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DISCUSSÃO TEÓRICA DOS MODELOS DE GESTÃO DE RISCO EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS

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DISCUSSÃO TEÓRICA DOS MODELOS

DE GESTÃO DE RISCO EM CADEIAS DE

SUPRIMENTOS

Liane Marcia Freitas e Silva (UNESP) lianef@ct.ufpb.br Maria Silene Alexandre Leite (UFPB) leite@ct.ufpb.br Fernando Augusto Silva Marins (UNESP) fmarins@feg.unesp.br

Falhas ou interrupções no fluxo ocasionadas por risco na cadeia de suprimentos podem gerar perdas financeiras, gerar incapacidade de atendimento ao cliente, elevar os custos, reduzir a reputação da empresa diante de clientes e fornecedores, além de gerar um efeito negativo sobre o desempenho financeiro das empresas. Para vencer estas dificuldades, a gestão de riscos na cadeia de abastecimento tem atraído a atenção de gestores e teóricos, e, como resultado, foram desenvolvidos diversos modelos de gestão de risco em cadeias de fornecimento, cujo objetivo é determinar uma metodologia gerencial para atenuar ou eliminar a ocorrência e o impacto dos riscos. Pela pluralidade de opções de modelos em gestão de riscos na cadeia de abastecimento o objetivo deste artigo é discutir 21 modelos de de gestão de riscos em cadeia de suprimentos disponíveis na literatura do SCRM . Para tal, utilizou-se um método que consiste em três fases: 1- visão geral de cada modelo individual; 2- categorização de modelos para definir os diferentes perfis que são observados neste grupo de 21 modelos de gestão, e, finalmente, 3- análises sobre os perfis observados. Assim, pode identificar as características gerais dos modelos analisados, a proposta de metodologia de cada modelo, aplicações, semelhanças e diferenças gerais. No geral, observou-se que há muita semelhança entre as fases de gestão dos diferentes modelo, vendo-se que a grande maioria dos modelos assume as fases de identificação e classificação de risco, seguido de avaliação destes e, finalmente, a elaboração de um plano de ação, que inclui ações de contingência que os riscos sejam eliminados ou reduzidos. No entanto, pequenas variações são percebidas, chamando-se atenção para a ausência de etapa de monitoramento dos riscos, fase esta considerada muito importante quando se está em um contexto vulnerável e incerto como as configurações de cadeia de suprimentos globais.

Palavras-chave: Gestão de riscos na cadeia de suprimentos, modelos de gestão, discussão teórica

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2 1. Introdução

O Supply Chain Risk Management (SCRM) objetiva gerir os riscos a que estão expostas as cadeias de suprimentos e garantir a rentabilidade e a continuidade dos processos logísticos (TANG, 2006) O objetivo SCRM é reduzir a probabilidade ou frequência da ocorrência de eventos de risco, assim como, buscar aumentar a resiliência da cadeia, ou seja, a capacidade de recuperação diante de um riscos ou perturbação (PUJAWAN e GERALDIN, 2009).

Entre os fatores de risco que aumentam a vulnerabilidade das cadeias de suprimentos ressaltam-se: foco na eficiência, globalização das cadeias de suprimentos, redução da base de fornecedores, outsourcing, volatilidade da demanda, falta de visibilidade da cadeia, processos mais entrelaçados e integrados, serviços mais complexos, dependência da tecnologia da informação, déficit da informação, falta de visibilidade, instabilidade financeira de alcance global, novas tecnologias e e-business que forçam as organizações a adotar novas formas de fazer negócio (JÜTTNER, PECK e CHRISTOPHER, 2003; HARLAND, BRENCHLEY e WALKER, 2003; NORRMAN e JANSSON, 2004; GAONKAR e VISWANADHAM, 2004; JÜTTNER, 2005; ZSIDISIN ET AL, 2005; FAISAL, BANWET e SHANKAR, 2006; GAONKAR e VISWANADHAM, 2007; PFOHL; KÖHLER e THOMAS, 2010 e GHADGE, DANI e KALAWSKY, 2012; WICHER, LENORT e KRAUSOVA, 2012).

Apesar de haver consenso em relação ao estabelecinmento de etapas para o gerenciamento do risco em cadeia de suprimentos, alguns autores, a exemplo de Hallikas et al (2004), Cohen e Kunreuther (2007), Giannakis e Louis (2011) e Tummala e Schoenherr (2011) identificam quatro grandes etapas no gerenciamento dos riscos nas cadeias de suprimentos: 1- identificação; 2- avaliação; 3- mitigação; e por fim, 4- monitoramento de seus efeitos.

A fim de verificar o grau de similaridade e de diferenças, e com isso, traçar um perfil teórico dos modelos de gestão de riscos na cadeia de suprimentos, este artigo tem por objetivo discutir os modelos de gestão de riscos para as cadeias de suprimentos disponíveis na literatura. Para tal, foram utilizados 21 modelos desenvolvidos por autores diversos e disponíveis na literatura do SCRM.

A seleção dos 21 modelos deu-se por meio de levantamento teórico nas bases de pesquisa do ISI, Ingenta, Scopus, Emerald e Web of Science. Esta busca foi realizada utilizando-se a palavra-chave ―Supply Chain Risk Management” para artigos publicados em periódicos no

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3 idioma inglês a partir dos anos 2000. Após leitura e verificação de adequação ao objetivo proposto, chegou-se a este conjunto de 21 artigos.

Nesta perspectiva, este artigo segue a seguinte estrutura: Seção 2- apresentar uma discussão teórica sobre SCRM; Seção 3- apresentar o método para o levantamento dos modelos; Seção 4- apresentar as principais análises sobre os modelos avaliados neste trabalho, identificando-se similaridades e diferenças que possibilitam identificar categorias entre os modelos, e por fim, Seção 5- apresentar as considerações finais das análises.

2. Gestão de riscos nas cadeias de suprimentos

O aumento da dependência entre as empresas, resultante do aumento da terceirização e da formatação de cadeias globais, tem trazido consigo o aumento da vulnerabilidade nas cadeias de suprimentos, pois envolve um número muito maior de conexões e relações (HALLIKAS et

al., 2004; TANG, 2006).

Além desses fatores, a vulnerabilidade das cadeias de suprimentos é aumentada também por eventos ambientais, sociopolíticos e econômicos. Neste contexto, Wu, Blackhurst e Chidambaram (2006), Thun e Hoenig (2011) e Sodhi, Son e Tang (2012) alertam que eventos como o atentado de 11 de Setembro, o furacão Katrina de 2005 e o tsunami no Japão em 2011 mostraram que as cadeias de suprimentos globais estão expostas a eventos inesperados, e isto, também influencia o continuidade dos negócios.

Além destes eventos ambientais, Norrman e Jansson (2004) e Juttner (2005) acrescentam que eventos diversos, tais como incêndio, protestos, greves, doenças e crises econômicas podem também paralisar a produção industrial de empresas em todo mundo, ocasionando descontinuidade de produção, e com isso prejuízos financeiros graves.

As cadeias de suprimentos são frágeis, em particular devido a interrupções alheias a sua vontade e à incerteza intrínseca às próprias cadeias (TRKMAN e McCORMACK, 2009). Sobre a incerteza, Manuj e Mentzer (2008b) citam que a incerteza nos prazos de entrega e a falta de confiabilidade no fornecimento são pontos importantes que promovem incerteza nas cadeias de suprimentos.

Reconhecendo a importância dos riscos, os autores Zsidisin et al (2005) indicam que deve-se ter especial atenção aos riscos, e por isso, deve-se fazer uso de ferramentas proativas,

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4 principalmente quando possuem uma reduzida oferta de suprimentos e em cadeias de globais que podem ter o suprimento afetado por eventos diversos.

Assim, no sentido de reduzir o risco de descontinuidade das operações e dos diversos riscos que podem afetar as cadeias de suprimentos, tem sido desenvolvida teoria para a gestão dos riscos nas cadeias de suprimentos.

Desta forma, reconhece-se que é importante gerenciar os riscos na cadeia de suprimentos, no sentido de prover as cadeias de planos que possibilitem a eliminação ou a mitigação dos riscos por meio de ações que permitam o planejamento de estratégias a serem adotadas.

Neste aspecto, Ritchie e Brindley (2007a) apontam que a gestão de risco está contribuindo de maneira importante nos campos de decisão de gestão e controle. Acrescenta que natureza e a evolução da gestão de riscos na cadeia de suprimento sugerem que a concorrência global, as mudanças tecnológicas e a busca contínua pela vantagem competitiva são os principais motivos que fazem as organizações estarem voltando atenção para a gestão de risco.

De uma maneira geral, apontam-se algumas consequências relacionadas a não adoção de uma gestão de riscos eficaz nas cadeias de suprimentos. Entre elas, citam-se não apenas as perdas financeiras, mas também a redução da qualidade do produto, incapacidade de atender ao cliente, aumento nos custos, perda de reputação diante dos clientes, dos fornecedores e o público em geral, atrasos de entrega, e por fim, efeito adverso sobre o desempenho financeiro da empresa (BLACKHURST, SCHEIBE e JOHNSON, 2008 e KHAN, CHRISTOPHER e BURNES, 2008).

É importante que as organizações adotem estratégias para gerir os riscos, de modo a reduzir a probabilidade de ocorrência destes, bem como o impacto caso estes ocorram. Entre as ações gerenciais podem ser elaborados planos de contingência para elevar a resiliência das cadeias ou mesmo ações corretivas que evitem a ocorrência dos riscos.

Sobre isso, os autores Gaonkar e Viswanadham (2004) são enfáticos no direcionamento de que é necessário desenvolver ferramentas adequadas que permitam às empresas e gestores, compreender melhor a presença e os vários tipos de riscos na cadeia de suprimentos. Sobre este aspecto, Hauser (2003) e Manuj e Mentzer (2008a) indicam que elaborar plano de gestão de risco pode se traduzir em um melhor desempenho financeiro e competitivo.

Corroborando com este direcionamento, os autores Zsidisin et al (2005) sugerem que as empresas elaborem um planejamento de continuidade de negócios, que consiste em um plano

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5 para minimizar os efeitos dos riscos sobre a capacidade da empresa em atender às exigências dos clientes, a partir de medidas para reduzir a probabilidade de ruptura e dos impactos derivados dessa perturbação. Por isso, segundo Singhal, Agarwal e Mittal (2011) a gestão eficaz de riscos está se tornando uma preocupação central das empresas para sobreviver e prosperar em um ambiente de negócios competitivo.

Há de se observar que dentre os diversos fatores de riscos é possível distinguir duas classes para estes riscos: os riscos internos e os riscos externos à cadeia de suprimentos.

Sobre isto, os autores Gaonkar e Viswanadham (2004) descrevem que os riscos internos são aqueles resultantes da própria interação entre as empresas da cadeia de suprimentos, tais como a adoção do outsourcing e cadeias globais, a volatilidade da demanda, a redução do número de fornecedores e de pulmões de estoques da cadeia.

Em contrapartida, os riscos externos são aqueles sentidos por toda cadeia, independente do relacionamento entre as empresas e a revelia do modelos de gestão. Exemplos são os desastres naturais, como furações e tsunamis, e eventos sociais como greves e doenças.

Apesar dos riscos apresentarem natureza distinta, os modelos de gestão para a gestão em sua maioria indicam a mesma sistemática de gestão. Sobre isso, os autores Hallikas et al (2004), Cohen e Kunreuther (2007), Giannakis e Louis (2011) e Tummala e Schoenherr (2011) apontam que em sua maioria os modelos de gestão de riscos na cadeia de suprimentos apoiam-se em quatro etapas no gerenciamento dos riscos nas cadeias de suprimentos: 1- identificação; 2- avaliação; 3- mitigação; e por fim, 4- o monitoramento dos riscos.

A fim de comprovar esta afirmativa e identificar um perfil dos modelos de gestão de riscos na cadeia de suprimentos segue-se com uma análise mais detalhada sobre os modelos de gestão de riscos nas cadeias de suprimentos que é apresentada na seção 4.

3. Método de pesquisa

Esta pesquisa pode ser classificada como teórica, dado que as discussões realizadas ocorrem apenas no campo da teoria da gestão de riscos na cadeia de suprimentos, não havendo, neste momento, aplicação prática com o intuito de evidenciar as análises realizadas.

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6 Para discutir os modelos de gestão de riscos nas cadeias de suprimentos foi necessário inicialmente levantar a literatura sobre gestão de riscos na cadeia de suprimentos, especialmente sobre os modelos de gestão dos riscos nas cadeias de suprimentos.

Para tal, foi feito pesquisa nas bases de dados do ISI, Ingenta, Scopus, Emerald e Web of

Science. Esta busca foi realizada utilizando-se a palavra-chave ―Supply Chain Risk Management” para artigos publicados em periódicos no idioma inglês a partir dos anos 2000.

Desta busca, foi necessário selecionar aqueles artigos que apresentavam e/ou adotavam uma proposta de modelo de gestão de riscos nas cadeias de suprimentos, podendo ou não ter havido a validação empírica do modelo.

A seleção do artigos foi feita mediante a leitura prévia do título, do resumo e das palavras-chave do artigo. Para alguns foi necessária a leitura completa a fim de identificar qual a sistemática adotada quanto ao modelo de gestão de riscos nas cadeias de suprimentos.

Após esta seleção foram identificados 27 artigos que apresentavam ou adotavam um modelo de gestão de risco para as cadeias de suprimentos. No entanto, deste conjunto, observou-se que seis artigos propunham modelo matemático sem adotar uma sistemática de gestão.

Por isso, estes seis artigos também foram excluídos, totalizando ao final 21 artigos que apresentavam/adotavam modelos genéricos para a gestão dos riscos nas cadeias de suprimentos. Estes 21 artigos foram lidos em sua totalidade a fim de identificar as características do modelo proposto e/ou adotado, assim como levantar as características gerais. Os modelos de gestão de riscos nas cadeias de suprimentos analisados nesta pesquisa são os apresentados no Quadro 1.

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7

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8

Autores Objetivo Método da pesquisa

Harland, Brenchley e Walker (2003)

Descrever um modelo de gestão de riscos para cadeia de suprimentos

Estudo de caso no setor eletrônico Jüttner, Peck e

Christopher (2003)

Delinear a gestão de riscos nas cadeias de suprimentos para

fornecer uma orientação para pesquisas futuras Survey com diversos setores Andersson e Norrman

(2003)

Discutir os riscos no contexto da terceirização logística, especificamente os operadores logísticos.

Estudo de caso em uma empresa da construção civil.

Hallikas et al (2004) Contribuir para discussão sobre da SCRM Levantamento teórico

Gaonkar e Viswanadham (2004)

Apresentar um modelo matemático a gestão de risco em

cadeia de suprimentos Levantamento teórico

Zsidisin, Melnyk e Ragatz (2005)

Examinar como e por que as empresas a criar planos de continuidade de negócios para gerir este risco.

Estudo de caso múltiplo (aeroespacial, eletrônica e

telecomunicação) Wu, Blackhurst e

Chidambaram (2006)

Apresentar um modelo de gestão de riscos de fornecimento em cadeia de suprimentos

Estudo empírico com 4 tipos de indústrias Gaudenzi e Borghesi

(2006)

Fornecer um modelo para avaliar os riscos da cadeia de suprimentos por meio do AHP.

Estudo de caso em uma empresa de produtos

odontológicos Khan e Burnes (2007) Desenvolver uma agenda de pesquisa para a gestão de riscos

na cadeia de suprimentos. Levantamento teórico

Ritchie e Brindley (2007b) Apresentar um modelo de gestão de riscos na cadeia de suprimentos.

Estudo de caso em uma empresa manufatureira do setor

agrícola do Reino Unido Cohen e Kunreuther

(2007)

Revisar as contribuições de Paul Kleindorfer em relação à

gestão de riscos Levantamento teórico

Blackhurst, Scheibe e

Johnson (2008) Desenvolver um modelo de avaliação de riscos fornecedor

Estudo empírico com uma empresa do setor automobilístico do EUA Manuj e. Mentzer

(2008b)

Apresentar um constructo conceitual sobre gestão de riscos

em cadeias de suprimentos Levantamento teórico

Oehmen et al (2009)

Apresentar um modelo para gestão de riscos nas cadeias de suprimentos que identifica os riscos e os impactos, de

maneira dinâmica.

Estudo de caso com cadeias de suprimento com empresas

sediadas na China Rao e Goldsby (2009) Apresentar uma tipologia de riscos na cadeia de suprimento Levantamento teórico

Matook, Lasch e Tamaschke, (2009)

Apresentar um modelo de gestão de riscos de suprimento usando benchmarking.

Estudo de Caso em uma empresa química do Reino

Unido Trkman e McCormack

(2009)

Apresentar um modelo para avaliação de fornecedores baseados no desempenho, estrutura e na estratégia da cadeia

de suprimentos para reduzir os riscos de interrupção de fornecimento.

Survey com os fornecedores de primeira camada da CS Giannakis e

Louis (2011)

Apresentar um modelo para o projeto de um DSS que facilita a colaboração e o gerenciamento do risco de interrupção da

cadeia de suprimentos.

Levantamento Teórico Tummala e Schoenherr

(2011)

Propor uma abordagem global para a gestão de riscos em

cadeias de suprimentos. Levantamento Teórico

Olson e Wu (2011) Comparar ferramentas para medir e avaliar os riscos nas

cadeias de suprimentos Levantamento teórico

Blome e Schoenherr (2011)

Investigar experiências bem sucedidas de empresas que

enfrentaram crises econômicas Múltiplo estudo de caso

Schroder (2009) Apresentar um modelo de gestão de riscos na cadeia de

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9 4. Os modelos de gestão de riscos nas cadeias de suprimentos

Dentre estes modelos identifica-se, o modelo de Harland, Brenchley e Walker (2003) como pioneiro. Além disso, este modelo é bastante sintético, quando comparado aos modelos de gestão de riscos na cadeia de suprimentos mais recentes. Para estes autores a gestão de riscos era composto pelas etapas de identificação e avaliação dos riscos, seguida pela proposição de estratégias para combater estes riscos.

De uma maneira geral, é possível identificar que o modelo de gestão para cadeia de suprimentos proposto pelos autores Hallikas et al. (2004) possui muita semelhança com as propostas de Cohen e Kunreuther (2007), Giannakis e Louis (2011), Olson e Wu (2011), Blome e Schoenherr (2011) e Tummala e Schoenherr (2011).

Para estes um modelo de gestão de riscos na cadeia de suprimentos deve ser executado em quatro grandes etapas: 1- identificação dos riscos; 2- avaliação dos riscos; 3- proposição de estratégias para aceitar, transferir, reduzir ou eliminar os riscos; e por fim, 4- monitoramento de seus efeitos. A exemplo disso, o modelo de Trkman e McCormack (2009), assim como a maioria, propõem estes quatro passos.

Rao e Goldsby (2009) apontam o trabalho de Jüttner, Peck e Christopher (2003) como referência de modelo de SCMR, identificando este como um dos trabalhos pioneiros na classificação dos riscos. Na proposta de modelo de gestão desenvolvida por Rao e Goldsby (2009) foi sugerido um modelo composto por quatro etapas: 1-avaliação das fontes de risco; 2- determinação do impacto destes riscos; 3- identificação dos fatores de risco, e 4-mitigação dos riscos.

É necessário citar a importância do trabalho de Manuj e Mentzer (2008b), que descrevem um modelo composto das seguintes etapas: 1- identificação dos riscos, 2- avaliação dos riscos, 3- seleção das estratégias, 4- implementação da estratégia e mitigação dos riscos.

Este modelo de gestão para os riscos na cadeia de suprimentos aproxima-se do modelo sugerido pelos autores Gaonkar e Viswanadham (2004), que identificam quatro etapas: 1) identificação das fontes de risco; 2) mensuração das consequências do risco; 3) identificação dos fatores de risco; e por fim, 4) Desenvolvimento de estratégias para mitigar os riscos. Os autores Ritchie e Brindley (2007b) que posteriormente foi seguido por Matook, Lasch e Tamaschke (2009). O modelos sugerido por estes autores para um modelo de gestão de riscos

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10 conta com cinco etapas: 1- identificação dos riscos, 2- definição dos indicadores de desempenho para tomada de decisão em relação ao risco, 3- desenvolvimento de ações em resposta aos riscos, 4- medição dos resultados, e por fim, 5- mensuração dos ganhos.

Os autores Blackhurst, Scheibe e Johnson (2008) desenvolveram um modelo bastante prático que foi aplicado no setor automobilístico, cujo objetivo principal era monitorar os riscos da cadeia de suprimento relativos aos fornecedores. Este modelo contou com as etapas de identificação dos riscos e avaliação dos riscos, notadamente esta última.

O Quadro 2 apresenta com mais detalhe as fases de cada etapa para os 21 modelos analisados.

Quadro 2 – Apresentação das etapas e fases dos modelos sobre gestão dos riscos na cadeia de suprimentos

MODELOS DE SCRM

Etapas dos modelos para SCRM

Identificação Avaliação Mitigação Controle Fases Id en tific ação d as fo n tes d e risco s Id en tific ação d o s ris co s Def in ição d e in d ica d o res Id en tific aç ão d o s fato res d e ris co s Me n su ração d o s ris co s Av aliação d o s ris co s Pro p o sição d e es tr atég ias Mitig ação d o s ris co s Me d ição d o s res u latd o s C o n tr o le d o s ris co s

Harland, Brenchley e Walker (2003) x x x

Jüttner, Peck e Christopher (2003) x x x x

Andersson e Norrman (2003) x x x

Hallikas et al (2004) x x x x

Gaonkar e Viswanadham (2004) x x x x

Zsidisin et al (2005) x x x x

Wu, Blackhurst e Chidambaram (2006) x x x

Gaudenzi e Borghesi (2006) x x x

Khan e Burnes (2007) x x x

Ritchie e Brindley (2007b) x x x x x

Cohen e Kunreuther (2007) x x x x

Blackhurst, Scheibe e Johnson (2008) x x x x

Manuj e. Mentzer (2008b) x x x x

Oehmen et al (2009) x x x

Rao e Goldsby (2009) x x x x x

Matook, Lasch e Tamaschke (2009) x x x x x

Trkman e McCormack (2009) x x x Giannakis e Louis (2011) x x x x x Tummala e Schoenherr (2011) x x x x x Olson e Wu (2011) x x x Blome e Schoenherr (2011) x x x x Schroder (2009) x x x x

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11 No geral, percebe-se que a maioria dos modelos analisados aponta quatro grande etapas, 1- identificação ; 2- avaliaçãos; 3- mitigação e, por fim, 4- monitoramento dos riscos. Isto comprova a afirmativa de Hallikas et al (2004), Cohen e Kunreuther (2007), Giannakis e Louis (2011) e Tummala e Schoenherr (2011).

Acrescentando luz às análises sobre os modelos de gestão de riscos nas cadeias de suprimentos, os autores Fiksel, Polyviou, Croxton e Pettit (2014) alertam os modelos em sua totalidade apresentam uma visão simplificada e reducionista do mundo, pois desconsideram as possíveis interações entre os riscos e seus impactos entre si.

Sobre isso Fiksel, Polyviou, Croxton e Pettit (2014) são contundentes em afirmar que a maioria dos modelos de gestão de riscos na cadeia de suprimentos e gestão de continuidade dos negócios confiam demais na possibilidade de identificação total dos riscos. Isto, na visão destes autores, é uma premissa difícil de ser alcançada na prática, pois uma cadeia de suprimentos global é um sistema complexo e turbulento.

Assim, observa-se que a maioria dos modelos considera que a gestão dos riscos na cadeia de suprimentos ocorre pontualmente em empresa por empresa. Esta visão se contrapõem ao modo sistêmico e de gestão integrada esperada para a gestão das cadeia de suprimentos. Nesse sentido, não é considerado, por exemplo, as relações de dependência e as interações entre os riscos e entre as empresas.

Além destas observações gerais, vê-se que existem grau de diferenciação, em função do e detalhamento requerido nas etapas dos modelos. Em função disto, é possível classificar oito categorias de modelos dentre os 21 modelos analisados.

A proposta de classificação vislumbrada pode ser observada no Quadro 3. Apoiando-neste quadro, pode-se fazer as seguintes observações.

Não se observam diferenças substanciais entre os 21 modelos analisados;

As diferenciações observadas centram-se no detalhamento das fases que podem compor as etapas;

A categoria com mais modelos similares contém as quatro etapas genéricas e uma fases em cada uma destas etapas.

Quatro categorias (doze modelos) consideram as quatro etapas consideradas genéricas para a gestão de riscos da cadeia de suprimentos, mesmo que sejam observadas pequenas variações nas fases de cada uma destas etapas;

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12 Quatro categorias (dez modelos) não consideram a etapa de controle. Este fato específico chama a atenção, pois estes modelos são de datas diversas, como os modelos de Harland, Brenchley e Walter (2003) e Olson e Wu (2011).

Uma categoria (dois modelos) não consideram as etapas de mitigação e de controle dos riscos, centrando esforços apenas nas fases de identificação e avaliação dos riscos; Apenas 1 categoria (2 modelos) não considera a etapa de avaliação dos riscos. Disto,

conclui-se que a grande maioria dos modelos estabelece alguma fase na etapa de avaliação dos riscos. Isto denota a criticidade desta etapa nos modelos de gestão.

Quadro 3 – Catergorias dentre os modelos da SCRM

CATEGORIAS MODELOS DE SCRM

Etapas dos modelos para SCRM

Identificação Avaliação Mitigação Controle Fases Id en tific ação d as fo n tes d e risco s Id en tific ação d o s ris co s Def in ição d e in d ica d o res Id en tific aç ão d o s fato res d e ris co s Me n su ração d o s ris co s Av aliação d o s ris co s Pro p o sição d e es tr atég ias Mitig ação d o s ris co s Me d ição d o s res u latd o s C o n tr o le d o s ris co s 1

Harland, Brenchley e Walker (2003) x x x

Cohen e Kunreuther (2007) x x x x

Manuj e. Mentzer (2008b) x x x x

2

Jüttner, Peck e Christopher (2003) x x x x

Gaonkar e Viswanadham (2004) x x x x Rao e Goldsby (2009) x x x x x 3 Andersson e Norrman (2003) x x x Khan e Burnes (2007) x x x 4 Oehmen et al (2009) x x x Olson e Wu (2011) x x x 5 Hallikas et al (2004) x x x x Gaudenzi e Borghesi (2006) x x x

Blackhurst, Scheibe e Johnson (2008) x x x x

Trkman e McCormack (2009) x x x

Blome e Schoenherr (2011) x x x x

Schroder (2009) x x x x

6 Zsidisin et al (2005) x x x x

Giannakis e Louis (2011) x x x x x

7 Wu, Blackhurst e Chidambaram (2006) x x x

Tummala e Schoenherr (2011) x x x x x

8 Ritchie e Brindley (2007b) x x x x x

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13 5. Considerações finais

A partir das análises dos modelos individuais conclui-se que a maioria dos modelos de gestão de riscos na cadeia de suprimentos consideram as quatro etapas genéricas de identificação, avaliação, mitigação e controle dos riscos.

No entanto, observou-se a presença de pequenas diferenças nas fases das quatro etapas. Orientando-se por estas diferenças foi possível categorizar classes sobre as quais foi possível traçar um perfil dos modelos analisados.

De uma maneira geral, pode-se observar que não se percebe diferenças expressivas entre os 21 modelos de gestão analisados. As diferenças mais significativas são observáveis nas etapas consideradas, podendo-se adotar um número de fases diferente que pode refletir no nível de detalhamento maior.

No entanto, pequenas variações são percebidas, chamando-se atenção para a ausência de etapa de monitoramento dos riscos, fase esta, considerada muito importante quando se está em um contexto vulnerável e incerto como as configurações de cadeia de suprimentos globais. A fim de vencer as limitações, sugere-se que trabalhos futuros possam ampliar o número de modelos analisados e identificar de maneira quantitativa e qualitativa se houve outras replicações do modelo proposto/adotado ao longo do tempo. Por fim, sugere-se ampliar as análises comparativas entre os modelos individuais, de modo a perceber quais ferramentas de gestão são utilizadas e quais tipologias de riscos são adotadas.

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Referências

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