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BENEFICIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
CASTELAN, Victor Pariz1 ELEUTÉRIO, Alex Mesquita2 SCARTON, Igor Gava Sartório3 ALMEIDA, Eliezer Pedrosa de⁴
INTRODUÇÃO
A construção civil é uma prática na qual gera se muito resíduo sólido. E esses por sua vez não são usados para nenhuma finalidade. Grande parte dos resíduos gerados na construção civil são descartados clandestinamente em aterros, vias públicas, terrenos baldios, margens de estradas e córregos, áreas verdes, degradando assim o meio ambiente. A remoção e o tratamento destes resíduos sólidos custam aos cofres públicos milhões de reais, anualmente, que poderiam ser investidos em obras, projetos sociais e muitos outros benefícios para a sociedade de forma geral. A reciclagem dos resíduos da construção civil torna-se então, a melhor opção para: conter o processo de degradação das reservas naturais, apresentar uma solução sustentável para o controle e amenizar os danos causados por estes, e ainda, minimizar os gastos públicos com remoção e tratamento destes resíduos.
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1 Graduanda do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário São Camilo-ES, victorpariz@hotmail.com;
2 Graduando do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário São Camilo-ES, alex.trailer@gmail.com;
3 Graduando do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário São Camilo-ES, igorscarton@outlook.com;
⁴ Professor de Engenharia Civil do Centro Universitário São Camilo-ES,eliezerpa@hotmail.com
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MATERIAIS E MÉTODOS
Pesquisas bibliográficas: foi feito pesquisas bibliográficas mais aprofundadas sobre a geração de resíduos sólidos na Construção Civil no Brasil e no Espírito Santo. Levantamento de Dados quantitativo: houve levantamentos de dados através de dados secundários coletados em livros, teses, dissertações, periódicos, jornais, sites e publicações avulsas. Apresentação dos dados coletados: elaboração de tabelas, os resultados foram obtidos através de pesquisa de campo, IBGE, ABRECON e ABRELPE.
DESENVOLVIMENTO
Desde 2004 está vigente no Brasil a resolução 307 do CONAMA, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Essa resolução separa em classes os resíduos sólidos resultantes das obras e demolições em geral.
Os resíduos da construção civil, após triagem, deverão ser destinados das seguintes formas:
- Classe A: deverão ser reutilizados na forma de agregados ou encaminhados a aterro de resíduos classe A de preservação de material para usos futuros.
Imagem: resíduos da construção civil, classe A Conama resolução 307
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Após triagem e trituragem, de acordo com sua granulometria os materiais são classificados da seguinte forma:
Areia reciclada: Uso recomendado em argamassa de assentamento de alvenaria de vedação, contra pisos, solo-cimento, blocos e tijolos de vedação.
Brita reciclada: Uso recomendado em fabricação de concretos não estruturais e drenagens.
Bica corrida: Uso recomendado em obras de base, sub-base, reforço do subleito e subleito de pavimentos, além de regularização de vias não pavimentadas, aterros e acerto topográfico de terrenos.
Pedrisco reciclado: Uso recomendado em fabricação de artefatos de concreto, como blocos de vedação, pisos Inter travados, manilhas de esgoto, etc.
Rachão: Uso recomendado em obras de pavimentação, drenagens, terraplanagem, etc.
- Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.
- Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.
- Classe D: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.
Destinação final dos resíduos para o reuso pode ser dada da seguinte maneira:
● Concreto: aterro e pavimentação
● Madeira: Papelão, papel ou combustível.
● Papel, papelão e metais: podem ser doados para cooperativas de catadores
● Vidro: novo vidro, fibra de vidro, telha e bloco de pavimentação
● Alvenaria: Produção de concreto sem fim estrutural e tijolos
● Gesso: novo gesso ou corretivo de solo
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A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública para que possam ser gerenciados adequadamente. Assim, a NBR 10.004 (ABNT, 2004a) define resíduos sólidos como “resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, e de serviços.
“Por possuírem caráter estritamente técnico e serem criadas por especialistas as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas, contribuem muito para a ação do engenheiro/gestor, destacando-se as relações entre os instrumentos normativos e as operações gerenciais dos resíduos de construção e demolição” (NAGALLI, 2014, p. 26)
RESULTADOS
Ambientais:
● Redução do despejo de resíduos em locais inadequados;
● Reduz a extração de matéria-prima em jazidas naturais;
● Diminui-se, ainda, a necessidade de destinação de áreas públicas para a deposição dos resíduos.
● Diminuição efetiva dos aterros clandestinos que causam grandes transtornos ao poder público e a população em geral;
Sociais:
● O produto reciclado como matéria-prima para construção em programas de habitação social, por exemplo, reduz os custos de produção da infraestrutura e das unidades em si.
● Mão de obra deverá ser local, gerando emprego e renda na cidade.
Econômicos:
● É economicamente vantajoso substituir o despejo irregular do resíduo pela
sua reciclagem. O custo para a administração municipal é de R$ 30,89 por
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metro cúbico clandestinamente depositado, aproximadamente, incluindo a correção da deposição e o controle de doenças
CONSIDERAÇÕES FINAIS