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Funcionalidades avançadas de controlo de potência para melhoria da segurança de operação de micro-redes nos momentos subsequentes ao isolamento

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Academic year: 2021

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Funcionalidades avançadas de controlo de

potência para melhoria da segurança de operação

de micro-redes nos momentos subsequentes ao

isolamento

João Paulo da Costa Seia Moreira

Dissertação realizada no âmbito do

Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores

Major de Energia

Orientador: Prof. Doutor Carlos Coelho Leal Monteiro Moreira

Coorientadora: Doutoranda Clara Sofia Teixeira Gouveia

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Resumo  

Uma Micro-rede (MR) consiste numa rede de distribuição em Baixa Tensão (BT), onde se encontram ligados sistemas de produção de energia elétrica em pequena escala, denominados na literatura como Micro-fontes (MF) ou Microgeração (MG), dispositivos de armazenamento de energia, e cargas dotadas de capacidades de controlo e de deslastre. Além destes sistemas, inclui-se também no conceito de Micro-rede toda a arquitetura de gestão e de controlo, apoiada por toda uma infraestrutura de comunicação.

A principal funcionalidade que distingue as Micro-redes de outros sistemas de energia elétrica semelhantes é a sua capacidade de passar a funcionar isoladamente da restante rede a montante. Perante a ocorrência de uma falha na rede de distribuição em Média Tensão (MT) a que se encontra ligada, ou caso seja necessário tirar a interligação de serviço por motivos de manutenção, a Micro-rede é capaz de se isolar, passando a operar como um sistema isolado, tal como acontece nas ilhas físicas.

A transição para modo isolado possui algumas implicações para o funcionamento da Micro-rede. Em cenários em que esta esteja a importar potência da rede a montante antes do isolamento, a passagem para operação em modo isolado não só provoca um transitório na rede, como também pode provocar a perda do balanço de potência e de energia entre as Micro-fontes e as cargas.

A solução mais eficaz para corrigir esta perda de balanço é o deslastre de carga dentro da Micro-rede. Este corte de carga garante que as Micro-fontes Controláveis (MFC) têm capacidade de resposta para suportar a carga previamente alimentada pela rede MT, possibilitando assim um balanço de energia durante a duração do transitório entre as cargas, a Microgeração Controlável e os sistemas de armazenamento de energia.

Para garantir que é feito do deslastre de carga mínimo necessário para o bom funcionamento da Micro-rede durante o transitório de isolamento, são necessárias ferramentas computacionais capazes de prever o comportamento dinâmico da rede e dos seus componentes. No entanto, as principais ferramentas com este objetivo são computacionalmente pesadas, pois requerem simulações dinâmicas difíceis de realizar em equipamentos de controlo e gestão da rede, inviabilizando a sua aplicação.

É objetivo desta tese apresentar uma abordagem simplificada ao problema que é a determinação do corte de carga mínimo, recorrendo a modelos algébricos simplificados, inspirados nas respostas dinâmicas dos componentes da Micro-rede, capaz de ser implementado em dispositivos de controlo dotados de gestão em tempo real.

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 Abstract  

A Micro-grid is a Low Voltage distribution network, to which are connected small scale electricity generation systems, commonly known as Micro-sources or Micro-generation, energy storage devices and loads endowed with monitoring and load shedding capabilities, as well as all the control and management architecture, supported by an communication infrastructure.

The main feature that separates Micro-grids from similar electric power systems is their ability to function as an isolated network, separated from the upstream network. With the occurrence of a failure in the Medium Voltage distribution network to which is connected, or if becomes necessary to disconnect the link between both networks for maintenance reasons, the Micro-grid is able to isolate itself, operating as an isolated system, similar to what happens in physical islands.

The transition to isolated mode has some implications regarding the operation of the Micro-grid. In scenarios where the Micro-grid is importing power from the upstream network before the isolation, the transition between operational modes not only causes a transient in the network, but can also provoke the loss of power and energy balance between the Micro- sources and loads.

The most effective solution to correct this balance is with load shedding actions in the Micro-grid. This load shedding ensures that the Controllable Micro-sources have the capacity to support the load that was previously supplied by the MV network, guarantying an energy balance during the transient period between the loads, the Controllable Micro-sources and the energy storage systems.

To ensure that the minimum load shedding necessary that guaranties the Micro-grid proper operation during the transient isolation is implemented, computational tools are needed to predict the dynamic behaviour of the network and its components. However, the main tools for this purpose are computationally heavy, since they require dynamic simulations difficult to implement in typical control and management equipment, which making its implementation impractical.

The objective of this thesis is to present a simplified approach to the determination of the minimum load shedding problem, using simplified algebraic models, inspired by the dynamic responses of the Micro-grids components, able to be implemented in real time control and management devices.

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Agradecimentos  

Com os melhores agradecimentos ao Prof. Carlos Moreira e à Eng.ª Clara Gouveia, que me apoiaram durante a realização desta dissertação.

Aos meus colegas e amigos, que me ajudaram durante toda esta jornada.

Aos meus pais, João Figueiredo e Isabel Costa, e à minha irmã, Joana Moreira, por tudo o que fizeram por mim.

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(9)

Índice  

Resumo  ...  III  

Abstract  ...  V  

Agradecimentos  ...  VII  

Índice  ...  IX  

Lista  de  figuras  ...  XII  

Lista  de  tabelas  ...  XIV  

Lista  de  abreviações  ...  XVI  

Capítulo  1   Introdução  ...  1  

1.1

 

Motivação  da  tese  ...  1

 

1.2

 

Objetivos  desta  tese  ...  5

 

1.3

 

Estrutura  da  tese  ...  7

 

Capítulo  2   O  paradigma  da  Geração  Distribuída  e  de  Micro-­‐redes  ...  9  

2.1

 

Introdução  ...  9

 

2.2

 

Conceito  de  Geração  Distribuída  ...  11

 

2.2.1

 

A  mudança  de  paradigma  no  SEE  ...  13

 

2.2.2

 

Geração  Distribuída  e  a  Formação  de  Micro-­‐redes  Autónomas  e  Não-­‐

Autónomas  ...  14

 

2.3

 

Principais  tipos  de  tecnologias  de  Microgeração  Distribuída  ...  15

 

2.3.1

 

Pilhas  de  combustível  ...  16

 

2.3.1.1

 

Sistemas  de  pilhas  de  combustível  ...  17

 

2.3.2

 

Microturbinas  ...  19

 

2.3.2.1

 

Características  e  aplicações  de  microturbinas  ...  19

 

2.3.2.2

 

Tipos  de  microturbinas  ...  21

 

2.3.3

 

Painéis  Fotovoltaicos  ...  21

 

2.3.3.1

 

Princípios  de  funcionamento  ...  21

 

2.3.3.2

 

Módulos  fotovoltaicos  ...  22

 

2.3.4

 

Turbinas  eólicas  de  pequenas  dimensão  ...  22

 

2.3.5

 

Sistemas  de  armazenamento  ...  22

 

2.3.5.1

 

Baterias  ...  23

 

2.3.5.2

 

Volantes  de  inércia,  flywheels  ...  25

 

2.3.5.3

 

Supercondutores  de  armazenamento  de  energia  magnética  ...  26

 

(10)

2.4.1

 

Definição  de  Micro-­‐rede  ...  28

 

2.4.2

 

Arquitetura  de  controlo  ...  28

 

2.4.3

 

Operação  em  modo  de  emergência  ...  29

 

2.4.3.1

 

Single  Master  Operation,  SMO  ...  31

 

2.4.3.2

 

Multi  master  operation,  MMO  ...  32

 

2.4.3.3

 

Controlo  secundário  potência  ativa-­‐frequência  ...  33

 

2.5

 

Sumário  e  Conclusões  ...  34

 

Capítulo  3   Simulação  numérica  da  Micro-­‐rede  ...  35  

3.1

 

Introdução  ...  35

 

3.2

 

Mecanismo  de  simulação  dinâmica  da  Micro-­‐rede  ...  35

 

3.3

 

Modelos  dinâmicos  dos  componentes  da  Micro-­‐rede  ...  37

 

3.3.1

 

Micro-­‐fontes  ...  37

 

3.3.1.1

 

Pilhas  de  combustível  de  óxido  sólido  (SOFC)  ...  38

 

3.3.1.2

 

Microturbinas  de  veio  único  (SSMT)  ...  41

 

3.3.1.2.1

 

Controlo  de  potência  ativa  ...  42

 

3.3.1.2.2

 

Motor  da  microturbina  ...  42

 

3.3.1.2.3

 

Gerador  síncrono  de  imanes  permanentes  ...  42

 

3.3.1.2.4

 

Conversor  do  lado  da  máquina  ...  44

 

3.3.1.3

 

Painéis  fotovoltaicos  ...  44

 

3.3.1.3.1

 

Sistemas  fotovoltaicos  com  MPPT  ...  45

 

3.3.1.4

 

Microturbina  eólica  ...  46

 

3.3.1.4.1

 

Turbina  eólica  ...  46

 

3.3.1.4.2

 

Gerador  de  indução  com  rotor  em  gaiola  de  esquilo  ...  47

 

3.3.2

 

Sistemas  de  armazenamento  ...  48

 

3.3.3

 

Inversores  ...  48

 

3.3.3.1

 

Inversor  com  controlo  PQ  ...  49

 

3.3.3.2

 

Inversor  VSI  ...  50

 

3.3.4

 

Rede  elétrica  e  cargas  ...  51

 

3.4

 

Sumário  e  conclusões  ...  51

 

Capítulo  4   Balanço  de  energia  da  Micro-­‐rede  em  modo  isolado  ...  53  

4.1

 

Introdução  ...  53

 

4.2

 

Sistema  de  teste  ...  54

 

4.2.1

 

Estrutura  da  Micro-­‐Rede  implementada  ...  54

 

4.2.2

 

Simplificações  adotadas  ...  55

 

4.3

 

Comportamento  da  Micro-­‐rede  nos  momentos  subsequentes  ao  isolamento  ...  56

 

4.4

 

Metodologia  de  deslastre  de  carga  inteligente  de  carga  ...  63

 

4.4.1

 

Modelos  aproximados  das  respostas  transitórias  das  Micro-­‐fontes  Controláveis  

(MFC)  

63

 

4.4.1.1

 

Metodologia  adotada  ...  63

 

4.4.1.2

 

Modelos  aproximados  ...  65

 

4.4.1.2.1

 

Modelo  aproximado  da  resposta  da  SSMT  ...  65

 

(11)

4.4.2

 

Modelo  iterativo  de  determinação  do  corte  de  carga  mínimo  após  o  

isolamento  da  Micro-­‐rede  ...  74

 

4.4.2.1

 

Principais  fatores  relacionados  com  o  corte  de  carga  ...  74

 

4.4.2.2

 

Modelo  iterativo  ...  75

 

4.5

 

Sumário  e  conclusões  ...  79

 

Capítulo  5   Resultados  obtidos  da  implementação  do  método  interativo  no  

modelo  da  Micro-­‐rede  ...  80  

5.1

 

Introdução  ...  80

 

5.2

 

Metodologia  adotada  nos  testes  ...  80

 

5.3

 

Resultados  finais  ...  82

 

5.3.1

 

Cenário  1  ...  82

 

5.3.2

 

Cenário  2  ...  84

 

5.3.3

 

Cenário  3  ...  86

 

5.4

 

Conclusões  ...  88

 

Capítulo  6   Conclusão  ...  90  

6.1

 

Principais  contribuições  desta  dissertação  ...  90

 

6.2

 

Sugestões  para  trabalho  futuro  ...  91

 

Referências  Bibliográficas  ...  92  

Anexo  A  –  Capítulo  3  ...  96  

Anexo  B  –  Capítulo  5  ...  98  

 

(12)

Figura  2-­‐1  -­‐  Estrutura  convencional  do  Sistema  Elétrico  de  Energia  (SEE)  [10]  ...  10

 

Figura  2-­‐2  -­‐  Integração  de  GD  no  SEE  [10]  ...  13

 

Figura  2-­‐3  -­‐  Geração  distribuída  e  a  formação  de  Micro-­‐redes  [10]  ...  15

 

Figura  2-­‐4  -­‐  Constituição  básica  de  um  sistema  de  pilha  de  combustível  [25]  ...  18

 

Figura  2-­‐5  -­‐  Sistema  de  uma  pilha  de  combustível  [28]  ...  19

 

Figura  2-­‐6  -­‐  Sistema  de  uma  microturbina  [29]  ...  19

 

Figura  2-­‐7  -­‐  Estrutura  de  uma  bateria  [33]  ...  24

 

Figura  2-­‐8  -­‐  Sistema  de  armazenamento  de  energia  de  uma  flywheel  [35]  ...  25

 

Figura  2-­‐9  -­‐  Arquitetura  de  controlo  de  uma  MR  ...  28

 

Figura  2-­‐10  -­‐  Arquitetura  de  uma  MR,  incluindo  MF,  cargas  e  dispositivos  de  controlo  [36]  ...  29

 

Figura  2-­‐11  -­‐  Esquema  de  controlo  de  uma  operação  SMO  [36]  ...  31

 

Figura  2-­‐12  -­‐  Esquema  de  controlo  de  uma  operação  MMO  [36]  ...  33

 

Figura  3-­‐1  -­‐  Representação  do  barramento  interno  e  do  filtro  de  acoplamento  do  inversor  ...  36

 

Figura  3-­‐2  –  Aplicação  das  soluções  das  equações  diferenciais  das  MF  para  atualização  do  modelo  da   rede  [10]  ...  37

 

Figura  3-­‐3  -­‐  Diagrama  de  blocos  de  uma  MF  com  inversor  [10]  ...  38

 

Figura  3-­‐4  -­‐  Diagrama  de  blocos  do  modelo  dinâmico  da  SOFC  [10]  ...  40

 

Figura  3-­‐5  -­‐  Diagrama  de  blocos  do  sistema  de  controlo  da  SSMT  [10]  ...  41

 

Figura  3-­‐6  -­‐  Controlo  de  potência  ativa  da  microturbina  [10]  ...  42

 

Figura  3-­‐7  -­‐  Modelo  dinâmico  do  motor  da  microturbina  [10]  ...  42

 

Figura  3-­‐8  -­‐  Diagrama  de  blocos  do  controlo  do  conversor  do  lado  da  máquina  [10]  ...  44

 

Figura  3-­‐9  -­‐  Configuração  de  um  sistema  fotovoltaico  com  MPPT  [31]  ...  45

 

Figura  3-­‐10  -­‐  Diagrama  de  blocos  do  modelo  de  controlo  do  inversor  PQ  [36]  ...  49

 

Figura  3-­‐11  -­‐  Diagrama  de  blocos  genérico  do  controlo  VSI  [36]  ...  50

 

Figura  3-­‐12  -­‐  Modelo  completo  de  controlo  do  VSI  [10]  ...  51

 

Figura  4-­‐1  -­‐  Estrutura  da  MR  implementada  no  sistema  de  teste  [10]  ...  55

 

Figura  4-­‐1  -­‐  Variação  de  frequência  durante  o  isolamento  da  MR  ...  59

 

Figura  4-­‐2  -­‐  Injeção  de  potência  ativa  pelo  sistema  de  armazenamento  ...  60

 

Figura  4-­‐3  -­‐  Injeção  de  energia  pelo  sistema  de  armazenamento  ...  61

 

Figura  4-­‐4  -­‐  Modelo  de  simulação  isolado  da  SSMT  ...  64

 

Figura  4-­‐5  -­‐  Modelo  de  simulação  isolado  da  SOFC  ...  65

 

Figura  4-­‐6  -­‐  Resposta  do  modelo  isolado  da  SSMT  face  a  uma  variação  de  potência  requisitada  ...  66

 

Figura  4-­‐7  -­‐  Comparação  da  resposta  de  potência  da  SSMT  para  diferentes  cenários  ...  67

 

(13)

Figura  4-­‐10  -­‐  Comparação  da  resposta  do  modelo  isolado  da  SOFC  para  diferentes  variações  de  potência  

requisitada  ...  71

 

Figura  4-­‐11  -­‐  Fluxograma  do  modelo  iterativo  de  determinação  do  deslastre  mínimo  de  carga  ...  78

 

Figura  5-­‐2  -­‐  Comportamento  da  frequência  na  MR  durante  o  isolamento  no  Cenário  1  ...  83

 

Figura  5-­‐3  -­‐  Comportamento  da  injeção  de  energia  pelo  sistema  de  armazenamento  no  Cenário  1  ...  83

 

Figura  5-­‐4  -­‐  Comportamento  da  frequência  na  MR  durante  o  isolamento  no  Cenário  2  ...  85

 

Figura  5-­‐5  -­‐  Comportamento  da  injeção  de  energia  pelo  sistema  de  armazenamento  no  Cenário  2  ...  85

 

Figura  5-­‐6  -­‐  Comportamento  da  frequência  da  MR  durante  o  isolamento  no  Cenário  3  ...  87

 

Figura  5-­‐7  -­‐  Comportamento  da  injeção  de  potência  pelo  sistema  de  armazenamento  no  Cenário  3  ....  87

 

  Figura  B  -­‐  1  -­‐  Respostas  de  potência  do  sistema  de  armazenamento  e  das  MFC,  com  corte  de  carga,  para   o  Cenário  1  (Secção  5.3.1)  ...  98

 

Figura  B  -­‐  2  -­‐  Resposta  de  potência  do  sistema  de  armazenamento  e  das  MFC  no  Cenário  2  (Secção   5.3.2)  ...  100

 

Figura  B  -­‐  3  -­‐  Resposta  de  potência  do  sistema  de  armazenamento  e  das  MFC  no  Cenário  3  (Secção   5.3.3)  ...  102

 

 

   

(14)

Tabela  4-­‐1  -­‐  Cenário  de  apresentação  do  problema  ...  57

 

Tabela  4-­‐2  -­‐  Cenários  de  teste  da  resposta  dinâmica  das  SSMT  ...  64

 

Tabela  4-­‐3  -­‐  Cenários  de  teste  da  resposta  dinâmica  das  SOFC  ...  65

 

Tabela  4-­‐4  -­‐  Cenários  de  teste  para  validação  dos  modelos  aproximados  ...  73

 

Tabela  4-­‐5  -­‐  Comparação  dos  resultados  obtidos  a  partir  do  modelo  isolado  e  do  modelo  aproximado  da   SSMT  ...  73

 

Tabela  4-­‐6  -­‐  Comparação  dos  resultados  obtidos  a  partir  do  modelo  isolado  e  do  modelo  aproximado  da   SOFC  ...  74

 

Tabela  5-­‐1  -­‐  Características  dos  cenários  de  teste  ...  81

 

Tabela  5-­‐2  -­‐  Resultados  obtidos  do  modelo  iterativo  no  Cenário  1  ...  82

 

Tabela  5-­‐3  -­‐  Resultados  obtidos  do  modelo  iterativo  no  Cenário  2  ...  84

 

Tabela  5-­‐4  -­‐  Resultados  obtidos  do  modelo  iterativo  no  Cenário  3  ...  86

 

  Tabela  A  -­‐  1  -­‐  Valores  de  resistência  e  indutância  das  linhas  existentes  na  Micro-­‐rede  do  sistema  de   testes  (Secção  3.3.4)  ...  96

 

  Tabela  B  -­‐  1  -­‐  Aplicação  do  método  iterativo  de  determinação  de  deslastre  de  carga,  no  Cenário  2   (Secção  5.3.1)  ...  99

 

Tabela  B  -­‐  2  -­‐  Aplicação  do  método  iterativo  de  determinação  de  deslastre  de  carga  no  Cenário  2   (Secção  3.3.2)  ...  101

 

Tabela  B  -­‐  3  -­‐  Aplicação  do  método  iterativo  de  determinação  de  deslastre  de  carga  no  Cenário  3   (Secção  5.3.3)  ...  103

 

 

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AFC Alkaline Fuel Cells

AT Alta Tensão

BOP Balance of Plant

BT Baixa Tensão

CERTS Consortium for Electric Reliability Technology Solutions

CHP Combined Heat and Power

CIRED International Conference and Exhibition on Electricity Distribution

DER Distributed Energy Resources

DMFC Direct Methanol Fuel Cells

DMS Distributed Management Systems

DNO Distribution Network Operator

DNO Distributed Network Operator

GAST Gas Turbine

GD Geração Distribuída

GHG Green House Gases

(17)

MAT Muito Alta Tensão MC Microsource Controller

MCFC Molten Carbonate Fuel Cells

MF Micro-Fontes

MFC Micro-fonte Controlável

MG Microgeração

MGCC Microgrid Central Controller

MMO Multi master operation

MPPT Maximum Power Point Trackers

MR Micro-rede

MT Média Tensão

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico PAFC Phosphoric Acid Fuel Cells

PD Produção Dispersa

PEMFC Proton Exchange Membrane Fuel Cells

PI Proporcional-Integral

PMSG Permanent-magnet synchronous generator

RES Renewable Energy Sources

SEE Sistema Elétrico de Energia

SMES Superconducting magnetic energy storage

(18)

SPFC Solid Polymer Fuel Cells

SSMT Singleshaft Microturbines

STC Standard Test Conditions

UPS Uninterruptible Power Supply

(19)

Capítulo  1  

 

Introdução  

1.1 Motivação  da  tese  

O paradigma atual do Sistema de Produção Elétrica, existente à aproximadamente 50 anos, baseia-se na geração centralizada de energia em centros produtores de grande escala (centrais hídricas com albufeiras de grande capacidade, centrais alimentadas por combustíveis fósseis e/ou centrais nucleares), sendo essa energia posteriormente transmitida até ao consumidor final através de uma extensa rede elétrica de transporte e distribuição. Embora o número de países a apostarem na implementação de sistemas baseados em energias renováveis (por exemplo, grandes parques eólicos) tenha vindo a aumentar, a geração de energia elétrica é ainda fortemente dependente de combustíveis fósseis e/ou nucleares. Segundo o International Energy Outlook 2011, relatório anual com as previsões futuras a nível energético realizado pela U.S. Energy Information Administration, admitindo que as atuais políticas energéticas se mantêm inalteradas durante os próximos anos, prevê um crescimento de 53% no total de energia transacionada e consumida. O uso total de energia aumentará de 505 quatriliões de BTU (British Thermal Units1) em 2008 para 619 quatriliões de BTU em 2020 e 770 quatriliões de BTU em 2035. A maior parcela deste crescimento vai se verificar nos países não pertencentes à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), onde a procura energética é potencializada pelo forte crescimento económico a longo prazo. A nível de geração de energia elétrica, é previsto um crescimento de 84%, de 19,1 triliões de kWh (quilowatt hora) em 2008 para 25,5 triliões de kWh em 2020 e 35,2 triliões de kWh em 2035. Embora estes valores tenham sido afetados pela recessão económica que se verificou no período de 2008-2009, que provocou um abrandamento do crescimento da utilização de energia elétrica e uma diminuição nos consumos de eletricidade que ainda hoje se verifica, em 2010 a procura voltou sobretudo graças a fortes crescimentos em países fora da OCDE. Comparando os dois lados envolvidos, os países pertencentes à OCDE, onde os mercados elétricos estão devidamente estabelecidos e os padrões de consumo estão bem definidos, o crescimento do consumo de energia elétrica é mais lento do que aquele que se verifica nos países fora da OCDE, onde grande parcela da potencial procura continua insatisfeita. Referindo alguns valores, o International Energy Outlook 2011 prevê um crescimento médio da geração de energia elétrica nos países fora da OCDE de cerca de

(20)

4,0%/ano, enquanto que nos países pertencentes à OCDE este crescimento médio previsto será de 1,2%/ano, no período entre 2008 e 2035 [1].

No caso da União Europeia (UE), as necessidades de energia são sobretudo fornecidas graças a fontes de combustíveis fósseis cada vez mais escassas, que são sobretudo importadas para a UE. Com o crescimento contínuo da procura de energia, esta dependência externa pode aumentar de 50 a 70% em 25 anos, ou menos [2].

Embora a energia seja um fator importante não só para o bem estar das populações como também para a prosperidade das empresas e economias, as emissões relacionadas com a energia representam quase 80% das emissões totais de gases com efeito de estufa da UE, o que coloca em causa todo o atual paradigma energético. Com o objetivo de combater aspetos tais como a ineficiência energética, as alterações climáticas, a falta de sustentabilidade e de segurança, o Conselho Europeu aprovou em 2007 uma série de objetivos ambiciosos para 2020 que se focam nos seguintes objetivos [3]:

• Redução de 20% nas emissões de gases com efeitos de estufa; • Aumento da quota de energias renováveis para 20%;

• Melhoria de 20% na eficiência energética.

Deste modo, o desenvolvimento de tecnologias de Geração Distribuída (GD) ou Produção Dispersa (PD) e de tecnologias renováveis será a melhor solução para atingir estas metas. É de notar que as tecnologias de PD podem ou não ser baseadas em tecnologias renováveis, e como tal não devem ser confundidas com tecnologias renováveis [4].

A GD pode ser considerada como sendo “levar a produção até às cargas”, garantindo a produção de eletricidade com alta eficiência e baixos níveis de poluição. Ao contrário do que acontece com as grandes centrais produtoras, a GD pode ser instalada perto ou mesmo na própria instalação de consumo [5]. No entanto, de forma a atingir tais metas ambiciosas, as redes elétricas devem estar preparadas para a implementação e integração destas tecnologias a larga escala. A implementação de GD a uma grande escala vai alterar o paradigma de geração de energia de forma bastante significativa, passando de um sistema dominado pela geração centralizada para um sistema onde tecnologias mais limpas serão largamente utilizadas. No entanto, esta mudança de paradigma e a exploração apropriada das fontes de GD pode oferecer vantagens adicionais para os operadores de sistema, visto que contribui para [6]:

• Redução/adiamento de investimentos em redes de transporte e de distribuição;

• Redução das perdas nos sistemas de distribuição;

• Fornecimento de serviços de suporte à rede ou serviços auxiliares.

(21)

1.1 - Motivação da tese

interfaces de eletrónica de potência, passou a ser possível a ligação de fontes de GD com determinadas características nas redes de distribuição em Baixa Tensão (BT). Estas unidades, também denominadas de Micro-Fontes (MF), são normalmente modulares de pequenas dimensões, e apresentam potências elétricas não superiores a 100 kW. São normalmente acompanhadas por interfaces de eletrónica de potência que estabelecem a ligação entre a MF e a rede de distribuição, e utilizam tanto fontes de energias renováveis como também combustíveis fósseis em aplicações integradas em sistemas de cogeração (CHP – Combined

Heat and Power). As tecnologias de MF mais utilizadas são: microturbinas, pilhas de

combustível, sistemas fotovoltaicos de pequenas dimensões e micro-eólica, aliadas a sistemas de armazenamento de energia, tais como baterias, volantes de inércia (flywheels) e/ou supercondensadores [6].

No entanto, a aplicação indiscriminada de sistemas individuais de GD podem provocar mais problemas do que aqueles que pode resolver. Uma maneira mais eficaz de compreender o potencial destes sistemas é através da abordagem do sistema em que tanto a geração como as cargas associadas são vistas como um subsistema, ou uma “Micro-rede” (MR). Esta abordagem permite um controlo local da GD, reduzindo ou eliminando por completo a necessidade de uma gestão centralizada de cada MF. Durante perturbações, a geração e as cargas correspondentes podem-se separar do sistema de distribuição, isolando as cargas da MR da perturbação e mantendo assim elevados padrões de qualidade de serviço. O isolamento intencional da geração e da carga tem o potencial de fornecer uma maior fiabilidade local do que aquela que é fornecida pelo sistema de energia como um todo [7].

O maior desafio das MR é garantir uma operação estável durante falhas e diversas perturbações na rede. As transições de modo interligado para modo isolado provocam grandes diferenças entre a geração e as cargas, provocando um severo problema de controlo de frequência e de tensão. As tecnologias de armazenamento de energia, como tal, serão importantes componentes da MR, com a missão de garantir uma operação estável durante perturbações na rede. Deste modo, garantir estabilidade e qualidade de energia durante a operação em modo isolado requer estratégias de controlo sofisticadas que englobem tanto a geração com a procura [8].

Atualmente estão a decorrer inúmeras investigações nos vários aspetos das MR na Europa, Japão e nos EUA. Na Europa, o projeto Microgrids, com 14 parceiros oriundos de 7 países concluiu o seu trabalho no final de 2005, e obtendo diversas soluções técnicas inovadoras. Os principais objetivos deste projeto foram [8]:

Aumentar a penetração de fontes de energias renováveis (RES – Renewable

Energy Sources) e outras MF de forma a contribuir para a redução das

emissões de gases de efeito de estufa;

• Estudar as principais questões relativas à operação de MR quando interligadas com a rede de distribuição e/ou em modo isolado no seguimento de falhas; • Definir, desenvolver e demonstrar estratégias de controlo que garantam uma

(22)

• Definir medidas apropriadas de proteção e ligação à terra que assegurem segurança e capacidade de deteção de falhas, isolamento e operação em modo isolado;

• Identificar as necessidades e desenvolver a infraestrutura de telecomunicação e protocolos de comunicação necessários;

• Determinar os benefícios económicos da operação da MR, propor métodos sistemáticos e ferramentas para quantificar esses benefícios e propor métodos regulatórios apropriados.

Nos EUA, o esforço de investigação, desenvolvimento e demonstração de Micro-redes tem vindo a ser cumprido dentro do Consortium for Electric Reliability Technology Solutions (CERTS), que foi estabelecido no ano de 1999 com o objetivo de explorar as implicações de tecnologias emergentes e influências económicas, regulatórias, institucionais e ambientais para a fiabilidade do sistema elétrico. Desde a sua criação, o possível crescimento da aplicação de GD foi reconhecida como um fator importante, e tem sido um aspeto fulcral na agenda deste projeto. No caso do Japão, atualmente o líder mundial a nível de projetos de demonstração de Micro-redes, governo definiu metas ambiciosas para o aumento da contribuição de fontes de energias renováveis, nomeadamente turbinas eólicas e painéis fotovoltaicos, embora a alta variabilidade destas fontes possa degradar a o elevado índice de qualidade e fiabilidade do fornecimento de potência. Deste modo, o principal impulsionador dos projetos japoneses de pesquisa, desenvolvimento e demonstração tem vindo a ser a utilização de sistemas de armazenamento de energia com potencial de compensar a intermitência das fontes renováveis, comportando-se como cargas constantes [9].

A implementação de MR arrecada inúmeras vantagens, tanto para os operadores da rede de distribuição (DNO – Distribution Network Operator) como também para o consumidor final [8, 10]:

• A operação de MR é baseada em GD e RES que são caracterizadas pelas muito baixas emissões, que, combinadas com a redução das perdas na rede de distribuição, vai contribuir para uma drástica redução das emissões dos gases de efeito de estufa;

• Os sistemas de microturbinas e de pilhas de combustível instalados numa MR serão utilizados em aplicações CHP de alta eficiência. Explorar aplicações de RES e aplicações de CHP irá contribuir para a redução da dependência da importação de combustíveis fósseis, e assim aumentar a segurança da energia;

• MR possibilitam uma utilização mais abrangente de aplicações de CHP, o que se traduz no aumento da eficiência energética para níveis muito superiores aos que seriam possíveis com geração centralizada. MR irão permitir ao consumidor a possibilidade de ser comprador e vendedor de energia calorífica e elétrica. Esta flexibilidade poderá permitir o desenvolvimento de sistemas

(23)

1.1 - Motivação da tese

• A nível do consumidor, a separação entre a MR e a rede de distribuição em caso de perturbações externas, e permitir a sua operação em modo isolado pode aumentar dramaticamente os níveis de fiabilidade.

Ao contrário da política convencional de conectar unidades de GD nos sistemas de distribuição “fit and forget”, a MR encara as políticas de integração de GD com o objetivo de explorar os potenciais benefícios de uma forma controlada e coordenada. Como tal, GD de Baixa Tensão oferece a possibilidade de obter uma maior valorização dos recursos através da gestão de estratégias ativas aplicadas em sistemas com integração a grande escala de unidades de GD [10]. Como tal, os objetivos da investigação conduzida nesta área são o aumento da eficiência e fiabilidade das redes elétricas Europeias, transformando-as num serviço interativo, interligando consumidores aos operadores, e também a eliminação das barreiras técnicas que impedem a implementação em grande escala e integração eficaz de recursos energéticos distribuídos (DER – Distributed Energy Resources) [11].

1.2 Objetivos  desta  tese  

A principal característica do conceito de MR é a sua capacidade de operarem em modo isolado, desligando-se da restante rede a montante. Também em modo interligado, mas sobretudo em modo isolado, a operação da MR deve assegurar em qualquer instante o balanço entre o fornecimento e o consumo de potência. Ao contrário de sistemas de energia elétrica convencionais, onde máquinas síncronas estão encarregues de garantir a estabilidade a nível de potência ativa/frequência, a MR é uma estrutura elétrica de muito baixa inércia, onde praticamente todas as tecnologias de geração necessitam de interfaces eletrónicas para o acoplamento com a rede. Outro aspeto que dificulta a garantia de estabilidade de potência e também de energia, sobretudo em modo isolado, é a resposta das unidades de GD controláveis. Estas unidades possuem elevados tempos de resposta, o que pode comprometer o balanço os instantes subsequentes ao isolamento da MR. De forma a solucionar este aspeto, são utilizados sistemas de armazenamento de energia com o objetivo de alimentar a rede durante esses instantes. Além desta solução, mecanismos de deslastre de carga não vital são utilizados para cenários em que tanto as unidades de geração como os dispositivos de armazenamento não são capazes de garantir o balanço de energia e potência na MR.

Em suma, embora o conceito de MR disponha de toda uma flexibilidade de que as redes de distribuição convencionais não possuem, nomeadamente a capacidade de funcionar em modo isolado, apoiando-se sobretudo na Microgeração (MG) instalada na própria MR e nas capacidades de controlo acrescidas que esta dispõe, é necessário ter em conta os seguintes aspetos:

• Grande porção da MG instalada numa MR baseia-se em RES, nomeadamente sistemas fotovoltaicos de pequenas dimensões e sistemas de micro-eólicas, que, além de serem de difícil previsão a nível de produção, são bastante voláteis, pelo que a sua variabilidade afeta significativamente a operação dos sistemas;

• Este fator leva a que, em funcionamento normal, seja bastante provável que a MR seja alimentada sobretudo pela rede de distribuição a montante, ou

(24)

seja, a produção dentro da MR raramente seja maior que a procura, levando a que esta injeta potência a montante;

• Se, por motivos de avaria ou qualquer outra ação coordenada, a MR tenha de passar a funcionar em modo isolado, as cargas a ela ligadas terão de ser alimentadas na sua totalidade pela MG instalada na MR, o que significa que a MG controlável existente, sobretudo os sistemas de pilhas de combustível e microturbinas, deverão ajustar a sua produção de forma a igualar a procura; • Devido às características de resposta destas tecnologias, o funcionamento da

MR necessita de ser complementado com sistemas de armazenamento de energia (baterias, flywheels e/ou supercondensadores);

• Caso estes sistemas não tenham energia armazenada suficiente para assegurar o funcionamento estável da MR em modo isolado, o procedimento a seguir poderá constituir no deslastre de carga não vital, que posteriormente será novamente ligada à rede assim que a produção por parte da MG seja assegurada.

Nos momentos subsequentes ao isolamento da MR, a perda de potência injetada por parte da rede de distribuição terá de ser compensado pela ação rápida de dispositivos de armazenamento de energia em cooperação com a gestão de MF com capacidade de controlo de produção (Micro-fontes Controláveis, MFC), e com mecanismos de deslastre de carga nas situações mais severas. A questão que se põe, e que foi trabalhada durante a realização desta dissertação é que os mecanismos encarregues de gerir o deslastre de carga baseiam-se sobretudo em modelos dinâmicos completos da MR, capazes de prever o comportamento dinâmico da MR. Devido à complexidade destes modelos (pois englobam todos os modelos dinâmicos de todos os elementos constituintes da MR), estes são de difícil computação, sobretudo em dispositivos dotados de pouca capacidade computacional como aqueles que estarão encarregues da gestão e controlo centralizados da MR. Deste modo, o principal objetivo desta dissertação foi estudar a possibilidade de desenvolvimento de mecanismos de determinação de deslastre de carga mínimo baseados não em modelos dinâmicos das MR, mas sim em modelos aproximados e simplificados, capazes de reproduzir resultados muito próximos daqueles que seriam obtidos através dos modelos dinâmicos. Em suma, os objetivos desta dissertação são os seguintes:

• Caracterização do regime dinâmico de funcionamento da MR nos momentos subsequentes ao isolamento;

• Identificação de características de funcionamento da MR que, em situações severas, coloquem em causa a robustez e condições de operação da mesma, em rede isolada;

• Identificação e desenvolvimento de funcionalidades avançadas de controlo e de potência (envolvendo a carga e a produção), para garantir uma melhoria na segurança e funcionamento da MR nos instantes após o isolamento.

(25)

1.2 - Objetivos desta tese

Estas funcionalidades avançadas têm por objetivo serem implementadas no controlador central da MR, possibilitando assim uma gestão mais eficaz e local do mecanismo de deslastre de carga, podendo até operar em tempo real na estrutura de controlo da própria MR. O termo “tempo real” é aqui utilizado corresponde aos ciclos de funcionamento dos controlados existentes na MR, que executam várias funções, pelo que na verdade são monitorizações e avaliações periódicas do estado de funcionamento da MR.

1.3 Estrutura  da  tese  

No Capítulo 2 é apresentado uma introdução ao conceito do paradigma de Geração Distribuída, incluindo os principais impulsionadores e as principais tecnologias envolvidas. É também apresentado nesse mesmo capítulo o conceito de Micro-rede, onde são abordadas a sua arquitetura de controlo e as estratégias de operação.

No Capítulo 3 são apresentados os modelos dinâmicos dos constituintes do modelo da Micro-rede utilizado no âmbito deste trabalho (tecnologias de Microgeração, sistemas de armazenamento de energia, inversores, rede elétrica e cargas).

No Capítulo 4 segue-se o desenvolvimento dos modelos aproximados e do modelo iterativo que permitirão determinar o deslastre de carga mínimo que deve ocorrer na Micro-rede após o isolamento. Os resultados obtidos da implementação destes modelos e a sua validação são apresentados no Capítulo 5

Para finalizar, o Capítulo 6 apresenta as conclusões a esta abordagem tiradas graças aos resultados apresentados no Capítulo 5.

(26)
(27)

Capítulo  2  

 

O   paradigma   da   Geração   Distribuída   e   de  

Micro-­‐redes  

2.1 Introdução  

Nas últimas décadas, todas as etapas relacionadas com a estruturação do sistema elétrico em termos de áreas operacionais seguiam um a estrutura hierárquica (produção, transporte, e distribuição). A produção de energia elétrica é feita em grandes centrais, afastadas dos centros consumidores, ligadas a grandes sistemas de transmissão, que ligam estes sistemas produtores a subestações, mais próximos dos centros consumidores. Ai, a energia é transferida da rede de distribuição para os transformadores de distribuição. A partir desse ponto, linhas de Alta Tensão (AT) realizam a distribuição para subestações localizadas em grandes centros consumidores. Nestas subestações, dá-se um abaixamento do nível de tensão, para Média Tensão (MT), e a energia elétrica é daí transportada para zonas rurais e/ou urbanas através de linhas MT. Finalmente, dá-se mais um abaixamento de tensão nas subestações de distribuição, desta vez para Baixa Tensão (BT), e é distribuída para os consumidores mais pequenos. Este paradigma tradicional de produção e distribuição de energia elétrica pode ser visto na Figura 2-1 [10].

(28)

Figura 2-1 - Estrutura convencional do Sistema Elétrico de Energia (SEE) [10]

Este paradigma convencional, apresentado acima, tem algumas vantagens, entre as quais [12]:

• Maior Eficiência das grandes centrais produtoras; • Maior facilidade de operação e gestão;

• Maior simplicidade de operação a nível da distribuição.

No entanto, o paradigma convencional de sistemas de energia apresenta também algumas desvantagens, entre as quais [10, 12]:

• Grandes distância entre os centros produtores e os centros de consumo; • Impactos ambientais mais significativos;

• Fiabilidade do sistema facilmente comprometida;

Devido a estes problemas inerentes ao paradigma atual, têm-se vindo a procurar novas soluções que possam vir a melhorar o SEE. Uma das soluções que têm vindo a ganhar um grande número de apoiantes, sobretudo nos operadores de sistemas de distribuição, possíveis investidores e reguladores, apoiados por fortes pressões politicas resultantes de questões ambientais e do funcionamento do mercado liberalizado, é a da integração de centros produtores de energia diretamente na rede de distribuição, sistemas estes denominados de unidades de Geração Distribuída (GD). Nos últimos anos, vários Governos, incluindo o Governo Português, garantiam a promoção da integração de unidades de GD no sistema através de tarifas atrativas para os promotores desses investimentos, como forma de atingirem metas ambiciosas de redução de emissões de CO2 e de diversificação tos tipos de fontes de energia

(29)

2.1 - Introdução

atualmente, estas tarifas têm vindo a diminuir, reduzindo assim o interesse de possíveis investidores. No entanto, um dos principais aspetos de atratividade da GD continua a ser a possibilidade de tornar clientes em produtores em pequena escala, podendo-os integrar num mercado energético mais competitivo, onde a renumeração destes novos produtores seria feita em função dos benefícios que podem trazer ao sistema elétrico (redução de perdas, redução das emissões de CO2, participação em algumas reservas, etc.).

Graças aos recentes desenvolvimentos tecnológicos feitos nesta área, tem-se verificado uma maior integração e melhor aplicação de unidades de GD no sistema, que são utilizadas pelos consumidores finais para a produção de energia no local de consumo, com objetivos diversos tais como a produção de energia elétrica e de calor a partir de sistemas CHP, ou até mesmo para geração de energia caso exista alguma falha do fornecimento a partir da rede de distribuição. Serão apresentadas algumas destas tecnologias mais a frente.

No entanto, a integração de grandes quantidades de GD pode trazer diversos problemas para os sistemas de distribuição de energia. A alteração dos perfis de tensão, aumento das potências de curto-circuito e dos níveis de distorção harmónica, redução da estabilidade e segurança de operação são alguns dos problemas que devem ser estudados com detalhe, e serão abordados nesta tese mais a frente. É de notar que a integração de pequenas quantidades de GD instalada não provocam problemas graves. No entanto, com o crescimento da capacidade instalada da GD ao longo dos anos, estes problemas devem ser devidamente estudados pelas empresas de distribuição.

2.2 Conceito  de  Geração  Distribuída  

A Geração Distribuída (também conhecida como Geração Embebida ou Produção Dispersa) é um fenómeno em crescimento na indústria dos sistemas elétricos de energia. No entanto, ainda não possui uma definição universal e formal acordada. É geralmente acordado que qualquer tecnologia de produção de energia elétrica que se encontra interligada diretamente com a rede de distribuição representa uma tecnologia de Geração Distribuída [4]. A um nível mais detalhado da sua definição, realizou-se um questionário da CIRED (International

Conference and Exhibition on Electricy Distribution) no ano de 1999 [13], que concluiu que

alguns países definem GD com base no nível de tensão, enquanto que outros assumem que GD consiste nas fontes de produção ligadas a circuitos elétricos de onde as cargas de consumo são diretamente alimentadas. Outros países definem GD com base nas suas características particulares, tais como a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis, cogeração ou planeamento e despacho não centralizados [13]. Na literatura podemos encontrar as seguintes definições de GD [14]:

O Instituto de Investigação de Energia Elétrica (Electric Power Research

Institution) define GD como sendo a produção entre “alguns kW (quilowatts) até

50 kW”;

O Instituto de Investigação do Gás (Gas Research Institution) define GD como tendo uma capacidade instalada “tipicamente entre 5 a 25 MW” [14, 15];

(30)

• Preston e Rastler definem a capacidade da GD como sendo “entre alguns kW até para lá de 100 MW” [16];

• Cardell define GD como sendo a geração “entre 500 kW e 1 MW” [17];

A CIGRÉ, International Conference on Large High Voltage Eletric System, define GD como sendo “menor que 50-10 MW” [18].

Além destas definições, e devido aos diferentes regulamentos governamentais, a definição da dimensão de cada estação de produção distribuída varia entre países.

A existência de um grande número de definições permite, no entanto, um grande número de esquemas de geração possíveis. Algumas definições permitem até que grandes parques eólicos ligados à rede de transmissão possam ser definidos como GD, enquanto que outras definições focam-se apenas nas unidades de mais pequena dimensão, ligadas à rede de distribuição. No entanto, um dos critérios mais abordados em todas as definições de GD existentes é a geração de energia elétrica nos pontos de consumo, permitindo que instalações de grandes dimensões ligadas à rede de distribuição pertencentes aos próprios consumidores possam ser definidas como GD [10].

Tendo em conta estas definições, o paradigma atual de geração de energia, tal como foi apresentado na Figura 2-1, deve ser modificado de forma a considerar a integração destas unidades de GD, tal como é apresentado na Figura 2-2. É de notar que o principal impacto desta integração no paradigma atual do SEE é o aparecimento de unidades de produção em posições onde não era prevista a injeção de energia para o sistema, como por exemplo a rede de distribuição. Nestes casos, onde as redes foram preparadas para um trânsito de potência unidirecional, nomeadamente das subestações para os pontos de consumo, graças à presença das unidades de GD podem-se verificar trânsitos bidirecionais de energia.

No âmbito desta dissertação, admite-se que o conceito de GD abrange a produção de energia elétrica localizada nos pontos da rede de distribuição BT. Deste modo, vários tipos de tecnologias podem ser abordadas e consideradas, embora a sua dimensão seja apenas de algumas dezenas de kW, devido à incapacidade técnica da rede de distribuição BT poder receber injeções de potência muito elevadas. De tal modo, as unidades de GD que serão utilizadas ao longo desta dissertação serão referidas como unidades de Microgeração (MG), ou Micro-Fontes (MF), cujas características gerais serão apresentadas mais a frente.

(31)

2.2 - Conceito de Geração Distribuída

Figura 2-2 - Integração de GD no SEE [10]

2.2.1 A  mudança  de  paradigma  no  SEE  

Na secção anterior foi apresentada, de uma forma resumida, a integração de unidades de GD no SEE. Nos últimos anos tem-se vindo a verificar que cada vez mais a GD é considerada num contexto mais abrangente, incluindo a utilização de sistemas de armazenamento de energia e cargas sensíveis a determinados eventos e/ou controladas [19]. Este novo conceito te integração de GD no sistema elétrico é normalmente referida como Recursos Energéticos Distribuídos, ou como é descrito na literatura anglo-saxónica, Distributed Energy Recources (DER), e acredita-se que irá alterar por completo o portfólio das empresas do setor elétrico. Com a integração deste novo conceito, pretende-se que a flexibilidade das DER contribua para a melhoria da fiabilidade do sistema, aspeto que esteve sempre ressente na operação de redes elétricas. Nos últimos anos, a política de “fit and forget” [20], adotada para a integração de GD no sistema elétrico de uma forma puramente passiva, isto é, sem oferecer qualquer outro tido de serviços ao SEE, além de gerar energia de forma não regulada, criou sérios problemas, entre os quais limitar consideravelmente a quantidade de GD que pode ser conectada no futuro. Como tal, esta política de “fit and forget” trata as unidades de GD como sendo elementos passivos na cadeia de produção elétrica. No futuro, tal não acontecerá, pelo que o planeamento e expansão da rede de distribuição irá envolver mais do que a simples e massiva integração de unidades de GD na rede. Vai necessitar de conceitos mais abrangentes, que envolvam o controlo e gestão ativos da rede de distribuição, onde as cargas, os sistemas de armazenamento de energia e as unidades de GD possam ser utilizadas em conjunto, com o objetivo de melhorar a eficiência global do sistema, a quantidade de energia elétrica que é fornecida e as condições globais de operação. Serão estes aspetos que irão contribuir para uma rede de distribuição totalmente ativa.

(32)

De forma a que a integração de GD nos sistemas elétricos de distribuição sejam feitas de uma forma financeiramente eficaz, devem ser desenvolvidas e implementadas estratégias de gestão ativa no planeamento e operação das atividades do sistema. O uso intensivo de técnicas de gestão ativa permite ao Operador da Rede de Distribuição (DNO, Distributed

Network Operator) maximizar o uso dos circuitos existentes, aproveitando-se do número

significante de variáveis de controlo, que, segundo as estratégias atuais de controlo e planeamento, não podem ser nem monitorizadas nem controladas. Com a implementação de estratégias baseadas em DER, será possível implementar novas funcionalidades, tais como politicas de Gestão de Procura (DSM, Demand Side Management), despacho de potência ativa e reativa das unidades de GD, controlo de tomadas de transformadores, regulação de tensão e reconfiguração do sistema de uma forma integrada [19]. Espera-se que, no futuro, os Sistemas de Gestão de Distribuição (DMS, Distributed Management Systems) sejam capazes de monitorizar e gerir pontos-chave da rede comunicando com os controladores da geração, da carga e dos dispositivos controláveis da rede (baterias de condensadores, tomadas de transformadores, etc.). Através da realização de estratégias generalizadas que visem a implementação destes conceitos de gestão ativa, será possível aumentar a quantidade de GD que pode ser integrada nas redes de distribuição sem implicar investimentos significativos de reforço de rede. Os aspetos chave para uma integração barata e eficaz de GD nas redes de distribuição requer a adoção massiva de novas filosofias de operação e gestão, que permitam a exploração de todos os recursos disponíveis [21].

2.2.2 Geração   Distribuída   e   a   Formação   de   Micro-­‐redes   Autónomas   e   Não-­‐

Autónomas

Como já foi referido acima, uma das grandes vantagens da cada vez maior interligação de unidades de GD nas redes de distribuição é dar a possibilidade aos clientes ou grupo de clientes de se constituírem como agentes produtores, alimentando os seus próprios consumo e até mesmo vender a energia em excesso para a rede a montante. Desta maneira, surge o conceito de Micro-rede (MR), que pode ser definida como uma rede elétrica de pequena dimensão, a que estão ligadas as suas cargas e também unidades GD, dispondo também de toda uma infraestrutura de comunicação e controlo [22].

Em determinadas condições de operação, estas unidades GD ligadas à MR podem permitir que esta funcione de forma completamente autónoma da rede a montante a que está ligada. Isto é, sendo uma estrutura elétrica com carga e geração, é possível que a MR se isole da rede a montante, garantindo todas as condições operacionais necessárias, de uma forma semelhante ao que acontece em ilhas físicas. Este aspeto pode ser observado na Figura 2-3 [10].

A ideia por detrás deste conceito, além de aumentar a integração de GD no SEE, é aumentar a fiabilidade do sistema. Do caso de algum evento na rede a montante, seja este planeado, tal como a necessidade de desligar a ligação da MR com a rede a montante por motivos de manutenção, ou não planeado, como por exemplo uma falha nessa mesma interligação, a MR será capaz de se isolar, continuando a operar graças a geração nela instalada.

(33)

2.2 - Conceito de Geração Distribuída

A promoção da operação em modo isolado e do conceito de MR são aspetos relativamente recentes no domínio do SEE. Deste modo, as opiniões diferem quanto ao nível de tensão e da potência instalada de uma MR. Alguns autores consideram que uma MR pode ser estabelecida ao nível MT [23, 24], enquanto que outros definem a MR como estando ligada ao nível BT, com uma capacidade instalada de produção não maior que 1 MW [22]. Esta capacidade de mudar de modo interligado para um modo isolado, e a capacidade da MR de poder operar eficazmente em modo isolado será um aspeto importante nesta tese, ao que será abordado com mais detalhe mais a frente. A capacidade das redes de distribuição em BT com unidades GD a elas ligadas de operar de uma forma altamente coordenada tanto em modo interligado como em modo isolado é uma evolução resultante da interligação de grandes quantidades de GD às redes de distribuição. No entanto, esta evolução deve ser acompanhada por estruturas e estratégias de controlo inovadoras, que relacionem as estratégias de gestão ativa, de forma a usufruir das vantagens globais que a GD tem para oferecer.

Figura 2-3 - Geração distribuída e a formação de Micro-redes [10]

2.3 Principais  tipos  de  tecnologias  de  Microgeração  Distribuída  

Nas secções anteriores foram apresentados aspetos que contribuíram para a mudança de paradigma no setor energético graças ao aparecimento e forte integração de tecnologias de GD nos sistemas de distribuição. Foram abordados aspetos tais como o conceito de GD, a possibilidade de formação de MR autónomas ou não-autónomas, e os principais fatores que tem vindo a alimentar esta mudança de paradigma.

Nesta secção serão apresentadas as principais tecnologias de GD disponíveis, além das suas características e das suas principais aplicações. Dentro das tecnologias existentes de GD, existem unidades tais como turbinas a gás e a vapor, mini-hídricas, geradores eólicos, e motores alternativos que são utilizados para a produção de energia elétrica na escala dos MW, e como tal, estão interligadas à rede de Média e Alta Tensão [12]. Como esta dissertação

(34)

foca as MR estabelecidas sobre as redes de BT com tecnologias de GD de pequena escala interligadas, estas unidades convencionais não serão abordadas nesta secção.

Graças aos recentes avanços tecnológicos nesta área, tem sido possível desenvolver novas tecnologias de GD, denominadas de Micro-Fontes (MF), que englobam tecnologias tais como pilhas de combustível, microturbinas, geradores eólicos de pequena escala e painéis fotovoltaicos. Estas tecnologias encontram-se disponíveis com uma capacidade instalada por norma não superior a 100 kW, e, através de tecnologias de interface (nomeadamente inversores AC/DC/AC ou AC/AC), podem ser interligadas à rede BT. Além das MF, as aplicações GD podem necessitar de unidades de apoio, geralmente sistemas de armazenamento de energia. No âmbito desta dissertação, estes sistemas de armazenamento serão utilizados para fornecimento auxiliar de energia durante o transitório subsequente ao isolamento da MR, que será apresentado com maior detalhe no Capítulo 5. Nas secções seguintes será apresentada uma descrição breve das tecnologias de MG mencionadas acima.

2.3.1 Pilhas  de  combustível  

Pilhas de combustível são dispositivos eletroquímicos capazes de converter energia química diretamente em energia elétrica [25]. Outras tecnologias necessitam de um passo intermédio, onde a energia química é convertida em energia térmica, normalmente graças à combustão de um combustível, que posteriormente é utilizada para acionar um gerador elétrico. Além da falta deste passo intermédio, o apelo das pilhas de combustível reside na sua alta eficiência, excelente performance perante cargas parciais, emissões reduzidas de gases poluentes, e uma vasta gama de capacidades instaladas [25]. Ao contrário de outros sistemas tais como turbinas a gás ou a vapor, os sistemas de pilhas de combustível são capazes de seguir alterações da carga sem penalizações económicas devido à sua relativamente reta curva de eficiência-carga [26]. No entanto, devido ao facto de os processos eletroquímicos das pilhas de combustível levarem a que estas tenham um tempo de resposta elétrica lento face a transitórios de carga, é raro que um sistema de pilhas de combustível esteja encarregue de responder a transitórios de carga frequentes [10]. Relativamente à sua eficiência, estes sistemas garantem uma alta eficiência mesmo para condições para as quais as pilhas não foram desenhadas, e tendo um valor de 40% a 50%, para sistemas simples numa gama abrangente de dimensões [25]. Existem diversos tipos de pilhas de combustível, sendo os mais promissores os que se seguem [25]:

• Pilha de combustível com membrana de troca de protões (PEMFC) e pilhas de combustível de metanol direto (DMFC), que utilizam uma membrana de polímero como eletrólito;

• Pilhas de combustível de ácido fosfórico (PAFC), que utilizam ácido fosfórico puro como eletrólito;

• Pilhas de combustível de carbonato derretido (MCFC), que usam uma mistura derretida de carbonatos de lítio, sódio e potássio como eletrólito;

(35)

2.3 - Principais tipos de tecnologias de Microgeração Distribuída

Todos estes tipos de pilhas de combustível podem utilizar vários tipos de combustível diferentes, tais como gás natural, propano, diesel, metanol, hidrogénio, entre outros. Esta versatilidade garante que as pilhas de combustível não se tornarão obsoletas por escassez de combustível.

No entanto, esta tecnologia possui algumas desvantagens. O custo inicial bastante alto das pilhas de combustível, que pode ser entre duas a dez vezes o custo de outras tecnologias de GD baseadas em combustíveis fósseis pode ser um fator dissuasor [27]. Além disso, trata-se de uma tecnologia relativamente recente, ainda a ser testada e não possui uma longa história de utilização comercial, pois grande parte dos sistemas em utilização são meramente para demonstração. A degradação da performance durante a vida útil é outro parâmetro de performance num sistema deste género, embora os efeitos da degradação ainda não sejam totalmente conhecidos [28]. A sensibilidade das pilhas de combustível a impurezas no combustível e a necessidade de pessoal altamente qualificado para realizar a manutenção destes sistemas, são mais contributos para o aumento dos custos de operação [27].

2.3.1.1 Sistemas  de  pilhas  de  combustível  

Embora o desenvolvimento de pilhas de combustível necessite de um grande esforço multidisciplinar, o conceito chave é simples: uma pilha de combustível é um dispositivo eletroquímico que converte energia química diretamente em energia elétrica. Tal como numa bateria, uma pilha de combustível consiste num par de elétrodos e um eletrólito. No entanto, ao contrário do que acontece numa bateria, a espécie consumida durante as reações eletroquímicas é continuamente reabastecido, de modo a que nunca seja necessário recarregar a pilha. Os componentes básicos de uma pilha de combustível estão ilustrados na Figura 2-4. O combustível, normalmente hidrogénio, é fornecido ao ânodo da pilha de combustível. No ânodo, o combustível é oxidado, perdendo eletrões, que percorrem um circuito exterior. No cátodo, o oxidante é reduzido, consumindo eletrões provenientes do circuito exterior. Os iões viajam através do eletrólito para equilibrar o fluxo de eletrões que circulam no circuito exterior. As reações no ânodo e cátodo e a composição e direção do fluxo dos iões livres varia com o tipo de pilha de combustível [25].

Devido ao baixo valor de potência gerada por uma única pilha de combustível, o desenvolvimento de sistemas de pilhas de combustível práticos requer a associação de várias pilhas de combustível, de forma a que sejam atingidos níveis adequados de tensão e de potência para cada aplicação. Além do empilhamento, sistemas práticos de pilhas de combustível requerem outros componentes e subsistemas, que são normalmente denominados de Balanço da Instalação (BOP – Balance of Plant), representado na Figura 2-5 [22].

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