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PN ; Ap.: Tc. Marco de Canavezes, 2º J. ( Acordam no Tribunal da Relação do Porto I.INTRODUÇÃO:

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______________________________________________________________________ PN 2124.05-5; Ap.: Tc. Marco de Canavezes, 2º J. (

Ap.e1: Ap.os2:

______________________________________________________________________

Acordam no Tribunal da Relação do Porto

I.INTRODUÇÃO:

(1) O recorrente disco rda da improcedência do pedido decretada na 1ª

instância: …ser o R. condenado a reconhecer a o A. o direito de propriedade sobre o prédio rústico insc. mat. 196, desc. C. Reg. P. Marco de Canavezes, Favões, 00322/130198.

(2) Da sentença recorrida:

(a) O A. não fez prova que tivesse estado na posse do prédio descrito, conquanto tenha a seu favor o registo predial, …que não tem efeito constitutivo;

(b) Por outro lado, também não resultou provado que os RR ocupem ou tenham ocupado prédio do A.: improcede o pedido incluindo na sua verten te indemnizatória;

(c) Ainda assim, não está provado que o A. de algum modo perturbe ou tenha perturbado posse dos RR;

(d) É que, pese embora o modo como a petição e a contestação estão elaboradas, no fundo é discutida uma parcela de terreno fora do quintal da casa descrita, enquanto se não pode afirmar também qual é a área do prédio dos RR, desconhecendo-se exactamente todas as confrontações actuais; 1 Adv.: Dr. . 2 Adv.: Dra. . 1

(2)

(e) De qualquer modo, não foram alegados factos tendentes a demonstrar qualquer acto turbatório do A;

(f) Por fim, este não põe em causa que os RR sejam donos do prédio que se arrogam; o que alega e põe em causa é a extensão e as confrontações deste.

II.MATÉRIA ASSE NTE:

(1) Por óbito de e de

, correu termos inventário obrigatório em que foi inventariante , tendo sido descrita

como verba nº 106 um prédio composto de casa e quintal, em Oleiros, Favões, Marco de Canavezes, cfr. Nasc: Terras da Casa do Eido, Po & N: caminho público, S: Terra da Casa de Cortes, omisso na Conservatória e insc. mat. urb. art. 10, prédio que foi adjudicado a de

por sentença transitada em julgado; (2) Por óbito de , 96.08.31, foi

instaurado processo de liquidação do Imposto sobre Sucessões e Doações, onde consta como verba nº65, e bens que constitui legado em favor de

, uma casa coberta a telha, com terreno

junto, conhecida por Casa do Arcanjo, em Oleiros, Favões, Marco de Canavezes, cfr. Nasc: Terra da Casa de Oleiros, Po & N: caminho, S: Terras da Casa de Cortes, insc. mat. art. 10 urb. e art. 196 rust.;

(3) Sob o art. 10, mat. pred. urb. Marco de Canavezes/Favões, está inscrito um prédio sito em Oleiros, Favõ es/Marco de Canavezes, composto de casa coberta de telha, com superfície cob erta de 70 m2 e quintal com a área de 460 m2, cfr. Nasc: , Po & N: caminho, S:

, sendo o A. titular do rendimento;

(4) Por escritura pública de compra e venda de mútuo com hipoteca, C. Not. Marco de Canavezes, 98.05.12, em que é primeiro outorgante A e

[A.], segundos

cc , e terceiro

, procurador d a CGD, foi vendido pelo

primeiro outorgante ao segundo o prédio urb ano composto de casa coberta de telha e quintal em Oleiros, Favõ es/Marco de Canavezes, ao qu al

2

(3)

corresponde a ficha 00321 da C. Reg. P. Marco de Canavezes, registado a favor do vendedor atrav és da inscrição V1, e insc. mat., antes de 1951, sob o art. 10, recebido o preço de Pte 7 000 000$00;

(5) A ficha 00322/130198 da C. Reg. P. de Marco de Canavezes contém a descrição do prédio rústico denominado Quinta da Casa do ,

de pastagem, oliveiras e ramada, em Oleiros, Favões, Marco de Canavezes, com a área de 580 m2, cfr N: caminho, S: Casa de Cortes, Nasc:

Po: , insc. mat. rust., sendo titular inscrito

[A.], que o adquiriu através de legado de de , abrangendo dois prédios;

(6) Sob o nº 34411, C. Reg. P. Marco de Canavezes, encontra-se descrito o prédio rústico composto pela Leira da Venda com terreiro de monte, em Laméu, Favões, Marco, cfr. Nasc: estrada, N: caminho público, Po & S: Casa de Cortes, insc. mat. art. 95 rust., do qual foram desanexados os prédios nº35750 e 36054, tendo o último como titular inscrito a cc [ RR] que o

adquiriram por compra a [ A.] e , por escritur a de 74.03.16;

(7) Por escritura pública de compra e venda, C. Not. Marco d e Canavezes, 77.09.17, sendo primeiros outorgantes cc

, e segundo cc

[RR], os primeiros venderam ao segundo uma parcela de terreno com a área de 730 m2, devidamente demarcada e sinalizada, para construção urbana, em Oleiros, Fav ões/Marco de Canavezes, cfr N: caminho público, Nasc: Albano Ferraz, Po: Casa de Oleiros e S: com o segundo outorgante, a desanexar do prédio rústico desc. C. Reg. P. 34411, o qual constituía o lote 2 do alvará de loteamento;

(8) Por escritura pública de compra e venda, C. Not. Marco d e Canavezes, 77.11.15, vendeu a , cc

o prédio constituído pela parcela de terreno com a área de 730 m2, devidamente demarcada e sinalizada, para construção urbana, em Oleiros, Favões/Marco de Canavezes, cfr. N: caminho público, Nasc:

3

(4)

Po: Casa de Oleiros e S: com o segundo outorgante, a desanexar do prédio rústico desc. C. R eg. P. 34411, o qual integrava o lote 2 do

alvará de loteamento;

(9) Da descrição do prédio casa coberta a telha, com terreno junto, conhecida por Casa do Arcanjo, em Oleiros, Favões, Marco de Canavezes, cf r. Nasc: Terra da Casa de Oleiros, Po & N: caminho, S: Terras da Casa de Cortes, insc. mat. art. 10 urb. e art. 196 rust., consta um quintal que coincide na sua caracterização com a descrição do prédio sito em Oleiros, Favões/Marco de Canavezes, composto de casa coberta de telha, com superfície coberta de 70 m2 e quintal com a área de 460 m2, cfr.

Po & N: caminho, S: , sendo o A. titular do rendimento;

(10) O prédio inscrito na matriz sob o art. 10 tinha e tem um quintal;

(11) Há mais de 60 ano s que os RR, por si e seus antecessores, recolhem e retiram os frutos e rendimentos do prédio rústico composto pela Leir a da Venda com terreiro de monte, em Laméu, Favões, Marco, cfr. Nasc: estrada, N:

caminho público, Po & S: Casa de Cortes, insc. mat. art. 95 rust; (12) À vista de toda gente;

(13) Sem a oposição de ninguém;

(14) Na convicção de exercerem um direito próprio de donos;

(15) Pelo lado Po/N do prédio rústico composto pela Leira da Venda com terreiro de monte, em Laméu, Favões, Marco, cfr. Nasc: estrada, N: caminho público, Po & S: Casa de Cortes, insc. mat. art. 95 rust., confronta com o prédio urbano e quintal sito em Oleiros, Favões/Marco de Canavezes,

composto de casa coberta de telha, com superfície coberta de 70 m2 e quintal com a área descoberta de 460 m2, cfr.

, Po & N: caminho, S: , sendo o A. titular do rendimento;

(16) Há mais de 100 an os que este prédio urbano está separado do outro por um muro de pedra;

(17) Tal muro cerca em toda a sua extensão o prédio rústico composto pela Leira da Venda com terreiro de monte, em Laméu, Favões, Marco, cfr. Nasc: estrada, N: caminho público, Po & S: Casa de Cortes, insc. mat. art. 95 rust.;

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(5)

(18) A casa que se encontra inscrita na matriz sob o art. 10 passou a ser conhecida pela Casa do Arcanjo Luís pela razão de ser este morador dela à época.

III.JUSTIFICAÇÃO DO JULGAMENTO SOBRE A MATÉRIA DE FACTO:

(a)O Tribunal fundamentou a convicção no conjunto dos depoimentos ouvidos em Audiência, nos documentos juntos aos autos, bem como na inspecção ao local;

(b) [Segundo os documentos] os Rr adquiriram ao A. e seu irmão, 74.03.16, o prédio rústico Leira da Venda, desc. C. Reg. P. nº34411… de que venderam a uma parcela para construção, a destacar dele;

(c) Este prédio corresponde à descrição na mesma Conservatória do prédio

Leira da Venda, e tornou a vender a parcela aos RR, que

por sua vez a venderam a ;

(d) [Depois,] do prédio foram desanexadas as descrições 35750 e 36054,

enquanto os RR venderam a , 77.06.22, uma certa parcela de terreno para construção também a destacar da Leira da Venda;

(e) Entretanto, ainda segundo os documentos, também se vê que a descrição do

art. 10 mat. urb. contempla a casa e um quintal com 460 m2, sendo certo que este quintal, em 1998, já aparece como prédio autónomo sob o art. 196 mat. rust.;

(f) Mas, d e toda esta documentação não se pode retirar que antes de 1998 tenha existido sequer este prédio rústico insc. no art. 196 mat., não obstante venha referido no legado deixado ao A. por ;

(g) E com toda a certeza se pode afirmar que em 1996 foi ele apresentado na Repartição das Finanças como verba nº65 para liquidação do imposto sucessório;

(h) Contudo, o prédio que foi adjudicado a no

inventário orfanológico em que foi interessado, era o prédio inscrito sobre o art. 10 mat. urb., composto por casa e quintal e que é conhecido como Casa do

Arcanjo Luís, sendo certo que o prédio tal como está descrito na dita verba 65 da relação sucessória (posterior) não consta do inventário em questão;

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(i) Por outro lado, também não consta que tivesse comprado: dado o tempo decorrido, o mais certo é ter-se autonomizado o

quintal, ou então, aquando da actualização das matrizes prediais, ter sido dado um art. matricial novo à faixa de terreno sob litígio, a qual, segundo o

depoimento da quase totalidade das testemunhas, faz parte integrante da Leira

da Venda e sempre foi utilizada pelos RR desde que compraram o prédio;

(j) Ora, no testamento aquilo que consta é que lega ao sobrinho a casa e quintal conhecida por casa do Arcanjo, daí nunca se podendo inferir que lhe legou dois prédios ou que tenham existido na realidade

dois prédios distintos;

(k) Foi por tudo isto respondeu não provado a Q1/Q6;

(l) Também respondeu não provado a Q7/Q11, porque as testemunhas foram unânimes ao afirmarem que os RR há mais d e 30 anos vêm ocupando a faixa de terreno em causa;

(m) E ainda respondeu não provado a Q21/Q26 porque nos documentos nunca

foi referido o art. 196 mat. rust. Ou qualquer terreno contíguo ao prédio do art. 10 mat. urb., antes da actualização das matrizes rústicas, enquanto dos depoimentos não se extrai qualquer prova no sentido de provado;

(n) [De qualquer modo,] apesar de ser algo muito comum, ainda assim do depoimento das testemunhas, nomeadamente das testemunhas do A., não resultou provado que entre este e os RR tenha existido qualquer negociação ou

acordo para ser excluída uma parcela de terreno qualquer (que

V os já usufruíra) do prédio rústico Leira da Venda, aquando da venda do mesmo, parcela esta que o A. diz constituir agora o art. 197 mat. rust., como os RR sabiam e aceitaram;

(o)[Por fim,] quanto à confrontação dos prédios, por si só nada significam, dada a circunstância de nos destacamentos para construção e documentos de obtenção das licenças, terem sido utilizados documentos pré-existentes, assim inconclusivos.

IV.CLS./ALEGAÇÕES:

(1) Não consta dos autos o resultado d a inspecção judicial, o que constitui nulidade que afecta irremessivelmente a ap reciação da prova e a decisão final;

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(7)

(2) Face aos depoimentos substancialmente contraditórios das testemunhas do

A., por um lado, e das dos RR, por outro, não foi feita uma ap reciação crítica de avaliação da credibilidade das primeiras em ordem a poder ser apurada a verdade dos factos em consonância, aliás, com o que resulta dos documentos;

(3) Na fundamentação aliás não consta tenha sido apreciada crítica e selectivamente toda a prova produzida, onde são ignoradas as graves

contradições das testemunhas do R., já por irreais e ilógicos os factos que relatam, já por omissão do que necessariamente deveriam saber, já por colidirem de manifesto com a prova documental;

(4) Esta, alicerçada em grande parte no exame concreto ao local, e tal como sucedeu no processo de loteamento e sucessivas escrituras ou no processo de vistoria à habitação de , não foi considerada em todas as

suas consequências;

(5) Entretanto, é unânime a existência da parcela em causa, com área própria relativamente às suas próprias confrontações e delimitação, à sua composição efectiva e real: complementa o quintal e a casa onde viveu

mat., já por causa da casa inacabada ali existente e suas janelas, já por necessidade da estrumagem no quintal;

(6) Ora, da matriz e do registo predial tal parcela consta como prédio autónomo e distinto, tendo sido averbado em 1982 a e

, na sequência das avaliações gerais e segundo a lei; (7) Depois, foi inscrita em nome do A. por lhe ter sido legada no testamento de

(8) Quer r quer o A. sempre pegaram as respectivas contribuições, como

titulares do rendimento que eram;

(9) É que a autonomia de tal prédio em relação ao quintal do prédio do art. 10 mat. resulta das suas confrontações e dos limites materiais em que se contém, tudo perfeitamente definido em relação a ele, sendo irrelevante o desfasamento

que se nota quanto ao que produz, hoje, referido no teor da matriz, embora potencialmente possa a vir a ser mesmo isso;

(10) Ora, entrou na posse e fruição exclusiva de tal parcela de terreno

em consequência da partilha operada no inventário por óbito de

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(8)

viúvo e, por isso, muito antes da escritura de venda ao R. , do ano de 1974;

(11) À data de tal venda já a parcela em causa se encontrava delimitada e demarcada a partir do caminho público até ao muro da Casa de Cortes, a sul, enquanto os RR a vedaram com um muro em blocos na parte que ex cedia o muro de ;

(12) Posse e fruição aliás, por parte de pacífica, d e boa fé, pública e ininterrupta até à morte deste, 96.08.31: qu er ele quer os seus caseiros nunca foram perturbados pelos RR e inclusivamente, o R. marido alertou-o quando a Junta de Freguesia planeou a sua utilização;

(13) De seguida, as questões quanto à posse e titularidade da parcela em causa

começaram em 1998, o que obrigou o A. a propor a presente acção, além de outros processos-crime;

(14) Por tudo isto, e face aos depoimentos prestados em Audiência conjugados com a prova documental, a matéria de Q1/Q6 deve ser dada como provada;

(15) E a matéria de Q10 deve igualmente ser dada como provada porque resulta da turbação da sua posse;

(16) A matéria de Q12 e Q13 deve, pelo contrário ser dada como não provada, por se tratar de prédios distintos e com autonomia própria;

(17) Consequentemente, Q14/Q17 devem ser dados também como não provados, dada a inconsistência e falsidade da prova testemunhal dos RR, contudo será matéria prejudicada com as novas respostas a Q1/Q6;

(18) Q21/Q26 devem ser dados como provados por traduzirem a realidade dos factos de acordo com a prova dos autos;

(19) Igualmente deve ser dado como provado Q27 face à utilização levada a cabo pelos caseiros da casa onde morou (…e que lá morava à

data da avaliação da propriedade rústica…);

(20) E por isso mesmo, devem ser dados como provados Q30/Q34;

(21) Em suma, a fundamentação e justificação para todas estas respostas resulta

dos depoimentos do A., analisados no que de positivo, lógico e verdadeiro deles se extrai, conjugados com os documentos, tudo necessariamente

interligado e completado entre si;

(22) Mais além, o pedido reconv encional, tal como está formulado, é inviável, por não existir a realidade que lhe é subjacente, carecendo agora os RR de

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legitimidade para o formular face às vendas e às desanexações consumadas entretanto;

(23) Inclusivamente, os RR, ao formularem tal pedido e cientes da sua falta de razão, não identificaram o prédio pela sua actual situação matricial, ou como inscrito ou como omisso, tentando desta forma iludir a situação real;

(24) O Tribunal a quo não considerou com todas as suas consequências os factos assentes II.(1)/(7), já que os RR nem impugnaram a operação de loteamento, nem as escrituras derivadas que em todo o seu conteúdo fazem prova plena;

(25) Mas mais notoriamente, quer no art. 36 da reconvenção, quer em II.(6), o

prédio dos RR consta a Po a confrontar com Casa de Cortes, o que só por si inviabiliza a pretensão reconvinte;

(26) Por outro lado, a matéria de II.(18)/(20), na parte referente ao Po, não pode nem deve ser considerada como provada, por ter de ficar p rejudicada pelo

que consta de II.(6) e em consequência do alegado pelos RR em 36 da reconvenção: confrontação de Po com Casa de Cortes, o que deve ser considerado facto assente;

(27) Mas se assim se não entender, deve ser dada como não provada, porque entre o prédio II.(6) e o prédio do art. 10 mat. urb. se interpõe o prédio em causa: dúvidas não pode haver de esta parcela confrontar com o prédio do art.

10 mat. urb.; que assim não fosse, devia confrontar a Po com casa de Oleiros, antigo art. 10 mat. urb., depois legado ao A., que depois o vendeu a e que n unca podia confrontar, a Po, com Casa de Cortes – são so próprios RR a reconhecer que o seu prédio não abrange a parcela e o prédio do art. 10 mat. urb. sempre existiu como pertença da casa de Oleiros;

(28) Os RR negam a existência do prédio em causa, i.é, de um prédio que existe material, matricial e registralmente, fruído em todas as suas utilidades pelo A. e seus antecessores: constroem a sua tese nesta base e nela fundamentam a sua pretensão.

(29) Mas a prova dos autos justifica à saciedade a procedên cia do pedido, para ser reconhecido o direito de propriedade ao A., e a improcedência do pedido reconvencional;

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(10)

(30) A sentença recorrida infringiu, deste modo, os arts. 612/1, 653/2.3 CPC, e arts. 1251, 1252, 1287, 1311 e 2179 CC;

(31) Deve ser revogada, conhecid as as nulidades e a falta de fundamentação específica, com a consequente anulação e repetição do julgamento.

V.CONTRA-ALEGAÇÕE S:

(a)A arguição de nulidade por omissão do auto de inspecção é intempestiva e inoportuna;

(b) Ainda que se tivesse verificado tal nulidade, encontra-se sanada, já, por não ter sido arguida na altura própria;

(c) De seguida, a decisão em apreço respeita na íntegra a prova produzida em Audiência de julgamento;

(d) Bem como o teor dos documentos juntos;

(e) É que o registo de um prédio não importa, por si só, titularidade do respectivo direito de propriedade, nem garante a existência desse direito na esfera jurídico-patrimonial da pessoa em favor de quem está feito;

(f) Os Ap.es e seus antecessores nunca possuírem nem ocup aram o prédio reivindicado;

(g) Esse prédio, tal como está descrito na Conservatória e inscrito na matriz, art. 196, não existe fisicamente e nunca esteve na posse do Ap.e e dos seus antecessores;

(h) O que o dito herdou e posteriormente legou ao Ap.e

foi o prédio urbano com quintal conhecido por Casa do Arcanjo e que o A. já vendeu;

(i) O pedido formulado em reconvenção quanto ao reconhecimento do direito de propriedade dos Ap.os relativamente ao prédio rústico Leira da Venda, em Laméu, S.Paio de Favões, Marco, desc. C. Reg. P. 34411 e insc. mat. art. 95, tem necessariamente de proceder atenta a prova produzida e os respectivos

documentos;

(j) Em suma: nãos e vislumbra qualquer erro d e julgamento da matéria de facto; a decisão em causa não violou qualquer comando legal;

(k) Deve ser inteiramente mantida.

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VI.RECURSO: pronto p ara julgamento, nos termos do art. 700/3 CPC.

VII.SEQUÊNCIA:

(a) Vem o Recorrente pôr em relevo a circunstância de não ter sido levado a auto o resultado da inspecção ao local e a que o Tribunal procedeu em

Audiência3: argúi nulidade, por se tratar de o missão que influi na justa

apreciação da causa.

(b) Contudo, muito embora possa aceitar-se o argumento utilizado, decerto é

que esta matéria, tal como arguição de nulidade não pode ser considerada, por suprimento, incumprido o art. 205/1 CPC;

(c) De qualquer modo, a problemática da discordância gira, afinal, em torno da dúvida expressiva da própria justificação do julgamento sobre a matéria de facto, a saber: …dado o tempo decorrido, o mais certo é ter-se autonomizado

o quintal, ou então, aquando da actualização das matrizes prediais, ter sido dado um art. matricial novo à faixa de terreno sob litígio.

(d) Ora, esta dúvida pode e deve ser esclarecida, justamente no exame de inspecção ao local, cujo é ch amado à colação nesse mesmo despacho, mas sem, contudo, se dizer como e porquê.

(e) Por conseguinte, estamos perante uma brecha na motivação do julgamento da matéria de facto, local problemático para onde é possível deslocar, agora, a argumentação do reco rrente.

3 Vd. acta de Audiência de julgamento, 02.11.21, fls. 199:

………

…o Tribunal deslocou-se ao local descrito nos au tos a fim de efectuar a inspecçã o ao mesmo; de

regresso, a Mma Juíza proferiu o seguinte despacho: interrompo a presente Audiência e designo para sua continuação as 13.30 horas de hoje.

………

Reaberta a Audiência, a Mma Juíza passou a ouvir as testemunhas que se identificaram pela ordem e a forma seguinte [etc…]

……….

De seguida, a Mma Juiz proferiu o seguinte despacho: dado o adiantado da hora e o n úmero de testemunhas ainda por inquirir, interrompo a presente Aud iência e designo o próximo dia 03.01.17, 19.30 horas, para a continuação.

Nas actas seguintes também não consta o relatório da insp ecção.

11

(12)

(f) E neste acerto metodológico, a incongruência da motivação tem como resultado naturalmente a ambiguidade da resposta, posto que, hoje, resposta e motivação nos surgem comprometidas numa única identidade normativa,

perante a Reforma constitucional da justificação obrigatória d as decisões judiciais.

(g) Por isso mesmo, o art. 712/4 CPC, autoriza, aqui, a anulação do julgamento, para que se repita a inspecção (com utilidade: uma agrimensura adequada, ex novo) de modo a que fiquem registados os dados observados e investigados pelo Tribunal, com a finalidade de todos esses elementos jogarem

nos fundamentos dos dados probatórios aceites em Juízo.

(h) Tudo visto, então, e a citada norma legal, é anulado o julgamento da matéria de facto, segundo o programa exclusivo que acaba de ficar exposto.

VIII.CUSTAS: no final, por quem decair.

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