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Riqueza e composição da avifauna do campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA E ZOOLOGIA

FRANCISCO VIRGÍNIO DE SOUZA

RIQUEZA E COMPOSIÇÃO DA AVIFAUNA DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, NATAL, RN, BRASIL

Natal-RN 2017

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FRANCISCO VIRGÍNIO DE SOUZA

RIQUEZA E COMPOSIÇÃO DA AVIFAUNA DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, NATAL, RN, BRASIL

Orientador: Prof. Dr. Mauro Pichorim

Natal 2017

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do diploma

de Bacharel em Ciências

Biológicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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FRANCISCO VIRGÍNIO DE SOUZA

RIQUEZA E COMPOSIÇÃO DA AVIFAUNA DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, NATAL, RN, BRASIL

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Aprovada em: 30/11/2017.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________ Prof. Dr. Mauro Pichorim (DBEZ/UFRN)

_________________________________________ Dr. Guilherme Santos Toledo de Lima

________________________________________________ Prof. Ms. Iracema Miranda da Silveira (MCC/UFRN)

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AGRADECIMENTOS

Obrigado ao eterno e transcendental pelo dom da vida e pela sabedoria, alicerçada na minha crença Nele, Deus.

Gratidão aos meus pais pelo apoio, especialmente a minha mãe, motivação maior e apreciadora das aves. Também sou muito agradecido com carinho ao meu irmão Elias, as minhas irmãs Dalvirene e Rejane que junto aos demais irmãos, muito contribuíram para meu bem estar.

Aos docentes e escritores que contribuíram para o meu desenvolvimento intelectual, especialmente aqueles que me incentivaram a continuar estudando diante de muitas dificuldades, muito obrigado!

Ao professor Mauro Pichorim por ter-me aceito como seu orientando, pela paciência e ensinamentos, obrigado!

Ao Guilherme Lima e Iracema Silveira que com alegria aceitaram julgar esse trabalho junto com Mauro Pichorim, grato!

Agradecido a Anderson Salvador pelo apoio no trabalho de campo, aos demais amigos Damião Valdenor, Thanyria Câmara, Max Junior, Paulo Fernandes, Alisson Rafael, Lívia Dantas, Anne Guimarães e a João Paulo Damasceno, que de alguma forma contribuíram para a realização dessa monografia.

Aos demais parentes e colegas que sempre me animaram nesse projeto, aos meus alunos e alunas, aos amigos do Grupo Onça Pintada e aos amigos observadores de Aves do RN, gratidão!

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RESUMO

As aves são espécies bioindicadoras, sendo o monitoramento contínuo de sua comunidade importante para avaliar o grau de mudanças no ambiente. Este estudo teve o objetivo de comparar a composição e estrutura da comunidade de aves em três diferentes ambientes: campos, matas e área urbana do campus central da UFRN. Entre 2016 e 2017 foram registradas através de 81 listas de Mackinnon 56 espécies de aves, ocorrendo 44 destas nos campos, 36 na área urbana e 33 nas matas. A maioria delas é comum e de baixa sensitividade a alterações antrópicas, incluindo principalmente espécies onívoras e insetívoras, sendo Coereba flaveola e Pitangus sulphuratus as mais frequentes em todos os ambientes. Houve uma similaridade alta entre a avifauna dos três ambientes e também entre as comunidades de aves do Parque das Dunas e do Campus, onde 54% das espécies foram comuns a ambos. É provável que a intensa urbanização do campus tenha contribuído para o declínio populacional ou mesmo para a extinção local de espécies de aves mais sensíveis às mudanças na paisagem. Por outro lado, espécies sinantrópicas e mais generalistas aumentaram suas densidades. Supõe-se que elas usam o ambiente campestre principalmente como ponto de descanso e forrageio, pois neste ocorreu maior riqueza. A população de Athene cunicularia depende exclusivamente desse ambiente para sobreviver, assim como as espécies florestais Ortalis araucuan, Hemitriccus griseipectus e Cantorchilus longirostris dependem da manutenção das matas.

Palavras-chave: aves, ecologia, riqueza, composição, estrutura de comunidade, urbanização, UFRN, Natal.

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ABSTRACT

Birds are bioindicator species, with continuous monitoring of their community important to assess the degree of changes in the environment. This study aimed to compare the composition and structure of the bird community in three different environments: fields, woods and urban area of the central campus of UFRN. Between 2016 and 2017, 56 species of birds were registered through 81 Mackinnon lists, 44 of which occurred in the fields, 36 in the urban area and 33 in the forest. Most of them are common and of low sensitivity to anthropic alterations, mainly including omnivorous and insectivorous species, being Coereba flaveola and Pitangus sulphuratus the most frequent in all environments. There was a high similarity between the avifauna of the three environments and also between the bird communities of Parque das Dunas and Campus, where 54% of the species were common to both. It is likely that the intense urbanization of the campus has contributed to the population decline or even the local extinction of bird species more sensitive to changes in the landscape. On the other hand, synanthropic and more generalist species increased their densities. It is assumed that they use the countryside environment mainly as a resting and foraging point, because in this occurred greater wealth. The population of Athene cunicularia depends exclusively on this environment to survive, just as the forest species Ortalis araucuan, Hemitriccus griseipectus and Cantorchilus longirostris depend on the maintenance of the forests.

Key words: birds, ecology, richness, composition, community structure, urbanization, UFRN, Natal.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Localização da área de estudo no Campus Central da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, Natal,

Brasil...12

Figura 2. Quantidade de espécies por classe de frequência de ocorrência nos três ambientes...20

Figura 3. Quantidade de espécies por classe de sensitividade a distúrbios ambientais nos três ambientes...20

Figura 4. Quantidade de espécies por guildas tróficas nos três ambientes...21

Figura 5. Curva de acumulação de espécies (est.: observado); riqueza estimada (média) de espécies de aves obtidas por três estimadores não-paramétricos ( Chao 2, Jacknife 1 e Bootstrap), a partir de 27 listas de 10-espécies, observadas no

ambiente de Campo do Campus Central da UFRN,

Natal,RN...21

Figura 6 Curva de acumulação de espécies (est.: observado); riqueza estimada (média) de espécies de aves obtidas por três estimadores não-paramétricos ( Chao 2, Jacknife 1 e Bootstrap), a partir de 27 listas de 10-espécies, observadas no

ambiente Urbano do Campus Central da UFRN,

Natal,RN...22

Figura 7 Curva de acumulação de espécies (est.: observado); riqueza estimada (média) de espécies de aves obtidas por três estimadores não-paramétricos ( Chao 2, Jacknife 1 e Bootstrap), a partir de 27 listas de 10-espécies, observadas no

ambiente de Matas do Campus Central da UFRN,

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LISTA DE ANEXOS

Anexo A: Lista de aves do Parque da Dunas em preparação, elaborada por colaboradores do laboratório de Ornitologia da UFRN; lista de aves do Campus segundo Varela-Freire(1990); lista de aves do Campus segundo Dantas et al(2009) e, lista elaborada durante essa pesquisa(2015-2017).

Anexo B: Imagens das aves registradas através das Listas de Mackinnon. As fotografias anexas foram feitas no campus central da UFRN, exceto as de números 17,19,31 e 36. Elas são de minha autoria, salvo aquelas em que é citado outro autor.

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SUMÁRIO Página 1. INTRODUÇÃO...9 2. OBJETIVOS...11 2.1 GERAL...11 2.2 ESPECÍFICOS...11 3. MÉTODOS...11 3.1 ÁREA DE ESTUDO...11 3.2 PROCEDIMENTOS DE CAMPO...12

3.3 ANÁLISE DOS DADOS...13

4. RESULTADOS...14 5. DISCUSSÃO...23 6. CONCLUSÕES...27 7. REFERÊNCIAS...28 ANEXO A...33 ANEXO B...42

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente há no Brasil 1919 espécies de aves (Piacentini et al. 2015), destas, cerca de 369 ocorrem no estado do Rio Grande do Norte (Sagot-Martin, 2003; Wikiaves, 2017), com presença confirmada de 113 espécies de aves no Parque Estadual das Dunas de Natal conforme Lobato (2005, apud Silveira & Irustia, 2000). Para o campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal, há registros de levantamentos preliminares da avifauna, sendo o primeiro deles realizado de maneira sistemática em 1989, onde foi confirmada a presença de 37 espécies residentes (apud Junior, HMC; Varela-Freire, 1990). De 2007 a 2008 foi realizado outro levantamento mais detalhado que registrou a presença de 62 espécies para o local (DANTAS et al. 2009) e em 2014 houve uma catalogação fotográfica das aves do campus tendo sido registrada 30 espécies (FREITAS, 2014). Registros de inventários antigos são importantes para estudos comparativos e compreensão dos processos de colonização e extinção de espécies em uma área (RIBON et al. 2003, LOPES et al. 2009).

A proximidade do campus com o Parque das Dunas proporciona certo grau de fluxo de aves entre esses ambientes, havendo assim grande similaridade na composição das aves das referidas áreas. Entretanto, com o crescimento do campus nas últimas décadas houve muito desmatamento e urbanização da área, provocando a fragmentação dos habitats, a substituição de parte da vegetação nativa por espécies exóticas a partir dos projetos paisagísticos propostos, o que proporcionou o desaparecimento de várias espécies de aves (VARELA-FREIRE, 1997). Sabe-se que mudanças da vegetação podem tornar o ambiente inapropriado para algumas espécies mais exigentes que necessitam de condições especificas para sobreviver (DONATELLI, COSTA & FERREIRA, 2004). Isto acarreta mudanças na composição da avifauna, causando extinções locais de algumas espécies e reduzindo a abundância de outras, que passam a ser substituídas por espécies típicas de habitats abertos ou alterados.A perda e fragmentação dos habitats estão entre as principais ameaças à avifauna (MARINI & GARCIA, 2005), afetando particularmente a sobrevivência e persistência de espécies mais sensíveis à mudanças na paisagem (JARVIS, 1994). Alguns estudos mostram que a riqueza de espécies geralmente

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diminui com o aumento da urbanização (ORTEGA-ÁLVAREZ & MACGREGOR-FORS, 2011; REIS, LOPEZ & PINHEIRO, 2012).

Ainda assim, uma grande diversidade de aves pode ser encontrada em centros urbanos ou em campi universitários caracterizados por mosaicos de áreas verdes de diferentes tamanhos e com vegetação predominantemente exótica (MONTEIRO & BRANDÃO, 1995; HÖFLING & CAMARGO, 2002; LOPES & ANJOS, 2006). Prova disso é que cerca de 30% de todas as aves brasileiras são registradas nas áreas verdes dos centros urbanos das cidades (FRANCHIN, 2009). No entanto, mesmo em áreas de fácil acesso do perímetro urbano, ainda faltam monitoramentos em longo prazo da biodiversidade. A realização deste tipo de trabalho com a avifauna proporciona uma etapa fundamental para o desenvolvimento de políticas de conservação (ŞEKERCIOĞLU, 2012). Além disso,registros de inventários antigos são importantes para estudos comparativos e compreensão dos processos de colonização e extinção de espécies em uma área (RIBON et al. 2003, LOPES et al. 2009).

Sabe-se que o Brasil apresenta grande número de espécies de aves ameaçadas de extinção, especialmente na Mata Atlântica que possui alta taxa de endemismo (SILVEIRA & STRAUBE, 2008). O campus encontra-se ao lado da principal unidade de conservação da cidade do Natal (Parque das dunas), que apresenta vegetação típica desse bioma. Como muitas espécies usam essa área para forragearem e ou se reproduzirem, este estudo será importante para compreender a mudança na composição da avifauna local e identificar a sua diversidade atual. Além disso, poderá ser útil para avaliar e monitorar os impactos ambientais, causados ao longo do crescimento do campus central da UFRN, nas últimas décadas.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Comparar a composição e estrutura da comunidade de aves em três diferentes ambientes no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Estimar a riqueza de aves e calcular a abundância relativa destas para os ambientes de mata, campos e área urbana.

Verificar a distribuição de categorias alimentares das aves em relação aos diferentes ambientes.

Categorizar as espécies de aves de acordo com o grau de sensibilidade a distúrbios ambientais.

Comparar a similaridade das comunidades de aves dos ecossistemas supracitados e do campus em relação ao Parque das Dunas.

3. MÉTODOS

3.1. ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi realizado no Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte que ocupa área de 123 hectares e está localizado na porção sul da cidade de Natal, circundado por área urbana e tendo como limite, ao leste, o Parque Estadual das Dunas de Natal “Jornalista Luiz Maria Alves” (CARVALHO, 2005)(figura 1). O Campus da UFRN está em uma área com clima quente úmido, com período chuvoso entre os meses de abril a setembro e o período seco entre os meses de outubro a março. Segundo Carvalho (2005), a média anual da precipitação do Campus é de 1500 a 2000 mm e a temperatura apresentou máxima de 27,7 °C nos verões de 2001 a 2003 e mínima de 23,6 ºC no inverno de 2000. A vegetação que ocorre nos pequenos fragmentos de mata do Campus da UFRN apresenta espécies típicas de ecossistemas costeiros, incluindo principalmente espécies de tabuleiros litorâneos comuns no Bioma da Mata Atlântica. Esses remanescentes são o que restou da vegetação nativa, que ocorria de forma contínua

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com a do parque das dunas, antes da construção do Campus na década de 1970. Além dessas áreas verdes originais, existem muitas espécies de arbustos ou árvores exóticas (ex. Eucalyptus sp.) e nativas( ex.: Tabebuia impetiginosa Standl) que compõem a arborização e ornamentam toda área (MACÊDO et al.,2012).

Figura 1 (Mapa). Localização da área de estudo no Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil. Na imagem da área acima, os números referem-se às áreas amostrais, são elas: 1 e 2 indicam as ás áreas de matas, do 3 ao 6 as áreas de campos e de 7 a 10 as áreas urbanas.

Fonte: Quantum GIS Development Team (2016).

3.2. PROCEDIMENTOS DE CAMPO

Na pesquisa de campo, foi realizado um levantamento exaustivo, com o intuito de elaborar uma lista atualizada da riqueza e composição das aves que ocorrem em todo campus central da UFRN. Nessa fase percorreram-se os diferentes ambientes (fragmentos de matas, campos, áreas construídas) registrando todas as aves através de contatos visuais (com auxílio de binóculo) ou auditivos em áreas pré-estabelecidas e no deslocamento entre estes locais. De acordo com o mapa (

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Figura 1) as áreas de matas escolhidas foram: 1-Mata da CAERN ao lado da Rua do Horto e Rua do Meio Ambiente; 2-Mata dos Saguis ao lado da Rua das Biociências; As áreas campestres foram: 3-Área campestre entre a Rua do Horto e a Rua da Saúde; 4-Área campestre entre a Rua do Meio Ambiente e Rua Nuplan; 5- Área campestre entre a NUPLAN e REITORIA, estendendo-se ao lado do Departamento de Ecologia; 6-Área campestre próximo ao estacionamento do Setor 1 e campo de futebol, limitando-se com a Avenida Capitão Mor Gouveia; enquanto que as áreas urbanas foram: 7- Área urbana entre o Setor de aulas I e Setor 5 da UFRN; 8-Área urbana entre o Centro de Convivência e a Biblioteca Central Zila Mamede; 9-Área urbana entre o Setor de aulas IV da UFRN e Escola de Ciências & Tecnologia; 10- Área urbana entre a Rua das Engenharias e o Laboratório de Energia/NTI/UFRN.

Nessas áreas definidas previamente utilizamos como metodologia de registro as Listas de Mackinnon (MACKINNON & PHILLIPS 1993, POULSEN et al. 1997, HERZOG et al., 2002; RIBON, 2010) com padronização de 10 espécies não repetidas por lista. Aquelas espécies que foram observadas fora das áreas citadas ou em visitas esporádicas, apenas foram adicionadas a lista final de espécies que ocorrem no Campus. Esse levantamento qualitativo foi realizado principalmente de setembro a dezembro de 2016, complementado com algumas listas realizadas em outubro de 2017, totalizando 60 horas de atividades em campo. As observações dessa etapa do estudo foram feitas em horários variáveis entre as 06h00 da manhã e as 12h00. A partir da metodologia das Listas de Mackinnon foi possível também estimar a abundância relativa das espécies a partir do índice de frequência das listas(IFL).

A nomenclatura e a classificação das espécies de aves utilizadas nesse estudo seguiram as determinações do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (Piacentini et al. 2015).

3.3. ANÁLISE DOS DADOS

A partir dos dados obtidos com as listas de Mackinnon, foi confeccionada uma curva de rarefação (curva do coletor) com o intuito de verificar se o esforço amostral refletiu a riqueza local de espécies da comunidade de aves. Para isso, foram utilizados os estimadores de riqueza não-paramétricos Chao2, Jacknife1 e Bootstrap calculados pelo software EstimateS 9.1(COLWELL, 2016). Estes se baseiam na incidência das espécies por amostras, sendo considerados eficientes para estimar o número de espécies de uma região (MAGURRAN, 2003). Através das listas de 10

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espécies foi possível calcular o índice de frequência das espécies (IF) considerado o índice de abundância relativa das espécies para os ecossistemas. Esse foi obtido através da divisão do número de listas nas quais uma determinada espécie ocorreu pelo número total de listas em estudo. As espécies foram agrupadas em guildas tróficas de acordo com Motta-Júnior (1990), Sick (1997) e Sigrist (2009), sendo considerados os seguintes grupos funcionais: insetívoros (INS), onívoros (ONI), frugívoros (FRU), granívoros (GRA), nectarívoros (NEC), carnívoros (CAR) e detritívoros (DET). Em relação ao uso do hábitat as aves foram classificadas em categorias de acordo Lima (2013) considerando espécies típicas da Mata Atlântica.

A frequência de ocorrência (FO) das espécies foi calculada através da equação FO = (Px100)/T, onde P é o numero de registro da espécie nas listas de 10-espécies e T é o numero total de listas que foi igual a T=81 (Para todo Campus), T=27(por ambiente). Foram consideradas as seguintes categorias quanto à frequência de ocorrência (FO) das espécies de aves registradas (MACHADO, 1999; NUNES&MACHADO, 2012): espécies regulares (com FO > 25%), espécies comuns (FO entre 10,0 e 24,99%), espécies pouco comuns (FO entre 3,0 e 9,99%) e espécies raras (FO < 2,99%). Para análise da similaridade entre as assembleias de aves nos ambientes estudados foi utilizado o coeficiente de similaridade de Sorensen (Cs), sendo calculado a partir da seguinte fórmula (VALENTIN, 2000):

Onde:

Cs= coeficiente de similaridade de Sorensen; a = número de espécies comum às duas áreas; b = número total de espécies exclusivas da área 1; c = número total de espécies exclusivas da área 2.

As espécies também foram classificadas de acordo com a sensitividade aos impactos antrópicos segundo Stotz et al. (1996) , sendo consideradas as seguintes categorias: alta (A), média (M) e baixa (B).

4. RESULTADOS

Entre 2015 e 2017 foram registradas por meio de observações esporádicas, listas de Mackinnon e pontos de escuta, 73 espécies de aves na área de estudo

Cs:___2a___ 2a + b + c

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(ANEXO A). Para esse trabalho, analisamos apenas os resultados das listas de Mackinnon,através das quais foram registradas 56 espécies(ANEXO B), onde 37 (66 %) destas pertencem à ordem Passeriformes, totalizando 24 famílias. As famílias que apresentaram maior número de espécies foram Tyrannidae e Thraupidae, com 10 e nove espécies, respectivamente ( Tabela 1). A família mais representativa entre as não-Passeriformes foi Trochilidae com quatro espécies (7 %).

TABELA 1: Espécies de aves registradas em três ambientes do Campus Central da UFRN, Natal, RN, Brasil, de setembro a dezembro de 2016 e em outubro de 2017. FO (%) - Frequência de ocorrência: ER– Espécie regular (>25%), EC - Espécie comum (de 10,0 a 24,99%), PC– Espécie pouco comum (de 3,0 a 9,99%). IF: índice de frequência. SE - Sensitividade a distúrbios humanos: B- Baixa, M - Média, A- Alta. Habitat: AA- ambientes abertos antrópicos, NA-ambientes abertos naturais, F-florestas, G-espécie generalista, U-ambientes úmidos. GT - Grupos tróficos: ON – Onívoro, IN – Insetívoro, DE-Detritívoro, CA – Carnívoro, NE – Nectarívoro, GR – Granívoro, FR – Frugívoro.

Família/Espécie

Campo Urbano Mata SE HA GT

FO(%) IF(%) FO(%) IF(%) FO(%) IF(%)

Cracidae Ortalis araucuan PC 3,7 0,03 _ _ _ _ M F FR Cathartidae Cathartes aura _ _ _ _ PC 7,4 0,07 B G DE Coragyps atratus _ _ PC 7,4 0,07 _ _ B G DE Accipitridae Buteo brachyurus PC 3,7 0,03 _ _ _ _ M G CA Rupornis magnirostris EC 18,51 0,18 _ _ EC 22,22 0,22 B G CA Falconidae Caracara plancus PC 3,7 0,03 PC 7,4 0,07 _ _ B G CA Charadriidae Vanellus chilensis PC 7,4 0,07 _ _ _ _ B G ON Columbidae Columbina picui ER 55,55 0,55 ER 85,18 0,85 EC 11,11 0,11 B AA GR Columba livia EC 11,11 0,11 _ _ _ _ B G ON Psittacidae Eupsittula aurea _ _ PC 3,7 0,03 _ _ M AA FR

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Família/Espécie

Campo Urbano Mata SE HA GT

FO(%) IF(%) FO(%) IF(%) FO(%) IF(%)

Eupsittula cactorum _ _ PC 7,4 0,07 _ _ M AA ON Cuculidae Crotophaga ani ER 29,62 0,29 PC 7,4 0,07 PC 7,4 0,07 B AA IN Guira guira PC 7,4 0,07 EC 11,11 0,11 _ _ B AA IN Piaya cayana PC 7,4 0,07 _ _ EC 14,81 0,14 B F IN Strigidae Athene cunicularia ER 25,92 0,25 _ _ _ _ M AA C Trochilidae Amazilia fimbriata PC 7,4 0,07 PC 3,7 0,03 PC 3,7 0,07 B AA NE Amazilia leucogaster PC 3,3 0,33 EC 14,81 0,14 ER 55,55 0,55 B F,AA NE Chlorostilbon lucidus (Shaw,

1812) PC 3,7 0,03 _ _ _ _ B AA NE Eupetomena macroura EC 18,51 0,18 _ _ PC 3,7 0,03 B AA NE Thamnophilidae Taraba major PC 3,7 0,03 _ _ EC 18,51 0,18 B AA,F IN Rhynchocyclidae Hemitriccus griseipectus _ _ _ _ PC 3,7 0,03 A F IN Todirostrum cinereum ER 44,44 0,44 ER 37,03 0,37 ER 59,25 0,59 B AA IN Tyrannidae Camptostoma obsoletum EC 11,11 0,11 _ _ EC 14,81 0,14 B AA,F ON Cnemotriccus fuscatus _ _ _ _ PC 3,7 0,03 B F IN Elaenia cristata PC 3,7 0,03 _ _ EC 14,81 0,14 M AA ON Elaenia flavogaster ER 51,85 0,51 ER 25,92 0,25 ER 74,07 0,74 B AA ON Elaenia spectabilis PC 3,7 0,03 PC 3,7 0,03 _ _ B AA ON Fluvicola nengeta PC 7,4 0,07 ER 25,92 0,25 _ _ B AA,U IN Machetornis rixosa PC 3,7 0,03 PC 3,7 0,03 _ _ B AA IN Myiozetetes similis ER 37,03 0,37 ER 51,85 0,51 ER 51,85 0,51 B AA,F ON Pitangus sulphuratus ER 85,18 0,85 ER 88,88 0,88 ER 74,07 0,74 B G ON Tyrannus melancholicus ER 37,03 0,37 ER 51,85 0,51 ER 29,62 0,29 B AA,F IN

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Família/Espécie Campo Urbano Mata SE HA GT FO(%) IF(%) FO(%) IF(%) FO(%) IF(%)

Vireonidae Cyclarhis gujanensis EC 18,51 0,18 ER 25,92 0,25 EC 11,11 0,11 B F,AA IN Vireo chivi _ _ _ _ EC 11,11 0,11 B F ON Hirundinidae Progne chalybea _ _ EC 11,11 0,11 _ _ B AA IN Tachycineta albiventer _ _ EC 11,11 0,11 _ _ B U IN Troglodytidae Cantorchilus longirostris _ _ _ _ ER 37,03 0,37 B F ON Troglodytes musculus ER 51,85 0,51 ER 62,96 0,62 ER 66,66 0,66 B G IN Polioptilidae Polioptila plumbea EC 18,51 0,18 _ _ ER 44,44 0,44 B AA,F IN Turdidae Turdus leucomelas EC 22,22 0,22 ER 33,33 0,33 ER 70,37 0,7 B AA,F ON Turdus rufiventris PC 3,7 0,03 _ _ _ _ B AA,F ON Mimidae Mimus gilvus ER 29,62 0,29 EC 22,22 0,22 _ _ B AN ON Mimus saturninus PC 7,4 0,07 _ _ _ _ B AA ON Thraupidae Coereba flaveola ER 77,77 0,77 ER 74,07 0,74 ER 100 1 B AA,F NE Dacnis cayana PC 3,7 0,03 PC 3,7 0,03 _ _ B AA,F ON Paroaria dominicana EC 22,22 0,22 ER 48,14 EC 0,48 11,11 0,11 B AA GR Sicalis flaveola EC 11,11 0,11 PC 7,4 0,07 _ _ B AA GR Tachyphonus rufus PC 3,7 0,03 PC 7,4 0,07 PC 7,4 0,07 B F,AA FR Tangara cayana EC 11,11 0,11 PC 7,4 0,07 EC 14,81 0,14 M AA,F ON Tangara palmarum ER 25,92 0,25 ER 55,55 0,55 ER 25,92 0,25 B AA,F ON Tangara sayaca ER 70,37 0,7 ER 74,07 0,74 ER 59,25 0,59 B AA,F ON Thlypopsis sordida _ _ _ _ PC 7,4 0,07 B AA,F ON Icteridae Molothrus bonariensis _ _ EC 22,22 0,22 _ _ B AA ON Fringillidae Euphonia chlorotica ER 51,85 0,51 PC 7,4 0,07 EC 11,11 0,11 B AA GR

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Estrildidae Estrilda astrild ER 51,85 0,51 PC 7,4 0,07 EC 11,11 0,11 B AA GR

Família/Espécie Campo Urbano Mata SE HA GT

FO(%) IF(%) FO(%) IF(%) FO(%) IF(%)

Passeridae

Passer domesticus _ _

ER

66,66 0,66 _ _ B AA ON

Fonte: Própria (2017).

De acordo com o total das listas as espécies que apresentaram os maiores índices de frequência (IF) foram: cambacica (Coereba flaveola) (0,83), bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) (0,82), sanhaço-cinzento (Tangara sayaca) (0,67), corruíra (Troglodytes musculus) (0,60), rolinha-picui (Columbina picui) (0,50) e guaracava-de-topete-uniforme (Elaenia flavogaster) (0,50). Analisando as listas apenas por ecossistemas, no ambiente campestre as espécies que tiveram os maiores índices de frequência foram: Pitangus sulphuratus (0,85), Coereba flaveola (0,77), Tangara sayaca (0,70), Columbina picui (0,55) e bico-de-lacre (Estrilda astrild) (0,51); na área urbana as espécies mais frequentes conforme as listas foram: Pitangus sulphuratus (0,88), Columbina picui (0,85), Coereba flaveola (0,74), Tangara sayaca (0,74) e pardal (Passer domesticus ) (0,66), enquanto que nos fragmentos florestais as espécies mais frequentes foram: Coereba flaveola (1), Elaenia flavogaster (0,74), Pitangus sulphuratus (0,74), sabiá-branco(Turdus leucomelas ) (0,70) e Troglodytes musculus (0,66) conforme tabela 1.

Quanto à frequência de ocorrência das espécies de aves por ambiente, tivemos: nos campos, 18 espécies (41%) foram categorizadas como pouco comuns,16 espécies (36%) como regulares e 10 espécies (23%) como comuns; enquanto que na área urbana, 15 espécies (42%) foram categorizadas como regulares, 14 espécies como pouco comuns e sete espécies como comuns; já nos fragmentos florestais 14 espécies (42%) foram categorizadas como regulares, 11 espécies (33%) como comuns e oito espécies (24%) pouco comuns (Figura 2).

A distribuição das espécies nas categorias de sensitividade antrópica (Stotz et al. 1996) por ambiente, demonstrou que nos Campos, 86 %(38 spp ) são de baixa sensibilidade e 14 % (6 spp ) de média sensibilidade, enquanto que na área urbana

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92 % (33 spp ) são de baixa sensibilidade e 8 % (3 spp ) de média sensibilidade e, nas Matas 91 % (30 spp ) são de baixa sensibilidade, 6 % (2 spp ) de média e apenas 3 % (1 spp ) de alta sensibilidade (Figura 3). Analisando a composição dos ecossistemas de Campo e Urbano, obtivemos um índice de similaridade de Sorensen de 0,72 entre eles, enquanto que entre os Campos e Matas a similaridade foi de 0,70 e entre o Urbano e Matas o índice foi de 0,60. Quando verificamos a composição das aves do campus e do Parque Estadual das dunas de Natal, encontramos um índice de similaridade de Sorensen de 0,54.

Do número total de espécies registradas nesse estudo, os grupos tróficos mais representativos foram os onívoros com 41%, insetívoros com 27% e nectarívoros com 9% (Figura 4). No ambiente campestre as guildas tróficas mais representativas foram os onívoros com 36% e insetívoros com 25%, na área urbana também os onívoros 36% e os insetívoros 27% representaram maioria e, nos fragmentos de mata houve igualdade entre onívoros e insetívoros com 33% cada, seguidos de nectarívoros com 12% (Figura 4).

Foram preenchidas 81 listas de 10-espécies, através das quais foram registradas 56 espécies, sendo assim distribuídas por ambientes: 27 listas para os Campos, com registro de 44 espécies (Figura 5) que representou 84% e 89% da riqueza média estimada pelos estimadores Jacknife1 e Chao2 (maiores valores estimados, respectivamente); 27 listas para Área urbana, com 36 espécies (Figura 6) que representou 90% e 94% da riqueza média estimada pelos estimadores Jacknife1 e Bootstrap (maiores valores estimados, respectivamente); 27 listas para Matas, com 33 espécies (Figura 7) que representou 94% e 97% da riqueza média estimada pelos estimadores Jacknife1 e Bootstrap (maiores valores estimados, respectivamente). Através destes dados foi elaborada a curva de acúmulo de espécies, possibilitando o cálculo do número previsto de espécies que ocorrem nos ecossistemas citados através de valores médios dos estimadores Chao2, Jacknife1 e Bootstrap.

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Figura 2. Quantidade de espécies de aves observadas no campus central da UFRN, durante levantamento qualitativo entre 2016 e 2017, por classe de frequência de ocorrência nos três ambientes.

Fonte: Própria (2017).

Figura 3. Quantidade de espécies de aves observadas no campus central da UFRN, durante levantamento qualitativo entre 2016 e 2017, por classe de sensitividade a distúrbios ambientais nos três ambientes. Fonte: Própria (2017). 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Regular Comum Pouco comum

N ú m e ro d e e sp é ci e s Frequência de Ocorrência Campos Urbano Matas 0 5 10 15 20 25 30 35 40

Baixa Média Alta

N ú m e ro d e e sp é ci e s Níveis de Sensitividade Campo Urbano Matas

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Figura 4. Quantidade de espécies de aves observadas no campus central da UFRN, durante levantamento qualitativo entre 2016 e 2017, por guildas tróficas nos três ambientes.

Fonte: Própria (2017).

Figura 5. Curva de acumulação de espécies (est.: observado); riqueza estimada (média) de espécies de aves obtidas por três estimadores não paramétricos ( Chao 2, Jacknife 1 e Bootstrap), a partir de 27 listas de 10-espécies, observadas no ambiente de Campo do Campus Central da UFRN,Natal,RN.

Fonte: Própria (2017). 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

ONI INS NEC GRA FRU CAR DET

N ú m e ro d e e sp é ci e s Guildas tróficas Campos Urbano Matas 0 10 20 30 40 50 60 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 N ú m e ro ac u m u lad o d e e sp é ci e s Listas de Mackinon S(est) Chao 2 Mean Jack 1 Mean Bootstrap Mean

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Figura 6. Curva de acumulação de espécies (est.: observado); riqueza estimada (média) de espécies de aves obtidas por três estimadores não paramétricos ( Chao 2, Jacknife 1 e Bootstrap), a partir de 27 listas de 10-espécies, observadas no ambiente urbano do Campus Central da UFRN,Natal, RN.

Fonte: Própria (2017). 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 N ú m e ro ac u m u lad o d e e sp é ci e s Listas de Mackinon S(est) Chao 2 Mean Jack 1 Mean Bootstrap Mean

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Figura 7. Curva de acumulação de espécies (est.: observado); riqueza estimada (média) de espécies de aves obtidas por três estimadores não paramétricos ( Chao 2, Jacknife 1 e Bootstrap), a partir de 27 listas de 10-espécies, observadas no ambiente de Mata do Campus Central da UFRN, Natal, RN.

Fonte: Própria (2017).

5. DISCUSSÃO

As 56 espécies de aves contabilizadas nessa pesquisa representam 15% das aves listadas para o Rio Grande do Norte (Wikiaves, 2017), 31% das aves registradas na cidade do Natal (Wikiaves, 2017). Esses números corroboram com a literatura, pois segundo Franchin (2009) cerca de 30% da avifauna brasileira ocorre em áreas verdes do ambiente urbano e, resultados semelhantes a respeito da riqueza de aves, também foram obtidos em alguns campi universitários na região Nordeste, como: Santos (2014) que encontrou 42 espécies, Periquito (2015) com 43 espécies, Camurugi et al.(2010) com 60 espécies e Nascimento (2015) com 63 espécies. Se levarmos em consideração a lista final das aves do campus da UFRN observadas durante os últimos dois anos, o tamanho da área do campus e, a crescente urbanização local fica evidente que o mesmo ainda apresenta uma rica avifauna em nível da região Nordeste do Brasil.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 N ú m e ro ac u m u lad o d e e sp é ci e s Listas de Mackinon S(est) Chao 2 Mean Jack 1 Mean Bootstrap Mean

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O predomínio de aves da Ordem Passeriformes (37 spp, 66%) já era esperado, pois segundo Franchin (2009) esse táxon predomina na avifauna brasileira, sendo estimada em 55% desta. Constatamos que Tyrannidae (10 spp,18%) e Thraupidae (nove spp,16%) são as famílias mais representativas em número de espécies no Campus, o que também foi observado em outros levantamentos de aves em campus universitários no Brasil (ALEXANDRINO et. al., 2013; SANTOS, 2014; LOPES & MARÇAL 2016; PASCOAL et al., 2016; PASSARI et al., 2017). Esse resultado já era esperado, pois segundo Sick 1997 essas duas famílias apresentam ampla distribuição geográfica no continente americano, sendo Tyrannidae aquela que apresenta o maior número de espécies no Brasil (Piacentini et al. 2015).

É sabido que entre as aves das famílias Tyrannidae e Thraupidae predominam respectivamente as de habito alimentar insetívora e frugívora. Porém, muitas espécies dessas famílias são onívoras. Podemos comprovar isso nesse trabalho, onde das 10 Tyrannidae seis são onívoras e, das nove Thraupidae cinco também são onívoras, o que demonstra que a maioria dessas espécies são aquelas adaptadas a ambiente antropizados com dieta generalista. Isso fica mais evidente quando analisamos a totalidade das espécies aqui registradas a partir dos seus hábitos alimentares principais, onde ficou comprovado que os grupos tróficos mais representativos foram os onívoros (41%) e insetívoros (27%) que juntos somam 68%. A predominância dessas guildas tróficas indica que área do campus apresenta elevado grau de antropização, pois nesse tipo de ambiente, as aves insetívoras generalistas e onívoras são aquelas mais favorecidas, pois elas forrageiam em maior número de habitats o que proporciona maior diversidade de itens em suas dietas (WILLIS, 1979; MORNEAU et al.,1999; MAGALHÃES, 2007; CATIAN et al. 2011).

Em relação aos ambientes amostrados, vimos que tanto no ambiente campestre quanto no ambiente urbano os hábitos alimentares supracitados mantiveram o padrão de superioridade semelhantemente ao resultado avaliado para toda a área de estudo. No entanto, nos fragmentos florestais apesar das aves onívoras e insetívoras serem as mais frequentes, houve equilíbrio (33% cada) na proporção entre estas, aparecendo em seguida aquelas que se alimentam de néctar (12%). Geralmente em ambientais florestais as aves insetívoras predominam, enquanto aquelas de dieta onívora são mais frequentes em áreas urbanas

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(FRANCHIN, 2009; SILVA et al., 2014; LUCENA, 2015), o que sugere que a predominância de aves desses hábitos supracitados em detrimento de outros mais especializados como o frugívoro, deve-se à crescente fragmentação e antropização das matas da área de estudo, pois se observa que a maioria das insetívoras do local também são generalistas, incluindo outros itens em sua dieta. Apesar da degradação dos fragmentos florestais houve o registro considerável de quatro espécies nectarívoras que são importantes para a manutenção das matas, pois algumas delas atuam como polinizadoras.

Entre as aves não-Passeriformes a família Trochilidae (quatro, 7%) foi a mais rica, muito provavelmente devido à grande variedade de plantas floríferas no campus, especialmente nos fragmentos de matas. Além disso, três das quatro espécies de beija-flores, registradas são relativamente comuns nas áreas urbanas bem arborizadas da mesorregião leste do estado (Wikiaves, 2017).

Os campos (44 spp ) apresentaram o maior número de espécies registradas e em seguida o ambiente urbano (36 spp ) apresentou maior riqueza do que os fragmentos de matas (33 spp). Esses resultados baseados apenas na riqueza devem-se, provavelmente, a alguns fatores, como: Entre as áreas urbanas e os fragmentos de mata, encontram-se as manchas de vegetação campestre com arbustos e árvores espaçadas que, funciona às vezes como corredor entre os ambientes supracitados ou como ponto de parada e área de forrageio para a maioria das espécies. Na área urbana há muitos arbustos e árvores frutíferas, sendo usada para forrageamento principalmente por espécies típicas de área aberta de hábitos principalmente frugívoros, nectarívoros, granívoros e onívoros que juntos somaram 67%. A comunidade de aves foi estudada em apenas dois fragmentos de mata relativamente pequenos e intercalados por campos e áreas construídas (urbana), enquanto que para os campos e áreas urbanas foram analisadas 4 locais distantes para cada ambiente, tentando contemplar a maior cobertura da área do campus e seus setores.

Baseado nos índices de freqüência, onde as espécies que predominaram no campus foram: C. flaveola, P.sulphuratus,T. sayaca,T. musculus,C. picui e E. flavogaster, percebe-se como os ambientes naturais do campus da área em estudo estão bem antropizados e fragmentados, pois estas são espécies típicas de áreas abertas, bordas de matas e áreas urbanas.

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Em relação ao grau de sensitividade aos distúrbios ambientais, observou-se um predomínio de espécies de sensitividade baixa nos ecossistemas estudados (Campos, área urbana e Matas) com média de 90%, enquanto que de nível médio foi 9% e apenas 1% de nível alto. Isso demonstra o alto grau de urbanização do Campus, no qual a maioria das espécies é tolerante a alterações ambientais, conforme observamos em relação ao uso de habitat e baseado na literatura (LIMA, 2013), onde 51 das 56 espécies registradas aqui, estão adaptadas a habitats conforme Tabela 1.

Analisando a similaridade entre a avifauna dos Campos e da área Urbana observou-se que eles têm em comum 72% das espécies encontradas, resultado similar ao encontrado entre Campos e Matas que tem em comum 70% das espécies registradas. Apesar dessa elevada semelhança entre a composição dos ambientes citados, algumas espécies vivem principalmente nos remanescentes florestais, tais como: Taraba major, Tachyphonus rufus, Ortalis araucuan, Hemitriccus griseipectus, Cnemotriccus fuscatus, Cantorchilus longirostris e Vireo chivi, sendo as quatro últimas registradas apenas nas Matas nesse estudo. O. araucuan e H. griseipectus são endêmicas da Mata Atlântica e está última está ameaçada de extinção (Ministério do Meio Ambiente, 2014). Algumas espécies foram registradas apenas nos campos, como por exemplo, Athene cunicularia, Vanellus chilensis e Chlorostilbon lucidus. Também houve registros exclusivos de espécies no perímetro urbano, como: Passer domesticus, Molothrus bonariensis, Progne chalybea e Eupsittula aurea, esta foi observada se alimentando de sementes da Senna siamea (Lam.) H.S.Irwin & Barneby.

Verificou-se também a similaridade entre a avifauna do campus central da UFRN com o Parque das dunas e, foi demonstrado que 54% das espécies encontradas estão presentes nas duas áreas, mas esse índice pode ser maior tendo em vista que nesse estudo utilizamos apenas uma metodologia e o mesmo foi realizado em um período relativamente curto do ano. Observando a composição de aves do Campus e do Parque das Dunas percebemos que algumas espécies registradas nesse estudo ainda não foram confirmadas para o Parque das dunas, como por exemplo, Thlypopsis sordida, Hemitriccus griseipectus e Eupsittula aurea, mesmo assim sendo muito provável a ocorrência das duas primeiras espécies no Parque, enquanto que esta última, possivelmente se trate de soltura ou escape de cativeiro (ANEXO A). Inclusive a suspeita de que outras espécies, como

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Gnorimopsar chopi, Icterus cayanensis e Agelaioides fringillarius registradas apenas para o campus esporadicamente (não consta nas listas de Mackinnon), também estejam relacionada à soltura por órgãos ambientais ou escape de criadores do entorno da área, tendo em vista que essas aves ainda são criadas como animais de estimação.

Ao analisar a curva de acumulação de espécies, percebe-se que o número de espécies foi expressivo nos ambientes urbano e de Matas, porém a curva de rarefação não atingiu a assíntota, o que também não aconteceu nos Campos, onde houve uma diferença considerável entre a riqueza e a estimativa média dos estimadores conforme as Figura 5 a 7. Em nenhuma das áreas estudadas a curva de acumulação de espécies atingiu a assíntota, apenas nas Matas houve uma suave tendência a estabilização, o que mostra que para esse ambiente seriam necessárias poucas listas para expressar a totalidade de espécies dessa comunidade, que segundo o estimador Jacknife1 (estimativa máxima) seria de aproximadamente 36 espécies. No entanto para o habitat urbano e principalmente para os Campos seria necessário um esforço amostral maior a fim de expressa a real riqueza de aves desses ambientes, pois para estes a estimativa máxima de acordo com Jacknife1 é de mais de 54 espécies e para aquele a estimativa máxima foi de aproximadamente 41 espécies. É visível que conforme se aumenta o esforço amostral diminui-se a diferença entre riqueza real e riqueza estimada (SANTOS, 2006). Logo, espera-se que com o aumento no número de novas listas, espécies menos conspícuas ou raras, de baixa população e até mesmo espécies migrantes poderiam ser encontradas.

Considerando o conjunto de dados para os três ambientes, o estimador Chao 2 estabilizou com um menor número de amostras, quando comparado com os outros estimadores, sendo mais eficiente em relação aos outros estimadores de riqueza dentro deste contexto de estimativa de riqueza em área urbana do nordeste.

6. CONCLUSÕES

Com a crescente urbanização no campus Central da UFRN houve mudanças na paisagem, incluindo substituição de parte da flora nativa por espécies exóticas de valor ornamental, além do desmatamento para novas construções, afetando diretamente a comunidade de aves em estudo. Essas alterações no ambiente extinguiram algumas aves mais sensíveis no local, porém as espécies típicas de

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áreas abertas e com hábitos alimentares mais generalistas que, por serem pouco sensíveis a alterações humanas, passaram a ocupar o novo nicho e aumentaram a riqueza de espécies. No entanto o número de espécies varia de acordo com os ecossistemas, tendo os Campos registrados 44 espécies, a área urbana 36 espécies e as Matas 33 espécies, sendo provavelmente o ambiente campestre o principal ponto de descanso e forrageio da maioria das espécies generalistas que se deslocam entre o Parque das Dunas e o Campus, pois os únicos dois fragmentos de Matas ficam mais para o interior do Campus e estão cercados por campos e áreas construídas. Apesar do maior número de espécies nos Campos, foram nas Matas que foram registrados as aves mais raras do Campus, como O. araucuan e H. griseipectus espécies exclusivas da Mata Atlântica, sendo importantíssima a manutenção desses fragmentos florestais para a conservação daquelas e consequentemente da biodiversidade típica de tal habitat. Além disso, é fundamental a existência dos campos que parecem funcionar como corredor verde no campus sendo o habitat exclusivo, por exemplo, da coruja-buraqueira. A substituição gradativa da flora exótica por espécies nativas típicas da Mata Atlântica também seria muito bom para avifauna local.

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ANEXO A

Lista de aves do Parque das Dunas em preparação, elaborada por colaboradores do laboratório de Ornitologia da UFRN; Lista de aves do Campus segundo Varela-Freire(1990); Lista de aves do Campus segundo Dantas et al. 2009 e, a lista elaborada durante essa pesquisa.

Família/Espécie Nomes populares em Português Parque das Dunas (Lab.Ornito .,UFRN) Campus da UFRN,Natal (1989-1990) Campus da UFRN,Natal (2007-2008) Campus da UFRN, Natal (2015-2017) Tinamidae Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inambu-chororo X Nothura boraquira (Spix, 1825) codorna-do-nordeste X X Nothura maculosa (Temminck, 1815 Codorna-amarela X Cracidae Ortalis araucuan (Spix, 1825) aracuã-de- barriga-branca X X X Penelope jacucaca Spix, 1825 jacucaca X Penelope superciliaris Temminck, 1815 jacupemba X Fregatidae Fregata magnificens Mathews, 1914 tesourão X X Ardeidae Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho X Cathartidae Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de- cabeça-vermelha X X X X Cathartes burrovianus Cassin, 1845 urubu-de- cabeça-amarela X X Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu X X X X Accipitridae Elanus leucurus (Vieillot, 1818) gavião-peneira X X X Rupornis magnirostris(Gmeli n, 1788) gavião-carijó X X X X

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Família/Espécie Nomes populares em Português Parque das Dunas (Lab.Ornito .,UFRN) Campus da UFRN,Natal (1989-1990) Campus da UFRN,Natal (2007-2008) Campus da UFRN, Natal (2015-2017) Buteo brachyurus Vieillot, 1816 gavião-de-cauda-curta X X Falconidae Caracara plancus (Miller, 1777) carcará X X X X Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro X X X Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) falcão-relógio X Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri X Falco peregrinus Tunstall, 1771 falcão-peregrino X X Charadriidae Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero X X X X Charadrius semipalmatus Bonaparte, 1825 batuíra-de-bando X Charadrius collaris Vieillot, 1818 batuíra-de-coleira X Scolopacidae Limnodromus griseus (Gmelin, 1789) maçarico-de- costas-brancas X Calidris pusilla (Linnaeus, 1766) maçarico-rasteirinho X Columbidae Columbina passerina (Linnaeus, 1758) rolinha-cinzenta X Columbina minuta (Linnaeus, 1766) rolinha-de-asa-canela X X Columbina talpacoti (Temminck, 1810) rolinha X X X Columbina picui (Temminck, 1813) rolinha-picuí X X X X Columba livia Gmelin, 1789 pombo-doméstico X X X X Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) asa-branca X Zenaida auriculata

(Des Murs, 1847) avoante X Leptotila verreauxi

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Família/Espécie Nomes populares em Português Parque das Dunas (Lab.Ornito .,UFRN) Campus da UFRN,Natal (1989-1990) Campus da UFRN,Natal (2007-2008) Campus da UFRN, Natal (2015-2017) Psittacidae Eupsittula aurea (Gmelin, 1788) periquito-rei X X Eupsittula cactorum (Kuhl, 1820) periquito-da-caatinga X X X Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) tuim X X X Cuculidae Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato X X X Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817 papa-lagarta X X Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto X X X X Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco X X X X Tapera naevia (Linnaeus, 1766) saci X Tytonidae Tyto furcata (Temminck, 1827) suindara X X Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato X X X Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira X X X Asio clamator (Vieillot, 1808) coruja-orelhuda X Nyctibiidae Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) urutau X Caprimulgidae Antrostomus rufus (Boddaert, 1783) joão-corta-pau X X Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) bacurau X X Hydropsalis parvula (Gould, 1837) bacurau-chintã X X Trochilidae Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758 rabo-branco-rubro X Phaethornis pretrei (Lesson &

Delattre, 1839 rabo-branco-acanelado X Eupetomena macroura (Gmelin, beija-flor-tesoura X X

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1788) Família/Espécie Nomes populares em Português Parque das Dunas (Lab.Ornito .,UFRN) Campus da UFRN,Natal (1989-1990) Campus da UFRN,Natal (2007-2008) Campus da UFRN, Natal (2015-2017) Chrysolampis mosquitus (Linnaeus, 1758) beija-flor-vermelho X Chlorestes notata (Reich, 1793) beija-flor-de-garganta-azul X Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) besourinho- de-bico-vermelho X X X Amazilia leucogaster (Gmelin, 1788) beija-flor-de- barriga-branca X X X Amazilia versicolor (Vieillot, 1818 beija-flor-de-banda-branca X Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de- garganta-verde X X X Alcedinidae Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim- pescador-grande X X Bucconidae Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) rapazinho-dos-velhos X X X Picidae Picumnus fulvescens Stager, 1961 picapauzinho-canela X Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) pica-pau-pequeno X Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-barrado X Thamnophilidae Taraba major (Vieillot, 1816) choró-boi X X X Thamnophilus capistratus Lesson, 1840 choca- barrada-do-nordeste X Thamnophilus torquatus Swainson, 1825 choca-de-asa-vermelha X X Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 choca-do-planalto X Myrmotherula axillaris (Vieillot, 1817) choquinha- de-flanco-branco X Herpsilochmus sellowi Whitney &

Pacheco, 2000

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Família/Espécie Nomes populares em Português Parque das Dunas (Lab.Ornito .,UFRN) Campus da UFRN,Natal (1989-1990) Campus da UFRN,Natal (2007-2008) Campus da UFRN, Natal (2015-2017) Herpsilochmus pectoralis Sclater, 1857 chorozinho-de-papo-preto X Formicivora grisea (Boddaert, 1783) papa-formiga-pardo X X Formicivora rufa (Wied, 1831) papa-formiga-vermelho X Cercomacroides laeta (Todd, 1920) chororo-didi X Conopophagidae Conopophaga lineata (Wied, 1831) chupa-dente X Furnariidae Synallaxis scutata Sclater, 1859 estrelinha-preta X Pseudoseisura cristata (Spix, 1824) casaca-de-couro X Rhynchocyclidae Hemitriccus griseipectus (Snethlage, 1907) maria-de- barriga-branca X Hemitriccus striaticollis (Lafresnaye, 1853) sebinho- rajado-amarelo X Hemitriccus margaritaceiventer (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837) sebinho-de-olho-de-ouro X X Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relogio X X X X Tyrannidae Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) Risadinha X X X Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava- de-barriga-amarela X X X Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868 guaracava-grande X X X Elaenia cristata Pelzeln, 1868 guaracava- de-topete-uniforme X X X Phaeomyias murina (Spix, 1825) bagageiro X X Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) filipe X Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) guaracavuçu X X

(39)

Família/Espécie Nomes populares em Português Parque das Dunas (Lab.Ornito .,UFRN) Campus da UFRN,Natal (1989-1990) Campus da UFRN,Natal (2007-2008) Campus da UFRN, Natal (2015-2017) Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) lavadeira-mascarada X X X X Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro X X X Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata X Myiozetetes similis (Spix, 1825) bentevizinho- de-penacho-vermelho X X X Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi; X X X X Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) bem-te-vi-rajado X Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica X Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri X X X X Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 irré X Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) maria- cavaleira-de- rabo-enferrujado X Megarynchus pitangua (Linnaeu s, 1766) X Pipridae Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) fruxu-do-cerradão X Tityridae Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto X Vireonidae Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) Pitiguari X X X Hylophilus amaurocephalus (Nordmann, 1835) vite-vite-de-olho-cinza X Vireo chivi (Vieillot, 1817) Juruviara X X Corvidae Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821) gralha-cancã X X X

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Família/Espécie Nomes populares em Português Parque das Dunas (Lab.Ornito .,UFRN) Campus da UFRN,Natal (1989-1990) Campus da UFRN,Natal (2007-2008) Campus da UFRN, Natal (2015-2017) Hirundinidae Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora X X Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-grande X X X Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) andorinha-do-rio X X X Troglodytidae Troglodytes musculus Naumann, 1823 Corruíra X X X X Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819) garrinchao- de-bico-grande X X X Polioptilidae Polioptila plumbea (Gmelin, 1788) balanca-rabo- de-chapeu-preto X X X Turdidae Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-branco X X X Turdus rufiventris Vieillot, 1818 sabiá-laranjeira X X X Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca X Mimidae Mimus gilvus (Vieillot, 1807) sabiá-da-praia X X X X Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo X X X X Motacillidae Anthus lutescens Pucheran, 1855 caminheiro-zumbidor X Thraupidae Paroaria dominicana (Linnaeus, 1758) cardeal-do-nordeste X X X X Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaço-cinzento X X X X Tangara palmarum (Wied, 1821) sanhaco-do-coqueiro X X X X Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saira-amarela X X X Nemosia pileata (Boddaert, 1783) saira-de-chapeu-preto X

Referências

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