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E M B U S C A D E L E IT U R A M E L H O R M etas da S ociedade A lem ã de L eitura

A lexander U . M artens

H á m uito não podem os m ais dizer que pertencem os a um a sociedade de leitores, ou seja, que a grande m aioria da população da A lem anha considera m uito natural m anusear a literatura ou, falando m ais m odestam ente, os livros. N a realida-de, o valor do livro com o veículo de divulgação tem decrescido perm anentem ente em relação a outros veículos, m orm ente os eletrônicos. É fácil provarm os essa afirm ativa. N a política do ensino, as bibliotecas públicas passaram a ocupar um posto de im portância m enor e a técnica da com unicação quase já não considera o livro. T am bém não seria difícil constatar os m otivos que levaram a um tal desenvol-vim ento. N os program as dos partidos políticos consta sem pre a m eta do fom ento ao cidadão em ancipado e capaz de criticar, se bem que não se fale que o cam inho que leva a um tal cidadão, tam bém seria atingido provendo-o da capacidade de leitura crítica. N o que tange ao ensino da leitura nas escolas, som os obrigados a concluir tratar-se antes de um a educação para a não leitura.

A função liderante do livro é insofism ável. S egundo o P rofessor W olfgang R . L angenbucher, de M unique, são os livros, e não a televisão, que hoje, com o ontem , m antêm essa função liderante, um a vez que os responsáveis pelos veículos, m esm o que às vezes não o queiram reconhecer, tam bém auferiram dos livros o conhecim en-to que agora arm azenam em outros veículos de inform ação. P ara catalisar as aten-ções da opínião pública, a S ociedade de L eitura A lem ã foi fundada no ano passado, apresentando-se publicam ente a 18 de janeiro últim o. S ua função, segundo os esta-tutos, é constituir-se num a entidade cultural, utilizando-se dos veículos de com uni-cação, a fim de fom entar o livro e a leitura visando ao ensino, à inform ação e ao entretenim ento. A entidade propõe-se tam bém a m elhorar a educação da leitura no lar e nas escolas, fom entando a pesquisa científica em torno ao livro e à leitura.

o

propósito de fundar um a tal instituição nem é novo, nem está desprovido de exem plos. H á m uitos anos funcionam - e com grande êxito - o N ational B ook L eague, da G rã B retanha e o International R eading A ssociation, dos E stados U nidos, que perseguem m etas sem elhantes.

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D urante os últim os quinze anos com m aior ou m enor intensidade, a A ssocia-ção do C om ércio L ivreiro A lem ão já anda tratando de fundar congênere na A lem a-nha e a dem ora desse processo e sua realização têm sua razão de ser. T anto nos E stados U nidos quanto na G rã B retanha, as redes de bibliotecas públicas estão m elhor estruturadas do que entre nós. Isto tam bém se constitui num a das razões do sucesso das organizações fom entadoras da leitura, garantindo não adquirirem essas entidades a fam a de serem em preendim ento com ercial. P or outro lado, entre nós é m ais densa a rede de livrarias, pelo que tam bém a idéia de estabelecer um a socieda-de socieda-de fom ento à leitura sem pre sofre da suspeita de não ser nada m ais que um instrum ento visando a am pliar o faturam ento dos com erciantes do livro.

N aturalm ente, im possível seria evitar que um a atividade bem sucedida da S ociedade de L eitura A lem ã se refletisse tam bém sobre os interesses do com ércio livreiro - e por que não? N o entanto, a fim de evitar que a sociedade se torne o departam ento de relações públicas de editores e livreiros, os estatutos prevêem que os associados dotados de interesse com ercial no que tange ao fom ento do livro e da leitura deverão constituir m inoria nos grêm ios deliberativos da entidade. O artigo refere-se, naturalm ente, a editores e livreiros, no entanto resta saber se bibliotecá-rios interessados em am pliar o núm ero de consulentes de suas bibliotecas ou se escritores não teriam tam bém um interesse com ercial - pelo m enos indireto -no fom ento ao livro e à leitura.

S eja com o for, entre os quatro m em bros da diretoria da S ociedade de L eitura A lem ã só se encontra um elem ento diretam ente ligado ao com ércio livreiro, o presi-dente da A ssociação do C om ércio L ivreiro A lem ão, R olf K eller, os outros m em bros são o P rofessor P eter S chneider, da U niversidade de M ainz, presidente, o P rofessor G ünther P flug, diretor geral da B iblioteca A lem ã, vice-presidente e o jornalista bonense F riedrich L udw ig M üller, tesoureiro.

P or outro lado, o capital que perm itirá à novel entidade funcionar pelos pró-xim os dois anos, sem quaisquer preocupações financeiras, origina-se de duas casas editoras, a K Iett e principalm ente a B ertelsm ann, com dois m ilhões de m arcos. R esta aguardar se se realizará o projeto do tesoureiro M üller, qual seja o de que, a partir de 1979, as despesas estejam garantidas por um grande núm ero de pequenos doadores, ao invés de por apenas dois grandes m ecenas. O com ércio livreiro, o m aior beneficiado, m esm o que se lhe tolha sua ação executiva na entidade, m uito prova-velm ente não corresponderá aos ideais de M üller. Q uem conhece o com ércio livreiro alem ão sabe que ele tem verdadeiro pavor de aplicar em coisas que não lhe parecem indispensáveis ou que não garantam rendas a curto prazo.

212 R . B ras. B iblioteeon. D oe. 10 (4/6): 211-213, out./dez. 1977

N o que tange ao próprio fom ento à leitura, há que esperar providências de ordem prática, ainda assim , ao se apresentar em B onn, a S ociedade, correspondendo bem a um a tradição alem ã, pareceu estar m ais interessada no aspecto científico da infra e da supra-estrutura da justificativa de sua existência. U m a com issão científica divulgou sua análise "F om ento à leitura e política livreira", cujo m aior m érito é o de sintetizar em m uitas palavras aquilo que há m uito conhecíam os, m as que am ea-çava perder-se pelo espargim ento. N o entanto, segundo o P rofessor S chnelder, a atual necessidade científica se esgota com esse relatório, pelo que a entidade já nesse ano tenciona iniciar seu trabalho prático. T rês são as propostas iniciais. E m M ainz será realizada atentatívà de fom entar a leitura junto a crianças e adolescentes, lançando, m ão de organizações públicas já existentes. T entativa sem elhante, dirigida a adultos de diferentes cam adas sociais, tam bém será feita. F inalm ente, em listas seletivas, que não sofram influências dos financeiram ente interessados em livros, tentar-se-á dem onstrar com o é possível utilizar livros com o fonte de inform ações alm ejadas, principalm ente junto àqueles que se encontram em m om entos de transição.

E m tudo e por tudo, um plano sem grandes novidades. E m últim a instância, o êxito ou o m alogro da S ociedade dependerá da inventiva dos responsáveis por sua atividade prática. E m seu estágio final ela contará seis colaboradores. E ntrem entes, já foi encontrado um gerente, intituladci secretário-geral, m ais incum bido de prom o-ver do que de adm inistrar. R eferim o-nos ao cientista literário R olf Z itzlsperger que, por acaso, é assessor do reitor da U niversidade de M ainz, o já citado presidente da S ociedade de L eitura A lem ã, P rofessor S chneider. T endo em vista um salário de 120 m il m arcos anuais, Z itzlsperger vai se ver obrigado a dar tratos à bola.

T ribuna A lem ã, n.o 138, m arço de 197

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