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UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

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UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS

CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a promoverem as transformações futuras”

VIABILIDADE ECONÔMICA PARA AQUISIÇÃO OU

TERCERIZAÇÃO DE COLHEITADEIRA EM PROPRIEDADE

COM 310 HECTARES

FABIANO DIEGO CONTARIN DOS SANTOS

Foz do Iguaçu-PR

2017

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FABIANO DIEGO CONTARIN DOS SANTOS

VIABILIDADE ECONÔMICA PARA AQUISIÇÃO OU

TERCERIZAÇÃO DE COLHEITADEIRA EM PROPRIEDADE

COM 310 HECTARES

Foz do Iguaçu – PR 2017

Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheira Agronômica.

Prof. Orientador: Me. Aécio Flavio de Paula Filho

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TERMO DE APROVAÇÃO

CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS

VIABILIDADE ECONONICA PARA AQUISICAO OU TERCERIZACAO DE COLHEITADEIRA EM PROPRIEDADE COM 310 HECTARES

TRABALHO FINAL DE CONCLUSÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA AGRONÔMICA.

________________________________________________________ Acadêmico: Fabiano Diego Contarin dos Santos

________________________________________________________ Orientador: Aécio Flavio de Paula Filho

____________ Nota final Banca examinadora: ________________________________________________________ Prof. ________________________________________________________ Prof.

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DEDICATÓRIA

A todos aqueles que me ajudaram direta e indiretamente a concluir este trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Ao Centro Universitário Dinâmica das Cataratas, que por meio do seu corpo docente, proporcionaram о conhecimento e por toda orientação e ajuda que me foram dados. Em especial a minha noiva Bruna Biff e ao orientador Aécio Flavio de Paula Filho, pela dedicação à elaboração deste trabalho.

Enfim, a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho e para minha formação profissional, meu muito obrigado.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fluxograma para o dimensionamento operacional e econômico de

sistemas mecanizados agrícolas ...18 Figura 2- Análise financeira 1, comparativo entre custo anual maquinário com

recurso próprio e terceirização de colheita ...40 Figura 3- Análise financeira 2, comparativo entre custo anual maquinário com

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Vida útil e valor residual de colhedoras e colheitadeira agrícola ...15

Tabela 2 – Preço das colheitadeiras e suas respectivas potencia e sistema de trilha ... 14

Tabela 3 – Dimensionamento da plataforma e velocidade de colheita para a cultura da soja no Paraguai ... 25

Tabela 4 – Depreciação das colheitadeiras em função linear a idade do bem ...26

Tabela 5 – Juro anual calculado para financiamento ... 27

Tabela 6 – Seguro anual das colheitadeiras ...27

Tabela 7 - Remuneração de capital imobilizado pelo agricultor ... 28

Tabela 8- Consumo anual total de óleo diesel pelas colheitadeiras ... 29

Tabela 9 - Custos com manutenção e filtros de colheitadeiras ... 30

Tabela 10– Custo fixo anual das colheitadeiras referente à depreciação, juros e seguro ... 31

Tabela 11- Comparação entre os custos fixos e valor do maquinário ... 32

Tabela 12– Juros a taxa de 8,5% e 3% ... 33

Tabela 13- Custo variável das colheitadeiras referente a manutenção, lubrificante combustível e mão de obra ... 34

Tabela 14 – Comparação do custo variável ao valor do maquinário ... 35

Tabela 15 – Terceirização de colheita, método U$ 17,00 a tonelada colhida ... 36

Tabela 16-Terceirização de colheita, contrato 6% da produção ... 36

Tabela 17- Terceirização de colheita, método U$ 60,00 o hectare colhido ... 37

Tabela 18- Custo anual total para aquisição de colheitadeira com remuneração de capital ... 38

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LISTA DE ABREVIATURAS ASAE- Amerincan Society of Agricultural Engineers; CAT- Capacidade anual de trabalho do bem em horas; CF- Custos fixos;

CME Group- Chicago Mercantile Exchange; CONAB- Companhia Nacional de Abastecimento; CT- Custo total;

CV- Custos variáveis; Cv- Cavalo-vapor; Ha-1- Por hectare;

HsTr- Total de horas trabalhadas por hectare pelo bem; J - Taxa de remuneração;

Kg - Quilos;

QM - Quantidade do bem; U$ - Dólares;

VM - Valor do bem novo; VN- Valor do bem novo; VR- Valor residual do bem;

VUh- Vida útil do bem definida em horas; % - Por cento.

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SANTOS, Fabiano Diego Contarin. Viabilidade Econômica para Aquisição ou Terceirização de Colheitadeira em Propriedade com 310 Hectares.Foz do Iguaçu, 2017. Trabalho Final de Graduação - Centro Universitário Dinâmica das Cataratas.

RESUMO

O uso da mecanização agrícola tem contribuído para o aumento da produtividade e de áreas cultivadas, porém quando não planejada esta pode tanto elevar como até mesmo inviabilizar o processo produtivo, pois a mecanização pode representar de 20% a 40% dos custos totais de produção. A colheita foi uma das últimas fases do processo a ser mecanizada devido a sua elevada complexidade e pode representar mais de 27% dos custos com mecanização. Diante disso, teve-se por objetivo neste estudo calcular a viabilidade econômica para aquisição ou terceirização do serviço de colheita. Foram calculados os custos fixos e variáveis que uma máquina própria possui em relação aos custos da colheita terceirizada.Os custos fixos foram estimados como: as despesas com depreciação, juros e seguros. Com os custos variáveis, foi dada ênfase aos custos combustível, óleos lubrificantes, filtros e aos custos da manutenção.O estudo foi realizado, em Santa Tereza, Paraguai, em uma área de 310 hectares de lavoura de soja. Foi coletado junto às concessionárias autorizadas das marcas John Deere, New Holland, Massey Ferguson e Case IH informações e preços de venda praticados sobre os modelos mais comercializados na região e suas respectivas plataformas, totalizando sete colheitadeiras, com três sistemas de trilha (axial, radial e hibrida). Para a terceirização de colheita foi apresentado três remuneração de prestação de serviço: 6% da produção em sacas obtida na áreada colheita, U$S 17,00 por tonelada colhida, não levando em consideração o valor da saca, ou ainda por U$S 60,00 o hectare colhido. Diante dos dados obtidos da região estudada, a compra da colheitadeira modelo TC 5070 mostrou-se satisfatório, quando comparada à opção de terceirização da colheita, levando em consideração que o produtor possui o valor do investimento inicial para aquisição.

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SANTOS, Fabiano Diego Contarin. Economic Feasibility for Acquisition or Outsourcing of Harvester in Property with 310 Hectares.Fozdo Iguaçu, 2017. Final Project Graduation - Centro UniversitárioDinâmica das Cataratas.

ABSTRACT

The use of agricultural mechanization has contributed to the increase of productivity and cultivated areas, but when not planned, this can increase or even render the productive process unfeasible, since mechanization can represent 20% to 40% of total production costs. Harvesting was one of the last stages of the process to be mechanized due to its high complexity and can represent more than 27% of mechanization costs. Therefore, the purpose of this study was to calculate the economic viability for acquisition or outsourcing of the harvesting service. The fixed and variable costs that a proprietary machine has in relation to outsourced harvest costs were calculated. Fixed costs were estimated as: depreciation, interest and insurance expenses. With variable costs, emphasis was placed on fuel costs, lubricating oils, filters and maintenance costs. The study was conducted in Santa Tereza, Paraguay, in an area of 310 hectares of soybean crop. Information and sales prices practiced on the most commercialized models in the region and their respective platforms, totaling seven harvesters, with three track systems (radial and radial axes) were collected from the authorized dealers of the John Deere, New Holland, Massey Ferguson and Case IH brands. hybrid). For the outsourcing of harvest, three methods of service delivery were presented: 6% of the production in sacks obtained in the area of harvest, U $ S 17,00 per ton harvested, not taking into account the value of the bag, or even U $ S 60.00 or hectare harvested. Considering the data obtained from the studied region, the purchase of the TC 5070 harvester proved to be satisfactory, when compared to the option of outsourcing the harvest, taking into account that the producer has the value of the initial investment for acquisition.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 13

2.1 O EMPREENDEDORISMO RURAL ... 13

2.2 A ANÁLISE ECONÔMICA DA PROPRIEDADE RURAL ... 14

2.2.1 Custo Operacional de Máquinas Agrícolas ... 14

2.2.1.1 Custos fixos de máquinas agrícolas ... 15

2.2.1.1.1Depreciação de máquinas agrícolas ... 15

2.2.1.1.2 Juros ... 16 2.2.1.1.3 Seguro ... 16 2.2.1.1.4 Remuneração de capital ... 17 2.2.1.2 Custos variáveis ... 17 2.2.1.2.1 Consumo de combustível ... 17 2.2.1.2.2 Manutenção ... 18

2.3 PLANEJAMENTO E DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS MECANIZADOS ... 18

2.4 COLHEITADEIRAS: BREVE LEVANTAMENTO HISTÓRICO DAS MARCAS ... 19

2.4.1 Case IH ... 20

2.4.2 John Deere ... 20

2.4.3 Massey Ferguson ... 21

2.4.4 New Holland ... 21

2.5 TERCERIZACAO DO SERVICO DE COLHEITA ... 22

3 MATERIAL E MÉTODOS ... 23

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ... 23

3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO ... 23

3.3 ESCOLHA DAS COLHEITADEIRAS ... 24

3.3.1 Capacidade Operacional ... 24 3.4 METODOLOGIA DE CÁLCULO ... 25 3.4.1 Custo Fixo ... 25 3.4.1.1 Depreciação ... 26 3.4.1.2 Juros ... 26 3.4.1.3 Seguro ... 27 3.4.1.4 Remuneração de capital ... 28 3.5.2 Custos Variáveis ... 28 3.5.2.1 Combustíveis ... 29 3.5.2.2 Manutenção ... 29 3.6 TERCERIZAÇÃO DA COLHEITA ... 30

3.7 PREÇO DE COMERCIALIZAÇÃO DA SOJA ... 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 31 4.1 COLHEITADEIRAS ... 31 4.2 CUSTO FIXO ... 31 4.3 JUROS ... 33 4.4 CUSTO VARIÁVEL ... 34 4.5 TERCEIRIZAÇÃO DA COLHEITA ... 35

4.6 AQUISIÇÃO DE COLHEITADEIRA COM CAPITAL PRÓPRIO ... 37

4.7 ANÁLISE FINANCEIRA ... 39

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 42

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1 INTRODUÇÃO

Segundo dados do United States Department do Agriculture (USDA, 2017), a área plantada de soja no mundo é de aproximadamente 121 milhões de hectares, produzindo 351.311 milhões de toneladas. O Paraguai ocupa a sexta posição no ranking dos maiores produtores, com produção de 9,17 milhões de toneladas na safra 2016/17 nos 3,46 milhões de hectares plantados.

Toda essa produção ocorre não apenas pelas tecnologias das culturas, mas principalmente, pelos avanços da mecanização agrícola, que favoreceu a expansão das áreas agricultáveis expandindo a capacidade operacional de produção.

A operação de colheita mecanizada teve inicio no século XIX, após os aperfeiçoamentos feitos por Cyrus McCormick, inventor das colheitadeiras de trigo tendo papel fundamental no processo produtivo. A evolução proporcionou a modernização de máquinas, implementos e insumos, contribuindo para o aumento de produtividade do trabalho e da terra (VIAN; ANDRADE JÚNIOR, 2010). E embora de início a mecanização pareça favorável, as circunstâncias alertam para a necessidade de uma administração eficiente, uma vez que o investimento em mecanização acarreta em aumento dos custos fixos da propriedade (FEY; SANTOS, 2010).

Neste contexto, reduzir os custos de produção tem se tornado uma importante estratégia no processo de gerenciamento da propriedade agrícola. A aquisição de máquinas, como uma colhedora, além do valor do equipamento, o produtor também tem de arcar com despesas de depreciação, manutenção, abrigo, seguro e mão de obra. Nesse sentido, torna-se necessário um levantamento e elaboração de base de cálculos com o intuito de permitir ao produtor observar se o tamanho de sua propriedade comporta esta aquisição, uma vez que o sistema mecanizado pode representar de 20% a 40% dos custos totais de produção agrícola (PACHECO, 2000). Na tentativa de diminuir os custos de produção, o mercado agrícola tem apresentado a tendência de terceirização de serviços, desta forma permitindo que custos fixos sejam transformados em variáveis (BASTOS; GOMES, 2010).

Dada à grande importância do uso de mecanização na produção, esta pesquisa teve o intuito de analisar a viabilidade de aquisição de colheitadeira ou terceirização do serviço, em uma propriedade de 310 hectares, na região de Santa

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Tereza, no estado do Alto Paraná, Paraguai. Foram considerados para este trabalho, sete diferentes modelos de colheitadeiras e três métodos de terceirização de serviço no cultivo da cultura de soja verão e soja safrinha.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O EMPREENDEDORISMO RURAL

No século XVIII o economista irlandês Richard Cantillon, utilizou o termo empreendedor, derivado da palavra francesa entrepreneur para intitular “indivíduos que correm riscos” (VICENZI; BULGACOV, 2013). Produtores rurais podem ser considerados empreendedores, uma vez que a atividade que desempenham está sujeito a riscos constantes, principalmente associados a fatores climáticos, que influenciam diretamente nos resultados de sua atividade econômica (MARQUES; SILVA, 2014).

Segundo Flores, Ries e Antunes (2006), o empreendedorismo rural é um conceito que engloba a necessidade de gerenciar atividades desenvolvidas em uma propriedade do setor agropecuário, o que exige constante atualização e adequação por parte do produtor rural ao ambiente.

Por meio de dados obtidos pela Trading Economic (2017) dentre as atividades econômicas desenvolvidas no Paraguai, o agronegócio gerenciado pelos empreendedores rurais corresponde atualmente por 41% do PIB paraguaio. Esta representatividade torna o agronegócio um setor altamente competitivo neste país, com constantes variações cambiais das commoditiese exigindo cada vez mais ao produtor o investimento em novos produtos, tecnologias e processos (CHAVES et al, 2010).

Devido à dinâmica do setor, o empreendedor rural que quer destaque tem procurado ganhos contínuos de eficiência por meio de aumento de produtividade, diferenciação de produtos, diminuição dos custos operacionais, minimização do impacto ambiental, entre outras estratégias. Para tanto, o produtor busca progressivamente conhecimento tecnológico, desenvolve foco operacional e toma decisões estratégicas para boa gestão e organização de sua propriedade (BAIRWA et al.,2014).

Muitos agricultores ainda desconhecem os benefícios e a importância do empreendedorismo rural. Contudo, somente por meio da contabilidade de custos que informações acercadas planejamento, do controle e da tomada de decisão são

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capazes de transformar as propriedades rurais em empresas rurais aptas para acompanhar a evolução do setor agrícola (CREPALDI, 2011).

O empreendedorismo na propriedade traz ao produtor maior segurança e clareza na tomada de decisões, pois no momento atual, os elevados custos de produção e a busca por resultados positivos demandam de gestores preparados, capazes de analisar a viabilidade da tecnologia empregada para então se obter lucros em um mercado cada vez mais competitivo (ANDRADE et al., 2012).

2.2 A ANÁLISE ECONÔMICA DA PROPRIEDADE RURAL

Para a realização da análise econômica de uma propriedade rural, são necessários os conhecimentos nos custos de produção levando em consideração os custos fixos e os custos variáveis. Assim é possível identificar quais serão os benefícios prováveis em dado investimento (WERNER, 2007).

Segundo Reis (2007), os custos de produção são a soma dos valores de todo capital (insumos e serviços) investido no processo produtivo, classificados em curto e longo prazo. Desta forma os custos fixos permanecem constantes, independente do aumento ou redução do volume de produção enquanto os custos variáveis variam proporcionalmente ao volume produzido.

Dentre os principais custos fixos na propriedade rural destacam-se a depreciação, o juros sobre terras e capital fixo e a remuneração de mão de obra. Já para os custos variáveis são considerados os custos com manutenção e reparo de máquinas e implementos, combustíveis, lubrificantes, insumos (fertilizantes, sementes, agrotóxicos), impostos variáveis, juros sobre o capital de giro, mão de obra temporária e despesas gerais (CREPALDI, 2011).

A soma do custo fixo total com o custo variável total proporciona o custo total de produção (SANTOS, 2010).

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O custo operacional de máquinas agrícolas, conforme equação 1, denominado de custo total (CT), é relação entre os custos fixos (CF) e custos variáveis (CV) (PACHECO, 2006).

CT = CF + CV (1) Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento- Conab (2010), os principais conhecimentos e coeficientes técnicos a serem levantados pelo agricultor referentes ao equipamento que se deseja investir, são: tipo, fabricante, marca modelo, especificação, potência, preço do bem novo, quantidade do bem, época e intensidade de uso, horas trabalhadas por hectare, preço do combustível e salário do operador. Em adição, é preciso levar em consideração informações relacionado à vida útil dos bens e os gastos com sua manutenção.

Desta maneira, o cálculo do custo operacional (CT) é indicado não somente para tomadas de decisão no momento da seleção das máquinas, mas também para comparação com os preços de hora máquina, oferecendo subsídios no período da decisão de comprar ou alugar o maquinário para realizar uma determinada operação (REIS, 2007).

2.2.1.1 Custos fixos de máquinas agrícolas

Os custos fixos de um equipamento agrícola abrangem os elementos de despesas que são mantidas pelo produtor, independentemente do volume de produção, tais como depreciação, seguros e manutenção das máquinas (CONAB, 2010)

2.2.1.1.1Depreciação de máquinas agrícolas

A depreciação refere-se à perda de valor ou eficiência produtiva da máquina em função do tempo, sendo ela utilizada ou não. Quando o maquinário for pouco utilizado, sua depreciação ocorre devido à regressão progressiva de eficiência,

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enquanto se for excessivamente utilizado, a depreciação ocorre principalmente devido ao desgaste. A principal diferença entre os tipos de depreciação é que no segundo caso, o maquinário possibilitou o retorno financeiro pelo serviço prestado (PACHECO, 2006).

A depreciação é considerada como uma função linear da idade do bem, diferenciando uniformemente ao longo da vida útil. Para a estimativa da vida útil das máquinas agrícolas e valor residual (estimado para revenda ao final da vida útil), pode-se utilizar os valores apresentados na Tabela 1 (CONAB, 2010).

Tabela 1 - Vida útil e valor residual de colhedoras e colheitadeira agrícola Modelo

Vida Util Valor Residual

Anos Horas %

Colhedora 10 5000 25

Colhedora de Cana 10 5000 25

Colhedora automotriz de café 10 5000 25

Colhedora de citros 10 5000 5 Colhedora de algodão 10 5000 25 Colhedora de café 10 5000 25 Colheitadeira 10 5000 25 Colheitadeira de algodão 10 5000 25 Colheitadeira de milho 10 5000 25 Colheitadeira autopropelidaMiniceifa 10 5000 25 Fonte: CONAB, 2010 2.2.1.1.2 Juros

O juro é a remuneração cobrada de quem efetuou um empréstimo e deve pagar ao proprietário do capital emprestado. A taxa de juros é baseada no risco agregado no investimento (REIS, 2007). No Paraguai caso o produtor opte por financiar o maquinário em 5 (cinco) anos, os juros perfazem a casa de 8,5% ao ano.

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Segundo Oliveira e Vegro (2004), o seguro é necessário para cobrir danos imprevistos que o bem pode sofrer (roubo, incêndio, etc.), seja o ressarcimento parcial ou total. Para o seguro no custo fixo é utilizado o percentual de 0,75% sobre o valor médio de um bem novo (CONAB, 2010).

2.2.1.1.4 Remuneração de capital

Na composição do custo de produção, é necessário incluir a remuneração do capital imobilizado pelo agricultor e o seu cálculo refere-se à parcela que é calculada sobre o valor do bem adquirido. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento-Conab (2010) o investimento do agricultor deve ser remunerado, e por convenção é empregada a taxa de 3% ao ano como taxa de retorno.

2.2.1.2 Custos variáveis

Os custos variáveis participam do processo na medida em que a atividade produtiva se desenvolve. Para o cálculo são considerados os gastos com combustível, manutenção e reparos podendo ter seus resultados alterados pelo local de trabalho, manutenção e regulagem do maquinário (MILAN, 2004).

2.2.1.2.1 Consumo de combustível

O consumo de combustíveis varia de acordo com as condições de trabalho, característica e estado da máquina e habilidade do operador. Existem algumas maneiras para se estimar o consumo, por coeficiente técnico o consumo de óleo diesel é igual a 12% da potência da máquina, já por equação consiste na multiplicação da potência do motor por um fator de consumo para estimar o consumo médio anual para todas as operações (MILAN, 2004).

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2.2.1.2.2 Manutenção

A manutenção (abastecimento, lubrificação, reparos, coleta de óleo, proteção contra ferrugem e deterioração), são os custos realizados para manter os bens de capital em plena condição de uso e estão relacionados à intensidade de uso (PACHECO, 2006). Segundo a Amerincan Society of Agricultural Engineers- Asae (2001), o custo de reparo e manutenção deve considerar os custos associados ao desgaste, à quebra de componentes, a acidentes e à deterioração natural da máquina.

Na composição do custo a Companhia Nacional de Abastecimento- Conab (2010) apura observando o valor do bem novo, os gastos com a manutenção 1% para máquinas e com os filtros e lubrificantes 10% das despesas de combustível de acordo com as horas trabalhadas em hectare.

2.3 PLANEJAMENTO E DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS MECANIZADOS

A escolha do maquinário agrícola deve ser realizada de forma racional, tornado-se necessário um levantamento e elaboração de base de cálculos com o intuito de permitir ao produtor observar se o tamanho de sua propriedade comporta esta aquisição, uma vez que o sistema mecanizado pode representar de 20% a 40% dos custos totais de produção agrícola (PACHECO, 2006).

Um exemplo para a realização do dimensionamento operacional é apresentado pelo fluxograma ilustrado na Figura 1. O planejamento e dimensionamento de maquinários têm início pela necessidade em se adquirir máquinas, para substituir um maquinário existente ou atender nova área. Na análise operacional levam-se em consideração as operações a serem executadas e as épocas de realização, no caso de colhedoras, as duas safras. No planejamento, se estabelece o tempo disponível e o ritmo operacional. Baseado no ritmo operacional e capacidade de trabalho da máquina são realizados o cálculo de número de conjuntos essenciais. A capacidade de trabalho se dá pela quantidade de trabalho que o maquinário realiza por tempo, conciliando com potência disponível e potência requerida para a eficiência da operação. A combinação entre a capacidade

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operacional e os custos diretos e indiretos determina o custo operacional. Se o resultado se mostrar conveniente, conclui-se o processo, do contrário, as possibilidades para proporcionar o sistema devem ser reconsideradas.

Figura 1: Fluxograma para o dimensionamento operacional e econômico de sistemas mecanizados agrícolas.

Fonte: Milan, 2004.

2.4 COLHEITADEIRAS: BREVE LEVANTAMENTO HISTÓRICO DAS MARCAS As primeiras colheitadeiras, chamadas de ceifeiras foram inventados simultaneamente na Grã-Bretanha e Estados no século XVIII, mas passaram a ser utilizadas somente no século seguinte, precisamente em 1833 quando o americano ObedHussey criou uma máquina puxada por animais de tração. Em 1834 após os aperfeiçoamentos feitos por Cyrus McCormick o modelo consagrou-se sua versão funcional de uma colheitadeira mecânica (TEDLOW, 2002).

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2.4.1 Case IH

A História da Case começa em 1842 quando Jerome Increase Case, funda a Racine Threshing Machine Works. Ele inovou a colheitadeira a mecânica com a separação da palha dos grãos. A partir de 1847, Cyrus McCormick funda a McCormick Harvesting Machine Company.E em 1850 as empresas passaram a ampliar seu mercado e se aperfeiçoaram em fontes de energia para colheitadeiras, mas em 1871 um grande incêndio destrói a fabrica McCormick Harvesting Machine Company, em Chicago e Racine Threshing Machine Works se oferece para construir máquinas para Cyrus McCormick. A partir de 1902 há fusão da McCormick com a Deering e outras três marcas, formando a International Harvester Company e em 1985 os legados de Jerome Increase Case e International Harvester Company são associados em uma única marca: a Case IH, tornando-se o segundo maior fabricante de equipamentos agrícolas no mundo (CASE, 2017)

2.4.2 John Deere

Segundo o próprio site da empresa John Deere (2017), em 1837, o ferreiro John ouvindo as preocupações dos agricultores que os seus arados não estavam penetrando o solo das pradarias, por meio de uma lâmina de serra quebrada ele cria um arado de aço polido. Em 1839 há o pedido de dez arados, e em 1864 a John Deere recebe sua primeira patente para os moldes usados na fundição de arados de aço. A partir de em 1868 o negócio é incorporado como Deere &Company. Em 1886 John Deere morre com 82 anos de idade e a partir de 1908para centralizar a exportação mundial de equipamentos, o Departamento de Exportação se instala na Cidade de Nova York. Em 1954 a John Deere associa as tarefas de colheita e descascamento de milho pela primeira vez, um cornhead de duas linhas é apresentado e, associado a uma nova Colheitadeira Modelo 45, permite que um fazendeiro colha até 20 acres de milho em uma única operação. A partir de 1996 oferece o primeiro pacote de mapeamento de rendimento totalmente integrado, o sistema GreenStar™, para todas as colheitadeiras Maximizer™ da série 9000. Ele forneceu o rendimento em movimento e leituras de umidade, informações de

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posição diferencialmente corrigidas e processamento de dados. Em 2017 a empresa comemora seus 180 anos presente em mais de 30 países, com 3 sedes, 85 divisões de equipamentos, 10 agências de suporte e 29 distribuidoras de peças .

2.4.3 Massey Ferguson

Em 1847, Daniel Massey fundou uma oficina para fabricar e reparar instrumentos agrícolas para fazendeiros na cidade de Newcastle, no Canadá. A empresa é pioneira em trabalhar com o sistema de agricultura de precisão. Em 1990 surgiu a AGCO focada na concepção, fabricação e distribuição de máquinas agrícolas com sede em Duluth, EUA seus produtos são vendidos por meio das marcas Challenger®, Fendt®, Massey Ferguson® e Valtra ® tratores, colheitadeiras e implementos em mais de 140 países (MASSEY FERGUSON, 2017).

2.4.4 New Holland

Abe Zimmerman criou uma oficina em 1895, na cidade de New Holland, na Pensilvânia, que mais tarde passou a produzir equipamentos agrícolas. Em 1927 produziu a primeira trilhadora do mercado totalmente em metal , mas somente em 1952 lançou a primeira colheitadeira. A empresa é a primeira a se destacar com projetos de máquinas agrícolas pensados no meio ambiente, ganhando diversos prêmios de reconhecimento. Em 1999 ocorre a fusão entre a Case IH e a New Holland, gerando assim uma nova empresa, a CNH Inc. que continua subsidiária ao grupo Fiat, com sede na Itália. Hoje o grupo CNH é líder mundial em equipamentos e soluções agrícolas (NEW HOLLAND, 2017).

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2.5 TERCERIZACAO DO SERVICO DE COLHEITA

A terceirização da colheita tem se tornado uma interessante alternativa para a agricultura comercial, visando viabilizar a colheita de pequenos agricultores que não possuem equipamentos e adiantar a colheita de grandes produtores. Favorecendo principalmente o planejamento da atividade, visando melhorias na produtividade e aumento na lucratividade do sistema (INTERURAL, 2008).

Legnaro (2008) define terceirização como um processo planejado de repassar a terceiros a realização de determinada atividade que é sua obrigação. De acordo com Pagnoncelli (1993), os motivos para terceirizar devem estar alicerçados na desburocratização, agilidade, redução de custos, dentre outros. Mas o motivo que leva o produtor a terceirizar é o aumento de lucratividade. A redução de custo é sem dúvida o objetivo principal quando se fala em terceirização, mas não deve ser buscado como fator primário (NOVAIS; ROMERO. 2009).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi realizado no município de Santa Tereza, no estado do Alto Paraná, localizado no Paraguai. A área de 310 hectares no ano de 2017 obteve na safra soja produtividade de 4200 kg ha-1 ou 70 sacas ha-1 e na soja safrinha 2500 kg

ha-1 ou 41,6 sacas ha-1, vendidas a U$ 18,00 a saca, totalizando faturamento bruto

de U$ 623.100,00.

Para á analise de viabilidade de aquisição de colheitadeira foi coletado junto às concessionárias autorizadas das marcas John Deere, New Holland, Massey Ferguson e Case IH informações e preços de venda praticados sobre os modelos mais comercializados na região e suas respectivas plataformas.

Foram cotados juntos a Chicago Mercantile Exchange- CME Group os preços médios da cultura de soja, referentes ao Paraguai no período compreendido de setembro de 2017. O valor indica o preço recebido pelo produtor por tonelada do produto.

A área semeada e produtividade média da cultura da soja são referentes aos dados obtidos com o administrador da propriedade na soja safra 2017 e soja safrinha 2017.

O preço do litro do óleo diesel foi obtido por meio da média de preços praticados nos postos do Paraguai no período de janeiro a julho de 2017.

3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO

A realização deste estudo ocorreu por meio de um estudo de caso qualitativo com interesse intrínseco que, segundo Fachin (2003), é um método de pesquisa, caracterizado para contribuir com a compreensão do assunto apurado, não utilizando um método específico, mas uma escolha do objeto a ser estudado.

Segundo Martins (2008), Richardson (2009), Minayo (2010) o desenvolvimento dos estudos de caso segue três referências para a sua condução,

(25)

sendo elas: fase exploratória onde é definido o elemento(s) de análise (o caso), a coleta de dados ou delimitação do estudo e análise dos dados.

3.3 ESCOLHA DAS COLHEITADEIRAS

Foram escolhidos maquinários conforme a categoria mínima disponível pelas fabricantes, compatível com a área de estudo, e dois diferentes sistemas de trilha (radial e axial). O sistema de trilha radial é composto por cilindro e côncavo; já o sistema de trilha axial é composto por um rotor longitudinal e o côncavo (CUNHA; PIVA; OLIVEIRA, 2009). Uma das máquinas apresenta sistema de trilha híbrido, ou seja, na mesma máquina encontram-se o sistema de trilha de fluxo axial e radial. Na Tabela 2 são apresentadas as informações referentes às colheitadeiras estudadas. Tabela 2 – Preço das colheitadeiras e suas respectivas potencia e sistema de trilha

Marca Modelo

Valor* Potência Sistema

(Dólares - U$) (Cavalos – Cv) Trilha

Case IH AFS 4130 220.000,00 253 Axial

John Deere S 430 200.000,00 200 Axial

John Deere S 440 260.000,00 240 Axial

Massey F. MF 4690 180.000,00 174 Hibrido

New Holland TC 5070 150.000,00 220 Radial

New Holland TC 5090 180.000,00 270 Radial

New Holland CR 5.85 220.000,00 272 Axial

*Valor cotado junto aos representantes autorizados no Paraguai

3.3.1 Capacidade Operacional

Faz-se necessário conhecer a velocidade de avanço da colhedora e a largura da plataforma de colheita, pois estes fatores influenciam na capacidade operacional da máquina, ou seja, o quanto de área ela é capaz de colher por unidade de tempo (ha h-1). Na Tabela 3 são apresentadas as dimensões das plataformas para colheita

de soja bem como a velocidade de avanço recomendada para colheita da cultura e sua capacidade operacional.

(26)

Tabela 3 – Dimensionamento da plataforma e velocidade de colheita para a cultura da soja no Paraguai.

Marca Modelo

Plataforma Velocidade Colheita

Pés Metros km h-1 ha hora-1 Case IH AFS 4130 25 7,62 6 3,2 John Deere S 430 20 6,1 6 2,56 John Deere S 440 25 7,62 6 3,2 Massey Ferguson MF 4690 20 6,1 6 2,56 New Holland TC 5070 20 6,1 6 2,56 New Holland TC 5090 25 7,62 6 3,2 New Holland CR 5.85 25 7,62 6 3,2 3.4 METODOLOGIA DE CÁLCULO

No desenvolvimento do estudo foram realizados cálculos de custos fixos e variáveis e a comparação com os serviços de terceirização de colheita. Os custos fixos e variáveis foram calculados segundo a metodologia da Companhia Nacional de Abastecimento- Conab (2010), incluindo as taxas de depreciação, seguro e juros para custo fixo. Para a obtenção do custo operacional, foram aplicados, principalmente, os custos com combustível, manutenção e reparos. O consumo de combustível de uma colheitadeira está diretamente ligado à potência da máquina e, para este estudo, foi considerado o coeficiente de 12% da potência da colheitadeira. Para os gastos de manutenção, foram considerados 1% do valor do bem novo, e 10% das despesas de combustível, para os gastos com filtros e lubrificantes.

Os custos de produção são divididos em custo fixo e variável. O custo variável é computado considerando a intensidade de uso da máquina, ou seja, é o custo envolvido na operação da mesma (combustível, lubrificante, salário do operador, etc). O custo fixo é aquele inerente à máquina, independentemente da sua intensidade de uso, como por exemplo, o custo com juros, seguro, depreciação. (BALASTREIRE, 2005).

(27)

3.4.1.1 Depreciação

A depreciação se refere à desvalorização da máquina em função do tempo. Há várias formas de cálculo para a depreciação real de máquinas. Para o cálculo de depreciação anual sugerida pela Companhia Nacional de Abastecimento- Conab (2010) será utilizado o seguinte algoritmo, conforme equação 2.

[(VN – VR)/VUh]. HsTr (2)

Em que:

VN- Valor do bem novo; VR- Valor residual do bem;

VUh- Vida útil do bem definida em horas;

HsTr- Total de horas trabalhadas por hectare pelo bem.

Na Tabela 4 pode-se observar a depreciação do bem neste método.o valor do bem novo foi obtido mediante pesquisa junto aos revendedores das máquinas estudadas. O valor de sucata considerado foi de 25% do valor do bem novo, conforme praticado pelos revendedores da região. A vida útil considerada para cada colhedora foi de 10 anos, segundo proposto pela Companhia Nacional de Abastecimento- Conab (2010).

Tabela 4 – Depreciação das colheitadeiras em função linear a idade do bem

Marca Modelo VN VR VUh HsTr Depreciação U$ Depreciação U$

U$ U$ Horas Hora h-1 Safra Ano Case IH AFS 4130 220.000,00 55.000 2.000 97 8.002,50 16.005,00 John Deere S 430 200.000,00 50.000 2.420 121 7.500,00 15.000,00 John Deere S 440 260.000,00 65.000 2.000 97 9.457,50 18.915,00 Massey F. MF 4690 180.000,00 45.000 2.420 121 6.750,00 13.500,00 New Holland TC 5070 150.000,00 37.500 2.500 121 5.445,00 10.890,00 New Holland TC 5090 180.000,00 45.000 2.000 97 6.547,50 13.095,00 New Holland CR 5.85 220.000,00 55.000 2.000 97 8.002,50 16.005,00 3.4.1.2 Juros

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No Paraguai, segundo o Banco Regional e Banco Continental, caso o produtor opte por financiar o maquinário em 5 (cinco) anos, os juros perfazem a taxa de 8,5% ao ano conforme exemplificado na Tabela 5.

Os juros anuais são calculados sobre o valor do bem de capital ao longo da sua vida útil.

Tabela 5 – Juro anual calculado para financiamento

Marca Modelo Valor Juros 8,5% U$ U$ Case IH AFS 4130 220.000,00 9.056,68 John Deere S 430 200.000,00 8.500,00 John Deere S 440 260.000,00 10.703,35 Massey Ferguson MF 4690 180.000,00 7.650,00 New Holland TC 5070 150.000,00 6.170,00 New Holland TC 5090 180.000,00 7.420,00 New Holland CR 5.85 220.000,00 9.056,68 3.4.1.3 Seguro

O cálculo de seguro deve ser realizado mesmo se o proprietário não optar pelo mesmo, pois esse fator deve ser incluso no custo, uma vez que o estaria assumindo o risco na utilização do maquinário. No Paraguai maquinários financiados obrigatoriamente precisam do seguro.

Para o seguro no custo fixo é utilizado o percentual de 0,75% ao ano do custo inicial do bem novo (CONAB, 2010). Na Tabela 6 está uma proposta de análise de seguro para as colheitadeiras.

Tabela 6 – Seguro anual das colheitadeiras

Marca Modelo Valor Seguro U$ U$ Case IH AFS 4130 220.000,00 1.650,00 John Deere S 430 200.000,00 1.500,00 John Deere S 440 260.000,00 1.950,00 Massey Ferguson MF 4690 180.000,00 1.350,00 New Holland TC 5070 150.000,00 1.125,00 New Holland TC 5090 180.000,00 1.350,00 New Holland CR 5.85 220.000,00 1.650,00

(29)

3.4.1.4 Remuneração de capital

Para a remuneração ao capital imobilizado pelo produtor, a Companhia Nacional de Abastecimento- Conab (2010) utiliza como convenção a taxa de 6% ao ano como a taxa de retorno. No Paraguai os Bancos utilizam taxa de 3%. Para o cálculo, foi utilizado, como convenção, o preço médio do bem e o juros de 3% ao ano,dividido pela vida útil e multiplicado pela hora trabalhada efetivamente pela máquina, conforme apresentado na equação 3.

[(VM . QM)/2)/CAT]. HsTr. J (3)

Em que:

VM - Valor do bem novo; QM - Quantidade do bem;

CAT- Capacidade anual de trabalho do bem em horas, definida como a razão entre a vida útil do bem em horas e

a vida útil do bem em anos;

HsTr- Total de horas trabalhadas por hectare pelo bem, em uma safra (Velocidade (m h-1) x Largura Plataforma (m) x Efetividade (0,70) / 10.000 (Ha).

J - Taxa de remuneração.

Na Tabela 7 é apresentada a remuneração de capital por este método.

Tabela 7 - Remuneração de capital imobilizado pelo agricultor

Marca Modelo VN QM CAT HsTr Juros 3% U$ Unidade Horas Horas ha -1 U$ Case IH AFS 4130 220.000,00 1 200 97 3.196,48 John Deere S 430 200.000,00 1 241,99 121 3.000,00 John Deere S 440 260.000,00 1 200 97 3.777,65 Massey F. MF 4690 180.000,00 1 241,99 121 2.700,00 New Holland TC 5070 150.000,00 1 250 121 2.177,99 New Holland TC 5090 180.000,00 1 200 97 2.615,30 New Holland CR 5.85 220.000,00 1 200 97 3.196,48 3.5.2 Custos Variáveis

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3.5.2.1 Combustíveis

Para a Companhia Nacional de Abastecimento- Conab (2010), o consumo de combustíveis varia de acordo com as condições de trabalho, característica e estado da máquina e habilidade do operador. Para fins deste trabalho, o consumo estimado de óleo diesel adotado, foi calculado por coeficiente técnico foi igual a 12% da potência da máquina.

Na tabela 8 são apresentados os custos totais com combustíveis, calculado por meio da conversão da potencia em 12%, multiplicado pelas horas trabalhadas e pelo preço do óleo diesel.

Tabela 8- Consumo anual total de óleo diesel pelas colheitadeiras

3.5.2.2 Manutenção

Na composição do custo a Companhia Nacional de Abastecimento- Conab (2010) apura os gastos com a manutenção e com os filtros e lubrificantes de acordo com as horas trabalhadas em hectare. Para tanto, utiliza como gasto de manutenção 1% do valor do bem novo (maquinário), com inclusão de 100% no custo variável, considerando, ainda, os gastos com filtros e lubrificantes estimados em 10% das despesas de combustível.

Na Tabela 9 são apresentados os custos com manutenção que inclui abastecimento, lubrificação, reparos, coleta de óleo, proteção contra ferrugem e deterioração e com filtros

Marca Modelo Potência Consumo Hora-1 Horas Trabalhadas Preço Diesel Valor Total CV 12% Ano U$ U$ Case IH AFS 4130 253 30,36 194 0,8 4.711,87 John Deere S 430 200 24 242 0,8 4.646,40 John Deere S 440 240 28,8 194 0,8 4.469,76 Massey F. MF 4690 200 24 242 0,8 4.646,40 New Holland TC 5070 220 26,4 242 0,8 5.111,04 New Holland TC 5090 270 32,4 194 0,8 5.028,48 New Holland CR 5.85 272 32,64 194 0,8 5.065,73

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Tabela 9 - Custos com manutenção e filtros de colheitadeiras Marca Modelo Manutenção Filtros Valor Colheitadeira U$ 1% Combustível U$ 10% Case IH AFS 4130 220.000,00 2.200,00 4.711,87 471,19 John Deere S 430 200.000,00 2.000,00 4.646,40 464,64 John Deere S 440 260.000,00 2.600,00 4.469,76 446,98 Massey F. MF 4690 180.000,00 1.800,00 4.646,40 464,64 New Holland TC 5070 150.000,00 1.500,00 5.111,04 511,10 New Holland TC 5090 180.000,00 1.800,00 5.028,48 502,85 New Holland CR 5.85 220.000,00 2.200,00 5.065,73 506,57 3.6 TERCERIZAÇÃO DA COLHEITA

Os dados sobre serviço de terceirização foram obtidos por meio de pesquisas com produtores prestadores deste serviço no Paraguai. Na média, são utilizados três métodos de prestação de serviço, sendo eles: 6% da produção em sacas obtida na área da colheita, U$ 17,00 por tonelada colhida, não levando em consideração o valor da saca, ou ainda por U$ 60,00 o hectare colhido, independente da produção colhida.

Os três métodos envolvem somente a colheita, não levando em consideração os custos com frete ou qualquer outro sistema de escoamento da lavoura.

3.7 PREÇO DE COMERCIALIZAÇÃO DA SOJA

Os preços médios de comercialização para soja foram obtidos por meio de levantamento junto ao site da Chicago Mercantile Exchange- CME Group . Foram considerados no cálculo dos valores, os preços atuais praticados U$ 18,00 com variação de 20% abaixo do valor e 20% acima, respectivamente U$ 14,40 e U$ 21,60. A produtividade foi considerada de proporção muito baixa 2.500 kg, baixa 3.000 kg, média 3.500 kg e alta 4.200 kg por hectare.

(32)

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 COLHEITADEIRAS

As colheitadeiras utilizadas enquadram na classe IV (máquinas com motores de 163 a 202 CV), classe V (203 a 257 CV) e classe VI (258 a 298 CV) O preço médio de cada classe, segundo as concessionárias é de U$ 190.000,00 (cento e noventa mil dólares) U$ 203.000,00 (duzentos e três mil dólares) e U$ 210.000,00 (duzentos e dez mil dólares) respectivamente.

Atualmente as propriedades rurais buscam alcançar melhores resultados em seus empreendimentos. Desta maneira, a administração rural torna-se indispensável para agricultor, pois a tomada de decisão em produção e investimento acarreta influências na propriedade.

4.2 CUSTO FIXO

Os custos fixos são denominados também de custo de propriedade, ou seja, independente da produção, não sofrem alteração de valor. Considerando o valor das colheitadeiras as estimativas do custo fixo anual (U$ ano-1) são apresentadas na

Tabela 10.

Tabela 10– Custo fixo anual das colheitadeiras referente à depreciação, juros e seguro Marca Modelo Depreciação Custo Operacional Seguro Custo Fixo Total U$ Juros 3% U$ U$ U$ Case IH AFS 4130 16.005,00 3.196,48 1.650,00 20.851,48 John Deere S 430 15.000,00 3.000,00 1.500,00 19.500,00 John Deere S 440 18.915,00 3.777,65 1.950,00 24.642,65 Massey F. MF 4690 13.500,00 2.700,00 1.350,00 17.550,00 New Holland TC 5070 10.890,00 2.177,99 1.125,00 14.192,99 New Holland TC 5090 13.095,00 2.615,30 1.350,00 17.060,30 New Holland CR 5.85 16.005,00 3.196,48 1.650,00 20.851,48

(33)

Pode-se observar que o custo fixo anual varia de acordo com os valores de aquisição do equipamento, ou seja, quanto maior seu investimento, maior será seu custo fixo anual. O maior custo fixo observado foi de U$ 24.642,65, para a colheitadeira John Deere, modelo S 440. As colheitadeiras AFS 4130 e CR 5.85 apresentaram a mesma depreciação de U$ 20.851,48 ao ano. O que se pode observar é que a colheitadeira com maior custo fixo teve um diferença de 15,38% das colheitadeiras com igual depreciação, mas conforme Tabela 3 ambas possuem a capacidade operacional de 3,2 ha h-1. Isso ocorreu devido ao maior valor de

aquisição inicial (Tabela 2) e não se diferenciou em rendimento operacional. O menor custo fixo foi para a colheitadeira TC 5090, New Holland com 14.192,99 e capacidade operacional de 2,56 ha h-1.

Na Tabela 11 é apresentado o percentual de custo fixo quando comparado ao valor do maquinário.

Tabela 11- Comparação entre os custos fixos e valor do maquinário

Marca Modelo Faturamento Bruto CTF* com Remuneração de Capital 3% Análise Vertical CTF* com Juros 8,5% Análise Vertical Dólares-U$ Dólares-U$ % Dólares-U$ % Case IH AFS 4130 623.100,00 20.828,00 3,34% 26.689,06 4,28% John Deere S 430 623.100,00 19.500,00 3.13% 25.000,00 4,01% John Deere S 440 623.100,00 24.615,92 3,95% 31.541,61 5,06% Massey F. MF 4690 623.100,00 17.550,00 2,82% 22.500,00 3,61% New Holland TC 5070 623.100,00 14.192,92 2,28% 18.185,89 2,92% New Holland TC 5090 623.100,00 17.041,79 2.74% 21.846,99 3,51% New Holland CR 5.85 623.100,00 20.828,85 3,34% 26.689,00 4.28% CTF* - Custo Fixo Total

O custo fixo não sofre interferência da produtividade da soja, nem do valor da saca, podendo ser minimizado se por algum motivo a máquina não for utilizada em alguma safra, porém, normalmente é um valor que o produtor terá de forma integral. Conforme apresentado na tabela 4, o HrTr (total de horas trabalhadas por hectare pela maquina por safra), é diferente, sendo menor para os modelos CR 5.85, TC 5090, S 440, AFS 4130,por se tratar de máquinas com maior largura de plataforma e maior para os outros três modelos, MF 4690, TC5070, S430, de menor plataforma porém, mesmo tendo diferença na quantidade de horas trabalhadas, o valor não sofre diferenciação percentual entre as colheitadeiras. O percentual do custo fixo

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quando equiparado com o valor inicial é muito próximo entre todas as colhedeiras, atingindo de 9% a 10% do investimento inicial.

4.3 JUROS

Os juros correspondem ao rendimento de uma aplicação financeira. Na Tabela 12 estão dispostos os juros a 8,5% se o agricultor optar pelo financiamento e de 3% para remuneração de capital.

Os juros foram simulados em duas das principais agências bancárias do Paraguai, Banco Continental e Banco Regional, com taxa de 8,5% em uma projeção para 5 (cinco) anos, porém diluído em 10 (dez) anos, considerando a vida útil do maquinário. Para a remuneração de capital, foi considerada uma taxa de investimento de 3% pois oferece menor risco de perda.

Tabela 12 – Juros a taxa de 8,5% e 3%

Marca Modelo

Financiamento U$

Custo de Oportunidade U$ Juros 8,5% a.a Juros 3% a.a

Case IH AFS 4130 9.056,68 3.196,48 John Deere S 430 8.500,00 3.000,00 John Deere S 440 10.703,35 3.777,65 Massey Ferguson MF 4690 7.650,00 2.700,00 New Holland TC 5070 6.170,00 2.177,99 New Holland TC 5090 7.420,00 2.615,30 New Holland CR 5.85 9.056,68 3.196,48

A escolha do sistema de aquisição é definida pelo agricultor, quando o mesmo dispõe do dinheiro opta pelo pagamento à vista, uma vez que a taxa anual de retorno do investimento é considerada relativamente baixa. A escolha pelo financiamento acontece quando o agricultor julga necessária a aquisição do maquinário, porém não dispõe do recurso necessário.

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4.4 CUSTO VARIÁVEL

Os custos variáveis, como o próprio nome diz, variam proporcionalmente de acordo com o nível de produção. A Tabela 13 apresenta o custo variável calculado referente às colheitadeiras.

Tabela 13– Custo variável das colheitadeiras referente à manutenção, lubrificante combustível e mão de obra

Marca Modelo

Manutenção Combustível Lubrificantes

Mão de obra Custo Variável Total U$ U$ U$ U$ U$ Case IH AFS 4130 2.200,00 4.705,21 470,52 1.549,81 8.925,54 John D. S 430 2.000,00 4.646,37 464,63 1.935,99 9.047,00 John D. S 440 2.600,00 4.463,44 446,34 1.549,81 9.059,59 Massey F. MF 4690 1.800,00 4.646,37 464,63 1.935,49 8.846,50 New H. TC 5070 1.500,00 5.111,01 511,10 1.935,99 9.058,10 New H. TC 5090 1.800,00 5.021,37 502,13 1.549,81 8.873,32 New H. CR 5.85 2.200,00 5.058,57 505,85 1.549,81 9.314,24

Diversos fatores estão diretamente ligados com a oscilação dos custos variáveis, como velocidade de colheita, rendimento operacional, largura de plataforma, tipo do sistema de trilha (radial, axial ou híbrida). Para os custos com máo de obra, foram considerados o valor de U$8,00 a hora trabalhada. Os custos variáveis mantiveram media de U$ 9.017,75 por colheitadeira, com diferença de U$467,74 do maior (U$ 9.314,24) para o menor (U$ 8.846,50). A colheitadeira S 440 obteve o maior custo de manutenção, seguida AFS 4130, CR 5.85, S 430, MF 4690, TC 5090 e TC 5070 respectivamente. Os custos com mão de obram variam conforme a categoria do maquinário.

Levando em consideração que o consumo de hora de combustível equivale a 12% da potência da máquina, multiplicado pelo preço do diesel e pela quantidade de trabalho ao ano, as três colheitadeiras com maior consumo foram a TC 5070 com U$ 5.111,01 e capacidade operacional de 2,56 hectares hora-1 seguido pela CR 5.85

com U$ 5.058,57 e capacidade operacional de 3,2 hectares hora-1 e a TC 5090 com

U$ 5.021,37 com capacidade operacional igual a CR 5.85, as demais colheitadeiras mantiveram o custo com combustível de U$ 4.615,34. O gasto médio com lubrificantes e filtros equivalem a 10% do valor gasto com combustível.

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Na Tabela 14 são apresentadas as comparações em porcentagem do custo variável em função ao valor do maquinário.

Tabela 14- Comparação do custo variável ao valor do maquinário

Marca Modelo

Faturamento

Bruto Custo Variável Total

Análise Vertical Dólares-U$ Dólares-U$ % Case IH AFS 4130 623.100,00 8.925,54 1,43% John Deere S 430 623.100,00 9.046,99 1,45% John Deere S 440 623.100,00 9.059,59 1,45% Massey F. MF 4690 623.100,00 8.846,99 1,42% New Holland TC 5070 623.100,00 9.058,10 1,45% New Holland TC 5090 623.100,00 8.873,32 1.42% New Holland CR 5.85 623.100,00 9.314,23 1.49%

O custo variável não sofre interferência externa do mesmo modo que o custo fixo, porém, ele tem interferência no uso da maquina, ou seja, quanto mais utiliza - lá maior será o custo variável. A colheitadeira de modelo TC 5070 é menor de investimento inicial, porém apresenta o maior percentual em relação ao custo inicial, porque, está variação é devido à combinação de detalhes técnicos, que são: menor rendimento operacional conforme tabela 3; atrelado a um consumo de combustível maior quando equiparado as de mesmo rendimento operacional (MF4690 e S430).

A maquina com maior valor de custo variável é o modelo CR5.85 com valor de U$ 9.314,23 alcançando um percentual de 1,49% do faturamento bruto

4.5 TERCEIRIZAÇÃO DA COLHEITA

A tendência de terceirização de colheita chegou ao campo com o intuito de diminuir os custos e viabilizar a produção. Observando as vantagens que a colheita terceirizada possa trazer ao produtor rural, torna-se necessário calcular os custos, dispostos nas Tabelas 15,16 e 17 conforme o método de serviço.

O método U$ 17,00 por tonelada colhida é o mais utilizado no Paraguai, independente do valor da soja o prestador do serviço de colheita recebe pela quantidade colhida.

(37)

Tabela 15 – Terceirização de colheita, método U$ 17,00 a tonelada colhida

Produção Soja Valor por tonelada Total

Kg Ha-1 U$ U$17,00 Tonelada

4200 17,00 22.134,00

3000 17,00 18.445,00

3500 17,00 15.810,00

2500 17,00 13.175,00

No ano de 2017, para propriedade estudada, o valor gasto nesse modelo seria de U$ 35.309,00, apresentado o menor índice sobre o faturamento de 5,67 %, sendo o mais recomendado.

O modelo que inviabilizaria esse método perante os outros, é uma alta produção com um valor de comercialização baixo.

Tabela 16-Terceirização de colheita, contrato 6% da produção

Produção Soja Valor Saca Total 6%

Kg Ha-1 U$ U$ 4.200 21,6 28.123,20 3.000 21,6 20.088,00 Safra Soja 4.200 18 23.436,00 3.000 18 16.740,00 4.200 14,4 18.748,80 3.000 14,4 13.392,00 3.500 21,6 23.434,66 2.500 21,6 16.737,32 Safrinha Soja 3.500 18 19.528,88 2.500 18 13.947,77 3.500 14,4 15.623,11 2.500 14,4 11.158,21

O método 6% do faturamento sofre interferência por valor da saca comercializada e produção alcançada.

No ano de 2017, para a propriedade estudada, obteve um custo de U$ 37.383,00, sendo o mais alto do modelo de prestação de serviço, apresentado índice de 6,00% quando comparado ao faturamento bruto.

O modelo mesmo não sendo o mais recomendado para o ano, não pode ser considerado descartado, pois, se o faturamento bruto diminuir ou aumentar, ele mantém o índice de 6%. Caso aumente o faturamento bruto ele se torna o custo mais elevado, porém, caso venha a diminuir ele pode se tornar o mais viável.

(38)

Tabela 17- Terceirização de colheita, método U$ 60,00 o hectare colhido.

Produção Soja Valor Saca Total

Kg Ha-1 U$ U$60,00 hectare 4.200 21,6 18.600,00 3.000 21,6 18.600,00 Safra Soja 4.200 18 18.600,00 3.000 18 18.600,00 4.200 14,4 18.600,00 3.000 14,4 18.600,00 3.500 21,6 18.600,00 2.500 21,6 18.600,00 Safrinha Soja 3.500 18 18.600,00 2.500 18 18.600,00 2.500 14,4 18.600,00

Considerando que o agricultor planta 310 ha de soja, conforme apresentado na tabela 17 com o método de U$ 60,00 o custo de colheita independente da produtividade e valor da saca é de U$ 18.600,00.

Para a propriedade, o valor de custo é U$ 37.200,00 anual, pois a área total de colheita é 620 ha, o percentual comparado ao faturamento bruto é de 5,97%.

Mesmo não sofrendo alteração com produtividade e valor da saca para formulação do custo, caso tenha um faturamento total baixo, este modelo alcança o maior índice de inviabilidade.

4.6 AQUISIÇÃO DE COLHEITADEIRA COM CAPITAL PRÓPRIO

A seleção das colheitadeiras para a propriedade em questão foi composta pelos maquinários dispostos na Tabela 18 e 19, com seus respectivos preços, a fim de compor o projeto de investimento inicial.

A escolha do maquinário leva em consideração diferentes aspectos entre eles: o preço entre as diferentes marcas, os custos com manutenção, reparo e consumo de combustível, a disponibilidade de assistência técnica e principalmente o dimensionamento da colheitadeira.

(39)

Tabela 18- Custo anual total para aquisição de colheitadeira com remuneração de capital

Marca Modelo

Capital a.a CT*+ RC* 3% Sucata Total 3% a.a

U$ U$ U$ U$ Case IH AFS 4130 22.000,00 29.777,02 -5.500,00 46.277,02 John D. S 430 20.000,00 28.547,00 -5.000,00 43.547,00 John D. S 440 26.000,00 33.702,24 -6.500,00 53.202,24 Massey F. MF 4690 18.000,00 26.396,50 -4.500,00 39.896,50 New H. TC 5070 15.000,00 23.251,09 -3.750,00 34.501,09 New H. TC 5090 18.000,00 25.933,62 -4.500,00 39.433,62 New H. CR 5.85 22.000,00 30.165,72 -5.500,00 46.665,72 *a.a - Ao Ano *Ct - Custo Total *Rc- Remuneração de capital

A decisão de recurso esta entre as variáveis existentes para a tomada de decisão. Assim, caso o produtor opte pela colheitadeira S 440 o investimento inicial terá um total orçado em U$ 60.127,94 se financiado e de U$ 53.202,24 com capital próprio. A escolha por esta maquina poderá ocasionar um grau de endividamento elevado para o proprietário em questão, o que não é vantajoso, visto que com a ocorrência de uma intempérie climática esta situação poderia se agravar.

Tabela 19 - Custo anual total para aquisição de colheitadeira financiada

Marca Modelo

Capital a.a CT*+ J* 8,5% Sucata

Total 8,5% a.a U$ U$ U$ U$ Case IH AFS 4130 22.000,00 35.637,22 -5.500,00 52.137,22 John D. S 430 20.000,00 34.047,00 -5.000,00 49.047,00 John D. S 440 26.000,00 40.627,94 -6.500,00 60.127,94 Massey F. MF 4690 18.000,00 31.346,50 -4.500,00 44.846,50 New H. TC 5070 15.000,00 27.243,10 -3.750,00 38.493,10 New H. TC 5090 18.000,00 30.738,32 -4.500,00 44.238,32 New H. CR 5.85 22.000,00 36.025,92 -5.500,00 52.525,92 *a.a - Ao Ano *Ct - Custo Total

Devido ao fato de que a atividade agrícola é diretamente dependente do clima, do ponto de vista prático, o produtor busca maior garantia, desta maneira com a variação de 35,15% a melhor escolha para o investimento inicial é a colheitadeira TC 5070.

(40)

4.7 ANÁLISE FINANCEIRA

Além da análise financeira, torna-se importante identificar outros fatores que contribuam na tomada de decisão, entre eles as vantagens e desvantagens de realizar o serviço com recursos próprio ou com a terceirização.

A terceirização se mostra eficiente, por diminuir os custos fixos do produtor, considerando o valor de investimento inicial alto. Porém se houver planejamento inadequado o produtor pode não contar com a disponibilidade de máquinas do prestador para poder executar as suas colheitas, podendo resultar em perdas de produtividade. Fazendo as comparações se observou que quanto menor a área mais vantajosa a terceirização e à medida que a mesma vai aumentando torna-se mais favorável a compra do mesmo.

Quando a opção de terceirização não for de fácil acesso, além de todos os custos fixos e variáveis a ser considerado o valor inicial precisa ser levado em consideração como prioridade, e que as colheitadeiras tem um desempenho muito próximo, e as redes de concessionárias estão bem distribuídas geograficamente, facilitando o acesso a peças e assistência técnica para os clientes.

Comparando o projeto de compra de maquinário ou terceirização da colheita, a partir das análises feitas do ponto de vista financeiro para uma área de 310 hectares quando comparado ao faturamento bruto do ano de 2017 a Figura 2 demonstra o que se torna mais vantajoso.

Considerando os dados obtidos neste estudo, a Figura 2 apresenta a análise financeira em ordem crescente de custo para o ano de 2017, o investimento econômico de maior relevância é a aquisição com recurso próprio da colheitadeira modelo TC 5070, da marca New Holland, apresentando investimento anual de U$ 34.501,01, seguido pela terceirização de serviço método U$ 17,00 a tonelada colhida com U$ 35.309,00. A colheitadeira modelo S440, marca John Deere, apresentou a maior aplicação com U$ 53.175,51, apresentando uma diferença significativa de 64,88% quando comparado com o maquinário de menor desembolso.

(41)

Figura 2- Análise financeira 1, comparativo entre custo anual maquinário com recurso próprio e terceirização de colheita

No ano de 2017, a produção alcançada na colheita de janeiro foi 4200 kg ha-1

(70 sacas), e em junho foi 2500 kg ha-1 (41 sacas), o valor comercializado em

setembro foi U$ 18.00 a saca, totalizando um faturamento de U$623.100,00. Levando em consideração estas informações, caso o produtor opte pela colheitadeira TC 5070, o percentual comprometido do faturamento seria de 5,54%.

. Considerando os dados obtidos neste estudo, a Figura 3 apresenta a análise financeira em ordem crescente de custo para o ano de 2017, o investimento econômico de maior relevância é a terceirização de colheita que apresenta os três menores índices 5,67%, 5,97%, 6%. A colheitadeira modelo TC5070 aparece em seguida com índice de 6,18% do custo de faturamento bruto se mostrando a maquina mais eficiente com recurso bancário. A colheitadeira modelo S440, marca John Deere, apresentou a maior aplicação com U$ 60.121,00, apresentando uma diferença significativa de 62,20% quando comparado a colheita terceirizada de menor desembolso.

(42)

Figura 3- Análise financeira 2, comparativo entre custo anual maquinário com financiamento e terceirização de colheita

(43)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O investimento em uma colheitadeira envolve diferentes fatores como: mercado econômico da soja, produção na safra, custos fixos e variáveis. A contabilidade de custos é substancial no mundo dos negócios, a busca por dados é fundamental para o planejamento, o controle e a tomada de decisão, tornando-se ferramenta de auxílio indispensável para tomada de decisão mais eficiente.

O dimensionamento da mecanização auxilia para a racionalização na seleção de colheitadeiras, evitando o superdimensionamento e o aumento dos custos fixos de produção, como o subdimensionamento e limitação de desempenho da execução. E com isso, faz-se meio de auxílio para que o produtor rural tome a decisão mais eficiente no momento do dimensionamento do seu maquinário.

A contratação de prestação de serviço mostrou-se mais eficiente quando comparado a compra de colheitadeiras via financiamento bancário, pois sofre impacto significante no custo fixo da maquina.

Por fim, conclui-se que para a propriedade estudada com área de 310 hectares o projeto de investimento com recurso próprio para o modelo TC 5070 é mais indicado, levando em considerações as produções e valores de comercialização praticados no ano de 2017.

(44)

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