• Nenhum resultado encontrado

PARASITISMO POR Cryptosporidium spp. EM PSITACÍDEOS MANTIDOS EM CATIVEIRO NO MUNICÍPIO DE CACHOEIRA DO SUL - RS, BRASIL RESUMO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PARASITISMO POR Cryptosporidium spp. EM PSITACÍDEOS MANTIDOS EM CATIVEIRO NO MUNICÍPIO DE CACHOEIRA DO SUL - RS, BRASIL RESUMO"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

PARASITISMO POR Cryptosporidium spp. EM PSITACÍDEOS MANTIDOS EM CATIVEIRO NO MUNICÍPIO DE CACHOEIRA DO SUL - RS, BRASIL

Aleksandro Schafer da Silva1 Silvia Gonzalez Monteiro1 Marcos Kipper da Silva1 João Fabio Soares1 Camila Belmonte Oliveira1 Felipe Pinós de Lima1 Régis Adriel Zanette1 Carini Paschoal Souza2 Edson Luis Salomão3 RESUMO

O objetivo deste trabalho foi relatar o parasitismo por Cryptosporidium spp. em psitacídeos mantidos em cativeiro no município de Cachoeira do Sul, RS, Brasil. Foram analisadas fezes de 338 psitacídeos adultos das espécies Agapornis fisher, A. personatus, Amazona aestiva, A.

pretrei, Ara ararauna, Aratinga mitrata, Nymphicus hollandicus e Psittacula krameri. As amostras de fezes foram analisadas pelo método de Faust e técnica de coloração de Ziehl- Neelsen modificada. Foram observados oocistos do gênero Cryptosporidium nas espécies A.

fisher, A. aestiva, A. pretrei, A. ararauna e N. hollandicus, no entanto, as aves não apresentavam sinais clínicos.

Palavras-chave: Psitacideos, Cryptosporidium, infecção natural.

PARASITISM BY Cryptosporidium spp. IN CAPTIVE PSITTACINES IN THE MUNICIPALITY OF CACHOEIRA DO SUL - RS, BRAZIL

ABSTRACT

The aim of this study was to report the parasitism by Cryptosporidium spp. in captive psittacines in the municipality of Cachoeira do Sul, Rio Grande do Sul state, Brazil. Fecal samples of 338 adult pscittacines from the species Agapornis fisher, A. personatus, Amazona aestiva, A. pretrei, Ara ararauna, Aratinga mitrata, Nymphicus hollandicus and Psittacula krameri were evaluated. The fecal samples were analyzed by the Faust method and stained by the Ziehl-Neelsen modified technique. Oocysts from the genus Cryptosporidium were observed in the species A. fisher, A. aestiva, A. pretrei, A. ararauna and N. hollandicus, however, the birds did not show any clinical signs.

Key words: Psitacines, Cryptosporidium, natural infection.

1Laboratório de Parasitologia Veterinária, Departamento de Microbiologia e Parasitologia da Universidade Federal de Santa Maria. Campus Universitário, Camobi – km 9, Prédio 20, Sala 4232. 97105-900, Santa Maria – RS, Brasil. (sgmonteiro@uol.com.br)

2Curso de Biologia da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Cachoeira do Sul – RS, Brasil.

3Médico Veterinário Autônomo, Cachoeira do Sul – RS, Brasil.

(2)

PARASITISMO POR Cryptosporidium spp. EN PSITACÍDEOS MANTENIDOS EN CAUTIVERIO EN EL MUNICÍPIO DE CACHOEIRA DO SUL - RS, BRASIL

RESUMEN

El objetivo de este trabajo fue relatar el parasitismo por Cryptosporidium spp. en psitacídeos mantenidos en cautiverio en el município de Cachoeira do Sul, RS, Brasil. Fueron analizadas heces de 338 psitacídeos adultos de las especies Agapornis fisher, A. personatus, Amazona aestiva, A. pretrei, Ara ararauna, Aratinga mitrata, Nymphicus hollandicus y Psittacula krameri. Las muestras de heces fueron analizadas por método de Faust y técnica de coloración de Ziehl-Neelsen modificada. Fueron observados oocistos del género Cryptosporidium en las especies A. fisher, A. aestiva, A. pretrei, A. ararauna y N. hollandicus, sin embargo, las aves no presentaban señales clínicos.

Palabras-clave: Psitacídeos, Cryptosporidium, infección natural.

INTRODUÇÃO

A ordem Psittaciformes, pertencente à classe Aves, é uma das ordens com maior número de espécies ameaçadas de extinção e atualmente está dividida em duas famílias:

Cacatuidae, que inclui cerca de 21 espécies compreendendo, as cacatuas (Cacatua spp.) e a calopsita (Nymphicus spp.) e a Psittacidae que abrange cerca de 332 espécies como as araras (Ara spp., Anodorhynchus spp.), papagaios (Amazona spp.), maracanãs (Propyrrhura spp.), periquitos (Brotogeris spp.), tuins (Forpus spp.), maritacas (Pionus spp.), além de espécies africanas (Agapornis spp., Psittacus spp.), asiáticas e da Oceania (Lorius spp.,Trichoglossus spp., Kakapo spp., Nestor spp.) (DEL HOYO et al., 1997). Psittacidae é uma família distribuída pela zona tropical do globo, irradiando-se para zonas subtropicais e frias como a Patagônia e a Nova Zelândia (FORSHAW, 1981).

Cryptosporidium é um protozoário eucarionte da família Cryptosporodidae, pertencente ao filo Apicomplexa, que se reproduz dentro de células epiteliais de órgãos do sistema respiratório e digestivo de vertebrados (FAYER & UNGAR, 1986; XIAO et al., 2004). O gênero Cryptosporidium é descrito parasitando diferentes espécies de aves, entre elas: Aceros corrugatus (calao enrrugado), Argusianus argus (argus gigante), Cygnus atratus (cisne negro), Anser cygnoides (ganso-sinaleiro), Leptoptilos crumeniferus (marabu) e Cacatua molucencis (cacatua-das-molucas) (ROHELA et al., 2005). Este protozoário foi observado por Jacobsen et al. (2006) parasitando intestino, bursa de Fabricius e traquéia de frangos (Gallus gallus domesticus), sendo também, encontrado em fezes de cães, gatos, coelhos, ratos, camundongos e ovelhas, entre outros hospedeiros, inclusive o homem (CAPUANO et al., 2001; BIANCIARDI et al., 2004).

Atualmente 14 espécies de Cryptosporidium são reconhecidas oficialmente, sendo C.

andersoni, C. canis, C. felis, C. hominis, C. muris, C. parvum, C. suis e C. wrairi relatadas em mamíferos, C. baileyi, C. galli e C. meleagridis em aves, C. serpentis e C. saurophilum em répteis e C. molnari em espécies de peixes (XIAO et al., 2004).

O parasito já foi descrito em mais de 30 espécies de pássaros pertencentes as ordens Anseriformes, Caradriiformes, Columbiformes, Galliformes, Passeriformes, Psittaciformes e Struthioniformes. Nos últimos 20 anos, observou-se um aumento de pesquisas sobre criptosporidiose em aves, porém ainda há divergência quanto às espécies de Cryptosporidium que infectam esses animais (SRÉTER & VARGA, 2000). O objetivo deste trabalho foi

(3)

estudar a ocorrência de parasitismo por Cryptosporidium spp. em psitacídeos mantidos em cativeiro no Brasil.

Foram analisadas fezes de 338 psitacídeos adultos de oito espécies diferentes, sendo:

270 amostras de Agapornis fisher (pássaro-do-amor); 30 A. personatus (agapornis mascarado); 12 amostras de Psittacula krameri (periquito-indiano); 10 amostras de Amazona aestiva (papagaio-verdadeiro); 5 amostras de Ara ararauna (canindé); 4 amostras de Nymphicus hollandicus (calopsita); 4 amostras de Aratinga mitrata (mitrata); 3 amostras de Amazona pretrei (charão). As aves analisadas foram oriundas de um criatório concervacionista e do zoológico do município de Cachoeira do Sul – RS. Encontravam-se alojadas em gaiolas individuais ou casais por espécie (separados para coleta de fezes), sendo alimentadas com ração comercial. As fezes recentes foram coletadas individualmente por gaiola, diretamente de cima de jornais, armazenadas em sacos plásticos e mantidas refrigeradas em caixa de isopor com gelo. As amostras foram processadas pelo método de centrífugo-flutuação (Técnica de Faust e cols, 1939) (HOFFMANN, 1987) e pela técnica de coloração de Ziehl-Neelsen modificada por Padma (1963) (SIQUEIRA et al., 1984) e Ederli et al. (2005). A avaliação da carga parasitária foi baseada na classificação de Pinto et al.

(1994) (infecção leve: 1-100 oocistos, moderada: 101-300 oocistos e elevada: mais de 301 oocistos/lâmina) e a identificação dos protozoários foi realizada segundo Rey (2001) e Henriksen & Pohlenz (1981).

Oocistos do gênero Cryptosporidium foram observados nas amostras de fezes de 180 A. fisher que apresentavam infecção leve (120) e elevada (60), oito de A. aestiva com infecção leve (2), moderada (3) e elevada (3), cinco de A. ararauna e quatro de N. hollandicus com infecção leve e infecção moderada em três amostras de A. pretrei. Não se observou o parasitismo pelo protozoário nas espécies A. mitrata. A. personatus e P. krameri (Tabela 1).

Apesar da parasitose observada nos psitacídeos, estes não apresentavam sinais clínicos.

Tabela 1. Avaliação do número de amostras positivas para o gênero Cryptosporidium em psitacídeos mantidos em cativeiro.

Aves Total de

amostras examinadas

Amostras positivas por grau de

infecção parasitaria* Total positivas

(%)

leve moderada elevada

Agapornis fischer 270 120 - 60 66,6

Agapornis personatus 30 - - - 0,0

Psittacula krameri 12 - - - 0,0

Amazona aestiva 10 02 03 03 80,0

Ara ararauna 05 05 - - 100,0

Nymphicus

hollandicus 04 04 - - 100,0

Aratinga mitrata 04 - - - 0,0

Amazona pretrei 03 - 03 - 100,0

* Pinto et al. (1994).

O presente estudo refere-se ao primeiro relato de parasitismo gastrintestinal por Cryptosporidium sp. em psitacídeos das espécies A. fisher, A. ararauna e A. pretrei. No entanto, o gênero Agapornis foi relatado por Tsai et al. (1992) como sendo hospedeiro deste protozoário, sendo o parasito identificado na conjuntiva palpebral e bulbar de A. roseicollis

(4)

(Periquito-angolano).

A presença de Cryptosporidium spp. em fezes de papagaios, também foi relatada por Tsai et al. (1992) em A. aestiva no Japão. Este parasito foi identificado em outros estudos por técnicas de histopatologia ou biologia molecular em aves da ordem Psittaciformes das espécies Psittacus erithacus (papagaio-cinzento) e Psittacula krameri (TSAI et al., 1992;

MORGAN et al., 2000), no entanto, neste estudo o protozoário não foi observado.

Conforme Bianciardi (2004) cães e gatos podem servir como reservatórios de Cryptosporidium spp. e somente sofrerem a doença em casos da baixa na imunidade. Neste trabalho os oocistos de Cryptosporidium spp. foram encontrados em diferentes graus de infecção nas amostras de fezes dos psitacídeos, no entanto, estas aves não apresentaram sinal clínico da doença e podem ser possíveis reservatórios do protozoário.

Com base nos resultados, conclui-se que o gênero Cryptosporidium é um parasito que pode ser encontrado em psitacídeos das espécies A. fisher, A. ararauna, N. hollandicus, A.

aestiva e A. pretrei mantidos em cativeiro no município de Cachoeira do Sul.

REFERÊNCIAS

BIANCIARDI, P. Prevalence of Giardia antigen in stool samples from dogs and cats. Revue Méd. Vet., v.155, p.417-421, 2004.

CAPUANO, D.M.; OKINO, M.H.T.; BETTINI, M.J.C.B. Freqüência de Cryptosporidium sp e Isospora belli em pacientes soropositivos para o HIV na região de Ribeirão Preto, SP – Brasil. Rev. Inst. Adolfo Lutz, v.60, p.11-15, 2001.

DEL HOYO, J.; ELLIOT, A.; SARGATAL, J. Handbook of the birds of the world.

Sandgrouse to cuckoos. Barcelona: Lynx Edicions, 1997. 679p.

EDERLI, B.B.; RODRIGUES, M.F.G.; CARVALHO, C.B. Oocistos do gênero Cryptosporidium em cães domiciliados na cidade de Campos dos Goytacazes, estado do Rio de Janeiro. Rev. Bras. Parasitol. Vet., v.14, p.129-131, 2005.

FAYER, R.; UNGAR, B.L.P. Cryptosporidium spp. and Cryptosporidiosis. Microbiol. Rev., v.50, p.458-483, 1986.

FORSHAW, J.M. Parrots of the world. London: David & Charles, 1981. 630p.

HENRIKSEN, S.M.; POHLENZ, J.F.L. Staining of Cryptosporidia by a modified Ziehl- Neelsen technique. Acta Vet. Scand., v.22, p.594-596, 1981.

HOFFMAN, R.P. Diagnóstico de parasitismo veterinário. Porto Alegre: Sulina, 1987.

156p.

JACOBSEN, G. et al. Cryptrosporidium sp. em intestinos, bursa de Frabricius e traquéia de frangos (Gallus gallus sp.). Ciênc. Rural, v.36, p.682-684, 2006.

MORGAN, U.M. et al. Cryptosporidium meleagridis in an Indian ring-necked parrot (Psittacula krameri). Aust. Vet. J., v.78, p.182-183, 2000.

PINTO, R.M. et al. Helminth parasites of conventionally maintained laboratory mice. Mem.

(5)

Inst. Oswaldo Cruz, v.89, p.33-40, 1994.

REY, L. Parasitologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 856p.

ROHELA, M. et al. Occurrence of Cryptosporidium oocysts in Wrinkled Hornbill and other birds in the Kuala Lumpur National Zoo. Southeast Asian. J. Trop. Méd. Public. Health, v.36, p.34-40, 2005.

SIQUEIRA, L.F.G.; ALMEIDA, R.G.; BELDA, W. Métodos tintoriais utilizados na identificação do Mycobacterium leprae: revisão histológica. Rev. Saúde Pública, v.18, p.246-258, 1984.

SRÉTER, T.; VARGA, I. Cryptosporidiosis in birds – A rewiew. Vet. Parasitol., v.87, p.261-289, 2000.

TSAI, S.S.; HIRAI, K.; ITAKURA, C. Histopathological survey of protozoa, helminths andacarids of imported and local psittacine and passerine birds in Japan. Jpn. J. Vet. Res., v.40, p.61-174, 1992.

XIAO, L. et al. Cryptosporidium Taxonomy: Recent Advances and Implications for Public Health. Clin. Microbiol. Vet., v.17, p.72-97, 2004.

Recebido em: 04/05/2007 Aceito em: 03/12/2007

Referências

Documentos relacionados

Variedade de línguas é um dom sobrenatural sim, para falar na dimensão dos homens e não dos anjos, em mistério, na variedade estamos falando na horizontal com os

e Cryptosporidium spp., e caracterizar molecularmente as espécies de Cryptosporidium em amostras fecais de cordeiros de até um ano de idade do município de

A levedura metilotrófica Pichia pastoris representa uma opção de sistema heterólogo, eficiente e de baixo custo para a produção de altos níveis de proteínas

O que se pode concluir dessas observações é que quando uma seqüência de vogais átonas está em um contexto para a aplicação do sândi, sendo essas iguais

Médias seguidas da mesma letra minúscula, em cada agrupamento de colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey 5% de probabilidade.. Médias mm do teste de comprimento das

excessive precipitation over the Ama-.. zon would be expected during March and April. As not all Amazonian states show negative pre­ cipitation anomalies under the simul­

Conclusão: Após o processo de adaptação transcultural, a versão brasileira da PEM-CY pode ser considerada um instrumento válido e confiável para medir a

Pretendo, a partir de agora, me focar detalhadamente nas Investigações Filosóficas e realizar uma leitura pormenorizada das §§65-88, com o fim de apresentar e