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Serviço Municipal de Protecção Civil. - Gabinete Técnico Florestal - Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

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(1)

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios 2008-2012

Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Cascais

CADERNO I

Novembro – 2007

(2)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 1

(3)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 2

ÍNDICE

1. ENQUADRAMENTO DO PLANO NO ÂMBITO DO SISTEMA DE GESTÃO TERRITORIAL E NO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS ... 4

1.1 Identificação dos Componentes do PMDFCI que constituem o Plano Operacional Municipal (POM) ... 8

1.2 Monitorização e Revisão do PMDFCI e actualização do POM ... 8

2. ANÁLISE DO RISCO, DA VULNERABILIDADE AOS INCÊNDIOS E DA ZONAGEM DO TERRITÓRIO ... 9

2.1 Cartografia dos Combustíveis Florestais ... 9

2.2 Cartografia de Risco de Incêndio ... 16

M

APA DE

P

ERIGOSIDADE DE

I

NCÊNDIO

F

LORESTAL E

M

APA DE

R

ISCO DE

I

NCÊNDIO

F

LORESTAL

... 16

2.3 Cartografia de Prioridades de Defesa ... 23

3. EIXOS ESTRATÉGICOS ... 25

3.1 1º EIXO ESTRATÉGICO – Aumento da Resiliência do Território aos Incêndios Florestais ... 26

3.1.1 L

EVANTAMENTO DA

R

EDE

R

EGIONAL DE

D

EFESA DA

F

LORESTA

C

ONTRA

I

NCÊNDIOS

... 26

3.1.2 P

ROGRAMA DE

A

CÇÃO PARA O PERÍODO

2008-2012 ... 35

3.1.3 M

APAS DE

S

ÍNTESE

... 53

3.1.4 P

ROGRAMA

O

PERACIONAL

... 56

3.2 2º EIXO ESTRATÉGICO – Reduzir a Incidência dos Incêndios ... 63

3.2.1 S

ENSIBILIZAÇÃO

... 63

3.2.2 F

ISCALIZAÇÃO

... 68

3.2.3 P

ROGRAMA

O

PERACIONAL

... 68

3.2.4 F

ORMAÇÃO

P

ROFISSIONAL

... 72

3.3 3º EIXO ESTRATÉGICO – MELHORIA E EFICÁCIA DO ATAQUE E GESTÃO DE INCÊNDIOS ... 74

3.3.1 M

EIOS E

R

ECURSOS

... 74

3.3.2 D

ISPOSITIVOS

O

PERACIONAIS

DFCI ... 88

(4)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 3

Dispositivos Operacionais DFCI - ESQUEMA DE COMUNICAÇÃO DOS ALERTAS LARANJA E AMARELO DE CASCAIS ... 89

3.3.3 S

ECTORES

T

ERRITORIAIS DE

DFCI

E

L

OCAIS

E

STRATÉGICOS DE

E

STACIONAMENTO

(LEE) ... 97

3.3.4

V

IGILÂNCIA E

D

ETECÇÃO

... 100

3.3.5 1

ª

I

NTERVENÇÃO

... 104

3.3.6

C

OMBATE

, R

ESCALDO E

V

IGILÂNCIA

P

ÓS

-I

NCÊNDIO

... 106

3.3.7 A

POIO AO

C

OMBATE

I

E

II... 107

3.3.8 P

ROGRAMA

O

PERACIONAL

... 108

3.4 4º EIXO ESTRATÉGICO - Recuperar e Reabilitar Ecossistemas ... 109

3.5 5.º EIXO ESTRATÉGICO – Adaptação de uma Estrutura Orgânica

Funcional e Eficaz... 117

(5)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 4

1. ENQUADRAMENTO DO PLANO NO ÂMBITO DO SISTEMA DE GESTÃO TERRITORIAL E NO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS

A elaboração do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI), é de carácter obrigatório segundo o Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI) e ao abrigo do n.º 2 do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, apresenta os seguintes conteúdos:

1) Enquadramento do Plano no âmbito do Sistema de Gestão Territorial e no Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios;

2) Caracterização do território e respectiva cartografia em formato digital;

3) Análise do risco, da vulnerabilidade aos incêndios e da zonagem do território;

3.1) Cartografia dos Combustíveis Florestais;

3.2) Cartografia de Risco de Incêndio;

3.3) Cartografia de Prioridades de Defesa

4) Definição dos objectivos temporais do plano e quantificação das metas a atingir nos próximos cinco anos;

5) Programas de acção, considerando diversas vertentes (serão expostas no decorrer deste plano);

6) Carta de síntese das intervenções preconizadas nos programas de acção, com revisão anual;

7) Programa operacional:

7.1) Definir os responsáveis pela execução das intervenções previstas nos programas de acção;

7.2) Estimar o Orçamento associado aos programas e respectivas acções identificando as fontes de financiamento;

7.3) Estabelecer os mecanismos e procedimentos de coordenação entre os vários intervenientes na execução do PMDFCI;

8) Identificação das componentes do PMDFCI que constituem o Plano Operacional Municipal (POM), deste município;

9) Definição do Prazo de vigência do PMDFCI;

10) Definição dos procedimentos e da periodicidade da monitorização e revisão do PMDFCI e dos procedimentos de actualização anual do POM.

(6)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 5

A organização deste plano evidenciará todos os pontos atrás mencionados, no entanto, para uma maior facilidade de consulta e uniformização, a nível nacional, este plano seguirá a estrutura dada pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais, através do Novo Guia Metodológico para a elaboração do respectivo PMDFCI, editado em Agosto de 2007.

O Plano de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) define as Acções necessárias à defesa da floresta contra incêndios no município de Cascais, sejam estas de carácter preventivo ou interventivo, prevendo e programando, de forma integrada, as intervenções das diferentes entidades envolvidas perante a eventualidade de ocorrência de incêndios.

Este plano foi desenvolvido pela Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (CMDFCI) de Cascais, cabendo a elaboração do mesmo ao Gabinete Técnico Florestal (GTF), da Protecção Civil Municipal de Cascais (PCMC) e à Associação dos Produtores Agrícolas e Florestais da Estremadura (FLOREST).

Para a elaboração deste Plano o GTF juntamente com a FLOREST realizou diversas reuniões de carácter técnico com o intuito de melhorar e envolver todas as entidades, que de alguma forma pudessem contribuir com as suas acções e programas na implementação deste plano e nos diferentes eixos estratégicos que o compõem.

Entre essas entidades destacam-se a EDP, o Núcleo Florestal Ribatejo, Oeste e Área Metropolitana de Lisboa (NFROAML), o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade / Parque Natural de Sintra-Cascais (ICNB/PNSC) e a Agência Municipal Cascais Natura (CN). Os Projectos de intervenção no âmbito do PMDFCI desta última encontram-se descritos pormenorizadamente no Anexo 2.

Com este plano pretende-se concretizar a nível municipal os objectivos de Defesa da Floresta Contra Incêndios (DFCI), definidos a nível regional e nacional.

Seguindo a estrutura tipo estabelecida pela Portaria n.º 1185/2002, de 15 de Setembro, o exposto na Resolução do Conselho de Ministros n.º 58/2005, de 8 de Março que aprova o Plano Operacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (POPCIF) e alguns mecanismos de gestão territorial, servidões administrativas e restrições de utilidade pública, o Plano pretende integrar-se nos:

(7)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 6

a) PNPPFCI – Plano Nacional de Protecção e Prevenção da Floresta Contra Incêndios;

b) PROF A.M.L – Plano Regional de Ordenamento Florestal da Área Metropolitana de Lisboa;

c) REN – Reserva Ecológica Nacional;

d) RAN – Reserva Agrícola Nacional;

e) Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) para o troço Sintra-Sado;

f) Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT) da Área Metropolitana de Lisboa;

g) POPNSC – regulamento do Plano de Ordenamento do Parque Natural de Sintra-Cascais;

h) Carta de Desporto da Natureza do PNSC – aguarda publicação;

i) PDM – Plano Director Municipal de Cascais;

j) Regime Florestal Parcial – Perímetro Florestal da Serra de Sintra;

O município de Cascais, está integrado em 3 das Sub-regiões Homogéneas, definidas no PROF AML, Sub-regiões essas que passamos a enumerar e a caracterizar sucintamente, segundo a Síntese de Ordenamento do respectivo instrumento de planeamento.

Grande Lisboa

Corresponde à área mais urbana dos concelhos do arco ribeirinho norte de Lisboa. Em termos florestais, como primeira função assume-se o Recreio, enquadramento e estética da paisagem para satisfazer a população urbana. Por outro lado, por apresentar terrenos com elevado risco de erosão, esta sub-região terá como segunda função a Protecção. A Função de Conservação assume aqui também um papel importante no valor que os espaços verdes apresentam.

Sintra

Nesta sub-região está incluído o Parque Natural de Sintra-Cascais e, por esta se caracterizar por terrenos acidentados altamente sensíveis do ponto de vista da erosão, a primeira prioridade funcional desta sub-região é a Protecção, tendo em conta o património paisagístico único que possui. Em segundo lugar está definida a função de Recreio, enquadramento e estética da paisagem. Por fim ficou estabelecida a função de Conservação.

(8)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 7

Arribas

Abrange a faixa costeira desde o Guincho até a Assenta tendo continuidade a Norte com o PROF do OESTE. Como zona de interesse que representa, para esta sub- região ficou estabelecida como função primordial a função de Conservação, em segundo a Protecção devido ao facto de se tratar de uma faixa litoral. Para a terceira função, não só pelo seu valor paisagístico, como também valor apelativo do mar, ficou definida a Função de Recreio.

O PROF AML definiu, também algumas linhas orientadoras inseridas no plano estratégico e medidas de carácter geral de intervenção, no que respeita à Defesa da Floresta Contra Incêndios (DFCI).

Assim para o Município de Cascais, salientamos:

 Diminuição do N.º de Incêndios:

o Intensificação e melhoria da investigação das causas;

o Campanhas de sensibilização;

o Identificar à priori as situações de elevado risco;

o Implementação de medidas de restrição de acessos.

 Diminuição dos Danos e da Área Ardida:

o Aumento da visão coberta pela rede de vigilância fixa;

o Manutenção do bom funcionamento da rede de vigilância fixa e durante um período mais alargado;

o Aumento da implementação de redes de videovigilância, não só para detectar fumos e chamas, como ainda para confirmar denúncias e prevenir falsos alarmes;

o Aumento das medidas de dissuasão através da vigilância móvel;

o Compartimentação dos espaços com implementação de Faixas de Gestão de Combustíveis;

o Promoção, realização de estudos e divulgação da utilização de Fogo Controlado;

(9)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 8

o Aumento da capacidade de resistência dos espaços florestais, através da compartimentação dos maciços florestais com espécies menos vulneráveis;

o Lançamento de programa de beneficiação de pontos de água;

o Implementação de planos anuais de beneficiação de rede viária;

o Aumento do número de brigadas de sapadores florestais;

o Implementação de um programa anual de formação de brigadas de sapadores;

o Avaliação anual do desempenho das brigadas de sapadores florestais.

Na elaboração deste Plano foram consideradas estas linhas orientadoras que se traduziram, em medidas de acções concretas ao longo dos diversos Eixos Estratégicos.

1.1 Identificação dos Componentes do PMDFCI que constituem o Plano Operacional Municipal (POM)

Os programas de acção preconizados em todo o PMDFCI estarão contemplados no POM de forma operacional e seguem o formato exigido pela DGRF.

1.2 Monitorização e Revisão do PMDFCI e actualização do POM

Relativamente ao PMDFCI, o técnico do Gabinete Técnico Florestal (GTF) irá:

1. Elaborar um relatório anual das actividades do GTF;

2. Actualizar de forma permanente as tabelas e dados presentes no plano;

3. Elaborar um relatório anual de participação de todas as entidades enquadradas no PMDFCI;

4. Proceder ao levantamento de campo para rectificar dados e as medidas definidas nos diversos eixos estratégicos;

5. Rever o PMDFCI quando solicitado pela DGRF.

O POM será revisto anualmente, cabendo ao GTF a elaboração de um relatório sucinto sobre o ano transacto e apresentação de sugestões para sua melhoria.

(10)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 9

2. ANÁLISE DO RISCO, DA VULNERABILIDADE AOS INCÊNDIOS E DA ZONAGEM DO TERRITÓRIO

2.1 Cartografia dos Combustíveis Florestais

Mapa de Combustíveis Florestais

Neste ponto será abordada a metodologia usada para a elaboração da carta dos combustíveis florestais, respectivo resultado e comentários.

A caracterização e cartografia das estruturas de vegetação, segue a classificação criada pelo NORTHERN FOREST FIRE LABORATORY (NFFL), com a descrição de cada modelo à qual foi adicionado uma orientação da aplicabilidade ao território continental desenvolvida por Fernandes, P. M. (Quadro 1).

(11)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 10 Quadro 1 – Descrição e Aplicação a Portugal dos modelos de combustíveis

A atribuição de um modelo existente a uma determinada mancha de vegetação, com características mais ou menos homogéneas, pode fazer-se com recurso a determinados critérios predefinidos, a chaves dicotómicas e a chaves fotográficas.

Critérios para a selecção do modelo de combustível

1) Determinar a classe potencial de combustível em termos gerais. Por exemplo:

herbáceas, arbustivo, manta morta, resíduos lenhosos, entre outros.

2) Centrar a atenção sobre a classe de combustível que está a arder ou que é provável que propague o fogo. Por exemplo, se o incêndio ocorre num terreno arborizado, mas muito aberto e no qual existe pasto, a folhada será escassa e o estrato de combustível que propaga o fogo será o pasto. Neste caso deve considerar- se o modelo 2. Na mesma área, se a erva está dispersa, a folhada poderia ser o estrato que propaga o fogo, e nesse caso seria de considerar o modelo 9.

(12)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 11

3) Observar a altura e compactação geral do combustível, especialmente nos modelos de herbáceas e bosque.

4) Determinar quais as classes de combustíveis presentes e estimar a sua influência no comportamento do fogo. Por exemplo, pode existir combustível verde, mas terá esta influência no comportamento do fogo? Podem existir combustíveis grossos, porém estão podres ou decompostos? Deve observar-se os combustíveis finos e escolher um modelo que represente a sua altura, grau de compactação, e de algum modo, a quantidade de combustível vivo e a sua contribuição para a propagação do fogo. Há que evitar deixar-se confundir pelo nome do modelo, o qual é apenas indicativo.

Em virtude de o Quadro 1 não integrar um modelo referente a ausência de combustível, optou-se por classificar essas situações como modelo “0”.

Chave para identificação de modelos de combustível

Foi criada uma chave de identificação como ajuda para a eleição de cada modelo (Tradução baseada na publicação do ICONA: "Clave fotografica para la identificación de modelos de combustible". Ministerio de Agricultura Pesca y Alimentacion, Espanha).

I. O fogo propaga-se principalmente pelas herbáceas. A velocidade de propagação esperada é de moderada a alta, com intensidade de fogo (comprimento da chama) baixa a moderada.

A. As herbáceas têm estrutura fina, geralmente com altura inferior ao nível do joelho, e está seco ou quase todo morto. O pasto é praticamente contínuo.

Ver descrição do modelo 1.

B. As herbáceas estão geralmente situadas por baixo de arvoredo aberto ou matos dispersos. A folhada do estrato superior está incluída, porém são as herbáceas que conduzem o fogo. A velocidade de propagação esperada é mais lenta do que no modelo 1 e a intensidade é inferior à do modelo 3.

Ver descrição do modelo 2.

(13)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 12

C. As herbáceas têm estrutura grossa, com altura superior ao nível do joelho (cerca de 1m) havendo dificuldade em caminhar através delas.

Ver descrição do modelo 3.

II. O fogo propaga-se principalmente pelo mato, ou pela folhada debaixo do mato.

As velocidades de propagação esperadas e as intensidades de fogo (comprimento da chama) são moderadas a altas.

A. A humidade do combustível vivo pode ter efeito significativo sobre o comportamento do fogo.

1. O mato tem cerca de 2m de altura, com cargas pesadas de combustível morto (lenhoso). Esperam-se fogos muito intensos, com altas velocidades de propagação.

Ver descrição do modelo 4.

2. O mato tem cerca de 0,6m de altura, com cargas ligeiras de folhada do próprio mato por baixo. Esta folhada pode propagar o fogo, especialmente com vento fraco.

Ver descrição do modelo 5.

B. Os combustíveis vivos estão ausentes ou estão dispersos. A altura média do mato está entre 0,6 e 1,2m. O mato requer ventos moderados para propagar o fogo.

Ver descrição do modelo 6.

C. O tipo de formação vegetal são matos inflamáveis de 0,6 a 1,2m de altura.

Ver descrição do modelo 7.

III. O fogo propaga-se principalmente pela folhada debaixo das árvores. As velocidades de propagação são baixas ou moderadas; a intensidade do fogo (comprimento da chama) pode variar de baixa a alta.

A. O combustível superficial é principalmente a folhada das árvores. Os combustíveis grandes estão espalhados por cima da folhada. Os combustíveis verdes estão tão dispersos que são desprezáveis para o comportamento do fogo.

1. A folhada morta está densamente compactada e é proveniente de coníferas de folha curta (5cm ou menos) ou de folhas de folhosas.

Ver descrição do modelo 8.

(14)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 13

2. A folhada está muito pouco compactada.

Ver descrição do modelo 9.

B. Existe uma quantidade significativa de combustível mais grosso. Este tem agregado ramos ou raminhos, ou está parcialmente partido. Os combustíveis grossos estão bastante bem distribuídos sobre a área. Algum do combustível é provavelmente mais baixo do que o nível do joelho, podendo no entanto haver algum combustível mais alto.

Ver descrição do modelo 10.

IV. O fogo propaga-se principalmente pelos resíduos de exploração, resultantes de cortes ou de tratamentos silvícolas. As velocidades de propagação e a intensidade do fogo (comprimento da chama) são baixas ou muito altas.

A. Os resíduos são velhos e estão cobertos de plantas que cresceram entre eles.

1. Resíduos de folhosas. As folhas já caíram e estão secas. Quantidade considerável de vegetação (herbáceas altas) cresceu entre os resíduos encontrando-se seca.

Ver descrição do modelo 6.

2. Resíduos de coníferas. As agulhas já caíram e quantidade considerável de vegetação (herbáceas altas) cresceu entre os resíduos.

Ver descrição do modelo 10.

B. Os resíduos são recentes (0 a 3 anos de idade) e não demasiado compactados.

1. Resíduos não contínuos. Folhada ou pequenas quantidades de herbáceas ou mato devem estar presentes para ajudar a conduzir o fogo, porém ainda assim, os resíduos são os principais condutores. Os combustíveis vivos não têm um papel significativo no comportamento do fogo. A altura dos resíduos é de cerca de 0,3m.

Ver descrição do modelo 11.

2. Resíduos que cobrem todo o solo (maior carga do que no modelo 11), ainda que possa haver algumas zonas de solo nu ou ligeiramente cobertas. A altura média dos resíduos é de cerca de 0,6m e não estão excessivamente compactados.

Aproximadamente metade das folhas podem estar presas aos ramos, mas não secas.

Os combustíveis vivos estão ausentes ou não se espera que afectem o comportamento do fogo.

Ver descrição do modelo 12.

(15)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 14

3. Resíduos que formam uma camada contínua ou quase contínua (carga mais pesada do que no modelo 12), não excessivamente compactada; com altura média de cerca de 1m. Aproximadamente metade das folhas estão presas aos ramos mas encontram-se secas, ou então todas as folhas estão presas aos ramos mas continuam verdes. Não se espera que os combustíveis vivos afectem o comportamento do fogo.

Ver descrição do modelo 13.

4. Igual ao ponto 3, com a diferença de que todas as folhas estão presas aos ramos e já estão secas.

Ver descrição do modelo 4.

Os modelos apresentados bem como a metodologia para a classificação dos modelos de combustíveis florestais foram baseados nos Apêndices ao Guia Metodológico.

Com base na classificação anterior e através do levantamento de campo realizado pelos técnicos da FLOREST e do GTF, obteve-se a distribuição da superfície do concelho, por modelo de combustível presente na Figura 1 – Mapa dos combustíveis Florestais do concelho de Cascais.

Figura 1 – Mapa dos Combustíveis Florestais do Concelho de Cascais

(16)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 15 Quadro 2 – Distribuição da superfície das freguesias do município de Cascais por modelo de combustível,

expressa em percentagem

Através da análise do Mapa da figura 1 (dos combustíveis florestais), juntamente com o Quadro 2, verifica-se que, para todas as freguesias do município, o modelo com maior representatividade é o “0”, referente à ausência de combustível.

No entanto, freguesias como Alcabideche, Cascais e Carcavelos merecem especial atenção nas acções a desenvolver nos diferentes eixos estratégicos.

A freguesia de Alcabideche, apresenta valores mais elevados nos modelos “5”, “6”

referentes ao Grupo Arbustivo (Matos), estes têm maior representatividade face aos restantes. Nesta freguesia verificou-se, com a realização do trabalho de campo e com a elaboração e avaliação do mapa, que os matos têm cerca de 0,6 a 2 metros de altura. Esta situação leva a que possa existir propagação do fogo, mesmo com ventos de baixa intensidade, devido à folhada existente por baixo dos matos.

Em relação à presença de combustíveis arbustivos, tal como é o caso, é necessário ter presente que é um estrato vegetal que muitas vezes proporciona o aumento de proporção de um incêndio florestal, pelo que merecem atenção redobrada, sobretudo no planeamento das Acções do 1º e 3º Eixos Estratégicos.

Grupo Modelo Alcabideche Cascais Carcavelos Estoril Parede S. Domingos Rana

- 0 38,36 58,16 73,53 75,37 82,83 86,11

Herbáceo

1 2,40 2,44 0 0 0 0

2 5,29 8,76 0 0 0 0

3 4,20 1,97 0 0 0 0

Arbustivo

4 9,55 5,46 17,44 6,00 12,31 11,95

5 13,01 4,25 0 1,24 0 0,19

6 19,64 5,64 0,87 1,71 0,30 0,03

7 5,96 11,17 8,15 15,29 4,57 1,72

Manta Morta

8 0,07 0 0 0 0 0

9 1,45 0,24 0 0,39 0 0

10 0 0 0 0 0 0

Resíduos Lenhosos

11 0,05 1,88 0 0 0 0

12 0 0,02 0 0 0 0

13 0 0 0 0 0 0

(17)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 16

Relativamente a outros modelos em enfoque, destacam-se os modelos “4” e “7”

respectivamente nas freguesias de Carcavelos, Parede, S. Domingos de Rana, Cascais e Estoril. Estes modelos de combustíveis florestais apresentam uma continuidade horizontal e vertical do combustível, que irá influenciar o comportamento e a propagação do fogo. No entanto é de referir que algumas destas áreas, nomeadamente na freguesia de Carcavelos, Estoril e S. Domingos de Rana irão sofrer alterações, quanto à ocupação do solo, como previsto no PDM.

2.2 Cartografia de Risco de Incêndio

MAPA DE PERIGOSIDADE DE INCÊNDIO FLORESTAL E MAPA DE RISCO DE INCÊNDIO

FLORESTAL

A Carta de Risco de Incêndio Florestal tem como objectivo apoiar o planeamento de medidas de prevenção aos fogos florestais, assim como optimizar os recursos e infra- estruturas disponíveis para a defesa e combate a nível municipal.

A Carta de Risco de Incêndio Florestal, para este município, foi produzida através de um modelo desenvolvido pelo Instituto Geográfico Português, recorrendo às variáveis fisiográficas que podem explicar, de forma relevante, a variabilidade espacial do risco de incêndio florestal dentro da área do município. As variáveis fisiográficas utilizadas foram as seguintes:

- Declives;

- Exposição solar;

- Demografia (densidade populacional por km²);

- Uso e ocupação do solo (vegetação);

- Rede viária (distância e densidade);

- Vigilância (bacias de visão da rede de postos de vigia).

Para o cálculo do índice de risco de incêndio foi utilizado um modelo simples aditivo ponderado, criado a partir do modelo proposto por Almeida et al., (1995).

A carta de índice de risco de incêndio é obtida através da sobreposição das diversas cartas anteriormente produzidas, reclassificadas em função do seu contributo para o

(18)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 17

perigo potencial de incêndio. O modelo é organizado de modo a que o índice de risco de incêndio varie entre zero (perigo mínimo) e mil (perigo máximo). A grande amplitude de valores do índice permite reclassificar as cartas com valores inteiros (sem perda de rigor), e trabalhar os ficheiros. O cálculo dos coeficientes a afectar a cada variável ou "layer" foi ponderado utilizando uma análise de processamento hierárquico, que com base nos trabalhos já efectuados, e na experiência dos inquiridos, (foi utilizada uma metodologia de ponderação por inquérito), tornou possível quantificar o coeficiente de risco a afectar a cada situação. A ponderação das variáveis está sistematizada no Quadro 3.

Amplitude de valores

Contribuição de cada classe Para o valor de risco de

cada critério

Contribuição do critério para o valor do risco de

incêndio potencial

% valor % valor máximo

do critério

Ocupação do solo

classe 1ª 100 590

59 590

classe 2ª 80 472

classe 3ª 70 413

classe 4ª 40 236

classe 5ª 30 177

classe 6ª 10 59

classe 7ª 1,5 9

Declives

acima de 40% 100% 210

21 210

30-40% 66,67 140

20-30% 22,38 47

10-20% 11,43 24

0-10% 3,81 8

Rede Viária

Proximidade à Rede Viária

até 25 m 100% 70

7 70

25-50 m 46,32 32

50-100 m 20,58 14

100-150 m 9,55 7

Densidade de Caminhos agrícolas e

Florestais

Inf. a 5m/ha 50 35

5 - 12,5 m/ha 23,52 16

12,5 - 20 m/ha 10,29 7

20 - 30 m/ha 5,14 4

30 - 40m/ha 5,14 4

40 - 65 m/ha 10,29 7

65 - 80 m/ha 23,52 16

Sup.a 80m/ha 50 35

Exposições

135 - 225 º 100% 60

6 60

225 - 315º 57,45 34

45 - 135º 21,28 13

315 - 45º 6,38 4

-1 Plano 0% 0

(19)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 18 Quadro 3 – Ponderação dos critérios, apresentados segundo o grau de importância para o risco de

incêndio potencial (adaptado de Almeida et al. (1995))

As classes de risco de incêndio resultantes estão definidas no seguinte quadro (Quadro 4):

RISCO DE INCÊNDIO

De 1 a 100 100 a 200 200 a 350 350 a 700 700 a 1000

Muito Baixo Baixo Médio Elevado Muito Elevado

Quadro 4 – Classes de Risco de Incêndio

As variáveis que mais contribuem para o aumento do risco de incêndio são: o tipo de vegetação (principalmente o estrato arbustivo e florestas contínuas da mesma espécie), os declives acima de 30%, a proximidade da rede viária e os locais ocultos relativamente à vigilância.

Para a realização da cartografia de risco, foram utilizadas diversas fontes e valores de referência, tais como, os valores económicos referidos nas Estratégia Nacional para as Florestas, e para os valores de reconstrução para o ano de 2007 utilizaram-se os valores publicados na Portaria n.º 1152/2006, de 30 de Outubro (Quadro 5).

Assim pretende-se estimar o valor dos bens e serviços a perder no momento e/ou custo de reposição.

A metodologia usada para produzir o Mapa da Perigosidade foi a metodologia SCRIF, não parecendo oportuno detalhar neste Plano, este tipo de metodologia.

Apresenta-se de seguida alguns conceitos do modelo de Risco:

O Dano Potencial de um elemento é o produto do seu Valor Económico pela Vulnerabilidade que lhe é intrínseca. Um elemento que tenha elevado valor económico

Densidade demográfica

até 250 hab /Km2 100% 40

4

40

Entre 250 e 1500 hab/Km2 21,05 8

Acima de 1500 hab/Km2 100% 40

Visibilidade por postos de vigia

Oculto 100% 30

3 30

visível por 1 posto 11,71 4

visível por 2 ou mais postos 6,31 2

(20)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 19

mas seja totalmente invulnerável, terá um dano potencial nulo por quanto não será afectado pelo fenómeno. Inversamente, o dano potencial será tanto maior quanto a vulnerabilidade seja próxima de 1 e o seu valor económico elevado. Os valores usados no cálculo desta variável estão representados no quadro 5.

Assim a Vulnerabilidade expressa o grau de perda a que um determinado elemento em risco está sujeito. Elemento em risco é uma designação genérica para as populações, bens, actividades económicas, etc., expostos à perigosidade e deste modo, em risco (admitindo que tenham valor).

A vulnerabilidade é expressa numa escala de zero (0) a um (1), em que zero (0) significa o elemento é “resistente” ao fenómeno, não ocorrendo qualquer dano, e um (1) significa que o elemento é totalmente destrutível pelo fenómeno.

O Valor Económico é o valor de mercado em euros (ou na divisa aplicável ao local) dos elementos em risco. Permite quantificar o investimento necessário para recuperar um elemento, em função da sua vulnerabilidade, após destruição ou perda de performance por exposição a um fenómeno danoso.

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 20 Quadro 5 – Valores de referência para a vulnerabilidade e valor económico

O Quadro 5, já referido anteriormente, foi retirado do novo guia metodológico editado pela DGRF em Agosto de 2007. Os seus dados/valores vão ser incluídos na fórmula abaixo indicada permitindo determinar o Dano Potencial de cada tipo de ocupação do solo (ex.: edificado para habitação, solo agrícola, solo florestal, entre outros).

O concelho de Cascais, segundo o guia está inserido na Zona I de edificado para a habitação.

A fórmula final utilizada foi:

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 21

Resultaram como produtos finais desta metodologia dois Mapas:

 Mapa de Perigosidade de Incêndio Florestal (Figura 2) – contabiliza o risco estrutural. É através da análise desta mapa que são definidas a maioria das acções de prevenção.

Figura 2 – Mapa de Perigosidade de Incêndio Florestal do Concelho de Cascais

Combinando a probabilidade e a susceptibilidade, este mapa apresenta o potencial de um território para a ocorrência de “incêndios”, ou seja, permite responder “onde tenho maior potencial para que o “incêndio” ocorra e adquira maior magnitude”. O mapa de perigosidade é particularmente indicado para acções de prevenção.

Verifica-se que para o concelho de Cascais a perigosidade é alta e muita alta nas freguesias de Alcabideche e Cascais e em algumas áreas dispersas nas restantes freguesias. É também nestas freguesias que se encontram as maiores manchas florestais e zonas de incultos, que confinam com os aglomerados populacionais (ver mapa do uso e ocupação do solo – caderno II).

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 22

As acções de prevenção integradas nos diferentes eixos tiveram em consideração a análise do mapa de perigosidade e são na sua maioria dirigidas para estas duas freguesias, como se poderá verificar ao longo do caderno I (exemplo o delineamento das rotas de vigilância).

 Mapa de Risco de Incêndio Florestal (Figura 3) – contabiliza além do risco estrutural a vulnerabilidade e o valor económico.

Figura 3 – Mapa de Risco de Incêndio Florestal do Concelho de Cascais

O mapa de risco combina as componentes do mapa de perigosidade com as componentes do dano potencial (vulnerabilidade e valor) para indicar qual o potencial de perda em face do “incêndio”. Quando o “incêndio” passa de uma hipótese a uma realidade, o mapa de risco informa o leitor acerca do potencial de perda da cada lugar cartografado, respondendo à questão “onde tenho condições para perder mais?”.

O mapa de risco de incêndio florestal é particularmente indicado para acções de prevenção quando lido em conjunto com o mapa de perigosidade, e para planeamento de acções de supressão.

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 23

Da análise deste mapa, verifica-se que as freguesias de Cascais, Parede, Estoril, Carcavelos e Alcabideche têm um risco de incêndio muito elevado, no entanto, salienta-se o facto que são também estas freguesias que detêm uma maior e mais elevada percentagem de áreas sociais (ver mapa de perigosidade de incêndio florestal do concelho), que estão directamente associadas a um valor económico muito elevado e a um valor relativamente elevado de vulnerabilidade (Quadro 5).

No entanto, constatou-se que as áreas sociais das freguesias de Alcabideche e Cascais merecem especial atenção pois estas limitam com áreas florestais e áreas de matos, sendo que na ocorrência de um incêndio florestal a probabilidade de perda de pessoas e bens é muito mais elevada.

Estes dois factos reflectem-se igualmente no Mapa de Prioridade de Defesa, que se obtém com a conjunção do Mapa de Perigosidade e do Mapa de Risco.

2.3 Cartografia de Prioridades de Defesa

Mapa de Prioridades de Defesa

A elaboração do Mapa de Prioridades de Defesa realiza-se pela sobreposição aos polígonos de risco de incêndio florestal (alto e muito alto), de outros elementos não considerados no modelo de risco, com reconhecido valor ou interesse social, cultural, ecológico ou outros (DGRF, 2007). O objectivo deste mapa (Figura 4) é identificar quais os elementos que interessa proteger, constituindo para esse fim prioridades de defesa.

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 24 Figura 4 – Mapa de Prioridades de Defesa do Concelho de Cascais

Com a análise deste mapa verifica-se a existência significativa da classe de risco de incêndio muito alto e alto, observando-se a presença de elementos com reconhecido valor (habitats, flora e fauna) nos locais classificados com risco de incêndio alto e muito alto, destaca-se como exemplo o Parque de Natural Sintra-Cascais.

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 25

3. EIXOS ESTRATÉGICOS

Tendo em conta os objectivos estratégicos prioritários definidos pelo PNDFCI, o PMDFCI do município de Cascais e a sua caracterização territorial, foram definidos os seguintes objectivos:

- Aumentar a resiliência do território aos incêndios florestais (promover a gestão florestal e intervir preventivamente em áreas estratégicas);

- Reduzir a incidência dos incêndios (melhorar o conhecimento das causas dos incêndios e das suas motivações).

As linhas orientadoras para o município de Cascais, para o ordenamento e defesa da floresta contra incêndios para os próximos 5 anos, centram-se, sobretudo, na Prevenção e na Vigilância. Estas duas vertentes assumem extrema importância para a preservação do património florestal.

Na área da Prevenção a aposta vai para a responsabilização das populações através de Campanhas de Sensibilização e de esclarecimento à população em geral, sem esquecer a Silvicultura Preventiva com a Criação de Novas Faixas de Gestão de Combustível, principalmente junto dos aglomerados populacionais e rede viária.

A Vigilância será outra vertente que a CMDFCI pretende vir a reforçar, com o objectivo de melhorar a capacidade de dissuasão e fiscalização.

(27)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 26

3.1 1º EIXO ESTRATÉGICO – Aumento da Resiliência do Território aos Incêndios Florestais

Objectivo Estratégico: Promover a gestão florestal e intervir preventivamente em áreas estratégicas.

Objectivos Operacionais: Proteger as zonas interface Urbano/Floresta e implementar um programa de redução de combustíveis, através das Faixas de Gestão de Combustíveis, melhoria em termos da operacionalidade e eficácia da Rede Viária Florestal e da Rede de Pontos de Água, além de uma Rede de Vigilância e Detecção na continuidade dos procedimentos de anos anteriores, nomeadamente, a nível de coordenação, dinâmica e com formação especializada.

3.1.1 L

EVANTAMENTO DA

R

EDE

R

EGIONAL DE

D

EFESA DA

F

LORESTA

C

ONTRA

I

NCÊNDIOS

3.1.1.1 Redes de Faixas e Mosaico de Parcelas de Gestão de Combustível

Figura 5 - Mapa de Faixas e Mosaicos de Parcelas de Gestão de Combustível do Concelho de Cascais

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No mapa da Figura 5, as faixas em torno dos aglomerados populacionais são as mais representativas, com predominância na freguesia de Alcabideche onde é mais evidente o interface entre o meio urbano e o rural, sendo fulcral a protecção dos aglomerados populacionais para a salvaguarda dos habitantes e dos seus bens.

Freguesia

Código da descrição da

faixa

Descrição da faixa Área Unidades

Alcabideche

2 Aglomerados Populacionais 328.42 ha

8.26 %

3 Zonas de Recreio Florestal 9.15 ha

0.45 %

4 Rede Viária Florestal 153.02 ha

3.85 %

7 Linhas de Alta Tensão 18.19 ha

0.46 %

10 Linhas de Média Tensão 57.12 ha

1.44 %

Sub-Total 565.9 ha

14.45 %

Cascais

2 Aglomerados Populacionais 275.27 ha

13.56 %

3 Zonas de Recreio Florestal 20.43 ha

1.01 %

4 Rede Viária Florestal 21.59 ha

1.06 %

10 Linhas de Média Tensão 47.91 ha

2.36 %

Sub-Total 365.2 ha

17.98 %

Total 002 603.69 10.05

Total 003 29.58 0.49

Total 004 153.02 2.55

Total 007 18.19 0.30

Total 010 105.3 0.80

Total FGC e Mosaicos 852.39 14.19 Quadro 6 – Distribuição, por freguesia, da área ocupada, por descrição de faixas e mosaicos de parcelas

de gestão de combustível

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 28

Foi definido como prioritário neste eixo, as áreas do perímetro do Parque Natural de Sintra-Cascais e a área de Ribeira das Vinhas, estando apenas abrangidas as freguesias de Alcabideche e Cascais, onde foram identificadas a faixas de gestão de combustível junto dos aglomerados populacionais, Linhas de Alta e Média Tensão, Rodoviária, Parque Campismo e de Merendas.

Nas áreas quantificadas no Quadro 6, para cada faixa de gestão de combustível por freguesia, estão incluídas áreas que pelo tipo de ocupação que têm (pedreiras, …) não irão sofrer qualquer tipo de intervenção.

Podemos analisar que as faixas de protecção à Rede Viária (Florestal), estas estão em grande parte localizadas na freguesia de Alcabideche com 180,58ha de um total de 209,09ha.

Analisando as diversas faixas e mosaicos de parcelas de gestão de combustível, destaca-se o seguinte:

 Foram estipulados no total 984,64ha de faixas e mosaicos de parcelas de gestão de combustível, divididos em 598,29ha na freguesia de Alcabideche e 386,35ha na freguesia de Cascais perfazendo respectivamente 60,76% e 39,24%, da área total;

 As Faixas de Gestão de Combustível associadas aos aglomerados populacionais totalizam 65,65 %, ou seja 646,45ha nas duas freguesias mencionadas anteriormente;

 Em relação às faixas de protecção das linhas de alta e média tensão, identificou-se um total de 97,6ha, verificando-se que a sua maioria está localizada na freguesia de Alcabideche com 61,9ha. Não existindo Linhas de Alta Tensão (LAT) na freguesia de Cascais. Nas restantes freguesias as faixas de protecção das LAT, não carecem de intervenção;

 Aos Parques de Merendas e ao Parque de Campismo foi estipulada uma faixa de gestão de combustível de 100 metros com uma área total de 31,50ha.

Das diversas reuniões técnicas, que o GTF promoveu junto das entidades, que de alguma forma estavam envolvidas na DFCI do concelho, salienta-se a reunião com a

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 29

EDP, que teve como objectivos, analisar a constituição da Rede Secundária de Faixas de Gestão de Combustível a estabelecer sobre troços de linhas áreas de distribuição de energia eléctrica de alta e média tensão; ajustar o plano plurianual de execução tendo em conta o risco, o volume de trabalho a realizar em cada ano, a existência de condições para transporte e depósito dos materiais retirados; autorizações dos proprietários dos terrenos atravessados pelos referidos troços de linha aérea.

Assim desta reunião concluiu-se que na constituição das Redes Secundárias sobre traçados de linhas aéreas de AT/MT, foram tidos em conta os seguintes critérios:

 Somente em zonas florestais;

 Sobre traçados de LAAT (com uma largura de 25m);

 Sobre traçados de LAMT de estrutura (com uma largura de 15m).

Nas restantes, aplicar-se-á o Decreto Regulamentar 1/92 de 28 de Fevereiro.

ANO PLANO REVISÃO

LAAT LAMT LAAT LAMT

2007 - -

2008 0,094 1,125

2009 0,211 2,532

2010 0,211 2,532

2011 0,211 2,532

2012 0,21 2,532

Unidade = hectares

As intervenções prevêem a poda (“decote”) visando a redução da altura quando as árvores pertencerem a espécies protegidas, e corte das restantes. A cartografia das áreas, com a respectiva calendarização anual será acordada com a EDP no início de 2008, assim como as datas relativas às manutenções que ultrapassaram o prazo do presente Plano (2012).

Há casos em que os proprietários se opõem ao corte, podendo caber ao GTF a sensibilização do proprietário para a necessidade da intervenção e aconselhamento sobre as espécies mais adequadas para plantação. Será avaliada a possibilidade de a Câmara proceder à emissão de Edital, cuja minuta se encontra em análise.

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 30

3.1.1.2 Rede Viária

A Rede Viária Florestal tem como objectivo possibilitar a vigilância e o combate aos incêndios florestais, a compartimentação da paisagem e facilitar as operações de condução e exploração florestal.

Analisando a rede viária do concelho (Figura 6 e Quadro 7) verificamos que se encontra dividida em três classes distintas: Plano Rodoviário Nacional (PRN), Rede de Estradas Municipais (REM) e Rede Viária Florestal (RVF). Foram validados no terreno, segundo as normas descritas no Guia Metodológico elaborado pela DGRF, a RVF nas freguesias de Alcabideche e Cascais, bem como a REM que têm como função a ligação entre os vários troços da RVF e/ou que fazem a ligação directa a vários povoamentos florestais.

Figura 6 – Mapa da Rede Viária Florestal do Concelho de Cascais

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 31

Após o incêndio de 1966 foram recuperados (especialmente na freguesia de Alcabideche), ou traçados, novos caminhos florestais. A manutenção da rede actual, considerada suficiente em termos de traçado, tem sido planeada pelo NFROAML, PNSC e Câmaras de Cascais e Sintra, individualmente ou em conjunto, com verbas e meios da DGRF e das Autarquias.

Em 2004 e 2007 procedeu-se a uma recuperação, através dos meios das Forças Armadas/Exército (através de um protocolo assinado com a DGRF), incidindo principalmente na área do Núcleo Florestal / Perímetro Florestal da Serra de Sintra. As restantes intervenções no período de 2000-2007, o planeamento e execução da manutenção, ficaram ao cargo da CMC/SPC.

A rede viária do município de Cascais abrange todo o concelho e encontra-se bastante consolidada, tendo uma boa densidade.

Relativamente à Rede Viária Florestal, esta é suficiente tendo uma predominância de vias classificadas como de 3ª Ordem na freguesia de Alcabideche.

Em relação às vias classificadas de 1ª e 2ª Ordem, estas não existem com muita frequência, apenas se encontram localizadas nas freguesias de Alcabideche e Cascais com uma extensão de 2 e 16km / 1 e 8km respectivamente. No entanto, tendo em consideração a inclinação e o tipo de solo do território no interior da área do Parque Natural de Sintra-Cascais, principalmente nos locais com maior mancha florestal, pode considerar-se que a RVF se encontra em condições bastante razoáveis, sendo, no entanto, necessária a beneficiação anual da RVF, em locais identificados após a época de chuvas.

Devido à sua extrema importância foram identificados alguns dos caminhos no concelho de Sintra pelo facto de fazerem a ligação ou constituírem o único meio de acesso a alguns pontos dentro do município.

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 32 Freguesia

Código da descrição da

RV

Descrição da Rede Viária Comprimento Unidades

Alcabideche

PNR Rede de estradas nacionais e regionais incluídas no PNR - m

REM Rede de estradas municipais - m

RVF

Rede Viária Florestal - 1ª ordem, subtipo a - m

- %

Rede Viária Florestal - 1ª ordem, subtipo b 2 000.78 m

2,05 %

Rede Viária Florestal - 2ª ordem 16 705.97 m

17,14 %

Rede Viária Florestal - 3ª ordem 78 777.37 m

80,81 %

Total de RVF (1ª+2ª+3ª ordem) 97 484.12 m

Cascais

PNR Rede de estradas nacionais e regionais incluídas no PNR - m

REM Rede de estradas municipais - m

RVF

Rede Viária Florestal - 1ª ordem, subtipo a - m

- %

Rede Viária Florestal - 1ª ordem, subtipo b 1 310.36 m

8,70 %

Rede Viária Florestal - 2ª ordem 8 323.87 m

55,24 %

Rede Viária Florestal - 3ª ordem 5 434.22 m

36,06 %

Total de RVF (1ª+2ª+3ª ordem) 15 068.45 m Total da rede viária (m) 112 552.57 m Quadro 7 – Distribuição, por freguesia, da Rede Viária do Município

3.1.1.3 Rede de Pontos de Água

Tendo como principal objectivo a obtenção de dados actualizados e fidedignos dos pontos de água do concelho para utilização em situações de emergência foi feito o levantamento da rede de pontos de água operacionais (Figura 7 e Quadro 8).

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 33 Figura 7 – Rede de Pontos de Água – Acessibilidades e Operacionalidade

Freguesia ID_PA

Código do tipo de PA

Designação da Rede de Pontos de Água Quantidade de PA

Volume máximo (m3)

Alcabideche

1 211 Plano de Água – Artificial – Albufeira de barragem

-

200.000 2 114 Estruturas de armazenamento de água - Estruturas

Fixas - Tanque 6

3 114 Estruturas de armazenamento de água - Estruturas

Fixas - Tanque 128

4 114 Estruturas de armazenamento de água - Estruturas

Fixas - Tanque 25

5 214 Plano de Água – Artificial – Charca 320

6 111 Estruturas de armazenamento de água - Estruturas

Fixas - Reservatório DFCI 50

Total 6 200.529

Área de espaços florestais do município (floresta+inculto) (ha) 3.921,04 Densidade de pontos de água (m3/ha) 51,14 Quadro 8 – Capacidade da Rede de Pontos de Água, por freguesia

Recursos Hídricos

Factor importante da ecologia serrana é a riqueza hidrográfica. Inúmeras nascentes e regatos têm sido canalizadas para uso das explorações agrícolas e das antigas

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 34

quintas de recreio, mais recentemente, a água tem sido embalsada para atender ao abastecimento público das povoações vizinhas, caso da Barragem do Rio da Mula e de inúmeras minas e conduta de água geridas pela empresa Águas de Cascais.

Apesar de a precipitação (também a oculta) ser superior na vertente Norte da serra, o que aí proporciona uma maior exuberância da vegetação, pela natureza calcária da Serra, que potencia a existência de aquíferos subterrâneos e pela inclinação das suas falhas, uma quantidade significativa da água é canalizada subterraneamente para a vertente Sul, onde, paradoxalmente, a vegetação tem características xéricas, devido aos menores índices de precipitação.

a) Bacias Hidrográficas

Na vertente Sul, o Vale de Cavalos (ou da Ribeira da Mula), forma a maior ravina transversal do maciço da Serra.

O Município de Cascais é atravessado por um conjunto de numerosos, embora pequenos, cursos de água que, de um modo geral, têm origem na vertente “seca” da Serra de Sintra, constituindo uma pequena Bacia Hidrográfica de onze ribeiras que fertilizam os seus campos e desaguam na zona espraiada das costas do concelho, nove das quais na costa Sul, a Leste do Cabo de Santa Maria, e duas na vertente Oeste da costa do concelho.

b) Linhas de água, lagoas e barragens

Em relação aos pontos de água (barragem, charcas, minas de água, bocas de incêndio e cisternas) verificou-se através do levantamento de campo efectuado, que o concelho é bastante rico em pontos de água, sendo característica a existência de inúmeras minas e condutas de água, sobressaindo a capacidade da Albufeira do Rio da Mula que pode dar resposta às necessidades do concelho e dos concelhos limítrofes em caso de uma ocorrência.

Verifica-se, assim, que a rede de pontos de água existente é suficiente em número e capacidade, sendo de realçar os bons acessos existentes aos pontos de água e a sua distribuição ao longo do Parque Natural de Sintra-Cascais.

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 35

No entanto, está prevista instalação de 2 pontos de água localizados na freguesia de Alcabideche aumentando desta forma a capacidade de abastecimento do concelho dos meios aéreos e terrestres de combate aos incêndios florestais.

No Anexo 1, encontram-se cartografadas e descritas sumariamente (tipo de caudal, vegetação das margens, estado de poluição das águas, entre outros), as linhas de água, lagoas e albufeira(s).

3.1.2 P

ROGRAMA DE

A

CÇÃO PARA O PERÍODO

2008-2012

3.1.2.1 Silvicultura Preventiva e Orientações para a realização de queimadas

As operações de Silvicultura Preventiva têm como objectivo o controlo da vegetação espontânea diminuindo o risco de deflagração e de propagação de incêndios, facilitando o seu combate.

Assim são definidos os seguintes objectivos:

 “Conferir a resistência dos povoamentos à passagem do fogo”;

 Promover a gestão florestal e intervir preventivamente em áreas consideradas como prioritárias na defesa da floresta contra incêndios;

 Proteger zonas de interface Urbano/Florestal;

 Implementar mosaicos de parcelas gestão de combustível através da criação de zonas de descontinuidade nas manchas florestais;

 Beneficiação da rede de infra-estruturas (rede viária e rede de pontos de água).

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 36 Figura 8 - Mapa com áreas sujeitas a acções de Silvicultura Preventiva (2008-2012)

Freguesia Identificação da parcela

Calendarização 2008-2012

2008 2009 2010 2011 2012

Alcabideche

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Quadro 9 – Silvicultura Preventiva – Implementação de Programas de Gestão de Combustível para 2008-2012

Na Figura 8, estão indicadas as áreas sujeitas anualmente a acções de silvicultura preventiva, por parte do Clube Português de FreeRide, as quais consistem na gestão de combustível, em faixas de 10m para cada lado dos 3 trilhos autorizados pelo

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 37

ICNB/PNSC e NFROAML. Estão também indicadas as acções realizadas pela equipa de Sapadores Florestais da Autarquia realizadas todos os anos em 2 parcelas para limpeza de mato em área de plantação de pinheiro-manso. Bem como acções preconizadas pelo NFROAML (Núcleo da A.M.L), no perímetro florestal da Serra de Sintra, no concelho de Cascais, no âmbito do projecto AGRO (parcela 3), das quais se destacam:

 Redução dos estratos arbustivos e herbáceos;

 Reduzir a densidade dos povoamentos, com o intuito de estabelecer uma descontinuidade horizontal de copas e vertical por desramação dos fustes, abertura de clareiras, a fim de reduzir o risco de eclosão e propagação de incêndios.

As parcelas 4, 6, 7, 10 e 11, localizadas no mapa da figura 8, serão também objecto de beneficiação de povoamentos e de redução de combustíveis, preconizadas pelo NFROAML.

Para o município de Cascais, além das indicadas no mapa (parcelas 1, 2 e 5), estão previstas novas acções de silvicultura preventiva, intervindo prioritariamente em redor dos aglomerados populacionais, numa perspectiva da salvaguarda das pessoas e dos seus bens, estas acções serão revistas e incluídas nos planos operacionais (anuais) e realizar-se-ão dependendo do orçamento da Autarquia e do programa de apoios em vigor.

Estas intervenções têm incidência, inicialmente, nas faixas envolventes de perímetros de povoações; caminhos florestais e outras infra-estruturas; projecções de cabos eléctricos, dando prioridade às intervenções das áreas do concelho que abrangem a Serra de Sintra.

Com a constituição de uma equipa de Sapadores Florestais, a CMC pelo Serviço Municipal de Protecção Civil, adquiriu meios próprios para actuar na floresta, nomeadamente, na Serra de Sintra com especial ênfase na redução/correcção de densidade da vegetação herbácea, arbustiva e arbórea (parcelas 1,2).

A equipa de 5 homens encontra-se no terreno a trabalhar desde 9 de Fevereiro de 2005, tendo sido reconhecida pela DGRF como equipa de Sapadores Florestais SF 04-171 em Dezembro de 2006. Os trabalhos realizados têm sido enquadrados,

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COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 38

essencialmente, no corte de vegetação no perímetro de edificações em espaço rural e aglomerados populacionais, assim como na beira de caminhos florestais, cujo anterior crescimento impossibilitava a segura passagem de viaturas de vigilância ou combate a incêndios, além da plantação de árvores e manutenção de caminhos (limpeza de valetas e aquedutos) e ponto de água.

O corte de vegetação visa a redução parcial de combustível de origem arbustiva ou arbórea, principalmente em cada lado dos caminhos, numa largura de 10 metros em cada lado, incluindo as bermas; o controlo de infestantes (essencialmente acácias) e o estilhaçamento de resíduos vegetais provenientes de cortes executados, incluído os efectuados voluntariamente por entidades como os Escoteiros, Escutas, Rotários e associações desportivas, em acções autorizadas pelo PNSC ou NFROAML.

Nas restantes áreas, abaixo descriminadas, proceder-se-á ao controle da vegetação espontânea, corrigindo densidades, através de desbaste selectivo.

Os cortes incidirão prioritariamente em espécies exóticas de carácter invasor como:

Nome vulgar Nome científico Observações

Acácia-das-espigas Acacia longifolia Porte arbustivo

Mimosa Acacia dealbata Porte arbustivo / arbóreo

Acácia-Austrália Acacia melanoxylon Porte arbóreo

Acácia Acácia mearnsii Porte arbustivo

Pitosporo Pittosporum undulatum Porte arbustivo / arbóreo Robínia Robinia pseudoacácia Porte arbustivo / arbóreo

Háquia-picante Hakea sericea Porte arbustivo

Oliveirinha Hakea salicifolia Porte arbustivo

Erva-das-pampas Cortaderia selloana Erva plurianual, pode ultrapassar 3m altura, folhas c/ serrilha cortante Espanta-lobos Ailanthus altissima Porte arbustivo / arbóreo

Albízia Albizia spp. Porte arbóreo

Cana Arundo donax

Chorão Carpobrotus edulis Porte rasteiro

Sollya fusiformis Sempre que detectada, trepadeira

Conteira; roca-da-velha Hedychium gardnerarum Sempre que detectada, linhas água, até 1,3m altura

(40)

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE CASCAIS 39

Relativamente às restantes espécies, e por ordem crescente de interesse da espécie para a vegetação da Serra:

Nome vulgar Nome científico Observações

Eucalipto Eucalyptus globulus

Pinheiro-bravo Pinus pinaster Pinheiro-manso Pinus pinea Ciprestes e outras

cupressáceas

Cupressus spp. Apresenta resistência ao fogo

Choupo Populus spp. Linhas de água

Freixo Fraxinus angustifolia Linhas de água

Amieiro Alnus spp. Linhas de água

Ulmeiro Ulmus spp. Linhas de água

Bordo, ácer Acer spp.

Castanheiro Castanea sativa

Carvalhos Quercus spp.

Sobreiro Quercus suber Protecção específica

Azevinho Ilex aquifolium Protecção específica

Quanto à vegetação arbustiva, os exemplares das seguintes espécies serão conservados, sempre que possível, e desramados quando apresentarem porte para tal:

Nome vulgar Nome científico

Medronheiro Arbutus unedo

Pilriteiro Crataegus monogyna

Loureiro Laurus nobilis

Folhado Viburno tinus

Sanguinho Rhamnus alaternus

Lentisco, aroeira Pistacia lentiscus

Carrasco Quercus coccifera

Ainda de considerar a remoção de hera do tronco das árvores a manter ou, preferencialmente, corte da mesma junto da base da árvore. Nunca removendo a que cobre o solo, sem que haja algum objectivo específico.

Tendo em conta o acima exposto e a área a intervir, o corte e remoção visam em primeiro lugar a eliminação dos exemplares mortos, caducos, mal conformados, muito inclinados e dominados, de forma a não abrir clareiras de dimensão superior de 9 a

Referências

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