C514. PREVENIR E ATUAR
EQUIPA DE SAÚDE ESCOLAR
Módulo I – A
Prevenção de acidentes escolares e peri-escolares
Módulo I – B
Agudização da doença crónica
Módulo II
Primeiros-socorros
Módulo III
Suporte básico de vida
Critérios de Avaliação
Qualidade da participação no contexto dos objetivos/efeitos a produzir (3 val)
• Rigor, pertinência e clareza das intervenções (2val)
• Produção e apresentação de atividades e materiais individualmente ou em trabalho colaborativo (1val)
Qualidade do trabalho final (7 val)
• Objetivo do trabalho Final – Pretende-se que o formando efetue um diagnóstico de situação, em contexto escolar, devidamente enquadrado no tema selecionado* e que efetue um procedimento de atuação em caso de acidente/incidente
Critérios de Avaliação
PROPOSTA DE TEMAS (TRABALHO FINAL)
• Hipoglicemia • Asma • Anafilaxia • Convulsões • Feridas • Hemorragias • Lesão músculo-esqueléticas • Envenenamentos e intoxicações • Queimaduras • Corpos estranhos • Avulsão dentária
Na infância e adolescência, os acidentes são a principal causa de dias potenciais perdidos (traumatismos, ferimentos, incapacidades temporárias)
Os acidentes continuam a ser a principal causa de morte até aos 19 anos e representam 16,62% de todas as mortes
No ano letivo de 2012/2013 foram participados às Equipas de Saúde Escolar, pelas escolas do concelho de Matosinhos, 1519 ocorrências de acidentes (100% dos estabelecimentos de ensino públicos)
Necessidade sentida e expressa dos profissionais da educação, em formação de primeiros socorros e suporte básico de vida
Necessidade de uniformização da formação/informação
QUAIS OS ACIDENTES MAIS FREQUENTES
?
No ano de 2008 ocorreram 15697 acidentes domésticos e de lazer (fonte: ADELIA-Observatório Nacional do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge, 35 unidades de saúde de estudo 2005-2008)
52.1% dos acidentes ocorreram em casa 17.5% na escola
10.4% nos meios de transporte
O local de ocorrência mais referido nos ADL é a “Casa”. Na distribuição da percentagem de ADL ocorridos em “Casa” pelos grupos etários, os valores mais elevados surgem nas idades extremas: 0- 4 anos e 75 ou mais anos, existindo evidência de um aumento durante os três anos neste último grupo etário
Para os três anos analisados, no grupo etário dos 10 – 14 anos o local de ocorrência mais referido é a “Escola/Instituições”
QUAL O MECANISMO DA LESÃO MAIS FREQUENTE
?
Entre 2000 e 2009, 104
crianças e jovens
morreram na sequência de uma queda e 40 000 tiveram de ser internados
A maior parte das quedas ocorrem em casa e na escola
As varandas e as janelas são o produto que aparece mais vezes associado às quedas acidentais
QUAIS FAIXAS ETÁRIAS COM MAIOR RISCO
?
Dos 0 aos 4 anos: predominam os acidentes domésticos, cujas causas
principais são as quedas e as intoxicações
Dos 5 aos 19 anos: predominam os acidentes na escola, cujas causas
estão relacionadas com o ambiente escolar (tapetes, escadas, pavimento,…)
Acidentes ocorridos nas escolas de Matosinhos entre os anos letivos 2007-2013 1358 1190 822 1397 908 1519 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 Fonte: ImpPAEP-01/USP
Um perigo tem o potencial de causar lesão
ACIDENTE é quando o perigo produz uma lesão
NP 4397/2008
É a fonte, situação ou ato potencial para o dano em termos de lesão ou afeção da saúde ou uma combinação destes.
Combinação da probabilidade de ocorrência de um acontecimento ou de exposição(ões) perigosas e da gravidade de lesões ou afeções de saúde que possam ser causadas pelo acontecimento ou pelas exposições.
IMP. PAEP-01/USP
FICHA DE REGISTO DE ACIDENTES ESCOLARES E PERIESCOLARES Nome (iniciais) Sexo Ano e T urm a Ida de Acidente
Local do Acidente Tipo de Acidente Tipo de Lesão Parte do Corpo Afectada Agente causador da Lesão Acidente Tratado Evolução Data Hora
Os códigos são os seguintes:
Local do acidente: Sala de aula; Espaço de Jogo e Recreio; Ginásio; Laboratório/oficina; Percurso;Outro Local (Mencionar qual o local)
Tipo de Acidente:Queda; Queimadura; Intoxicação; Electrocussão; Asfixia; Atropelamento; Agressão Corporal; Outro Tipo (Mencionar qual o outro tipo de acidente) Tipo de Lesão: Contusão/Equimose; Ferida aberta; Fractura; Queimadura; Envenenamento; Outro tipo (Mencionar qual o tipo de lesão)
Parte do Corpo Afectada: Cabeça; Região Torácica; Regional abdominal/lombar; Membros superiores; Membros inferiores; Outra(Mencionar qual a outra parte do corpo)
Agente Causador da Lesão: Partes do Edifício (soalho, portas, etc.); Equipamento Escolar (mobiliário e material didáctico); Equipamentos de Jogo e Recreio (baloiço, escorrega...); Produto Químico ou biológico; Veículo Automóvel; Outro (Mencionar qual o outro agente)
Acidente Tratado: na escola; no domicílio; no centro de saúde; no hospital
Evolução: Regresso às aulas/casa; Internamento <= 24 horas; Internamento >24h; Falecimento em consequência do acidente
, epe
234 296 209 123 85 196 56 29 197 18 36 40 10% 18% 8% 5% 8% 7% 5% 2% 10% 2% 5% 3%
Gráfico 1: Acidentes ocorridos no ano letivo de 2012/2013 nos agrupamentos de escolas de Matosinhos
Acidentes Taxa incidência
No ano letivo de 2012-2013 foram registados e comunicados à USP de Matosinhos 1519 ocorrências (incidente/acidente), em ambiente escolar e peri escolar por todas as escolas públicas do concelho de Matosinhos
DADOS CONCELHIOS DE SINISTRALIDADE EM MEIO
ESCOLAR E PERI-ESCOLAR
0-4 5-9 10-14 15-19 Acidentes 33 539 724 222 2,2% 35,5% 47,6% 14,6% Gráfico 2: Distribuição do acidentes escolares por faixa etária nas escolas do concelho de
Matosinhos
DADOS CONCELHIOS DE SINISTRALIDADE EM MEIO
ESCOLAR E PERI-ESCOLAR
Sala de aula Espaço de Jogo e Recreio Ginásio Laboratório/Oficin a Percurso Outro Acidentes 123 783 423 3 57 130 8,1% 51,5% 27,8% 0,2% 3,8% 8,6%
Gráfico 3: Distribuição dos Acidentes escolares e peri-escolares por "Local do Acidente"
DADOS CONCELHIOS DE SINISTRALIDADE EM MEIO
ESCOLAR E PERI-ESCOLAR
• É no espaço de jogo e recreio (51.5%) que ocorrem mais de metade das ocorrências
• O ginásio representa o segundo local em ambiente escolar com maior número de registos de incidentes/acidentes (27.8%), seguido da sala de aula (8.1%) e percurso (3.8%)
• Aproximadamente de 9% dos incidentes/acidentes ocorrem em outros locais não especificados no mapa de registo
Queda Queimadura Eletrocução Asfixia Atropelamen to
Agressão
Corporal Outro Tipo N.R.
Acidentes 955 5 1 1 40 137 374 6 62,8% 0,3% 0,1% 0,1% 2,6% 9,0% 24,6% 0,5%
Gráfico 4: Distribuição dos Acidentes escolares e peri-escolares por "Tipo de acidente"
o Os acidentes mais frequentes são as quedas (n=955)
o As agressões corporais representam 9% (n=137) das ocorrências escolares
o Dos acidentes de percurso, 70% (n=40) foram atropelamentos
o Cerca de 25% das ocorrências foram registadas em outros locais não descritos na ficha de registo de acidentes da USP
Contusão/Equim
ose Ferida Aberta Fratura Queimadura Envenenamento Outro Tipo N.R.
Acidentes 1029 142 79 11 7 243 8 67,7% 9,3% 5,2% 0,7% 0,5% 16% 0,6%
Gráfico 5: Distribuição dos Acidentes escolares e peri-escolares por "Tipo de Lesão"
o As lesões mais frequentes são as contusões/equimoses (67.7%), sendo menos frequentes as feridas (9.3%) e fraturas (5.2%)
Partes do edifício Equipamento escolar Equipamento de jogo e recreio produto químico ou biológico Veículo automóvel Outro N.R. Acidentes 643 107 138 32 7 543 49 42,3% 7,0% 9,1% 2.1% 0,5% 35,7% 3,3%
Gráfico 6: Distribuição dos Acidentes escolares e peri-escolares por "Agente causador da lesão"
o Os principais agentes das lesões foram as partes do edifício, que incluem soalho, portas, etc., representando cerca de 40% das ocorrências
o Aproximadamente 30% (n=543) das ocorrências foram causadas por outros agentes não diretamente relacionados com as instalações e equipamentos
na escola no domicílio no centro de saúde no hospital N.R. Total 245 17 34 1213 10 16,1% 1,1% 2,2% 79,8% 0,7%
Gráfico 7: Distribuição dos Acidentes escolares e peri-escolares pelo local onde foram tratados
A maioria das ocorrências (79.8%) foram tratadas no hospital, 16.1% na escola, 2.2% no centro de saúde e 1.1% no domicílio
Aqui ocorrem 50% dos acidentes na escola, os quais são devidos, principalmente a deficientes condições:
-do piso
- do equipamento exterior
- outros elementos construídos sem proteção e balizas sem fixação
VEDAÇÃO
o Base inferior/superior pontiaguda
o Encimada por arame farpado, cacos de vidro ou pontas de lança o Grades que permitem a passagem da cabeça
o Equipamento com materiais cortantes, pontiagudos, lascas, pregos, sem estarem bem fixos ao pavimento
o Os equipamentos com movimento próximos de zonas de circulação o Superfícies de impacto inadequadas
o Utilização de equipamentos vários deteriorados ou perigosos (referencia CE e idade mínima e máxima dos utilizadores…)
o Junções e partes móveis com aberturas que podem prender partes do
vestuário ou provocar entalões
o O pavimento com desníveis ou saliências
o As zonas de escoamento das águas pluviais não protegidas
o As balizas não fixas ao solo
o Práticas inapropriadas nas aulas de educação física e ao mau estado das instalações ou equipamento desportivo
o Pavimento em mau estado de conservação ou revestido de material não adequado (cimento, gravilha, alcatrão)
- Cortes e picadas (manipulação inapropriada de material escolar – tesouras, x-atos, canetas, fios de metal, …)
Mesas e cadeiras
Estáveis
Bom estado
Com suficiente espaço entre si
Ao longo do dia, com as entradas e saídas e com os movimentos dos alunos, é natural que o mobiliário se desloque - É necessário verificar regularmente se as mesas e cadeiras estão nos seus devidos lugares
Arestas vivas – principalmente as localizadas à altura da cabeça
Armários, prateleiras e estantes
Espaços de arrumação na sala, como armários ou prateleiras
Os livros, os objetos mais pesados e aquilo que as crianças precisam com mais frequência devem ser colocados nas prateleiras de baixas
Produtos tóxicos e perigosos, como colas, diluentes ou tesouras, deverão estar fora do alcance das crianças, no armário do professor, fechados à chave
Pavimento
Ser regular
Sem buracos, nem saliências Anti-derrapante
Boa capacidade de amortecimento do choque e do ruído
Janelas/Portas
Janelas de guilhotina
Janelas e portas com sentido de abertura que interfere com zonas de circulação
Os vidros partidos ou rachados, não são imediatamente substituídos
As portas de vidro, não protegidas com película plástica, vidro temperado ou laminado
Instalação Eléctrica
Mau estado de conservação: dos fios, tomadas e fichas não protegidas
Tomadas sobrecarregadas com demasiadas fichas
Extensões e fios nas zonas de passagem
Lâmpadas sem dispositivos de proteção anti-queda
Sistema de climatização
Proximidade entre os sistemas de aquecimento e têxteis como
tapetes ou cortinas (quer aquecedores, quer termoventiladores) Tomadas elétricas a altura < 1,50m e perto das camas, mesas…
Pavimento e escadas Extintores e bocas de incêndio Saídas e sinalização de emergência Caixotes do lixo
Protecções
Barreiras à frente do portão, não escaláveis, ou seja sem barras horizontais
Passeio
Deve ser suficientemente largo para não “empurrar” as crianças para a estrada
Passadeira, semáforos e lombas
Instrumentos importantes para facilitar a travessia e diminuir o risco de atropelamento
Devem ser colocados em locais visíveis e onde a velocidade habitual dos automóveis permita que se imobilizem em segurança antes da travessia
A travessia deve ser feita com precaução e de preferência com a supervisão de adultos