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O mito da impessoalidade na redação oficial

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Academic year: 2020

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na Redação Oficial

JOSÉ AUGUSTO GUERRA

Prof. de Redação de Jornalismo, da Universidade de Brasília

Mais de um té cn ico em a d m in istração p ú b lica te m -se ocu p a d o d a lin gu agem com que n o m u n do dos m em oran d os, das cartas e dos o fício s os fu n cio n á rios p ú ­ blicos se com u n ica m . T ra ta -se de um a arte, a da corresp on d ên cia o ficia l, que ob ed ece a um as ta n ta s n orm as e sp e cífi­ cas, desde a escolh a do papel, pelo ta m a ­ n h o e qualidade, às expressões que d is­ tingu em a au toridade em sua grandeza hierárqu ica. Isto sem fa la r n as fórm ulas, p o r vêzes in flexíveis, co m que se in icia ou se term in a qualquer d ocu m en to.

Na verdade, a lin gu agem o fic ia l, vasto m u n do im presso em que se d eterm in a isto e aquilo, e isto e aquilo devem ser cu m pridos, está a exigir m ais de um estudipso e n ã o só o té cn ico d a expressão escrita.

OS MANUAIS DE REDAÇÃO

Os livros d os Srs. J oã o Luiz N ey e O d a cy r B eltrã o O ), sôbre a corre sp o n ­ d ên cia oficia l, co m o se fôssem m an u ais de con su ltas, o fe re ce m um a visão geral do que é êsse universo da co m u n ica çã o p o r escrito. C on fessa o au tor de Prontuá­ rio de Redação Oficial qu e n ã o teve n en h u m a in te n çã o de escrever um livro. T en d o receb id o a in cu m b ên cia de o r g a ­ n izar um a a n to lo g ia d e d ocu m en tos o ficia is, d estin a d a às aulas de P ortuguês e R e d a çã o O ficia l do en tão D ep a rta m en ­ to A dm in istra tivo do S erviço P úblico, isto n um prazo cu rto de 20 dias, log o se e n tu ­ siasm ou co m a ta refa . E do que seria sim ples ap ostila saiu um livro: “ Não o b sta n te a pressa que se im p u n h a, o tra b a lh o assum iu p ro p orçõe s além do p la n o p reesta b elecid o p a ra um a sim ples an tolog ia e resolvi tra n sfo r m á -lo num m a n u a l ou p ron tu á rio de red a çã o o f i ­ cia l” .

P or sua vez, o Sr. O d a cy r B eltrão partiu de um a idéia que lh e serviu p r o - v àvelm en te de p o n to de apoio p a ra a ela b ora çã o do livro, já n a 10.a edição. D iz em n ota ex p lica tiv a : “ A C orresp on d ên cia deixou de ser um tod o isolado ou m ero com p lem en to das aulas de g ra m á tica form a l, p a ra situ a r-se d efin id a m en te n a C om u n ica çã o escrita.”

O TEM A PESSOAL

S ão livros rigorosa m en te técn icos. Mas as observações, as recom en d a ções, os m odelos que n êles se en co n tra m a p r o ­ pósito do a sp ecto estilístico n a co rre s­ p o n d ê n cia o ficia l, m ostram que os d i­ versos d ocu m en tos que a co m p õ e m — a ata, o atestado, o aviso, a ca rta , a circu lar, o co n tra to, o edital, a ex p osiçã o de m otivos, o m em ora n d o, a m en sagem , o o fíc io , o p arecer, o relatório, o requ eri­ m en to e o telegra m a — em bora rigorosos em sua estrutura m aterial, n ã o d isp en ­ sam certos requisitos de seus autores. U m dêles, dos m ais im p orta n tes, seria o toqu e pessoal n a m a n eira de expressar.

Ora, êsse toqu e p essoa l que se r e c o ­ m en d a, n a realidade, p rà tica m en te n ã o é estim ulado. S om os, p o r tra d içã o, tã o ap egad os à letra que a in d a h o je se os g o ­ vern a n tes n ã o recebem , ao fe c h o das exp osições e ofício s, o b e ija -m ã o co m que Vaz C a m in h a co n clu iu sua fa m osa ca rta a D. M anuel — “ B e ijo a m ão de V ossa A lteza ” — (2) — con tin u a -se a apresen ­ ta r o u a ren ov a r “ os p rotestos da m ais alta estim a e d istin ta c o n sid e ra çã o” . A in d a que n o co r p o de um o fíc io tr a te - se de u m a re fu ta çã o a um a in verd ad e, co m laivos de d escom p ostu ra em têrm os corteses o u um d esta m p a tório co m te n ­ d ên cia à p olêm ica, o fe c h o é sem pre tã o a ltaneiro que se fic a em dú vida q u a n to à

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distinção, à estim a, à con sideração e, certam ente, à razão dos renovados p ro ­ testos.

P or que ain da nos espicham os nesses rapapés sonoros (que perderam m uito a solenidade dos prim eiros tem pos), ra ­ papés que to m a m a prosa suntuosa nesses tem pos de objetivid ad e e c o n c i­ sã o? Creio que n ão cabe exclusivam ente ao técn ico em redação o ficia l responder à pergunta. É um tem a a que ainda n enh u m M acL uham ou H ayakawa se deteve em suas excogitações sôbre os destinos da com u n ica çã o hum ana n a área adm inistrativa. Na verdade, tã o sério o problem a do p on to de vista psicológico, que a ausência de um ad jetivo h o n o rí­ fico , o lapso n a troca de um V. Ex.a p or V. S.a, um a fa lh a d a tilog rá fica n a m a r­ gem direita (“ a sagrada lin ha im a g i­ n ária n ão pode ser passada — e que o da tilog ra fo se a rran je co m o p u der” , observa, com hum or, o Sr. O dacyr B el­ trã o ), têm p rovoca d o tem pestades terrí­ veis entre ch efes e subordinados, e, n ão raro, dores de cabeça, am uos e lágrim as. Mais de um a d a tilogra fa certam en te em suas m em órias, se as escrevesse, teria o que con tar, a p ropósito de in ciden tes provocad os p or erros ou om issões n a fe i­ tura da corresp on d ência oficia l.

É certo que em nossa b ib liog ra fia t e ­ m os um autor, dos m elhores, que tocou no assunto num a linguagem d id ática que m erece leitura e reeleitura. R e firo -m e ao Sr. J. R. W h itak er P enteado (»). No c a p í­ tulo sôbre A Arte de Escrever, ao p e r­ guntar Por que se escreve mal?, resp on ­ de, enum erando três razões: “ 1) a tra d i­ çã o ; 2) o d esejo de im pressionar; 3) n ão sabem os pensar b em ” . Evidente que êsses três itens se entrelaçam . Mas, com res­ p eito à prim eira das razões, diz o autor que ao gongorism o se deve debitar “ essa linguagem pesada, repleta de analogias figurativas, vocabu lário escasso e form a ob scu ra ” . E acrescen ta; “ Essa trad ição de escrever m a l cristalizou-se, n a lin gu a ­ gem fo rm a l dos docu m en tos públicos, p e ­ tições e arrazoados” (pág. 220).

Na verdade, antes do gongorism o, em fins do século X V I, já h ou ve quem em birrase co m êsse palavreado dos d o ­ cu m en tos ju ríd icos, com a fin a iron ia de quem , sabendo escrever, rep u gn ava-se com os trejeitos de qualquer prosa ch eia de sinuosidades. C h a m a va -se M ontaigne. N um a de suas an otações, com e n to u : “ Por que nossa lin gu agem com u m , tã o côm od a e fá cil, se torn a ob scu ra e in inteligível,

quando em pregada em con tra tos e testa ­ m en tos? Por que os que se exprim em tão claram ente quando fa la m ou escrevem , n ão ach am je ito de n ã o se co n fu n d ir ou se con trad izer em atos dêsse g ê n e ro ?” Pelo prazer de torn a r m ais co m p lica ­ das as coisas sim ples, con clu ía M on ­ ta ig n e: “ É sem dúvida porque os p rín ci­ pes dessa arte se ap licam com especial cu id ad o em escolher vocábu los solenes, frases artisticam ente construídas, e ta n to pesam ca d a sílaba, sutilizam ca d a têrm o, que nos em baraçam e em bru lh am na m ultiplicidade das fórm u las e das m i­ n úcias; e n ão m ais distin guim os regras ou prescrições e n ã o en ten dem os absolu ­ tam ente m ais n a d a ” (4).

Claro que a d istância entre um a p r o ­ cu ração, um con tra to de com p ra e v en d a e um o fício , é enorm e. M as essa d istâ n ­ cia se torn a cu rta e quase desaparece quando, fa zen d o-se abstração da estru­ tura dêsses docu m en tos, p assa-se a e x a ­ m in á -lo s do p on to de vista da expressi­ vidade. Ou m elhor, da com u n icabilid ad e. Sob êsse aspecto, ta n to um o fíc io com o um telegram a, um a exp osição de m otivos ou um parecer, p od em to rp â r-s e in in te ­ ligíveis porque redigidos em lin gu agem arrevesada.

EM BUSCA DA COM UNICABILIDADE É p ortan to, a com u n ica b ilid a d e, um dos aspectos fu n d a m en ta is d a red a çã o oficia l. Em seu livro, o Sr. O d acyr B eltrão pede um lugar de relêvo para a com p o si­ ção epistolar, porqu anto, “ se o son eto anda em cá rcere de aço, o o fíc io tem seu m olde de fe rro ” . Mas recon h ece que na lin gu agem o ficia l “ h á têrm os e exp res­ sões sem qualquer p roveito p rá tico e fe ch o s extensos dem ais ou redundantes, q u ando n ã o con tra sta m seus elem en tos”

(pág. 43).

E m bora professores e té cn ico s r e c o ­ n h eça m a pobreza a que tem ch e g a d o o estilo adm inistrativo, n um a ép oca em que se fa la ta n to em co m u n ica çã o , n o to rn a r-se com u n icá vel, n a com u n ica b ili­ dade, e n outras expressões, de ta l m od o que os novos p rofeta s da a u tom a çã o p a ­ recem cria r um a n ova religião do h om em com base n o com p u ta d or, êste n ô v o deus, já reveren cia d o p or C arlos D ru m m on d de A ndrade (r>), a lin gu agem o ficia l, p o r fô rç a do h á b ito e da trad ição, con tin u a u n iform iza d a em ruidosas expressões e fe ch o s gran diloqü en tes que, pelo excesso de im pessoalidade, ta n to p od e con d u zir alguém ao céu com o jo g á -lo na^ p r o fu n ­ dezas do in fern o.

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Não ten h o a in ten çã o de sugerir ou m esm o in sinu ar que se vire pelo avêsso a com u n ica çã o oficia l. M as seria de b om aviso que certas en tidades tã o em p en h a ­ das n o a p rim ora m en to dos esquem as da com u n ica çã o oficia l, do p o n to de vista tecn ológ ico, m editassem sôbre um a idéia que, com o cola b ora çã o, o fe re ç o : a de se m o d ifica r a lin gu agem escrita d a corres­ p on d ên cia oficia l, to r n a n d o -a m ais c o n ­ form e o p en sa m en to e a fala.

Q u an do o Sr. O d acyr B eltrão cita n d o O D irigen te Industrial, de m a rço de 1960, co n cord a em que “ um relatório bem es­ crito é aquêle que co n té m tôd as as in ­ form a ções e n en h u m p orm en o r su pér­ flu o ” (pág. 173), isto n os lem bra o que de T ch e co v a M aupassant, de M a ch a d o de Assis a H em ingw ay v e m -se a firm a n d o sôbre a arte do c o n to : um a n a rra tiva com o m á xim o de ob jetiv id a d e. Ou, m ais p articu larm en te, as recom en d a ções que se fa zem aos estudantes de jorn a lism o, para que seja m breves, escrevam frases curtas, utilizem o estilo direto, usem expressões que tod os con h e ce m , e assim p o r d ian te ( G). D e ce rto m od o, que se fa z qu a n d o se redige um o fíc io , um a ata, um aviso, um a circu lar, um a exp osi­ ção de m otivos, um a m en sagem ou se em ite um p arecer, ou la v ra -se um a sen ­ ten ça, sen ão tra n sm itir um a in fo rm a çã o ■ou d ar um a o p in iã o ? S erá con v en ien te que o redator, in fo rm a n d o ou op in a n d o seja claro, ob je tiv o , sem red u n d â n cia s n em reticências. Im a g in em os um sim ples aviso ou ord em de serviço em têrm os arrevesados. Ê p rová vel que n in gu ém en ­ ten d a o que está escrito ou que suscite ta n ta s in terp reta ções, qu antos in térp re­ tes do texto. Se form os u m dia respigar n a legislação vig en te o que existe de in com p reen sível em artigos e p a rá gra fos, qu ando n ã o co n tra d itó rio e co n flita n te , verem os que a clareza a que se referia A n atole F rance, p rim eira, segu nda e te r ­ ceira virtudes do escritor, n ã o se a p lica apen as à literatu ra de fic ç ã o m a s à arte de co m u n ica r o que se pensa.

DOIS R ELATÓ RIO S FAM OSOS

E nquanto n ã o a m a d u rece a id éia de term os um a lin gu agem b u rocrá tica m ais a fim co m a é p o ca a tu a l — e é bom lem brar que a lin gu a gem varia de acôrd o com a ép oca — p ois m u ito antes de M on - taigne m u ita p en a de p a to se e n ca rra p i- ch ou em c o n ta cto co m a fo rm u la çã o p r o ­ tocola r, sugiro ao fu tu ro ren ov a d or da lin gu agem o fic ia l (que certa m en te será té cn ico ren om a d o e a qu em caberá, p or

decreto ou portaria, a in cu m b ên cia de org a n iza r grupo de tra b a lh o p a ra tã o espetacu lar em presa) a leitura de dois d ocu m en tos de um só a u tor: os re la tó ­ rios do P refeito G ra cilia n o R a m os ao G ov ern a d or Á lvaro Paes, de A lagoas ( 7).

Os relatórios, de 1928 e 1929, j á estão in corp ora d os à nossa h istória literária. O p róp rio G ra cilia n o R am os, em en tre ­ vista a H om ero S e n n a (8), n arrou o que acon teceu . Não im agin ava o P refe ito de P alm eira dos Ín d ios que tais d ocu m en tos provocassem ta n to baru lh o. E ram sim ­ ples exposições d an do co n ta de um a sim ples a d m in istra çã o m u n icipal. T o ­ m an d o con h e cim e n to do p rim eiro rela ­ tório, A ugusto F rederico S ch m id t, en tão editor, en trou em co n ta c to co m G ra cilia ­ n o R am os, p e d in d o -lh e que enviasse a rti­ gos para a im prensa. “ C om o n ã o m e in ­ teressasse fa zer ca rreira n o jorn a lism o, n em con stru ir n om e literário, recu sei- m e ” , esclareceu m ais ta rd e G ra cilia n o. Mas, em vez de rem eter artigos, en viou o rom a n ce Caetés, que certa m en te já estava h á an os escrito. A cre d ite -se ou n ã o no fa ro literário de A ugusto F red e­ rico S ch m id t, a verdade é que G ra cilia n o tin h a n a gaveta os originais de Caetés e — co m o diria P aulo H on ório — e n c o i- varava São B ern ard o, aos sábados, à tarde, à som b ra do oitã o d a m a triz de Palm eira dos Índios.

Que h á de ren o v a d o r n a lin gu a gem do P refeito G racilia n o R a m o s? R ela tório é relatório. Os de G ra cilia n o R a m os n ã o fo g e m da p ersp ectiva dos a con tecim en tos oficia is e oficiosos. “ A pen as — disse H o­ m ero S en n a — co m o a lin gu a gem n ã o era a h a b itu a lm en te u sada em trabalh os dessa n atureza, e porque nêles eu dava às coisas seus verd ad eiros nom es, ca u saram um escarcéu m e d on h o .”

V am os aos relatórios. A rigor, a in tr o ­ d u ção de a m b os lem bra o tra ta m en to a scético da ep istolog ra fia da ép oca dos descobrim en tos. Na corresp on d ên cia de M artim A ffo n s o de Souza, D uarte C oe­ lh o e T om é de S ouza a o R ei de P ortu gal, log o após o v o ca tiv o S en lior (sem a n te ­ c e d ê -lo do ep íteto ilustre ou m u ito m e ­ nos ilu stríssim o), seg u e-se sem rodeios o que d eseja m e x p or (»).

Em G ra cilia n o R am os, depois d o E xm o. Sr. G ov ern a d or n o 1.° R ela tório e S en hor G ov ern a d or n o 2.° R elatório, d isp en sa n ­ do os preâm bu los tã o usuais, o P refeito in icia logo a n a rra tiv a e p õ e o le ito r à v on ta d e, n u m a lin gu a g em que, p e rc e ­ b e-se , n a d a tem de sem elh a n te ao p o m ­

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poso e n efelib á tico estilo adm inistrativo. A prop orçã o que o P refeito narra o que fêz e o que n ã o fêz, as ações e as om is­ sões, em vez do escriba o ficia l apegado aos cânones, tem os um discípulo de M on taign e discorrendo sôbre as v a n ta ­ gens e desvantagens d a adm inistração num a linguagem coloquial. Exatam ente esse coloquial, tem perado de finas obser­ va ções sôbre a vid a social do M unicípio p rovocou certo escândalo. Porque, dé fa to , só fa ltou ao S en hor P refeito d e­ sign ar pelos n om es os personagens __ cobradores de im postos, políticos, fa ze n ­ deiros — figuras de p roa de m uitos e p i- sodios.

Q uarenta anos passados ain da é v á ­ lido o con v ite: quem vier a ler ou reler os relatórios de G racilian o R am os o b ­ serve os p a rá g ra fos in icia is: ,

No 1.° R elatório, de ja n eiro de 1929: E xm o. Sr. G overn a d or:

T rago a V. Ex.a um resum o dos trabalhos realizados pela P refeitura de P alm eira dos Índios, em 1928.

Não fora m m uitos, que os nossos recursos são exíguos. Assim m in gu a ­ dos, entretanto, quase insensíveis ao observador afastado, que d escon h eça as con d ições em que o M unicípio se achava, m uito m e custaram .

No 2.° R elatório, de ja n e iro de 1930: Sr. G overn ad or:

Esta exposição é talvez desnecessá­ ria. O balan ço que rem eto a V. Ex.a m ostra bem de que m odo fo i gasto em 1929 o dinheiro da P refeitura M u nicipal de P alm eira dos ín d io s E nas con tas regularm ente publicadas h a p orm en ores abundantes, m in u - dencias que excitaram o espanto b e - n evolo da im prensa.

Isto é, pois, um a reprodução de fa ­ tos que já narrei, com algarism o e prosa de guarda-livros, em n u m e­ rosos balan cetes e nas relações que os a com pan h aram .

Para o P refeito G racilian o R am os tra ­ duzir em palavras o que já h a via ’ sido exposto antes, “ co m algarism o e prosa de g u a rd a -liv ros” , seria p rovàvelm en te c h o ­ ver no m olh ad o. D aí o in op in a d o da ex ­ pressão in icia l: “ Sr.' G ov ern a d or: Esta exp osição é talvez desnecessária.”

E p o r ser desnecessário tra n sform a r a “ prosa d e g u a rd a -liv ros” n o u tra prosa ain d a m ais con v en cion a l, é que os

rela-torios resultaram num a n arrativa a que n ão fa lta o p itoresco su blinh an do as p r o ­ v idên cias adm inistrativas.

No R elatório de 28, com eça p o r dizer que P alm eira dos ín d ios, M u nicípio de recursos pobres, n ão perm itia trabalhos grandiosos. O prin cipal, con tu d o, era “ es­ tabelecer algum a ord em n a ad m in istra - ç a o ” . A lgum a ordem , diz a autoridade, porque em P alm eira dos ín d io s quase todos m andavam . A m eu ver, n en h u m a “ prosa de g u a rd a -livros” (e, p or ex te n ­ são, de correspon dente especialista em linguagem o ficia l) seria capaz de n arrar essas d ificu ldades iniciais com traços de fin o hum or, on de o ritm o da fra se é bem do escritor, já a fia d o n a té cn ica d a n a r­ rativa.

H avia em P alm eira inúm eros p re ­ feito s: os cobradores de im postos, o com a n d a n te do d estacam en to, os soldados, ou tros que desejassem a d ­ m inistrar. C ada p ed aço do M unicípio tinh a a sua adm inistração p a rti­ cular, com p refe itos-co ro n é is e p re - fe itos-in sp etores de quarteirões. Os fiscais, êsses, resolviam questões de p olicia e advogavam .

Que fa zer? O nôvo P refeito n ã o es­ co n d e as d ificu ld a d es:

P ara que sem elhante a n om a lia d e­ saparecesse, lutei com ten a cid a d e e en con trei obstácu los d en tro da P re­ feitu ra e fora dela — den tro, um a resistência m ole, suave, de algod ão em ra m a ; fo ra , um a ca m p a n h a sô r- n a, oblíqua, ca rreg a d a d e bílis. P e n ­ savam uns que tudo ia bem n as m ãos de Nosso S en hor, que adm inistra m e ­ lh o r do que todos n ós; ou tros m e d avam três m eses p a ra levar um tiro.

D os fu n cio n á rio s que en con trei em ja n e iro do an o passado restam p o u ­ co s: saíram os que fa zia m p o lítica e os que n ã o faziam coisa n enh u m a. Os atuais n ã o se m etem on d e n ão são necessários, cu m p rem as suas ob riga ções e, sobretudo, n ã o se e n ­ gan am em con tas. D evo m u ito a êles. E, arrem atand o, êste trech o m u ito se ­ m elh a n te aos solilóquios de P aulo H o - n ório ou Luís da Silva, p erson agen s de São Bernardo e Angústia:

Não sei se a a d m in istração d o M u­ n icíp io é b o a ou ruim . T alvez p u ­ desse ser pior.

A IMPESSOALIDADE

Só isto, creio, é su ficien te parji se p e r­ ceb er até on d e a lin gu agem de G ra

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ci-lian o R am os d ifere d a lin gu agem dos re­ latórios geralm ente vazados em estilo adm inistrativo. P od e-se o b je ta r que, p e r­ m itin d o-se ao red a tor o ficia l certa lib er­ dade d e expressão, de m od o a rom p er o “ m olde de fe r ro ” da com p osiçã o ep isto- lar, corre -se o risco de, a b a n d o n a n d o -se a impessoalidade do estilo a d m in istra­ tivo, ca ir n a subliteratura. C om o n em todos possuem o je ito , o dom de escrever, a quebra dos câ n on es resultaria n o re­ n ascim en to de estilos que, esca p a n d o do con v en cion a l, to rn a -se -ia m excessiva­ m en te pessoais e d esfigurariam , de certo, a ob jetiv id a d e do esquem a ep istolar a d ­ m inistrativo, p a ra o qual, segundo o Sr. João Luiz Ney, apen as três qualidades são n ecessárias: correçã o, clareza e c o n ­ cisão. A h a rm on ia , a origin a lid a d e e o vigor, segundo o a u tor de Prontuário de Redação Oficial, são dispensáveis.

Nem ta n to n em tã o p ou co. Nem a im ­ p essoalidade lev a d a ao extrem o, a p on to de se cristalizar em expressões que h á m u ito perd eram o viço, n em a liberdade irrespon sável de querer tra n sform a r um a sim ples in fo rm a çã o num a p á g in a de la n ­ ces literários. D e resto, quem está e n - fro n h a d o nesses assuntos p erceb e que nem tudo n o estilo ad m inistrativo é im ­ pessoal. N ada m ais exige o toque p es­ soa l p a ra dizer e con v en cer, do que um a exp osição de m otivos ou a ju stifica tiv a a p ro je to de lei. E n a d a m en os c o n v in ­ cen te que um m em oria l ou um p a recer em que, de alto a b aixo, os lugares c o ­ m uns .re flita m a in sen saboria, qu ando n ão a in ép cia d e quem , fo r a dos c h a ­ vões, n ã o sabe a lin h a v a r idéia. Pessoal­ m ente, n ã o dou excessivo créd ito à im ­ pessoalidade. A m eu ver, até m esm o um p a recer de três lin h a s p od e trazer a m a rca pessoal de quem o em ite, sem o m en or p reju ízo p a ra a red a çã o oficia l. E STRU TU RA E R E N O V A Ç Ã O'

Ora, o P re fe ito G ra cilia n o R a m os n ã o in ovou a té cn ica dos relatórios (con v ém lem b ra r que se trata de d ocu m en tos dos idos de 30), do p o n to de vista estrutural. A pós o p reâm bu lo, já cita d o, os diversos itens ob ed ecem ao esquem a expositivo trad icion al, de a cô rd o com os e n tre tí- tu los: Receita e Despesa — Poder Legis­ lativo — Iluminação — Obras Públicas — E ventuais — Cemitério — Escola de Música — Funcionários da Justiça e da Polícia — Administração — Estrada de Fora — Terrapleno da Lagoa — Dinhei­ ro E xistente, até o item fin a l: Conclu­ são. O qu e torn ou o s relatórios fam osos, h o je cita d os em qualquer con v ersa sôbre a p rosa de G ra cilia n o R am os, foi a arte

de dizer, personalíssim a, em ca d a item . A o esclarecer, p o r exem plo, que a re ce i­ ta, em con tos de réis, orça d a em ... 50:000$000 subiu a 71:649$290, apressa-se em dizer que tais recursos

n ã o fora m sem pre bem a p lica d os p or dois m o tiv os: porque n ã o m e gabo de em p regar d in h eiro co m in telig ên ­ cia e porque fiz despesas que n ão fa ria se elas n ã o estivessem d e term i­ n ad as n o orça m en to.

A p rop ósito de D espesas Eventuais, em que ju stifica o gasto de alguns m il réis p a ra u n iform iza r pesos e m edidas, en tra em con sid era ções:

Os litros aqui tin h a m m il e q u a tro­ cen ta s gram as. Em algum as aldeias subiam , em outras desciam . Os n e ­ gocian tes de ca l usavam tábuas para en g a n a r o com p ra d or. Fui d esca ra ­ dam en te rou bado em com p ra s de ca l p a ra os trabalh os públicos.

Mas, rea lm en te a n toló g ico é o registro dos gastos com o cem itério, em d e co r ­ rên cia d a relação en tre o a d ju n to a d ­ verb ia l e o v erb o:

No cem itério en terrei 189$000 — p a ­ g a m en to ao coveiro e con servação. P or fim o fe c h o em que, pelo estilo, se assem elh a ao que de m e lh o r se e n ­ co n tra n a p rosa de G ra cilia n o R a m o s:

Não fa v oreci n in gu ém . D evo ter c o ­ m etid o num erosos disparates. T od os os m eus erros, p orém , fora m erros da in telig ên cia , qu e é fra ca .

Perdi vários am igos ou in d ivíd uos que possam ter sem elh a n te nom e. Não m e fizera m falta.

H á d escon ten ta m en to. Se a m inh a estada n a P refeitu ra p o r êstes dois an os dependesse de um plebiscito, talvez eu n ã o obtivesse dez votos. No segu ndo relatório, entre in fo r m a ­ ções com que ju s tific a a a p lica çã o da receita (a m a io r das p reocu p a ções do P refe ito G ra cilia n o R a m os era n ã o d es­ p e rd iça r d in h e ir o ), fa z com en tá rios, um dêles sôbre as co n d içõ es da sede m u n i­ cip al, com observ a ções de ad m irável riqueza so cio ló g ica :

Dos a d m in istrad ores que m e p r e ­ cederam , uns d ed ica ra m -se a obras u rb a n a s; ou tros, in im igos de in o v a ­ ções, n ã o se d ed ica ra m a n a d a .

N enhum , creio eu, ch eg ou a tra ­ ba lh a r n os subúrbios.

(6)

E ncontrei em d ecad ência regiões ou trora prósperas; terras aráveis e n ­ tregues a anim ais, que nelas viviam quase em estado selvagem . A p op u ­ la çã o m inguada, ou em igrava para o sul do País ou se fix a v a nos m u ­ n icípios vizinhos, nos povoados que nasciam perto das fron teiras e que eram para n ós um as sanguessugas. V egetavam em lastim ável aban dono alguns agregados hum anos.

E o palm eirense afirm ava, co n v ic­ to, que isto era a princesa do sertão. Um a princesa, vá lá, m as princesa m uito nua, m uito m adraça, m uito su ja e m uito escavacada.

F avoreci a agricultura liv ra n d o-a dos bich os criados à -to a ; ataquei as p atifarias dos pequeninos senhores feudais, exploradores da ca n a lh a ; su­ prim i, nas questões rurais, a p resen ­ ça de certos interm ediários, que e s- travagam tu do; fa cilitei o tran spor­ te; estim ulei as relações entre o p r o ­ du tor e o consum idor.

Estabeleci feiras em cin co aldeias. 1:157$750 fo ra m -se em reparos nas ruas de P alm eira de Fora.

C anafístu la era um chiqueiro. E n­ con trei lá o ano passado m ais de cem p orcos m isturados com gente. N unca vi tan to porco.

Desapareceram . E a p ov oa çã o está quase lim pa. T em m ercad o sem anal, estrada de rodagem e um a escola. S òm ente um escritor teria con d ições de tran sform ar a linguagem fria dos núm eros n um a exposição a que h o ie se recorre com o interêsse de quem busca n a o o relatorio de um rom an cista fa ­ m oso, m as o relatório fa m oso de um e x - prefeito de cidadezin h a do in terior a la ­ goano, que em sua cu rta passagem pela adm inistraçao p u blica deixou a liçã o de co m o redigir docu m en to o ficia l sem f i ­ ca r em paredado pela red u n d ân cia das iirtSGS ieitas. /

A VULGARIZAÇÃO DA PALAVRA

O bserva-se h o je com o a in cidên cia o repisado n u m a form u la çã o u n iform e se ja n o fe ch o , n o corp o ou n a in trod u ­ çã o do d ocu m en to, Vem resultando na v u lg a n za ça o da palavra, que term ina perd en do seu sentido in terior. Que os elem entos de que se com põe, p o r exem ­ plo, um o fício , seja m u niform izados com p reen d e-se. E que elem entos são

esses? E lem entos de id en tifica çã o e que form am o_ “ espelh o” de um o fício , desde a in d ica çã o da sede d a rep artição (c a ­ beça lh o ou tim b re), até, após a assina­ tura, o enderêço do destinatário e as in i­ ciais do red ator e do d a tilo g ra fo .

C onta o Sr. O dacyr B eltrão, n o livro citado, que certa vez pergu ntaram a um aluno p or que m otivo êle se in screvera no curso de corresp on d ên cia com o n om e de Umo. José da Silva. Êle resp on d eu: “ Ora, professor, ach ei que p od ia usar isso, p o r ­ que iod os lá no escritório escrevem sem ­ pre ilmo isso, ilmo aquilo” . Esta an edota m ostra até que p on to estam os h a b itu a ­ dos ao ch a v ã o ou à im propriedade, em ­ bora m uitos recon h eça m — e cito o Sr. Joao Luiz Ney — que, em bora existam algum as ch ap as n a corresp on d ên cia o fi­ cial, h a ja vista os fech os de cortesia, são

oficia lm en te im p osta s” (pág. 6 4 ). A pesar de se recon h e ce r a n ecessid a­ de de atualizarm os a linguagem oficia l, a partir dos vocativos, ain da h o je o Pre­ zado Senhor é expressão ob riga tória m esm o quando êste Senhor a quem se d i­ rige o rem etente, é um Ilustre d e sco n h e ­ c id o . P rovavelm ente, devido ao abuso com que se usa o epíteto ilustre e seus derivados, é que h á vários anos, n o jo r ­ nalism o, fo i êle d efin itiv a m en te banido. N inguém é ilustre ou ilustre se torn a n um a n otícia de jo r n a l. No en ta n to, t o ­ dos som os ilustres n u m a corre sp o n d ê n ­ cia com ercial, m esm o quando o b a n co nos avisa que se en con tra para co b ra n ­ ça um título nosso, com ven cim en to em tal dia do m ês passad o.

Já estam os tã o h abitu ad os a certas expressões — Tenho a honra de comuni­ car a V. Exa. — que o p róp rio vocá b u lo honra já perdeu todo o sig n ifica d o. Será um a honra com u n ica r a alguém u m a r o ­ tineira o corrên cia a d m in istrativa? E, quando se trata de com u n ica r, seria h on roso solicita r de alguém algu m a c o i­ sa, p or vêzes um a sim ples in fo r m a ç ã o ? : Tenho a honra de solicitar a V. Exa. . . .

P or que con tin u a m os a in sistir no Apraz-me acusar o recebimento de tal ofício , quando, m uitas vêzes, a in fo r m a ­ ção que se d eve prestar n ã o resulta (p a ra serm os fiéis à d eriv a çã o) em n en h u m ap ra zim en to? E, p o r que, n ou tros casos, o Rogo a V. Exa. a gentileza de, quando a rigor, n ã o h á rôgo, m as ord em , d e ­ term in a çã o, e o n ã o -cu m p rim e n to da gentileza resultará, in ap elàvelm en te, em in frin g ên cia das n orm as a d m in istra ti­ vas?

(7)

Não h á requerim ento expedido a qual­ quer rep artição em que o requerente, h u - m ilíssim o, n ão deixe de apelar p a ra que V. Sa. se digne mandar pagar ou se dig­ ne autorizar a expedição de tal do­ cumento. Para sim ples co n fro n to , em têrm os de p rop ried a d e vocabu lar, vale a pena cita r o texto d e V ieira: “ E D avid con ta v a e co n ta v a p o r gran d e m aravilha, que estando Deus tão alto, Se dignasse de o lh a r cá p a ra baixo e p ôr os o lh os na T erra ” (io).

Já é tem po de se p en sar n u m a a tu a ­ lização do ch a m a d o estilo oficia l, tão desenxabido, e d e tã o p ro fu n d a fa lta de im a g in a çã o, que alguns can d id atos con sid eram m elh or d ecora r as fórm ulas que ap rim ora r-se n a té cn ica da n a rra ti­ v a . Não vem os p o r que con tin u a rm os presos a fórm u las já inexpressivas, quando, sem p erd a da cortesia e sem d e ­ trim en to dos níveis hierárqu icos, p o s­ suím os palavras e expressões m ais a tu a ­ lizadas .

P arece, con tu d o, que algo de n ôv o está su rgin do e que term in ará in clin a n d o to ­ do o esquem a da corresp on d ên cia o ficia l para um processo m ais ob je tiv o e n ad a redu ndan te n a exp ressão. V êm ca u sa n ­ do surprêsa os p ron u n ciam en tos do P re­ sidente E m ílio M édici, pela sua lin g u a ­ gem n a d a p rotocola r, nas m en sagen s e discursos que tem p roferid o. F ugin do do estilo co n v e n cio n a l são d ocu m en tos em que h á fortes traços literários — de b oa literatu ra que em n a d a p re ju d ica o que quer que se deseje co m u n ica r. E xcelen te com êço, c o n sid era n d o -se p rin cip a lm en te a origem do exem plo, vin d o do a lto.

R esta -n os esperar que, d e sa ta v ia n d o- se a corresp on d ên cia o ficia l dos m oldes rotineiros, crie-se, en fim , um espírito de ren ova çã o n a arte que, em b ora n ã o d e ­ vid am en te valorizada exige, antes de tu ­ do, u m a prosa exata e enxuta, sem os atavios que a torn a m inexpressiva e x a ­ tam ente p o r sua falsa e fá tu a g ra n d ilo­ qü ência .

N O T A S (1) Ney, João Luiz — Prontuário de Redação

Oficial — Edição do DASP, Rio. 1955. Beltrão, Odacyr — Correspondência: Lingua­

gem e Comunicação, Editôra Atlas, São Paulo, 10.a ed., 1966.

(2) Cortesão, Jayme — Cabral e as Origens do Brasil — Edição do Ministério das Relações Exteriores, Rio, 1944.

(3) Penteado, J. R. Whitaker — A Técnica da Comunicação Humana — Liv. Pioneira Editôra, São Paulo, 1964.

(4) Montaigne, Michel de — Ensaios — Trad. de Sérgio Milliet, Livro III, cap. 13, Da Experiência, Ed. Globo, Pôrto Alegre, 1961. (5) Andrade, Carlos Drummond de — Poema

intitulado Ao Deus Kom Unik Ilassão, Jor­ nal do Brasil, Rio, 2 ° caderno.

(6) A propósito dessas recomendações, Ernest Hemingway costumava dizer: "Essas regras foram as melhores que aprendi sôbre a arte de escrever. Jamais as esqueci. Nenhum h o ­ mem de talento, que sente e escreve hones­ tamente sôbre o fato que está querendo descrever, pode deixar de escrever bem se as observar” . Referia-se aos princípios de redação de noticias do Star, de Kansas City, onde trabalhou.

(7) Ramos, Graciliano — Viventes das Alagoas — Liv. Martins Editôra, São Paulo, 1962. (8) Senna, Homero — República das Letras —

(Entrevistas) — Gráfica Olímpica Editôra 2.a edição, Rio, 1968.

(9) Tapajós, História Administrativa do Brasil, Vol. II — Edição do DASP, Rio, 1956. (10) Vieira — Sermões, Tom o IV, — Sermão do

Mandato — Lello Irmãos Editôres — vol II pág. 413.

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