O
TRINÔMIO
PACIENTE,
FAMÍLIA
E
ENFERMEIRA,
FRENTE
AO
DIAGNÓSTICO
DE
CÂNCER
CC 0336 fam a 5 .-‹ ._‹ t-‹ TCC UFSC ENF
S
ve ra, Eden ceO
tr nôm 0 pac ente 972494 3 Ac 24 55 .‹-‹ .-z .z-‹ -v-‹ .-‹ .-‹ am. ._‹ N.C h Autor Títu 0 CCSM TCC UFSC ENF 0336 Ex. FSC BSCCSM CCSM Ex. U ---,.zi`.fTrabalho de Conclusão de Curso apresentado à
disciplina Enfermagem Assistencial Aplicada,
como
requisito 'parcial à conclusão do Curso de Graduaçãoem
Enfermagem , Departamento de Enfermagem doCentro de 'Ciências
'
da Saúde, da Universidade Federal de Santa Catarina.
Orientadora:
Professora Drâ Vera Radünz
Supervisoras:
Enfê Alda Isabel da Silveira Mello
Enfi
Ana Maria Francisco NunesMendes
Enfã Nair Terezinha Grando da Silva
|=|.oR|ANÓPoL|s
AGRADECIMENTOS
A
DEUS,
por estarsempre
presente, peço-lheque
continue comigo,concedendo-me
forçae
serenidade paraque eu possa
trilharcom
sucesso
aprofissão
que
escolhi.À
minha
LindaMÃE,
dedico esta vitória, peloamor
e carinho, durante todaminha
vida,o
apoio e orgulho pelaminha
profissão.À
minha
IRMÃ,
amiga
e companheira, por acolher-me,demonstrando
ogrande
amor que
sente pormim.
Aos
meus
Pais,Antoninho
(inmemoriam),
por iluminar ocaminho que
estou percorrendo
e
Indalércio pela liçãode
honestidade ededicação
que
nos
reserva durante todos
esses
anos.Aos meus FAMILIARES
e
AMIGOS,
em
especial àJaqueline
e Daniele,mesmo
privando-osde minha presença
e atenção,ofereceram-me
ajuda, carinho eincentivo para
que
mais
esta etapa fosse cumprida.Aos
PACIENTES
e suas
FAMÍLIAS,
sem
os
quaisesse
trabalhonão
poderia ser desenvolvido,e
que
muitome
ensinaram, depositando confiança e credibilidade.À
ORIENTADORA, meu
carinho e gratidao, por transmitir serenidade, experiênciae
apoiar-menas
dificuldades.Às
supen/isoras,Ana
Maria,companheira de
viagem, professorade
português,
amiga
e por fazer-me perceberque
eracapaz de vencer
os obstáculos;Alda
Isabel, peloexemplo de
dedicação eamor
àEnfermagem
e Nair Terezinha,pelo compartilhar
de
sua
experiência,sempre
com
um
sorrisonos
lábios.Às
ENFERMEIRAS
eFUNCIONÁRIOS
da
ClinicaMédica
Feminina,em
especial à Enfermeira Isabel, pela
imensa dedicação
e ajuda prestada.Aos
funcionáriosdo
Ambulatóriode
Quimioterapia, Elisetee
Sérgio, pelosensinamentos
de
sua
práticae
por proporcionar-memanhãs
tão alegres. E,aos
funcionários
do
Ambulatóriodo HU,
Célia, Zeca, Claúdia,Rosângela,
Cyntia,Janete,
Terezinha
e Edézio, omeu
muito obrigada.Às
amigas
formandas, Karine,Rosinete e
Ingrid,que
juntas lutamos,vibramos,
choramos.
Fomos
amigas,somos
verdadeiras amigas, fica apromessa
do
Aos
PROFESSORES,
que
transmitiram-me seus conhecimentos,experiências profissionais e
de
vida,com
a dedicação e carinho, àquelesque
guiaram-me
paraalém das
teorias,das
filosofias e procedimentos, expressomeu
profundo respeito,
que sempre
será muito pouco, diantedo
muitoque
foi oferecido.À
equipe
do
CEPON,
em
especial à Enfermeira Aldanéia, pelosconhecimentos
que
me
legou, pela dedicação e pela amigável convivência; àEnfermeira Milene, por receber-me
de
braços abertosem
sua unidadede
serviço; àEnfermeira Cássia, pela sua delicadeza
em
receber-me e prestar informações; àEnfermeira Tânia, por proporcionar-me a visita
ao
Transplantede Medula
Óssea.Às
amigas
Marcia Del Castanhel, pelas alegrias, sofrimentoscompartilhados e o apoio durante a vida acadêmica; à
Sandra
Silveira, peloincentivo e as
animadas
tardesde
trabalho.À
equipe
do Programa
Capital Criança,em
especial, àCarmen
peladisponibilidade e afeto transmitido,
e
àAlba
porcompreender minha
vidade
estudante.Ao
meu
grande amor,LEÀNDRÔ,
por estarsempre
ao
meu
lado,participar, aconselhar, pelo sofrimento
de minha
própriaincompreensão
einsensibilidade. Este
momento
não
estaria tão completo, pois na validadede minha
luta,
nos
méritosde minha
conquista, há muitoda
sua presença.Te
amo!
Enfim, a
Todas
as
Pessoas
que
contribuíram para estemomento
de minha
vitória, o
meu
Algumas
pessoas
acham
a idéiado desapontamento
tão dolorosa
que
preferemnem
teresperanças
quanto
à recuperaçãodo
paciente.Mas,
quando
amamos, devemos
arriscar.O
amor
nos
torna receptivos asermos
afetados,desapontados, feridos
ou
magoados
pelos outros.A
únicaforma de
evitaresse
risco énos tonarmos
ermitões emocionais, vivendo isolados
-
eninguém
sobrevive aessa
situação.Mas
é possivel lidarcom
a dore o desapontamento.
[ ...]a
melhor maneira de
lidarcom
o diagnósticode
câncer
é
lutar pelasaúde de
todas asmaneiras
possiveis,reafirmando
nossa
crençana
vidae na
esperança. [...]LISTA
DE
TABELAS
... ._ 8RESUMO
... ._ 9ABSTRACT
... _. 10 1|NTRoDuçÃo
... ._ 11 2JUSTIFICATIVA
... ._ 14 3REVISÃO
DE
LITERATURA
... ._ 153.1
EPIDEMIOLOGIA
DO
CÂNCER
- INCIDÊNCIA E
MORTALIDADE
... ._ 153.2
FISIOPATOLOGIA
DO PROCESSO
DE
MALIGNIDADE
... _. 18 3.3CARCINOGENESE
... ._ 18 3.4ETIOLOGIA
... ._20
3.5A FUNÇÃO
DO
SISTEMA IMUNE
... _.20
3.6PREVENÇÃO
DO
CÂNCER
... _.20
3.7DIAGNÓSTICO
DO CÂNCER
... _. 21 3.8ESTADIAMENTO
E
GRAU
... ._ 21 3.9TRATAMENTO DO CÂNCER
... ._22
3.9.1 Cirurgia ... ._23
3.9.2 Radioterapia ... ._23
3.9.3 Quimioterapia ... ._23
3.9.4 Hormonioterapia ... _.24
3.9.5 Imunoterapia ... _.25
3.10
A
DOR
COMO
SINTOMA
MAIS
FREQÚENTE NOS
PACIENTES
QUE
APRESENTAM
DIAGNÓSTICO
DE
CÂNCER
... __25
3.11
A
FAMÍLIA
DO
PACIENTE
COM
DIAGNÓSTICO
DE
CÂNCER
E
A
ENFERMEIRA
ONCOLÓGICA
... _.28
3.12
A
ENFERMEIRA,
O
PACIENTE
E
A
FAMÍLIA
VIVENCIANDO
O
PROCESSO
DA
MORTE
... _.29
4
-REFERÊNCIAL
TEÓRICO
...__ ,33 4.1 - Definição
dos
Conceitos... _.
34
4.2 -
O
Processo
de
Enfermagem segundo
Horta... __
37
5
-
METODOLOGIA
... ..38
5.1 - Característica
do
Localde
Estágio7
5.1.1
-
ClínicaMédica
Feminina(CMF)
... ._38
5.1.2-
Ambulatóriode
Quimioterapia ... ..38
5.2 - Filosofiado
Hospital Universitáriode
Santa Catarina... ..
39
5.3 - Políticas e diretrizesdo
Hospital Universitário... ..
40
5.4 -População
Alvo ... .. 41 6OBJETIVOS
... ._42
6.1 - Objetivo Geral ... ..42
6.2 - Objetivos Específicos ... ..42
7
APRESENTAÇÃO,
ANÁLISE
E
DISCUSSÃO
DOS
RESULTADOS
... ..43
7.1 Objetivo 1: Aplicar o processo
de
enfermagem
juntamentecom
asEnfermeiras
da
unidade, durante à assistência às pacientes e sua família ... ..43
7.2 Objetivo 2: Desenvolver e aprimorar conhecimentos
na
áreade
Enfermagem
Oncológica ... ..48
7.3 Objetivo 3: Realizar procedimentosde
Enfermagem
... ._54
7.4 Objetivo 4: Participarde
eventos e cursos referentesao
tema, no decorrerdo
estágio ... .. 577.5
Conhecer
instituiçõesde saúde que
prestam assistência a clientescom
diagnóstico
de
câncer ... ..59
7.6Acompanhar
os pacientescom
diagnósticode
câncer esua
família noAmbulatório
de
Quimioterapia ... ._75
7.7 Avaliação
dos
dados
epidemiológicosde Câncer
naCMF
... ..76
9
CRONOGRAMA
DE
ATIVIDADES
... _. 818
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
... .. 821o
RE|=ERÊNc|As
B|BL|oGRÁ|=|cAs
... ..84
11ANEXOS
TABELA
1 -TABELA
2 -TABELA
3 -TABELA
4
-TABELA
5 -TABELA
6 -TABELA
7 -TABELA
8 -Estimativas para o
ano 2000
das
taxas brutasde
incidência e mortalidadepor
100.000
ede número
de casos novos
ede
óbitos por câncer,em
homens,
segundo
localização primáriano
Brasil ... _.Estimativas para o
ano 2000
das
taxas brutasde
incidência e mortalidadepor
100.000
ede
número
de casos novos
ede
óbitos por câncer,em
mulheres,
segundo
localização primáriano
Brasil ... ._Estimativas para o
ano 2000
das
taxas brutasde
incidência e mortalidadepor
100.000 e
de número
de casos novos
ede
óbitos por câncer,em
homens,
segundo
localização primáriaem
Santa
Catarina ... _.Estimativas para o
ano 2000
das
taxas brutasde
incidência e mortalidadepor
100.000 e de
número
de casos novos
ede
óbitos por câncer,em
mulheres,
segundo
localização primáriaem
Santa
Catarina ... ..Distribuição
das
pacientescom
diagnósticode
câncer, por faixa etária,internadas
na
CMF,
no
periodode
3de
janeirode
2000
a 18de
abrilde
2001
... ..Composição
etária relativa (%)nos censos
demográficos brasileirosde
1940
a 1991 ... ._Freqüência
das
internações por câncer, naCMF,
por diagnóstico final,no
período
de
3de
janeirode
2000
a 18de
abrilde 2001
... ..Pacientes
que
internaramna
ClínicaMédica Feminina no
períodode
RESUMO
No
presente Trabalhode
Conclusão de
Curso, foienfocada
aquestão
do
trinômiopaciente, família e enfermeira, frente
ao
diagnósticode
câncer,apresentando
ocaminho
percorridodesde
a elaboraçãodo
projeto assistencial,sua implementação
e o
relatório desta prática, revelando aspercepções
do
assistirem
enfermagem
aos
pacientes
com
diagnósticode
câncer esua
família.Deste
modo,
este trabalhodelineou o envolvimento
e
os sentimentos manifestados pelo trinômio,destacando
os desafiose
conquista. Foi desenvolvidono
Ambulatóriode
Quimioterapia e ClinicaMédica
Feminina,ambos
localizadosno
Hospital Universitáriode
Santa
Catarina(UFSC).
O
Referencial Teórico deste trabalho foibaseado
em
conceitosde
Horta,Radünz,
Grupo
de
Assistência, Pesquisa eEducação
em
Saúde
da
Familialn this
monograph,
as the finalwork
of the GraduationCourse
in Nursing, the focus ison
the patient, familyand
nursewhen
dealing with a cancer diagnostic. AII theway
since the project eiaboration, it's implementation
and
the practice report is presentedshowing
the percepctions of the nursing assistance to the cancer patientand
his/here family. This practice signalized the involvement
and
the feelings manifested by the three of them, patient, familyand
nurse pointing out the challengesand
theconquests. It
was
developped
in the out-patient clinicand
thefemale
medical clinic,located at the Universiy Hospital of
Santa
Catarina.The
theoretical referencialwas
based on
concepts of Horta,Radünz,
Group
of assistance, researchand
family1
|NTRoDuçAo
“Câncer,
nome
dado
a todasas formas
de tumores
malignos.A
palavravem
do
latim câncer,que
significa caranguejo.Esse
nome
deve-se àsemelhança
entreas pernas
do
crustáceoe
os tentáculosdo
tumor,que
se infiltramnos
tecidos sadiosdo
corpo”.Para
GIGLIO
(1999, p.22), “o câncerpode
ser entendido,como
uma
alteração
do
processode
morte e/ou proliferação celularque
geraum
desequilíbrio,favorecendo o
acúmulo
desordenado de
células.Esse
acúmulo
progressivode
células
dá origem
aum
tumor
capaz de
gerar sinais e sintomasque
caracterizam opaciente
com
câncer".“O câncer causa
a mortede mais de 4
milhõesde pessoas
por ano,em
todoo
mundo.
No
Brasil, o câncer é asegunda
causa
de
morte, depoisdas
doenças do
aparelho circulatório”.
Segundo
0
MINISTÉRIO
DA
SAÚDE
(1995, p.7),“O câncer é tido
como
uma
doença crônico degenerativa (DCD). Isto quer dizer que, éuma
doença que apresentauma
evolução prolongada e progressiva, exceto se for interrompidaem
alguma de suas fases. Curiosamente, o câncer é, na atualidade, aDCD
mais temida,mesmo
sendo a única que apresenta real possibilidade de cura, principalmente sediagnosticada precocemente”.
“Apesar dos avanços no conhecimento sobre o câncer e seu tratamento, é
comum
aassociação do câncer à doença fatal, vergonhosa e comumente considerada
como
sinônimode morte, o que contribui para que as pessoas mantenham sentimentos exclusivamente
pessimistas sobre a doença [...] e a inquestionável melhoria dos resultados terapêuticos ainda não derrubaram o mito e o preconceito sobre o câncer
como
uma
doença inevitável,incurável e inexorável". (MINISTÉRIO
DA
SAÚDE, 1995, p.134)E
istovem
acontecendo
também
entre os profissionaisde saúde
eseus
órgaos
formadores, poiscomo
afirmaGUTIERREZ
et al. (1993)“Os dados referentes ao ensino da Cancerologia nos cursos de Graduação
em
Enfermagem no Brasil, constatam que as deficiências no ensino e na assistência de
Enfermagem aos clientes com diagnóstico de câncer continuam. As autoras apontam para a
necessidade de
um
posicionamento das escolas e dos serviços no sentido de investirem na formação dos enfermeiros, habilitando-os para atuar na área de Oncologia, nos diferentesniveis de atenção à saúde, assegurando assim
um
cuidado competente e seguro àpopulação
em
geral e ao cliente com câncer especificamente”.A
epidemiologiado
câncer, mostra valoresque
de
uma
maneira
geral,demonstra
também
a deficiênciados
profissionais nesta área.As
informaçõessão
preocupantes, e
segundo
o Instituto Nacionalde Câncer
(INCA, 2000),em
Santa
homens,
e 145.450 entre mulheres,ambos
por localização primária, erespectivamente
uma
mortalidadede
61.522 e 52.437 por 100.000 habitantes.O
diagnósticode
câncer provoca muitasemoções
nos
pacientes e nasfamílias, incluindo as diferentes reações e sentimentos
como: medo,
frustração eperda
do
controle. Por tais reações,além de
sua real patologia, aEnfermagem
Oncológica
tem
o papelde
assistir este paciente e familia, prestando-lhesuma
assistência
humanizada
atravésdo
cuidado integral,adequando
este paciente auma
nova limitação, permitindo a verbalizaçãodos
sentimentosdo
paciente e/oufamilia,
bem
como
subsidiar informações/esclarecimentos,mantendo
uma
interaçãoeficiente e
promovendo
o auto cuidadodo
paciente.Para
RADÚNZ
(1998, p.5-6),“A
ENFERMEIRA em
ONCOLOGIA
éum
ser humano possuidor deum
“feeling"'especial
para com os outros e para com ela mesma, com competência na área de Enfermagem
em
Oncologia, que cuida de si
mesma
e profissionalmente dos outros, que procura despertarnos outros e nela
mesma
a capacidade que o indivíduo tem para desempenhar os seuspapéis e que desenvolve empatiaz ao interagir terapeuticamente".
Tal conceito é reforçado por
SMELTZER
&
BARE
(1998, p.230)que
dizem: “A enfermeiradeve
estar pronta para dar apoioao
pacientee
sua familia duranteuma
diversidadede
crises físicas, emocionais, sociais, culturais e espirituais, oalcance
dos
objetivos almejados envolve oferecer, por parteda enfermagem,
um
apoio realista àqueles submetidos
ao
tratamento e usarmodelos
assistenciais e oprocesso
de
enfermagem
como
base desse
tratamento”.O
exposto acima, reafirmaque não
bastaapenas
assistirao
pacientecom
câncer,
mas também
sua familia, pois estatambém
sente-se inseguracom
oimpacto
da doença
no ente querido,gerando
angústia,medo,
revolta euma
infinidade
de
sentimentos,que
podem
seramenizados
pela enfermeiraque
lhes prestauma
assistência humanizada, oque
irá refletir diretaou
indiretamentenas
atitudes/sentimentos, apresentados pelo paciente, devido a
grande
relevânciado
papel
da
familia.“Feeling", refere-se a
um
“tato especial”,um
misto de sentimento, compreensão, solidariedade,ternura e intuição.
2 “Empatia”,
é a capacidade de entender aquilo que
uma
pessoa está sentindo, e transmitir-lhe compreensão, mantendo aomesmo
tempouma
certa objetividade para poder prestar a ajuda13
O
presente trabalhotem
por finalidade relatar a assistênciade
enfermagem
ao
adultocom
diagnósticode
câncer eseus
familiares. Para guiar a prática assistencial deste projeto, utilizei o referencial Teóricode
Wanda
de
Aguiar Horta,em
decorrênciade
o referido hospital adotá-lona
metodologia científica para atenderàs Necessidades
Humanas
Básicasde seus
pacientese
de
suas
famílias.A
implementação
do
projeto assistencial deu-seno
períodode 23
de março
a
30 de maio do
ano
2001. Neste período, vivenciei o ser/estarcom
o pacientecom
diagnóstico
de câncer
esua
família, constatando oque
nenhuma
literaturaconsegue
explicar,
que
são os
sentimentos manifestados por eles,os
quais serão descritosMeu
primeiro contatocom
pacientes oncológicos, foina
33 fasede
Enfermagem
na
disciplinade
Fundamentos
de Enfermagem,
com
a professoraAldanéia
Norma
de
Souza
Silvestrim,no
Centrode
Pesquisas
Oncológicas(CEPON).
Fiquei impressionadacom
a assistência prestadaaos
pacientese suas
famílias. Constatei
que
se tratavade
“assistênciahumanizada”
diferenciadade
tudoque
já havia visto; era ativa a“famosa
equipe multidisciplinar"da
qual tanto se ouviafalar, e até então
não
havia presenciadoem
outroscampos
de
estágio.No
CEPON,
os funcionários
eram
treinados e aptos a lidarcom
estudantes, tratando-nos
com
muita gentileza,
fazendo-me
sentirbem
acolhida.O
assunto Oncologianão
foi explorado por outras fases,com
exceção da
quinta,
com
a professoraAna
Izabel Jatobáde
Souza,que
nos
ministrou aula sobreOncologia Pediátrica,
quando
conseguimos
discutirum
pouco mais o
assuntoem
uma
visitaao
Hospital InfantilJoana
de
Gusmão.
Não
sendo
suficiente, aEnfermagem
Oncológica continuousendo
um
assunto muito interessante paramim.
Esses foram os
primeiros contatosque
me
aproximaram do
tema
em
questão.Chegou
omomento
da
decisãodo
Trabalhode
conclusãode
Curso. Ah!Quanta
dúvida.Qual
especialidadeeu
escolho?Enfermagem
Oncológica realmenteme
“baIançava", equando
reencontreiminha
professorada
terceira fase, Aldanéia,pude
perceber oquanto
a Oncologiame
fascinava.Mas
a indecisão, omedo
aindapersistiam e foi a partir
de
uma
conversacom
a Professora DrêVera Radünz,
que
resolvi definitivamente realizarmeu
trabalhode
conclusãode
curso nesta área.Minhas
expectativas para a construção deste trabalho foraas melhores
possíveis, posto
que
o pacientecom
diagnósticode
câncer e/ouem
tratamento esua
família estão vulneráveisao
sofrimento e àcomplexidade
da
doença. Acredito3
REVISAO
DE
LITERATURA
3.1
EPIDEMIOLOGIA
DO
CÂNCER
- INCIDÊNCIA E
MORTALIDADE
O
câncer é
uma
doença que
na
atualidade estáem
evidência.Há
uma
grande
resistência por parteda população
em
geral, para pronunciar a palavracâncer
que
tem
o estigmade
ser sinônimode
morte, associadaao
sofrimento eaos
sentimentos
de
tristeza.Nenhuma
outradoença
causa
impacto tão negativoao
serdiagnosticada.
“Embora conhecido há muitos séculos, somente nas últimas décadas o câncer
vem
ganhando
uma
dimensão maior, convertendo-seem um
evidente problema de saúdepública mundial. Muitos fatores têm contribuído para isso, merecendo destaque o
envelhecimento da população, resultante do intenso processo de urbanização e das ações de promoção e recuperação da saúde, que propiciam a exposição continua a fatores
ambientais e mudanças de comportamento responsáveis pela carcinogênese".
(inca.org_br/epidemiologia/estimativa2000/)
“Somente
a partirde
informações sólidas sobre a ocorrênciado
câncer,nas
diversas regiões
do
Brasil, será possível traçar estratégias parasua
prevenção,controle e assistência”. (inca.org.br/epidemiologia/estimativa2000/)
Demonstrarei abaixo estimativas
de
incidência e mortalidade porcâncer
no
Brasil
TABELA
1 - Estimativas para o ano 2000 das taxas brutas de incidência e mortalidade por 100.000ede número de casos novos e de Óbitos por câncer,
em
homens, segundo localização primáriaLocalização Primária Estimativa Novos dos Casos Estimativa dos Óbitos
21.895 14.460 13.680 14.830 7.399 6.608 3.826 8.282 Neopiasia maligna da Pele não Melanoma
Neopiasia maligna da Traquéia, Brônquios e Pulmão
Neopiasia maligna do Estômago
Neopiasia maligna da Próstata Neopiasia maligna do Colon e Reto
Neopiasia maligna do Esôfago Leucemias
Neopiasia maligna da Boca
Outras Localizações 47.775 26,81 17,69 16,76 18,14 9,07 8,42 4,68 10,09 58,46 10.290 7.090 6.850 3.172 3.968 2.311 2.471 24.968
N° de Taxa Bruta N° de Taxa Casos Óbitos Bruta
402 0,47 12,61 8,66 8,34 3,86 4,83 2,68 2,99 30,55 Total 138.755 169,78 61.522 75,28
FONTE: MINISTÉRIO
DA
SAÚDE. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER.COORDENAÇÃO
NACIONAL DECONTROLE
DE TABAGISMO - CONTAPP. "Falando Sobre Câncer e Seus Fatores de Risco". Rio deJaneiro,
1996
TABELA
2 - Estimativas para o ano 2000 das taxas brutas de incidência e mortalidade por 100.000 ede número de casos novos e de Óbitos por câncer,
em
mulheres, segundo localização primáriaLocalização Primária Estimativa dos Casos Estimativa dos Óbitos
Novos N° de
Casos Taxa Bruta
N° de Taxa Óbitos Bruta 20.410 28.340 5.622 6.180 17.251 6.074 2.333 3.000 2.608 53.632
Neopiasia maligna da Pele não Melanoma
Neopiasia maligna da
Mama
FemininaNeopiasia maligna da Traquéia, Brônquios e Pulmão
Neopiasia maligna do Estômago
Neopiasia maligna do Colo do Utero Neopiasia maligna do Cólon e Reto
Neopiasia maligna do Esôfago Leucemias
Neoplasia maligna da Boca Outras Localizações 24,17 33,58 6,66 7,30 20,48 7,19 2,74 3,52 3,05 63,55 267 8.245 4.232 3.610 3.606 3.563 1.194 1.880 606 25.234 0,31 9,78 4,97 4,24 4,25 4,24 1,40 2,19 0,73 29,90 Total 145.450 172,36 52.437 62,14
FONTE: MlNlSTÉRlO
DA
SAÚDE. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER.COORDENAÇÃO
NACIONAL DECONTROLE
DE TABAGISMO - CONTAPP. "FaIando Sobre Câncer e Seus Fatores de Risco". Rio de Janeiro,17
Santa
CatarinaTABELA
3 - Estimativas para o ano 2000 das taxas brutas deincidência e mortalidade por 100.000e
de número de casos novos e de Óbitos por câncer,
em
homens, segundo localização primáriaEstimativa dos Casos Estimativa dos Óbitos
Localização Primária Novos
N° de Taxa Bruta N° de Taxa Casos Óbitos Bruta
Neoplasia maligna da Pele não Melanoma 1.020 39,49 20 0,63
Neoplasia maligna da Traquéia, Brônquios e Pulmão 650 25,06 500 19,28
Neoplasia maligna do Estômago 570 22,15 320 12,24
Neoplasia maligna da Próstata 440 16,94 210 8,03
Neoplasia maligna do Colon e Reto 190 7,49 90 3,60
Neoplasia maligna do Esôfago 350 13,69 210 8,20
Leucemias 109 4,24 90 3,42
Neoplasia maligna da Boca 230 8,91 90 3,30
Outras Localizações 1.761 68,25 1.050 40,69
Total 5.320 206,19 2.580 99,99
FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER.
COORDENAÇÃO
NACIONAL DECONTROLE
DE TABAGISMO - CONTAPP. "Falando Sobre Câncer e Seus Fatores de Risco".Rio de Janeiro,
1996
TABELA
4 - Estimativas para o ano 2000 das taxas brutas de incidência emortalidade por 100.000e de número de casos novos e de Óbitos por câncer,
em
mulheres, segundo localização primáriaEstimativa dos Casos Estimativa dos Óbitos
Localização Primária Novos
N° de Taxa Bruta N° de Taxa Casos '
Óbitos Bruta
Neoplasia maligna da Pele não Melanoma 910 35,32 10 0,40
Neoplasia maligna da
Mama
Feminina 640 24,82 250 9,81Neoplasia maligna da Traquéia, Brônquios e Pulmão 190 7,50 160 6,05
Neoplasia maligna do Estômago 190 7,35 140 5,21
Neoplasia maligna do Colo do Útero 430 16,41 130 4,87
Neoplasia maligna do Cólon e Reto 210 8,17 120 4,44
Neoplasia maligna do Esôfago 70 2,55 50 1,72
Leucemias 106 4,1 1 70 2,65
Neoplasia maligna da Boca 40 1,50 10 0,51
Outras Localizações 2.064 79,73 890 34,38
Total 4.850 187,36 1.830 70,69
FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER.
COORDENAÇÃO
NACIONAL DECONTROLE
DE TABAGISMO - CONTAPP. "FaIando Sobre Câncer e Seus Fatores de Risco". Rio de Janeiro, 19963.2
FISIOPATOLOGIA
DO PROCESSO
DE
MALIGNIDADE
Uma
célula normalpode
sofrer alteraçõesno
DNA
dos
genes.É
oque
chamamos
mutação
genética.As
células cujo material genético foi alteradopassam
a receber instruções erradas para as
suas
atividades.As
alteraçõespodem
ocorrerem
genes
especiais,que
a principiosão
inativosem
células normais.Quando
ativados,transformam-se
em
oncogenes,
responsáveis pela malignização(cancerização)
das
células normais.Essas
células diferentessão
denominadas
cancerosas
(vwvw.inca.org.br/cancer/cancer.html).SMELTZER
&
BARE
(1998, p.230)definem
a fisiopatologiado
câncer
como
“uma doença que tem
inícioquando
uma
célula se tornaanormal
devido auma
transformação por
mutação
genéticado
DNA
celular.Essa
célulaanormal forma
um
clone e
começa
a se proliferaranormalmente,
ignorandoos
sinais reguladoresdo
crescimento
no
meio ao seu
redor”.O
processode
metástases
acontecequando
um
tumor
iniciaem um
órgão
epaulatinamente cresce, invadindo estruturas vizinhas.
Simultaneamente ao seu
crescimento, inicia-se
um
processo pelo qual célulasdo tumor
sedesprendem do
mesmo
eganham
a circulação linfática e sangüínea,podendo
então crescerem
outros órgãos,
dando
origem a metástases.As
metástases
são, portanto,tumores
que
seassemelham
ao tumor
originário, porém,em
Órgãos
distantesdo
mesmo
(GIGLIO, 1999).
3.3
CARCINOGÊNESE
O
processode
carcinogênese,ou
seja,de
formaçao de
câncer,em
geral sedá
lentamente,podendo
levar váriosanos
paraque
uma
célulacancerosa
prolifere edê
origem aum
tumor
visível.Esse
processopassa
por vários estágios antesde
chegar
ao
tumor.Segundo
MINISTÉRIO
DA
SAÚDE
(1996),podem
serassim
19
Estágio
de
iniciação -É
o primeiro estágioda
carcinogênese. Neleas
célulassofrem
o efeitodos agentes
cancerígenosou
carcinógenos(como
o tabaco, álcool, produtosquímicos, etc)
que provocam
modificaçõesem
algunsde
seus
genes. Nesta fase as células se encontram,=‹=;z‹-zw*-= geneticamente
alteradas,
porém
aindanão
é possível se“""”°`m
detectar
um
tumor
clinicamente.Encontram-se
"preparadas",
ou
seja, "iniciadas" para aação de
um
segundo
grupo
de
agentesque
atuaráno
próximo estágio.Estágio
de
promoção
-É
o
segundo
estágioda
carcinogênese.Nele, as células
geneticamente
alteradas,ou
seja, "iniciadas", sofrem oefeito
dos
agentes cancerígenos classificadoscomo
.‹;‹¿z‹';r\te‹í- Í
*i¶_¿;
Jar
oncopromotores.A
célula iniciadaé
transformadaem
”°'““"°'°
célula maligna,
de forma
lenta e gradual. Paraque
ocorra
essa
transformação, é necessárioum
longo econtinuado contato
com
oagente
cancerígeno promotor.A
suspensão
do
contatocom
agentes promotores
muitasvezes
interrompe o processonesse
estágio.Estágio
de
progressão -É
o terceiro e último estágioe
secaracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível
das
células alteradas.Nesse
estágio ocâncer já está instalado, evoluindo até o surgimento
das
primeiras manifestaçõesclínicas
da
doença. rtzlerribr an a ‹:elu‹‹z'=› -I llc›r›lõf1na l ~l|.i‹trl-?-' 3-";~nz~,~ _z»..¬.. . l ›" -Z"~rv É ,1"
s*""¬
@
M .__ ›5|f1Ízl'|IÍ|t`_.lE'l'|Eí~'- dg iq! 'ITS ÇrãüI
r;Lr_If7Ír'r_¶9!`.f5 "3.(*úm' _ .ÂQÊÚÍIÉ1 *'*>fiei|.zl.5; __ 4i._.,¡E cancengeno
-am-~.. _*
_ '--'='Ul-as `
""'*<-
3.4
ETIOLOGIA
Certas categorias
ou
fatorestêm
sido responsabilizadas pelo processode
carcinogênese.
Como:
vírus, agentes físicos, agentes químicos, fatores genéticosou
familiais, fatores alimentares e agentes
hormonais
(SMELTZER
& BARE,
1998). 3.5A
FUNÇAO DO
SISTEMA IMUNE
Normalmente,
um
sistemaimune
normal écapaz
de
combater
as célulascancerosas
de
várias maneiras: atravésde
linfócitos citotóxicos (lançam toxinascontra as células tumorais); os linfócitos
T
estimulam outroscomponentes
dos
sistema
imune
e livram o corpodas
células malignas;os
linfócitosproduzem
Iinfocinas,
que
matam
ou danificam
vários tiposde
células malignas; o interferon,uma
substância produzida pelo corpoem
resposta auma
infecção,tem
características antitumorais
(SMELTZER
& BARE,
1998).“Nos seres humanos, as células malignas são capazes de se desenvolverem regularmente.
Existem evidências de que a função de vigilância exercida pelo sistema imune muitas vezes não consegue detectar o desenvolvimento de células malignas para destruí-las antes que o
crescimento se torne descontrolado. Quando o sistema imune deixa de identificar e
interromper o crescimento de células malignas, há o desenvolvimento do câncer clínico”.
(ibidem, p.234)
3.6
PREVENÇAO DO CÂNCER
A
prevenção
atualmente éuma
grande
“arma” contra o câncer,na medida
em
que
sedescobre mais
sobre os fatoresde
riscoda
doença. Outro fator aliado àprevenção,
são as
informações epidemiológicas,que
nos permitem saber
em
que
região o câncer está incidindo, qual o tipo
de tumor
e a provável causa, constituindo-se
em
informaçõesque nos darão
subsídios para a prevenção.Hoje
são
realizadascampanhas
nacionaisde prevenção do
câncer,como
ocontrole
do
tabagismo,que
provoca o câncerde pulmão
em 90%
dos
casos. Outrosexemplos
como
o autoexame
de
mama,
proteção contra os raios solares,realizações
de
preventivos (câncerde
colode
útero),o
consumo
de
álcool,o
incentivo a dieta rica
em
fibras, vegetais e frutas (câncerde
intestino), e outras mais.21
As
enfermeirasdos
serviçosde
saúde tem
papel importantena prevençao
do
câncernas comunidades,
alertando-os paraos
fatoresde
risco associadosao
desenvolvimento
do
câncer, a importânciado
diagnóstico precoce, possibilidadesterapêuticas, suprimindo
o
dogma
de que
o câncer éuma
moléstia incurável,esclarecendo o
paradigma
entre curandeiro versus ciência, atravésda
promoção de
campanhas
e desenvolvimentode
estratégiasque
busquem
aaproximação do
profissionalcom
o paciente, proporcionando-lheum
estilode
vidamais
saudável.Todavia
observamos
que
o ensinode
Enfermagem
Oncológica éinsuficiente, pois praticamente
nada
éensinado
equando
ocorre, éde
maneira
fragmentada, influenciando diretamente
na
qualidade e quantidadede
profissionais edo
serviço prestado nesta área â população.3.7
D|AGNÓsT|co
Do CÂNCER
O
momento
em
que
se procura diagnosticar o câncer, é vivenciadocom
muita angústia e preocupação, tanto para o paciente
quanto
parasua
familia.Segundo
SMELTZER
&
BARE
(1998, p.236),“O diagnóstico de câncer baseia-se na avaliação das
alterações fisiológicas e funcionais,
bem
como nos resultados da avaliação diagnóstica.Os
pacientescom
suspeita de câncerpassam por
uma
variedade de testes diagnósticos para (1) determinar a presença do tumore extensão da doença; (2) identificar
uma
possivel disseminação (metástase) ou invasão deoutros tecidos do corpo; (3) avaliar a função dos sistemas e órgãos do corpo acometidos e não-acometidos; e (4)obter tecido e células para análise do câncer, inclusive seu estado e
grau.
A
bateria de exames muitas vezes incluiuma
história completa e exame físico, alémde procedimentos radiológicos, sorológicos e outros testes diagnósticos e cirúrgicos.”
Esta
mesma
autora afirmaque
a enfermeiratem
papel importante, devido àansiedade
que
gera acercade
um
resultado positivo.O
paciente esua
famíliaprecisam
de
informações, esclarecimentos sobre os possíveisexames
que
irárealizar.
A
enfermeiradeve
incentivar a verbalizaçâodos seus
sentimentos eo
compartilhar
de
suas
preocupações.3.8
ESTADIAMENTO
EGRAU
SCHWARTSMANN
(1991), descreveque
o sistemade
estadiamentoutilizado
na
maioriadas
neoplasias é oTNM,
o
qualé
baseado
na determinaçao de
-
presença
ou não de metástase nos
Iinfonodos regionais; oM
-
presença ou não
de metástase
a distância.A
cada
um
dos
trêscomponentes
adicionam-se letrasou
números,
com
a finalidadede
indicar progressãoda
doença.T - Tumor
primárioTX
-
otumor
primárionão
pode
serdeterminado
TO
-
não
há evidênciado tumor
primárioTis
-
tumor
in situT1,2,3,4
-
indicamaumento
progressivodo
tamanho
do tumor ou
extensão local
N -
Linfonodos regionaisNX
-
os Iinfonodos regionaisnão
podem
serdeterminados
NO
-
não há
evidênciade
Iinfonodos regionais envolvidosN1,2,3,4
-
indicam envolvimento progressivode
Iinfonodos regionaisM
-
Metástase
à distânciaMX
-
não pode
ser determinada apresença
de
metástases
àdistância
MO
-
não há metástase
à distânciaM1 -
presença
de metástases
à distância 3.9TRATAMENTO DO CÂNCER
O
tratamentodo
câncer envolve aspectos biológicos, psicológicos, sociais,culturais, espirituais
e econômicos. Representa
um
desafio à sociedade, por tratar-sede
uma
doença que
exige infra-estruturaadequada
a nívelde
recursoshumanos
e materiais.Busca-se
porém, tratamentomais
objetivo,com
menos
efeitos colateraise
mais
eficácia,que
possa promover
a erradicação completada
doença
(cura),sobrevida prolongada e
contenção
do
crescimentodas
célulascancerosas ou
alíviodos
sintomas associadoscom
o processo canceroso.Entretanto,
há
váriasmodalidades
terapêuticas diferentes,como
cirurgia,radioderapia, quimioterapia, hormonioterapia, a imunoterapia e o transplante
de
23
3.9.1 Cirurgia
A
cirurgia foi o primeiro tratamento aplicadoaos casos de
câncer e hojetem
um
papelfundamental
em
oncologia,com
as seguintes finalidades: cirurgia paradiagnóstico (biópsia), cirurgia para estadiamento, cirurgia
de
intenção curativaou
radical, cirurgiade
intenção paliativa, cirurgiade
intenção preventiva e reconstrutiva.3.9.2 Radioterapia
Na
radioterapia, a radiação ionizante éusada
para interrompero
crescimento celular.
Cerca da
metade
dos
pacientescom
cirurgia recebeuma
forma
de
irradiaçãoem
certomomento
do
cursodo
tratamento.A
radiaçãopode
serusada
como
meio de
curar o câncer.A
radioterapiatambém
pode
serusada
para controlardoença
malignaquando
otumor não puder
ser removido cirurgicamenteou
quando
existe
uma
metástase
nodal, local, profilaticamente para evitar a infiltraçãoleucêmica
no
cérebroou
medula
espinhal.A
irradiação paliativa éusada
freqüentemente
para aliviar os sintomasde
doença
metastática(SMELTZER
&
BARE,1998).
3.9.3 Quimioterapia
A
quimioterapia consisteno
emprego
de
substâncias químicas, isoladasou
em
combinação,
com
o objetivode
tratar as neoplasias malignas.São
drogas
que
atuam
a nível celular interferindono seu
processode
crescimentoe
divisão.A
maioriados agentes
antineoplásicosnão
possui especificidade,ou
seja,não
destrói seletiva e exclusivamenteas
células tumorais.Em
geral,são
tóxicosaos
tecidosde
rápida proliferação caracterizados por
uma
alta atividade mitótica e ciclos celulares curtos(BONASSA,
1992).As
drogas quimioterápicassão
classificadasde acordo com:
I Estrutura química e função a
nível celular,
que
porsua vez
se dividemem:
agentes alquilantes, antimetabólitos, antibióticos antitumorais, nitrosuréias,
I Especificidade
no
ciclo celular,que
divideos
quimioterápicos
em:
ciclo celularespecífico (atua
na
faseM
ou
S
do
ciclo) e ciclo celular não-específico (são letaisàs células
em
qualquer faseque
se encontrem).Segundo
BONASSA
(1992), o cálculoda
dosagem
ébaseado
no peso
(doseexpressa
em
miligramasou
gramas
por quilogramasde peso
corporal)ou na
superfície corporal
do
paciente (calculada a partirdo peso
eda
altura). Outrosfatores
são
também
considerados nadeterminação da dose
a ser aplicadacomo:
sobreposição
de
toxicidades, tratamentos quimioterápicos e/ou radioterápicosanteriores, estado geral
do
paciente, condições hematológicas ede
certos Órgãos.As
viasde
administraçãodas
drogas quimioterápicaspodem
ser tópica, oral,intravenosa, intramuscular, subcutânea, arterial, intracavitária e intratecal.
SMELTZER
&
BARE
(1998)afirmam que doses
repetidasde
drogassão
necessárias durante
um
período prolongadode
tempo
para atingiruma
regressãodo
tumor.
É quase
impossível atingir erradicaçãode
100%
do
tumor,mas
um
dos
objetivos
da
quimioterapia é erradicar o suficientede
modo
que
as
células tumoraisremanescentes
possam
ser destruídas pelo sistemaimune
do
corpo.Quanto
aos
efeitos adversosda
quimioterapiaBONASSA
(1992) afirmaque
podem
ser agudos,ou
seja, iniciam-se até minutosapós
administraçãodos agentes
antineoplásicos
e
persistem por alguns dias,ou
efeitos tardios,que aparecem
semanas
ou
meses
após
a infusãodos
quimioterápicos.Dos
efeitosadversos mais
comuns
temos:náuseas
e vômitos, mielodepressão, alopécia, diarréia, obstipaçãointestinal, mucosite, alterações cutâneas, alterações
da
sexualidade e reprodução,cistite hemorrágica, toxicidade pulmonar, toxicidade neurológica, toxicidade hepática
e alteração
de
fluidos e eletrólitos.3.9.4 Hormonioterapia
GIGLIO
(1999, p. 83), afirma que:“Tumores originados de tecidos hormônio-dependentes,
como
por exemplo, próstata, útero,ovário e
mama
tém, muitas vezes, a expressão de receptores hormonais.A
presençadesses receptores geralmente sinaliza que esses tumores ainda podem depender de hormônios para a manutenção de seu crescimento. Assim,
em
muitos destes casos,utilizamos
com
finalidade antitumoral bloqueadores hormonais, inibidores da produção de25
3.9.5 Imunoterapia
Segundo GIGLIO
(1999), a imunoterapia procura explorar a amplificaçãoda
resposta
imune do organismo
contra os tumores, visandoum
efeito terapêutico.O
campo
da
imunoterapia classicamentepode
ser divididoem:
a) imunoterapia ativa:
que
se divideem
inespecífica (usa agentescomo
oBCG,
especificamente para o tumor) e específica (utiliza substância específicas
do
tumor
para geraruma
respostaimune
antitumoral específica (vacinas);b) imunoterapia adotiva: utiliza a transferência
de
células imunes;c) imunoterapia passiva: consiste
na
infusãode
anticorpos específicos para otumor.
3.10
A
DOR
COMO
SINTOMA
MAIS
FREQÚENTE NOS
PACIENTES
QUE
APRESENTAM
DIAGNÓSTICO DE
CÂNCER
“A dor é considerada
um
dos sintomas mais freqüentes nas neoplasias. E também o mais temido pelos pacientes oncológicos. Estima-se que10%
a15%
dos doentes de câncer apresentam dor de intensidade significativa nos casos de doença inicial.Com
oaparecimento de metástases, a incidência da dor aumenta para
25%
a30%
e nas fases muito avançadas da enfermidade,60%
a90%
dos pacientes referem dor de intensidade bastante expressiva. Aproximadamente nove milhões de pessoasem
todo o mundo sofrem de dor oncológica. Metade dos doentes sente dorem
todos os estágios do câncer e70%
em
doença avançada”. (vvww.rssbcancer.org.br)A
Associação
Internacional para oEstudo da Dor
define a dorcomo
uma
experiência sensorial e emocional desagradável, associada a
dano
tecidual.A
definiçãode
dor proposta pelaenfermagem segundo
SMELTZER
&
BARE
(1998 p.158), “é qualquer dorno
corpoque
o paciente digaque
tem, existindoquando
ele dizque
dói.A
regra a ser seguidano
cuidadodos
pacientescom
dor éque
toda doré real,
mesmo
sesua causa
for desconhecida.Sendo
assim, a existênciada
doré
baseada
simplesmente
na queixado
paciente".O
MINISTÉRIO
DA
SAÚDE
(1995), refereque
a dordo
pacientecom
diagnósticode câncer
pode
ser devida àdoença
em
si,aos
tratamentos utilizados(cirurgia, radioterapia e quimioterapia)
ou
a outrasdoenças
paralelas,mas
otratamento
deve
estar relacionadocom
acausa da
dor.A
dor é classificadaem
aguda
(até 6meses
de
duraçao) e crônica (maisdo
dor visceral ocorre
quando
há comprometimento de
órgão internos.Não
há
localização precisa, é contínua e surda.
A
dor somática, originadade ossos
e partes moles, é contínua, localizada na áreaacometida
eque
pioracom
pressãoou
movimento.
A
dor neurogênica localiza-se na região inervada pelo nervo danificadoe
pode
estar associada aum
“déficit”motor ou
sensitivo, alteraçõesdo
sistemanervoso
autônomo,
parestesiase
episódios paroxísticosde sensações de
“choques”ou
queimação
(wvvw.rssbcancer.org.br).A
fisiopatologiada
dordo
câncer descrita porSCHWARTSMANN
(1991),inclui
uma
sériede
alterações neurofisiológicas e neurofarmacológicasque
ocorrem
inicialmente
no
sistema nervoso periférico, produzindo alterações secundáriasno
sistema nervoso central
que
alteramdramaticamente
amodulação
da
dor. São:alterações mecânicas, através
da
compressão
de
tecidosou
distensãode
cápsulasque
ativam e sensibilizam os receptores nociceptivos e mecânicos; alteraçõesquímicas,
que
são conseqüentes
à liberaçãode
substânciasalgógenas
pelo tumor,como
a histamina, bradicinina, serotonina, epinefrina e prostaglandinas; alteraçõesdo
sistema nervosoautônomo,
com
sensibilizaçãodos
receptores perivasculares eindução
de
estasevenosa
eedema;
lesõesdas
terminações nervosasprovocadas
pela invasão
do tumor
geram
impulsos aferentesanormais
(vwvvv.rssbcancer.org.br).Assim, diz-se
que
a dor éuma
experiência pessoal, subjetiva.SÓ
apessoa
pode
avaliá-la.Em
pessoas
muito ansiosasou
deprimidas, a resistência à dor ficadiminuída. Isto é particularmente importante
nos
pacientescom
diagnósticode
câncer,
onde
a própria doença, omedo
da
expectativade
alíviopodem
acarretar altos níveisde ansiedade
e depressão.Sabe-se
que
dor,ansiedade
edepressão
andam
juntas eformam
um
círculo vicioso.Quebrar
esta cadeia ajuda a minimizar a dor. Assim, estar atento para tentar controlar os fatores mentais e sociaisque
possam
estar interferindo na resistência à dor ajuda a minimizá-la(MINISTÉRIO
DA
SAÚDE,
1995).Segundo
omesmo
autor, a avaliaçãoda
dor pelo enfermeirodeve
ser sistemática. Ela visa levantardados
para planejar a assistênciade
enfermagem;
ajuda a selecionar as
medidas
de
alíviomais
adequadas
e verificar a eficáciada
terapêutica adotada.
A
avaliaçãoda
intensidadeda
dorpode
ser feita pormeio de
É: VE ‹\‹I!_`.1[_.*LR/'~L.›=`‹ .zf '¡!;l?,‹"«
1
sí
Serviço de Cuidados Paliativos
3.11
A
FAMiL|A
Do
PAc|ENTE
co|v|D|AGNÓsT|co
DE
cÃNcER
E
A
ENFERME|RA
oNco|_ÓG|cA
O
diagnósticode
câncertoma
de
surpresanão
só o pacientemas
toda afamilia, destruindo
sua
fantasiade
imortalidade,provocando
repercussõesno grupo
e
atinge,em
graus variados,cada
um
dos seus
membros
e o grupo na sua
totalidade.
É
imprescindível considerare
incluir a familiana
assistênciade
enfermagem
ao
paciente oncológico, pois a enfermeirapode
ajudar a famíliado
paciente amanter
esperança,mesmo
sem
saber qual seráo
resultado final.BIELEMANN
(1997), afirmaque as
reaçõesda
família frenteao
diagnósticodo
câncer,atuam
sobreas pessoas
levando-as aadotarem os mais
variados tiposde
condutas.A
família, frente â realidadede
terum
de seus
membros
acometidos
por câncer,
também
é
afetadana sua
dinâmica e,ao
tornar-se vulnerável,emerge
junto
com
o
pacientecomo
unidadede
cuidado.A
familia contribuide forma
significativanos
cuidados prestadosao
paciente.ALTHOFF
et.al. (1998),consideram que
“a família auxilia aenfermagem
a detectaros
problemas e as
necessidades, discute o diagnóstico, participana determinação
dos
objetivos, colaborana
aplicaçãodo
planode
ações
e participana
avaliaçãodos
resultados.
A
interação entre a famíliae os
profissionais neste sistema éde
vitalimportância para o êxito
na
melhoriadas
condiçõesde
saúde
e na
qualidadede
vidado
paciente”.Já
SCHWARTSMANN
(1991), colocaque
a reação familiarpode
funcionarcomo
caixade
ressonância,ampliando
as reaçõesdo
paciente; ou, por outro lado,como
continentede
suas
ansiedades, auxiliando-o a enfrentar esta etapa dificilde
sua
vida.Na
medida
em
que
estejabem
informada,de forma
simplese
realistica, afamilia
pode
se tornarum
aliado permanente, contribuindonão
sóno
apoioao
paciente,
como
também
reassegurando
a própria equipe profissional.Este
mesmo
autor cita as reações adversasmais
encontradas pelosfamiliares:
abandono
do
pacientee
descaso
aparente peloseu
tratamento (reaçãoevitativa); auto-recriminações e
acusações
(reaçãode
culpa);acusações ao médico
e à equipe atribuindo-lhes
maus
tratos e incompetência (reações paranóide),e
29
Entretanto,
deve
haverespaço
apropriado,uma
conversa
com
a família,exposição
da
situação, permitindo-lhes expressarseus
sentimentos, dúvidase
preocupações
e procurar estabeleceruma
aliançade
trabalho.A
resposta seráterapêutica
na
medida
em
que
a enfermeira tratar tantoos
aspectos fisiológicosquanto
os psicológicos, diminuindo asansiedades
dos
familiaresmediante
presença,informações, conforto, apoio,
e
disponibilidade para ouvi-los.SIMONTON
(1990), afirmaque
a partirdo
momento
que
a família decideapoiar
o
empenho
do
pacienteem
se curar,é
muito importantetambém
que
cada
pessoa
leveem
consideraçãoseu
próprio bem-estar.Quando
há
um
caso
de
doença
possivelmente fatalna
família, todos,podem
vir a ficar doentes.A
situaçãofica muito difícil se o outro
membro
do
casal ficar tão estressado a pontode
cair doente.Sendo
assim, a famíliapode
evitar tal situação modificando lentamenteseu
estilo
de
vida esuas
prioridades, vivendode maneira mais
normal possivel.O
câncer
às vezes, éuma
doença
longa,e
omelhor
énão
fazermudanças
drásticasimediatamente
-
e muitomenos
adotaruma
vidade
ermitão.Deve-se aumentar o
contato fisico e o carinho entre os parentes
e o
próprio paciente.Os
integrantesda
familia
devem
pediruns aos
outros e aseus amigos e
parentesque ajudem
eapóiem
não
apenas
o
paciente,mas
a elestambém
(ibidem).3.12
A
ENFERMEIRA,
O
PACIENTE
E
A
FAMÍLIA
VIVENCIANDO
O
PROCESSO
DA
MORTE
Acredito
que
quando
o
paciente vivenciaseu
processode
morte,não
o estáfazendo
sozinho.A
família participano
processo, poissua presença
representaconforto
e segurança ao
paciente fazendo-o sentiramado;
por outro lado, gerasentimentos
de
perda nesta família.A
enfermeira nestemomento,
fazuma
“ponte”entre paciente e família, trabalhando
suas
angústias,medos
e
dúvidas, vivenciandotambém
sua
própria finitude.Para
RADÚNZ
(1999, p.16), “ao
cuidar profissionalmentede
pessoas
que
estão vivendo