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Sintonia Automática de Controladores com Compensação de Atraso

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Academic year: 2021

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(1)

com Compensac¸ ˜ao de Atraso.

Relat ´orio submetido a Universidade Federal de Santa Catarina

como requisito para a aprovac¸ ˜ao da disciplina:

DAS 5511: Projeto de Fim de Curso

Luisa Schoeller Guenther

(2)

Sintonia Autom ´atica de Controladores com Compensac¸ ˜ao de

Atraso.

Luisa Schoeller Guenther

Esta monografia foi julgada no contexto da disciplina

DAS5511: Projeto de Fim de Curso

e aprovada na sua forma final pelo

Curso de Engenharia de Controle e Automac¸ ˜ao

Prof. Julio Elias Normey Rico, Dr.

(3)

Resumo vi

Abstract vii

Lista de Figuras viii

1 Introduc¸ ˜ao 1

2 Proposta do projeto 3

2.1 Sistema de identificac¸ ˜ao . . . 4

2.2 Sistema de controle . . . 5

2.3 Sistema supervis ´orio . . . 5

2.4 Conclus ˜ao . . . 6

3 Sistema de identificac¸ ˜ao 7 3.1 M ´etodos de identificac¸ ˜ao . . . 7

3.1.1 Din ˆamica de um sistema . . . 8

3.1.2 M ´etodo da ´Area . . . 9

3.1.3 M´ınimos Quadrados . . . 11

3.1.3.1 Modelo de regress ˜ao . . . 13

3.1.3.2 Estimac¸ ˜ao Offline (N ˜ao recursivo) . . . 13

3.1.3.3 Estimac¸ ˜ao Online . . . 13

3.1.3.4 Sinal de excitac¸ ˜ao . . . 15

(4)

Sum´ario Sum´ario

3.1.5 Identificac¸ ˜ao de sistemas com atraso . . . 18

3.2 Conclus ˜ao . . . 19

4 Sistema de controle 20 4.1 Preditor de Smith . . . 21

4.1.1 Exemplo de aplicac¸ ˜ao do PS . . . 22

4.1.2 Robustez do Preditor de Smith . . . 24

4.2 Preditor de Smith Filtrado . . . 26

4.2.1 Robustez . . . 28

4.2.2 Sintonia do Preditor de Smith filtrado . . . 28

4.3 Controle prim ´ario e filtro de refer ˆencia . . . 29

4.4 ´Indice de qualidade da malha fechada . . . 31

4.5 Conclus ˜ao . . . 32

5 Sistema supervis ´orio 33 5.1 Modelo do sistema supervis ´orio . . . 33

5.2 Mecanismo de comutac¸ ˜ao entre estados . . . 35

5.3 Esquemas utilizados . . . 37

5.3.1 Pr ´e-teste . . . 37

5.3.2 C ´alculo do primeiro controle . . . 38

5.3.3 Teste de qualidade do controle em malha fechada . . . 39

5.3.4 Melhora da aproximac¸ ˜ao do modelo . . . 40

5.3.5 Melhora do controle . . . 41

5.4 Conclus ˜oes . . . 42

6 Resultados 43 6.1 Processos . . . 43

(5)

6.3 Simulac¸ ˜oes . . . 44 6.3.1 Funcionamento do controle por bandas . . . 50 6.4 Conclus ˜ao . . . 51

7 Conclus ˜ao 52

7.1 Trabalhos futuros . . . 52

(6)

Resumo

O atraso de transporte ´e uma parte fundamental em muitos processos industri-ais. Estruturas de controle com compensac¸ ˜ao do atraso possuem uma melhor perfor-mance que a obtida com controladores do tipo PI ou PID. Neste projeto se desenvol-veu um sistema de sintonia autom ´atica que identifica e controla sistemas com atraso, o qual pode ser usado com o processo em pleno funcionamento, e sem a necessidade do operador possuir conhecimentos avanc¸ados em controle.

A estrutura de controle usada foi a do preditor de Smith filtrado, a qual apresen-tou compromisso entre performance e robustez. A identificac¸ ˜ao ´e realizada atrav ´es do m ´etodo dos m´ınimos quadrados discreto. O sistema supervis ´orio, atrav ´es de dados de entrada, sa´ıda e ´ındices de desempenho, faz a coordenac¸ ˜ao entre a identificac¸ ˜ao, validac¸ ˜ao e teste de qualidade, melhorando o modelo e o controle do processo.

Ao final foram realizadas diversas simulac¸ ˜oes para comprovar a efic ´acia do sis-tema em diferentes din ˆamicas e testar os poss´ıveis cen ´arios.

Palavras-chave: Controle de processo, Sintonia autom ´atica, Compensador de

(7)

The time delay is a fundamental part of many industrial processes. Control struc-tures with dead time compensation present higher performance than those achieved with PI or PID controllers. This project has developed an automatic tuning system that identifies and controls dead time processes, which can be used with running proces-ses, and does not need an user with advanced knowledge in process control.

The control structure selected was the filtered Smith predictor, which presents compromise between performance and robustness. The identification uses the discrete least square method . The supervisory system with data input, output and performance indices, coordinates the identification, validation and quality tests, improving the model and process control.

Several simulations were performed to demonstrate the effectiveness of the sys-tem in different dynamics and possibles scenarios.

Key-words: Process control, Automatic tuning, Dead time compensator, Model

(8)

Lista de Figuras

2.1 Fluxograma do sistema de sintonia autom ´atica . . . 3

3.1 Aproximac¸ ˜ao pelo m ´etodo da ´area . . . 11

3.2 Componentes frequenciais do processo . . . 17

3.3 Sinal PRBS no tempo . . . 18

4.1 Resposta do ajuste PID para din ˆamica com atraso . . . 20

4.2 Esquema do preditor de Smith . . . 21

4.3 Controle equivalente PS . . . 22

4.4 Comparac¸ ˜ao de controle PID e PS para um sistema com atraso . . . . 23

4.5 Erro de modelagem no preditor de Smith . . . 25

4.6 Exemplos de limitac¸ ˜oes do preditor de Smith . . . 26

4.7 Esquema do Preditor de Smith filtrado . . . 27

4.8 Esquema do Preditor de Smith filtrado discreto simplificado . . . 27

4.9 Teste de qualidade . . . 32

5.1 Modelo do supervis ´orio . . . 34

5.2 Resposta do sistema sem mecanismo de comutac¸ ˜ao . . . 35

5.3 Resposta do sistema com mecanismo de comutac¸ ˜ao . . . 37

5.4 Controle em malha fechada com PSF . . . 39

5.5 Esquema dos m´ınimos quadrados . . . 40

6.1 Comportamento planta 1 . . . 45

6.2 Comportamento planta 2 . . . 47

6.3 Comportamento planta 3 . . . 48

(9)

6.5 Resultados quanto a qualidade do modelo identificado . . . 49 6.6 Gr ´afico de dispers ˜ao FIT × ´ındice de desempenho . . . 50 6.7 Comportamento do sistema frente a perturbac¸ ˜oes . . . 51

(10)

1

Introdu¸

ao

Apesar da constante evoluc¸ ˜ao da ´area de controle, com o desenvolvimento de novas soluc¸ ˜oes te ´oricas e com o barateamento de sistemas de software e hardware, na pr ´atica ainda h ´a muito o que melhorar. Segundo [9], 85% das malhas de controle da ind ´ustria est ˜ao mal aproveitadas, sendo que 30% destas opera em modo manual; 30% apresenta problemas em seus elementos de transduc¸ ˜ao, transmiss ˜ao e atuac¸ ˜ao; e 20% possue um projeto inadequado ou com erros.

Ainda que haja um profissional capacitado para realizar a sintonia do controla-dor adequadamente, existem v ´arios outros fatores que comprometem o desempenho do sistema. Tais fatores ser ˜ao explicados a seguir.

Normalmente para ajustar o controle de um processo ´e necess ´ario obter seu modelo. E, a menos que se conhec¸a todas as leis f´ısicas relevantes na din ˆamica do sistema, s ˜ao necess ´arios ensaios e testes de identificac¸ ˜ao. Estes tornam o sis-tema temporariamente inoperante. Um processo parado ´e muitas vezes visto apenas como preju´ızo para a empresa. A falta de conhecimento adequado do modelo faz com que os controladores (quando em malha fechada) sejam sintonizados com par ˆametros bastante conservativos, o que compromete sua performance.

A manutenc¸ ˜ao e readequac¸ ˜ao do sistema de controle ´e t ˜ao importante quanto o ajuste inicial, pois os processos variam com o passar do tempo. As principais causas s ˜ao desgaste de sensores, atuadores e transmissores (causando folgas, atrito exces-sivo, histerese, ru´ıdo) e variac¸ ˜ao das condic¸ ˜oes de operac¸ ˜ao (mudanc¸a de set-pois, da capacidade de produc¸ ˜ao, condic¸ ˜oes externas ou ambientais). Isto altera as constan-tes dos processos e um sistema de controle inicialmente bem ajustado pode ter seu desempenho comprometido.

Em processos com atraso de transporte, o atraso ´e geralmente causado princi-palmente pelo tempo a transportar a mat ´eria, energia ou informac¸ ˜ao, o controle tende a ser projetado de forma ainda mais conservadora para manter a estabilidade. Ao utilizar uma estrutura b ´asica do tipo PI ou PID para control ´a-los o projetista se depara com as seguintes dificuldades: uma perturbac¸ ˜ao s ´o ser ´a percebida ap ´os duas vezes

(11)

tempo do atraso; os efeitos da ac¸ ˜ao de controle demoram para serem notados na vari ´avel controlada; e o sinal de controle ´e calculado atrav ´es de um erro anterior.

Para os projetos de PI ou PID’s para sistemas com atraso normalmente o consi-deram parte da din ˆamica. Do ponto de vista frequencial o atraso causa um descr ´essimo na fase, e para compens ´a-lo (evitar oscilac¸ ˜oes e sobre sinal) a performance do sistema

´e comprometida, principalmente quanto `a velocidade de resposta, [13].

Para plantas com atraso de transporte ´e conveniente utilizar uma estrutura de controle com compensador de atraso, [6]. Dentre eles o preditor de Smith filtrado apre-senta uma boa relac¸ ˜ao entre desempenho e robustez.

O objetivo deste projeto ´e desenvolver uma ferramenta de auto-sintonia para sistemas com atraso de transporte, a qual poder ´a ser utilizada com o processo em funcionamento sem a necessidade de parar a produc¸ ˜ao. A ferramenta ´e formada por um sistema de identificac¸ ˜ao, um sistema de controle e um sistema supervis ´orio. O sistema de identificac¸ ˜ao utilizar ´a dados de entrada e sa´ıda do sistema para encontrar um modelo aproximado. O sistema de controle utiliza a estrutura do Preditor de Smith filtrado, que promove uma resposta melhor e mais robusta para este tipo de processo, sem que o usu ´ario possua conhecimento avanc¸ado em esta estrutura de controle. O sistema supervis ´orio faz o chaveamento entre os m ´odulos, decidindo quando ´e ne-cess ´ario refinar o modelo ou melhorar o controle da planta.

Este projeto est ´a estruturado como segue: no cap´ıtulo 2 ser ´a melhor apresen-tado a proposta da estrutura completa e na sequencia ´e apresenapresen-tado com maior apro-fundamento os m ´odulos. No 3 s ˜ao vistos os m ´etodos de identificac¸ ˜ao utilizados e como ´e feita a validac¸ ˜ao dos modelos. No cap´ıtulo 4 toda a estrutura de controle, an ´alise de robustez e as justificativas pela escolha do Preditor de Smith filtrado. O cap´ıtulo 5 mostra como sistema supervis ´orio foi desenvolvido. O cap´ıtulo 6 traz os resultados e o 7 as conclus ˜oes e trabalhos futuros.

(12)

2

Proposta do projeto

Este cap´ıtulo apresenta a proposta do sistema de sintonia autom ´atica de con-trole para sistemas com atraso e as carater´ısticas b ´asicas de suas partes . Possui tr ˆes m ´odulos principais:

• M ´odulo de identificac¸ ˜ao • M ´odulo de controle

• M ´odulo do sistema supervis ´orio

O m ´odulo de identificac¸ ˜ao ´e respons ´avel por calcular o modelo que ser ´a usado no preditor de Smith filtrado, implementado pelo m ´odulo de controle. J ´a o sistema su-pervis ´orio ´e quem monitora e coordena a execuc¸ ˜ao dos diferentes sinais do processo e tamb ´em, realiza c ´alculos de ´ındices do comportamento para decidir quando o pro-cesso de identificac¸ ˜ao dever ´a ser executado ou o controle re-ajustado. Na figura 2.1 pode ser observado o fluxograma do sistema completo.

(13)

Na sequ ˆencia, cada um destes m ´odulos ´e analisado com maiores detalhes, as-sim como a explicac¸ ˜ao do fluxo de informac¸ ˜oes atrav ´es do sistema. A implementac¸ ˜ao ser ´a realizada na ferramenta MATLAB e Simulink.

2.1: Sistema de identifica¸

ao

Como comentado no cap´ıtulo 1 o preditor de Smith filtrado precisa de um mo-delo do processo para calcular a ac¸ ˜ao de controle. Para obter este momo-delo utiliza-se neste projeto algumas t ´ecnicas de identificac¸ ˜ao, as quais ser ˜ao descritas no cap´ıtulo 3.

Tem o objetivo de manter um modelo com uma din ˆamica que seja semelhante ou a mais pr ´oxima poss´ıvel da din ˆamica do processo. Para isso, o sistema utiliza da-dos de entrada e sa´ıda capturada-dos do processo em ensaios coordenada-dos pelo sistema supervis ´orio. Desta forma, para o processamento deste modelo podem ser utilizadas diferentes t ´ecnicas de identificac¸ ˜ao e cada uma possui um procedimento e usa dados diferentes como:

• sinal e excitac¸ ˜ao

– degrau, onda quadrada, PRBS, RBS, etc. • forma de excitac¸ ˜ao

– em malha aberta ou fechada • processamento

– online ou offline • Tipos de modelos

– lineares(ARX,RARX,ARMAX,ARIMA,CARIMA) – lineares(NARMAX,..),redes neurais, logica nebulosa

Para uma melhor facilidade do usu ´ario, este m ´odulo ´e dividido em duas partes, a primeira ´e uma identificac¸ ˜ao inicial onde o usu ´ario apenas necessita determinar um per´ıodo de amostragem inicial e um tempo de acomodac¸ ˜ao do sistema que tem o ob-jetivo de estimar com uma melhor precis ˜ao vari ´aveis como: Per´ıodo de amostragem

(14)

Proposta do projeto 2.2 Sistema de controle

(Ts); atraso do sistema (L) e frequ ˆencias m´ınimas e m ´aximas que influenciam o

pro-cesso (wmin, wmax). Assim, ´e poss´ıvel obter um modelo inicial simples e com estes

dados poder realizar uma identificac¸ ˜ao mais complexa e de melhor precis ˜ao.

2.2: Sistema de controle

Este sistema ´e o respons ´avel pelo funcionamento autom ´atico do processo nas condic¸ ˜oes desejadas e deve respeitar as restric¸ ˜oes impostas no seu projeto como tempo de acomodac¸ ˜ao, sobre sinal, oscilac¸ ˜ao da sa´ıda ou da entrada, estabilidade e robustez. Quando o sistema possui atraso de transporte, uma estrutura de controle que tem um bom desempenho ´e o preditor de Smith.

O preditor de Smith ´e uma estrutura de controle em malha fechada e utiliza o modelo da din ˆamica para control ´a-la. Atrav ´es da predic¸ ˜ao de resposta do processo, calcula o sinal de controle com o erro do modelo sem o atraso. Para diminuir proble-mas gerados por erros de modelagem, a diferenc¸a entre a sa´ıda predita (com o atraso) e a sa´ıda da planta ´e filtrada e realimentada juntamente com a sa´ıda predita (sem o atraso) para o c ´alculo do novo sinal de controle. No cap´ıtulo 4 ser ´a explicado de forma mais detalhada como ´e sua estrutura e como ´e realizada a sintonia de cada um de seus par ˆametros.

Como j ´a mencionado em 1 a resposta deste tipo de estrutura est ´a diretamente ligada `a qualidade do modelo. Por isso o sistema supervis ´orio ap ´os verificar que a qualidade precisa ser melhorada, dar ´a in´ıcio a uma nova identificac¸ ˜ao.

Esta ligado ao sistema de identificac¸ ˜ao, pois recebe o modelo calculado, e ao supervis ´orio que decide se o sinal de controle calculado ´e enviado para o processo ou n ˜ao.

2.3: Sistema supervis´

orio

´

E o principal m ´odulo do trabalho a ser desenvolvido, pois ele que far ´a o sistema de sintonia autom ´atica funcionar corretamente. Al ´em disto os outros dois m ´etodos se-guem t ´ecnicas j ´a bastante empregadas em separado. O supervisor ir ´a uni-las e fazer com que funcionem em conjunto.

Este modulo trabalha em paralelo e um n´ıvel acima dos outros m ´odulos e de-termina em quais estados o sistema deve estar, coordenando as ac¸oes que devem

(15)

ser executadas para que objetivos intermedi ´arios sejam cumpridos e estes garantam o funcionamento do sistema completo. Como:

• levar o sistema ao ponto de operac¸ ˜ao: ´e necess ´ario operar em modo manual e levar aos poucos (em forma de rampa) o processo at ´e o ponto desejado

• testar a qualidade do controle: realizar o procedimento de acordo com o ´ındice escolhido, como por exemplo aplicar um degrau no set-point, esperar o sistema atingir o ponto, realizar calculo do ´ındice e resetar o set-point para o valor origi-nal. Ao final do teste o resultado determina o envio do evento que indica como esta o sistema de controle.

• identificar e validar o sistema: ´e iniciado com a presenc¸a de um evento indicando a necessidade de um novo modelo (e gerado no sistema de controle ao identi-ficar uma qualidade ruim do controle) e recebe o sinal de excitac¸ ˜ao proveniente do sistema de identificac¸ ˜ao para aplicar no processo. Ao final, envia dados de aquisic¸ ˜ao de volta para sistema de identificac¸ ˜ao para processamento do novo modelo.

• calcular e ajustar o novo controle: determinar quando o novo controle deve ser calculado e realizar a adaptac¸ ˜ao para o novo sistema de controle

• verificar as condic¸ ˜oes do sistema: em todo momento ´e necess ´ario a verificac¸ ˜ao da sa´ıda do sistema, para quando houver grandes perturbac¸ ˜oes ser poss´ıvel tomar atitudes visando manter o sistema operante como gerac¸ ˜ao de alertas e chaveamento de controle.

Sua estrutura segue a ideia de controle por eventos discretos, onde a presenc¸a de algum evento faz o sistema mudar de estado. Com isso ´e poss´ıvel determinar um modelo para estudo de suas caracter´ısticas o qual ser ´a explanada no cap´ıtulo 5.

2.4: Conclus˜

ao

Neste capitulo foi definida uma proposta do projeto com especificac¸ ˜oes de sua estrutura que ´e dividida em 3 partes. Nos pr ´oximos cap´ıtulos ser ˜ao discutidas a es-trutura de cada parte com suas bases te ´oricas e forma escolhida para implementac¸ ˜ao.

(16)

3

Sistema de identifica¸

ao

Em estrat ´egias de controle que usam um modelo expl´ıcito do sistema para obtenc¸ ˜ao da lei de controle, existe uma relac¸ ˜ao direta entre a qualidade do modelo e o desempenho do controle1 O modelo usado pode resultado de algum m ´etodo de

identificac¸ ˜ao, seja matem ´atico, geom ´etrico, ou conhecido atrav ´es de suas leis f´ısicas. Neste projeto ser ´a utilizada a aquisic¸ ˜ao de dados da planta e o c ´alculo do modelo atrav ´es de algum m ´etodo de identificac¸ ˜ao.

Cada algoritmo de identificac¸ ˜ao possui suas restric¸ ˜oes quanto aos dados, por isso sua natureza deve ser conhecida, como a qual modelo sera utilizado para aproximac¸ ˜ao. Possivelmente a maior restric¸ ˜ao neste caso ´e manter o sistema operante, e em seu ponto de operac¸ ˜ao manter a independ ˆencia entre os sinais de entrada e sa´ıda (malha aberta).

3.1: M´

etodos de identifica¸

ao

A identificac¸ ˜ao de par ˆametros ´e o processo de atribuir valores `a par ˆametros desconhecidos de um sistema a partir de medic¸ ˜oes de sua entrada e sa´ıda e de um modelo matem ´atico apropriado. ´E fundamental no projeto de um sistema de controle, pois permite conhecer as caracter´ısticas da din ˆamica do sistema. Alguns m ´etodos ainda s ˜ao capazes de pre-processar os dados medidos e desta maneira filtrar ru´ıdos. O processo de identificac¸ ˜ao esta dividido em tr ˆes etapas: a estrutura, a estimac¸ ˜ao dos par ˆametros e a validac¸ ˜ao do modelo. A estrutura pode ser selecionada atrav ´es de modelos candidatos. Na ind ´ustria os modelos de primeira e segunda ordem s ˜ao os mais usados, destra forma estes ser ˜ao usados neste projeto. Para a estimac¸ ˜ao dos par ˆametros s ˜ao utilizados modelos matem ´aticos para tratar os dados. Com a validac¸ ˜ao ´e poss´ıvel qualificar o modelo estimado, comparando as respostas obtida e

1Contando com um mesmo ajuste que estabilize o sistema (como por exemplo um mesmo ajuste para o

(17)

estimada por meio de ´ındices de qualidade do modelo estimado.

Os m ´etodos matem ´aticos s ˜ao algoritmos que tentam encontrar a melhor aproximac¸ ˜ao matem ´atica para um grupo de dados. Neste projeto dois m ´etodos espec´ıficos ser ˜ao utilizados, o m ´etodo da ´area, que aproxima a din ˆamica por um modelo cont´ınuo de primeira ordem com atraso e o m ´etodo dos m´ınimos quadrados discreto.

3.1.1: Dinˆ

amica de um sistema

A maioria dos sistemas industriais s ˜ao naturalmente cont´ınuos, como n´ıvel em reservat ´orios, concentrac¸ ˜ao de produtos, press ˜oes, etc.. Por ´em o controle digital ´e aplicado de forma discreta, atrav ´es de um sustentados de ordem zero que mant ´em o sinal aplicado at ´e o pr ´oximo per´ıodo de amostragem. Uma possibilidade ´e projetar o controle com um modelo cont´ınuo e discretiz ´a-lo, a outra ´e obter o modelo discreto e desenhar o controle atrav ´es dele, [13]. Neste projeto ser ˜ao utilizadas as duas possibi-lidades.

Um dos m ´etodos de identificac¸ ˜ao aproxima um modelo cont´ınuo, neste caso o controle ´e calculado de forma cont´ınua e ent ˜ao discretizado. Com o outro m ´etodo, o modelo obtido ´e discreto, logo o controle ´e calculado de maneira discreta e aplicado com o sustentador de ordem zero.

Na maior parte do trabalho ser ´a usado um modelo discreto de segunda ordem, que pode ser representado pela func¸ ˜ao de transfer ˆencia entre o sinal de entrada U (z) e o sinal de sa´ıda Y (z): H(z) = Y (z) U (z) = B Az −d (1 + a1z−1+ a2z−2+ ... + amz−m)Y (z) = (b1z−1+ b2z−2+ ... + bmz−m)U (z)z−d

onde d ´e o atraso. Se H(z) ´e um sistema de segunda ordem,ent ˜ao y(k) = −a1y(k − 1) − a2y(k − 2) + b1u(k − d − 1) + b2u(k − d − 2)

Este modelo ser ´a utilizado para representar o processo, desta forma ´e ne-cess ´ario obter os valores dos seguintes par ˆametros: a1, a2, b1, b2 e d. Na sequencia

(18)

Sistema de identifica¸c˜ao 3.1 M´etodos de identifica¸c˜ao

3.1.2: M´

etodo da ´

Area

O m ´etodo da ´area ´e uma forma simples de obter um modelo de sistemas de baixa ordem, com ou sem atraso. A partir da realizac¸ ˜ao de um ensaio de resposta ao degrau no processo real, considerando que o mesmo pode ser modelado por um sistema de primeira ordem com atraso, o que equivale ao modelo apresentado com a2 = b2 = 0. Tem a vantagem de ser robusto a ru´ıdos brancos. O desenvolvimento

do algoritmo ´e apresentado a seguir como visto em [13]

Seja um sistema de primeira ordem com atraso P (s) = Kpe−Ls

1+sT , com os par ˆametros

Kp, L e T , considere um degrau com valor inicial UI e final UF aplicado em malha

aberta em P (s). A sa´ıda muda de YI a YF e pode ser representada como:

y(t) = YI, ∀t < L

y(t) = YI+ Kp(1 − e− t−L

T )4U, 4U = UF − UI, ∀t >= L

O objetivo do m ´etodo ´e calcular Kp, L e T usando as informac¸ ˜oes desta

res-posta. assim em seu regime permanente obt ˆem-se

YF = YI+ Kp4U (3.1)

Logo o ganho Kp do modelo ´e facilmente calculado atrav ´es da equac¸ ˜ao 3.1,

todavia, para que o erro referente ao ru´ıdo n ˜ao afete a estimac¸ ˜ao se usa a m ´edia dos valores de sa´ıda. Assim o ganho ´e:

Kp =

YF − YI

4U (3.2)

onde YF ´e calculado com a m ´edia dos valores finais e YI dos iniciais.

Para os par ˆametros restantes ´e necess ´ario introduzir uma nova ideia, a de sa´ıda incremental a cada instante de tempo δy(t) = YF − y(t)

δy(t) = KpδU, ∀t < L

δy(t) = Kpe− t−L

T 4U

Para isto se computa a ´area abaixo de δy(t) de 0 a τ > L , o que d ´a o nome ao m ´etodo.

(19)

Aτ = τ Z 0 δy(t)dt = Kp4U (L + T − T e− t−L T ) Com τ → ∞ A∞= +∞ Z 0 δy(t)dt = Kp4U (L + T ) = Kp4U Tar (3.3)

Onde Tar ´e o tempo m ´edio de residencia e X = T + L = Tar, calculando agora:

A0 = Tar

Z

0

δy(t)dt = Kp4U (L + T − T e−1) = A∞− Kp4U T e−1 (3.4)

Com os valores do ganho Kp e do ∆U = UF − UI, as equac¸ ˜oes 3.3 e 3.4 ´e

poss´ıvel computar os outros par ˆametros T e L. T = (A∞− A0) e Kp4U (3.5) L = A∞ Kp4U − T (3.6)

Para a implementac¸ ˜ao pr ´atica deste algoritmo procede-se da seguinte forma: • determinar a frequ ˆencia do ru´ıdo e escolher um ∆U que proporcione um bom

fator sinal/ruido.

• aplicar um degrau e armazenar os valores de sa´ıda at ´e o equil´ıbrio. • com as m ´edias YI, YF e a equac¸ ˜ao 3.2 computar YF e Kp.

• calcular Tar com 3.3, A0 com 3.4, T com 3.5 e L com 3.6.

Este m ´etodo representa bem plantas com respostas do tipo ou de baixas or-dens. Para processos de ordem mais alta ´e necess ´ario utilizar outros m ´etodos auxili-ares. Neste trabalho este m ´etodo ser ´a utilizado para a realizac¸ ˜ao de um pr ´e-teste, o qual possibilitar ´a o projeto de um controlador inicial, bastante conservador, mas que garantir ´a levar a planta ao ponto de operac¸ ˜ao e manter-la est ´avel. Para este projeto ser ´a utilizado o atraso estimado L, o ganho Kp e a constante de tempo aproximada.

Para exemplificar identificou-se o sistema P (s) = (s+1)e−s2 atrav ´es do m ´etodo da

´area. O resultado obtido est ´a na figura 3.1, que mostra a resposta ao degrau do pro-cesso Y e a resposta estimada pelo modelo Yn, e o ganho em regime permanente Ke.

O modelo aproximado foi de Pn(s) = 0.99e −1.03s

(20)

Sistema de identifica¸c˜ao 3.1 M´etodos de identifica¸c˜ao

Figura 3.1: Aproxima¸c˜ao pelo m´etodo da ´area

de segunda ordem, o modelo foi bastante representativo, com erro principalmente no per´ıodo transit ´orio.

Segundo [8], o per´ıodo de amostragem deve ser capaz de representar a din ˆamica do sistema. O Ts que ser ´a usado em todo o sistema de controle ´e

calcu-lado a partir do modelo identificado por este m ´etodo, aproximando a velocidade de malha aberta por 4.8τ . Com a especificac¸ ˜ao de velocidade de malha fechada igual a de malha aberta, o Ts ´e escolhido tal que:

Ts =

4.8τ

20 (3.7)

Este valor apresentou bons resultados, nos quais os sistemas amostrados re-presentavam e controlavam os sistemas cont´ınuos, sem exigir demasiado do proces-samento.

3.1.3: M´ınimos Quadrados

O m ´etodo dos m´ınimos quadrados ´e o mais empregado para a estimac¸ ˜ao de par ˆametros em sistemas discretos, como apresentado em [2]. Foi formulado por Karl Friedrich Gauss e segundo seu m ´etodo os par ˆametros desconhecidos de um modelo matem ´atico devem ser de tal forma a minimizar a soma dos quadrados das diferenc¸as entre os valores medidos e calculados multiplicado por um n ´umero que mede o grau de precis ˜ao.

(21)

Considerando o sistema como

Ay(k) = Bu(k) (3.8)

A = 1 + a1∗ z−1+ a2 ∗ z−2+ ... + an∗ z−n (3.9)

B = b1∗ z−1+ b2∗ z−2+ ... + bn∗ z−n (3.10)

A vari ´avel k indica o tempo, n ´e a ordem do sistema, o qual pode ser escrito com a equac¸ ˜ao a diferenc¸as

y(k) + a1y(k − 1) + ... + any(k − n) = b1u(k − 1) + ... + bnu(k − n)

O vetor de par ˆametros desconhecidos de a1, ..., an, b1, ..., bntamb ´em ´e

represen-tado por θ.

θT = (a1 ... anb1 ... bn)

Os estados conhecidos (de sa´ıda em instantes anteriores e das entradas) for-mam o vetor de regress ˜ao ϕ(k − 1).

ϕT(k − 1) = [−y(k − 1) ... − y(k − n) u(k − 1) ... u(k − n)]

A vari ´avel observada y(k) ´e calculada pela equac¸ ˜ao y(k) = ϕ1(k − 1)θ10+ ϕ2(k − 2)θ20+ ... + ϕn(k − 1)θn0 = ϕ

T

(k − 2)θ0 (3.11)

Se este procedimento y(k) = ϕT(k − 1)θ for aplicado por k valores de sa´ıda, ´e

poss´ıvel escrever de forma matricial

h Φ i =        −y(0) . . 0 u(0) . . 0 . . . . . . . .

−y(k − 1) . . −y(k − n) u(k − 1) . . u(k − n)        ∗                   ˆ a1 . . ˆ an ˆ b1 . . ˆ bn                  

O par de observac¸ ˜ao e regress ˜ao (y(k) , ϕ(k)) do modelo de regress ˜ao y(k) = ϕT(k − 1)θ ´e obtido atrav ´es de experimentos. Supondo que as medidas possuem a mesma precis ˜ao, os par ˆametros θ devem ser escolhidos para minimizar a func¸ ˜ao custo.

(22)

Sistema de identifica¸c˜ao 3.1 M´etodos de identifica¸c˜ao V (θ, k) = 1 2 k X i=1 (y(k) − ϕT(k)θ)2 (3.12)

Como y(k) ´e linear em θ0 e a func¸ ˜ao custo ´e quadr ´atica, se pode calcular

anali-ticamente.

3.1.3.1: Modelo de regress˜ao

Se a matriz ΦTΦ ´e n ˜ao-singular (condic¸ ˜ao de excitac¸ ˜ao), existe uma ´unica

soluc¸ ˜ao para os m´ınimos quadrados com os par ˆametros θ que minimizam a func¸ ˜ao custo (3.12), e ´e dada por:

ˆ

θ(k) =ΦT(k)Φ(k)−1

ΦT(k)Y (k) (3.13)

O n ´umero de elementos de θ depende da ordem do sistema ˆy. Para que exista soluc¸ ˜ao, os valores de u(k) devem variar suficientemente para obter um rank completo para a matriz ΦTΦ.

3.1.3.2: Estima¸c˜ao Offline (N˜ao recursivo)

A estimac¸ ˜ao offline utiliza um conjunto de dados obtidos a priori do par de observac¸ ˜ao e regress ˜ao (y(k), ϕ(k)) e calcula os par ˆametros θ com a equac¸ ˜ao 3.13. Os dados devem verificar que det(ΦTΦ) 6=zero de modo que (y(k), u(k)) sejam

linear-mente independentes.

Estando o sistema adequadamente excitado, a estimac¸ ˜ao offline aproxima o sis-tema real, por ´em deve ser feita com todos os dados a priori. Desta forma n ˜ao existe limitac¸ ˜ao quanto ao tempo de processamento do algoritmo. Por ´em n ˜ao se pode alterar a estrat ´egia de controle `a medida que o processo ´e melhor identificado, e necessita de mais mem ´oria para armazenar todos os dados.

3.1.3.3: Estima¸c˜ao Online

Para utilizar estrat ´egias de controle auto-tuning, adaptativos ou preditivos, ´e ne-cess ´ario obter os dados do sistema `a medida que o mesmo ´e controlado. O algoritmo de m´ınimos quadrados foi adaptado para ser utilizado de forma recorrente. A cada instante k as medidas s ˜ao tomadas e o algoritmo calcula os par ˆametros do sistema estimado.

(23)

A partir dos m´ınimos quadrados n ˜ao-recorrentes equac¸ ˜ao 3.13, outros fatores s ˜ao adicionados para evitar um somat ´orio a cada iterac¸ ˜ao, o que acarretaria um grande esforc¸o computacional. O erro ε(k) mede a qualidade do modelo e atualiza as estima-tivas. Se compara as medidas do instante k com as de k + 1, conhecendo ϕ(k + 1) a matriz ´e atualizada.

ˆ

θ(k + 1) = (ΦT(k + 1)Φ(k + 1))−1ΦT(k + 1)Y (k + 1)

ΦT(k + 1)Φ(k + 1) = ΦT(k)Φ(k) + ϕ(k + 1)ϕT(k + 1) (3.14)

Por ´em n ˜ao se deve calcular a matriz inversa a cada k (o que necessita de muito esforc¸o computacional e mem ´oria para armazenamento dos dados). Para isso s ˜ao usadas as equac¸ ˜oes de covari ˆancia P (k) e correlac¸ ˜ao R(k).

P (k) = [φT(k)φ(k)]−1 R(k) = φT(k)Y (k) ˆ φ(k) = P (k)R(k) E se tem P−1(k + 1) = P−1(k) + ϕ(k + 1)ϕT(k + 1) R(k + 1) = R(k) + ϕ(k + 1)y(k + 1)

Onde se deseja obter R(k + 1) a partir de R(k) e P (k + 1). Para tal se aplica a identidade matem ´atica de invers ˜ao de matrizes

(A + BCD)−1 = A−1− A−1B(C−1+ DA−1B)DA−1 A = P−1, B = ϕ(k + 1), C = 1, D = ϕT(k + 1) Logo P (k + 1) = [P−1(k + 1)]−1= [P−1(k − 1) + ϕ(k + 1)ϕT(k + 1)]−1 = = P (k) − P (k)ϕ(k + 1)[1 + ϕT(k + 1)P (k)ϕ(k + 1)]−1ϕT(k + 1)P (k) P (k + 1) = P (k) − P (k)ϕ(k + 1)ϕ T(k + 1)P (k) 1 + ϕT(k + 1)P (k)ϕ(k + 1) (3.15)

E com a equac¸ ˜ao do erro

(24)

Sistema de identifica¸c˜ao 3.1 M´etodos de identifica¸c˜ao

O que resulta em:

R(k + 1) = R(k) + ϕ(k + 1)ε(k + 1) + ϕ(k + 1)ϕT(k + 1)ˆθ(k) (3.16)

Substituindo 3.14 em 3.16 encontra-se o ganho K(k) do estimador. Ent ˜ao s ˜ao atualizados os valores com os dados do sistema nos instantes k-1, . . . , k-n, com n igual a ordem do sistema aproximado.

• vetor de par ˆametros estimados: ˆ

θ(k + 1) = ˆθ(k) + κ(k + 1)ε(k + 1)

• ganho do estimador:

ε(k + 1) = y(k + 1) − ϕT(k + 1)ˆθ(k)

• matriz de covari ˆancia:

P (k + 1) = P (k) − P (k)ϕ(k + 1)ϕ

T(k + 1)P (k)

1 + ϕT(k + 1)P (k)ϕ(k + 1)

• algoritmo a ser implementado ´e dado por: – mede entrada e sa´ıda y(k + 1), φ(k + 1) – atualiza o vetor de medidas

– calcula o erro de previs ˜ao ε(k + 1) – calcula o ganho do estimador κ(k + 1) – calcula o vetor de par ˆametros estimados ˆθ – calcula a matriz de covari ˆancia P (k + 1)

(observe que para sistemas de segunda ordem a matriz P ´e 4 × 4)

Ap ´os o ensaio de identificac¸ ˜ao os dados de entrada e sa´ıda recebidos s ˜ao divididos em duas partes, com a primeira parte ´e realizada a estimac¸ ˜ao do processo e com a segunda parte ´e feita a validac¸ ˜ao para verificar a qualidade do modelo obtido.

3.1.3.4: Sinal de excita¸c˜ao

Para a identificac¸ ˜ao do sistema ´e necess ´ario fornecer uma entrada u(k) com excitac¸ ˜ao permanente. A escolha do sinal de identificac¸ ˜ao deve atender algumas ca-racter´ısticas, como a de manter o sistema excitado nas frequ ˆencias de interesse sem

(25)

afast ´a-lo de seu ponto de operac¸ ˜ao.

O sinal escolhido foi o PRBS (Pseudorrand ˆomico binary signal), um dos mais utilizados para tal e seu c ´odigo fonte foi criado em 1996 por Babu Joseph na Washing-ton University em St. Louis, EUA. Possui dois n´ıveis (+/ − A) gerados atrav ´es de ´algebra booleana a partir da equac¸ ˜ao diferencial 3.17 (que pode ser vista em [12] e implementada de forma simples em MATLAB). A variac¸ ˜ao dos valores do sinal ´e pr ´e-determinada e acontece periodicamente, em func¸ ˜ao de um per´ıodo de clock que deve ser calculado. Logo, o sinal ´e peri ´odico, determin´ıstico e pode ser calculado atrav ´es da equac¸ ˜ao a diferenc¸as:

u(k) = rem(A(q)u(k), 2) = rem(a1u(k − 1) + ... + anu(k − n), 2) (3.17)

onde rem(x, 2) ´e o resto da divis ˜ao de x por 2. O valor do clock depende dos valores de Ts e da frequ ˆencia m ´axima wmax. Os registros de deslocamento k dependem do

valor de clock e da frequ ˆencia m´ınima wmin. Os coeficientes a1, ..., anprovem de uma

tabela (Tabela de coeficientes para m ´axima sequ ˆencia, [12]) que ir ´a determinar quais elementos devem ser somados.

O sinal PRBS possui al ´em da excitac¸ ˜ao permanente, correlac¸ ˜ao similar a do ru´ıdo branco a qual n ˜ao altera o valor m ´edio da sa´ıda. Por isto ser ´a usado neste pro-jeto aplicado de forma sobreposta a refer ˆencia, o que n ˜ao deve tirar o sistema do seu ponto de operac¸ ˜ao.

´

E necess ´ario um pr ´e conhecimento do processo para eleger os valores de wmin,

wmax (frequ ˆencias m´ınima e m ´axima), Ts(per´ıodo de amostragem) e A (amplitude). O

per´ıodo de amostragem T s deve seguir a equac¸ ˜ao 3.7, pois altos Ts podem reduzir

a efici ˆencia do controle e muito baixos s ˜ao menos robustos a ru´ıdos. Como todo o sistema ´e amostrado, o sinal de identificac¸ ˜ao ter ´a o mesmo T s. A amplitude do sinal A fica a crit ´erio do operador, com base na amplitude dos ru´ıdos. Ap ´os ensaios optou-se por uma amplitude de 10% do sinal de controle.

As frequ ˆencias wmin e wmax devem incluir as de interesse ao processo, assim o

sinal excitar ´a o sistema adequadamente. Para encontr ´a-las aplica-se a transformada de Fourrier, sobre o sinal de sa´ıda do pr ´e-teste. Permite visualizar as componentes fre-quenciais com ganho significativo. Neste projeto determinou-se wmaxcom o c ´alculo da

frequ ˆencia onde a amplitude do sinal x(w) ´e igual a 5% da amplitude m ´axima xmax(w).

Por exemplo, com o sistema P (s) = e−s

(s+1)2 se obt ´em na transformada r ´apida

de Fourier a distribuic¸ ˜ao energ ´etica entre as componentes frequenciais na figura 3.2. A frequ ˆencia m´ınima wmin ´e facilmente vista, 0.63 rad/s e corresponde a maior

(26)

am-Sistema de identifica¸c˜ao 3.1 M´etodos de identifica¸c˜ao

plitude de x(w), xmax(w) = 0.21. A frequ ˆencia m ´axima com amplitude x(w) ∼= 0.01

´e aproximadamente wmax = 9.4 rad/s. O per´ıodo de amostragem calculado Ts de

0.122 segundos, o que resulta em uma frequ ˆencia de amostragem de 8.2 rad/s, ponto vermelho na figura. A frequ ˆencia de Ts deve ser pr ´oxima a wmax, garantindo que as

principais componentes frequenciais do sistema cont´ınuo ser ˜ao representadas pelo sistema discretizado.

Figura 3.2: Componentes frequenciais do processo

A figura 3.3 mostra o sinal PRBS gerado em func¸ ˜ao do tempo, e assim ser ´a aplicado ao sistema durante a aquisic¸ ˜ao de dados.

3.1.4: Valida¸

ao do modelo

Uma din ˆamica de segunda ordem com atraso aproxima satisfatoriamente mui-tos sistemas de ordens superiores. Para que o modelo seja representativo ´e preciso valid ´a-lo. A validac¸ ˜ao qualifica a aproximac¸ ˜ao e ´e poss´ıvel realiz ´a-la de forma gr ´afica ou com aux´ılio de ´ındices de desempenho. O que ser ´a empregado ´e:

F IT = 100 ∗  1 − ky − ˆyk ky − mean(y)k  (3.18)

FIT varia de 0 a 100 %, com 100% se tem um modelo perfeito. Modelos com FIT a partir de 85% se mostraram representativos. Os controladores sintonizados a

(27)

Figura 3.3: Sinal PRBS no tempo

partir deles conseguiram manter o compromisso de desempenho × robustez. Para a maioria dos modelos, utilizando o sinal de excitac¸ ˜ao apropriado foi poss´ıvel obter um valor pr ´oximo a 90%.

Ser ´a considerado ´otimo um modelo com FIT> 95%, bom com 95 >FIT> 90% e regular com 90 >FIT> 85%. Valores inferiores a 85% ser ˜ao considerados insatis-fat ´orios.

Para a validac¸ ˜ao s ˜ao usados dados do teste de identificac¸ ˜ao com sinal de excitac¸ ˜ao PRBS. Metade dos dados ´e usada para o c ´alculo do modelo e a outra me-tade para valid ´a-lo.

3.1.5: Identifica¸

ao de sistemas com atraso

A identificac¸ ˜ao de sistemas por m´ınimos quadrados n ˜ao prev ˆe atrasos. Por ´em o algoritmo pode ser facilmente adequado para tal. Um enfoque simples (como em [13]) consta de em um primeiro momento estimar o atraso, definindo um vetor de identificac¸ ˜ao de extens ˜ao grande suficiente para capturar a din ˆamica completa. Ap ´os a leitura de uma variac¸ ˜ao na entrada, esta ser ´a percebida na sa´ıda bkap ´os d.

bk = 0; k = 0, 1, . . . , n0 ⇒ d = n0+ 1

Para um sistema com ru´ıdos a sa´ıda b0 sempre ser ´a diferente de zero. Assim a

mudanc¸a na sa´ıda deve exceder o valor estimado da amplitude do ru´ıdo. bk= 0 + Ar; k = 0, 1, . . . , n0 ⇒ d = n0+ 1

(28)

Sistema de identifica¸c˜ao 3.2 Conclus˜ao

Ap ´os estimar-se o par ˆametro d se identifica os demais a1, . . . , an, b1, . . . , bn,

con-siderando a din ˆamica do sistema sem o atraso, como em 3.1.3.3. A estrutura do modelo com atraso ´e:

y(k) = −a1y(k − 1) − ... − any(k − n) + b1u(k − d − 1) + ... + bnu(k − d − n)

Este m ´etodo ser ´a utilizado em conjunto com o m ´etodo da ´area para estimar o atraso inicial. Para diminuir erros de modelagem ser ´a proposto o uso da m ´edia entre os dois valores de atraso obtidos: o La que ´e o atraso identificado atrav ´es do m ´etodo

da ´area, na equac¸ ˜ao 3.6; e o atraso d calculado com a equac¸ ˜ao 3.1.5 acima.

Para que os dois m ´etodos possam ser combinados ´e preciso utilizar ambos com a mesma caracter´ıstica temporal. O atraso obtido com o m ´etodo da ´area ´e discretizado da forma da = LTas, e Ts calculado segundo 3.7 O atraso de partida ser ´a a m ´edia dos

dois valores dm (aproximada para o inteiro maior que zero mais pr ´oximo) e a diferenc¸a

entre eles ser ´a usada como uma incerteza na modelagem do atraso ∆L. O atraso modelado ser ´a representado por:

dn = dm+ / − ∆L (3.19)

A incerteza ∆L ´e usada no ajuste do primeiro controle e durante a validac¸ ˜ao do modelo, onde se considera todos os valores poss´ıveis de dn, formando um vetor

de poss´ıveis atrasos com dmin e dmax. O uso da m ´edia dos dois m ´etodos apresentou

menores erros de modelagem se comparados com cada uma em separado.

A validac¸ ˜ao auxiliar ´a n ˜ao apenas para avaliar a qualidade do modelo, mas tamb ´em para ajustar a estimativa do atraso. Ser ˜ao realizados procedimentos de validac¸ ˜ao com todos os valores de dn, como na equac¸ ˜ao 3.1.5, e, a partir o melhor

FIT ´e escolhido o novo atraso.

3.2: Conclus˜

ao

Neste cap´ıtulo foram selecionados e explanados os m ´etodos de identificac¸ ˜ao que ser ˜ao usados no sistema de identificac¸ ˜ao, bem como suas caracter´ısticas b ´asicas e formas de implementac¸ ˜ao.

Assim, na sequencia ser ´a definido o sistema de controle e suas caracter´ısticas como o segundo m ´odulo presente neste projeto.

(29)

Os controladores cl ´assicos como PI e PID s ˜ao largamente utilizados na ind ´ustria pois s ˜ao capazes de controlar satisfatoriamente a maioria dos processos. Todavia existem processos em que o atraso de transporte deve ser considerado, pois ´e alto em relac¸ ˜ao a sua constante de tempo, chamados de dead-time dominante.

Utilizando um controlador com estrutura tipo PI ou PID o atraso normalmente ´e n ˜ao modelado separadamente, e o controle ´e calculado com base no decr ´essimo de fase que causa. Ao utilizar ganhos altos ´e poss´ıvel que a margem de fase fique negativa. Por isso a sintonia de m ´etodos tradicionais costuma apresentar baixo ganho e tempo integral alto, o que resulta em uma resposta lenta e com baixa capacidade de rejeitar perturbac¸ ˜oes.

Para exemplificar o problema de controle de uma planta com atraso, ser ´a utili-zado o processo P (s) = (s+1)e−s2, ou seja, com um atraso de um segundo. Dois

contro-ladores do tipo PID ser ˜ao usados, o PID 1 tem como objetivo manter a velocidade de malha aberta enquanto o PID 2 n ˜ao permite sobre sinais e oscilac¸ ˜oes.

(30)

Sistema de controle 4.1 Preditor de Smith

Na figura 4 se observa as tr ˆes respostas. A azul ´e a resposta da planta em malha aberta, a preta o sistema em malha fechada o controle PID 1 atinge um pico de 40 % e fica bastante oscilat ´oria. J ´a a resposta em vermelho corresponde ao sistema controlado por PID 2, e possui uma resposta tr ˆes vezes mais lenta que a de malha aberta.

A estrutura de PID usada foi a ISA, ou acad ˆemica, que ser ´a vista ainda neste cap´ıtulo, na sec¸ ˜ao 4.3. Os par ˆametros ajustados foram:

PID 1: Kc= 0.5; Ti = 1.17; Td= 0.35; Tf = 20;

PID 2: Kc= 0.01; Ti = 12.5; Td= 0.02; Tf = 40;

Este exemplo serve para ilustrar as dificuldades do ajuste do controle PID para sistemas com atraso e pode ser aprofundado em [13]. Para melhorar o desempenho de malha fechada podem ser usados compensadores de tempo derivados do preditor de Smith.

4.1: Preditor de Smith

Smith [13] desenvolveu um m ´etodo com o qual ´e poss´ıvel controlar um sistema com atraso de transporte sem que o atraso afete o c ´alculo dos p ´olos de malha fechada no caso nominal. O preditor de Smith utiliza um modelo explicito do processo, para isto a planta ´e modelada em duas partes, sua din ˆamica - aproximada na ordem desejada, e seu atraso.

Pn(z) = Gn(z)z−dn

Figura 4.2: Esquema do preditor de Smith

O lac¸o de controle ´e realimentado pela sa´ıda predita atrav ´es do modelo do sis-tema sem o atraso (Gn(z)). Para diminuir os efeitos dos erros de modelagem, h ´a uma

(31)

realimentac¸ ˜ao da diferenc¸a da sa´ıda real do sistema com o modelo completo (Pn(z)).

Isto ´e necess ´ario tamb ´em para rejeitar perturbac¸ ˜oes na planta.

O controle prim ´ario C(z) deve ser sintonizado para estabilizar Gn(z)e garantir

as especificac¸ ˜oes. Normalmente utiliza-se um PI ou PID. A figura 4.2 mostra a estru-tura do Preditor, que ´e o conjunto do controle prim ´ario C(z), o modelo do processo Gn(z)e do atraso dn. J ´a a figura 4.3 mostra o controle equivalente, que inclui o todos

os m ´odulos do preditor de Smith.

Figura 4.3: Controle equivalente PS

A partir das figuras 4.2, 4.3 se tem as func¸ ˜oes transfer ˆencia de malha fechada para a resposta a refer ˆencia Hr(z)e a perturbac¸ ˜ao Hq(z):

Hr(z) = Y (z) R(z) = P (z) 1 + C(z)P (z) + C(z)Gn(z) − C(z)Gn(z)z−dn (4.1) Hq(z) = Y (z) Q(z) = C(z)P (z) 1 + C(z)P (z) + C(z)Gn(z) − C(z)Gn(z)z−dn (4.2)

Considerando que o modelo obtido representa perfeitamente a planta, ou seja, que ´e o modelo nominal, ent ˜ao

Hr(z) = Y (z) R(z) = C(z)Pn(z) 1 + C(z)Gn(z) (4.3) Hq(z) = Y (z) Q(z) = Pn  − C(z)Pn(z) 1 + C(z)Gn(z)  (4.4)

Se observa que o atraso foi eliminado da eq caracter´ıstica e que no caso ideal pode-se acelerar a resposta a referencia arbitrariamente.

4.1.1: Exemplo de aplica¸

ao do PS

A planta usada no exemplo anterior P (s) = e−s

(s+1)2 ser ´a empregada para

(32)

Sistema de controle 4.1 Preditor de Smith

mostra-se a resposta da planta em malha aberta (que logicamente n ˜ao rejeita perturbac¸ ˜oes) e a mesma controlada com uma estrutura PID simples, calculada no exemplo anterior.

Figura 4.4: Compara¸c˜ao de controle PID e PS para um sistema com atraso

Para exemplificar a efic ´acia do controle com compensador de atraso aplicou-se um degrau de refer ˆencia no instante zero e uma perturbac¸ ˜ao constante do tipo degrau, com amplitude igual a 10% o valor da refer ˆencia em 40 segundos. A resposta em azul ´e a de malha aberta e n ˜ao rejeita a perturbac¸ ˜ao. A resposta em preto, sintonizada com o controle em malha fechada PID 1, com os par ˆametros PID 1: Kc = 0.5; Ti = 1.17;

Td= 0.35; Tf = 20; e estrutura 4.15,obteve a mesma resposta oscilat ´oria para rejeic¸ ˜ao

da perturbac¸ ˜ao. A resposta em vermelho ´e a do preditor de Smith, o qual utiliza os mesmos par ˆametros de controle do PID 1 por ´em com compensac¸ ˜ao do atraso. Tanto a resposta ao degrau aplicado no instante zero, quanto a rejeic¸ ˜ao a perturbac¸ ˜ao s ˜ao melhores que utilizando apenas o controle PID. O preditor de Smith foi sintonizado com o modelo nominal e a seguir ser ´a discutido acerca de erros de modelagem e limitac¸ ˜oes quanto a estabilidade interna desta estrutura.

(33)

4.1.2: Robustez do Preditor de Smith

Para analisar a robustez do controlador se seguir ´a o desenvolvimento te ´orico de [13], onde se considera que a planta pode ser representada por uma fam´ılia de modelos, tais que:

P (z) = Pn(z)[1 + δP (z)] = Pn(z) + ∆P (z) (4.5)

e

|δP (z)| 6 δP (w) z = ejw e w < π Ts

A equac¸ ˜ao caracter´ıstica ´e dada por:

1 + C(z)[Gn(z) + P (z) − Pn] = 1 + C(z)[Gn+ ∆P (z)] (4.6)

Se o controlador C(z) estabiliza Gn(z), a condic¸ ˜ao de robustez em malha

fe-chada ´e que para todas as frequ ˆencias, todas as plantas da fam´ılia de modelos man-tenham a dist ˆancia entre C(ejw)G

n(ejw)e o ponto -1 no diagrama de nyquist seja maior

que |C(ejw)∆P (ejw)|. O que resulta:

δP (w) < dP (w) = |1 + C(z)Gn(z)| |C(z)Gn(z)|

; z = ejw e 0 6 w < π Ts

(4.7)

A func¸ ˜ao dP (w) ´e o limite superior que garante estabilidade para erros de mo-delagem. Uma vez que o controle C(z) ´e sintonizado, dP (w) ´e fixado. Logo, quando se deseja uma alta performance, a robustez ser ´a baixa, com baixos valores de dP (w) em altas frequ ˆencias. Se o controle C(z) n ˜ao for bem escolhido, pequenos erros de modelagem podem instabilizar o sistema de malha fechada.

Para exemplificar o resultado de erros de modelagem na resposta do sistema controlado por PS ´e usada a planta P (s) = e−s

(s+1)2. ´E sintonizada com um PID ideal,

com par ˆametros PID 1: Kc = 0.5; Ti = 1.17; Td = 0.35; Tf = 20; e estrutura ideal, que

segue a equac¸ ˜ao 4.15.

Na figura 4.5 um degrau de amplitude um ´e aplicado em zero segundos e uma perturbac¸ ˜ao em 70. A resposta na cor azul se refere ao modelo nominal, sem erros de modelagem. Na verde foi introduzido um erro de 20% a mais no ganho da planta e a resposta teve um pico maior e com oscilac¸ ˜oes. Na vermelha o erro introduzido foi no atraso L, tamb ´em para mais, resultando em um atraso de 1.2 segundos. A resposta tamb ´em apresentou um pico maior que a do modelo nominal. Na resposta azul claro foram combinados os dois erros, o que resultou em um comportamento bastante os-cilat ´orio e pico de quase 40%.

(34)

Sistema de controle 4.1 Preditor de Smith

Figura 4.5: Erro de modelagem no preditor de Smith

O preditor de Smith possui um grau de liberdade que confere robustez para er-ros de modelagem, o que pode n ˜ao garantir o compromisso performance × robustez, por ´em possui uma limitac¸ ˜ao maior com plantas inst ´aveis ou integradoras. Analisando a func¸ ˜ao transfer ˆencia da resposta a perturbac¸ ˜ao, equac¸ ˜ao 4.2 se observa que os p ´olos de P (s) n ˜ao podem ser eliminados. Logo, n ˜ao ´e poss´ıvel utilizar este compen-sador para plantas inst ´aveis por n ˜ao confere estabilidade interna. A n ˜ao eliminac¸ ˜ao dos p ´olos na resposta a perturbac¸ ˜ao tamb ´em implica na impossibilidade de acelerar a rejeic¸ ˜ao mais que a velocidade de malha aberta, o que se torna um problema com din ˆamicas lentas.

Na figura 4.6 s ˜ao apresentadas tr ˆes plantas, com P1(s) = e −s

(s−1)∗(s+1) inst ´avel,

P2(s) = e −s

(50∗s+1)2 de din ˆamica lenta em malha aberta e P3(s) = e−s

s∗(s+1) integradora. ´E

aplicado um degrau de refer ˆencia no instante de tempo zero e uma perturbac¸ ˜ao de amplitude 0.1 no instante de tempo de 4 segundos para P1(s)e P3(s), e em 50

segun-dos para P2(s). A planta inst ´avel instabiliza ap ´os a perturbac¸ ˜ao; a din ˆamica mais lenta

foi bastante acelerada em malha fechada com um tempo de acomodac¸ ˜ao de aproxima-damente 20 segundos, por ´em leva quase 200 segundos para rejeitar completamente a perturbac¸ ˜ao, e a integradora estabiliza em um ponto diferente `a refer ˆencia.

(35)

Figura 4.6: Exemplos de limita¸c˜oes do preditor de Smith

O preditor de Smith apresentado anteriormente ´e usado para melhorar a res-posta de controle em sistemas com atrasos significantes. ´E f ´acil e simples de sintoni-zar, logo ´e muito conhecido e amplamente utilizado. Todavia possui limitac¸ ˜oes de es-tabilidade interna com plantas integradoras e inst ´aveis. Existem muitas modificac¸ ˜oes da estrutura original para contorn ´a-las, uma delas, o Preditor de Smith filtrado, [13], [14], ser ´a adotada neste projeto, por sua simplicidade e poque permite uma soluc¸ ˜ao unificada do problema.

4.2: Preditor de Smith Filtrado

O preditor de Smith filtrado [14] tem um bom desempenho para diferentes ca-racter´ısticas de processos (est ´aveis, integradores e inst ´aveis), adicionando dois filtros na estrutura original, F (z) e Fr(z)vistos na figura 4.7.

(36)

Sistema de controle 4.2 Preditor de Smith Filtrado

Figura 4.7: Esquema do Preditor de Smith filtrado

Fr(z): filtro para melhorar as propriedades do preditor quanto a robustez e

es-tabilidade interna.

Este filtro confere estabilidade interna cancelando as ra´ızes indesej ´aveis do pro-cesso e quando implementado em tempo discreto possui uma soluc¸ ˜ao melhor e mais simples para cancelar as ra´ızes inst ´aveis, pois permite calcular a compensac¸ ˜ao do atraso de forma exata1. A estrutura pode ser um pouco modificada para facilitar estes

c ´alculos, como mostra a Figura 4.8. Onde o modelo discreto Gn(z) ´e calculado com

um sustentador de ordem zero e S(z) = Gn(z) − Pn(z)Fr(z).

Figura 4.8: Esquema do Preditor de Smith filtrado discreto simplificado

A an ´alise do sistema ser ´a desenvolvida com a estrutura 4.7, enquanto os c ´alculos de sintonia no modelo simplificado 4.8.

Supondo o modelo nominal, com aux´ılio da figura 4.8, as func¸ ˜oes que

(37)

nam a sa´ıda Y (z) com a refer ˆencia r(z) e a perturbac¸ ˜ao q(z) s ˜ao: Hr(z) = Y (z) R(z) = F (z)C(z)Pn(z) 1 + C(z)Gn(z) (4.8) Hq(z) = Y (z) Q(z) = Pn(z)[1 − C(z)Pn(z)Fr(z) 1 + C(z)Gn(z) ] (4.9)

A robustez a erros de modelagem ser ´a realizada da mesma maneira que em 4.1.2 para o preditor de Smith.

4.2.1: Robustez

A estrutura modificada possui um grau a mais de liberdade para conferir robus-tez ao sistema, [7], [13]. O limite superior da norma, que garante estabilidade para erros de modelagem depender ´a al ´em da sintonia de C(z), a de Fr(z). Neste caso

dP (w) ´e: δP (w) < dP (w) = |1 + C(z)Gn(z)| |C(z)Gn(z)Fr(z)| ; z = ejw e 0 6 w < π Ts (4.10)

e pode ser reescrita em func¸ ˜ao de Fr(z)

|Fr(z)| < dP (w) = |1 + C(z)Gn(z)| |C(z)Gn(z)dP (w)δP (w)| ; z = ejw e 0 6 w < π Ts (4.11)

A sintonia do filtro Fr(z) deve considerar dP (w), pois ´e uma ferramenta para

aumentar a robustez do sistema quanto a erros de modelagem, pois se bem escolhido atenua as frequ ˆencias onde o erro ´e maior. A sintonia de Fr(z) deve atender outros

fatores, afim de estabilizar internamente plantas inst ´aveis, o que ser ´a visto a seguir.

4.2.2: Sintonia do Preditor de Smith filtrado

O filtro Fr(z) ´e a principal ferramenta para rejeitar perturbac¸ ˜oes e alcanc¸ar a

estabilidade interna em sistemas inst ´aveis ou integrativos, pois pode ser ajustado de forma a desacoplar a resposta a perturbac¸ ˜ao da resposta a sinais de refer ˆencia. Serve ainda para aumentar a robustez de variac¸ ˜oes no modelo e erros de modelagem. A sin-tonia do preditor de Smith filtrado tem como elemento principal a sinsin-tonia do filtro Fr(z)

[13], [7]. O ajuste do controlador C(z) e o filtro de referencia devem seguir os m ´etodos explicados em 4.3.

(38)

Sistema de controle 4.3 Controle prim´ario e filtro de referˆencia

escrito separando numerador e denominador na equac¸ ˜ao 4.12, no qual os p ´olos inde-sej ´aveis D+

n(z), que podem ser representados como D+n(z) = (z − z1)...(z − zn).

Pn= Nn(z) D+ n(z) ∗ D−n(z) z−dn (4.12) ´

E feito o mesmo com o filtro do preditor Fr(z) = NDrr(z)(z). O filtro deve ter ganho

unit ´ario para n ˜ao influenciar o sistema em regime permanente. Para encontrar Nr(z)

se reescreve a realimentac¸ ˜ao da figura 4.7 para sintonizar Fr(z):

1 − z−dnF r(z) = Dr(z) − z−dnNr(z) Dr(z) = (z − zo)(z − z1)...(z − zn)p(z) Dr(z)zdn (4.13)

onde zo= 1 e p(z) ´e um polin ˆomio desconhecido.

A func¸ ˜ao transfer ˆencia de S(z) ´e: S(z) = Nn(z) Dn(z)− p(z(z − z0)) Dr(z) (4.14) Note que:

1. Dr(z)deve ser escolhido a priori e tem ligac¸ ˜ao com a robustez do sistema;

2. as ra´ızes de Nr(z)devem ser calculadas afim de garantir a identidade polinomial

4.13;

3. S(z) ´e est ´avel e dado pela equac¸ ˜ao 4.14;

4. o termo (z − zo) = (z − 1)para garantir que Fr(1) = 1.

4.3: Controle prim´

ario e filtro de referˆ

encia

O bloco de controle C(z), chamado de controle prim ´ario, que aparece no pre-ditor de Smith ´e projetado para controlar a planta G(z) sem considerar o atraso. ´E o grande respons ´avel pela din ˆamica final quando tem-se uma boa predic¸ ˜ao.

Neste projeto ser ´a utilizado o m ´etodo de ajuste de PI robusto [13] para o c ´alculo do controle inicial, pois ´e uma sintonia robusta, o que n ˜ao deve instabilizar o sistema ainda que o modelo obtido n ˜ao esteja ideal. Este ajuste ´e robusto pois considera uma poss´ıvel variac¸ ˜ao do atraso L e de um erro de modelagem.

Para tal ´e usado o modelo cont´ınuo obtido atrav ´es do m ´etodo da ´area, e os c ´alculos dependem da incerteza do atraso ∆L, constante de tempo τ e ganho K. Este m ´etodo de sintonia possui dois graus de liberdade e prev ˆe o ajuste de um filtro

(39)

Modelo C(z) F (z) Kc Ti KpeLs 1sτ Kc(1+Tis) Tis 1+T0s 1+T1s τ KpT0 τ

Tabela 4.1: Ajuste de controle robusto

de refer ˆencia F (z). Atrav ´es da an ´alise de robustez de [13] com um T0 = 1.7∆L e

T1 ∈ [τ, T0]o controle ser ´a robusto, [13].

Para os controles posteriores, nos quais o m ´etodo de identificac¸ ˜ao usado ´e de m´ınimos quadrados discreto, a sintonia ´e baseada na escolha da margem de fase desejada. ´E realizada atrav ´es da func¸ ˜ao pidtune, [15], que possui compromisso entre desempenho e robustez, rejeita perturbac¸ ˜oes constantes , apresenta seguimento a refer ˆencia e promove estabilidade interna. A margem de fase escolhida ´e de 60°, e a partir da din ˆamica da planta o algoritmo escolhe a largura de banda de malha fechada que mantenha tal margem de fase. Ap ´os isto calcula os par ˆametros de controle. C(z) = pidtune(sys, type)2

O controlador PID gerado ter ´a a mesma natureza temporal que o modelo utili-zado, neste caso onde o modelo ´e discreto de segunda ordem, o controle gerado ser ´a um PID discreto. A estrutura do PID ´e a acad ˆemica, mostrada na equac¸ ˜ao 4.15:

C(z) = Kc 1 + TiTs 1 z − 1+ Td Tf 1 + TfTsz−11 ! (4.15)

O filtro de refer ˆencia F (z) ´e desenhado para cancelar os zeros indesej ´aveis do controlador e diminuir o pico na resposta. Zeros de fase n ˜ao m´ınima devem ser man-tidos e o filtro deve ter ganho unit ´ario, F (1) = 1, para n ˜ao interferir no comportamento em regime permanente.

Considerando que C(z) = Nc(z)

Dc(z), e Nc(z) = (z − z1)(z − z2) o filtro de refer ˆencia

ter ´a um par ˆametro para reposicionar os zeros. Neste projeto, foi utilizado α = 0.9, fazendo com que:

F (z) = (z − αz1)(z − αz2) Nc(z)

(4.16)

2E uma fun¸´ ao do MATLAB, na qual sys ´e o modelo a ser controlado e type permite escolher a estrutura do controlador (PI, PID)

(40)

Sistema de controle 4.4 ´Indice de qualidade da malha fechada

4.4: ´Indice de qualidade da malha fechada

Para quantificar a qualidade de um sistema de controle em malha fechada, e desta forma garantir o desempenho esperado, ´e necess ´ario utilizar ´ındices capazes de avali ´a-las. Com a deteriorac¸ ˜ao dos equipamentos a qualidade pode sofrer alterac¸ ˜oes, e o ´ındice pode indicar tamb ´em a necessidade de manutenc¸ ˜ao.

No presente projeto o ´ındice de qualidade indicar ´a a necessidade de uma nova identificac¸ ˜ao e modelagem do sistema. O ´ındice escolhido ´e baseado no erro atrav ´es do tempo (r − Y ) quando ocorre uma mudanc¸a de refer ˆencia. No caso o utilizado ser ´a o IAE - integrated absolute error, proposto por [11] com aplicac¸ ˜oes encontradas tamb ´em em [17].

IAE = Z ∞

0

|e(t)|dt (4.17)

Como par ˆametro de avaliac¸ ˜ao deve-se calcular o ´ındice ´otimo IAEo, o qual

deve seguir a especificac¸ ˜ao proposta. Neste trabalho busca-se uma velocidade de malha fechada pr ´oxima a de malha aberta. O ´ındice ser ´a calculado da forma indicada abaixo,[16].

IAEo = Ae(L + Tmf) (4.18)

onde Ae ´e a amplitude da mudanc¸a de refer ˆencia, L ´e o atraso e Tmf o tempo de

acomodac¸ ˜ao de malha fechada, que para este trabalho considerou-se Tmf = Tma.

A raz ˜ao dos dois par ˆametros Q = IAEo

IAE deve ser pr ´oxima a 1 e ser ´a utilizada

para quantificar a qualidade do controle. Resultados acima deste valor indicam um comportamento melhor que o especificado por IAEo e abaixo o comportamento pior.

A modo de exemplo foram calculados tr ˆes PIDs diferentes para a planta P (s) =

e−s

(s+1)2 . O resultado pode ser visto abaixo na figura 4.9.

Com a especificac¸ ˜ao de velocidade de malha fechada igual a de malha aberta, obteve-se um IAEo= 3.005. Assim a raz ˜ao de cada um dos ´ındices fica:

• QP ID1 = 0.37

• QP ID2 = 0.55

• QP ID3 = 0.88

Os ´ındices transparecem a qualidade da resposta do sistema, estando o PID 3 pr ´oximo da velocidade de malha aberta sem oscilac¸ ˜oes ou picos, o PID 2 ´e r ´apido

(41)

Figura 4.9: Teste de qualidade

por ´em bastante oscilat ´orio com sobre sinal, e o PID 1 com um desempenho baixo.

4.5: Conclus˜

ao

Neste cap´ıtulo foram analisadas as caracter´ısticas b ´asicas da estrutura de con-trole selecionada, o preditor de Smith filtrado, como: formas de sintonia, robustez, forma de implementac¸ ˜ao, vantagens e desvantagens. Tamb ´em foi explicado a forma como o sistema de controle realizar ´a a verificac¸ ˜ao da qualidade do ajuste, com a utilizac¸ ˜ao do ´ındice IAE.

Como pr ´oximo passo, ser ´a analisado o ´ultimo m ´odulo do projeto que tem papel principal para coordenac¸ ˜ao do sistema e seu correto funcionamento de forma a se obter a caracter´ıstica de auto-tunning, objetivo principal deste projeto.

(42)

5

Sistema supervis´

orio

Como j ´a comentado o controle supervis ´orio ´e respons ´avel pela coordenac¸ ˜ao das operac¸ ˜oes realizadas pelos m ´odulos de controle e identificac¸ ˜ao. Neste cap´ıtulo esta coordenac¸ ˜ao ´e analisada e ilustrada com alguns exemplos e simulac¸ ˜oes.

5.1: Modelo do sistema supervis´

orio

Para especificar o sistema supervis ´orio os diferentes eventos necess ´arios para seu funcionamento devem ser definidos e analisados. O sequenciamento ´e mostrado na figura 5.1. Inicialmente o processo ´e levado de forma manual para pr ´oximo do ponto de operac¸ ˜ao. Nesta condic¸ ˜ao ´e aplicado um pequeno degrau, ainda em malha aberta, o qual levar ´a o sistema enfim ao ponto de operac¸ ˜ao. Com os dados de entrada e sa´ıda ´e estimado e validado o primeiro modelo do sistema, atrav ´es do m ´etodo da ´area. O modelo calculado ser ´a de primeira ordem, como especificado na sec¸ ˜ao 3.1.2. Com os mesmos dados tamb ´em s ˜ao calculadas as frequ ˆencias minimas e m ´aximas como descrito na sec¸ ˜ao 3.1.3.4, o per´ıodo de amostragem Ts atrav ´es da

equac¸ ˜ao 3.7, o atraso estimado discretizado dn e os dmin e dmax, a partir do ∆L, como

indicado na sec¸ ˜ao 3.1.5. Com o modelo do processo ´e sintonizado o PSF, da maneira descrita nas sec¸ ˜oes 4.3 e 4.2.2. Terminados os c ´alculos o supervis ´orio muda para a estrutura do PSF, utilizando o m ´etodo de comutac¸ ˜ao entre os dois sinais descrito em 5.2 para evitar mudanc¸as bruscas no controle, o bumpless, e resulta no sistema em malha fechada. Nesta condic¸ ˜ao ser ´a aproveitada cada mudanc¸a de set-point para realizar o teste de qualidade. Se a qualidade Q estiver dentro dos valores estabele-cidos na sec¸ ˜ao 4.4 o sistema continuar ´a em malha fechada, aguardando uma nova mudanc¸a da refer ˆencia para outro teste da qualidade.

Caso a qualidade esteja fora destes valores a planta deve ser re-identificada. Para isto o supervis ´orio colocar ´a o sistema no controle por bandas, o qual mant ´em a malha aberta enquanto a sa´ıda respeitar o intervalo de valores especificados. O

(43)

inter-Figura 5.1: Modelo do supervis´orio

valo fica a crit ´erio do operador e deve incluir a amplitude do sinal de excitac¸ ˜ao PRBS e do ru´ıdo. Neste trabalho a banda foi escolhida de 20% para mais e para menos. O sistema supervis ´orio aplica o sinal de excitac¸ ˜ao e armazena os dados de entrada e sa´ıda. Caso a sa´ıda saia desta faixa de valores o sistema retorna a estrutura do PSF, recoloca o sistema na faixa de operac¸ ˜ao e descarta os dados obtidos e refaz o processo de identificac¸ ˜ao.

No funcionamento esperado, sem sair da faixa de operac¸ ˜ao, os dados de en-trada e sa´ıda servir ˜ao para o c ´alculo do novo modelo, com o m ´etodo dos m´ınimo qua-drados discreto, visto na sec¸ ˜ao 3.1.5. O modelo encontrado ser ´a validado com o ´ındice FIT, especificado na sec¸ ˜ao 3.1.4, testando os atrasos inclu´ıdos na incerteza de atraso ∆L. O atraso com o maior valor de FIT ´e o escolhido e forma o novo modelo candi-dato, o qual ser ´a comparado ao modelo antigo atrav ´es do ´ındice FIT. Se o FIT atual for menor que o FIT anterior, o controle n ˜ao ´e atualizado e uma nova identificac¸ ˜ao ´e reali-zada com o n ´umero de per´ıodos do PRBS aumentado em 2, onde este valor inicia em

(44)

Sistema supervis´orio 5.2 Mecanismo de comuta¸c˜ao entre estados

4 per´ıodos e tem o limite de 8 per´ıodos. Este procedimento tamb ´em s ´o ´e realizado por um determinado n ´umero de vezes. Caso contr ´ario, o modelo ´e usado para calcular os novos par ˆametros de controle, assim como o valor do atraso dntamb ´em ´e atualizado

para o novo valor ´otimo, segundo as sec¸ ˜oes 4.3 e 4.2.2.

O supervis ´orio desativa o controle por bandas, retornando a estrutura do PSF, que ter ´a sua qualidade Q testada na nova mudanc¸a de set-point.

O controle da planta, a aquisic¸ ˜ao de dados, a comutac¸ ˜ao de controle s ˜ao feitos de forma din ˆamica, e possuem um comportamento distinto para cada estado. Por ´em os estados s ˜ao modificados por eventos, que chaveiam para diferentes modos com base em regras de transic¸ ˜ao impostas. Os c ´alculos ocorrem de forma coordenada, por ´em deveriam acontecem paralelamente e serem impercept´ıveis a sa´ıda do sistema, ser ˜ao considerados com tempo de execuc¸ ˜ao nulo.

5.2: Mecanismo de comuta¸

ao entre estados

O controle ´e aplicado de forma cont´ınua no sistema. Por ´em como j ´a visto, co-muta entre seus estados em func¸ ˜ao de eventos discretos. Quando h ´a a mudanc¸a de estado ocorrem alterac¸ ˜oes bruscas de controle prejudicando seu funcionamento.

(45)

Na figura 5.2 mostra-se um exemplo da mudanc¸a do sistema em malha aberta para fechada em aproximadamente 9 segundos. A din ˆamica utilizada foi P (s) = (s+1)e−s2

e n ˜ao houve nenhum cuidado em evitar picos de controle. O supervis ´orio aguarda o sistema voltar ao ponto de operac¸ ˜ao para mudar a refer ˆencia e realizar o primeiro teste de qualidade. Este mecanismo para evitar tais picos ´e chamado em ingl ˆes de bumpless transfer.

Neste trabalho foram adaptadas t ´ecnicas para que as transic¸ ˜oes entre os con-troles n ˜ao fossem afetadas. Os procedimentos adotados ser ˜ao explicados a seguir. Com:

y = saida

ref = ref erencia

uc = sinal de controle calculado

u = sinal de controle aplicado em P uref = ref erencia de controle

Quando em malha fechada o sinal de controle u ´e calculado a partir do erro e = ref − y. Ao ser iniciado de forma manual o sinal uc deve atingir o valor da

re-fer ˆencia ref aplicada e para isto, se prop ˜oem o uso de um erro alternativo para calcu-lar o sinal de controle at ´e que chegue ao valor desejado. ´E usada uma referencia de controle uref e se realimenta o pr ´oprio controle calculado uc, assim o erro e = uref− uc.

Quando o erro for nulo ´e feito o chaveamento de controle para malha fechada. A figura 5.3 exemplifica o uso deste mecanismo. A planta ´e a mesma do exemplo anterior (sem mecanismo de bumpless)

Ao mudar de malha fechada para aberta, esta deve ter ser valor inicial igual ao de malha fechada. O sinal de controle ucser ´a mantido no ponto de operac¸ ˜ao de malha

fechada de maneira similar a inicial com e = 0. O supervis ´orio inicia o teste de quali-dade antes, pois a sa´ıda n ˜ao divergiu do ponto de operac¸ ˜ao em nenhum momento.

Com o uso deste mecanismo de comutac¸ ˜ao se conseguiu um resultado satis-fat ´orio na resposta e controle, o qual pode ser visto na figura 5.3.

(46)

Sistema supervis´orio 5.3 Esquemas utilizados

Figura 5.3: Resposta do sistema com mecanismo de comuta¸c˜ao

5.3: Esquemas utilizados

Com a teoria dos cap´ıtulos 3, 4 e os objetivos definidos, a metodologia para tratar com cada m ´odulo ser ´a apresentada a seguir. Ser ˜ao abordados por separado e depois ser ˜ao unidos conforme a sec¸ ˜ao 5.1.

5.3.1: Pr´

e-teste

De forma manual o sistema ´e levado `as proximidade do ponto de operac¸ ˜ao. Aplica-se um degrau em malha aberta no processo e os dados desta mudanc¸a de refer ˆencia devem ser armazenados para calcular o primeiro modelo com m ´etodo da

´area, assim como o c ´alculo do Ts, dn, ∆L, dmax e dmin.

O m ´etodo da ´area realiza a pr ´e-identificac¸ ˜ao do processo, aproximando o sis-tema por um modelo de primeira ordem com atraso. ´E robusto aos ru´ıdos pois usa a media dos valores de entrada e sa´ıda. O modelo inicial obtido ´e representado como Pni(s).

Pni(s) =

KpeLns

(47)

Estimado Pni(s) ´e escolhido um Ts que segue a equac¸ ˜ao 3.7 e o atraso L ´e

aproximado por n ´umero inteiro dn de per´ıodos.

Nesta hora ´e feito um pr ´e-processamento para escolher wmin e wmax o que

re-quer o Tscalculado, atrav ´es dos dados da sa´ıda Ypp, da maneira explicada em 3.1.3.4.

Os par ˆametros para a func¸ ˜ao que calcula o sinal s ˜ao wmin, wmax , T s e a amplitude A

adotada pelo projetista do projeto.

Entrada: estado do supervis ´orio: in´ıcio do pr ´e-teste , Y (s), U (s) de malha aberta.

• chama a func¸ ˜ao do m ´etodo da ´area com os par ˆametros Ypp e ta – intervalo de

adquisic¸ ˜ao de Ypp

• o m ´etodo da ´area calcula a func¸ ˜ao Pni, seguindo o algoritmo da sec¸ ˜ao 3.1.2

• valida o modelo atrav ´es da func¸ ˜ao de FIT, equac¸ ˜ao 3.18 • com os dados do sistema elege um Tscom a equac¸ ˜ao 3.7

• discretiza o atraso, dn e calcula m ´aximo e m´ınimo dmax e dmin como na sec¸ ˜ao

3.1.5

• chama a func¸ ˜ao que calcula wmin, wmax com os m ´etodos encontrados na sec¸ ˜ao

3.1.3.4

• termina o pr ´e-teste.

Sa´ıda: Pni, T s, dn, dmax, dmin, wmin e wmax.

5.3.2: C´

alculo do primeiro controle

Com Pni(s) e T s se calcula a func¸ ˜ao transfer ˆencia equivalente em tempo

dis-creto Pn(z)utilizando zero order holder. Os par ˆametros Kp,τ ,L, ∆L s ˜ao usados para

o primeiro c ´alculo de C(z), F (z), S(z) e Fr(z), de maneira conservativa, utilizando os

m ´etodos de sintonia vistos em 4.3 e 4.2.2, e C(z) estabilize o sistema em seu ponto de equil´ıbrio. Como visto na teoria S(z) = Gn(z) − Pn(z)Fr(z).

Assim ´e feita uma transic¸ ˜ao de manual para a configurac¸ ˜ao da figura 5.4, e por evitar picos e oscilac¸ ˜oes ´e utilizado um bumpless transfer. O sistema supervis ´orio manter ´a o sistema de controle com a malha fechada at ´e assegurar que se atinja o

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