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16. Encontro Nacional da ABET. 3 a 6/9/2018, UFBA, Salvador (BA) GT 01 Trabalho, territórios e desenvolvimento

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16. Encontro Nacional da ABET 3 a 6/9/2018, UFBA, Salvador (BA) GT 01 – Trabalho, territórios e desenvolvimento

(DES)ENVOLVIMENTO SOCIAL ENQUANTO DISNOMIA DE UM SUBSISTEMA POLITICAMENTE COOPTADO: A FORÇA DE TRABALHO NO ESTADO DO RIO

DE JANEIRO

Helcio de Medeiros Junior Economista do Instituto Pereira Passos, Pós-doutor em Desenvolvimento Regional e Urbano (Unifacs), Doutor em Planejamento Urbano e Regional (UFRJ/IPPUR) e pesquisador do Grupo de Estudos Regionais e Urbanos (Gerurb/CNPq)

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1 Resumo

Com o propósito de abordar o (des)envolvimento das condições sociais no território fluminense face à cooptação política do Estado pela prática neoliberal, esta investigação se propõe tecer considerações acerca dos conceitos relacionados ao (des)envolvimento, ao território, ao trabalho no atual arranjo capitalista e aos indicadores de desenvolvimento social, propondo, por último, ações que permitam sanear a máquina pública e estruturar um projeto nos moldes do sugerido por Celso Furtado. Em termos econômicos, o estado do Rio de Janeiro, a exemplo das outras Unidades da Federação (UF’s), ingressou na primeira metade da década em curso na mais recente recessão de maneira aparentemente similar, mas diferentemente das demais UF’s, presenciou a permanência da semiparalisação e queda da atividade econômica mesmo após seu término em 2016, como decretado pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos da Fundação Getúlio Vargas (Codace/FGV). Apesar de a política econômica posta em prática em 2015 pelo Ministro da Fazenda do início do segundo governo Dilma Roussef, Joaquim Levy, não seguir o gradualismo necessário e mais adequado num momento em que o Codace/FGV já havia indicado a entrada na recessão desde o segundo trimestre do ano anterior, a gravidade da crise da economia fluminense a partir de 2017 destoou do comportamento da economia brasileira. Tal situação decorreu em grande medida pela instabilidade política resultante da apuração do comprometimento de políticos de destaque no cenário fluminense com práticas ilícitas, algumas delas em razão da captura de rendas públicas por empresas privadas em troca do financiamento de campanhas, uma evidência de cooptação do Estado pelo mercado. Como resultado da agregação de condições adversas, econômicas e políticas, a evolução da situação social decorrente não haveria de apresentar um quadro positivo. As evidências oferecidas pelas informações disponibilizadas pela PNAD Contínua nos subperíodos de 2012 a 2014 e de 2014 a 2018 demonstram que a força de trabalho passou a enfrentar dificuldades crescentes de inserção ocupacional no mercado de trabalho com queda da ocupação em geral (e aumento da desocupação) e com carteira de trabalho assinada em particular, elevação das opções mais precárias (sem carteira e conta própria) e, em razão desse quadro, a declinar deste intento, como assinalam o desalento e a vulnerabilidade do trabalhador no mercado de trabalho, medida pela taxa composta de subutilização do trabalho e seus componentes. Uma vez que o trabalho é o meio digno através do qual o trabalhador realiza sua humanidade enquanto ser social, motivo porque a força de trabalho se vende para sobreviver (GAUDEMAR, 1977) e efetivar sua condição, a ausência de uma ocupação deteriora as relações sociais devido à perda de status social (PASTORE, 1979). Assim, e tendo em vista a natureza sistêmica do (des)envolvimento considerada neste trabalho (PEREIRA, 1965), que leva a que mudanças econômicas interajam diretamente com as condições sociais (LAMPREIA, 1995, RODRIGUES, 1991), se fez uso de indicadores de desenvolvimento social (CASAGRANDE; FERNANDES; BONOTTO, 2004 e MEDEIROS JUNIOR, 2014, 2017) obtidos a partir da PNAD Contínua, que permitiram observar que a situação adversa no estado do Rio de Janeiro de recessão e crise persistente causaram severas perdas no mercado de trabalho e um retrocesso social que merecerá o reforço do tipo social inerente (ou adequado). Tal assertiva considera que o (des)envolvimento da condição eunômica anterior se deu de maneira a que as condições sociais vivenciadas pela sociedade fluminense se deteriorassem a tal ponto que, quando se cumprir o atual processo disnômico de natureza negativa, como o vivenciado pela classe trabalhadora, as fissuras produzidas no sistema multidimensional devam levar a que a sociedade se ressinta de fortalecimento quanto às suas convicções e necessária reorganização para reparação das perdas. Para tanto, e tendo em vista o projeto social oriundo de vontade política ressaltado por Celso Furtado, caberia à sociedade fluminense: 1) posicionar-se firmemente contra a cooptação do Estado, expurgando os agentes públicos que não têm a causa pública como referência e que se vendem aos interesses escusos da atuação neoliberal do

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2 mercado, e; 2) exigir a reestruturação do sistema de informações do estado do Rio de Janeiro abrigado na Fundação CEPERJ, sucateado e abandonado pelas administrações cooptadas pelo mercado, para que possa por meio dele compreender a trajetória do processo disnômico pelo qual passa, já que a nova administração sediada no Palácio Guanabara nada sinalizou quanto à sua revitalização. Nesse particular, aparentemente o desmonte do sistema de informações é parte importante do projeto de cooptação privada da máquina pública pelo mercado, impedindo a população de ter ciência do flagelo social decorrente do mau uso do recurso público.

Palavras-chave: Desenvolvimento social. Força de trabalho. Estado do Rio de Janeiro.

1. INTRODUÇÃO

O estado do Rio de Janeiro, a exemplo das outras Unidades da Federação (UF’s), ingressou na primeira metade da década em curso na mais recente recessão de maneira aparentemente similar, mas diferentemente das demais UF’s, presenciou a permanência da semiparalisação e queda da atividade econômica mesmo após seu término em 2016, como decretado pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos da Fundação Getúlio Vargas (CODACE). Apesar de a política econômica posta em prática em 2015 pelo Ministro da Fazenda do segundo governo Dilma Roussef, Joaquim Levy, não seguir o gradualismo necessário e mais adequado num momento em que o CODACE já havia indicado a entrada na recessão desde o segundo trimestre do ano anterior, a gravidade da crise da economia fluminense a partir de 2017 destoou do comportamento da economia brasileira. Tal situação, como se irá considerar, decorreu em grande medida da instabilidade política resultante da apuração do comprometimento de políticos de destaque no cenário fluminense com práticas ilícitas, algumas delas em razão da captura de rendas públicas por empresas privadas em troca do financiamento de campanhas, um exemplo de cooptação do Estado pelo mercado.

Como resultado da agregação de condições adversas, econômicas e políticas, a evolução da situação social decorrente não haveria de apresentar um quadro positivo. As evidências oferecidas pelas informações disponibilizadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE (PNADC) demonstram que a força de trabalho passou a enfrentar dificuldades crescentes de inserção ocupacional no mercado de trabalho, e em razão desse quadro, a declinar deste intento, como assinalam a taxa de desocupação e a sua vulnerabilidade. Uma vez que o trabalho é o meio digno através do qual o trabalhador realiza sua humanidade enquanto ser social, motivo porque a força de trabalho se vende para sobreviver (GAUDEMAR, 1977) e efetivar sua condição, a ausência de uma ocupação deteriora as relações sociais devido à perda de status social (PASTORE, 1979). Assim, e tendo em vista a natureza sistêmica do (des)envolvimento considerada neste trabalho, que leva a que mudanças econômicas interajam

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3 diretamente com as condições sociais, se fez uso de indicadores de desenvolvimento social (CASAGRANDE; FERNANDES; BONOTTO, 2004 e MEDEIROS JUNIOR, 2014, 2017) obtidos a partir da PNADC, que permitiram observar que as condições adversas no estado do Rio de Janeiro, de recessão e crise persistente, causaram severas perdas no mercado de trabalho e retrocesso social do tipo social inerente (ou adequado).

Assim, esta investigação se propõe abordar o (des)envolvimento das condições sociais no território fluminense face à cooptação política do Estado pela prática neoliberal, que provocou a estagnação e queda da atividade econômica nos anos 2010. Para tanto, o percurso investigativo se dará por meio de três seções além desta introdução, sendo que a segunda procurará tecer considerações acerca dos conceitos relacionados ao (des)envolvimento, ao território, ao trabalho no atual arranjo capitalista e aos indicadores de desenvolvimento social; na terceira são apresentadas e analisadas as informações sobre a evolução da atividade econômica de maneira a demonstrar os efeitos da política econômica governamental adotada por ocasião da crise de 2014-2016 no mercado de trabalho fluminense e nos indicadores de desenvolvimento social fluminenses, e; a quarta se ocupará das considerações finais.

2. (DES)ENVOLVIMENTO, TERRITÓRIO, TRABALHO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL

A perspectiva adotada nesse esforço investigativo toma como premissa que o desenvolvimento se refere a um processo no qual há a ruptura de um dado envolvimento ou, segundo a etimologia da palavra, des-envolver implica abdicar de algo que estava envolvido, cindir ou romper o que se achava coeso, ou alterar uma determinada condição de envolvimento, caracterizando assim, uma mudança que levará a um novo envolvimento. Uma vez que o envolvimento implica o acercamento de algo cuja natureza é coletiva, um viver comum com propósito e motivo conhecido, suposto ou desconhecido, então o des-envolvimento é a mudança em processo que deva ter origem em um ou mais dos elementos, partes, aspectos ou características, do todo envolvido.

2.1 (Des)envolvimento e tipo social

O coletivo ao qual se relaciona a condição de envolvimento e (des)envolvimento neste trabalho é toda e qualquer sociedade em questão, cujo sistema social possui um “tipo social” inerente ou adequado, e por ele desejado (FERNANDES, 1960 apud PEREIRA, 1965), que decorre de sua formação histórica de natureza singular, não havendo outra sociedade com as mesmas característica e estrutura multidimensional, pois conforme Durkheim (2007), é regra que “as sociedades engendradas sejam de outra espécie que as geradoras, porque estas últimas, ao se combinarem, dão origem

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4 a arranjos inteiramente novos” (DURKHEIM, 2007, p. 88). Portanto, mesmo que originadas da junção de partes decorrentes de outras sociedades, há nelas peculiaridades que as tornam únicas devido à combinação de seus atributos. Ainda quanto à condição de envolvimento mencionada, Pereira (1965) a denominou estado de eunomia, sendo esse constituído por “componentes histórico-sociais inerentes ao tipo de sistema em questão, isto é, realização de suas determinações essenciais” (PEREIRA, 1965, p. 11). A regularidade de coexistência que se apresenta como algo normal ao sistema social difere do estado de disnomia, que se caracteriza por contradições internas vivenciadas pelo sistema social, ou devido a influências externas a ele com origem em outros sistemas ou sociedades, num processo dialético. Portanto, o (des)envolvimento de um sistema social caracteriza-se como um estado disnômico, de desequilíbrio do acordo presente no envolvimento pretérito e expresso em contradições que passarão por processos de agudização e suavização até que novo estado eunômico se estabeleça. A passagem de um a outro estado de eunomia (envolvimento) poderá ser percebida mediante o acompanhamento multidimensional da condição em que o sistema social em questão esteja.

A menção à influência de outros sistemas ou sociedades sobre o tipo social desejado decorre do fato de que no sistema capitalista, com a globalização econômica, social, cultural e política, há subsistemas (países, regiões, estados, municípios etc.) mais avançados e outros menos, tais como os subsistemas subdesenvolvidos, cujas sociedades se caracterizam em seus estados disnômicos como “sub-equipadas de capital em relação à sua população e recursos naturais” (PEREIRA, 1965, p. 9), possuindo maiores dificuldades em promover a própria expansão. Em vista desta condição, decorrente do desenvolvimento desigual e combinado (TROTSKY, 1977), os subsistemas desenvolvidos (dominantes, do centro ou avançados) buscam influenciar os subsistemas menos desenvolvidos (subdesenvolvidos, periféricos, dominados ou menos avançados) gerando neles estados disnômicos, incorporando áreas por meio de investimentos que favoreçam sua acumulação de capital, e por processo dialético, alterando seus próprios subsistemas. Como pré-requisito às inversões, os subsistemas periféricos consentem em aderir aos componentes inerentes ao tipo social capitalista vigente, que no momento atual está expresso no arranjo capitalista flexível-neoliberal. Dentre os elementos que compõem esse arranjo, destacam-se dois que serão centrais neste trabalho: quanto ao regime de acumulação e os efeitos da reestruturação produtiva, e quanto a seu modo de regulação com a captura do Estado em prol dos interesses do mercado (MEDEIROS JUNIOR, 2019).

Alguns autores, por outro lado, associam o “conceito” de desenvolvimento destacando sua diferença em relação a crescimento à melhoria das condições

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5 estruturais de um coletivo, seja ele um país, uma Unidade da Federação ou qualquer agregação de pessoas cuja identificação política seja baseada em relações de poder, e que se ache situado em um espaço geográfico. Assim, diferentemente dessa opinião, a natureza do (des)envolvimento aqui apresentada não implica, necessariamente, que a mudança do envolvimento anterior para um novo resulte em melhoria ou deterioração estrutural, mas sim que o coletivo alcance a nova condição tendo por base o mesmo propósito e motivo conhecido, suposto ou desconhecido (inerente ou adequado). Uma vez que o tipo social do subsistema em questão é por natureza multidimensional, poderá ocorrer durante o estado disnômico, simultaneamente, uma evolução em uma dimensão e uma involução em outra, moldando uma nova combinação em termos estruturais e levando a impressões diversas sobre o real sentido da mudança (Idem, 2019). Tal detalhamento, no entanto, poderá ou não ser perceptível de imediato à população que compõe o sistema social, mas a partir da nova condição eunômica alcançada, na qual a regularidade se estabeleça, será possível perceber que algumas características se modificaram, bem como a fonte de suas alterações a partir do maior detalhamento possível oferecido pelo sistema de informações disponível.

2.2 Território e transescalaridade

Em termos espaciais, as influências para a evolução e/ou involução poderão ser de natureza e fonte locais ou externas, que num processo dialético virão modificar o território. Este conceito de natureza polissêmica, por outro lado, é aqui entendido como sendo posterior ao espaço (preexistente) e conformado a partir da sociedade (STÜRMER; COSTA, 2017), produto histórico e dialético das relações sociais e construído pelo conflito da luta de classes. Esse conflito decorre, inclusive, das tensões decorrentes de influências as mais diversas em termos escalares, que segundo Neil Smith (1988) se caracterizam como urbana, global e dos Estados-Nação, sendo a primeira afeta ao sistema social local, a segunda a da relação política intercapitalista, e a terceira representativa das relações econômicas e políticas de classe históricas do capital nacional.

De maneira alternativa, Milton Santos (2002) buscou expressar os processos sociais por meio de duas categorias somente, dando-lhes uma nova funcionalidade: horizontalidades e verticalidades. As primeiras se refeririam ao domínio da contiguidade territorial, e as segundas formadas pela ligação de pontos distantes de todas as formas e processos sociais, sendo essas relações semelhantes a lugares em rede, mas ambos os lugares, contínuos ou em rede, formam o espaço banal ou de todos (SANTOS, 2002, p. 16), território no qual o sistema social se desenvolve. Assim, as escalas de Neil Smith e as verticalidades de Milton Santos seriam os meios através dos quais o tipo social

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6 capitalista se difundiria dos subsistemas centrais para os periféricos, com o propósito de absorver excedentes e perpetuar a dependência.

Outra questão relevante e sujeita a controvérsias refere-se à natureza do desenvolvimento no espaço instrumentalizada nas análises territoriais, que segundo Marcelo Lopes de Souza cria um fetiche (SOUZA, 1997), seja para os que advogam pelo desenvolvimento endógeno, ou para os que negam o local. Haveria uma tensão entre território, espaço e as escalas, já que para os defensores da perspectiva territorial o desenvolvimento assim qualificado poria à margem as questões escalares, e para os geógrafos, mudanças positivas na qualidade de vida e nas relações sociais costumam vir acompanhadas de alterações na espacialidade, que segundo a interpretação aqui adotada, se daria no território. Em vista das diferentes perspectivas, Marcelo Lopes de Souza considera que o desenvolvimento é socioespacial, designando a dupla condição da mutação: para a sociedade e para o espaço (SOUZA, 1996).

Já quanto às escalas, cuja obviedade no sistema capitalista não confronta a condição socioespacial do (des)envolvimento, a partir das contribuições de Neil Smith (1988) e Milton Santos (2002) toma-se como referência que os processos sociais têm natureza transescalar (VAINER, 2001) e dialética, como anteriormente mencionado (PEREIRA, 1965), e que a condição disnômica ocasionada pela transescalaridade é um desafio para os subsistemas periféricos e seus diversos sistemas sociais, que necessitam do Estado como orientador da vida societária, atuante na administração política, na estruturação de formas de regulação para o trato dos conflitos de classe (HARVEY, 2006 apud SANTIAGO; CARVALHO, s.d.) e organizador dos elementos que baseiam o projeto social (FURTADO, 2004), necessariamente distante do mercado, que por meio de artimanhas busca captura-lo como fez com parte da classe política fluminense. Portanto, no (des)envolvimento, conforme o entendimento adotado nesta investigação quanto ao conceito de território (que abrange o espaço e a sociedade), cabem ambos os qualificativos: territorial ou socioespacial.

2.3 Trabalho no arranjo capitalista flexível-neoliberal

Ao ter como um dos elementos que motivam esta investigação a reestruturação produtiva, uma vez que se propõe abordar o (des)envolvimento social à qual tem estado sujeita a classe trabalhadora residente no estado do Rio de Janeiro, toma-se como premissa que o homem é um ser eminentemente social e o trabalho a categoria através da qual o ser social se fundamenta (LUKÁCS, 1978 apud SANTOS, 2009), pois para Engels (1979) o trabalho “é a condição fundamental de toda a vida humana” (ENGELS, 1979, p. 25). Sendo o trabalho o meio para a realização do homem ao transformar a natureza e a si mesmo (LUKÁCS, 1978), modificações no processo produtivo que

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7 afastem ou impossibilitem ao homem o trabalho como meio digno para realização de sua humanidade e como ser social, alcançam a população residente em geral devido a que a reprodução social digna necessita dos frutos do trabalho.

Ao vender-se para garantir sua sobrevivência (GAUDEMAR, 1977) e à daqueles que dele dependem e alcançar o status social que o trabalho lhe confere (PASTORE, 1979), integrando-se ao sistema social em que vive conforme a estratificação social vigente, a ausência de emprego gera para o homem a perda da capacidade em reproduzir-se (SZMRECSÁNYI; SOUZA, 1980), e a incerteza em relação ao presente e ao futuro se caracteriza como um alto custo social para a população com reflexos na saúde coletiva.

Com o advento do arranjo capitalista flexível-neoliberal por ocasião do último quarto do século passado, e em razão da eliminação de níveis hierárquicos (downsizing) que levaram a uma maior aproximação da empresa do trabalhador, este se viu mais pressionado a participar no processo produtivo e em decisões gerenciais tornando-se mais vulnerável ante um novo regime de produção. A empresa toyotista (em oposição à taylorista/fordista existente no arranjo capitalista anterior1) passou a incentivar e esperar maior envolvimento, cooperação, polivalência e flexibilidade, bem como atualização funcional constante (empregabilidade) proporcionada pelo próprio trabalhador, ou pela intervenção do Estado. Um dos exemplos de mudança dos métodos de trabalho em equipe (inovação gerencial) para o aumento da produtividade são os círculos de controle de qualidade (CCQ), nos quais grupos de trabalhadores são responsáveis pelo atingimento de metas de qualidade e produtividade, e sobre eles recai o ônus se não as alcançarem. Nesse tipo de aglomeração, a organização autônoma se vê bastante prejudicada, tornando a participação sindical mais difícil. Outras alternativas de inovação gerencial adotadas foram os sistemas just in time e kanban. No entanto, a inovação gerencial mais nociva para o trabalhador, com rebatimentos diretos nos níveis de emprego e desocupação, foi a terceirização.

Também conhecida por subcontratação (ou outsourcing), a terceirização refere-se à transferência de atividades-meio e fim a outras empresas com o propósito de desburocratizar a atividade, reduzir custos e economizar recursos de produção. Sua utilização, apesar de já ter sido notada no França no século XVI (CASTEL, 1998), cria uma relação assimétrica entre as empresas contratante e contratada e acarreta a perda de direitos e garantias dos trabalhadores alocados nas atividades, bem como redução salarial e dos benefícios recebidos por eles em relação aos da empresa contratante, acompanhados de menor capacidade de reação à política adotada pela contratada. O

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8 novo regime de acumulação flexível (toyotista) passou a adotá-la indistintamente com o intuito de promover a flexibilização do trabalho (contratos), e assim “restringir o papel do Estado e fortalecer a liberdade de ação empresarial” (THÉBAUD-MONY; DRUCK, 2007, p. 28).

Além da terceirização, junto às demais inovações relacionadas ao processo produtivo que compõem a reestruturação produtiva implementada a partir do arranjo capitalista flexível-neoliberal, a reforma trabalhista trouxe mudanças tais como o banco de horas para flexibilização da jornada de trabalho sem o comprometimento do empregador com o pagamento imediato das horas-extras realizadas, e a recomposição da remuneração do trabalhador, sendo parte dela atribuída na forma de prêmios pela produtividade, criatividade, assiduidade etc. Enquanto a reestruturação produtiva deu origem ao desemprego estrutural, ao trabalho informal e à queda dos salários médios devido à dispensa de grande volume de empregados da indústria, associada à reforma das regras trabalhistas levou a que as empresas tivessem à disposição excedentes de força de trabalho (exército industrial de reserva) que favoreceram ao capitalista demandante de trabalho extrair cada vez maior mais-valia da força de trabalho, optando pelos trabalhadores mais escolarizados e capacitados por salários mais baixos. Com isso, aqueles que não obtém inserção no mercado mais estruturado (formal), que confere melhores condições de reprodução social, se sujeitam a ocupações menos estruturadas (informais), por natureza mais precárias e que comprometem o (des)envolvimento social.

As mudanças do processo produtivo e das relações trabalhistas geradas a partir do advento do arranjo capitalista flexível-neoliberal, associadas com a relação entre os subsistemas avançados e os periféricos, levaram a que Ruy Mauro Marini (2011) observasse uma assimetria que denominou teoria da dependência. Nela, os subsistemas de centro (avançados) aprisionam os menos avançados (periféricos) de maneira a que, numa dinâmica dialética, o tipo social capitalista vigente no arranjo atual se estabeleça de tal sorte que impeça o (des)envolvimento do subsistema oprimido (periférico) pela extração de excedentes basicamente como: a) remessa de recursos financeiros (lucros, juros, amortizações, dividendos etc.); b) termos de troca desvantajosos aos subsistemas periféricos, com preços dos produtos exportados inferiores aos dos importados, e; c) pagamento de royalties pela tecnologia importada (imposta). Uma vez capturados nessa armadilha de dependência, aos subsistemas periféricos resta compensar a desigualdade da troca explorando o trabalhador:

[...] as nações desfavorecidas pela troca desigual não buscam tanto corrigir o desequilíbrio entre os preços e o valor de suas mercadorias exportadas (o que implicaria em esforço redobrado para aumentar a capacidade produtiva do trabalho), mas procuram compensar a perda

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de renda gerada pelo comércio internacional por meio do recurso de uma maior exploração do trabalhador. (MARINI, 2011, p. 146-147).

Dessa forma, as alternativas adotadas para a geração de excedentes são: 1) elevar a intensidade do trabalho; 2) aumentar a jornada de trabalho, e; 3) reduzir salários, ou (expropriar) a parte do trabalho necessário para a reprodução da força de trabalho. Combinadas as alternativas, observa-se maior esgotamento da força de trabalho, bem como o cerceamento do consumo que lhe propiciará uma sobrevivência digna. À combinação das ações, Marini (2011) conceituou de superexploração do trabalho, o que vem sendo efetivado desde a mudança do arranjo capitalista por meio da reestruturação produtiva e das reformas trabalhistas com vistas à flexibilização do trabalho, mantra sempre presente no discurso “empresarial” de economistas neoliberais, e das políticas econômicas que sugerem, como se verá na seção que virá tratar do mercado de trabalho fluminense.

2.4 Desenvolvimento social

Tendo como referência o sistema social multidimensional, não se deve propor que os esforços com vistas ao (des)envolvimento tenham somente um viés econômico, mas sim que, sejam quais forem, tenham a sociedade (toda ela) como foco, o que não se observa explicitamente em proposições de cunho neoliberal. Atento a essa característica, e em vista dos benefícios explícitos que a política econômica mainstream oferecia às classes mais abastadas, Celso Furtado mencionou na III Conferência Internacional da RedCelsoFurtado2 que o crescimento econômico observado atendia à “preservação dos privilégios das elites que satisfazem seu afã de modernização” (FURTADO, 2004, p. 484), e destacava que o desenvolvimento se caracterizaria pelo projeto social implícito nos instrumentos utilizados, que não eram difíceis de discernir. Além disso, numa crítica para além do argumento de que são necessários recursos para promover o desenvolvimento, chamou a atenção para o propósito que deve nortear o seu uso:

[...] Dispor de recursos para investir está longe de ser condição suficiente para preparar um futuro melhor para a massa da população. Mas quando o projeto social prioriza e efetiva a melhoria das condições de vida desta população, o crescimento se metamorfoseia em desenvolvimento.

Ora, essa metamorfose não se dá espontaneamente. Ela é fruto da realização de um projeto, expressão de uma vontade política. As estruturas de países que lideram o processo de desenvolvimento econômico e social não resultaram de uma evolução automática, inercial, mas de uma opção política orientada para formar uma sociedade apta a assumir um papel dinâmico nesse processo. (FURTADO, 2004, p. 484).

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10 A metamorfose (o (des)envolvimento) – possibilitada pelo projeto social que expressa a vontade política – seria a reação do sistema social em adequação do seu tipo social inerente (ou adequado) ao propósito subjacente nas políticas governamentais. Idealmente o processo disnômico, que ocorre de maneira multidimensional e transescalar, deveria ter como intuito promover o bem-estar da população, mas, tendo em vista a perspectiva “furtadiana”, o projeto social decorrente da vontade política pode levar a que o processo disnômico se converta em colapso, caso o intento político vise apenas o bem-estar da classe política – apartada do interesse daqueles que a fazem existir – em conluio com agentes empresariais em busca de “reservas de mercado”, como se observa no estado do Rio de Janeiro já há algum tempo, em linha com os interesses do mercado. Dada essa realidade, e segundo as premissas mencionadas por Celso Furtado, para que o bem-estar da população seja alcançado o projeto expresso na vontade política orientado à inserção ativa da sociedade no processo deve ser capitaneado pelo Estado.

Em concordância com a percepção de Celso Furtado, Lampreia (1995) ponderou pela busca de um modelo que combinasse modernização econômica e redução das disparidades regionais e sociais, por meio da articulação entre políticas econômicas e sociais que levassem à redistribuição de renda e maior justiça social. Dentre as dimensões que deveriam ser tratadas para enfrentar as iniquidades sociais de gênero, raça, renda, emprego, acesso universal a bens de consumo coletivo dentre outras, políticas sociais deveriam promover desenvolvimento econômico, emprego e trabalho, como que reconhecendo a relação dialética existente entre o econômico e o social, absolutamente razoável, uma vez considerada a visão sistêmica e multidimensional do sistema social apontada nesta investigação. Dessa forma, o planejamento das ações haveria de computar os efeitos associados entre as políticas sociais e econômicas, economizando recursos e potencializando os resultados.

A proposição de um conceito de desenvolvimento social para Maria Cecília Rodrigues (1991), por seu turno, baseou-se no fato de que o desenvolvimento econômico tem por finalidade atender às necessidades das pessoas, e não necessariamente ter as empresas em primeiro lugar, como advogam os defensores do mercado em suas proposições de políticas. Para ela, o desenvolvimento social seria “o grau de justiça social, ou seja, a forma pela qual os resultados do desenvolvimento econômico são apropriados em benefício da sociedade como um todo, ou frações dela” (RODRIGUES, 1991, p. 75).

Uma vez que Lampreia (1995) elencou emprego e trabalho nas políticas sociais e Rodrigues (1991) o retorno social das ações econômicas empreendidas em benefício

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11 da sociedade, ou, nos termos dessa investigação, da melhoria do tipo social inerente (ou adequado), serão utilizados para a mensuração do desenvolvimento social os indicadores propostos por Casagrande, Fernandes e Bonotto (2004), criticados e complementados por Medeiros Junior (2014, 2017), que se basearam nas preocupações de Dunford (1996) quanto à relação dialética entre desenvolvimento econômico e social (a exemplo de Lampreia e Rodrigues). Portanto, e com o propósito de expressar a participação da população trabalhadora na busca da realização de sua humanidade, os indicadores utilizados serão:

Taxa de desperdício de recursos humanos =PopulaçãoPD x 100 (1)

em que PD refere-se ao número de pessoas desocupadas3, ou exército industrial de reserva (EIR), que relacionado à população representa o custo em termos de trabalhadores que a sociedade está se permitindo dispensar;

Taxa de mobilização de recursos humanos = POCC

População x 100 (2)

em que POcc representa o número de pessoas ocupadas com carteira de trabalho4, que comparado à população indica a parcela dos empregos de qualidade socialmente reconhecida que sustentam a população total;

Coeficiente de empregabilidade = 𝑃𝑂𝐶𝐶

PFT (3)

em que PFT5 é o número de pessoas na força de trabalho (antiga PEA), sendo esta razão a expressão da capacidade da força de trabalho em ocupar empregos com carteira, e;

Coeficiente de dependência = 𝑃𝐷+𝑃𝐹𝐹𝑇

PO (4) para medir a carga que os ocupados que produzem bens e serviços para a sociedade têm que suportar, uma vez que parte dos trabalhadores em idade ativa não está

3 Em Casagrande, Fernandes e Bonotto (2004), desligados segundo a RAIS/MTE.

4 Em Casagrande, Fernandes e Bonotto (2004), vínculos empregatícios ativos em 31/12 segundo

a RAIS/MTE.

5 A 19ª Conferência Internacional dos Estatísticos do Trabalho (CIET) da Organização

Internacional do Trabalho (OIT), realizada em outubro de 2013, redefiniu conceitos e indicadores já adotados pelo IBGE na PNAD Contínua, levando a que a PEA seja considerada atualmente o número de pessoas na força de trabalho (PFT).

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12 trabalhando por alguma razão, na condição de desocupados (PD) ou fora da força de trabalho (antiga PNEA6).

A evolução dos indicadores de (des)envolvimento social vis-à-vis a evolução da atividade econômica virá demonstrar se os ganhos econômicos se traduziram em justiça social, nos termos postos por RODRIGUES (1991), bem como de que maneira vêm sendo alterados pelas influências da flexibilização do trabalho.

3. MERCADO DE TRABALHO FLUMINENSE E (DES)ENVOLVIMENTO SOCIAL O outro elemento mencionado como central nesta investigação, o modo de regulação neoliberal, levado ao extremo de sua pureza degenerativa em termos sociais tem na subserviência das instituições reguladoras da atividade econômica ao mercado sua maior realização para fins econômicos e pretensamente sociais. Contra a existência do Estado por princípio, a não ser quando este lhe salva de sua improficiência conveniente (crise de 2008, por exemplo), o mercado se vale da captura de rendas públicas para alcançar seus propósitos, e para tanto, necessita contar com agentes públicos dispostos a vender-se e ceder a seus interesses para realizar esse fim.

No estado do Rio de Janeiro, tendo em vista a crise política que ainda paralisa o setor público ao término dos anos 2010, a perspectiva neoliberal parece ter encontrado terreno fértil, uma vez que foram veiculadas na imprensa notícias que associavam empresas privadas a financiamento de campanhas políticas que guindaram políticos a posições de destaque na máquina pública que lhes permitiu intervir em contratos que favoreceram os financiadores, em resposta ao apoio recebido e recursos invertidos. Sendo prática política para sua própria perpetuação, essa lógica e seu projeto de poder convergem com os interesses do mercado quando este intenta capturar rendas públicas e dominar segmentos econômicos para garantir lucros, em detrimento de seu próprio discurso de garantia da concorrência que promoveria o bem-estar do cidadão, que supostamente o Estado impediria. Como resultado da “reserva de mercado” alcançada por segmentos empresariais, não só a gestão pública em benefício do cidadão fica comprometida por envolvimentos descabidos, como a gestão privada dos negócios decorrentes da relação espúria geram efeitos nocivos sobre a atividade econômica.

A respeito da influência nefasta mencionada, observa-se razoável diferença do comportamento da atividade econômica fluminense em relação à nacional na Figura 1, tendo por base o comportamento mensal em termos anuais (12 meses) dos Índices de atividade econômica do Banco Central do Brasil, regional – Rio de Janeiro – e nacional

6 Atualmente consideradas pessoas fora da força de trabalho (PFFT) segundo as determinações

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13 (IBCR-RJ e IBC-Br, respectivamente). Pode-se atentar em como os efeitos da recessão de 2014-2016 decretada pelo CODACE, cujo início foi declarado como tendo sido no segundo trimestre de 2014, alteraram a direção dos indicadores de atividade econômica nacional e fluminense ainda no segundo semestre daquele ano, com maior rapidez e profundidade para o primeiro em relação ao segundo, devido ao fato de que no Rio de Janeiro ainda se vivenciavam a Copa do Mundo de 2014 e a preparação para as Olimpíadas de 2016, o que não foi suficiente para sustentar taxas de crescimento anual positivas por ocasião de sua realização.

Figura 1 – Variação anual do Índice de atividade econômica do Banco Central. Fonte: Banco Central do Brasil

Elaboração: Própria.

Já por ocasião do fim da recessão, decretado pelo CODACE como tendo sido no último trimestre de 2016, as taxas de crescimento anuais da atividade econômica nacional já vinham apresentando resultados negativos sucessivamente menores desde o início do segundo semestre do mesmo ano, o que só ocorreu no começo de 2017 para o Rio de Janeiro e se mantinha no terreno negativo ainda em fins de 2018, enquanto para a economia brasileira o último trimestre de 2017 já mostrava a volta do crescimento. Essa permanência no terreno negativo da atividade econômica fluminense demonstra, por um lado, que a recessão econômica fluminense ainda não terminou, e por outro, quão deletéria é a influência política para a superação da crise econômica que se disseminou no território fluminense, uma vez que seus efeitos causaram a

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14 semiparalisação de segmentos importantes da economia do estado do Rio de Janeiro, pouco diversificada, e que tem influenciado o comportamento do mercado de trabalho e o desenvolvimento social.

As condições às quais a força de trabalho foi exposta a partir da recessão de 2014-2016, e que ainda perduram, estão expressas nas informações disponíveis na Tabela 1. Nela se pode observar que o mercado de trabalho mais hostil em razão da queda da atividade econômica, presenciou a elevação da oferta de trabalho7 entre 2014 e 2018, com maior expressividade no Rio de Janeiro (+2,7 pontos percentuais-p.p. contra +0,6 p.p. ao nível nacional), ao mesmo tempo em que a demanda de trabalho8 se retraiu, como atesta a evolução da desocupação (+8,7 p.p. no estado do Rio contra +5,4 p.p. ao nível nacional).

7 Expressa na Taxa de participação. 8 Expressa na Taxa de desocupação.

Indicadores

2012 2014 2018 2012 2014 2018

Pessoas em idade de trabalhar 157.267 162.029 169.965 13.355 13.710 14.231

Força de trabalho (a) 96.596 98.855 104.696 7.926 7.899 8.588

Ocupada 89.497 92.112 91.861 7.330 7.405 7.304

Com carteira de trabalho 37.670 39.849 35.999 3.634 3.773 3.122

Sem carteira de trabalho 17.428 16.685 18.031 1.219 1.016 1.093

Militar e estatutário 7.603 7.863 7.878 681 759 794

Empregador 3.556 3.787 4.423 229 243 262

Conta própria 20.449 21.305 23.340 1.545 1.593 2.006

Trabalhador familiar auxiliar 2.791 2.623 2.190 23 22 29

Subocupada (b) 6.044 4.544 5.957 297 93 180

Desocupada (c) 7.100 6.743 12.836 596 494 1.284

Fora da força de trabalho 60.671 63.174 65.269 5.429 5.811 5.643

Força de trabalho potencial (d) 5.677 4.214 7.946 212 102 201

Desalentada 1.941 1.516 4.765 49 12 90

Força de trabalho ampliada (e) 102.273 103.069 111.198 8.138 8.001 8.789

Taxa de participação (%) (f) 61,4 61,0 61,6 59,3 57,6 60,3

Taxa de desocupação (%) (g) 7,3 6,8 12,3 7,5 6,3 15,0

Taxa de subutilização do trabalho (%) (h) 18,4 15,0 24,0 13,6 8,6 18,9

Rendimento médio habitual (R$) (i) 2.069 2.168 2.173 2.257 2.299 2.468

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Notas:

(d): a Força de trabalho potencial compõe o contingente de pessoas Fora da força de trabalho. (e) = a+d.

(f): refere-se à razão entre a Força de trabalho e as Pessoas em idade de trabalhar. (g) = c/a.

(h) = (b+c+d)/e.

(i): rendimento médio dos ocupados, a preços do 4º trimestre de 2018.

Tabela 1: Estimativas das pessoas em idade de trabalhar, na força de trabalho e fora da força de trabalho segundo suas categorias, na força de trabalho ampliada, da taxa de desocupação, da taxa de subutilização do trabalho e do rendimento médio habitual no Brasil e no estado do Rio de Janeiro - 2012/2014/2018

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15 Esses movimentos confirmam dois aspectos: um que trata da necessidade de sobrevivência da força de trabalho ao buscar inserção no mercado de trabalho vendendo-se (ofertando-se), anteriormente mencionado, e o outro a ele relacionado que vai de encontro à visão neoclássica/novo-clássica de que o trabalhador prefere o desemprego voluntário devido à impossibilidade de alcançar o que deseja. Essa interpretação, desconectada com a realidade, os seguintes resultados vêm contestar: 1) o número de pessoas na força de trabalho (PFT) aumentou 5,9% ao nível nacional e 8,7% no mercado de trabalho fluminense, o que não caracteriza desistência; 2) o número de desocupados, ou o EIR, cresceu 90,3% no mercado de trabalho nacional e 159,8% no fluminense, ao mesmo tempo em que a oferta de trabalho aumentou; 3) o número de pessoas fora da força de trabalho (PFFT) que se dispuseram a buscar uma ocupação e não estavam disponíveis para assumi-la, e outras que gostariam de trabalhar e estavam disponíveis, mas não buscaram uma ocupação, denominada força de trabalho potencial (IBGE, 2016), cresceu 88,6% e 98,3% nos mercados de trabalho nacional e fluminense, respectivamente; 4) o número de pessoas ocupadas que estavam disponíveis e gostariam de trabalhar 40 horas, mas que trabalhavam menos horas do que o desejado, na condição de subocupados (IBGE, 2016), elevou-se em 31,1% no Brasil e 92,5% no Rio, e; 5) o número de trabalhadores desalentados, ou que há algum tempo ofertaram-se sem que o mercado de trabalho os absorvesse, cresceu 2,1 vezes no nível nacional e 7,8 vezes no estado do Rio de Janeiro. Nesse caso, e diferentemente do que os neoclássicos/novo-clássicos sugerem, não optaram pela desocupação, mas sim, desistiram de ofertar trabalho.

Além dos resultados relatados atestarem a nulidade da interpretação

mainstream, o trato capitalista com a força de trabalho ocupada inserida no mercado de

trabalho sugere, por um lado, que decisões empresariais em relação ao nível de emprego são tomadas como resposta ao que ocorre no mercado de bens e serviços (KEYNES, 1996, OCIO, 1995), tendo em vista que devido à queda da atividade econômica a ocupação se reduziu (-0,3% e -1,4% no Brasil e no Rio, respectivamente) com prevalência pelo abandono das relações estruturadas que conferem maior segurança para a força de trabalho, já que o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada declinou -9,7% no Brasil e -17,3% no Rio. Por outro lado, e com o propósito de reduzir custos, elevaram-se as formas precárias de inserção ocupacional, tais como a dos trabalhadores sem carteira assinada (+8,1% no Brasil e +7,7% no Rio) e por conta própria (+9,6% e +25,9% aos níveis nacional e fluminense, respectivamente). Esses movimentos demonstram os efeitos da política econômica executada por Joaquim Levy em 2015, que por meio de terapia de choque e política

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16 monetária restritiva deliberadamente reduziu a atividade econômica em paralelo ao realinhamento dos preços administrados de uma só vez, e de um choque tarifário que elevou custos para empresas e famílias, quando a economia brasileira já havia entrado em recessão. Essa postura de insensibilidade à perda de produto e emprego é a prática usual sugerida pelo Novo Consenso Macroeconômico (NCM), e reflete os ditames da operacionalização do Regime de Metas de Inflação (RMI). Neste regime, a elevação da desocupação (EIR) e o amortecimento/queda da evolução dos salários reais é o meio para disciplinar os preços à meta de inflação, sendo esse seu único propósito, independentemente do ônus social que acarreta.

A julgar pelos resultados obtidos pelo RMI e já comentados para a desocupação e o EIR entre 2014 e 2018, a intervenção neoclássica/novo-clássica foi um sucesso, uma vez que a inflação se manteve dentro do intervalo de tolerância (limites superior e inferior da meta de inflação) e abaixo da meta. No entanto, em termos sociais o que se pode perceber é que a vulnerabilidade da força de trabalho no mercado de trabalho, medida pela taxa composta de subutilização do trabalho, se elevou consideravelmente, em sentido oposto ao movimento que fez entre 2012 e 2014 (em que se reduziu). Enquanto para o Brasil aumentou 9,0 p.p., no Rio essa elevação foi maior (10,3 p.p.), representando um contingente de 26,7 milhões de trabalhadores vulneráveis no mercado de trabalho nacional e 1,7 milhão no fluminense. Tais resultados por um lado favorecem a extração de excedentes dos trabalhadores (MARINI, 2011) e a manutenção da dependência do subsistema periférico fluminense (PEREIRA, 1965) expressa nas relações transescalares existentes ao nível local, nacional e global, e por outro, gera pressões nas famílias dos trabalhadores que perdem o status social (PASTORE, 1979) anteriormente alcançado e veem sua realização social e humana ameaçada.

Como exemplo, em oposição ao êxito econômico obtido pelo Banco Central do Brasil na administração do RMI, a sociedade fluminense, estruturada pela força de trabalho em busca de sua reprodução social e realização humana pelo trabalho, presenciou entre 2014 e 2018 a deterioração das condições sociais devido às incertezas causadas pela elevação de 139,0% da taxa de desocupação e do acréscimo em 2,6 vezes do EIR (pessoas desocupadas). O esgarçamento do tecido social que essas modificações acarretam, de forma resumida e pouco extensiva, se reflete em aumento da insegurança pública e em maior desequilíbrio das condições de saúde da classe trabalhadora. E para o sistema econômico, a queda da produtividade do trabalho devido à ausência do exercício do trabalho, levando à degradação e perda da qualificação da força de trabalho existente.

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17 No que diz respeito ao (des)envolvimento social, a condição disnômica pela qual o sistema social fluminense vem passando confirma a perspectiva de que sua transição não resulta necessariamente em melhoria da condição eunômica anterior, uma vez que políticas econômicas afetam diretamente a estrutura social (FURTADO, 2004, LAMPREIA, 1995 e RODRIGUES, 1991). A esse respeito, e segundo as informações constantes da Tabela 2, o retrocesso proporcionado pela insensibilidade social do Ministro da Fazenda Joaquim Levy em 2015, e que entre seus pares e instituições alinhadas ao pensamento neoliberal e neoclássico/novo-clássico é exaltada, é preocupante.

Em que pese o fato de que entre 2012 e 2014 o coeficiente de dependência tenha se elevado marginalmente, ao contrário dos demais indicadores que apontaram avanço, entre 2014 e 2018 a deterioração social é clara. Os dois primeiros indicadores da Tabela 2 demonstram mais especificamente os efeitos no sistema social em questão, uma vez que seus denominadores têm a população total como referência. Em ambos os casos as taxas de variação anuais se deterioraram em cerca de três vezes os ganhos obtidos no primeiro período. A elevação do número de trabalhadores que a sociedade está se permitindo desperdiçar levou a que a taxa de desperdício de recursos humanos de 3,0% em 2014 mais que dobrasse até 2018, para 7,7%, graças à explosão do EIR (2,6 vezes mais). Além disso, para aqueles que permaneceram no mercado de trabalho apesar do aumento em 139% da taxa de desocupação, a taxa de mobilização de recursos humanos como reflexo das ocupações de melhor qualidade se reduziu de 22,9% para 18,6%, ou seja, não só se elevou a dispensa de força de trabalho como aumentou a precarização dos postos de trabalho resultantes, tendo em vista que as ocupações com carteira assinada sofreram uma redução de 17,3%, resultado do ajuste das empresas à queda da atividade econômica.

Indicadores 2012 2014 2018 Variação 2012-2014 (% ao ano) Variação 2014-2018 (% ao ano) Taxa de desperdício (%) 3,7 3,0 7,7 -9,5 26,4 Taxa de mobilização (%) 22,3 22,9 18,6 1,3 -5,1 Coeficiente de empregabilidade 0,458 0,478 0,363 2,1 -6,6 Coeficiente de dependência 0,82 0,85 0,95 1,8 2,7

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua.

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18 No âmbito do mercado de trabalho, e como reflexo do ocorrido com a taxa de mobilização de recursos humanos, o coeficiente de empregabilidade caiu de 0,478 para 0,363 (-6,6% a.a.), ou seja, a qualidade do posto de trabalho ocupado pela força de trabalho se reduziu devido à queda do número de ocupados com carteira de trabalho assinada, associado ao fato de que a parcela de ocupados na força de trabalho (taxa de ocupação) diminuiu (de 93,7% para 85,0%). Como reflexo da hostilidade do mercado de trabalho, o coeficiente de dependência (0,95) se aproximou da unidade em 2018 em velocidade maior (2,7% a.a.) do que a que presenciou entre 2012 e 2014 (1,8% a.a.). A julgar pela forma como evoluiu, a carga a ser suportada pelos ocupados – cuja condição se deteriorou – em sustentar as pessoas em idade ativa que não participam e/ou auferem renda no mercado de trabalho por não terem uma ocupação, pode ultrapassar a unidade e piorar ainda mais a situação daqueles que vivenciaram o agravamento da vulnerabilidade do mercado de trabalho, com efeitos nocivos à sua saúde e à dos seus dependentes.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O comportamento do mercado de trabalho no território fluminense entre 2014 e 2018 em decorrência das opções de política econômica adotadas em 2015, quando a economia brasileira e a fluminense em particular já presenciavam a redução da atividade econômica que levou a que o CODACE declarasse a entrada na recessão desde o segundo trimestre de 2014, demonstrou a insensibilidade do Ministro da Fazenda para o quadro crítico existente.

Potencializada pela crise política fluminense, que tem revelado a relação próxima e promíscua entre representantes do mercado e agentes públicos que serviram aos interesses do primeiro para capturar rendas públicas e dominar contratos de prestação de serviços à população, instaurando um processo contínuo de cooptação, a recessão econômica mantém o estado do Rio de Janeiro refém da lógica política daninha que, em seu intento em perpetuar-se por meio de agremiações políticas que a ela alimentam, não cessa de impedir a retomada do crescimento econômico.

Como resultado, o (des)envolvimento da condição eunômica anterior se deu de maneira a que as condições sociais vivenciadas pela sociedade fluminense se deteriorassem a tal ponto que, quando se cumprir o atual processo disnômico, de natureza negativa como caracterizado para a classe trabalhadora, as fissuras produzidas no sistema multidimensional e transescalar devam levar a que o tipo social inerente (ou adequado) do sistema social fluminense se ressinta de fortalecimento quanto às suas convicções e necessária reorganização para reparação das perdas. Para tanto, e tendo em vista o projeto social oriundo de vontade política ressaltado por

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19 Celso Furtado, caberia à sociedade fluminense posicionar-se firmemente contra a cooptação do Estado, expurgando os agentes públicos que não têm a causa pública como referência, alocados na máquina pública por partidos políticos, e que se vendem aos interesses escusos da atuação neoliberal do mercado. Como decorrência dessa postura, em benefício do saneamento das contas estaduais que permita o retorno ao equilíbrio orçamentário e do investimento público, caberia paralelamente, exigir a reestruturação do sistema de informações do estado do Rio de Janeiro abrigado no Centro de Estatísticas, Estudos e Pesquisas (CEEP), inserido na Fundação CEPERJ, sucateado e abandonado pelas administrações cooptadas pelo mercado, para que possa por meio dele compreender a trajetória do processo disnômico pelo qual passa, já que a nova administração sediada no Palácio Guanabara nada sinalizou quanto à sua revitalização. Nesse particular, aparentemente o desmonte do sistema de informações é parte importante do projeto de cooptação privada da máquina pública pelo mercado, impedindo a população de exercer a sua cidadania e ter ciência do flagelo social demonstrado pelos indicadores de desenvolvimento social e do mercado de trabalho analisados, decorrente do mau uso do recurso público e da política econômica neoliberal neoclássica/novo-clássica.

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