18 de maio de 2021
monitor político
Macro Research - economia@btgpactual.com
Álvaro Frasson - @alvarosfrasson Leonardo Paiva
Luiza Paparounis
Sumário
1. Destaques da Semana ... 3
2. CPI da Pandemia ... 5
3. Reforma Tributária ... 6
4. Reforma Administrativa ... 7
5. Vetos presidenciais e ajustes no Orçamento ... 8
6. Pronampe ... 9
7. MP da Eletrobras ... 10
8. Reajuste de Medicamentos ... 12
10. Alteração do regimento da Câmara ... 13
Esta semana será marcada pelas discussões das pautas reformistas e vetos presidenciais, incluindo pontos do Orçamento.
A agenda desta semana inclui os seguintes temas:
(i) Reforma Administrativa;
(ii) Reforma Tributária;
(iii) MP da Eletrobras; e (iv) Vetos Presidenciais.
Além disso, a CPI da Pandemia segue com suas audiências com ex-membros do governo. Nesta semana, serão ouvidos o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Ao que tudo indica, esta semana será voltada para o entendimento da relação entre o Brasil e a China no processo de aquisição e liberação dos insumos/vacinas e a condução geral da pandemia pelo Ministério da Saúde.
Destaques da Semana
Além disso, está prevista para esta semana a votação na Câmara dos Deputados da MP que trata da capitalização da Eletrobras.
No início da semana, o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), detalhará qual será o plano de trabalho para a tramitação da Reforma Tributária nas casas legislativas. Lira segue defendendo o fatiamento da proposta, tencionando iniciar a discussão pelo PL de unificação do PIS/Cofins.
Também está prevista para esta semana, na quinta- feira, a votação do parecer da Reforma Administrativa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
A análise dos vetos presidenciais, entre os quais estão vetos a pontos do Orçamento e do projeto que recompõe verbas para despesas obrigatórias no Orçamento (PLN 4/21), foi adiada novamente na última semana e remarcada para esta.
Destaques da Semana
CPI da Pandemia
❑ A CPI da Pandemia tem mais uma semana recheada de depoimentos voltados ao entendimento do processo de aquisição de vacinas e insumos pelo governo brasileiro.
❑ Serão ouvidos nesta semana na CPI:
(i) (18/03) Ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo;
(ii) (19/03) Ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
❑ Ernesto Araújo deve ser questionado sobre os relacionamentos do Brasil com o principal fornecedor de IFA, a China, e sobre a compra de vacinas com outros países.
❑ O depoimento de Pazuello, que estava previsto para acontecer há duas semanas, mas foi adiado devido à suspeita de Covid-19 do ex- ministro, é um dos mais aguardados. Os senadores entendem que a experiência de Pazuello a frente do Ministério da Saúde será essencial para o entendimento da gestão do governo durante a crise.
❑ Na última semana, Arthur Lira recebeu o relatório final da reforma tributária da Comissão Mista, formulado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP- PB).
❑ Arthur Lira afirmou que detalhará, no início desta semana, qual será o plano de trabalho para a tramitação da matéria nas duas casas.
❑ Aguinaldo defende em seu substitutivo a votação de uma proposta ampla, com a unificação de impostos federais (IPI, PIS e Cofins) e subnacionais (ICMS e ISS) em um IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Ao mesmo tempo, Arthur Lira e a equipe econômica seguem defendendo o fatiamento da matéria em quatro etapas, por entenderem que facilitará sua aprovação no Congresso.
❑ A primeira fase da reforma seria o PL de unificação do PIS/Cofins por meio da CBS (Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços). O fatiamento do texto no início da tramitação aumentaria a probabilidade de avanço do projeto de lei de unificação do PIS/Cofins.
Reforma Tributária
❑ O relator da Reforma Administrativa na Câmara, deputado Darci de Matos (PSD-PR), apresentou seu parecer na última semana.
❑ Na manhã desta segunda-feira (17/5), foi feita a leitura do relatório e houve pedido de vista.
Darci de Matos prevê que a matéria seja votada no colegiado nesta quinta-feira (20/5).
❑ Se aprovada na CCJ, será criada uma Comissão Especial para discutir a reforma e, depois, seguirá para votação no plenário da Câmara. Arthur Lira tem afirmado que votará a Reforma Administrativa com celeridade (antes da Reforma Tributária) e enviará a proposta para o Senado em julho deste ano.
❑ Contudo, a tramitação provavelmente não será simples e rápida, e sua aprovação ainda é incerta, dada a a falta de consenso entre os congressistas e o Executivo em torno do tema, ainda que as mudanças da reforma venham a valer apenas para novos servidores.
Reforma Administrativa
(PEC 32/2020)
❑ Líderes do Congresso se reuniram nesta segunda-feira para discutir a possibilidade de votação nesta quinta-feira (20/5) dos vetos presidenciais e do projeto de lei que que recompõe verbas para despesas obrigatórias do Orçamento da União de 2021 (PLN 4/21).
❑ Entre os vetos importantes, destacamos os relativos ao Orçamento da União que somam R$
19,8 bilhões
❑ Há um consenso de que a votação dos vetos ao Orçamento e do PLN 4/21 ocorrerá apenas após a pacificação do tema. Com o Orçamento bastante apertado, qualquer recomposição de despesa discricionária acontecerá através de redução de projeção de obrigatória. Não é a melhor solução, mas a reação do mercado provavelmente dependerá do tamanho desse ajuste.
❑ Caso a derrubada de vetos totalize um valor próximo aos R$2,7 bilhões em negociação, a reação tende a não ser significativa.
Vetos presidenciais e ajustes no
Orçamento
❑ Na última semana, a Câmara aprovou o projeto de lei que torna permanente o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), criado para socorrer as empresas durante a pandemia da Covid-19.
❑ O PL segue agora para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.
Pronampe
(PL 4139/20)
❑ A MP que trata da capitalização da Eletrobras está na pauta de votações desta semana.
❑ Na última terça-feira (11/05), o relator da matéria na Casa, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), apresentou parecer preliminar da medida aos líderes partidários.
❑ Após não ser bem recebido pelo governo e pelo mercado, o relatório terá novas alterações. O relator da proposta afirmou que pretende retirar trechos que foram considerados intervencionistas, além de ajustar outros pontos do parecer, entre eles:
(i) a possibilidade da Aneel intervir no mercado livre de energia mediante leilões de energia elétrica de empresas com elevada participação de mercado;
(ii) o fortalecimento da Codesvaf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba).
MP da Eletrobras
(MP 1031/21)
❑ Contudo, há ainda outros ajustes demandados pela equipe técnica do Ministério da Economia que estão em discussão.
❑ Arthur Lira pretende votar a matéria no plenário da Câmara esta semana, visando assegurar que o Senado tenha prazo confortável para analisar a medida (cerca de 1 mês). A MP perde a validade em 22 de junho.
MP da Eletrobras
(MP 1031/21)
❑ Na última semana, o Senado aprovou o projeto de lei que veda o reajuste dos preços de medicamentos em 2021 e suspende os que já foram concedidos este ano.
❑ O PL não incluiu os planos de saúde, ponto que vinha travando a tramitação. Foi decidido que os reajustes de planos de saúde serão discutidos em um projeto de lei separado (PL1.444/2021).
❑ O projeto dos medicamentos seguirá agora para a apreciação na Câmara, onde a votação é incerta.
❑ O governo atuará para evitar a votação/aprovação da matéria.
Reajuste de medicamentos
(PL 939/21)
❑ Na última semana (12/05), os deputados aprovaram o Projeto de Resolução da Câmara (PRC) que muda o Regimento Interno para diminuir requerimentos protelatórios e aumentar o tempo de debate do mérito das propostas na fase de discussão em Plenário.
❑ A mudança qualifica o debate e, simultaneamente, impede a banalização da obstrução, um legítimo direito das bancadas minoritárias. Com isso, aumenta-se a agilidade do processo legislativo.
❑ Entre os principais pontos do projeto estão:
(i) diminuição do tempo de orientação de bancada (1 minuto para 30 segundos);
(ii) (ii) bem como do encaminhamento de requerimentos e votação (de 5 para 3 minutos);
(iii) extinção dos destaques simples e dos
requerimentos de votação fracionada e da discussão por partes.
Alteração do regimento da Câmara
(PRC 84/2019)
PROCESSO DE TRAMITAÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL
Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) Lei Ordinária (PLO)
3/5 Maioria Simples
(308 deputados federais e 49 senadores)
(+ de 50% do total de votos, excluindo abstenções. A maioria absoluta deve estar presente para
ocorrer a votação) Comissões Temáticas (pode ter natureza conclusiva2)
» »
Comissão Especial (CE) Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC)1
» »
2 turnos na Câmara dos Deputados 1 turno na Câmara dos Deputados
» »
Comissões Temáticas (pode ter natureza conclusiva2)
» »
2 turnos no Senado Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ)3
» »
Promulgação 1 turno no Senado»
Sanção (ou veto) presidencial Votos necessários para aprovaçãoTramitação
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC)1
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ)3
1Se rejeitada, um terço dos deputados poderá pedir apreciação preliminar pelo Plenário.
2Isso significa que a proposta não precisará ser votada em Plenário.
3Se rejeitada, um terço dos senadores poderá pedir apreciação preliminar pelo Plenário.
PROCESSO DE TRAMITAÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL
Lei Complementar (PLC) Medida Provisória (MP) Maioria Absoluta Maioria Simples (257 deputados federais e 41
senadores)
(+ de 50% do total de votos, excluindo abstenções. A maioria absoluta deve estar presente para
ocorrer a votação)
Comissões Temáticas Comissão Mista
(pode ter natureza conclusiva» 2) » Comissão de Constituição e Justiça e
de Cidadania (CCJC)1 1 turno na Câmara dos Deputados
» »
1 turno na Câmara dos Deputados 1 turno no Senado
» »
Comissões Temáticas Sanção (ou veto) presidencial (pode ter natureza conclusiva» 2)
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ)» 3
1 turno no Senado» Sanção (ou veto) presidencial TramitaçãoVotos necessários para aprovação
1Se rejeitada, um terço dos deputados poderá pedir apreciação preliminar pelo Plenário.
2Isso significa que a proposta não precisará ser votada em Plenário.
3Se rejeitada, um terço dos senadores poderá pedir apreciação preliminar pelo Plenário.
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