29 de Setembro - Dia Mundial do Coração. Como anda a saúde do seu coração?

29 de Setembro - Dia Mundial do Coração

Como anda a

saúde do seu

coração?

O Dia Mundial do Coração é celebrado em 29 de setembro. A data reforça a importância dos cuidados com o coração para a prevenção de doenças cardiovasculares, responsáveis por 18 milhões de mortes a cada ano em todo o mundo.

O cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) aponta que, no Brasil, cerca de 1.100 pessoas morrem diariamente devido a problemas cardiovasculares, o que equivale a 400 mil mortes por ano. As doenças do coração e da circulação são a principal causa de mortes no Brasil.

O coração começa a bater já na quarta semana de gestação. Nos adultos, o órgão pulsa 100 mil vezes por dia, tem o tamanho de um punho fechado e pesa, em média, 350 gramas. O coração é o músculo que bombeia o sangue para todo o corpo.

Funciona assim: o lado direito do coração recebe o sangue venoso – pobre em oxigênio e rico em dióxido de carbono –, que regressa do organismo. O coração bombeia este sangue para o pulmão. Nele, o sangue vai ser “purificado” e enriquecido com oxigênio, produzindo o sangue arterial, que é recarregado no lado esquerdo do coração. O coração bombeia este sangue “novo” para todo o organismo, garantindo o suprimento de oxigênio e nutrientes a órgãos, tecidos e células. A pressão no lado esquerdo do coração é maior do que no lado direito, pois precisa vencer a resistência periférica dos vasos sanguíneos para conseguir distribuir o sangue para todo o corpo.

O coração

“O coração é uma bomba hidráulica perfeita, pois faz o sangue fluir pelo sistema circulatório sem a entrada de ar, adequando-se aos nossos esforços físicos de modo a manter a entrega de oxigênio e nutrientes para o corpo”, destaca Rodrigo Bellio de Mattos Barretto, um dos coordenadores da cardiologia da Dasa, na área de Ecocardiografia. O coração faz circular 5 litros de sangue pelo organismo a cada minuto, podendo chegar a até 10 litros durante o exercício físico, devido à maior demanda por oxigênio. “O coração possui um sistema elétrico

‘próprio’, independente do cérebro, mas que é modulado pelo sistema nervoso, fazendo-o bater mais rápido ou mais lento de acordo com a necessidade”, explica.

Alguns mitos infundados envolvem o coração, como o de que infartos do miocárdio são mais agressivos e letais nos jovens e o de que esportistas e corredores, por “utilizarem” mais o coração, pagarão o preço mais tarde devido ao desgaste do órgão. “Na verdade, a letalidade dos infartos é maior nos idosos, que respondem menos às manobras de ressuscitação”, conta o médico. “O exercício físico, por sua vez, é um fator de proteção para o coração e diminui os riscos futuros, portanto não há um preço a se pagar ao ‘utilizar’ o órgão e o sistema cardiovascular com mais vigor ou intensidade, pelo contrário, o indivíduo em boas condições físicas evolui muito melhor do que o sedentário em termos cardiovasculares”.

Mitos

de sangue são bombeados pelo coração por minuto

5 ^litros

ocorrem, em média, a cada minuto

100

^mil 72

ocorrem por dia

Os principais fatores de risco para a saúde do coração são a herança genética, a pressão alta (hipertensão arterial), os níveis elevados de gordura no sangue (hipercolesterolemia), o diabetes e os hábitos pouco saudáveis como fumo, sedentarismo, obesidade e alimentação desbalanceada, com a ingestão de poucas fibras e proteínas e muita gordura e carboidratos.

A herança genética não se muda.

Casos de morte súbita na família ou de parentes cardiopatas, especialmente jovens, são um alerta para possíveis doenças cardíacas de origem genética, geralmente silenciosas.

“É recomendada, nesses casos, a avaliação do cardiologista e o acompanhamento de perto do caso”, diz o doutor. A pressão alta, herdada dos pais em 90% dos casos, e a elevação do colesterol ruim, o LDL, no sangue – fortemente associada à má alimentação, à obesidade e ao sedentarismo, mas que também pode ocorrer por herança genética – são condições silenciosas que podem provocar a aterosclerose.

Este quadro se caracteriza pelo depósito de gordura nas paredes das artérias, podendo levar à obstrução completa do fluxo de sangue que irriga áreas do músculo cardíaco. Sem a circulação do sangue, o tecido pode necrosar e morrer – é o infarto do miocárdio. “Há sintomas de alerta sobre problemas cardíacos, como cansaço desproporcional a uma atividade física, falta de ar, dor torácica e arritmias como palpitações ou falhas do coração, o que requer uma avaliação imediata do cardiologista”, reforça Rodrigo.

Fatores de risco

de mortes por ano

no mundo mortes por dia

no Brasil mortes por ano

no Brasil

18 ^milhões 400 ^{mil 1,1}

Cuidar bem do coração é fundamental:

doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo.

A receita para cuidar bem do coração se correlaciona com a adoção de hábitos saudáveis de vida, como não fumar, alimentar-se com uma dieta rica em fibras e proteínas, evitar o consumo excessivo de gorduras saturadas e trans e de produtos ultraprocessados, reduzir o sal na comida, realizar atividade física com regularidade (pelo menos 5 vezes por semana), dormir bem e evitar o estresse. “Também é muito importante identificar e controlar a pressão alta, diabetes e os níveis de colesterol do sangue”, acrescenta o médico.

Estes quadros, no entanto, costumam ser silenciosos. Em muitos casos, demoram a ser diagnosticados, controlados e tratados, podendo, no limite, causar problemas cardiovasculares como infarto e insuficiência cardíaca, entre outros. Daí a importância do check-up médico periódico para a detecção precoce desses fatores de risco, antecipando tratamentos e minimizando possíveis impactos para a saúde do coração.

Receita para a saúde do coração

Hábitos saudáveis e prevenção são a receita para cuidar do coração.

Atividade física Dieta equilibrada Não fumar Dormir bem Check-up periódico

O retorno às atividades físicas é motivo de preocupação. Lesões no coração provocadas pela Covid-19, em geral silenciosas, podem sobrecarregar o órgão durante o exercício físico e, no pior dos casos, causar uma parada cardíaca. Em função disso, a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício (SBMEE) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia lançaram diretrizes para o retorno seguro à prática de exercício físico no pós-Covid.

As entidades recomendam que todas as pessoas que tiverem sido infectadas pelo vírus façam uma avaliação médica antes de voltar aos treinos, de modo a antecipar possíveis riscos para o coração e tratá-los adequadamente.

Estudos têm demonstrado que alguns pacientes recuperados da Covid-19 podem apresentar complicações subsequentes no coração, como inflamações da membrana que envolve o órgão (pericardite) ou do próprio músculo (miocardite).

“Essas lesões cardíacas podem ocorrer em decorrência da infecção pelo coronavírus, mas, na maioria dos casos, o tratamento é simples e a recuperação é total”, pontua Rodrigo.

Efeitos da Covid-19 para o coração

Fontes utilizadas

Cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia:

http://www.cardiometro.com.br/

“Doenças do coração”. Disponível em:

https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/doencas-do-coracao-entrevista/

“Cuidados com o coração: entidades brasileiras lançam orientações sobre volta aos exercícios após infecção pelo coronavírus”.

BBC Brasil. Disponível em:

https://www.bbc.com/portuguese/geral-55076152

“10 curiosidades sobre o coração”. Instituto Mais Saúde. Disponível em:

https://www.institutomaissaude.org.br/blog/saude-e-bem-estar/10-curiosidades-sobre-o-coracaohtm#:~:text=Mesmo%20sendo%20 diferentes%2C%20hepatites%20virais,%2F09%2F2020%20%2D%20UOL%20VivaBem

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