mais comum encontrada em livros escolares.
(
2 1)
2 1x
x
a
dx
a
x x=
−
∫
Sabendo queNo caso mais geral, em que a força possui componentes x,y e z, podemos escrever
(
)
.
ou
∫
+
+
=
+
+
=
B A x y z z y xdz
F
dy
F
dx
F
W
dz
F
dy
F
dx
F
dW
O trabalho é igual à soma do trabalho
executado por suas componentes retangulares.
(
)
r
d
F
dW
r
d
F
F
F
dW
r
d
F
r
d
F
r
d
F
dW
dW
dW
dW
dW
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
⋅
=
⋅
+
+
+
=
+
⋅
+
⋅
+
⋅
=
+
+
+
=
...
...
...
3 2 1 3 2 1 3 2 1O trabalho resultante de várias forças é igual ao trabalho executado pela força resultante.
Potência
Representa a “rapidez” com que o trabalho é executado, sendo definida por
.
dt
dW
P =
Utilizando o conceito de trabalho e das relações cinemáticas, temos que
.
v
F
dt
r
d
F
P
!
!
!
!
⋅
=
⋅
=
(Potência instantânea)A potência média é dada por
t
W
P
med=
onde W é o trabalho total e t otempo necessário para a sua realização.
Unidades de Trabalho e Potência
Sistema Internacional (SI) de unidades físicas
Trabalho → Newton x Metro = Joule (J) em homenagem a James Prescott Joule.
Um joule é o trabalho executado por uma força de um newton quando ela desloca uma partícula por um metro.
-2 2 -2 J N m m kg s s kg m N= ⋅ ⋅ = ⋅ = ⋅ ⋅
Potência → Joule x segundo-1 = Watt (W) em homenagem a James Watt.
W 10 MW Megawatt W 10 kW Quilowatt s kg m s J W s kg m J 6 3 -3 2 -1 -2 2 = = ⇒ = = ⇒ ⋅ ⋅ = ⋅ = ⋅ ⋅ =
Uma unidade popular de trabalho é o quilowatt-hora, que é o trabalho executado por uma máquina de potência de 1kW durante o período de uma hora.
No Brasil é bastante utilizada a unidade cavalo-vapor (cv) que equivale a 75 kgf m s-1
C n x dx x n n + + =
∫
+ 1 1 Sabendo queEnergia Cinética
Podemos escrever o trabalho de um deslocamento infinitesimal como 2 2 2 1 2 1 Portanto A B B A B A T T mv mv dv v m ds F W dv v m dt ds dv m ds dt dv m ds F − = = = = = =
∫
∫
x
dx
n
x
C
n n+
+
=
∫
+1
1 Sabendo quepartícula.
da
cinética
energia
a
chamada
É
2
1
2→
=
m
v
E
K A k B kE
E
W
=
,−
,Logo O trabalho realizado por uma força sobre uma
(
2)
1 2 2 2 1 2 1 x x a xdx a x x = −∫
Sabendo queTrabalho de uma força constante
(
)
.
∫
⋅
=
⋅
∫
=
⋅
−
=
B A B Ad
r
F
r
Br
AF
r
d
F
W
!
!
!
!
!
!
!
Se a força é constante, então podemos fazer
Isso mostra que o trabalho independe da trajetória que liga A e B.
Uma aplicação importante é quando o trabalho é realizado pela força da gravidade. Nesse caso
(
)
ˆ
(
)
.
ˆ
e
ˆ
A B y A B x A B yy
y
u
x
x
u
r
r
mg
u
g
m
F
−
+
−
=
−
−
=
=
!
!
!
!
Substituindo, obtemos(
y
By
A)
mgy
Amgy
Bmg
W
=
−
−
=
−
(
2 1)
2 1x
x
a
dx
a
x x=
−
∫
Energia Potencial
Forças conservativas são aquelas que sua dependência com o vetor posição ou
com as coordenadas (x, y, z) da partícula é tal que o trabalho W pode ser
expresso como a diferença entre os valores de uma quantidade Ep(x, y, z) nos pontos inicial e final. A quantidade Ep é chamada energia potencial e é função das coordenadas da partícula.
∫
⋅ = − = B AF dr Ep A Ep B W F . então va, conservati força uma é Se , , ! ! !A energia potencial é uma função das coordenadas tal que a diferença entre seus valores na posição inicial e na posição final é igual ao trabalho
Energia Potencial
Da equação obtida anteriormente para o trabalho realizado pela gravidade
W = −mg y
(
B− y
A)
= mgy
A− mgy
B,
comparando com a definição de energia potencial
W = A F ⋅ d r = E p,A − Ep,B, B
∫
temos diretamente que a energia potencial gravitacional é dada por
Energia Potencial
O trabalho realizado por forças conservativas é independente da trajetória.
Em particular, no caso em que a trajetória é fechada, o trabalho realizado será nulo visto que
Conservação de energia de uma partícula
Quando a força que age sobre uma partícula é conservativa, podemos utilizar a definição de trabalho em termos da energia cinética e energia potencial para escrever
E
k,B− E
k,A= E
p,A− E
p,Bou, da mesma forma
E
k+ E
p(
)
A= E
(
k+ E
p)
B onde E = Ek + Ep é a energia total da partícula.Quando as forças são conservativas, a energia total E da partícula permanece constante.
Assim, para qualquer posição da partícula, podemos escrever
Conservação do Momentum Linear
Vamos considerar um sistema ideal de dois corpos que
interagem entre si, mas não interagem com nenhum outro
corpo. Apenas forças internas agem no sistema.
Cada corpo exerce uma força sobre o outro. De acordo
com a terceira lei de Newton, as duas forças possuem o
mesmo módulo e mesma direção, porém sentidos
contrários.
Logo, o impulso que um corpo recebe é igual ao do outro,
porém tem sentido contrário. Sendo,
b a b a
I
p
p
I
!
=
−
!
↔
Δ
!
=
−
Δ
!
a bp
mv
mv
t
t
v
m
t
F
I
f i!
!
!
!
Δ
=
−
=
Δ
Δ
Δ
=
Δ
⋅
=
temos
i f b b a a b a
p
p
p
p
p
p
p
p
f i i f!
!
!
!
!
!
!
!
=
−
=
−
Δ
−
=
Δ
Conservação do Momentum Linear
Quando a soma vetorial de todas as forças externas é igual a zero e apenas
forças internas atuam sobre um sistema, o momentum linear total do
sistema permanece constante.
O ponto importante da lei da conservação do momento, é que sua aplicação
independe da natureza detalhada das forças internas entre os corpos constituintes
do sistema. Isso significa que podemos aplicar a lei mesmo quando sabemos
muito pouco a respeito das forças internas entre os corpos.
Leis de conservação em colisões
Y X m1 m2 1 p! p!2 =0 Y X m1 m2 1 ' p! 2 ' p! Antes DepoisÉ um exemplo de como as leis de conservação podem fornecer várias
informações físicas de um sistema, sem conhecer detalhes das forças
envolvidas no processo.
Tipos de colisões
- Elásticas: conservação do momentum linear e da energia cinética.
Exemplo de colisão inelástica
Um corpo de massa m
1= 3kg se move com velocidade v
1= 4 m/s, quando
colide com um corpo de massa m
2= 1kg que esta em repouso, resultando em
um corpo composto. Qual a sua velocidade imediatamente após a colisão?
m1
1
Exemplo de colisão inelástica
Um corpo de massa m
1= 3kg se move com velocidade v
1= 4 m/s, quando
colide com um corpo de massa m
2= 1kg que esta em repouso, resultando em
um corpo composto. Qual a sua velocidade imediatamente após a colisão?
m1
1
v! m2 m1 m2 v!'
Solução
Momentum antes da colisão:
p
!
=
m
1v
!
1+
m
2⋅
0
=
m
1v
!
1Momentum após a colisão:
p
!
'
=
(
m
1+
m
2)
v
!
'
Pela lei de conservação do momentum linear temos que
p !
!
=
p
'.
Ou seja,
(
)
'
'
3
m/s.
2 1 1 1 2 1 1 1=
+
=
→
+
=
m
m
v
m
v
v
m
m
v
m
!
!
Colisões elásticas
Vamos examinar a colisão entre duas partículas de massa m
1e m
2, com velocidades iniciais v
1ie v
2ie velocidades finais v
1fe v
2f.
Pela conservação de energia,
m
1v
1i2+ m
2v
2i2= m
1v
1f2+ m
2v
2f2E
1i+ E
2i= E
1f+ E
2f1
2
m
1v
1i 2+ 1
2
m
2v
2i 2= 1
2
m
1v
1f 2+ 1
2
m
2v
2f 2m
1( v
1i2− v
1f 2)= m
2(v
2f2− v
2i2) (1)
Pela conservação de momentum:
Lembrando que e aplicando a (1),
temos:
Usando a equação (2), temos:
p
1i+ p
2i= p
1f+ p
2fm
1v
1i+ m
2v
2i= m
1v
1f+ m
2v
2fm
1( v
1i− v
1f) = m
2( v
2f− v
2i) ( 2)
(a
2− b
2)= (a+ b).(a− b)
m
1( v
1i− v
1f)(v
1i+ v
1f) = m
2(v
2f− v
2i)( v
2f+ v
2i)
v
1i+ v
1f= v
2f+ v
2i(3)
Assim, se conhecemos as velocidades iniciais das partículas,
pelas equações (2) e (3), podemos determinar as velocidades
finais das partículas envolvidas na colisão.
Da equação (3), temos:
Então substituindo na equação (2),
v
1f= v
2f+ v
2i− v
1im
1( v
1i− v
2f− v
2i+ v
1l) = m
2(v
2f− v
2i)
Mostre que:
− (m
1+ m
2) v
2f= ( m
1− m
2) v
2i− 2m
1v
1i(m
1+ m
2)v
2f= (m
2− m
1)v
2i+ 2m
1v
1iv
2f=
m
2− m
1m
2+ m
1v
2i+
2m
1m
2+ m
1v
1iv
1f=
2 m
2m
1+ m
2v
2i+ (
m
1− m
2m
1+ m
2) v
1il
Velocidades relativas entre as partículas que colidem
Colisão elástica
De (3),
O resultado foi obtido considerando que não há qualquer
perda de energia cinética das partículas envolvidas na
colisão
(colisão perfeitamente elástica).
Nas colisões perfeitamente elásticas, a velocidade relativa de
afastamento das partículas após a colisão é igual à velocidade
relativa de aproximação das partículas antes da colisão.
Colisões perfeitamente elásticas,
Fisicamente é difícil encontrar colisões perfeitamente elásticas.
Normalmente há perdas devido à forças dissipativas (atrito,
deformações, etc.).
r
=
v
2f− v
1fv
2i− v
1il
Colisões parcialmente elásticas
Nestas colisões, a velocidade relativa final é menor que a
velocidade relativa inicial.
l