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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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R

ELATÓRIO

F

INAL DE

E

STÁGIO

P

ROFISSIONALIZANTE

M

ESTRADO

I

NTEGRADO EM

M

EDICINA

Marta Patrícia Ferreira Baião | Nº de aluna 2014278

Ano letivo 2019/2020

Mestrado Integrado em Medicina 2014/2020

Orientador: Professor Doutor Bernardo Barahona Corrêa

Julho 2020

(2)

Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida tão concreta e definida como outra coisa qualquer, como esta pedra cinzenta em que me sento e descanso, como este ribeiro manso em serenos sobressaltos, como estes pinheiros altos que em verde e oiro se agitam, como estas aves que gritam em bebedeiras de azul. Eles não sabem que o sonho é vinho, é espuma, é fermento, bichinho álacre e sedento, de focinho pontiagudo, que fossa através de tudo num perpétuo movimento. Eles não sabem que o sonho é tela, é cor, é pincel, base, fuste, capitel, arco em ogiva, vitral, pináculo de catedral, contraponto, sinfonia, máscara grega, magia, que é retorta de alquimista, mapa do mundo distante, rosa-dos-ventos, Infante, caravela quinhentista,

que é Cabo da Boa Esperança,

ouro, canela, marfim, florete de espadachim, bastidor, passo de dança, Colombina e Arlequim, passarola voadora, pára-raios, locomotiva, barco de proa festiva, alto-forno, geradora, cisão do átomo, radar, ultra-som, televisão, desembarque em foguetão na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida. Que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança

como bola colorida

entre as mãos de uma criança.

(3)

Dedico este trabalho e o meu percurso a todos aqueles que me deixaram sonhar, aos que tornaram o sonho possível e a todos os que acreditam “que o sonho comanda a vida”

(4)

Agradeço Aos meus pais e à minha avó Pelo apoio e amor incondicionais Aos amigos Por acreditarem mais em mim que eu Aos colegas Com quem partilhei momentos tão bons A todos os que me ensinaram tanto Quer fossem Professores ou Doentes A todos os meus tutores Que tanto me inspiraram A todos os doentes Que me fizeram conhecer melhor as Pessoas Ao Departamento de Anatomia Pelo voto de confiança À Faculdade de Ciências Médicas Por ser a casa que me viu crescer A todos os que direta ou indiretamente me fizeram concretizar um sonho, Ser Mestre em Medicina

(5)

Í

NDICE

Introdução ... 6

Medicina Interna ... 7

Cirurgia Geral ... 7

Medicina Geral e Familiar ... 8

Pediatria ... 9

Ginecologia e Obstetrícia ... 10

Saúde Mental... 10

Elementos Valorativos ... 11

Reflexão Crítica Final ... 12

Referências Bibliográficas ... 14

Anexos A – Gráficos, Tabelas e Documentos referentes ao Estágio Profissionalizante ... 14

Anexo A1 – Estágios Parcelares realizados e Atividades Extracurriculares concomitantes ... 14

Anexo A2 – Trabalhos desenvolvidos e apresentados ... 15

Anexo A3 – Gráfico representativo do número de cirurgias observadas e participadas ... 15

Anexo A4 – Gráfico representativo do motivo de consulta em Cirurgia Geral ... 15

Anexo A5 – Folheto acerca de Infeções Virais ... 16

Anexos B – Certificados das Atividades Curriculares e Extracurriculares ... 17

Anexo B1 – Certificado de participação no Curso TEAM ... 17

Anexo B2 – Declarações de atividades docentes no Departamento de Anatomia ... 18

Anexo B3 – Certificado de participação em Formação Pedagógica de Monitores ... 19

Anexo B4 – Certificado de participação como organizadora e palestrante no 34th Youth Science Meeting ... 19

Anexo B5 – Certificados de participação no PECLICUF pré-clínico e clínico... 20

Anexo B6 – Publicação do abstract do artigo no suplemento da revista científica Virchows Arch ... 21

Anexo B7 – Certificado do mandato de 2019 na Direção da AEFCM ... 22

Anexo B8 – Certificado de participação no iMed Conference® 11.0 ... 23

Anexo B9 – Certificado de Virtual Patient Challenge by Body Interact ... 23

Anexo B10 – Certificado de participação em Clinical Competition da AMBOSS® ... 24

Anexo B11 – Certificado do Curso online COVID-19: What You Need to Know (CME Eligible) ... 24

Anexo B12 – Certificado do Curso online Psychological First Aid... 25

Anexo B13 – Certificado do Curso online Mindshift: Break Through Obstacles to Learning and Discover Your Hidden Potential ... 25

S

IGLAS E

A

CRÓNIMOS

(6)

I

NTRODUÇÃO

A formação pré-graduada consiste em seis anos de formação, ao fim dos quais, de acordo com O Licenciado Médico em Portugal, é expectável que as aptidões adquiridas na prática clínica, as noções de comunicação com os profissionais de saúde, doentes ou familiares e a adoção de atitudes e comportamentos profissionais façam parte do rol generalista de capacidades que um médico deve ter, além do conhecimento teórico. Particularizando, tendo em conta os resultados de The Tuning Project – Learning Outcomes/Competences for Undergraduate Medical Education in Europe, o recém-mestre em medicina deverá ser capaz de estabelecer uma relação clínica com o doente, comunicando eficazmente, de recolher dados sobre os sintomas, observar os sinais, de colocar hipóteses diagnósticas, de proceder à marcha diagnóstica mais adequada, de estabelecer o diagnóstico definitivo e de discutir um plano de gestão do doente, que inclui a prescrição de fármacos ou a realização de alguns procedimentos terapêuticos e ainda a promoção da saúde e prevenção de doença, baseados na evidência médica. Paralelamente, deve enquadrar o doente no seu contexto socioeconómico, cultural, espiritual, compreender empaticamente os seus receios, expetativas e pré-conceitos e validar as suas emoções, assim, conseguirá mais facilmente uma relação médico-doente assente na confiança.

Complementarmente à clínica, o mestre em medicina poderá enveredar por outras carreiras profissionais, como a docência, a investigação ou outras. Porque o nosso background formativo não deve ser limitativo das nossas escolhas profissionais e todas as habilitações que temos, incluindo hobbies, poderão converter-se em mais-valia se aplicadas noutros contextos. A formação pré-graduada deve também fornecer conhecimentos sobre investigação científica para que possam ser aplicados no decurso profissional.

Ao longo do percurso académico, o estudante poderá explorar outras atividades que envolvam o desenvolvimento de outras competências, como gestão, comunicação, organização de eventos ou trabalho de equipa, e.g., algo que poderá melhorar a sua prática clínica ou criar oportunidades para um futuro profissional diferente.

Globalmente, considerei as competências acima descritas os meus objetivos gerais e, no restante relatório, para cada área de rotação do estágio profissionalizante, indicarei os objetivos específicos.

O Estágio Profissionalizante estabelece a ligação entre o ensino universitário e a prática clínica. Na NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas (NMS|FCM), o Estágio Profissionalizante prevê a rotação dos estudantes, durante 32 semanas, por seis áreas fundamentais: Medicina Interna, Cirurgia Geral, Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental. Serve o presente relatório para descrever as atividades desenvolvidas em cada uma, bem como as atividades que considerei diferenciadoras e valorativas do meu percurso. Por fim, apresenta uma reflexão crítica sobre o estágio e um balanço do meu percurso académico, seguidos de anexos comprovativos da atividade extracurricular descrita.

(7)

M

EDICINA

I

NTERNA

“I’ve never bought this idea of taking a therapeutic distance. If I see a student or house staff cry, I take great faith in that. That’s a great person, they’re

going to be a great doctor”, Abraham C. Verghese (1955-)

Regente: Prof. Dr. Fernando Nolasco; Período de estágio: 9 de Setembro a 31 de Outubro de 2019 Hospital Santo António dos Capuchos, Unidade Funcional de Medicina Interna 2.5; Tutora: Dr.ª Graça Olim Marote No estágio parcelar de Medicina Interna, constituído por 8 semanas, integrei uma equipa orientada pela Dr. Graça Olim Marote e constituída pelo Dr. Miguel Sousa Leite, pela Dr.ª Mafalda Borda d’Água (Internos da Formação Específica e Geral, respetivamente) e pelas alunas Ana Silva e Mafalda Mogas (3º ano do MIM). Estabeleci para este estágio os seguintes objetivos: (1) adquirir autonomia progressiva na abordagem e monitorização dos doentes, desde à anamnese, ao exame objetivo, à prescrição de exames complementares de diagnóstico (ECD) e de medidas terapêuticas; (2) praticar procedimentos técnicos; (3) comunicar de forma eficaz com doentes, familiares e profissionais de saúde; (4) cooperar em atividades formativas.

Em contexto de enfermaria, diariamente eram-me atribuídos cerca de 2-3 doentes para acompanhar e vigiar. Devia (1) elaborar a anamnese, o exame objetivo, (2) registar no diário clínico os dados das vigilâncias, da minha observação e dos ECD realizados e (3) preparar um plano para o doente que após discussão em equipa era definido, assim como (4) escrever as respetivas notas de alta. Contactei telefonicamente outras especialidades para pedir colaboração e comuniquei com familiares. Durante o trabalho na enfermaria, executei e aperfeiçoei alguns procedimentos técnicos e observei procedimentos invasivos. Acompanhei as alunas do 3º ano, ajudando-as na abordagem inicial dos doentes e ensinando-lhes alguns procedimentos técnicos. No Serviço de Urgência, acompanhei as atividades de Balcão, SO e assisti à passagem de turno, onde pude apreciar a abordagem aos doentes num contexto clínico diferente. Na consulta externa, observei doentes com patologia cardiovascular, tendo discutido os seus quadros clínicos e a melhor abordagem. Concomitantemente, assisti semanalmente às sessões clínicas do serviço, onde eram abordados diversos temas clínicos e científicos. Participei numa sessão, apresentando o tema “Neoplasia Primária de Origem Oculta” com as minhas colegas de estágio, Carolina Calçada e Sofia Ramalho. Assisti semanalmente à visita médica, onde apresentei também um doente.

C

IRURGIA

G

ERAL

“A surgeon is surrounded by people who are sick, discouraged, afraid, embittered, dying – but also courageous, loving, wise, compassionate and alive”, Bernie Siegel (1932-)

Regente: Prof. Dr. Rui Maio; Período de estágio: 4 de Novembro de 2019 a 10 de Janeiro de 2020 Hospital da Luz de Lisboa; Tutor: Dr. José Damião Ferreira O estágio parcelar de Cirurgia Geral, de 8 semanas, foi constituído por uma semana inicial de aulas teórico-práticas no Hospital Beatriz Ângelo, por duas semanas de estágio opcional e as restantes cinco de acompanhamento da atividade assistencial do tutor.

Delineei para este estágio os seguintes objetivos: (1) participar em cirurgias e atos de pequena cirurgia; (2) treinar a técnica de assepsia e praticar a de sutura; (3) acompanhar e ajudar com progressiva autonomia no

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trabalho de consulta externa e enfermaria; (4) adquirir e consolidar conhecimentos sobre patologias cirúrgicas comuns.

Neste estágio participei no bloco operatório, onde observei 38 intervenções cirúrgicas, das quais 9 como segunda ajudante, em cirurgia laparoscópica e por laparotomia, onde pude treinar a técnica de assepsia, observar, segurar alguns instrumentos e cortar fios de sutura. Ainda no bloco, sob orientação da equipa de anestesia, coloquei um cateter vesical a uma doente e observei a colocação de cateteres venosos centrais e periféricos, de linhas arteriais, de cateter epidural, a ventilação e entubação de doentes e a monitorização da atividade encefálica. Pontualmente, acompanhei o meu tutor ao internamento para monitorizar os doentes operados no próprio dia, no dia anterior e os que tinham alta.

Assisti a 56 consultas externas, 55% das quais na área da coloproctologia (anexo A4). Neste âmbito, ajudei o Dr. Damião Ferreira em alguns dos procedimentos efetuados, como a drenagem de trombos hemorroidários e anuscopias.

Relativamente à opcional de Medicina Intensiva, estabeleci igualmente alguns objetivos, de carácter prático, (1) observar os doentes e participar no trabalho da Unidade com supervisão, (2) aprender mais e eventualmente ajudar em técnicas invasivas, (3) consolidar conhecimentos sobre as patologias mais frequentes neste contexto. Posto isto, contactei com doentes críticos quer do foro cirúrgico, quer do foro médico. Observei o exame objetivo em cuidados intensivos, pude ler os diários de alguns doentes e acompanhei a evolução de uma doente com Síndrome de Disfunção Respiratória Aguda, a propósito da qual revi alguns temas programáticos.

Por fim, participei no curso teórico e prático TEAM e elaborei com as minhas colegas Cátia Chão, Inês Guerreiro e Sofia Ramalho o trabalho intitulado “Where’s Wally? – À procura do adenocarcinoma” apresentado no mini-congresso de cirurgia.

M

EDICINA

G

ERAL E

F

AMILIAR

“Adaptation is the juice of family medicine—the GP adapts to the needs of people or closes up shop”, William Victor Johnston (1897-1976)

Regente: Prof.ª Dr.ª Isabel Santos; Período de estágio: 20 de Janeiro a 14 de Fevereiro de 2020 Unidade de Saúde Familiar Alfa Beja; Tutor: Dr. José Carlos Dionísio No estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar, constituído por 4 semanas, integrei uma microequipa constituída pelo Dr. José Carlos Dionísio, pela Sr.ª Enf.ª Amélia Santos e pela equipa de Assistentes Técnicos da Unidade de Saúde Familiar Alfa Beja.

Estabeleci para este estágio os seguintes objetivos: (1) conhecer a prática médica e o papel do médico à periferia; (2) estabelecer uma relação de proximidade com os doentes e com os profissionais; (3) praticar competências clínicas de abordagem ao doente e de gestão de cuidados, em ambiente de consulta na unidade de saúde e no domicílio; (4) identificar e gerir problemas de saúde no doente e famílias; (5) atuar na dimensão preventiva; (6) executar procedimentos médicos.

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A atividade durante o estágio consistia em assistir e, mais tarde, conduzir autonomamente as consultas dos doentes que recorriam à Unidade de Saúde. Nas consultas de Saúde do Adulto, acompanhei doentes diabéticos, hipertensos e com outras comorbilidades em contexto de vigilância e pude observar e realizar alguns procedimentos administrativos como a sua referenciação para outras especialidades, e.g.. Em consultas de Doença Aguda e Intersubstituição, observei principalmente doentes com problemas de saúde do foro músculo-esquelético e quadros infecciosos. No âmbito da Saúde Infantil e Juvenil, do Planeamento Familiar e da Saúde Materna, participei ativamente na vigilância, prevenção de doença e promoção de saúde (através de avaliação clínica, aconselhamento e exames de rastreio, como a realização de colpocitologias), tendo também acompanhado os cuidados de enfermagem. No que concerne à medicina preventiva, procurei oportunisticamente avaliar comportamentos de risco, aferir a motivação dos doentes para mudanças de estilo de vida, promover hábitos de vida saudáveis e comportamentos responsáveis. Acompanhei a Sr.ª Enf.ª Amélia Santos em consultas médicas domiciliárias a três doentes. Ao todo, assisti e conduzi a consulta a cerca de 80 doentes.

Na reunião semanal da equipa médica, apresentei a revisão do tema “Síndrome Vertiginoso” e criei um folheto informativo destinado aos utentes acerca de “Infeções virais”, pela existência de alguns casos de iliteracia em saúde na população, nomeadamente com a utilização abusiva de antibióticos.

P

EDIATRIA

“Care more particularly for the individual patient than for the especial features of the disease”, Sir William Osler (1849-1919)

Regente: Prof. Dr. Luís Varandas; Período de estágio: 17 de Fevereiro a 13 de Março de 2020 Hospital São Francisco Xavier; Tutor: Dr. Edmundo Santos O estágio parcelar de Pediatria, de 4 semanas, foi organizado no sentido de oferecer o contacto com as diversas componentes da especialidade: duas semanas no Berçário, uma semana na Unidade de Cuidados Especiais Pediátricos (UCEP) e uma semana no internamento. Na sequência da pandemia de COVID-19 e como medida de saúde pública, a última semana de estágio (internamento) foi cancelada.

Tracei para este estágio os seguintes objetivos: (1) treinar competências clínicas: anamnese, exame objetivo pediátrico e diagnóstico de patologias comuns; (2) consolidar conhecimentos sobre as patologias pediátricas mais frequentes e gestão das mesmas; (3) aperfeiçoar a capacidade de comunicação com crianças, adolescentes e com os pais, principalmente gerir as suas expetativas; (4) conhecer as subespecialidades pediátricas.

No Berçário, triei cinco recém-nascidos: confirmava a informação do processo clínico, complementava-a com a recolhida à mãe e observava o recém-nascido. Na UCEP, acompanhei e discuti a evolução clínica de três crianças, a maior parte com patologia infecciosa. Por estarem internados poucos doentes, esta fração do estágio foi maioritariamente observacional. Na consulta externa, tive oportunidade de assistir às consultas de Neurologia Pediátrica, de Desenvolvimento e de Pediatria Geral, a um total de 17 crianças, onde pude

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observar a colheita de anamnese e a realização do exame objetivo, em particular o exame neurológico e o conjunto de jogos, desenhos e perguntas que se aplicam em crianças e jovens que são avaliados neste contexto. Concomitantemente, estive no Serviço de Urgência, tendo observado 18 crianças e tendo participado na sua avaliação clínica. Acompanhei também o Dr. Edmundo Santos à Unidade de Neonatologia, onde vi e discuti o caso de 11 prematuros. Colhi, redigi e apresentei a história clínica de um doente com gastroenterite aguda.

G

INECOLOGIA E

O

BSTETRÍCIA

“Wherever the art of Medicine is loved, there is also a love of Humanity”, Hipócrates (460 a.C.-370 a.C.)

Regente: Prof.ª Dr.ª Teresinha Simões; Período de estágio: 16 de Março a 17 de Abril de 2020 Ensino à distância O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia, de 4 semanas, foi organizado no sentido de ser ensino à distância, uma vez que o presencial havia sido cancelado, na sequência da pandemia de COVID-19.

Por isso, adaptei também os objetivos traçados: (1) consolidar conhecimentos teóricos, no âmbito do diagnóstico, prevenção e gestão de doenças da mulher; (2) enriquecimento curricular.

A Prof.ª Dr.ª Teresinha Simões ajustou o estágio e forneceu-nos material de estudo com workshops gravados acerca de cuidados pré-concecionais, gravidez normal, assistência ao parto normal e anormal e cuidados pós-parto, a que eu assisti, depois avaliou-nos com cerca de 18 questões, a que respondi em conjunto com os colegas do meu polo de ensino (grupo definido previamente ao cancelamento do estágio). Realizei também com as minhas colegas Rebeca Santos e Sofia Ramalho um trabalho acerca das “Alterações da Função Tiroideia e Gravidez”, que apresentámos em PowerPoint® com vídeo e áudio. Paralelamente, iniciei cursos online, cujo certificado anexo.

S

AÚDE

M

ENTAL

“Mental pain is less dramatic than physical pain, but it is more common and also more hard to bear. The frequent attempt to conceal mental pain

increase the burden: It is easier to say 'My tooth is aching' than to say 'My heart is broken' ”, Clive Staples (C. S.) Lewis (1898-1963)

Regente: Prof. Dr. Miguel Talina; Período de estágio: 20 de Abril a 15 de Maio de 2020 Ensino à distância O estágio parcelar de Saúde Mental, de 4 semanas, foi igualmente organizado para ser ensino à distância, já que o presencial não era possível, na sequência da pandemia de COVID-19.

Assim, adaptei também os objetivos delineados: (1) consolidar conhecimentos teóricos acerca das patologias psiquiátricas mais comuns, no âmbito do mecanismo da doença, diagnóstico, prevenção e gestão dos doentes; (2) enriquecimento curricular.

O Prof. Dr. Miguel Talina ministrou duas aulas teórico-práticas, via Zoom®, que versavam sobre a discussão de casos clínicos em contexto de urgência e o exame do estado mental, a que assisti. Para além disso, escrevi 6 vinhetas clínicas, semelhantes às da Prova Nacional de Acesso, com 3 perguntas para cada e redigi duas histórias clínicas, após a visualização de duas primeiras entrevistas psiquiátricas, gravadas para o efeito. Estes

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exercícios tinham como objetivo estimular a aprendizagem, a aquisição e a consolidação de conhecimentos, preparar para a nova prova e, em parte, simular o ambiente clínico real. Adicionalmente, realizei cursos online, cujo certificado anexo.

E

LEMENTOS

V

ALORATIVOS

“I profess both to learn and to teach anatomy, not from books but from dissections; not from positions of philosophy but from the fabric of nature”, William Harvey (1578-1657)

Ao longo do meu percurso académico, pautei por adquirir e aprimorar competências em diferentes áreas. Desde cedo na minha vida que gosto de ensinar e, por isso, decidi ser monitora da Unidade Curricular de Anatomia durante 5 anos, desde o ano letivo 2015/2016 até ao presente. Neste âmbito, vinculei e reciclei conhecimentos desta ciência básica e desenvolvi capacidades pedagógicas, de comunicação, de gestão de um grupo de alunos nas aulas e nos apoios à aprendizagem que lecionava. Complementarmente, procurei aprender sobre o ensino e frequentei um curso de formação pedagógica de monitores. Para além disso, participei no 34th Youth Science Meeting que decorreu em 2016 em Lisboa, onde cooperei com o Dr. Carlos

Pontinha, com a Dr.ª Ana Filipa Palma dos Reis e com o meu colega André Pita na organização e fui oradora de um workshop sobre “Anatomia Cardíaca”, em que ensinávamos estudantes do ensino secundário de diversas nacionalidades a dissecar um coração.

No sentido de alargar o meu conhecimento e as minhas aptidões clínicas, frequentei duas edições de estágio extracurricular PECLICUF, organizado pela Associação de Estudantes da Faculdade Ciências Médicas (AEFCM): um de enfermagem em 2016 e outro de especialidades cirúrgicas e anestesiologia em 2017.

No quinto ano do MIM, decidi empenhar-me numa Unidade Curricular Opcional que me evidenciasse o trabalho de investigação dentro de uma área clínica. Assim, inscrevi-me em Escrita de Casos Clínico-Patológicos, regida pela Prof.ª Dr.ª Ana Félix, com quem trabalhei para escrever um case report a propósito de um caso de carcinossarcoma da vagina. Com este trabalho, redigi um artigo científico, cujo abstract foi publicado num suplemento da revista Virchows Archiv: European Journal of Pathology.

Durante o ano de 2019, integrei a Direção da AEFCM (DAEFCM) como Coordenadora da Ciência e Investigação, onde coordenei um programa que visava a integração de alunos em projetos de investigação, para o qual procurei estabelecer parcerias com outras instituições científicas, organizei também uma palestra e uma rubrica de divulgação de informação sobre investigação e criei uma proposta de regulamento para um estatuto especial (estudante-investigador).

Já neste ano letivo frequentei o iMed Conference® 11.0 e um dos seus workshops Virtual Patient Challenge by Body Interact, no qual em equipa diagnosticámos e abordámos doentes virtuais, e nesse contexto fomos a equipa vencedora. Participei também no evento Clinical Competition patrocinado pela AMBOSS® e organizado pela AEFCM. Por fim, no período de isolamento social, aproveitei para enriquecer o meu currículo e aprender mais sobre algumas áreas de interesse, pelo que realizei cursos online, oferecidos pela Coursera®

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na sequência da pandemia, dos quais destaco COVID-19: What You Need to Know (CME Eligible), Psychological First Aid e Mindshift: Break Through Obstacles to Learning and Discover Your Hidden Potential.

R

EFLEXÃO

C

RÍTICA

F

INAL

“If the license to practise meant the completion of his education how sad it would be for the practitioner, how distressing to his patients! More clearly

than other the physician should illustrate the truth of Plato’s saying that education is a life-long process”, Sir William Osler (1849-1919)

O estágio profissionalizante conseguiu de forma global atingir os objetivos gerais a que me propus, nomeadamente, no âmbito clínico e comunicacional.

Senti que Medicina Interna e Medicina Geral e Familiar foram os estágios onde mais evolui e progredi nas minhas competências clínicas, nomeadamente na colheita de história clínica e realização de exame objetivo e na abordagem diagnóstica e terapêutica, baseada na evidência. Ainda sinto algumas dificuldades, relativamente à prescrição, que julgo que serão colmatadas com a experiência. Para além disso, treinei competências de comunicação com os doentes, familiares e profissionais de saúde. Foram também os estágios onde senti maior integração na equipa, com intenção profissionalizante e com maior autonomia, por isso considero que cumpri os objetivos em ambos.

Relativamente a Medicina Interna, destaco o facto de ter tido a oportunidade de fazer algo que gosto muito – ensinar – e participar ativamente na formação de colegas mais novos.

Quanto a Medicina Geral e Familiar, senti como principais dificuldades a gestão do tempo em cada consulta e a tomada de decisões imediatas, com pouco tempo para refletir sobre a melhor estratégia. Sobre a experiência de estagiar fora do distrito de Lisboa, foi extremamente enriquecedora, o que me fez refletir e ponderar acerca do meu futuro pessoal e profissional.

O estágio de Cirurgia Geral cumpriu parcialmente os objetivos do estágio, sendo que foi possível conhecer as síndromes cirúrgicas mais comuns, pude discutir e adquirir mais conhecimento acerca do diagnóstico e da terapêutica, e fortaleci competências de comunicação com os profissionais de saúde e doentes. No entanto, a participação nas diferentes vertentes, incluindo na opcional, é muito observacional e dependente, tornando o estágio pouco profissionalizante. Certo é que temos a oportunidade de nos preparar para participar em atos cirúrgicos, o que é uma mais-valia formativa, porém teria sido ainda mais útil se o número de participações em atos cirúrgicos por aluno fosse superior e se, nesse contexto, fosse possível treinar alguns gestos, como suturar. Senti que havia pouca autonomia e mais dependência do que a que seria expectável para um ano que se quer profissionalizante. Não obstante, considero que o estágio foi muito útil para adquirir conhecimento e senti-me bem acolhida pela equipa.

No caso de Pediatria, considero que os objetivos do estágio foram parcialmente cumpridos, apesar do cancelamento da última semana de estágio, já que pude contactar com as principais patologias da criança e do adolescente, pude autonomamente avaliar os recém-nascidos, no Berçário, e observar as crianças, colher dados anamnésticos e propor hipóteses diagnósticas e medidas terapêuticas, no Serviço de Urgência. Já na

(13)

UCEP, considero que o estágio foi meramente observacional, muito motivado pelo início da epidemia e pelo reduzido número de doentes internados. Nas consultas externas das diferentes subespecialidades tornou-se evidente a necessidade de comunicar eficazmente com as crianças e adolescentes. Destaco as consultas de Neurologia Pediátrica, onde aprendi mais sobre epilepsia e percecionei a carga familiar que a doença pode ter, e as de Desenvolvimento, onde percebi a importância da referenciação célere.

Os estágios de Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental foram “à distância”, o que representa uma mudança nos objetivos, nomeadamente no cariz profissionalizante do estágio que se torna pouco possível. Desse ponto de vista, julgo que ambos cumpriram os objetivos, na medida em que foi possível consolidar conhecimentos nos dois. Destaco a organização do estágio de Saúde Mental.

Ao longo do meu percurso académico, procurei cultivar-me em diferentes áreas que pudessem oferecer mais-valia curricular, formativa e pessoal, destas saliento a docência, a investigação, a experiência clínica e o associativismo. Ao ser monitora de anatomia, aprendi sobre o ensino e a aprendizagem, sobre comunicação e organização, para além de estar a fazer algo que me motiva e que me é prazeroso. Com cada estágio curricular e extracurricular almejei sempre aprender mais, compreender e fazer melhor, sempre observei atentamente o que me rodeava e tentava criticamente analisar as situações, de modo a poder retirar o máximo proveito e conhecimento de cada acontecimento do dia-a-dia clínico. A investigação científica era algo que me despertava interesse, mas sentia que tinha pouca disponibilidade para a abraçar. Com a Escrita de Casos Clínico-Patológicos, pude desenvolver competências linguísticas e científicas, uma vez que escrevi o artigo em inglês e acompanhei a metodologia para a prossecução do objetivo científico, e conheci mais sobre uma neoplasia tão rara, para além da gratificação de ter um trabalho publicado. Entretanto o associativismo permitiu que contactasse mais com esta área tão cativante, mantendo o interesse na mesma e adquirindo capacidades de organização de eventos, gestão de tempo, trabalho de equipa, comunicação interpares e com instituições científicas e académicas. Por fim, refiro os cursos online que frequentei e que me permitiram ampliar conhecimentos em áreas de interesse.

Espreitando para os últimos seis anos, sinto que a faculdade me deu as ferramentas necessárias para que possa exercer medicina da melhor forma possível. Sei pesquisar, procurar e analisar a informação baseada na evidência. Vejo esta formação subdividida numa componente teórica, noutra prática e noutra humanista. A título pessoal, considero que o ensino de gestão emocional do futuro médico deve ser uma prioridade das escolas médicas, devendo ser incluído na estruturação do curso. Gostaria ainda de sugerir a inclusão de estímulo à investigação científica e uma melhor preparação para a prescrição de fármacos ao longo do Mestrado Integrado em Medicina.

Posto isto, faço um balanço positivo do meu percurso, julgo possuir as competências generalistas que um médico deve ter, ainda assim, sei também que tenho de manter o empenho na aprendizagem contínua e na aquisição de experiência.

(14)

R

EFERÊNCIAS

B

IBLIOGRÁFICAS

• Vitorino, R., Jollie, C. and McKimm, J., 2005. O Licenciado Médico Em Portugal, Core Graduates Learning Outcomes Project. Lisboa: Faculdade de Medicina de Lisboa, pp.25-54.

• Cumming A, Ross M. The Tuning Project (Medicine) – Learning Outcomes/Competences For Undergraduate Medical Education In Europe. Edinburgh; 2008:4-26.

A

NEXOS

A

G

RÁFICOS

,

T

ABELAS E

D

OCUMENTOS REFERENTES AO

E

STÁGIO

P

ROFISSIONALIZANTE

Anexo A1 – Estágios Parcelares realizados e Atividades Extracurriculares concomitantes Estágio Parcelar Período de Estágio Local de Estágio Tutor /

Regente Atividade Extracurricular

Medicina Interna 9 de Setembro a 31 de Outubro de 2019 Hospital Santo António dos Capuchos (Medicina 2.5) Dr.ª Graça Olim Marote / Prof. Dr. Fernando Nolasco Monitora de Anatomia Mandato na DAEFCM 2019 Revisão do artigo científico a

publicar

Participação no iMed Conference® 11.0 Cirurgia Geral 4 de Novembro de 2019 a 10 de Janeiro de 2020 Hospital da Luz de Lisboa Dr. José Damião Ferreira / Prof. Dr. Rui Maio Monitora de Anatomia Mandato na DAEFCM 2019 Revisão do artigo científico a

publicar Participação em Clinical Competition da AMBOSS® Medicina Geral e Familiar 20 de Janeiro a 14 de Fevereiro de 2020 Unidade de Saúde Familiar Alfa Beja Dr. José Carlos Dionísio / Prof.ª Dr.ª Isabel Santos --- Pediatria 17 de Fevereiro a 13 de Março de 2020 Hospital São Francisco Xavier Dr. Edmundo Santos; Prof. Dr. Luís Varandas --- Ginecologia e Obstetrícia 16 de Março a 17 de Abril de 2020 E-learning Prof.ª Dr.ª Teresinha Simões

Cursos Online: (1) COVID-19: What You Need to Know (CME Eligible),

(2) Psychological First Aid

Saúde Mental 20 de Abril a 15 de Maio de 2020 E-learning Prof. Dr. Miguel Talina

Cursos Online: (1) COVID-19: What You Need to Know (CME Eligible),

(2) Psychological First Aid,(3) Mindshift: Break Through Obstacles

to Learning and Discover Your Hidden Potential

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Anexo A2 – Trabalhos desenvolvidos e apresentados

Estágio Parcelar Tema Autores

Medicina Interna Neoplasia Primária de Origem Oculta

Carolina Calçada Marta Baião Sofia Ramalho

Cirurgia Geral Where’s Wally? – À procura do adenocarcinoma

Cátia Chão Inês Guerreiro

Marta Baião Sofia Ramalho

Medicina Geral e Familiar (1) Síndrome Vertiginoso

(2) Infeções Virais Marta Baião

Pediatria Caso Clínico – Gastroenterite aguda Marta Baião

Ginecologia e Obstetrícia Alterações da Função Tiroideia e Gravidez

Marta Baião Rebeca Santos Sofia Ramalho

Saúde Mental --- ---

Anexo A3 – Gráfico representativo do número de cirurgias observadas e participadas

Anexo A4 – Gráfico representativo do motivo de consulta em Cirurgia Geral

76% 24% Cirurgias Observadas Participadas 40% 15% 5% 17% 10% 2%5% 3% 3%

Motivo de Consulta em Cirurgia Geral

Pat. Hemorroidária Pat. Herniária

Pat. Biliar Pat. Pele e tecidos moles Fissura anal Massa retroperitoneal Pat. Colorretal Fístula anal

(16)
(17)

A

NEXOS

B

C

ERTIFICADOS DAS

A

TIVIDADES

C

URRICULARES E

E

XTRACURRICULARES

(18)
(19)

Anexo B3 – Certificado de participação em Formação Pedagógica de Monitores

(20)
(21)
(22)
(23)

Anexo B8 – Certificado de participação no iMed Conference® 11.0

(24)

Anexo B10 – Certificado de participação em Clinical Competition da AMBOSS®

(25)

Anexo B12 – Certificado do Curso online Psychological First Aid

Anexo B13 – Certificado do Curso online Mindshift: Break Through Obstacles to Learning and Discover

Referências

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