• Nenhum resultado encontrado

Hora trágica D'0UTUBR

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Hora trágica D'0UTUBR"

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

Ooimbra — Outiitor* d« 1917

D'0UTUBR

Dedicado ao 7.° aniversário da Rèpública portuguesa

Pb o p b i e t a r i o João do Almeida Coelho

Composto na CASA TIPOGEAFICA de Alves & Mourão Adro de Cima, 10, 11 e 12 (junto à E. Sargento-mór), Coimbra

Impresso na Tip. de O Desperta — Coimbra EDITOR —.Danton de Carvalho

=

y

Hora trágica

—«vwWVWWWw».-»

Dia a dia, num lodaçal de íngomírçiaâ, se ia afundando o nõme português e poucos eram aquêles que ainda punham fé nos homens da monarquia, tantos e tais eram os seus crimes, tanto e por forma tal se haviam êles desacreditado uns aos outros, descobrindo-se as suas podridões.

A vasa subira e o sorriso de cada um traduzia bem a retplta do sou espírito, sendo ao mesmo témpo a mentira a afloramos lábios, para que os menos cultos se iludissem e confiassem.

Continha sempre, po- rém, êsse fundo de sal a mesma amargura, qme nuns era

• e n o i d o

<0

tf1'

- o * '

* * i

e g o í s m o feroz, mas que em outros era o si- nal inérgico da identi- dade de aspirações, o mesmo

- o ^ e r m e n t o r e v o l t a .

^P o

s o r r

i

8

Q tornou-se de alegria no

dia 5 d'Ontubro de 1910 e a Rèpúblioa foi acolhida simpaticamente pelos indiferentes co- uma consequência fatal dos desvairos e crimes d a monarquia pelos seus homens e como início de uma Nova Era, a da Paz, da Liberdade e da Justiça por todos aqueles que por a Rèpública havíamos combatido, pondo de parte interêsses legítimos e aspirações humanas.

Salvo o punhado de homens guiados por Paiva Couceiro, fanáticos da sua valentia e dignidade, ninguém quiz saber da monarquia e do rei, e só mais tarde, a maior parte das vezes por snobismo, começaram a aparecer fileiras monárquicas', todas elas platónicas e inofensivas, mas mais o seriam e menos serradas e compactas as veríamos, se a Rèpública fosse aquêle ideal que defenderamos, aquela pureza de ânimos, honestidade de sèntimentos, lisura de corações que sonhára- mos e qué proclamáramos no jornal e na tribuna, na caserna e na rua.

As ambições tornaram-se, porém, desmedidas e os homens da Rèpública começaram, para se crearem uma camarilha, aduladores, a pôr ern almoeda a Rèpública, isto com a mesma,

«énao maior, desfarçatez com que o haviam feito os outros, aqueles que afogaram o velho regimen, e que começaram a dar leis na Rèpública, para que àmanhã lhe possam resar os responsos.

De entre os velhos republicanos, alguns dos mais sabe- dores e sãos foram desviados propositadamente; os outros — que sabiam a valor daquêles— arredaram-se voluntariamente

e, de entre os monárquicos náo foi chamado o escos dos seus homens, mas sim os mais aventureiros.

A hora é tragica, mais ainda por culpa e imprevidência do que por as circunstancias de momento.

O pavor apoderou-se dos de cima e êles entregaram-se nas maos d'aqueles que, vê-se agora, só por interêsse proprio, com os olhos em futuros proventos, foram republicanos (pinta- dos), mentindo agora á sua fé (se é que a tiveram) e dando ao extrangeiro, que deseja e promove a nossa desordem, a mais triste prova que se pode dar — a da traição ignominiosa e' com a certeza da impunidade, obrigando o Poder a uma capi- tulação servil.

E' preciso que todos os demais assim não façamos ; antes, pelo contrario, devemos sacrificar-nos quanto humanamente seja possível para que a hora trágica passe depressa, seja apenas um momento na vida da Rèpública, um instante da vida da Nação.

Deixemos aos falsos republicanos, aos maus portugueses a vergonha e o remorço da desordem e unamo-noa todos para que o Poder não capitule a com desordem, não transija com a indignidade.

Os nossos soldados vertem o seu sangue pela Patria e pela liberdade; é preciso que nós não lhes correspondamos com o maior dos crimes, com a mais negra das iugrâtidões.

Nós não podemos saudal-os melhor do gue tornando-nos dignos da sua valentia, do seu esforço e dó seu patriotismo, e, se fizermos o contrario, êles teem a direito e até a obrigação, do nos pedirem contas rigorosas.

J . E . DA COSTA CABRAL.

DERY LADEIRA

Bua Visconde da £uz 65 T e l e f o n e 3 1 1

5 d ? Outubro

Mais tim ano ! No meio de tan- tas lutas e dificuldades, a BèpúbJí- ca vai caminhando.

Não tem seguido o caminho bri- lhante, que esperávamos e pòr ve- zes o desanimo chega a entristecer- nos mas depois reflétindo, medindo bem todas as dificuldades vencicfãs todas as revoltas sufocadas nós voltamos a ter confiança na ideia que tanto nos fez lutar, no progres- so deste Portugal que tanto ama- mos.

Quantos corações, hoje palpitarão recordando, lutas e anceios, mo- /mentos em que"a morte lhes apare-

recia oomo única certeza, vendo perdido o trabalho de tantos anos?

E ainda quantos soldados portu- gueses, descançarão por momentos

as espingardas com que defeiídem a honra portuguesa para estreita- rem fortemente as mãos, para afir- marem que ainda que, longe da Terra-mãe, vendo outros çajanpos dormindq sob outro ceu, eles não esquecem essa gloriosa manhan de õ de outubro de 1910, em que os seus gritos de vitória saudaram o sol nascente.

Não podemos recordar êsse dia, com festas e cânticos, como nos primeiros anos, porque não deve- mos esquecer, que muitas almas

portuguezas estão de luto, que mi- lhares de rapazes — a mocidade de Portugal — j o g a a vida contra os alemães, mas devemos recordar ês- te dia, para ganhar coragem e con- fiança num futuro que ha-de ser melhor numa P á t r i a que ha-de ser mais felia.

Há sete anos, ninguém duvidava,

das intrigas que em volta dela b«

teem levantado, das campanha»

anti-patrioticas que se teem feito, nós nãopodemosaindaduvidar disso.

País saído-dum longo abatimento, que quando começa a fortalecer-se, tem de mandar para os campos de batalha, milhares de braços, Por- tugal consegue ainda assim resistir a tudo, e apesar das atoárdas e boatos que se levantam, das infâ- mias com que por vezes se teritam manchar caratéres e acções, a nos- sa fama não cai, o nosso nome a pronunciado com respeito; a nossa bandeira é ocolhida cota afeio.

Antigamente ' dizia-se que êstô grande Povo que descobriu o mun- do, que atravessara os már"es que d e r a a o múndo extraordinários exemplos de honra e de valor, era um Povo morto, que numa guerra cairia miseravelmente, que num momento de perigo voltaria as cos- tas ao inimigo fugindo cobardemen- te e a Espanha eterno papão com que nos tentam amedrontar era o inipligo cítádo aquele que nos es- magaria. Hoje ninguém pode fazer essa a f i r m a ç ã o . Qs portugueses morrem no campo da batalha, m a s não fogem. As energias antigas, estavam adormecidas, mas não per- didas, Todas as cobardias n a d a mais eram que efeitos da péssima educação dada por gente ignorante.

O meio' em que viviam, aaorme- cèu-lhes os sentimentos belicosos, mas logo que essa influência desa- pareceu, êles vão honestamente, briosamente cumprir o seu dever.

E ' preciso que o seu esforço e o seu sangue se não perca, e para isso basta apenas que os portugue- ses esqueçam odios 0 intrigas, e pensem no bem de Portugal. Quan- do tantos homens se sacrificam sem um queixume, não é lícito que por mesquinhas questões de inte- rêsses, em Portugal se destrua o seu sagrado trabalho.

G . TORRES DOS SANTOS.

•oeMCCttW»

UMA BATA

As ideias são hoje a rasâo única de emancipação dos povos.

Os princípios da Liberdade e da J u s t i ç a arrastam todas as naciona- lidades no caminho do triunfo, marcando-lhes a vitoria.

E um p(|vo tanto mais alto no seu civismo," tanto m a i o r ' na sua grandeza heróica, quanto mais jus- t a ó a causa que defende, mais be- lo o principio que o ilumina.

Por isso o povo português é o maior, é o perdolário que tendo conquistado o mundo canta ainda a vitoria gigante d a sua raça.

O 5 de outubro é o grito da sua fé, é o clamor da ideia ardendo em visões de Beleza e Perfeição.

Libertam-se, e um povo que se li- que a Rèpública seria a salvação berta ó um povo- forte, um povo de Portuga!, e apesar dos odios o invencível-

D E P O S I T O D E C A R V A O E L E U M A 5

Entregas aos domicilio? sem aumento de preços

Adriano A. Bizarro da Fonsêca

C o m i s s õ e s t oonta própria

Representante de Casas Comerciais ftdnbos catalíticos da Serra da Marinha

Simples e compostos. — Sulfato de cobre e enxofre

P A L H A E N F A R D A D A — G E S S O

2 Ô , 2 S - H t r A B A N Ô W m A - 3 0 , 3 2

Endereço tel: CASVÃO Selefonç 4 7 i

Garvio e briquetes das Minas de S. Pedro da Seva

CARVÃO DE SOBRO DE 1.a E 2.a Q U A L I D A D E

SERRA, COKE E LENHA SERRADA

Ç i R U D E Ett C A I X A S D E 3 0 K I L 0 5

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Referências

Documentos relacionados

É importante ressaltar que hoje temos mais gás fornecido para cozinha que o total para ilumina- ção pública ou lâmpadas da cidade (...) Creio que temos um vasto campo para

Preliminarmente, alega inépcia da inicial, vez que o requerente deixou de apresentar os requisitos essenciais da ação popular (ilegalidade e dano ao patrimônio público). No

O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar em saúde, possui respaldo ético legal e técnico cientifico para atuar junto ao paciente portador de feridas, da avaliação

Resultados obtidos nos levantamentos efetuados apontam para a possibilidade de se complementar a metodologia para avaliação de pavimentos atualmente disponível no Brasil através do

Se você não tiver bloqueado automaticamente sua Sala Pessoal no minuto zero, todos os convidados que estiverem esperando no lobby da sua sala pessoal entrarão na reunião quando

Está prevista a redução do Conselho de Administração para 5 membros, dos quais 3 executivos e os restantes dois não executivos.. Os administradores executivos e não

a) Apoio técnico-administrativo e operacional à para conclusão de processos do Projeto FLUXNET: REDE DE MONITORAMENTO DE FLUXOS NO ENTORNO DO LAGO DE ITAIPU. b) Prestar os

d) R$ 32,00 (trinta e dois reais) para os não comissionistas das empresas e redes com mais de 20 empregados, ou com faturamento superior a de enquadramento EPP. II) Empresas que