Música
3 Novembro ’09
Gonzales
3 Gonzales, de seu nome verdadeiro Jason Charles Beck, nasceu no Canadá. Começou a tocar piano com 3 anos de idade quando o seu irmão mais velho começou a ter lições. Diplomou-se em Composição e em “Performance jazz” na McGill University em Montreal. Aí iniciou a sua carreira de compositor, escrevendo vários musicais com o seu irmão, e de intérprete, como pianista de jazz.
Em 1990, ainda com o nome de Jason Beck, liderou a banda de rock alternativo Son. Entre 1996 e 1998 a banda gravou dois álbuns e um EP para a Warner Music Canada, subsidiária da Warner Bos. Records. O primeiro disco, Thriller, teve um sucesso moderado, embora o
single retirado do álbum, Pick Up The Phone tivesse passado repetidamente na
rádio, demonstrando o talento de Beck como autor de melodias e como produ-tor autodidacta.
O segundo álbum, Wolfstein, gravado com a assistência de Chris Beck, que viria a ser um compositor galardoado com os Emmy, era um trabalho concep-tual, sobre um homem que se transfor-mava em lobo depois de atropelar um desses animais com o seu carro. Para a editora, porém, era um álbum demasiado inovador. Descurou a promoção do disco e a editora e a banda acabaram as suas relações.
Desiludido, – numa entrevista afirmou que “a minha experiência no Canadá foi frustrante porque não dei suficiente importância aos elementos extra-musicais no fazer a música” – mudou-se em 1999 para Berlim Leste pensando que a sua herança judia lhe daria uma vantagem do ponto de vista de marke-ting. Adoptou o nome artístico de Chilly Gonzales, e transformou-se num raper
judeu super vilão, em contraste com os super heróis do hip hop.
Entretanto, numa célebre conferência de imprensa, proclamou-se Presidente do Underground de Berlim. As pessoas pensaram que estava a brincar.
A mudança de imagem foi acom-panhada de uma mudança de estilo musical. Os quatro álbuns que gravou para a editora alemã Kitty-yo (Gonzales
Über Alles, The Entertainist, Presidential Suite, e Z), foram construídos em torno
do rap mas com influências muito variadas, desde o jazz vocal de cabaret ao ambiente new age ou ao funk, com o humor sempre presente. O seu primeiro
single, Lets Groove Again, editado em
1999, teve um sucesso imediato nas pistas de dança. Gonzales tornou-se uma presença assídua nos clubes nocturnos, como entertainer, no circuito dos festivais pop de Verão, mas também acompanhando ao vivo a projecção de filmes mudos.
Em 2003 mudou-se para Paris. Em 2004 revelou uma nova faceta, completamente diferente das que suces-sivamente ia inventando. Gravou um CD com 16 pequenas e delicadas peças para piano, Solo Piano, para a Universal Jazz, onde se podem reconhecer influên-cias do compositor francês Erik Satie. Muito bem recebido pela crítica e pelo público atraiu uma nova audiência para o seu trabalho. O disco saiu em vários países e continua a ser o seu álbum mais vendido. As canções foram utilizadas em documentários e filmes.
Como pianista, multinstrumentista, produtor e autor de canções para outros artistas, trabalhou com os Daft Punk (célebre dupla francesa de música electrónica), Jane Birkin (fez os arranjos
Piano Gonzales
Ter 3 de Novembro
4 5 e tocou todos os instrumentos do seu
álbum Rendez-Vous, compôs para ela canções como Living in Jimbo, do disco Fictions), Charles Aznavour (que, no entanto, não aproveitou o trabalho iconoclasta de Gonzales e a sua equipa), David Bowie e os canadianos Peaches, Mocky e a cantautora Leslie Feist. O resultado desta última colaboração – o álbum de Feist de 2003, Let It Die – foi um enorme êxito de vendas. Louvado pela crítica, recolheu vários prémios e constituiu a base para Feist romper com a imagem de artista pop mainstream. Gonzales voltou a ter uma contribuição decisiva no álbum de Feist de 2007,
The Reminder, que foi nomeado para
um Grammy e ganhou um Juno Award. A cumplicidade existente entre os dois artistas está bem testemunhada no sítio na net da cantora canadiana (www.listentofeist.com).
Em 2006 foi editado o duplo DVD
From Major to Minor, com excertos de
espectáculos de Gonzales, e que inclui uma extraordinária master-class em que o artista, calçado de pantufas, ao piano, dá surreais lições de música ao público. Nos inícios de 2008 anunciou que vol-taria a gravar em estúdio como cantor e assinou contrato com a editora Mercury Records. Em Abril desse ano saiu o álbum Soft Power, talvez o mais puro álbum pop de Gonzales desde Thriller, mas mantendo a característica mistura de estilos e agora com um som inspirado em êxitos dos anos 1970 de artistas como os Bee Gees ou Billy Joel.
Para além da sua carreira a solo, é membro de uma banda de hip hop base-ada na Alemanha, na Puppetmastaz.
Em 18 de Maio deste ano, em mais uma surpreendente e mediática
ini-ciativa, no Cine 13 Théâtre, em Paris, quebrou o recorde do mais longo espectáculo a solo, exibindo-se durante 27 horas, 3 minutos e 44 segundos. Fê-lo, segundo ele, porque “acredito que a música é em parte arte e em parte atletismo, por isso, estar em palco é um desafio físico mesmo quando dura só uma hora. (…) Sou naturalmente uma pessoa competitiva, mas sendo um canadiano que vive em Paris descobri que a maior parte dos cantores fran-ceses que desafiei não responderam ao desafio devido à “falsa modéstia” francesa. Por isso fui forçado a virar a minha agressão para dentro e competir comigo próprio”.
Os espectáculos que, só com o piano, tem dado por toda a Europa, no Canadá e nos EUA, têm raízes na tradi-ção music-hall voluntariamente kitch, transformando-se num recital de piano delirante, em que normalmente aparece de pantufas, em permanente diálogo com o público. “Estou lá para fazer amor com o público, não para me masturbar defronte dele”, afirmou numa entrevista a Marie Hélène Poitras a propósito dos seus espectáculos ao vivo. “Os músicos clássicos aprenderam que é preciso respeitar a música. Mas ao fim e ao cabo é como se tivessem demasiado respeito por ela e não tivessem o respeito sufi-ciente para com o público.”
Gonzales não cabe em nenhuma categoria. Como resulta desta síntese biográfica, o seu talento manifesta-se, sempre com grande brilho, por vezes de forma genial, em várias actividades (cantor, pianista, multinstrumentista, compositor, arranjador, show man, produtor), movendo-se com enorme facilidade em diversos géneros musicais,
construindo sínteses surpreendentes, encarnando diversas personagens que aparentemente pouco ou nada têm entre si – do artista de music-hall ao “vilão” do hip hop, do conferencista provocador ao delicado pianista das peças a solo ou acompanhador de filmes mudos, do compositor de canção francesa ao cola-borador de estrelas pop, passando pelo artista que entra no livro de Records do Guiness por ter dado o espectáculo ao vivo de maior duração.
Texto baseado em http://en.wikipedia. org/wiki/gonzales_(musician), www.gonzpiration.com e outros sites na internet.
Próximo espectáculo
Com três discos editados, Standing
Wave (Sofa, 2001), Flat Iron (Sofa, 2004)
e Oval (Intakt, 2007), o Sten Sandell Trio está longe de esgotar as suas capacidades criativas. Prova disso são as gravações com o saxofonista John Butcher, Strokes (Clean Feed, 2007) e
The Godforgottens (Clean Feed, 2009)
com Magnus Broo no trompete.
Piano, voz e electrónicas Sten Sandell
Contrabaixo Johan Berthling
Bateria Paal Nilssen-Love
“Polytonalrytmic totalmusic” é como se pode definir a música do Sten Sandell Trio, ensemble que tem vindo a encantar a Europa desde 1999.
A dobrar dez anos de existência, este trio que inclui dois músicos suecos, Sten Sandell e Johan Berthling, e um norueguês, Paal Nilssen-Love, é justa-mente reconhecido como um dos mais importantes trios de piano do moderno jazz europeu, responsável por uma abordagem revolucionária desta clássica formação do jazz.
A música do trio assenta nos cânones da música improvisada europeia mas destaca-se pela sua profundidade e não pelo volume de som. É uma música de pormenor e exploração e um feliz e delicado convívio entre o acústico e a electrónica.
Os portadores de bilhete para o espectáculo
têm acesso ao parque de estacionamento da Caixa Geral de Depósitos.
Sten Sandell Trio
Ciclo ‘Isto é Jazz?’
Comissário: Pedro Costa
Jazz Qui 5 Novembro Pequeno Auditório · 21h30 Duração 1h30 · M12
Culturgest, uma casa do mundo
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