UNIVERSO PARALELO DE MEYERFILHO PÁGINA15
PRODUÇÃO
MUSICAL INDEPENDENTE PÁGINACENTRALtl1t7?tJB:A
UR
aCÊ
ZERO
ANOXVI- N06 DEZEMBRO2000 CURSODEjORNALISMO CCE-COM UFSC 3° Melhorjornal-laboratório
do BrasilBxpocom
94Melhor
Peça
GráficaI,
II, III,
Iv,VeXI Set Uniuersitârio 88,89,
90, 91, 92 e98 MelhorJornal-Laboratório
PrêmioFoca 1999jornal-laboratório
do Curso dejornalismo
da Universidade Federal de Santa Catarinaeditado
pelos
alunos dadisciplina
Reportagem
Especializada
emCulturaConcluídoem 18de dezembro
Supervisão:
Prof.Henrique
Finco(Zero),
Profa. Gilka Girardello(Reportagem
Especializada
emCultura)
Arte: Leonardo Kothe
Colaboração:
CarnilaGallo,
Patriciada
Silva, Sinergia
Direção
de arte:Jônatas
KosmannDireção
deredação:
ClarissaMoraes,
jônatas
Kosmann,LeoLaps
Edição:
ClarissaMoraes,[ônatas
Kosmann,Leo
Laps (seniores),
Filipe
Bezerra,Leonardo CollaresEditoração
eletrônica:[ônatas
Kosmann
Fotografia:
AníbalRenaldi,
ClarissaMoraes, Eduardo Nicodemus
Filho,
Filipe
Bezerra,LeonardoMiranda,
MárciaBízzotto
Laboratório
fotográfico:
Filipe
Bezera, Leonardo Miranda Secretário de
redação:
[ônatas
Kosmann
Serviços
editoriais: Galeria DeltadaPintura
Universal,
Meyer
Filho: VidaeArte, The Macmillan VisualDictionary,
Vera Sabino Textos:AndréaFischer,
BrunoDorigatti.
CamilaOlivo,
ClarissaMoraes,CristianeDeLucca,Débora
Sanchez,
DéboraTozzo,Diego
Fontoura,
Filipe
Bezerra,jônatas
Kosmann,Leo
Laps,
LeonardoCollares,
MarceloCornini,MarcelaAlbuquerque,
MarinaGastaldi,
MárciaBizzoto,Sônia
Campos
Tratamento deimagens: [ônatas
KosmannImpressão:
Diário CatarinenseTrilhaSonora:jarretee
Joel,
Elizah eGuinha,
Tijuqueira,
Jorge Gibbon,
Marcelo
Birck,
Jethro Tull,
BobMarley,
EllaFitzgerald,
TheVentures,NovosBaianos,Casa das
Máquinas,
BillieHolliday,
Egberto
Gismonti,Morphine,
Jackson
doPandeiro,
Elizeth
Cardoso,
D.YvonneLara,Manédo
Cavaco,
MilesDavis,Bezerra da
Silva,
B. B.King,
Quinteto
violado, João Nogueira,
Paulinho daViola,
ItamarAssumpção,
Jorge
Maltner,
MúsicadoNordeste, Deep
Purple,
ChicoBuarque,
BethCarvalho, Dazaranha,
Pipodélica,
Black
Sabath,
Martinho daVila,
Gordurinha,
LuizGonzaga
Redação:
CursodeJornalismo
(UFSC-CCE-COM), Trindade,
CEP88040-900,
Florianópolis,
SC Telefones:(48)
3319490
e331 9215Sítio:
www.jornalismo.ufsc.br
e-mail: kosmann@newsite.com.br
Circulação: gratuita
edirigida
Na
página
11Leonardo Collarescontaadifícilsituação
dos gruposdeteatroamador que pagampara
pode
encenar suas peças,quando
não ofazemnomeiodarua.
As
páginas
12e13 são dedicadas à literatura desconhecida dacidade,
comMarcelo Cominicontando osacrifício que é
publicar
umlivro na emFlorianópolis.
Depois,
umbalanço
dasartes-plásticas
nacidadecom o eterno FrankilinCascaes e seuste
masbruxólicose osurreal do
imaginário
deMeyer
Filho, gênio
das cores e dos detalhes. Tudo issopela
mãodeAndréaFischer,
BrunoDorigatti,
Cris tianeDeLucca,]ônatas
Kosrhann,
MarceloComi nieMarinaGastaldi.Para
finalizar,
Zero mandou MárciaBizzottocobrirumretirode
ação
de graças deumaigreja
batista.As
impressões
deixadaspelos
cultosesermõesestão
expostas
nacontracapa
destaedição.
Patinhofeio docurso,
relegado
àsegundo
pIa
no desde queas mídias eletrônicas foram esco
lhidas
pelos
alunoscomovedetes,
ZEROtermina omilênio lembrando que pormaisquequeiram
sufocá-lo emsalas pequenas e mal
preparadas,
semprehaveráalunosromânticosobastante para
marcharcontrao
pensamento
únicodosinternautase seustubosderaioscatódicos. Vidaeternaao
jornal
impresso.
caso mal-contado
pela
mídia: aproibição
dasapresentações
culturais do Sindicato dos Eletri citáriosnasdependências
da Gerasul(isso
mesmo, culturade graçanohoráriodo
almoço
nãoébem vinda por
lá,
leianapágina seis).
Paramostrararealidadedoses
paços culturais na
cidade,
Camila Olivoe Sônia
Campos
falam das dificul dades de seconseguir
umaapresentação
nos locais ade
quados.
Nomesmoem
balo
Diego
Fontou ra,napágina
sete,
explica
o porque de oestado sóter
produzido
dois
longa-metragens
nasúltimas
quatro
décadaseda
produção
decurtas nãoser exibidanosci
nemasdacidade.
Na
página
centraljôna
tasKosmann
expõe
aprodução
musicalindepen
dente,
seuscustos,objetivos
eempecilhos.
Antes da música
acabar,
BrunoDorigatti
faz umapanhado
histórico do chamado samba raizesuas
manifestações
emFloripa.
novos.Nesseprocesso,a
dança
tambémpode
serusadacomoformade
aquisição
de conhecimento. "Nasaulaspode-se
trabalharconceitosmatemáticos,
como
quantidade
de pessoas, passos,trajetórias
circularesou
retilíneas;
pode-se
também trabalharcom ahistóriadaarte,que está inevitavelmenteligada
à históriageral",
afirmaaprofessora.
Guiados
pelas
palmas
daprofessora,
osalunosdevem
reproduzir
os movimentosdescritos por elapara
depois
criarem os seuspróprios,
utilizandooque
aprenderam.
Aofinal daaula,
de mãos dadasemcírculo,
cada aluno deve dizerumapalavra
queesteja
relacionada com aaula do dia."Alegria",
"Ritmo", "Amizade",
"Amor", "Movimento",substituem"Tristeza",
"Cansaço",
"Rotina" e "Solidão". Suasaulas transforma
ram-se no vídeo "O
belo,
o movimento, ocaminhar sozinho". O vídeo foi
apresentado
este ano no
Dancing
Child International
(DACI),
que éumainstituição
da UNESCO.Cura da loucura - Ao
longo
dahistória,
da Idade Média atéo séculoXX,queimar
pessoas nafogueira,
fazê-las
darmilgiros
porminuto ou dareletrochoques
eramconsideradassoluções.
Até quechegaram
as"milagrosas pílulas",
modernatentativadecura, e causadetantosefeitos colaterais.
É
dissoquetrataapeça deteatro "Comocurrrar aloucur
rra",feita
pelo
Grupo
de Usuários deDrogas Antip
sicóticas(GUDA),
edirigUia
porbolsistas do Cursode
Psicologia
daUFSCdentro deumprojeto
do professorMarcosEduardo RochaLima,o
Marquito.
"Apeça retratao
espírito
do grupo,explica
oprofessor.
Nocomeço,háumadança
de índios ondetodos erguemos
braços, arregalam
os olhose botam a
língua
para foranumgrito.
Passaumindivíduoe diz: "Mas isso é loucura". "Aloucura está nos
olhos de quema
vê",
éarespostaque recebe. "Chegamos à conclusão de que
ninguém
é loucoetodossomos", diz o
professor
Marquito,
ao destacarospontos-chave
da peça.Ogrupotemoitopessoas,e apeça
já
foiapre-sentada inclusive naIMostra Nacional de Práticas
em
Psicologia,
em SãoPaulo,
ondeopúblico
pediu
"bis". "A
platéia
seemocionacom apeça,principal-ZERO
PRECISA
DAS
DISCIPLINAS
Deficientes
crescem com
a
arte
Cegos
dançando
e
teatro
como
terapia
para
psicóticos
Os
editores
mente
quando
dizemos queexistemusuáriosali",
dizabolsista ElisaNunesSilveira. "Estaéapropostado
Marquito, ninguém
sabe quem éopsicólogo,
oestagiário
ouobolsista,
todos são tratados damesmaforma". Econtinua:
"Agora,
alguns
que tinham medo dese exporjá
pedem
paraterfalas oupara pegarpapéis
maisdifíceis", completa.
O NAPS recebe
psicôticos
que saemde internações
emhospitais
psiquiátricos
deFlorianópolis.
"Eles
chegam
travados,
parecemrobôs",
contaElisa. Nos encontrosregulares,
são feitos laboratórios de exercícioscorporais,
e ogrupo aindaseencontraemhorários livres para
bate-papo
ereflexão. Com a entrada dos
bolsistas,
aprática
do grupoficoucentrada noteatro.Qualquer
pessoaquevaiaonúcleo éconvidadaa
participar.
Paraqueos novos seintegrem,
háumatrocade
papéis
etodosexperimentam
váriospersonagens. "Escreviumapeça pequenacom per
sonagens de poucas
falas,
caso ocorram saídas ouentradas de
integrantes
do grupo. Se temosquetrocar ospersonagens, fica mais
fácil",
explica
oprofes
sorMarquito.
O grupo
já
experimentou
de tudoumpouco. Taichi,
massagem,psicodrama,
"masoteatrofoiomelhor",
dizMarquito.
"Opsicodrama
tratada vida da pessoa, colocaavidaemcena. O teatronão envolve necessariamente a vidaparticular,
e acontecemmudanças
napessoasemque elaperceba", explica.
"Agora
entrouumbatuqueíro
nogrupoeestamostra balhandocomsonstribais",
acrescenta. Paraele,
apsicologia
do séculoXXIéaarte.. Cercade200pessoaspassam
pelo
núcleo diariamente para fazerconsultase
participar
dasoficinas deteatro, mosaico,máscara, pintura,
cerâmica e música. Envolvendopsicólogos,
assistentessociais,psiquiatras,
educadores,enfermeirase
estagiários,
oNAPS atuaháquatroanos. Os
pacientes
sãoencaminhados através dospostos
desaúdeeoutrossetoresassistenciais.Assim,comodiz
Marquito, "crianças,
adolescentes eadultoscom
problemas psíquicos
sãoestimuladosa resgatar
acidadanialonge
dasinternações
psiquiátricas."
Débora
Sanches
Marcela
Albuquerque
Após
cincomadrugadas
demutirão,
esperasequeosleitoresdoZEROpossamteracessoàs
informações
decultura normalmentepreteridas
pelos jornais
da cidade emprol
das baboseirastelevisivas.
Produtores culturais e
alguns
jor
nalistas
ajudaram
atraçar
asmetasdesta
edição especial,
feitacom ostextos da
disciplina Reportagem
Especializada
emCultura,
ministrada
pela professora
Gilka Girardello.Comaliberdade que só
a
imprensa
nanicapode
ter osalunos resolveram abrir uma
picada
paralonge
dessa salada denovelas,
estúdiosde belezae arte de mercado que se
vêem
publicadas
por aí.Napágina
dois Débora Sanches eMarcela Albuquerquecontamcomoéa
artedos deficientes.Na
página
três,
umapanhado
geral
do que foidiscutido em
sala,
comreportagem
deDéboraTozzoetexto de
Filipe
Bezerra. Naspáginas
quatro
ecinco,
LeoLaps
e ClarissaMoraesfazemoquea
imprensa
localnãotevepeito
para fazer: mostraras pessoas que não concor
damcoma
administração
asfáltica
queaprefeitu
ra vemfazendo.Na
seqüência,
ClarissaMoraesrelatamaisumA
arte feita pordeficientes,
pessoascom ne
cessidades
especiais
ou sériosproblemas
psi
cológicos
pode
aténão termuito espaçonomeio culturalemFlorianópolis.
Maselaexiste,eestá aí paraquem
quiser
ver.Música, dança,
teatro,artesplásticas,
essaspessoasatuamemtodasasformas de
expressão
artística. Epara
elas,
que normalmente têm seu espaço limitadona
sociedade,
aarte temumpapel
fundamental
pois
pode
auxiliar tambémno seudesenvolvimento.
A
pedagoga
Ida MaraFreire,mestreemeducação
especial
edoutoraempsicologia,
ensinadança
acegosna
Associação
Catarinense deIntegração
doCego
(ACIC),
emFlorianópolis.
Ela começouatrabalharcomcegosporacaso.Ida
con-ta que em
92,
defériasem
Florianópolis,
elaestava voltando da
praia
para o Kobrasol e, de passagempelo
centrodecidade,
observou quenumdeterminadoponto haviaum
grande
movi-mentode deficientesvisuais.
"Fiquei
curiosa,e amin ha curiosidademelevouatentardescobrircomoeraavida
deles,
sabercomoeles conseguemchegar
à vidaadulta apesar detantasdificuldades."Efoiassim que
Ida começouaestudá-lose atrabalharcomeles. Paraestaraptaadar aulas de
dança
acegos Idaespecializou-se
emdança.
Hoje,
nas aulas com oscegos, Ida trabalhaa
pró-percepção,
ouseja,
o corpocomo eixo do espaço. Ida afirma que o sistema de
dança
contemporânea
queusa nasaulasé chamadode
body-mind
centering,
aassociação
de corpo emente. "Meu trabalhonãoéuma
dança-terapia,
nemé livre. Cadaparteda aulatemum
porquê."
Movimento - Idainiciasuasaulascomosalu
nosandando
pela
salapara saber onde estãoequais
obstáculos
podem
encontrarnesseespaço.Depois
osalunos fazem umcírculo e cadaumdeve fazer um
movimentoque
indique
oqueapessoa está sentindonaquele
momento.Eles devem descreveromovimentoquefoi feitoparaque todososoutrospossam repe
ti-lo. "Dessa forma eles acabam conhecendooestado
de
espírito
doscolegas
naaulaeaprendem
alidarcomisso, a
respeitar
omomentodosoutros."Depois
desse"movimento-saudação"
Ida começaBOBAGENS
RENTÁVEIS
Jornal
pre
ere
verba
a
oerbo
ARARA
Bafões
ebaixariassustentam editariasde cultura locaisC
ada caderno cultural dos
jornais
deFlorianópolis
tem seu método detrabalho,
masécomumqueorepórter
tenha quesairparaaentrevista
sabendo
muitopouco do assunto,ouentãoque
use só as
informações
quechegam
através dosreleases para compor seus
textos,
porfalta
detempo.
Há poucoinvestimentonaespecialização
dos
jornalistas
e as�presas
nãoseinteressamem ter mão-de-obra setorizada. Ana Cláudia
Menezes,
repórter
deANotícia,
porexemplo,
alémde cobriraárea decultura,
tambémfaz matérias de
esportes,
por falta depessoal
nestaeditoria. Deste modonãohácomoesperarum resultado
esplêndido
de nossossuplementos
culturais.'
Marisa
Naspolini,
jornalista
eprodutora
cultural,
relataumcasoque se passouanos
atrás,
numa •visita da atriz Marília Pêra a
Florianópolis.
Marisa trabalhava paraum dosjornais
locais,
foi
participar
de uma entrevistacoletiva com a
atriz,
epercebeu
que Marília estava se irritando
com as
perguntas
feitaspelos
outros
repórteres.
"Como eugostava
muito dela e meinteressava
pela profissão
deatriz,
tinhamuitomaisinformações
queos outros
jornalistas,
quenitidamente não seprepararam
paraaentrevista. A
partir
decerto momentopareceu que acoletivaera só para
mim,
pois
a atrizpassou a escutar só as minhas
perguntas",
contouMarisa.A falta de preparo e
especialização
dosjornalistas,
aliada à necessidade de seproduzir
muitaspautas
empoucotempo,
revelam a ineficácia daestruturados
jornais.
Muitas vezes,se
amplia
oleque
de assuntostratados porestes
suplementos,
paraabranger
asditas variedades. "Os cadernos de variedades
abrangem
um universo de diversos assuntos, como o nomejá
diz.Comportam
moda,
artes(todas), espetáculos,
cinema,
livros,
beleza,
lazere
comportamento",
esclarece ChuchiSilva,
editora do caderno de variedades do Diário
Catarinense. Elarevela queo
antigo
cadernode culturadoDCfoigradativamente
substituídopelas
variedades. "Um caderno de cultura é maisespecífico,
tratade temas artísticose literários sem que estessejam
obrigatoriamente
factuais. Existe espaço parapoesia
e discussões acercadestee deoutros
gêneros,
épossível
reproduzir
trechosde obras deum D.H.Lawrence,
ou deumPlínio
Marcos,
discutirmitologia
erelacionartodos estes temas com o
cotidiano",
explica
Chuchi.
Balaio do showbiz
-Esta
transição
do caderno de cultura paraode variedadesfaz
parte
do
conjunto
demudanças
sofridaspelo
jornalismo,
eà medida que foi aumentandoopesodo
poder
econômico,
osassuntosempauta
eatendência editorial também mudaram.
"Sempre
falta espaço para a cultura porque atendência(dos ultrapassados)
é achar que cultura écoisade
elite,
que nãointeressaaotrabalhador que ralatodo
dia,
quenãovendejornal",
contaChuchi.A trocadacultura porassuntossupostamente
mais atraentes trazconsigo
um balaiorepleto
defigurões
do showbusiness. "Se acaba dando espaço para fofocas deartistasde televisão edecinema,
como afilha daXuxaou ocasamentoda Madonna. Acredita-se que são assuntos que'vendem' mais. De certaforma é verdade. E
não dá para negar queXuxa eMadonna são
sempre
notícia,
assim como bafões ebaixarias",
completa
Chuchi.Sea
baixaria,
oescândalo,
o colunismosocialeoshowbusiness estão tomandoo
lugar
da culturanos
periódicos, pode-se
dizer queé porqueassimvende
mais,
certo?Talvez,
masé erradotentarpensarpOI'umaentidade tão
abstratacomo o
público
esabercomprecisão
oque ele quer.
É
aindapior
esquecerafunção
socialeinformativa do
jornal.
"O povo buscasanguee
escândalo,
mastambémtemsededeaprender. Quer
entenderdecinema,
de teatro, querentrar em umagaleria
dearte esaberqueaobrade Dalí é
surrealista,
assimcomoé surrealistao nossoMeyer
Filho. E é o nossopapel
estimular estanecessidade",
diz ainda Chuchi Silva.Jornais-arara
-Para o
jornalista
eescritor,
FábioBrüggemann,
todosos leitoresquerem
qualidade.
"Eles nãoreivindicamessaqualidade
porque nunca viram.Faça
umexperimento:
dê um mês de DiárioCatarinensecombons
textos,
reflexão,
crítica.Os leitores nãovãoquerer voltaraoque era
antes",
diz. Elejá
trabalhouemváriosjornais
locais
ediz queoquadro
piorou
nosúltimosanos:"Em
1985
euescreviaparaoCaderno2do DC
(hoje
extinto),
e osjornalistas
costumavamfazer discussões abertas sobreos
assuntosqueseriamdados. Vinhamescritores
e outros do meio cultural e
depois
tudo erapublicado
naíntegra". Brüggemann
acreditaque não há mais
lugar
para ojornalismo
romântico,
aquele
movidopela
ideologia
pura.Para
ele,
ojornalista
agora é funcionário deumaindústria
privada,
e comoqualquer
outroobrigado
avestiracamisa da empresa. "Elessó acreditam no que dá
lucro",
analisaBrüggemann.
"Entreaverbae overbo todosos
jornais
preferem
averba",
completa.
O diretor doMuseuda
Imagem
edo Som(MIS)
deFlorianópolis,
EduardoParedes,
também criticou o mercantilismo das
empresas
jornalísticas.
"Acensura econômicaacabou com o
jornalismo
investigativo",
dizele,
que também é cineasta e diretor dos filmes
catarinenses mais
premiados
dahistória,
DesterroeNouembrada. "O
jornal
hoje
vivedeperfumaria",
afirmaele. Paredestem
opiniões
fortesefalacom aexperiência
de quemjá
trabalhou comofree
lancer paraa
Veja
eojornal
doBrasil,
além dosjornais
locaisDCeOEstado."ODC,
porexemplo,
éo
famoso
jornal
arara: muitocolorido,
masnãofala nada".
Segundo
ele,
ojornalismo,
além desubservienteem
relação
aopoder,
tornou-se também acrítico e
desmemoriado. "Atualmente
predominam
asreportagens
de consumoimediato,
não hácontinuidade,
não temosmemória",
completa
Paredes. Eletrabalhou durante a ditadura e
conta que se "a censura
naquela
época
eraimposta pela
força
doregime
militar,
hoje
é feitapelo
ladoeconômico." Todos esses fatores
geram
desinformação
e falta dereflexão.
A maioria dos
produtores
culturais entrevistados para estamatérianãoreclamou da cobertura
da
imprensa
local,
mas muitos sequeixaram
dafalta de continuidade das matérias.Osreleases enviados àsredações
dosjornais,
quando
bem feitos e com assuntosde interesse,
sãogeralmente
publicados,
massempre ficaa
sensação
de queos assuntos se
esgotam
muitorapidamente,
saindoumsó dianojornal
para não mais seremlembrados. Outra
queixa
équanto
àfalta
de crítica nos veículosimpressos.
Colunistas intelectuais
-Esta
questão
envolve diretamenteaformação
dojornalista.
"Acrítica é muitoimportante,
sim,
masquemarealizadevetertotal embasamento para
opinar
de forma
positiva
ounegativa",
diz GisaFrantz,
editora do caderno de cultura do
jornal
O Estado.O
fato
é quehoje
ojornalista
maltemtempo
de cobrirsuasmuitaspautas
diárias(geralmente
trêspautas
emcincoou seishoras),
quanto
maisdeestarlendoeestudandotemasculturais. "Afalta decríticase
deve,
emuito,
àfalta
deestruturanosveículos.Aocontrário dos
jornais
deoutrascapitais
brasileiras,
osrepórteres
de cultura nãopodem
'se dar ao luxo' de trabalhar apenas em temas
setorizados,
salvorarasexceções.
Assim,
fica
maisdifícilumdomínio total para realizaruma
crítica,
especialmente
para não se cometergafes
ouinjustiças",
completa
Gisa.O cineastaEduardoParedes acrescenta que
a falta de crítica e a
opção pelas
matérias deconsumoimediato criam outro grave
problema:
"Hoje
quem sãoosformadores deopinião?
Sãoos
jornalistas
ou os críticos?Não,
infelizmente quem está formandoopinião
atualmente emFlorianópolis
são os colunistas sociais".Geralmente os colunistas sociais não têm uma
ampla formação
teóricae costumam tratar dosassuntosdeumaclasse econômica que não éada
maioriada
população.
Outroproblema
é
queestescolunistas não têm
obrigação
de saberprofundamente
sobreaquilo
quefalam, podendo
escreverbesteirassobreosassuntosmaisdiversos.
"Teveumcolunista que fezumacríticasobreum
demeusfilmessemnuncatê-lo
visto",
lembrouParedes.
Filipe
Bezerra
Fofocas
e
perfumaria
tomam conta
dos
cadernos
de cultura
(o
QUE
A
IMPRENSA
NÃO
DEU
Fórum
condena clientelismo
Artistas
e
produtores
da
capital
querem fim da
ineficiência
das leis
municipais
Um
grupo de artistas locais acusa a
Fundação
Franklin Cascaes(FFC)
-órgão equivalente
a umaSecretaria Municipal
de Cultura-de empregar uma
política
cultural falsae "clientelista",Este descontentamento deu
origem
aoFórum deArtistaseProdutores Culturais de
Florianópolis,
que temcomo
objetivo
criarumEstatutoMunicipal
da Cultura e formular umConselho
Municipal
de Cultura. O movimentosurgiu
emmaio,
numprotesto
realizado durante aMostrade
Dança
noCentro
Integrado
deCultura,
onde 32artistas
lançaram
ummanifestocontraaFFCacenando
lenços
pretos.
Fábio
Brüggemann,
sócio da editoraLetras
Contemporâneas, presidente
daUnião Brasileira de Escritores em Santa Catarinae
representante
doFórum,
afirmaquea
Fundação apóia
somenteosprojetos
que não trazem
críticas,
e tem medo de quemreflete,
pensa efala. Contaque "atémeados dosanos
80,
os artistaspossuíam
cargos
governamentais
epor issoapolítica
cultural na cidade era extremamente
clientelista".Paraalteraresse
modelo,
uma novageração
de artistas começou aproduzir
independentemente
através da iniciativaprivada.
DinoGiglioli,
integrante
do Fórumediretorcultural do Sindicato dos Eletricitários de
Florianópolis
(Sinergia),
explica
quealuta é paraque a cultura
faça
o seupapel:
"questionar
asverdadese asregras
impostas
pela
sociedade,
como oneoliberalismo e oindividualismo".Inicialmente o Fórum contava com cerca de
quarenta
entidadesparticipando
do debate.Hoje
onúmeronão
chega
àmetade.Aexplicação
paraisso,
segundo
Dino,
é que muitasvezes o artista ouprodutor
seaproxima
com aexpectativa
de resolvero seu
problema. Quando percebe
queoFórumtratade
questões
demaioramplitude
enãodeprojetos
particulares,
acaba saindo. ParaDino,
o relevante no Fórum é que "mesmo nessaapatia
geral
foipossível aglutinar
pessoas que trabalhem emsentido
coletivo,
naperspectiva
não do meulivrinho,
domeu teatro, domeu grupo dedança,
maspela
culturacomo um todo. Senão for paraparticipar
deumaação
coletiva eorganizada,
apessoa que se contente em
pedir
pinico
aodeputado,
aovereador,
ou aoprefeito.
Sealguém
tem essapostura,
nem é para estar no Fórummesmo,éuma
questão
clientelista queagente
buscaromper",
concluiDino.Num debate que reuniu os candidatos à
prefeitura,
ummêsantesda últimaeleição,
oFórumapresentou
umaproposta
comações
e diretrizesparaa
elaboração
deumapolítica
culturalpública.
Todos os candidatos assumiramque, caso fossem
eleitos,
aincluiriamem seuplano
de governo.Comoaúnica ausênciafoi
justamente
adaprefeita
Ângela
Amin,
oFórum solicitouumaaudiênciacomelanoinício de novembro para saber se ela
poderia
recebê-los eavaliara
proposta.
Comajustificativa
de quea
prefeita
estásoblicença médica,
aindanãohouve
resposta.
OFórum quercriarum estatuto que, além
de
abranger
aatualpolítica municipal,
dariamaisapoio
àprodução
culturaleteriaumregulamento
quenão
poderia
sermodificadoacadamudança
de governo. Seriamincluídasnesse estatutoleisFFC),
e outros três indicados por entidades deFlorianópolis
escolhidas,
segundo
omanual,
por suarepresentatividade, pluralidade
eatuação
noprocessocultural.O
Artigo
15 daLei,
ondeconstam taisentidades,
foio único alteradopela prefeita,
através do decreton°636/98.
PelaLeide1991,
16 entidades culturais estavam aindicarpossíveis
membrosà CPC. Comf) decretode
Ângela
....---",..---...,
2 Amin estenúmero foi reduzido a
13,
com�
cinconovasentidades entrandoeoitosendo�
destituídas.J3
Aescolha dos membrostemsido feita.�
pela
prefeita
todo final deanodesde1998,
u:
junto
àFundacão FranklinCascaes,
e a�
partir
de1999
'também
junto
à Comissãou:::
que tem sua
gestão
terminada(a
novacomissão iniciasuasatividadesem
janeiro
de
2001).
A ex-coordenadora daCPC,
Maristela de
Figueiredo,
fala queérealizadoum
e�do
para descobrirquais
candidatossugeridos
são maiscapazeseentendedoresdo assunto.
Veja
oexemplo
dela: "soufuncionária da
prefeitura
há22anos e coma
antiga
gestão
da donaÂngela
fui nomeadaassessoratécnicadaFPC.
Logo
fui nomeada secretáriadaprimeira
CPC e, alémdisso,
eutrabalho comeventos deCarnaval". Maristela informa quealeinãofuncionouaté
a
prefeita
Ângela
Aminsolicitar,
em1998,
quefosseposta
emprática.
Houve então umaprimeira
Comissãoque, de acordocomMaristela- secretária
daCPCna
época
-,"nãodeumuitocerto". Emjulho
de2000foilançado
oManual daLeiMunicipal
deIncentivo à
Cultura,
quesegundo
ela deu credibilidade à lei. "Antes disso havia umaComissão,
masalgumas
entidades não indicavamfuncionários,
nãohavia prazo paraafinalização
dosprojetos
nemregulamentos
de como seriafeitaaredução
doIPTUedoISS",
afirma Maristela.Lei manca- ParaRafael Pereira
Oliveira,
daprodutora
Áprika
eintegrante
do Fórum deArtistas,
aleinãotemtal credibilidade.Antesdeseuprojeto
Musical de Verão ser
aprovado pela
CPC,
emsetembro deste ano, ele
já
tinhagarantido
opatrocínio
do Costão do Santinho Resort. Oproblema, segundo
Rafael,
é que acomissão estáconfusa,
pois
não sabequal
oprocedimento
a sertomado
depois
deconseguir
ofinanciamento."Nãotenho conhecimento de nenhum
projeto
queesteja
com oprocessoem
andamento",
disseRafael,
que realizoureuniõescommembros daAssociação
doComércio e Indústria de
Florianópolis
e oempresariado
local para "esclarecer" o manual. Maristela comenta que "não é fácil você ter umprojeto
eapresentar
tudo que está sendo solicitadopela
Lei,
só que é menoscomplicada
que adoEstado".
Entretanto,
admite que pessoas quetiveramprojetos
aprovados
noprimeiro
edital daLei,
aindatinham,
no final de novembro deste ano, dúvidassobreomanual.
Maristela afirmaque a Comissão não decide sobrea
circulação
dodinheiro,
aresponsabilidade
édaSecretariade
Finanças,
que define comoseráfeitoo"abatimento". Cézar
Campos
Júnior,
membrodacomissão
pela
Secretaria,
fala queaCPC emiteumcertificado
permitindo
que ospatrocinadores
utilizem dinheiro vindo dos
impostos
para arealização
dosprojetos.
Noentanto,pelo
telefone,
disse que "há várias dúvidas sobre
alguns
parágrafos
daLei".Empresários
eFundação
têmdúvidas sobre
artigos
como o10,
que fala que opatrocinador
poderá
utilizarapenas 70% do valor total doprojeto.
Issosignifica, segundo
Cézar,
quese um
projeto
custarR$
50 mil o investimentopossível
será,
nomáximo,
deR$
35 mil.Omanual mal parece ter sidorevisado,
visto que há aténúmeros trocados
(80
por180).
CRÍTICA
Fábio
acusa aComissãode
temerquempensa
como ado Fundo paraoCinema
(Funcine),
quedesdeos anos 80destinauma
porcentagem
dasbilheterias das salas de cinema e
locações
emvídeo-locadoras paraa
produção cinematográfica
municipal.
FábioBrüggemann
propõe
que essaquantia seja
aplicada
nacompra deequipamentos
que seriam
alugados
a preçospúblicos,
barateando o
orçamento
defilmes evídeos,
aoinvésde bancara
produção
deumaúnica obra."Não queremos que o Estado
produza
cultura,
mas crie mecanismos para que as pessoasproduzam cultura",
argumenta
Brüggemann.
Imposto
pela
cultura- ALeiMunicipal
deIncentivo à
Cultura,
apresentada
naCâmaradeVereadores e
regulamentada pelo
entãoprefeito
BulcãoViannaem novembro de
1991,
emboracriticada,
também seria incluída no estatutoidealizado
pelo
Fórum. Elapermite
que oprodutor
artístico-culturalcapte
recursos paradesenvolver seus trabalhos através do redirecionamento do
Imposto
SobreServiços
deQualquer
Natureza(ISS)
edoImposto
PredialeTerritorialUrbano
(IPTU),
oquesignifica
queaempresa
privada
que estiver em débito com aprefeitura
emalgum
dessesimpostos
poderá
abater até
R$50.000
da dívida financiandoprojetos
naárea cultural. Paratornarpossível
ofuncionamento da
Lei,
foi criado umórgão
consultivo de
gestões
anuais,
formado por pessoasligadas
ao campo das artes e àFPC: aComissão Permanente de Cultura
(CPC).
Suafunção
é avaliar osprojetos
apresentados
edeterminar
quais
delesserão beneficiados com alei.
-Osmembros da última
CPC,
que trabalharamaté
outubro,
eram: Maristela deFigueiredo
(coordenadora
e funcionária daFFC),
VeraCollaço
(professora
da Universidade do Estado de SantaCatarina),
Cézar
Campos Júnior
(funcionário
daSecretariaMunicipal
de
Finanças),
Hoyedo
Lins(integrante
da AcademiaCatarinensede
Letras),
José
da Rocha(funcíonário
do Instituto dePlanejamento
Urbano deFlorianópolis).
Ossuplentes
eram:jarina
Menezes(presidente
daAssociação
Catarinense deArtistasPlásticos)
eluarezdeMedeiros(pro
fessor daUniversidade
Catarinense).
Portanto cinco
membros,
sendo dois daprefeitura
municipal
(um
daSecretaria de
Finanças
e outro daFECATA, Cinemateca,
Instituto dosArquitetos
doBrasil,
PrometeuLibertus,
Associação
dosArte-Educadores,
Associação
Catarinense
deEngenheiros, Associação
Catarinense
deFCC, UFSC, Udesc,
AcademiaCatarinense
deLetras,
Fundação
Frankilin
Cascaes,
Instituto doPatrimônio
Histórico
eArtístico
Nacional,
Associação
Catarinense de ArtistasPlásticos,
OABLeo
Laps
Clarissa Moraes
o
QUE
A IMPRENSA
NÃO
DEU
CPC
define
mas
não
decide
Manual
de
Incentivo
apresenta
muitas
exigências
e
poucos
esclarecimentos
menoscincoanos eque
seu trabalho
seja
considerado correspon dente aos interesses
culturais da cidade. A
aprovação
dosprojetos,
segundo
o manual daLei,
levará em contaclareza,
exatidãoeintegridade
dasinfor
mações,
caráter cultur al(benefícios
epartici
pação
dacomunidade,
acessoa
populações
debaixa
renda,
interessecomum), adequação
orçamentária (custar
entre
R$
1 mileR$
50
mil)
epossibilidade
derealização.
Maristela afirma que "o investi mentosópode
sergasto no
município",
e seo
empreendedor quis
er
apresentar
seutrabalhofora,
ocustoédele.Os
projetos
culturais daprefeitura
também podem se beneficiar daLei de
Incentivo,
comoaconteceucomo8° Festival
IsnardAzevedo,
emoutubrodesteano.A FFC
conseguiu,
atravésdoprojeto
dasuperintendente
LéliaNunes,
R$
50 mil do total deR$ 356.895
necessários parasuarealização.
Parafinanciaros
D
15
projetos,
o valordosS
1·
�
�
incentivosvariarde fiscais1 %a2,5%
pode
�
dareceitatotalprove-I
Bl niente do IPTU e doFunr'
'127109
19
�
ISS. Nesteanofoilib-Sinr'
Eletrici
�
�
eradoaleua1%,
R$
1quemilhão.equiv-
Aquantia
é divididaemquatro
parcelas
deR$
250
mil para seremutilizadasnos
projetos
aprovados
em editaisrealizadosnos meses
de
janeiro,
abril,
jul
ho e outubro. Se for
necessário,
essasparcelas
podem
ser suplementadas
comdinheiro de outros
editais. Outro limite
orçamentário
é pre visto noprimeiro
artigo
daLeideIncentivo,
<'tile
diz queaem-presa só
poderá
reverter até 20% do total que deve doIPTUedo
ISS por
projeto
financiado.Segundo
orelatóriodos
projetos aprovados,
fornecido porMaristela,
desdeaimplantação
dalei,
emnovembrode1998,
foramaprovados
18projetos,
custandoaotodo
R$ 436.455,00.
Imprensa
censura-Dino acusaogover nodo Estado de estar tirando das empresas
públicas
recursosdestinados à cultura parausarJdinheiroemoutrosfins não culturais.Docu mentosobtidos
pela
Intercel(conjunto
de sindicatosno
qual
seincluioSinergia)
comprovam autilização
deR$
553
mil,
mas"deacordocominformações
internaspassadas
aossindicatosacotade
patrocínio
já
passou dosR$
3
milhões. Dinheiro que está sendo usado para fazer clientelismo,
paraagradar
uns eoutros",
afirmaDino.A denúncia foi
publicada
no LinhaViva,
jornal
doSinergia,
no dianove de novembrodesteano.Constaqueo
representante
dos empregados
noConselho deAdministração
da Celesc estácobrando
explicações
sobrequanto
aempresadesembolsouem
patrocínios
duranteoano,já
queacondutada
direção
da Celesctemseresumidoapagaracontados recibos enviados
pelo
Secretáriode
Governo,
Amaro Lúcio da Silvaepelo
diretorde
divulgação
da Secretariado Estado de Gover no, AntonioFelixAmorim.Em
resposta
aoConselho,
opresidente
daCelese,
FranciscoKüster,
enviouumacorrespondên
ciaao secretáriodo governo dizendo que tendo emvistaoincrementosazonal das
despesas
desta
empresa
..., vimossolicitar
suspensão
depa
trocíniosetodo
tipo
deapoio
de caráterfinan
ceiroa
terceiros,
atéfim
dejaneiro
dopróximo
ano. Como
exemplo
dospatrocínios
concedidospela
Celesc,
estáovalor deR$
7.500 paraaAssociação
ComercialeIndustrial deChapecó,
paraarealização
daFeiraInternacional deProcessamen toeIndustrialização
deCarnes,
omesmopatrocínio
que
já
havia sidonegado
pela
SecretariadeAgri
culturaepela
SecretariadeIntegração
aoMercosul.
Quanto
àparticipação
doempresariado
nacultura
local,
paraDinoé umaquestão relativa,
pois
"se oempresário
abate do seuimposto
derenda,
que iriaparaumbolopúblico
paraserinvestido,
quem estápagando
issosomosnós".Acoberturada
imprensa
localsobre as atuações
do Fórum teve notasmal-explicadas.
AnaCláudia
Menezes,
jornalista
deANotícia quetestemunhouo
protesto
que deuorigem
aoFórumenquanto
faziaacoberturadaMostradeDança
daFFC,
diz quesuamatériasobreofato
nãofoi
pub
licada pormotivos
editoriais,
comootamanho,
porexemplo.
Já
odebateentreFórumeoscandidatosàs
eleições municipais
2000 refletiu-se emumamatérianoDiárioCatarinenseemaisduasnoA
Notícia.
O manual da Lei
Municipal
de Incentivo àCultura,
de acordocomMaristela,
foimuitodivulgado
emrádio,
tv ejornal,
além dainternet. Noentanto, somente no último edital o número de
projetos
inscritosfoi
maiorque asomade todososanteriores.
Alguns
integrantes
do Fórum rebatem dizendo que o manualfoi
pouco comentado nomeioartístico.Outrosse
queixam
de queaLeitra taaarte comoumamercadoriaeoartistacomoum
vendedor,
porqueoartistatemque vender projetos
desuaobra para viabilizá-la.Ah,
setodos fossem
poetas
...AUTONOMIAMaristela
garante
que aFundação
nãointerfere
no
parecer
sobreosprojetos
Todas
as áreas da cultura devem ser re
presentadas
numconselhocom autonomia
deliberativa,
abarcando o númeromáximo de
representantes,
enão sendo apenasumgerenciador
deatividadesculturais. Estaé a
opinião
doFórum deArtistas eProdutoresCulturais de
Florianópolis.
Acoorde nadorada última�stão
daComissão Permanentede
Cultura,
MaristeladeFigueiredo (responsável
pela
aprovação
deprojetos
culturais que buscam benefício daLeiMunicipal
deIncentivoà Cultura -ler matériaanterior)
,explica
quenemtodasasentidades culturais da cidade estão
representadas
naComissão.
Pois,
segundo
ela,
"iadaromaiorquebra-pau,
tá louco!".Paraela,
aCPCsó dácerto porque não há
choque
de idéias entre seusmembros.
Dino
Giglioli,
diretor cultural do Sindicato dos Eletricitários deFlorianópolis
(SiI�rgia)
e integrante
doFórum,
fala quehoje
tudo está muitovinculado à
Fundação
FranklinCascaes."Opoder
público
nãopode
de formaalguma
sermaioriana
Comissão,
assim sempre acabarácomforça
maior. Deve-se ter autonomia para decidir em
relação
afinanças,
emrelação
atudo" eleopina.
Fábio
Brüggemann,
que tambémparticipa
doFórum,
critica asuperintendente
daFFC,
LéliaPereirada Silva
Nunes,
soboargumento
de queela centraliza demaisos rumosdas atividades cul
turais da
Fundação.
Maristela defende que aComissãoé
autônoma;
queninguém
interferenasdecisões: "A
professora
Lélianuncafalou sobrealei,
quando
solicitada ela sempre manda falarcomi go,jamais opinou
sobrealgum
projeto.
Somosliga
dosao
gabinete
daprefeit
ura, não à
Fundação.
Ela somenteoferece à Comis sãoestruturapara queestafuncione".
Dino
participou
recentemente do
protesto
Arte Contra a
Barbárie,
emSãoPaulo,
efala que"oque deveria existir é
algo
muito mais
amplo,
comooque havia antes dessa Comissão: o Conselho de
Cultura,
que discutia asquestões
culturais comoum todo".
Segundo
ele,
oFórum não
pretende
sercaracterizado como uma
entidade,
mas como ummovimentocultural
inédi-to em
Florianópolis.
PorCARÊNCIA
Giglioli
aponta
aredução
deissonãoé
"juridicamente"
organizado.
No diaseisdedezembroo
jornal
Folha de São Paulopublicou
umamatérianacapa do caderno Ilustrada falan
do dos eventos
promovidos
em São Paulopelo
movimentoAtte Contraa
Barbárie,
edas mobilizações
culturais realizadas atualmenteemoutrascapitais
dopaís.
Entreelas
estavaoFórum.Maristela diz que
já
ouviufalar daspropostas
do
Fórum,
masachaquenãotemporqueacompanhá-las. Alguns
participantes
doFórum,
como aprodutora
Aprika
e o artista cênico RéveroRibeiro
conseguiram
terseusprojetos
aprovados
pela
CPC.Entretanto,
aex-coordenadora dacomis sãofala
que eles nuncaprocuraram a elaou àsuperintendente
daFundação,
LéliaPereirada SilvaNunes,
paraconversarsobreoassunto.Algumas
exigências
- Os interessadoseminscrever