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PERSPECTIVAS PARA O DESIGN DE INFORMAÇÃO NO ÂMBITO DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO :: Brapci ::

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XIV Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (ENANCIB 2013)

GT 8: Informação e Tecnologia

Pôster

PERSPECTIVAS PARA O DESIGN DE INFORMAÇÃO NO ÂMBITO DA CIÊNCIA

DAINFORMAÇÃO

João Augusto Dias Barreira e Oliveira – UNESP/MARÍLIA Maria José Vicentini Jorente – UNESP/MARÍLIA

Resumo

O atual delineamento da sociedade e sua relação com as tecnologias disponíveis transmite com clareza o papel-chave da informação nos ambientes digitais. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), em especial a Internet, possibilitaram o fomento das iniciativas em relação ao acesso, organização, disponibilização e recuperação da informação. Os ambientes informacionais digitais consolidaram-se como palco de atuação do profissional da informação. Esta pesquisa de caráter teórico, descritivo busca definir o termo e disciplina denominada Design de Informação (DI). Delimita-se uma breve análise do termo Arquitetura de Informação segundo estudos recentes de Ronda Léon (2008) e Resmini (2009), que constatam que a área é intrinsicamente ligada ao DI. O segundo momento visa definir de forma concisa a disciplina segundo os marcos históricos apontados por Pontis (2012). Desse modo justifica-se a necessidade de abrir um diálogo interdisciplinar entre a CI e o DI capaz de orientar, aprimorar e expandir a esfera de atuação os profissionais da informação. Todo conhecimento teórico e prático, assim como os métodos e técnicas, desenvolvidos e reconhecidos pelo Design fundamentam a importância de sua aplicação na CI. Neste momento nos atemos a uma conceituação da área, para em um momento seguinte explorar os recursos passíveis de aplicação na prática dos profissionais da informação.

Palavras-chave: Ciência da Informação. Informação e Tecnologia. Design de Informação. Design Informacional. Arquitetura de Informação.

Abstract

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Keywords: Information Architecture. Information Design. Information Science. Information and Technology.

1 INTRODUÇÃO

O atual delineamento da sociedade e sua relação com as tecnologias disponíveis transmite com clareza o papel-chave da informação nos ambientes digitais. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), em especial a Web, possibilitaram o fomento das iniciativas em relação ao acesso, organização, disponibilização e recuperação da informação. Nesse panorama, os ambientes informacionais digitais consolidaram-se como palco de atuação do profissional da informação. A proliferação e importância dos sistemas de informação e sua influência demandam novos olhares acadêmicos, sendo assim, esta análise surge em momento oportuno, visto que os ambientes digitais atuam como suporte do conteúdo informacional textual e imagético.

Objetiva-se nesse artigo reunir estudos que possam cruzar a disciplinaridade da Arquitetura e do Design da Informação visando os aspectos sociais e técnicos voltados a integrar teoria, pesquisa e prática. Nossa iniciativa busca colaborar com a Ciência da Informação (CI) para estudar a criação, representação, organização, aplicação e análise da informação em meio digital. Esta pesquisa de caráter teórico e descritivo busca, nesse sentido, definir o termo e disciplina Design de Informação (DI) para a CI. Delimita-se uma breve análise da disciplina de Arquitetura de Informação (AI) segundo estudos recentes de Ronda Léon (2008) e Resmini (2009), que constatam que a área da CI é intrinsicamente ligada às duas disciplinas mencionadas; um segundo momento visa definir de forma concisa a disciplina do DI segundo os marcos históricos apontados por Pontis (2012).

Em relação aos estudos da disciplina com a CI foram recuperados dois trabalhos, respectivamente do começo dos anos 1990 e 2000 que tratam de enfoques práticos da adoção de medidas visando a colaboração entre o DI e a CI no que tange ao contexto de gestão informacional em ambientes digitais publicado por Orna (1991) e especialmente no contexto da documentação no panorama Web e do documento digital dinâmico apontado por Tramullas (2000). Tais pesquisas refletem claramente a intenção da disciplina de apoiar a CI em dois aspectos, o da informação empresarial e o da informação digital na Web. Infelizmente estes trabalhos não apresentaram continuidade.

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contribuições advindas do Design, em especial na teoria e prática do DI e sua importância para a CI.

2 CRONOLOGIA DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E SUA RELAÇÃO COM

O DESIGN DE INFORMAÇÃO

O marco inicial para a AI segundo Ronda Léon (2008) surge em 1970 com a fundação de uma subdivisão da Xerox na costa leste dos Estados Unidos, nomeada de Palo Alto Research Center (PARC), composto de cientistas especializados em Ciências da informação e Ciências naturais com a missão de criar “uma arquitetura de informação”. O segundo marco apontado são os trabalhos de Richard Saul Wurman, que em 1976 publicou seu artigo, escrito com Joel Katz, com o título “Beyond Graphics: The Archicteture of Information”. Considerado como um dos pioneiros do design informacional, o ponto de vista que integra a disciplina neste período é caracterizado por possuir o foco voltado ao design. Este período é marcado pela consolidação do meio impresso, foco inicial dado por Wurman e outros designers que buscavam a comunicação eficaz de informação. A consolidação do processo de

urbanização fundamentou a prática que este autor vislumbrava como arquiteto, o desejo de entender o mundo ao redor, consolidado por informações visuais textuais e imagéticas. Esta visão permanece como um dos vértices da disciplina do DI, responsável por diversos progressos no desenvolvimento de sistemas de sinalização e localização.

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3 CRONOLOGIA DO CONCEITO DE DESIGN DA INFORMAÇÃO

O termo “Design de Informação” não possui uma única definição e não há consenso sobre os limites da disciplina. A origem da área data das primeiras inscrições em cavernas, ou seja, das primeiras tentativas do homem se comunicar informação de forma eficaz e eficiente por meio da apresentação do conteúdo textual e imagético. Portanto a esta área compete, consequentemente, analisar os processos de visualização da informação pelo usuário. Entre as várias definições da disciplina temos uma noção geral que pode ser resumida de acordo com Jacobson (1999)

Design da informação é definido como arte e ciência de preparar informação para que possa ser utilizada por seres humanos como eficiência e eficácia. Design da informação significa comunicação por palavras, imagens, tabelas, gráficos, mapas e desenhos, por meios convencionais ou digitais. (JACOBSON, 1999, p. 84, tradução nossa).

Para complementar esta definição utilizamos a consideração da Sociedade Brasileira de Design de Informação

Design da informação é uma área do design gráfico que objetiva equacionar os aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos que envolvem os sistemas de informação por meio da contextualização, planejamento, produção e interface gráfica da informação junto ao público alvo. O princípio básico é otimizar o processo de aquisição de informação efetivado no sistema de comunicação analógicos e digitais. (SBDI, 2010).

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Em 1871 a criação da tabela periódica assume outro marco na organização e apresentação da informação visual imagética. O próximo período parte de 1919 até 1933 com a fundação da primeira escola de arte e design do mundo, a Bauhaus, que possuía o objetivo de criar uma ideia racional e funcional do Design visando à diminuição à apenas o essencial, excluindo escolhas sentimentais e distrações visuais. O movimento conhecido como The New Typography, da década de 1920 em Berlim, possui objetivos semelhantes aos da Bauhaus em

relação ao texto. A essência era claridade, com o objetivo de desenvolver a forma por meio das funções do texto, visando aspectos utilitários. O mote estava em considerar a beleza de uma coisa somente quando possuía utilização prática. Em 1930 o movimento Isotype busca utilizar elementos pictográficos para comunicar informação em escala global, os símbolos criados por Otto Neurath possuem o mesmo significado para todas as línguas. Em 1933, Henry Beck cria o diagrama do metrô de Londres utilizando um conjunto fundamental de técnicas do design (PONTIS, 2012).

Para Pontis (2012) o designer checo Ladislav Sutnar, da década de 1940, é considerado o progenitor do design de informação como disciplina, pois atestou a importância da funcionalidade em relação à estética em projetos de design gráfico e a necessidade de controlar e organizar a informação para comunicá-la de forma eficaz. Sutnar foi o primeiro a utilizar os parêntesis para separa os códigos de área e de países no número de telefone. Demonstrou com essa ação essencialmente funcional do design a necessidade de entender, analisar e organizar a informação objetivando uma solução prática e efetiva. Em 1950 a criação do The International Style, uma linguagem gráfica sintética, baseada em um grid matemático que contribuía para organizar a informação e seus elementos de forma clara e padronizada.

A semiologia gráfica de Bertin, de 1963, é um dos livros essenciais em linguagem gráfica para organizar os elementos imagéticos em sete variáveis, como forma, cor e tamanho de acordo com as características e relações da informação que se deseja apresentar. Os princípios da semiótica gráfica desenvolveram uma teoria dos símbolos e dos modos de representação visual. As associações e publicações apresentam um papel fundamental para a disciplina a partir da década de 1960, com a criação da The Society for News Design (SND) em 1979, Information Design Institute (IID) em 1986 na Europa e a Information Design Association nos Estados Unidos em 1991, bem como as publicações como o periódico Visible

Language de 1967 e o Information Design Journal (IDJ) de 1979. Interessante notar que

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O período seguinte de desenvolvimento da disciplina é representado pelo primeiro livro de Edward Tufte, em 1983, introduzindo a ideia que algo eficaz não está relacionado à beleza ou tecnologia, mas sim a uma organização apropriada da forma. O exemplo de apresentação visual do relatório de erros da nave espacial Challenger, denota que Tufte ao tratar dados estatísticos e apresentá-los de forma apropriada foi capaz de exibir uma informação que anteriormente não poderia ser visualizada em outro tipo de representação.

Segundo Pontis (2012) os dois últimos períodos destacam-se pelo trabalho de Richard Saul Wurman em idealizar que o entendimento da informação é tudo. Para existir organização eficaz entender o problema é essencial; sendo assim para o designer gráfico, arquiteto de informação ou designer de informação é necessário reconhecer o poder de organização para otimizar o entendimento, construindo um repertório eficiente de métodos de organização. E finalmente a autora aponta o prêmio internacional Malofiej criado em 1993, que premia anualmente gráficos impressos, especialmente os infográficos jornalísticos. Este evento contribui para reunir e incitar a discussão dos especialistas, estudantes, pesquisadores e profissionais da área. Ao concluir sua análise, corroborada por este pesquisador, Pontis (2012) define que a essência do DI é o entendimento, preconizado por Wurman e sua ligação com a apresentação e organização da informação.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nota-se que muito da história da disciplina é centrada nos suportes informacionais e no usuário paralelamente aos estudos da CI sobre tais assuntos. Sendo assim é possível concluir que a necessidade de informação do usuário, bem como a construção de conhecimento coletivo é inerente ao objetivo da CI e do DI possibilitando a atuação interdisciplinar conjunta. Orna (1991, p.3) destaca que o “Design é o intermediário entre a informação e compreensão”.

É necessário ressaltar que as disciplinas que estudam a informação estão hoje diante do desafio de atualizar-se e de desenvolver novas formas de representação e apresentação do conteúdo informacional textual e imagético para além das tradicionais. Tais usos estão focados na questão da usabilidade e facilidade de compreensão, pois se apresentam como elementos essenciais ao desenvolvimento social, científico e tecnológico dos envolvidos nesta troca de informação.

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passíveis de aproveitamento pela CI. Não nos limitamos a desejar que os profissionais da informação estejam mais aptos a utilizar o DI apenas em sua produção acadêmica e profissional, mas sim que sejam capazes de absorver a essência da disciplina em sua atuação e adaptá-las e possivelmente aprimorá-las à sua realidade. Desse modo incentiva-se a incorporação dos elementos de clareza e facilidade de compressão da informação textual e imagética na comunicação por meio da contribuição interdisciplinar do DI. Com objetivos similares à CI, o DI apresenta-se como uma oportunidade interdisciplinar para os profissionais da informação.

REFERÊNCIAS

JACOBSON, Robert E. Information design. Cambridge: MIT Press, 1999.

JORENTE, M. J. V. Ciência da Informação: mídias e convergência de linguagens na Web. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012.

ORNA, E.; STEVENS, G. Information design and information science: a new alliance?

Journal of Information Science, v. 17, n. 4, p. 197-208, 1991.

PONTIS, S. 20 Information Design Milestones. Mapping Complex Information. Disponível em: <http://sheilapontis.wordpress.com/2012/01/16/20-information-design-milestones/>. Acesso em: 15 jul. 2013.

RESMINI, A; ROSATI, L. A brief history of information architecture. Journal of

Information Architecture, 2009. Disponível em: <

http://journalofia.org/volume3/issue2/03-resmini/>. Acesso em 11 jul. 2013.

RONDA LÉON, R. Arquitectura de Información: análisis histórico-conceptual. No Solo Usabilidad Journal, 2008. Disponível em:

<http://www.nosolousabilidad.com/articulos/historia_arquitectura_informacion.htm>. Acesso

em 22 jun. 2013.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DESIGN DE INFORMAÇÃO (SBDI). Brasil, 2010. Disponível em: <http://www.sbdi.org.br>. Acesso em: 12 jun. 2013.

SOCIETY FOR TECHNICAL COMMUNICATION. Information Design, What´s in a name? In: Society for technical communication special interest group ID newsletter, 2004. Disponível em: <http://www.stcsig.org/id/dmatters/apr01.pdf >. Acesso em: 26 jun. 2013.

TRAMULLAS SAZ, J. Planteamiento y componentes de la disciplina “Information Design”.

Cuadernos de documentación multimedia, 10, 2000. Disponível em: <

http://pendientedemigracion.ucm.es/info/multidoc/multidoc/revista/num10/paginas/pdfs/jtram

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