Condições De Uma Boa Alimentação
O regime alimentar deverá fornecer aos animais
quantidades adequadas de:
Energia;
Proteína (quantidade/ qualidade);
Minerais (macro e micro elementos);
Vitaminas;
Água.
E deverá ainda possuir características no que diz respeito a :
Teor de gordura;
Volume;
Ausência de toxidade;
Apetência.
Particularidades Da Digestão Dos Coelhos
Tubo digestivo
A dentição é a de um roedor (2/2i, 0/0c, 5/6m) em que os dentes são de crescimento contínuo;
O ceco alberga uma microflora extremamente densa, constituída essencialmente por bactérias celulolíticas.
Digestão no coelho
A principal originalidade da digestão no coelho reside no funcionamento do cólon proximal.
1- Da boca ao ceco
As partículas alimentares chegam rapidamente ao estômago após a mastigação e ensalivação onde permanecem entre 3 a 6 horas e sofrem transformação por acção proteolítica e pela
pepsina.
No intestino delgado entram em acção as enzimas intestinais, pancreáticas e a bílis havendo absorção.
2- Após o ceco
À saída do ceco e á entrada do cólon há a possibilidade de selecção das partículas consoante o seu tamanho;
O cólon tem a capacidade de realizar dois tipos de actividades diferentes consoante o momento do dia;
Se o conteúdo do ceco chega ao cólon ao começo da manha vai sofrer transformações. A parede secreta um muco que envolve
progressivamente as bolas de conteúdo que as contracções da parede permitiram que se formassem, sendo eliminadas geralmente ao meio-dia e são denominadas fezes moles. O coelho ingere-as directamente do ânus. A este processo denomina-se cecotrofia à coprofagia intermitente e selectiva do coelho.
Se o conteúdo do ceco chega ao cólon noutro momento do dia, tem um destino diferente e é fraccionado. A fracção liquida é em grande parte reenviada para o ceco. A fracção restante é encaminhada pelo cólon e recto e forma as fezes duras ricas em glúcidos parietais que são produzidas à noite.
Particularidades Da Digestão Das Aves
Aparelho digestivo
A cavidade bocal não compreende nem lábios nem dentes, mas um bico que permite a preensão e uma certa fragmentação dos alimentos. As glândulas salivares são pouco desenvolvidas.
O esófago contém um inchaço rico em glândulas, chamado papo, onde se pode armazenar o alimento, ser humedecido e amolecido.
O estômago compreende duas partes:
Um estômago químico, o proventrículo em que a mucosa é rica em glândulas secretoras de ácido clorídrico e de
pepsinogenio, percursor da pepsina.
Um estômago mecânico, a moela.
O intestino delgado, bem equipado em glândulas secretoras.
O intestino grosso, pouco desenvolvido e reduzindo-se praticamente a dois cecos onde ocorrem as fermentações bacterianas. Após um curto recto surge a cloaca, onde se cruzam as vias genital, urinária e intestinal.
Digestão nas aves
Na boca os alimentos são pouco fragmentados e grosseiramente insalivados;
O papo assegura o armazenamento e o amolecimento dos alimentos graças ao muco que é secretado;
O proventrículo secreta em abundância o ácido clorídrico e um pH não muito baixo (3 a 4,5);
A moela apresenta um pH baixo(2 a 3,5) e é onde se dá verdadeiramente a proteólise pela acção da pepsina;
O intestino delgado é o local preferencial da digestão química pela acção das enzimas intestinais e pancreáticas e da bílis;
O ceco é o local das fermentações bacterianas permitindo uma utilização parcial dos glúcidos parietais. Também há uma síntese de vitamina B e níveis importantes de absorção de água e sais minerais.
Particularidades Da Digestão Dos Cavalos
Aparelho digestivo
1- Da boca ao ceco
A cavidade bucal assegura a preensão dos alimentos graças aos seus lábios extremamente móveis e à mastigação. A fórmula dentária é 3/3i, 1/1c (machos), 4/3pm, 3/3m.
O estômago tem capacidade reduzida. O cárdia impede praticamente que o animal vomite; inversamente, o piloro está muito aberto e os alimentos permanecem pouco tempo no estômago.
O intestino delgado representa 1/3 do volume do intestino;
O intestino grosso tem uma grande capacidade e compreende essencialmente o ceco e o cólon, ambos desprovidos de glândulas digestivas.
2- Glândulas anexas
São as mesmas que do porco e dos ruminantes. A saliva não contêm a ptialina e o fígado é desprovido de vesícula biliar.
Digestão do cavalo
Na cavidade bucal a mastigação é extremamente grande com a finalidade de obter triturados finos. A produção de saliva ronda os 40l/dia.
O estômago apresenta as seguintes características:
Um esvaziamento frequente e uma mistura fraca;
No plano mecânico, a fraca mistura e a impossibilidade
de eructação e de vomitar aumentam a predisposição para indigestões e cólicas gástricas;
No plano enzimático, a pepsina é capaz de iniciar a hidrolise das proteínas
O intestino delgado é o local de maior digestão enzimática:
Os açucares simples e o amido são largamente digeridos levando á absorção da glucose;
As proteínas são digeridas principalmente no intestino delgado e é o papel dominante desta digestão que explica a dependência dos equinos da qualidade das proteínas alimentares, ao contrário dos ruminantes. Esta dependência é marcante sobretudo em fases de crescimento e lactação.
Os lípidos são bem tolerados apesar da ausência de vesícula biliar;
Os minerais e as vitaminas alimentares são absorvidos principalmente no intestino delgado com excepção do fósforo em que a absorção definitiva ocorre no cólon.
No intestino grosso as enzimas digestivas do intestino delgado são susceptíveis de continuar a sua acção; entretanto, o essencial da digestão é proveniente de uma actividade microbiana intensa extremamente semelhante à que se desenrola no retículo-rúmen dos ruminantes.
A população microbiana do ceco e do cólon apresenta uma
densidade de micróbios comparável àquela do retículo- rúmen (5 a 7 milhões de microrganismos/g de conteúdo). Esta população é constituída principalmente por bactérias, sobretudo celulolíticas sendo os protozoários relativamente raros.
O amido residual que escapou à digestão no intestino delgado e os glúcidos parietais sofrem uma degradação microbiana formando-se ácidos gordos voláteis (AGV);
À volta de 30% das matérias azotadas digestíveis chegam ao intestino grosso, sofrendo, como nos ruminantes, uma degradação microbiana onde o principal produto final é o amoníaco podendo ser utilizado para a proteosintese microbiana.
Devido a uma fraca absorção aminoácidos microbianos o cavalo tem um aproveitamento modesto, logo, estão dependentes da qualidade das proteínas alimentares.
A microflora do intestino grosso sintetiza vitaminas do complexo B.