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Os projetos de colonização e agropecuários no Araguaia mato-grossense

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Academic year: 2021

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Uma reflexão acerca dos impactos das políticas de ocupação dirigida implantadas pelos militares na Prelazia de São Félix do Araguaia e os posseiros: 1968 a 1980.

MENEZES, Fernanda Queiroz de1 Prof.menezes27@gmail.com Introdução

O presente trabalho propõe uma reflexão acerca das políticas de ocupação dirigida que foram retomadas pelos militares em seu governo e que sofreram algumas alterações. Esta nova configuração está pautada na Doutrina de Segurança Nacional que era a base do governo militar no Brasil, que trata da ocupação dos espaços “vazios” como uma estratégia de defesa do território nacional.

Nosso objeto, as políticas de ocupação que foram implementadas principalmente neste período - 1968 a 1980 – trouxe assim uma nova dinâmica e ocasionou sérios conflitos entre as populações que já ocupavam a região e as outras que chegaram para ocupar as áreas. O problema foi, que no caso da Prelazia de São Félix do Araguaia, quando as agropecuárias chegaram para ocupar as terras, estas já estavam ocupadas por outras populações que as utilizavam para retirar dela a sua subsitência (sejam os índios, posseiros, populações ribeirinhas e outras). As áreas disponibilizadas pelo governo e os projetos de colonização eram na sua maioria muito extensas e algumas vezes chegava a abarcar a própria vila como ocorreu no povoado de Santa Terezinha e em Porto Alegre do Norte.

Os conflitos decorreram desta situação, e damos ênfase aos eventos ocorridos entre posseiros e as fazendas agropecuárias, e em seguida nos seus posteriores, que ocorreram com a intervenção militar na região. Este período foi marcado por uma forte repressão no tocante às populações que não estavam enquadradas dentro do projeto de governo, adeptos à modernização e progresso do país. A disputa pela posse da terra que acarretaram diversas violências em relação às populações que viviam na região. A Igreja da Prelazia de São Félix

1Graduada em Pedagogia pela FAF – Faculdade Frutal, graduada em História pela Universidade Federal do

Mato Grosso, mestranda em História pela mesma universidade, professora de Educação Básica da Escola Fundação Bradesco.

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do Araguaia do período era adepta à Teologia da Libertação e atuou em defesa da causa dos moradores do lugar, dos pobres e oprimidos. Foi neste contexto que houve a intervenção militar na Prelazia de São Félix, que agiu com uso de extrema violência, no sentido de abafar os movimentos de luta contra a ordem e o capital privado. Assim identificamos não só os impactos das políticas de ocupação mas também, as violências que ocoreram contra essas populações e os mecanimos que elas utilizaram para resistir e lutar por seus direitos, que muitas vezes foram suprimidos.

Com efeito, utilizamos como fonte os documentos produzidos no período pela Igreja, cartas-denúncia, ofícios, abaixo-assinados e outros. Este mecanismo foi muito utilizado principalmente pelo Bispo Dom Pedro Casaldáliga como uma forma de divulgar os eventos que ocorriam na região, como a Carta Patoral escrita em 1971 como uma forma de denúncia dos abusos do grande latifundiário.

Os projetos de colonização e agropecuários no Araguaia mato-grossense

Nossa pesquisa tem como marco espacial a região que foi denominada como Prelazia2

de São Félix do Araguaia, esta região encontra-se no Nordeste do Estado do Mato Grosso, na Amazônia Legal3, tendo como área aproximada 150.000 km², situada entre os rios Araguaia e

Xingu. Compreende Distritos e vilas que estavam vinculados à cidade de Barra do Garças pela falta de infraestrutura (a 700 km de distância) e só depois da década de 80 que iniciaram os movimentos de emancipação destas vilas e Distritos.

Esta área que é tratada aqui a partir, principalmente da década de 70, passou a ter uma nova configuração, pois o governo militar passou a dar ênfase nos projetos de ocupação dirigida da Amazônia que teve início com um conjunto de políticas de incentivos fiscais para as grandes empresas. Então, constituíram processos de colonização ou agropecuários que

2

Prelazia é um tipo de circunscrição eclesiástica, que não tem autonomia ou independência financeira, que ainda não é organizada. Ver: (SCALOPPE, 2012).

3A região Norte está inserida na Amazônia que compreende os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará,

Rondônia, Roraima, Tocantins. A Amazônia Legal é acrescida pelo Estado de Mato Grosso e parte do Maranhão.

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passaram a atrair possíveis compradores (no caso das colonizadoras) ou trabalhadores (no caso agropecuário) e assim ocorreram os processos migratórios vindos especialmente do Sul (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina), deslocando os pequenos agricultores e resolvendo assim, um problema sério que havia nessa região, num conflito com os grandes latifundiários de terra.

Esse processo de ocupação (ou podemos pensar em re-ocupação como trabalha Barrozo)4 ocorreu com a chegada das várias empresas agropecuárias naquelas áreas. Foi uma

política de ocupação que encontrou outro problema nesse processo migratório, haja vista que as pessoas que chegaram a Mato Grosso se depararam com uma população que vivia aqui desde tempos e que tirava o seu sustento da terra – mesmo que sem o uso de grandes tecnologias que eram tidas como desenvolvidas.

Principalmente no que toca a área na qual nos debruçamos, e que estava ocupada por posseiros, populações ribeirinhas ou índios que viviam da terra com suas próprias ferramentas e tecnologias distintas das utilizadas pela agropecuária, mas que cumpriam bem o seu papel para tais populações.

Com a entrada dos militares e a implantação do seu programa de governo pautado na Segurança Nacional, foi utilizado por partes deles e dos grandes empresários um sistema de propaganda para convencer as populações principalmente do Sul e Sudeste a migrarem para estas regiões, e também populações que eram necessárias para o trabalho (mão-de-obra) que vinha do nordeste, com promessa de uma terra farta, que aqui “tudo que se plantava colhia”, colocando essas terras como a “terra de riqueza” e produção, que precisava ser utilizada, “explorava-se a imagem da Amazônia como um verdadeiro paraíso de riquezas naturais através de propagandas divulgadas não só dentro do país, mas como no exterior” (JOANONI NETO, 2007, p. 14).

4 Vamos utilizar aqui o termo ocupação por tratar de políticas de ocupação, mas sabemos da existência de

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O governo criou órgãos como o INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária para organizar e coordenar esse processo de ocupação, o BASA, SUDAM, SUDENE, entre outros órgãos para contribuir neste processo de ocupação dirigida.

Após 1937, com a “Marcha para o Oeste” as tentativas de ocupar e atrair investimentos para sua área Norte (o atual Estado de Mato Grosso), se intensificaram, mas os efeitos concretos só vieram nos anos 1970, com a transformação da região em “Fronteira Agrícola” e fartos incentivos do governo aos empresários, viabilizados por órgãos como a SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) e a SUDECO (Superintendência para o Desenvolvimento do Centro-Oeste), e programas governamentais como o PIN (Programa de Integração Nacional) e o POLONOROESTE (Programa de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil), que canalizaram para a mesma, incentivos fiscais, linhas de financiamentos, juros subsidiados e prazos generosos (JOANONI NETO, 2007, p. 20-21).

O governo Federal incentivou esses projetos, revertendo fundos para investir no Estado do Mato Grosso tornando-o uma “Fronteira Agrícola” atraindo empresários para investir e ocupar estes espaços, utilizando os financiamentos que o governo dispôs, e “desenvolvendo” esta região do país, além da utilização de outros órgãos como foi citado acima. Coloca ainda sobre os objetivos do governo:

Seu objetivo era expandir a fronteira econômica, em especial a agrícola, conforme previsto pelo I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND). Suprir-se-ia a carência de mão-de-obra na região com programas de colonização dirigidos especificamente para o excedente populacional nordestino, de acordo com as estratégias da Operação Amazônica, ocupando as margens das rodovias Transamazônica e Cuiabá-Santarém (JOANONI NETO, 2007, p. 21).

Sobre a SUDAM que teve um papel fundamental nesse processo, propiciando incentivos fiscais, oferecendo créditos com juros e taxas baixas, e era o órgão responsável pela aprovação dos projetos, diz Ianni:

A SUDAM passou a ser, desde sua criação em 1966, provavelmente o principal órgão do governo federal para a dinamização da economia amazonense. Além de coordenar e supervisionar (e mesmo elaborar) programas e planos de outros órgãos federais atuando na região, a SUDAM criou incentivos fiscais e financeiros especiais para atrair investidores privados, nacionais e estrangeiros. Foi a partir da criação da SUDAM que começaram a ganhar dinamismo os empreendimentos dos setores agrícola, pecuário, industriais e de mineração (IANNI, 1979 apud CASTRAVECHI, 2012, p. 63).

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Foi nesse processo de “modernização” do Estado do Mato Grosso com a chegada do grande capital que culminaram os sérios conflitos principalmente no que compreende a Prelazia de São Félix do Araguaia no tocante a disputa pela terra.

Com os incentivos e financiamentos por parte do governo nestas regiões, na área da Amazônia Legal, um dos locais privilegiado pelos militares para implantarem os projetos de colonização e agropecuários que facilitou para a vinda dessas empresas que na sua maioria fizeram retirada de subsídios e auxílios oferecido pelo governo federal. Segue abaixo o quadro das terras disponibilizadas para as agropecuárias junto aos subsídios (incentivos fiscais) que elas receberam dos órgãos governamentais.

Projetos de agropecuárias aprovados pela SUDAM no Araguaia Mato-grossense.

Nome da Fazenda Área em hectares Incentivos

Fiscais – Cr$

Agropecuária Suiá-Missu 695.843 7.878,000

CODEARA (Cia de Desenvolvimento do Araguaia) 129.497 16.066,900

SAPEVA (Sociedade Agropec. Vale do Araguaia) 72.567 6.208,686

Agropecuária Campo Verde 64.819 6.565,129

COREBRASA (Colonização e Representação do Brasil) 52.272 3.130,000

AGROPASA (agropecuária do Araguaia) 48.165 7.122,208

Agropecuária Bela Vista 36.125 4.390,924

Agropecuária Santa Silvia 35.574 3.028,000

Sociedade Agropecuária Brasil Central 31.110 3.729,142

Buritizal Agropecuária 30.621 3.939,638

Tracajá Agropecuária 29.880 3.798,133

AGROINSA (Agropec. Califórnia Com. e Indústria) 29.831 3.142.165

APEME (Agropecuária Alvorada Mato Grosso) 29.703 4.332,496

Elagro Pecuária 29.466 6.459,426

Agropecuária Tapirapé 27.614 3.109,694

Cia desenvolvimento Agropecuário de

Mato Grosso 26.824 2.342.725

Agropecuária Guanabara 25.800 4.398,889

Agropecuária Tamakavy 24.999 5.144,623

COLBRASA (Coloniz. e Representações Brasileiras) 24.969 6.774,833

Agropecuária Roncador 24.251 5.369,188

Cia Agro-Pastoril Sul da Amazônia 24.200 4.288,877

Agropecuária Duas Âncoras 23.005 4.191,575

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Rancho Santo Antônio 21.780 4.788,884

Agropecuária São Francisco do Xingu 21.000 3.921,364

Agropecuária Três Marias 20.000 3.505.768

Agropecuária Tatuibi 19.936 5.973,970

Tabaju Agropecuária 19.931 3.019,474

Agropecuária São José 19.915 4.960,318

Companhia Agropecuária Sete Barras 19.360 6.320.477

Agropecuária Santa Rosa 19.360 3.968,033

Agropecuária 7 se setembro Ltda 18.582 2.025,620

Rio Fantoura Agropecuária 14.864 3.754,920

AGROPEMA (Agropecuária Médio Araguaia) 11.370 4.288,877

FAASA (Fazenda Associadas do Araguaia) 10.000 1.413,188

Joaçaba Agropecuária 9.744 1.417,255

CODESGA (Cia. De Desenvolvimento Garapu) 9.000 3.207.265

Empresa Agropecuária Ema 8.952 1.514,838

Agropecuária Colorado 5.413 1.526,140

Santa Luiza Agropecuária 4.930 1.959,037

Agropecuária Duas Pontas --- 812,719

FRENOVA (Agropecuária Nova Amazônica) --- 4.872,318

Agropecuária Cocal --- 4.235,909

Agropecuária São João da Liberdade --- 6.213,140

Agropecuária Rio Manso --- 2.307,809

Agropecuária Remanso Açu --- 2.989,015

Cia Agrícola e Pastoril São Judas Tadeu --- 5.955, 380

CIAGRA (Cia Agro-Pastoril Aruanã ) --- 5.975, 784

Fazenda Nova Quênia --- 2.115,148

Independência Agropecuária --- 1.460,546

Noideri Agropecuária --- 2.66,771

Nativa Agropecuária --- 1.593.654

Norte Pastoril Mato-Grossense --- 5.881,454

Paubrelândia Agro-Pastoril do Brasil Central --- 1.913.721

Total 2.166.189 261.647,972

Fonte: SUDAM, In. SOARES, 2004.

Percebermos ao analisarmos o quadro acima a dimensão dos projetos agropecuários e os investimentos que foram realizados pelo governo ao dispor de empréstimos e/ou auxílios às empresas que vieram para as regiões privilegiadas. A área ocupada pelas agropecuárias que no geral eram grandes e significativas, foram disponibilizadas para as agências de fomento que

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foram criadas no período, e distribuídas principalmente para as grandes empresas que teriam condições de investir nestas áreas e trazer o desenvolvimento, ou seja, eram projetos direcionados também para os grandes latifundiários e principalmente voltado para a ocupação e modernização destas áreas consideradas “vazias”.

Damos destaque a duas agropecuárias: a Agropecuária Suiá-Missu com uma área bastante significativa em extensão e que também recebeu incentivos fiscais significativos. A outra seria a CODEARA (Cia de Desenvolvimento do Araguaia) que também foi implantada em uma área vasta e foi a que recebeu maiores incentivos fiscais do governo e que se envolveu em sérios conflitos com os posseiros de Santa Terezinha desde a sua instalação na região que ocorreu em 1968.

Foram mais de Cr$200.000,000 no total de incentivos fiscais que foram investidos pelo governo nos projetos de ocupação, segundo os dados da SUDAM (ver quadro acima) que as empresas receberam para que trouxessem a “modernização” e o “progresso” para essas regiões do Brasil. Milhares de hectares em área (uma área por volta de 2.166.189 ha) foram disponibilizados pelo governo para estes projetos, além da vasta propaganda que também foi produzida na época, assunto que já tratamos rapidamente acima, mas que foram importantes para pensarmos na implantação dos projetos de ocupação dirigida na região do Araguaia mato-grossense. Outro fator de relevância é o tipo de colonização que se deu no Nordeste do Mato Grosso foi de tipo privada, na qual vieram as empresas agropecuárias que se instalaram na região.

A vida desta população e a sua organização local foi incomodada havendo um caos e fortes turbulências, pois muitos destes foram despejados das terras que usavam, pois, conforme documento oficial divulgado e tratado neste trabalho, as terras que estas populações ocupavam fora vendida ou cedida para as agropecuárias, sendo que ambos não levaram em consideração a existência destas pessoas que já ocupavam a região, por isto a utilização do termo re-ocupação. Foi neste contexto que ocorreu os problemas decorrentes da posse das terras.

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Os problemas que ocorreram após a chegada das agropecuárias foram diversos, pois conforme mencionamos acima, os projetos desconsideraram que as áreas que receberiam os projetos de ocupação já estavam ocupadas por outras populações, e os impactos foram de sérios conflitos, que decorreram em violências constantes.

No caso de Santa Terezinha, ocorreu em 1972 a Briga do Ambulatório5. A

construção do ambulatório teve início engajada pela população local e os religiosos, porém a empresa fora lá e derrubara tudo, destruindo o que havia sido construído até então, ficando os posseiros sem poder fazer nada, a não ser indignarem-se com tal situação.

Fizeram uma reunião junto com a Missão Religiosa e decidiram retomar a construção, contratando novamente pedreiros e adquirindo novo material e que os posseiros iriam defender a nova construção. Mesmo assim, o Padre Jentel fez um ofício denúncia ao Juiz de Direito com a reclamação assinado pelo padre e por dez posseiros.

Naqueles dias de espera, preparavam-se as forças de ambos os lados, na expectativa do que pudesse acontecer. Os representantes da empresa mobilizavam, a nível local, seus homens de confiança, ao mesmo tempo em que procuravam atrair reforços externos, denunciando ao Serviço do Estado a existência de um depósito de armas escondido atrás do ambulatório em construção. Os posseiros também se organizavam e percebendo que, simplesmente ocultos atrás dos pés de banana nos fundos da construção (ESTERCI, 1987, p.52-53).

O conflito ocorreu em 1972 e Esterci o descreve da seguinte maneira:

Chegando ao local da construção, os policiais e homens da empresa renderam os pedreiros e uma ou outra pessoa ali se encontrava. Ostensivamente, pediam cordas para amarrar os detidos e ameaçavam mata-los, intimidando os posseiros que estavam em guarda. Para levantar o ânimo de seus companheiros, um dos líderes gritou “fogo”, e o primeiro atingido foi exatamente o gerente da empresa. Entre os invasores, outros mais foram atingidos (ao todo, sete pessoas), mas entre os que defendiam a construção ninguém se feriu (ESTERCI, 1987, p.55).

5Sobre isso ver: ESTERCI (1987) que trata sobre esse conflito e outros que ocorreram anteriormente. O mote

para o confronto era que a cidade de Santa Terezinha estava segundo documentos na área que pertencia à CODEARA, e o ambulatório seria construído no mesmo lugar que a fazenda iria construir um armazém. A partir daí decorrem os conflitos.

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Este conflito que foi considerado pelos posseiros como uma vitória sobre a empresa6,

foi “tão marcante que muitos dizem ter sido a coisa mais importante a ter-lhes acontecido na vida” (ESTERCI, 1987, p. 54). Foi neste episódio que os posseiros encontraram no carro que ficara abandonado pelos jagunços e policiais - os invasores fugiram a pé, do jeito que deu - telegramas da polícia do Estado:

Era a pasta de um dos capitães, e nela se encontravam telegramas ordenando a operação e esclarecendo os móveis da interferência da Polícia do Estado. “Lá estava escrita a condenação de vocês”, dizia um posseiro aos representantes da equipe religiosa algum tempo depois. De fato, a força policial havia sido enviada a Santa Terezinha com ordens de investigar a denúncia sobre o suposto depósito de armas, mas já trazia ordens de prisão para várias pessoas entre as quais “gente da missão”, e foram estas ordens as apreendidas pelos posseiros como saldo de confronto (ESTERCI, 1987, p.56).

Por isso muitos posseiros tiveram de refugiar-se na mata, pois a repressão do Estado viria para atuar na região, acusando o povo e a Igreja de “abalarem a ordem”, subversivos, associando-os com a Guerrilha que ocorrera no Pará, pois, os posseiros utilizaram-se de pequenas trincheiras para protegerem-se do ataque da fazenda.

O INCRA realizou a intervenção no conflito, em uma reunião com a Igreja e sua liderança juntamente com a empresa, fazendo promulgar a lei municipal de 1970 que estipulava os 2.446ha para a vila, que foi confirmado na reunião de junho. Porém a empresa não cumpriu o acordo, pressionou a prefeitura “fez firmar um novo acordo pelo qual a lei municipal de 1970 foi revogada, destinando-se agora à vila a área contínua de apenas 250há” (ESTERCI, 1987, p. 60). A briga do ambulatório teve um caráter de ataque direto e demonstrou também a força que o padre Jentel representava naquele lugar e para as pessoas da vila. “Este caráter de fato decisivo que a “briga do ambulatório” veio a ter foi em parte resultante da forma pela qual ela repercutiu entre os representantes do aparelho de Estado, já tão abalado com a ameaça da guerrilha envolvendo posseiros e questões de terra na Região” (ESTERCI, 1987, p. 60).

6 Eram na operação dois capitães e cinco soldados – sem farda, o gerente da fazenda com uns dez capangas

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O ano de 1972 foi um marco importante de conquista para estes posseiros de Santa Terezinha, que adotaram no movimento de resistência que utilizou-se também de violência para defender as suas terras. A pressão7 que os posseiros sofriam era brutal, os posseiros

tinham que ficar na defensiva. Diz Castravechi:

A partir da intervenção do padre Jentel como mediador dos interesses do grupo de posseiros no conflito de Santa Terezinha, o Estado teve que tomar medidas decisivas para amenizar o conflito entre a CODEARA e os antigos ocupantes do espaço, o Governo Federal, junto aos órgãos competentes, aceleraram o processo de demarcação das áreas, reconhecendo o direito de posse nos termos definidos pelo Estatuto da Terra de 1964à população que já habitava o povoado antes da chegada da empresa (CASTRAVECHI, 2012, p. 123).

Com isso o dia 03 de março de 1972 é comemorado pela população de Santa Terezinha como um dia da vitória, e comemora-se até hoje, e o padre Francisco Jentel foi considerado o “defensor do povo do Araguaia (CASTRAVECHI, 2012, p. 123). A partir daí a perseguição à Prelazia8 acirrou-se cada vez mais. Padre Francisco Jentel foi preso9 e logo

condenado em 1973. Segundo Castravechi:

Com a sentença do Padre Jentel em 28 de maio de 1973 julgado em Campo Grande e condenado a 10 anos de prisão, Dom Pedro considerou a vinda do destacamento militar permeada por atos repressivos estaria vinculada possivelmente a condenação do padre, pois os militares pretendiam impedir uma eventual reação da população de Santa Terezinha ou da região, bem como atemorizar o bispo e a equipe da Prelazia (CASTRAVECHI, 2012, P. 127).

Depois da prisão do Padre Francisco Jentel e da sua condenação que ocorreu em 22 de maio, foi condenado a dez anos de prisão, depois de um ano e meio de farsa processual, segundo os documentos produzidos na Prelazia. Nesse contexto foram enviados para a Prelazia em junho de 1973 um destacamento de uns 100 homens que eram na maioria da

7Os posseiros sofriam com vários tipos de pressão das agropecuárias, como não deixar eles trabalharem, os

capangas ameaçavam as empregadas, ateavam fogo nas roças. Ver: ESTERCI (1987).

8 A documentação que vamos passar a utilizar estão presentes no Acervo da Prelazia de São Félix do Araguaia,

são relatos, cartas-denúncia e ofícios que foram produzidos naquele período e estão disponíveis e digitalizados no www.prelaziadesaofelixdoaraguaia.org.br.

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polícia militar, com alguns Oficiais da Aeronáutica e do Exército e chefiados pelo Cel. Euro Barbosa de Barros, comandante da Policia Militar do Estado, segundo documento:

Essa vinda do destacamento e toda atitude de repressão e cinismo por ele adotada, estaria vinculada possivelmente à condenação do Pe. Francisco: - pretender-se-ia impedir uma eventual reação do povo de Santa Terezinha ou da região e, quem sabe, atemorizar o bispo e a equipe da Prelazia. A Defesa, o próprio Pe. Francisco, a Presidência da CNBB e outros membros do episcopado, a opinião pública mais esclarecida, todos estamos convencidos de que, com a condenação do Pe. Jentel, se queria condenar a Prelazia de S. Félix e estrangular mais um pouco sua ação apostólica em prol da Justiça e da Libertação (Documento do Acervo da Prelazia de São Félix do Araguaia – A08.2.3, 1973, p. 1).

Após a chegada deste destacamento militar em São Félix, a população ficou extremamente assustada, além do que, muitas vezes eles inqueriam sobre a vida da população, principalmente da Equipe da Prelazia, como no caso da Selme, professora do ginásio, uma agente pastoral que estava doente e não recebeu autorização para viajar, alegando que isso impediria a realização dos planos que eles tinham.

Ainda neste mesmo dia, houve uma vistoria nos Arquivos da Prelazia por parte dos militares, utilizando-se de coação e repressão para ter acesso aos documentos do Bispo:

Nesta mesma manhã, o cap. Monteiro pediu ao Pe. Pedro Marias chaves do escritório-arquivo da Prelazia para dar uma olhada nos papéis do Bispo... Pe. Pedro negou-se por ser assunto de responsabilidade do bispo. O cap. Levou então o padre para conversar com o Cel. Euro e voltou de novo com o padre à casa da Prelazia ameaçando de que se as chaves não fossem entregues, a porta seria arrombada. O Padre retrucou, que ficava bem claro que tinha sido coagido. E entregou a chave. O cap. Monteiro levou 20 pastas do arquivo dizendo que seriam fotografados os documentos e devolvidos. Os militares depois de algum tempo devolveram o material apreendido. Já anteriormente a biblioteca da casa havia sido vasculhada por tenentes (Documento do Acervo da Prelazia de São Félix do Araguaia – A08.2.3, 1973, p. 3).

Os militares prenderam agentes da Missão, sem ao menos darem possibilidades dos mesmos de defesa ou de comunicar a parentes e amigos que estavam sendo presos. As acusações na sua maioria eram de subversão, ou qualquer outra, haja vista que não precisavam de provas para realizar as prisões. A contadora da Cooperativa e agente da Missão Tereza foi presa sem nem ao menos poder informar do ocorrido, foi considerada pelos outros um caso de sequestro. “O coronel Euro fez questão de transmitir ao Bispo, pelo padre

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Leopoldo, que os presos seriam bem tratados, que não se preocupasse” (Documento do Acervo da Prelazia de São Félix do Araguaia – A08. 2. 3, 1973, p. 4).

Os presos foram segundo documentos, levados para Cuiabá no dia 06 “em 4 de junho de 1973 Serra Nova viu-se subitamente invadida por cerca de 60 militares armados de metralhadoras que iniciaram a operação com descarga de tiros à entrada do patrimônio passando em seguida à revista de todos os ranchos” (Documento do Acervo da Prelazia de São Félix do Araguaia – A08. 2. 3, 1973, p. 4).

Nos documentos, principalmente deste período que data meados de 1973, constam as várias invasões em residências que ocorreram, principalmente na casa do Bispo Casaldáliga, em altas horas e na maioria das vezes, os militares com arma em punho para intimidar os religiosos. Os militares queriam controlar o direito de liberdade dos religiosos, estando sempre informados dos passos de cada um. Quando iam inquerir sobre o paradeiro de alguém agiam com violência, como ocorreu com o Pe. Canuto, e quase sempre estas situações ocorriam na sede de uma fazenda, no geral a Agropasa:

(...) fiquei algemado sozinho. Mandaram-me tirar os óculos, e o Tenente Silva mos (sic) arrebatou. E então começaram a me perguntar pelo Pontin, onde estava, como tinha saído de casa, onde estavam os Padres Pedro Mari e Leo. E a cada pergunta davam-me fortes tapas no rosto e na boca. Quem me espancou foram o Tenente Silva e um outro indivíduo que não cheguei a identificar e que dizia não ter vindo do Rio de Janeiro à toa (Documento do Acervo da Prelazia de São Félix do Araguaia – A08.2.11, 1973, p. 1).

Tinha-se neste momento por parte do Estado e de qualquer órgão responsável pela segurança civil um total descaso no tocante a esta população que era marginalizada pelo regime militar. Essas pessoas passaram por torturas físicas e psicológicas, que ficaram marcadas brutalmente em suas memórias, cada dia de sofrimento, depressão e agonia que eles viveram, como relata em depoimentos:

Enquanto sucediam-se as sessões de torturas (choques elétricos pelos corpos e socos tipo telefone nos ouvidos) éramos inquiridos sobre nossa participação na Guerrilha do Araguaia da qual apenas tínhamos notícias, sobre a história de material escolar, brincadeira que conversávamos na Prelazia e que insistiam ser um código de armas por nós utilizadas. E assim, noite após noite as grades das celas abriam-se rangendo seus ferrolhos e saia um para a cela de torturas. Os que ficavam, rezavam. Quando as torturas

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extrapolavam a resistência já bastante precária aplicavam injeção não se sabe do que para recobrar a resistência. Muitos choques elétricos nas costas, órgãos genitais, forçava a coluna no sentido contrário o que causava muita dor e stress (PONTIM, José. Depoimento 2007 apud CASTRAVECHI, 2012, p. 131).

Estes agentes pastorais foram soltos10 em agosto, por volta do dia 20, depois de várias

tentativas de Dom Pedro de divulgar e lutar contra esse tipo de opressão e principalmente porque no dia 19 de agosto houve uma grande celebração e manifestação que ocorreu em São Félix do Araguaia com a presença de vários bispos, contando também com a presença do representante do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e da CNBB, uma manifestação contra a repressão. Este evento teve uma repercussão tanto nacional quanto internacional – Espanha, França, Alemanha, Itália, com repúdio à ação dos militares (CASTRAVECHI, 2012), demonstrando assim que a Igreja não aceitava de forma passiva as injustiças e violências que eram submetidos, utilizando diferentes mecanismos na defesa do seu povo.

Outro evento importante ocorreu em Ribeirão Cascalheira, o assassinato do Pe. João Bosco Burnier, caso emblemático e significativo para demonstrar o uso excessivo de violência pelo aparato de Estado.

O Padre ao saber que “duas mulheres, dona Margarida e dona Santana, estavam sofrendo na delegacia, impotentes e foram torturadas: um dia sem comer e beber, de joelhos, braços abertos, agulhas na garganta e sob as unhas” (CASALDÀLIGA, apud JOANONI NETO, 2012, p. 319) o padre foi junto com o Bispo Casaldáliga para interceder pelas senhoras. Segundo Joanoni Neto a tentativa fora em vão, sendo que os padres ainda sofreram bofetadas na face e coronhada na cabeça, e sem reação antes de poder sair, Pe. João Bosco recebeu um tiro na cabeça, falecendo no hospital em Goiânia poucas horas após o ocorrido.

Este evento ocorreu em 1976, sendo o padre sepultado no dia 15 de outubro em Diamantino. “(...) durante a missa, a camisa ensanguentada do mártir foi colocada num canto da igreja com uma inscrição abaixo ‘sem derramamento de sangue não há libertação’” (CASALDÀLIGA, apud JOANONI NETO, 2012, p.320). Esta também era uma forma que D.

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Pedro sempre usara, canalizando os conflitos, associando o seu povo e o seu sofrimento ao povo do Evangelho, a questão do martírio, sendo que as pessoas que morreram decorrentes dos conflitos foram considerados Mártires, e por isso a luta deveria continuar para, e em prol daqueles que deram a vida pela causa.

O assassinato do Padre João Bosco inspirou a construção, em Ribeirão Cascalheira, do Santuário dos Mártires da Caminhada Latino-Americana, localizado à margem da BR-158, no ano de 1977. Segundo Escribano, Pe. João Bosco tornou-se a grande referência martirial do Santuário dos Mártires. Ao seu lado existem fotos de tantas outras vítimas da tortura (JOANONI NETO, 2012, p. 320).

Considerações Finais

Ao transformar a região em “Fronteira Agrícola” como trata Martins, o Estado não levou em consideração estas populações que já ocupavam a terra a tempos. Elas não foram incluídas, sendo que boa parte do Mato Grosso foi vendido (as terras) para as empresas com projetos de colonização ou agropecuários, sendo o último, o tipo que predominou no Araguaia mato-grossense. A grande empresa chegou na região com documentação exigindo as suas terras, mas a população local não entendia destes processos, para estas populações a terra eram deles, pois, viviam e ocupavam este espaço retirando dele o seu sustento. Estes sujeitos viviam temporalidades distintas.

Os impactos que ocorreram após essa nova configuração que as políticas de ocupação dirigida sofreram no regime da ditadura civil-militar são vitais para compreender a natureza dos conflitos agrários que ocorreram no Brasil deste período.

Com efeito, trazer à tona todas essas questões dos conflitos que ocorreram no campo neste momento torna-se indispensável, principalmente porque como estamos tratando de uma área de fronteira, esses problemas muitas vezes perduraram e perduram até os dias de hoje, na questão agrária.

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REFERÊNCIAS

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