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14º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental INFOAMBIENTE: ACESSO ÀS INFORMAÇÕES DE GESTÃO AMBIENTAL DE RODOVIAS

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Academic year: 2021

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14º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

INFOAMBIENTE: ACESSO ÀS INFORMAÇÕES DE GESTÃO AMBIENTAL

DE RODOVIAS

Adriano Peixoto Panazzolo1; Chaiana Teixeira2; Daniela Viegas3; Débora Sartori4, Letícia Frantz5, Silvia Aurélio6; Thiago Bazzan7

Resumo – Obras rodoviárias podem acarretar impactos ao meio ambiente. A função da gestão ambiental é minimizar os efeitos negativos e potencializar os efeitos positivos em grandes empreendimentos. Na execução de suas atividades são geradas diversas informações como relatórios, fotos e dados georreferenciados. O presente estudo teve como objetivo apresentar o sistema Infoambiente, uma solução desenvolvida para gerenciar os dados das gestões ambientais e facilitar a disponibilização dos mesmos ao público. O sistema mostrou-se eficaz e amigável, podendo ser utilizado para várias finalidades no setor ambiental.

Abstract – Road works may cause environmental impacts. The function of environmental management is to minimize the negative and maximize the positive effects in large enterprises. Executing its activities several information are generated like reports, pictures and georeferenced data. This study aimed to present the Infoambiente System, a solution designed to manage the environmental managements data and provide easy access of this information to the public. The System was efficient and friendly and can be used for many purposes in the environmental sector.

Palavras-Chave – Gestão Ambiental, Rodovias, Infoambiente.

INTRODUÇÃO

A carência da infraestrutura de transportes no país mostra a enorme demanda de um sistema viário abrangente, técnica e ambientalmente bem concebido, para compatibilizar o esforço desenvolvimentista do Governo Federal com um sistema logístico de transporte à altura de um país com dimensões continentais e que necessita ser competitivo (MORALES, 2005).

Para atender essa demanda, diversos empreendimentos rodoviários estão em construção visando à melhoria do sistema viário nacional.

Na fase de construção ou duplicação de rodovias destacam-se os impactos decorrentes da desapropriação, da implantação dos canteiros de obras, dos desmatamentos e limpeza dos terrenos, da abertura de caminhos de serviço, da terraplenagem, utilização de empréstimos e de bota-foras, da drenagem e da exploração de materiais de construção (FLOGLIATTI et al, 2004). Desta forma o processo de construção rodoviária deve adotar técnicas ou métodos que minimizem esses impactos.

Neste contexto a gestão ambiental de rodovias propõe-se, além de manejar o ambiente com ações e atividades intencionalmente aplicadas para impedir ou atenuar manifestações indesejáveis de impactos ambientais controláveis, monitorar as mesmas, acompanhando as transformações geradas (FLOGLIATTI et al, 2004).

1

STE Serviços Técnicos de Engenharia S.A, Canoas – RS – Brasil, CEP 92310-630, E-mail: adriano@stesa.com.br;

2

STE Serviços Técnicos de Engenharia S.A, Canoas – RS – Brasil, CEP 92310-630, E-mail: chaiana@stesa.com.br;

3 STE Serviços Técnicos de Engenharia S.A, Canoas – RS – Brasil, CEP 92310-630, E-mail: daniela@stesa.com.br; 4

STE Serviços Técnicos de Engenharia S.A, Canoas – RS – Brasil, CEP 92310-630, E-mail: debora.sartori@stesa.com.br;

5

STE Serviços Técnicos de Engenharia S.A, Canoas – RS – Brasil, CEP 92310-630, E-mail: leticia.frantz@stesa.com.br;

6

STE Serviços Técnicos de Engenharia S.A, Canoas – RS – Brasil, CEP 92310-630, E-mail: silvia.aurelio@stesa.com.br;

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São vários os dados gerados a partir das atividades de uma gestão ambiental rodoviária, os quais são na maioria documentos (licenças, relatórios, correspondências, laudos, etc), dados georreferenciados (pontos de monitoramento, mapas, imagens de satélite) e fotografias.

A crescente utilização de geotecnologias tem possibilitado a produção de bases cartográficas que reúnem grande diversidade de informações geográficas multidisciplinares. Contudo, a publicação ou disponibilização dessas informações para a sociedade em geral ainda é deficiente, devido principalmente à carência de recursos para aquisição de programas comercializados e de profissionais com domínio tecnológico para programação integrada de aplicativos que utilizam ferramentas computacionais gratuitas (PIMENTA, et al. 2012).

Os servidores de mapas permitem aos usuários uma ampla interação com as informações espaciais disponibilizadas. Através do servidor de mapas, os usuários ou clientes podem acessar as informações no formato original e realizar consultas em diferentes níveis de complexidades (PIMENTA, et al. 2012).

O objetivo deste artigo é apresentar o WebGIS, um Sistema de Informações Geográfica acessado pela Web, denominado de "Infoambiente" e suas funcionalidades destinadas ao acompanhamento das atividades realizadas pelas equipes de gestão ambiental das rodovias BR-448, BR-116/392 e BR-116/RS, localizadas no estado do Rio Grande do Sul e gerenciamento dos dados gerados a partir das ações das mesmas.

O Infoambiente consiste basicamente, em um servidor de mapas acrescido de um gerenciador de documentos que disponibiliza via web, documentos, fotos e layers (camadas de informação geográfica), em ambiente georreferenciado para acompanhamento das ações da gestão ambiental das referidas rodovias. Dessa forma, os arquivos supracitados, são reunidos na mesma interface, podendo apresentar layers, fotos e documentos associados a um ponto especifico em imagens de satélite de alta resolução disponibilizadas pelo Google Earth, que representa o plano de fundo do sistema.

METODOLOGIA

Localização da Área do Projeto

O Infoambiente traz informações a cerca de três grandes empreendimentos rodoviários em andamento no Rio Grande do Sul, que estão sendo construídos com o objetivo de melhorar o acesso a região metropolitana de Porto Alegre (448) e ao sul do Estado (116/RS e BR-116/392).

A área onde será implantada a BR-448 está compreendida na região metropolitana de Porto Alegre. Sua abrangência contempla os municípios de Porto Alegre, Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul, com extensão de 22 km, iniciando no entroncamento com a BR-116/RS/118, no município de Sapucaia do Sul, e terminando no entroncamento com a BR-290, no município de Porto Alegre, após cruzar a foz do rio Gravataí. Com a implantação desta rodovia, o tráfego na BR-116 deve diminuir, favorecendo os usuários e diminuindo a quantidade de acidentes.

As obras de adequação da capacidade e duplicação da rodovia BR-116/RS, no subtrecho entre o entroncamento RS-703 (para o município de Guaíba) e o acesso ao município de Pelotas abrangem uma extensão total de 211,22 km. O empreendimento intercepta os seguintes municípios: Guaíba, Barra do Ribeiro, Mariana Pimentel, Tapes, Sentinela do Sul, Arambaré, Camaquã, Cristal, São Lourenço do Sul, Turuçu e Pelotas. Este subtrecho caracteriza-se por um número elevado de acidentes.

Já o projeto de duplicação da BR-116/392 compreende um trecho da BR-116 localizado no município de Pelotas e o trecho da BR 392 entre Pelotas e o município de Rio Grande. Este projeto é uma obra de grande importância e urgência, pois é o principal acesso ao Porto de Rio Grande.

A Figura 1 a seguir mostra a localização dos empreendimentos no estado do Rio Grande do Sul.

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Figura 01 – Localização dos empreendimentos.

Desenvolvimento do Sistema Infoambiente

Tendo em vista que a construção de uma rodovia pode gerar vários impactos ao meio ambiente, a gestão ambiental tem a função de executar ações que visem a minimização desses impactos, garantindo que o meio onde está inserido o empreendimento, possa usufruir dos benefícios gerados pela implantação da obra.

Para tal são executados diversos programas ambientais, organizados em um Plano Básico Ambiental (PBA), os quais têm a função de orientar as ações das equipes de gestão. A execução desses programas gera um volume considerável de informações que também devem ser gerenciadas, podendo obter-se assim a visualização da efetividade das ações na minimização de impactos.

Entre os dados gerados estão os resultados obtidos mensalmente ou por meio de campanhas de monitoramento de recursos hídricos, ruídos, particulados, fauna, flora e seus parâmetros de análise. Também são gerados relatórios mensais ao empreendedor, semestrais ao órgão de fiscalização ambiental, advertências ambientais, correspondências, fotografias, entre outros. Devido à necessidade de gerenciar todos esses dados e disponibilizá-los aos interessados de forma prática e transparente, criou-se o sistema Infoambiente.

A metodologia utilizada para o desenvolvimento do sistema Infoambiente é conhecida como Spiral Development (Desenvolvimento Espiral). Ela é dividida em quatro etapas que abordam todo o processo de desenvolvimento de um sistema de forma eficiente, gerando diversas iterações de desenvolvimento. Essas etapas correspondem à análise, estimativa, desenvolvimento e planejamento. Cada ciclo completo no final das quatro etapas representa uma

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A solução final desenvolvida é composta por uma arquitetura de sistemas distribuída, ou seja, por diversos serviços que possibilitam o processamento das tarefas do sistema de maneira descentralizada. No caso do Infoambiente os serviços distribuídos são disponibilizados pelo

Geoserver, PostgreSQL e Apache Tomcat, conforme ilustrado na Figura 02.

Figura 02 - Arquitetura do Infoambiente

O Geoserver é um servidor de aplicação escrito na linguagem Java que possibilita que usuários compartilhem e realizem edição de dados geoespaciais. O PostgreSQL é um Sistema Gerenciador de Bancos de Dados (SGBD) que, juntamente com sua extensão espacial (PostGIS), representa uma solução de software livre para manutenção do banco de dados do Infoambiente que fornece dados para aplicação, assim como dados espaciais para o Geoserver. Ambos servidores são base para o serviço fornecido pelo WEB Server, que é responsável por hospedar a aplicação e disponibiliza-la na internet.

A linguagem utilizada para o desenvolvimento da aplicação é a PHP e juntamente com ela foram utilizadas as Interfaces de Programação de Aplicativos (Application Programming Interface -

APIs) Javascript Openlayers, Geoext e Fancybox. Javascript Openlayers é utilizada para acesso

aos dados publicados pelo Geoserver. O Geoext é uma extensão utilizada pelo Openlayers que fornece uma base para a criação de aplicações de Webmapping. Fancybox é um recurso que permite a criação de visualização de imagens, conteúdo HTML e multimídia no estilo "lightbox" que flutua sobre a página Web.

A descrição dessa metodologia ilustra o que foi citado por Pimenta et al. (2012), onde cita que a disponibilização dessas ferramentas para a sociedade ainda é deficiente. Afinal, para departamentos que trabalham com questões ambientais ou de engenharia, é difícil dispor de recursos humanos que possuam domínio de tantas tecnologias computacionais.

Porém, apesar da complexidade para o desenvolvimento, o Infoambiente possui interface e ferramentas amigáveis. As suas funcionalidades podem ser vistas no item “Resultados”.

RESULTADOS

Face a todas as demandas que envolvem os aspectos da gestão ambiental de um empreendimento, desenvolveu-se uma ferramenta que permite a todos interessados com os envolvidos com a obra, contratado e contratante, possuírem em um mesmo ambiente todas as informações pertinentes às ações desenvolvidas. Essa ferramenta possibilita ainda o acesso da comunidade em geral a cerca dessas informações, bem como, o governo e outras instâncias interessadas.

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Além disso, permite que todos os envolvidos com a implantação do empreendimento, possam acessar as informações e documentos de trabalho de qualquer lugar que tenha acesso à internet. Os usuários não precisam de um software de Sistema de Informação Geográfica instalado em computadores para a visualização dos dados do Infoambiente, podendo importar e exportar arquivos em formato de tabela (planilhas) e arquivos vetoriais (shapefile e kml) sempre que necessário.

A interface do sistema desenvolvido é amigável e possui ferramentas acessíveis a todos os tipos de público, conforme pode ser visto na Figura 03.

Figura 03 – Interface do Infoambiente da gestão ambiental da BR-116/392

O sistema permite a definição de diferentes níveis de acesso aos usuários, através do cadastro dos mesmos. Outras ferramentas disponíveis para facilitar o trabalho da gestão ambiental são: encaminhamento de arquivos para revisão, avisos de expiração de licenças, visualização e download de arquivos em formato pdf e jpg, cálculo de área, perímetro, distância, entre outras funcionalidades.

O acompanhamento da evolução mensal das obras e dos dados de monitoramento ao longo do tempo, também pode ser realizado a partir do Infoambiente, permitindo detectar os impactos ambientais mais ocorrentes, a eficácia das ações realizadas e aspectos que podem ser alvo de melhorias. Uma forma de detectar esses impactos é a partir da espacialização e correlação dos dados resultantes dos programas ambientais com os diferentes estágios de avanço da obra, como por exemplo, a supressão da vegetação, decapeamento e terraplenagem que podem influenciar positiva ou negativamente nos parâmetros ambientais analisados nos programas.

O exemplo da Figura 04, mostra como é possível relacionar dados através do sistema Infoambiente. A figura mostra as áreas da BR-116/392 que estão em execução (layer em amarelo) e os pontos onde já foi realizada a supressão de vegetação (pontos em verde), bem como a foto do ponto selecionado. Na tabela de atributos do layer também podem ser visualizados os dados cadastrados. Caso necessário, o usuário pode fazer o download dos arquivos vetoriais para utilização em softwares de geoprocessamento.

Área de login de usuários cadastrados

Pastas de Arquivos

Ferramenta de

busca Ferramentas de navegação no

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Figura 04 – Visualização de dados no Infoambiente da gestão ambiental da BR-116/392

As informações disponibilizadas através do Infoambiente, além de auxiliar no desenvolvimento de projetos e pesquisas, funcionam como uma prestação de contas à comunidade e subsidiam a geração de indicadores ambientais, gerados através do histórico das ocorrências.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sistema desenvolvido buscou atender as demandas de gerenciamento de dados das gestões ambientais rodoviárias das BRs-448, 116/392 e 116/RS, porém pelas suas características flexíveis e amigáveis de abastecimento e uso, o sistema pode auxiliar em diversos estudos como Planos de Manejo e Estudos de Impacto Ambiental, bem como um banco de dados para apoio à prefeituras e órgãos ambientais.

Futuramente pretende-se implementar ferramentas de análise como geração de gráficos e cruzamento de variáveis ambientais quantitativas. Estas permitirão acompanhar os resultados obtidos em relação às metas planejadas. Objetiva-se ainda a implementação de pesquisas estruturadas considerando mais de um atributo das camadas de informações geográficas disponibilizadas.

Como os trabalhos a campo são frequentes nas gestões ambientais e o sistema é uma forma de apoio às equipes, pretende-se implantar funções para o uso do Infoambiente em dispositivos móveis para supervisão e vistoria em campo.

Planeja-se a implantação de outras aplicações e opções, de modo que se possa inserir novas funcionalidades e bases cartográficas mais detalhadas e/ou precisas da área de estudo, bem como informações multidisciplinares adicionais.

O governo já vem utilizando sistemas semelhantes de forma crescente nas últimas décadas a fim de disponibilizar de forma menos burocrática as informações públicas, que são direito de todo cidadão. Entre esses últimos, cita-se o SIGEL da Agência Nacional de Rede Elétrica (ANNEL) e o i3geo, amplamente utilizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), Instituto nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) os quais proporcionam o acesso livre às informações geográficas do território brasileiro. A utilização do sistema desenvolvido vem de encontro aos novos métodos de disponibilização de dados ao público, o que facilita o desenvolvimento de estudos, pesquisas e projetos que beneficiam a comunidade acadêmica e a sociedade em geral.

Opção download de shapefile

Visualização de dados das tabelas

de atributos dos layers Visualização

de fotos georreferenciadas

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FOGLIATTI, M. C.; FILLIPO, S.; GOUDARD, B. 2004. “Avaliação de impactos ambientais:

aplicação aos sistemas de transporte”. Ed. Interciência, Rio de Janeiro – RJ, 249p.

MORALES, P.R.D. (2005). Prefácio. In: BELLIA, V. et al. “Introdução à gestão ambiental de

Estradas”. Rio de Janeiro: IME/FRF, 2005. 160p.

PIMENTA, F. M.; LANDAU, E. C.; HIRSCH, A.; GUIMARAES, D. P. 2012. “Servidores de mapas:

programação para disponibilizar dados geográficos multidisciplinares utilizando tecnologias livres”.

Referências

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