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Súmula Vinculante. Referências: Bruno Taufner Zanotti, Didier, Bernardo Gonçalves, Pedro Lenza e Eduardo Braga.

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Súmula Vinculante

Referências: Bruno Taufner Zanotti, Didier, Bernardo Gonçalves, Pedro Lenza e Eduardo Braga.

As súmulas eram utilizadas pelo STF desde 1963, após surgimento da ideia de Ministro do Tribunal. No entanto, somente após a entrada em vigor da Lei nº 11.417 de 2006, foi dotada de força obrigatória pelos demais tribunais brasileiros. De acordo com Bernardo:

É bem verdade que, conforme a doutrina processual, além da súmula persuasiva (súmula sem ser vinculante, que já existe tradicionalmente como um mecanismo de uniformização sobre uma determinada matéria em um Tribunal pátrio) e da atual súmula vinculante (exclusiva do STF), temos ainda outras modalidades de súmula em nosso ordenamento.

Nesses termos: a) súmula impeditiva de recurso: Aqui restou estabelecido mais um requisito de admissibilidade para o recurso de apelação. Esse requisito é, justamente, o da sentença de primeira instância não estar em consonância com súmula do STF ou súmula do STJ. Nesse sentido, se a decisão prolatada estiver em conformidade com as referidas súmulas o recurso ficará obstaculizado.

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b) súmula de repercussão geral (nos moldes da súmula impeditiva de recurso): Essa afirma, conforme a Lei nº 11.418106 que, uma vez definido o entendimento de que a matéria em comento não enseja repercussão geral não haverá (automaticamente) a possibilidade de admissão de qualquer outro recurso extraordinário sobre o tema não admitido.

De acordo com o autor, a Súmula Vinculante é ato do STF que impõe sentido normativo sobre matéria constitucional, de um determinado entendimento do tribunal extraído após reiteradas decisões no mesmo sentido, desde que exista grave insegurança jurídica e relevante multiplicação em processos.

O instituto da SV tem duas características bem importantes:

a) imperatividade: significa que o enunciado normativo da súmula vinculante DEVE ser obrigatoriamente acolhido pelos destinatários das normas e

b) coercibilidade: significa que o desrespeito à SV autoriza o manejo de reclamação para o STF, pedindo para que o mesmo modifique a decisão contrária ao seu entendimento.

Pedro Lenza, em seu livro, dispõe que as súmulas vinculantes também são importante fator de “aceleração” da justiça, exemplificando com o TJ/SP,

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súmulas então servem para garantir o princípio constitucional da razoável duração do processo, conforme disposto no artigo 5º, LXXVIII, da CRFB.

A Súmula Vinculante possui força de lei. Vejamos :1

As súmulas vinculantes terão autêntica força de lei, com generalidade e abstração para se imporem em todos os casos nos quais ocorram as situações de fato nelas descritas.

Requisitos para sua criação: Inicialmente, vejamos o que dispõe a

Constituição Federal:

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços

(⅔) dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a

partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a

interpretação e a eficácia de normas determinadas,

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acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.

Atenção: Somente o STF pode editar súmula vinculante. Tal mister não cabe

ao CNJ (PGE-AP) ou a qualquer outro Tribunal, ainda que seja considerado como “superior”, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ), por exemplo.

De acordo com Bruno Taufner, os requisitos para criação de Súmula Vinculante são os seguintes:

a) decisão de 2\3 dos ministros, ou seja, aprovação por 8 ministros;

b) existência de reiteradas decisões sobre matéria constitucional - significa que apenas uma decisão não

pode dar ensejo à edição de súmula vinculante, bem como não podem ser fundamentadas em questões legais, apenas constitucionais;

c) controvérsia atual entre órgãos judiciais ou entre esses e a administração pública direta ou indireta;

d) grave insegurança jurídica;

e) relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica;

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f) ter como objetivo a validade, interpretação ou eficácia de normas constitucionais (VIE).

Legitimados para propor a edição/cancelamento: De acordo com a CRFB,

todos os legitimados à propositura da ADI podem propor a edição/cancelamento/revisão de SV (artigo 103-A, § 2º, CRFB). Além disso, o STF pode dar início à edição de ofício, conforme mencionamos acima.

(TCE-MT) Q: é vedada a sua edição, de ofício, pelo Supremo Tribunal Federal. R: Falso! O STF pode sim, iniciar de ofício.

A lei 11.417 tem um rol de legitimados. Vejamos:

Art. 3o São legitimados a propor a edição, a revisão ou o

cancelamento de enunciado de súmula vinculante: I - o Presidente da República;

II - a Mesa do Senado Federal;

III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procurador-Geral da República;

V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VI - o Defensor Público-Geral da União;

VII – partido político com representação no Congresso Nacional;

VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;

IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

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X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.

(FCC) os legitimados para ajuizar, perante o Supremo Tribunal Federal, ação direta de inconstitucionalidade, também são legitimados para propor a aprovação de súmula vinculante pelo mesmo Tribunal.

(TRF2-Juiz) Q: Os únicos legitimados para provocar a edição, o cancelamento

ou a revisão de súmula vinculante são as entidades que ostentam legitimidade para provocar o controle de constitucionalidade concentrado. R: Falso! existem outros, conforme mencionado acima.

(CREA-GO) “As súmulas vinculantes podem ser aprovadas, revistas ou

canceladas, de ofício, pelo Supremo Tribunal Federal ou por provocação de qualquer das partes nos recursos ou nas ações originárias em tramitação no Supremo Tribunal Federal”. R: Falso! Vide rol de legitimados mais acima.

Atenção! De acordo com Bruno, os juízes de primeiro grau não podem propor

a edição de Súmula Vinculante, pois não estão no rol de legitimados.

Além disso, o artigo 3º, § 1º, da Lei 11.417/06, permite que os Municípios possam propor incidentalmente ao curso do processo em que sejam parte,

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Para o autor Bruno Taufner, o pedido é feito incidental ao processo, de forma que deve ser elaborado diretamente no STF. Vejamos a previsão legal:

§ 1o O Município poderá propor, incidentalmente ao curso

de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que

não autoriza a suspensão do processo.

(PGM-Sorocaba) O Município poderá propor, incidentalmente ao curso do processo, a revisão da súmula, mas o processo não poderá ser suspenso.

(Cartório - MG) É possível a edição de súmula vinculante que tenha por objeto matéria de natureza penal.

Procedimento: Após iniciado, o processo segue para o parecer do PGR, salvo

se o mesmo foi quem elaborou o pedido. O autor considera inviável o pedido de medida cautelar, tendo em vista a falta de previsão legal para tanto.

De acordo com a Lei, a proposta não é capaz de suspender o curso do processo em que se discute a questão, bem como é possível a intervenção de

amicus curiae, em decisão irrecorrível.

Por fim, a decisão deve ser tomada por ⅔ dos Ministros e em sessão plenária.

A produção de efeitos, segundo Didier, ocorre imediatamente após a publicação do enunciado em seção especial do Diário da justiça e do Diário Oficial da União, o que deve ser feito dentro do prazo de dez dias após a sessão em que foi aprovado (art. 2°, § 4°, Lei n. 11.417/2006).

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Atenção! Os julgamentos das reclamações constitucionais por violação de

súmula vinculante são feitos pelas turmas do STF, não pelo plenário. Neste sentido, vejamos questão CORRETA da QUADRIX sobre o tema:

Uma vez descumprida uma súmula vinculante, seja pela autoridade administrativa seja pela autoridade judicial, caberá reclamação, a qual deverá ser julgada pela turma do Supremo Tribunal Federal, e não pelo seu plenário. O fundamento é o regimento interno do próprio STF.

Eficácia: Após publicação da Súmula Vinculante, ela terá como efeitos:

a) vinculantes: a súmula tem como limite objetivo o seu próprio enunciado

e subjetivo os demais órgãos do Poder Judiciário e a administração pública direta e indireta.

A Súmula não vincula o próprio STF e o Poder Legislativo, sob pena

de acontecer a fossilização da Constituição (impedir as mudanças desejadas pelos representantes do povo);

b) Efeito ex nunc: Via de regra, a Súmula Vinculante não tem efeito retroativo, salvo se assim ficar decidido a modulação de efeitos por ⅔

dos Ministros do STF;

c) efeitos erga omnes

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Os limites objetivos da súmula vinculante são dados pelo enunciado que resulta de sua formulação. É evidente que esse enunciado poderá ser mais bem compreendido à luz das referências da súmula, isto é, dos julgados que geraram a base para a decisão sumulada. Assim, não raras vezes será preciso recorrer às referências da súmula para dirimir eventual dúvida sobre o seu exato significado. Tais referências são importantes também no que diz respeito à eventual distinção ou distinguishing que se tenha de fazer na aplicação da súmula vinculante.

Atenção: Para a banca VUNESP, a edição de súmula vinculante vincula o

Poder Legislativo quando o mesmo estiver na função administrativa. Vejamos a alternativa considerada CORRETA:

“respeitou a Constituição e, após sua publicação na imprensa oficial, vinculará os órgãos da Administração Pública direta e indireta em todas suas esferas, demais órgãos do Poder Judiciário e do Poder Legislativo, nesse

último apenas em suas funções administrativas”.

Sobre o tema, vejamos assertiva CORRETA da CESPE:

“A edição de uma súmula vinculante pelo Supremo

Tribunal Federal não impede que o Congresso Nacional possa alterar ou revogar dispositivo constitucional objeto do enunciado dessa súmula”.

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Distinção e superação: De acordo com Bruno Taufner, a distinção

(distinguishing method) permite ao juiz não aplicar a SV se verificar que o caso concreto que está julgando possui elementos capazes de distingui-los dos julgados que formaram o precedente anterior, relaciona-se com questões de FATO.

Por outro lado, no overriding, o tribunal limita a incidência em virtude de superveniência de uma regra ou princípio legal. Não é uma revogação, mas uma superação parcial, relaciona-se com questões de direito. Exemplo de

overriding (que já tem exceções no STF) mencionado pelo autor é a não

aplicação da SV 13 aos casos de cargos políticos.

Em ambos os casos, caso sejam utilizados de forma indevida, é cabível reclamação para o STF. Vejamos:

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que

contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal

que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

Repercussões no processo administrativo: A edição de SV também implica

em obrigatoriedade para a administração pública, conforme vimos acima. A Lei Federal que trata sobre o tema foi modificada. Vejamos os pontos relacionados à SV:

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Artigo 56, § 3o : Se o recorrente alegar que a decisão

administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.

Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.

A reclamação contra ato administrativo, no entanto, precisa esgotar a esfera administrativa para poder ser proposta. Doutrinadores como Didier e Leonardo da Cunha consideram o dispositivo inconstitucional, mas para fins de concurso ele continua sendo muito importante e cobrado em provas. Vejamos:

Art. 7o Da decisão judicial ou do ato administrativo que

contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.

§ 1o Contra omissão ou ato da administração pública,

o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas.

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(TJ/AL JUIZ 2019) somente após o esgotamento das vias administrativas será

admitido o uso da reclamação constitucional contra omissão ou ato da Administração Pública contrários ao teor de enunciado de súmula vinculante. R: Correto! Conforme previsão legal mencionada.

O descumprimento de Súmula Vinculante por Magistrado, pode ensejar punição? Essa questão é proposta por Pedro Lenza, que inicia mencionando a

liberdade que o Magistrado possui na apreciação dos casos, mesmo que envolva súmula vinculante, à princípio, não seria possível a punição. De acordo com o autor:

Tal liberdade não significa, contudo, que o magistrado jamais poderá ser responsabilizado em caso do seu descumprimento.

Isso porque, se o desrespeito ao efeito vinculante da súmula for infundado e reiterado, doloso e desproporcional, entendemos que poderá caracterizar-se violação aos deveres funcionais, viabilizando-se, assim, a abertura do competente procedimento administrativo disciplinar com possíveis aplicações das penalidades legais.

Há um julgado no qual o STM estava julgando contrariamente à jurisprudência da corte, o que fez o Supremo se manifestar sobre a possibilidade de aplicar punições aos juízes que descumprissem a jurisprudência do STF sobre o tema. Vejamos(http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=18

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Com a edição de uma súmula vinculante sobre a incompetência da Justiça Militar para processar e julgar civis denunciados pelo crime de falsificação da carteira de habilitação naval (CIR) ou habilitação de arrais-amador, os ministros esperam por um fim a essa situação. “Até

porque o descumprimento de uma súmula vinculante de forma infundada e sem justificação pode ensejar a responsabilização do magistrado, porque é um ato de insubordinação”, lembrou o ministro Ricardo Lewandowski (HC 110237).

Pergunta de prova Oral FCC PGM/SLZ (2016): Quantas decisões reiteradas

no mesmo sentido podem dar ensejo à súmula vinculante?

Inicialmente, o artigo 103-A, da CRFB dispõe que para editar enunciado de súmula vinculante, é necessário que sejam proferidas "reiteradas decisões" sobre matérias constitucionais. Neste sentido, a doutrina não tem uma resposta exata para pergunta, embora alguns estudiosos já tenham se pronunciado sobre o tema.

De acordo com Glauco Salomão Leite: No que tange à necessidade de reiteradas decisões sobre matéria constitucional, vê-se que a súmula não

poderá emergir de uma decisão isolada, ou seja, as inúmeras decisões

devem adotar o mesmo posicionamento em relação a uma determinada matéria, e, portanto, antes de ser vinculante, a orientação do Tribunal deve mostrar-se predominante.

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A problemática maior reside em se definir qual seria o número razoável de decisões para se atender ao termo “reiteradas decisões”? Entendo prudente que haja pelo menos seis/sete decisões com conclusões similares, possibilitando-se o amadurecimento da discussão do tema.

Por sua vez, Edilson Pereira Nobre: “Penso que, por reiteradas decisões, não é o caso de serem exigidos inúmeros julgamentos. Dois deles, se oriundos do plenário, já seriam, a meu sentir, suficientes. Assim justifico-me em face da atividade do Supremo Tribunal Federal. Concorde-se ou não com os seus pronunciamentos, é inegável, por parte de quem acompanha sua jurisprudência, que o Supremo Tribunal Federal é muito cioso em manter uma coerência de seus julgados”.

Por fim, de acordo com Bruno Taufner, a criação de súmulas vinculantes pressupõe questões decorrentes unicamente de controle difuso de

constitucionalidade, tendo em vista que as decisões provenientes do controle

concentrado, como ADI, ADC, ADPF, já possuem força vinculante, não precisando serem sumuladas.

Atenção: Vale ressaltar que a súmula vinculante não pode surgir de apenas uma decisão. Vejamos alternativa considerada CORRETA pela FCC:

“Desrespeitou a Constituição Federal, pois a edição da

Súmula Vinculante exige reiteradas decisões sobre a matéria constitucional aventada, o que não foi cumprido ao se decidir em apenas 1 caso”.

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Prova Oral 2016-PGFN: Súmula vinculante pode excluir norma do ordenamento?

A súmula vinculante representa entendimento reiterado do STF sobre a

validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas.

Muito se discute sobre sua natureza jurídica, sustentando alguns ministros do STF uma natureza constitucional específica. Fato é que não é prevista na CF/88 como ato normativo primário (art. 59, CF/88).

Assim, por não ser lei em sentido formal, não tem força para excluir norma

do ordenamento jurídico. Todavia, diante de seu efeito vinculante para os

demais órgãos do Poder Judiciário e para o Poder Executivo de todas as esferas políticas, é indubitável que a edição de uma Súmula Vinculante

interfere na eficácia social da norma, já que ela deixará de ser aplicada.

Tecnicamente, portanto, a SV não exclui norma do ordenamento jurídico, pois não tem força para revogar os atos editados pelo Poder Legislativo. Entretanto, como dito acima, tornará sem efeito a norma.

Assim, a edição de uma SV interfere no plano de eficácia da norma e não em seu plano de existência.

Exemplifica-se essa sistemática com os arts. 45 e 46 da Lei nº 8.212/91. É que, não obstante serem objeto da SV nº 8, que sedimentou o entendimento de inconstitucionalidade desses dispositivos em setembro de 2008, eles somente foram expurgados do ordenamento jurídico em dezembro do mesmo ano, com a edição da LC nº 128/08.

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Por Felipe Duque - Procurador da Fazenda Nacional

Quais são os requisitos para que ocorra a revisão ou cancelamento de Súmula Vinculante? De acordo com o Professor Márcio André Lopes, é

preciso demonstrar que houve:

1) Evidente superação da jurisprudência do STF no tema;

2) Alteração legislativa quanto ao tema;

3) modificação substancial de contexto político, econômico ou social.

Para o Tribunal, o mero descontentamento com SV não autoriza o ingresso com pedido de cancelamento ou rediscussão.

Fonte: PSV 13/DF

Após ler esse material, importante a leitura da parte constitucional e da Lei da Súmula Vinculante e fazer questões para treinar.

Bons Estudos! Equipe CTPGE

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Questões sobre o tema:

1) FCC - Delegado: lei federal que determine o uso de algemas em todos

os réus presos que compareçam a audiências judiciais é inconstitucional, podendo ser objeto de reclamação constitucional por violar súmula vinculante editada pelo STF. Falso! não é cabível

reclamação em face de lei, mesmo se ela for contra o entendimento de súmula vinculante, pois o legislativo não fica “engessado” aos entendimentos dos tribunais.

2) FCC - TREPR: apenas pelo voto da maioria absoluta de seus membros

o Supremo Tribunal Federal poderá aprovar súmula vinculante e declarar, em ação direta de inconstitucionalidade, a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual. FALSO! é preciso o

quorum de ⅔ dos Ministros. Vejamos:

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços

dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional (...)

3) VUNESP PGM SUMARÉ: Sobre as Súmulas Vinculantes do Supremo

Tribunal Federal, é correto afirmar que: compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. CORRETO! muitas questões cobram a literalidade das SV, inclusive concursos grandes, como foi o caso da PGESE.

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4) JUIZ FEDERAL TRF2: De acordo com a delimitação de competências

para o controle abstrato de constitucionalidade, não é cabível o ajuizamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade em face de Súmulas Vinculantes, sendo admissível contra cias o ajuizamento de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Falso! o

entendimento do STF é no sentido de não ser cabível ADPF em face de Súmulas Vinculantes. Vejamos:

A arguição de descumprimento de preceito fundamental não é a via adequada para se obter a interpretação, a revisão ou o cancelamento de súmula vinculante. (STF. Plenário. ADPF 147)

5) CESPE - PCGO: Durante o processo de aprovação de súmula

vinculante, os processos judiciais em curso que tratem da matéria objeto do enunciado serão suspensos em observância à segurança jurídica.

FALSO! De acordo com a Lei, não há suspensão. Vejamos: “A

proposta de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante NÃO autoriza a suspensão dos processos em que se discuta a mesma questão (Art. 6º).

6) CESPE - PCGO: A edição de súmula vinculante é matéria de

competência absoluta e exclusiva do Supremo Tribunal Federal, sendo vedada a intervenção típica ou atípica de quaisquer terceiros. FALSO! É

possível e até mesmo desejável a intervenção de terceiros no procedimento de edição ou revogação de SV. Vejamos a disposição legal:

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§ 2o No procedimento de edição, revisão ou cancelamento de

enunciado da súmula vinculante, o relator poderá admitir, por decisão

irrecorrível, a manifestação de terceiros na questão, nos termos do

Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

7) FCC - DPE/ES (Adaptada): São legitimados a propor a edição, a

revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal: o Advogado-Geral da União. FALSO! o AGU

não está na lista, somente o presidente da república.

O vice-presidente também não é legitimado (Cartórios - MG).

8) TJSP JUIZ: A súmula com efeito vinculante sempre tem eficácia

imediata, a partir da data do julgamento. FALSO! o STF poderá

modular os efeitos. Vejamos:

Art. 4o A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o

Supremo Tribunal Federal, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público.

Para estudar bem o tema, recomendo que ao final da leitura do presente material, o aluno faça a leitura da Lei 11.417/06 e faça questões, tudo isso para melhor fixação.

Referências

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