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TEORIA E PRÁTICA DA AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM: UM DESAFIO

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Academic year: 2018

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TEORIA E PRÁTICA DA AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM: UM DESAFIO

Cláudia Regina Furlanetto claudiarfurlanetto@yahoo.com.br Patrícia Helena Carvalho Holanda patriciaholanda2003@yahoo.com.br

Avaliação de Aprendizagem

A avaliação está presente em todas as atividades que de-senvolvemos no nosso cotidiano, mesmo que não a perceba-mos. Emitimos juízo de valor a tudo, estamos em ação constante na busca do aprimoramento do nosso viver e das atividades que desenvolvemos no dia-a-dia. É um tema antigo que vem desde 1200 a. C e segundo Gurgel apud Andriola. (2003. p.67-68) sempre foi uma atividade de controle, cuja finalidade das primeiras idéias era selecionar, incluir ou excluir e estavam as-sociadas à medição pela denominação do exame. Criados pela burocracia chinesa, inicialmente os exames selecionavam su-jeitos do sexo masculino que seriam admitidos para o serviço público. Nessa época as pessoas eram avaliadas pelo exercício de tarefas num quadro de subordinação de atividades.

Constatamos que mesmo depois de tanto tempo e de avanços significativos, a prática avaliativa na atualidade ainda é marcada pelo interesse exagerado em querer medir a apren-dizagem por meio de provas. Ensina-se um bimestre para ao final aplicar um teste e explicitar em boletins, resultados que trazem fortes conseqüências para a vida dos educandos. Foi por intermédio dessa cultura que fomos educados e tem sido muito difícil se distanciar desse modelo, pois as práticas en-contram-se fincadas e adormecidas nesse paradigma.

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classifi-catório, de medida e está inserida no contexto em que “o avali-ador docimológico tem um olhar que pensa estar acima da situa-ção; puro olhar científico” (Bonniol. 2001. p. 67) e os alunos estudam para passar em um teste. Enquanto que a avaliação se preocupa em acompanhar uma trajetória, em que o profes-sor ajuda o aluno a descobrir a aprendizagem, a auto-regulação1. Dessa forma, “prova e avaliação, inscrevem-se em dois

paradigmas opostos” (HADJI. 2001. p. 59). A prova mede e sele-ciona, enquanto que a avaliação ajuda o aluno a perceber suas insuficiências a fim de superá-las. Villas Boas (2005. p. 20) ad-verte que “a prova é um instrumento que pode ser útil quando seus resultados são associados aos de outros procedimentos”. Ad-vogamos que a avaliação pode contemplar como um dos ins-trumentos, a prova, mas, fazer uma prova não significa avaliar, compreendendo a avaliação como um processo que busca no cotidiano, informações sobre a aprendizagem dos alunos, no intuito de proporcionar aprendizagem e desenvolvimento atra-vés das intervenções.

Pesquisas2 da atualidade revelam que a temática

avalia-ção de aprendizagem ainda é tratada como desafio que ne-cessita de novos rumos. De acordo com essas pesquisas, os novos rumos da avaliação, envolvem a compreensão do ver-dadeiro sentido do ato de avaliar, que é o de proporcionar aprendizagem; a preparação dos professores para avaliar; a ela-boração de relatórios de aprendizagem, a diversidade de ins-trumentos e procedimentos de avaliação, a elaboração de objetivos e critérios para avaliar. Tudo isso ocasiona uma série de dificuldades que marcam a prática avaliativa docente e que reafirmam a problemática em torno da condução da avaliação da aprendizagem.

1 Auto-regulação: A auto-regulação promove o domínio de si mesmo

(Bonniol. 2001. p. 290-291).

2 Hoffmann (1996), Luckesi (1997), Vianna (2000), Hadji (2001), Ferreira (2005),

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Sabemos que a avaliação da aprendizagem vem sendo tratada como um desafio e se tratando da avaliação das cri-anças até seis anos, o desafio é maior, visto que a avaliação nessa faixa etária não pode estar vinculada à idéia de promo-ção. Mais do que qualquer outro professor, os educadores dessas crianças devem estar preparados para avaliar, para compreender o verdadeiro sentido da avaliação que é a apren-dizagem. Todavia, advertimos, que o fato da ausência da re-provação, seja fator que deva admitir descuidos na aprendizagem, pois “a redução, ou eliminação, da reprovação não pode ser entendida como afrouxamento do processo de avaliação” (SALGADO. 2005. p. 57),ao contrário, a avaliação deve ser intencional, sistemática, contínua, deve acompanhar o cotidiano e possibilitar aprendizagens.

Textos Oficiais Municipais

Para operacionalizar uma prática avaliativa coerente, faz-se necessário compreender o real faz-sentido da avaliação que é o de possibilitar aprendizagens, bem como conhecer os textos oficiais com profundidade, ou preferencialmente participar de suas elaborações.

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A Rotina Pedagógica na Escola Municipal

Não podemos analisar uma prática avaliativa isolada das concepções de ensino, aprendizagem e currículo, por isso pre-cisamos conhecer a rotina pedagógica da escola e da 1ª série, é nela que as concepções se esboçam.

A palavra rotina significa rota, ritual, seqüência, prática constante estabelecida em um contexto capaz de organizar o cotidiano das pessoas. Podemos dizer que se caracteriza, na contemporaneidade, como uma categoria pedagógica promis-sora por estar em acelerado desenvolvimento, sendo alvo de estudos que as teorizam.

É muito comum ao lermos documentos oficiais nacio-nais e municipais para a Educação Infantil e 1ª série, nos depa-rarmos com as palavras rotina e cotidiano. Torna-se necessário esclarecermos que cotidiano e rotina segundo Barbosa (2006. p. 46)) tem significados distintos embora entrelaçados; o coti-diano é mais abrangente e expressa a rotina. A rotina é o que acontece todo dia, é o ritual que desenvolvemos no cotidiano. Segundo a autora citada, no cotidiano acontecem atividades repetitivas, rotineiras como também acontece o novo. Nessa perspectiva, o cotidiano é um campo que abrange a rotina, mas abrange também novas possibilidades. É preciso alertar que o cotidiano não deve ser constituído apenas de atividades roti-neiras, ele deve ser a junção do rotineiro e do novo.

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das atividades. Ressaltamos que a rotina tem o poder de for-mar, nela reforçam-se valores, concepções, conceitos, proce-dimentos e atitudes, ela forma, informa, socializa, todavia quando percebida como absoluta, corre o risco de alienar, de normatizar e tornar desprezível o novo. Assim, buscamos na análise da rotina pedagógica, para perceber as concepções que fundamentam a prática avaliativa. A compreensão da ro-tina na escola municipal retratará as concepções de ensino, de aprendizagem, de currículo, tão indispensáveis no enten-dimento da prática avaliativa.

O Currículo da 1

a

Série

Com o objetivo de compreender a prática avaliativa da professora da 1a série, buscamos analisar o contexto em que

ela se desenvolve, todavia torna-se essencial compreendermos ainda, o currículo que gera essa prática avaliativa.

Podemos dizer que o currículo é o conjunto de experiências que o aluno vivencia na escola, mas podemos também dizer que currículo é o conjunto de conteúdos que a escola valida como necessários e que o aluno precisa apren-der e aplicar.

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A Prática Avaliativa da Professora da 1

a

série

Sendo esse o nosso objeto de estudo, precisamos saber sobre a formação da professora, quais critérios, objetivos e ins-trumentos que ela utiliza para avaliar e como faz os relatórios da aprendizagem.

Villas Boas (2004. p.18) admite que as dificuldades no desenvolvimento da avaliação são muitas e destaca que “tal-vez se possa afirmar que a maior responsável por elas seja a inadequada preparação dos professores e demais profissionais da educação para avaliar”. Hadji (2001. p. 51) também enfatiza que a ausência de uma formação adequada dos professores dificulta a compreensão do ato de avaliar.

Enfatizamos que uma boa prática avaliativa passa pelo conhecimento do conceito de avaliação, das suas funções, cri-térios, instrumentos e procedimentos, passa pelo entendimento dos textos oficiais e pelo desejo de fazer o aluno aprender.

Referências Bibliográficas

ANDRIOLA, Wagner Bandeira; Mc. Donald, Brendan Coleman (orgs.). et al. Avaliação. Fiat lux em educação. Fortaleza: Editora UFC. 2003. BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Rotinas na Educação Infantil. Artmed, 2006.

BONNIOL, Jean Jacques. Modelos de avaliação: textos funda-mentais com comentários / Jean Jacques Bonniol e Michel Vial; (Trad. Cláudia Schilling) – Porto Alegre, Artmed, 2001.

FERREIRA, Lucinete Maria Sousa. Retratos da Avaliação: confli-tos, desvirtuamentos e caminhos para a superação. Porto Ale-gre: Mediação, 2002.

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HOFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação na pré-escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre. Media-ção, 1996.

______. Avaliação Mediadora: uma prática em construção, da pré-escola à universidade, Porto Alegre: Educação & Realidade, 1993.

LOIOLA, Laura Jeane Soares Lobão. Contribuições da pesquisa colaborativa e do saber prático contextualizado para uma pro-posta de formação continuada a professores de educação in-fantil. Fortaleza, UFC, 2004.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar, 6ª edi-ção, São Paulo, Cortez, 1997.

SALGADO, Maria Umbelina Caiafa (org.). Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem) – Manual do Educador. Brasil: Presidência da República, Secretaria Geral, Brasília, 2005. SILVA, Tomás Tadeu. Teorias do currículo: uma introdução críti-ca. Porto Editora, Portugal, 2000.

______. O currículo como fetiche: a poética e a política do tex-to curricular, , 2ª edição, Belo Horizonte, Autêntica Editex-tora, 2001.

VIANNA, Heraldo Marelim. Avaliação educacional: teoria, pla-nejamento, modelos. Ibrasa Editora, São Paulo, 2000.

Referências

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