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Centro de Preservação Cultural

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Academic year: 2021

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Centro de Preservação Cultural (CPC-USP)

Criado em outubro de 2002 o Centro de Preservação Cultural (CPC-USP), órgão subordinado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, vem substituir a Comissão de Patrimônio Cultural, assumindo caráter permanente na estrutura da Universidade. Dando continuidade às atividades iniciadas em 1986, o Centro de Preservação Cultural constituiu fórum privilegiado e sistemático para a elaboração de reflexões sobre a questão da coleta, conservação, pesquisa, experimentação e comunicação dos testemunhos do patrimônio cultural. O Centro estrutura suas atividades a partir de vários programas culturais e de inclusão social muitas de caráter interdisciplinar e interunidades.

A Casa de Dona Yayá foi transferida para a Universidade de São Paulo, como herança jacente, em 1961, após o falecimento da proprietária, Sebastiana de Mello Freire, a Dona Yayá. Em 2003, a USP decidiu que o imóvel abrigaria a sede do CPC.

Universidade de São Paulo

Reitora Profª. Drª. Suely Vilela Vice-Reitor Prof. Dr. Franco Maria Lajolo

Uso Administrativo CPC Uso Público Ambiente em Processo de Restauro (2007)

0 1 2 3 (m)

Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária Centro de Preservação Cultural

Pró-Reitor Prof. Dr. Sedi Hirano Diretora Profª. Drª. Maria Lúcia Bressan Pinheiro Vice-Diretor Prof. Dr. Paulo Cesar Garcez Marins

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História Arquitetônica da Casa

A casa é muito mais que uma interessante arquitetura eclética do bairro do Bexiga. Em seu núcleo resistem, intactas, as paredes de um dos mais antigos chalés de tijolos construídos no final do século XIX; o jardim que a cerca com enormes árvores frutíferas e flores, é resquício da grande chácara cujo l o t e a m e n t o o r i g i n o u t a n t o s q u a r t e i r õ e s circunvizinhos. As intervenções dos anos de 1950 indicam formas de tratamento da doença mental.

A casa teve diferentes estágios de integridade física, que se relacionam diretamente à sucessão de proprietários:

O Chalé (? -1888)

(? - 1888) José Maria Talon

Provável proprietário do chalé de tijolos,revela a introdução de novas técnicas construtivas na cidade de São Paulo;

A Casa de Morada (1888-1919)

(1888-1902) Afonso Augusto Milliet

(1902-1919) João Guerra

Considerado responsável pela ampliação e transformação do chalé em casa de morada; corresponde ao período em que os ambientes receberam as primeiras decorações artísticas parietais;

Promotor da reforma que confere às fachadas características neo-clássicas e decora os interiores com pinturas murais de estilo

; art

nouveau

O Hospício Privado (Anos 50)

Dona Sebatiana de Mello Freire

Dona Yayá, a herdeira interditada e última proprietária da casa. As ampliações e alterações realizadas por orientação médica destinavam-se a constituir, adequar e ampliar os espaços de confinamento psiquiátrico.

FACHADA SUL

FACHADA SUL

FACHADA SUL

FACHADA OESTE

Os desenhos são simulações feitas a partir de indícios físicos de prospecções arqueológicas e/ou de superfície. Desenhos elaborados no âmbito do programa “Conservação e Restauração de Bens Arquitetônicos e Integrados” do CPC-USP

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Espaço Yayá

ALPENDRE SUL

ALPENDRE NORTE

Única e rica herdeira de propriedades, foi interditada em 1919, aos 32 anos, depois de ser considerada incapaz de gerir sua fortuna por “sofrer das faculdades mentais”. Decidiu-se então, a conselho médico, que ela deveria mudar-se para um lugar mais calmo e tranquilo, esta chácara nos arrabaldes da cidade.

Para recebê-la a casa sofreu modificações que testemunham sua conformação a um programa hospitalar específico, nos moldes dos tratamentos psiquiátricos conferidos aos “alienados” no início do século, baseados em isolamento e vigilância constantes.

E s s e s c ô m o d o s , r e c é m - r e s t a u r a d o s , originalmente pertencentes ao chalé de tijolos do final do século XIX sofreram, a partir dos anos 1920, reformas de adequação que tinham por objetivo preservar a integridade da interdita. Os elementos decorativos das paredes foram retirados e substituídos por pintura monocromática. Os cantos dos cômodos foram arredondados, a caixilharia das portas e janelas foi redesenhada por respeitável médico-psiquiatra do período e impediam sua abertura pelo interior do espaço. Os pisos foram trocados por corticite - um material mais macio. Todo ambiente ganhou aspecto hospitalar.

Dona Yayá

Ambiente em 1989, antes das intervenções de restauro. Ver detalhe da caixilharia, projetada para transformar o ambiente em cárcere privado.

TRABALHOS DE CONSERVAÇÃO

Por se tratar de um ambiente cujos trabalhos de prospecção indicaram a inexistência de pinturas ornamentais -decorrência das reformas ambientais para abrigar a Dona Yayá - os tijolos postos à vista estão sendo estudados para caracterizar com maior precisão a morfologia arquitetônica do chalé de tijolos da qual esse ambiente fez parte. Para este fim,estão sendo utilizados métodos arqueométricos de datação indicativa com o objetivo de registrar as técnicas construtivas utilizadas no final do século XIX e apoiar os trabalhos de conservação. A o l a d o , a m b i e n t e durante os trabalhos de restauração em que se n o t a o s i s t e m a construtivo do chalé de tijolos.

Abaixo, ponto em que foi colhida amostra do rejunte de barro do assentamento original do chalé.

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Sala Verde

Antiga sala de jantar da casa de morada ALPENDRE NORTE

AS PINTURAS SOBREPOSTAS: Murais de todas as épocas

Para identificar os murais artísticos deste e de outros ambientes, adotou-se o método de

prospecção cromática. As abertas no cômodo revelaram a existência de 6

camadas de tintas sobrepostas, das quais as 3 primeiras correspondiam a modelos de pinturas ornamentais da sala de jantar, aplicadas por seus proprietários em épocas diversas.

faixas estratigráficas

AOPÇÃO DE RESTAURO

Dos dois primeiros ciclos de pinturas restavam apenas trechos incompletos em uma única parede da sala. Optou-se por recuperar a 3ª camada de pintura,correspondente ao mural de tons verdes com desenho de estilo art nouveau realizada,provavelmente,após 1902 para decorar a sala de jantar do proprietário João Guerra. Os fragmentos das pinturas precedentes foram mantidos como testemunhos de modelos de pinturas artístico-ornamentais do século XIX.

A cimalha de tijolos deixada à vista no alto de uma das paredes da sala de jantar corresponde à fachada do chalé de quatro cômodos em torno do qual o edifício se desenvolveu. As fundações do chalé ainda existem e limitam com clareza o perímetro da construção que deu origem à Casa de Dona Yayá.

Acima, a cimalha de tijolos e o capitel de um pilar removido. Ao lado, fundações do chalé de tijolos sobre o atual piso de madeira.

1

1

2

2

3

1ª pintura 2ª pintura 3ª pintura

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Sala Verde

Os trabalhos de restauro

ALPENDRE SUL

ALPENDRE NORTE

1ª ETAPA: IDENTIFICAÇÃO

- Identificação das pinturas com sondagens de superfície (estratigrafia cromática) - Pré-consolidação preventiva dos rebocos em desprendimento

- Remoção de 3 camadas de sobrepinturas modernas para expor o mural art nouveau

2ª ETAPA: INTERVENÇÃO DE RESTAURO - Consolidação da capa pictórica

- Limpeza

- Nivelamento das lacunas de cor e imprimação - Reintegração estética

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Sala Azul

ALPENDRE NORTE

Este ambiente era um dos quatro cômodos do antigo chalé de tijolos. Na ampliação da casa feita por Milliet, após 1888, o que era uma parede externa passou a integrar o corredor recém construído de acesso a ala nova

Descobriu-se com as prospecções de superfície que tanto as paredes do corredor como as do interior desta sala receberam de 3 a 4 ornamentações murais ao longo dos anos.

No final do século XIX era costume decorar os ambientes com pintura, tecidos e papéis multicoloridos. Com o advento da arquitetura moderna, as casas passam a ser monocromáticas.

O RESTAURO

A técnica de fatura e sofisticação da composição das decorações florais recuperadas com o restauro indicam que esta sala teve uso nobre na casa de morada. Após completa remoção das tintas modernas que as encobriam,a

reintegração estética das pinturas foi feita com aquarelas,adotando-se a técnica daseleção cromática.

Lacunas preenchidas comseleção cromática

Simulações gráficas: ambiências desta sala em relação aos outros cômodos da casa em dois momentos distintos de integridade física identificados.

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Sala Rosa

ALPENDRE SUL

ALPENDRE NORTE

Com o restauro das paredes e pinturas murais pretende-se evidenciar fisicamente as alterações de função deste ambiente. O rodapé mostra uso enquanto chalé de tijolos. As pinturas ornamentais na parte superior foram realizadas no período casa de morada, provavelmente pelo proprietário João Guerra. O barramento monocromático (idêntico ao dos cômodos de confinamento já restaurados) é da década de 1920, quando este ambiente passou a integrar as dependências de Dona Yayá, sendo usado como corredor de passagem entre seus quartos e o

sanitário a ela destinado. Montagem do ambiente após o restauro

Pinturas murais do chalé de tijolos no rodapé.

Indício de papel de parede encontrado no rodateto permitiu distinguir uma novo etapa de sua composição ambiental na casa de morada.

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Solarium

ALPENDRE NORTE Nos anos de 1950, uma reforma ampliou as instalações destidas à Dona Yayá. A construção do

e o fechamento de parte da varanda descaracterizaram a casa de morada de feições neoclássicas. Estas intervenções são hoje consideradas pela USP, pelos órgãos de preservação do patrimônio e pela comunidade, importantes testemunhos das formas históricas de se lidar com a loucura.

solarium

Vista aérea dosolariumem 1989. Vista frontal da casa em 1989.

Solarium após processo de restauração. Solarium antes do processo de restauração.

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Azulejos e ladrilhos hidráulicos

ALPENDRE SUL

ALPENDRE NORTE

Processo artesanal de execução dos azulejos e ladrilhos hidráulicos faltantes para conclusão do restauro dos ambientes da antiga casa de morada.

Estado de conservação durante o início do processo de recuperação.

Detalhes do processo artesanal de execução dos azulejos faltantes.

Referências

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