PROPOSICOES
6 SOBRE
& W 311 M Jk © Tff © il S
«T H E S E
QUE FOI APRESENTADA A’ FACULDADE DE MEDICINA D OR I O D E
.
J A N E I R O,
ESUSTENTADA EMI11DEDEZERIEKODE1S 1 1, POR
tlanocl Adriano
da
SilvaPontes« NATURALDAFREGUEZIA DEPIOCA(PROVÍNCIADASALAGOAS).
DOUTOR EMMEDICINA PELAMESMA FACULDADE
.
CENTRAL :
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©2iB&samm
®9NATYPOGRAPHIA DEJ.E
.
S.
CABRAL.
Impressor do Tnstituto Historico cGcographico Brasileiro
.
1841.
F A C U L D A D E D E M E D I C I N A D O R I O D EJ A N E I R O
.
OS S K S.DOI TO KES LENTESPIIOPHIETARIOS
.
M.DKV.PIMENTE! Director.
1.°AJCNO.
I’.F
.
ALLEMA6 Botauica Medica e princípiosZoologiu. elementares«I. -
Physica Medien.
•
S
E.DKP
.
CANDIDO y.°ANNO.J.V.TORRES HOMEM. . ChimicaMedicaeprincípios elementaresi•
Mineralogia
.
.. Anatomiageraledescriptiva.
•
I
J.'1.N.GARCIA,Examinador.
.
.3.c ANNO. I).R.DOSG.PEIXOTO J.M.N.GARCIA
Physiologia.
Anatomia geral e descriptiva.
‘1.°ANNO.
^
Pharmacia,MateriaMedica,especialmentea''*I brasileira,Therapeutic«c artede formular . . . Pathologiugeral e interna.
.. .-Pathologiageral cexterna. .1.J.DECARVALHO
.1.J.DASILVA. ..
!
.
.F.FERREIRA 5.°ANNO.CB.MONTEIRO,Examinador. . Operações,Anatomia Topographien e nppa relhos
.
• •
í
$Partos,moléstias do mulheres pejadas l das,cdemeninosrcccm
-
nascidos.epari-F.J.XAVIER, Examinador
%
**•
*
f j* J.M
.
AC.JUBIM. . .(i.
-
ANNO.. .. Medicinalegal.
.. . Hygiene e Historia de Medicina. T.G.nosSANTOS. .
Clinica internaeAnatomia pathologic« res pcctivn.
ClinicaexternacAnatomia pathologic« re
-
pcctivn.
1
M.DEV
.
PIMENTEI•
I
!M.F.P.DECARVALHO, Presidente. .
LENTESSUBSTITITOS.
A.T.AQUINO
A
.
F.
MARTINS.
..
. . .J
.
B.DAROSA!
.
.DEA.
1*.DACUNH\. .
..
D
.
M.DEAAMERICANO.
. .L
.
DAC-
FEIJO’, Examinador.
Secçãode Scicncius accessorius.
I
I
SecçãoMedica-
Secçãocirúrgica.
s
SECRET.URIO
.
OSn
.
I)a.LUIZCARLOSDAFONSECA.
Em virtude deumaResoluçãosort,aFaculdadenãonpprovu nomroprovn nsop nióes eniittidnsuns'l'hescs,as(pinesdevem ser consideradas como propriasde sonsautor«
-
A*
MEUMUITOPREZADOERESPEITÁVELPAI,
O Snr
. .
llanoel do.
YascimentoPontes.
A’
MINHAEXTREMOSA E CARINHOSA MÃI,
- .
1Snra.
11.
Adriana.
liaria dePontes.
A’
MEUS IRMÃOS,
EM PARTICULAR A’MEU IRMÃO
O Snr
.
Sfr.
Jose’
CândidoPontes Pisgueiro.
Meudistincto, e verdadeiroamigo,ãquem devoosmaiores obsoquios.
< I).O
. c .
M
.
A.
DASILVAPONTES.Ao
Hlm
.
Sur. Dr . Manoel
Messias deLe
ão ,DESEMBARGADOR
DA RELAÇÃO DA BAJIIAA’
MEU PADRINHO
O Him
.
Snr.
Francisco d’
Assiz Barboza, VIGÁRIO DAFREGUEZIA DE PIOCA.
Meus sinceros Amigos
.
u.A
.
I»ASILVAFONTES.PROPOSI
ÇÕES
5 SOBRE
QUEIMADURAS .
l
.
aA queimadura, ustio, 6 o effeito da acçao do calorico con
-
centrado sobre uma parte qualquer dostecidos vivos
.
2.«
Todos os corpos penetradosde calorico,c quetendem a se pôr em equilíbrio de temperatura com oscorpos
,
que os cer- cão, podem ser causa de queimaduras.
:
í.
aElias são ainda causadas pela irradiação do calorico em dis
-
tancias variaveis
,
pela acção directa da chamma, c pela appli-
cação immediata dos corpos em ignição. 4
Em geral os gazes rarefeitosemcombustãosóproduzem quei
-
maduras superficiaes , porém muito extensas; por isso que obrão instantaneamente sobre grandes superfícies
.
5
.
aAs queimaduras
,
logo que tem lugar,
participão da natureza da inflammação,
ou da das feridas,
ou da desorganisação;e cm consequência da causa,
que as produz,
são sempre as mesmas em todas as partes do corpo.—
G—
G
.
*Different segundo a nalureza do corpo comburcntc,sua don sidade, capacidade para < > calorico, c a facilidade com que o abandona
.
7
.
<*A queimadura é tanto mais profunda, quanto o corpo, que a occasiona
,
demora-
se mais sobre a parte affcctada, e princi-
palnienlese esta tem o epidemia delicado, ou está abrigadados corpos exteriores.
8
.
alia seis gráos de queimaduras
—
I.
° erythema, ou pblogo.sesuperficial da pellesem phlyctenas;2
.
«inflammação destacomfor-
maçãode phlyctenas; 3
.
o destruição de umaparte do corpo mu-
coso; 4.0desorganisaçãò total dodermaaté otecidocellularsub
-
cutâneo;5.0rêducção á escara das partes mollesaté uma distan
-
cia maisou menos consideráveldos ossos; G
.
ocarbonisação dato-
talidade da espessurada parte queimada
.
O.»
As queimaduras do 1.»gráo são.caracterisadaspor uma inflam
-
mação cutanea com todos os symptomas orysipelatosos;enellas o epiderma cabeemforma de escama,sea enfermidadedura mais alguns dias.
1 U
.
aSe as d’este gráo tocãolargas superficies, postoquede leve.
podem apresentar symptomasgastro
-
intestinaes,cerebraes,e mes-
moamorte.
1 1.«
As queimaduras do2*gráo oíicrccem empòlas cheias de se
-
rosidade citrina,etransparente,acompanhadasdos symptomasmais exacerbados das dol.<*grá o, cassemelhando
-
se ao resultado da applicação de um vesicatório.12.a
Os líquidosaquosos parecem maispropriosaproduzirasquei
-
maduras d'estegenero
.
—
137.
»—
1Ilacerando
—
so ou lurnndo-
so ns phlyctcnas a serosidade extrnvasn
-
se, oo cpiderma cnho cm pedaços, ou emescamas,dei-
xando apoz de si outro denovaformação:em algumas occasiões a.s bolhas não se formão,co cpiderma rompe
-
se, oquedá lu-
gar ú dores agudas,e á uma ligeira suppuração.
14.1
A irradiação docalorico pode scr origem dos dous primeiros gráosdas queimaduras.
15.»
Nas do 3.0gráo ha manchas cinzentas, amarcllas, lisas,in- sensíveis, quando sc calcão de leve;porém oceasionandodòr mais ou menos viva,se se comprimem maisfortemente
.
I O
.
»Quando neste gráo as escaras cahcm depois do trabalho eli- minador ha cicatriz de branco escuro, trabalho quenem sempre se faz em totalidade, e sim parcialmentc;sendo cila bem visivel nos negros.
17.»
As do l
.
ogenero são indicadas porescaras profundas,ama-
relladas,ou negras,seccas,insensíveis ao tocar, ecujaelimina
-
ção ha lugardo 15
.
°'ao 20.
«dia poucomais ou menos:tornão-
se muito sensí veis no 3
.
» ou l.o dia, occasião em que fórma-
secm tornode si um circulo inflammatorio:a suppuração é muito abundante
,
e os botões carnudos,
que apparecem,
vegetão com facilidade.
Id
.
aAs escaras são mais ou menos molles segundo que os cor- pos são maisou menos densos,csãodeprimidas apresentando ir
-
radia ções, que são devidasaofranzidodostegumentos
.
19.a
No 5.0 gráo as escarassão sonoras,negras,friáveis
,
depri- midas; levão muito tempo a se destacar, e a cicatriz, que dei-
xuo
,
é bastantedefeituosa.
—
H—
20.»
Sondo produzidas por corpos cm ignição, aprcsentão as <<
caras os caracteres á pouco mencionados, abraçando urna gran- deespessura do partos; c sendo pela acçao prolongadadol íqui
-
dos cmeffervcscencia, sãomolles, dandolugar áuma inassacin
-
zenta, insensí vel á pontodoser desfeita pelo dedo sem a menor dòr.
21
.
«Reconhccc
-
sc a carbonisação pela leveza, endurecimento. «sonoridade
,
queapresenta a parte lesada,e pela facilidade, com que se deixa ella despedaçar, quandosc lhe imprime algum mo-
vimento.
22.»
Nasqueimaduras mais elevadas,quandoa natureza não tem forças para operarotrabalho climinador, recorre
-
seáamputação,que quasi sempre é precisa nasdo6.° gráo.
23
.
aNenhum gráo de queimadura pode se apresentar sem ser acompanhado dos gráos anteriores.
2
-
1.
«A dòr, quo acompanha a queimadura,é mais viva,quando esta é maissuperficial, c quando separa o epidemia; ella é ca- paz de produzir convulsões e tétanos, toda.«?as vezes quea quei
-
madura 6 muito extensa.
25
.
«A dòr occasionada por uma queimadura está na razão di
-
recta da sua imperfeição, clentidão.
2C.a
A erysipcla, c o phlegmão dilluso são umas das mais gra
-
ves complicaçõesda queimadura; c neste caso nemsempre a am
-
putação aproveita.
27
.
*O Diagnostico dasqueimaduras tira
-
se dos commémoratives.
:do exame da parte aílectada
.
—
‘209.
*—
Os Phcnomcnns das queimaduras,a natureza do corpo, que as produziu, o gráo dc calor desto, o a duração de sua appli
-
cative, donuncião mais ou menos o gráo delias.
29
.
»deduzido da largura da queimadura• de sua profundidade, desuasede,da naturezada causa , da ida
-
de, constituição, e temperamento do indivíduo.
O Prognostico deve ser
30.»
As queimaduras do I.» gráo ofterecendo grandeextensãode
-
terminão muitas vezes a morte durante ou depois doaccidente;
mas passadas as primeiras 24 horas,e a resolução principiando a apparecer, então não ha perigo
.
31.»
O Corpo comburente obrando cm grandesuperficie consti
-
tue queimaduras extremamente graves, que são tanto mais temí- veis quanto são profundas, por isso que ofíereccmcicatrizesdis
-
formes, e adherencias viciosas.
32.»
As queimaduras progridem até o nono dia pouco mais ou menos, em que o mal é definitivamente limitado.
33.»
Podem tornar asqueimadurasfunestastrèscircunstancias,(pie são a dòr immédiats,a inilainmação secundaria, e a abundante e longa suppuração, tendo isto lugar quando cilas são extensas , e profundas
.
3 1.»
Perecendo um indivíduo no meio das chammas,ou logode
-
pois que deliascarrancado, os exames neçroseopieos tèm mos
-
trado muitas congestões nao só no ventr ículo,como também na mucosa bronchica, c derramamentos soro
-
sanguinolentos cm to-
das as membranas serosas.
—
3510.»—
Muitas alterações também se encontrão
,
se a morte tem lu-
gar do terceiro ao oitavo dia depois do accidente
,
c noperíodo dc suppuração.
36.«
O Tratamento das queimaduras funda
-
se nas seguintes indi-
cações: l
.
o subtrair a causa da queimadura; 2.
° fazer abortar a intlaminação, moderar e calmar nos primeiros gráos asdures,e airritação cutanea, que sedesenvolvem noinstante doaccidente, e prevenir seus efleitos sobre os orgãos internos:3.
° manterem justos limites a intlammação,
que preside á separação das esca-
ras,eaoestabelicimentodasuppuração;4
.
«favoreceredirigircom bastante cuidado a cicatrização das feridas, (pie deixão apozde si: 5.0 emfim combater os accidentes geraes primitivos, ou con-
secutivos, que ordinariamentese apresentão
.
37
.
«Nas queimadurasdo l
.
o c2.
« gráo empregão-
se as substan-
cias ligeiramenteadstringentes,ou repercussivas
,
sedativas, e não excitantes,
cm banhos,
ou em fomentaçóes; mas neste 2.
ográo,(piandoha bolhas, deverão estas serabertasem suapartea mais declive com um instrumento de ponta delicada.
38.0
Aparecendosymptomas nervosos
,
eque sejão de temer,pres-
crever
-
sc-
hão poções calmantes, c topicos anodinos: e emissões sangu í neas,
se a intlammação tomar incremento, eseoindivíduo fòr moço,
vigoroso,e sanguí neo.
39.0
A dieta será tanto mais severa
,
quanto a enfermidade fòr mais grave;efar-
se-
há uso de bebidas mucilaginosas ,aciduladas.e diluentes
.
10
.
»Nas do3.0 c l
.
o gráoos excitantes enérgicos ,ou por mui- to tempo continuados ,dão muitas vezes nascimento á erysipelas; dever-
se-
há porém empregá-
los,
se aintlammaçãofòr languida, eproscriptos
,
se animada.
—
114 1.
»—
A queimadura deve sercoberta com uma compressacrivada, Untadade uma substanciagordurosa,esobre cilaumacamada de tios scccos; applicar
—
sc-
lião cataplasmas émollientesem cima das paradest’
artcfacilitar sua queda;ehavendodesecurarse-
rá com promptidão, para que as partessejãoexpostas ao ar pe
-
lo menos tempo possivel
,
ccom delicadeza afim de evitar dores, que são prcjudiciacs.
escaras
42
.
aEmpregar
-
se-
hãoostonicos,
(piando principalmente nas quei-
maduras extensasdo 4
.
<> e5.°gráoasferidas suppurarem abundan-
temente
,
csi por ventura dahi provier falta de forças,sendoentão preciso cura-
las mais de uma vez pordià.
13
. -
Tem
-
se tirado partido das ataduras circulares,
assim como das emissões sangu íneas locaes: também se empregão com pro- veitoas pastas dealgodão sobreasqueimaduras dos primeiros grãos.
1l
.
aNasqueimaduras
,
onde existe uma destruiçãoconsiderável de tecidos, as cicatrizes, que resultão, são muitas vezes disformes, difficultão osmovimentos das partes,
ouse oppõcm aolivre exercício de algumafuneção.
45
.
»Previnem
-
seos inconvenientes, quepoderiãoapparecer na ci-
catrização
,
pela poziçãodomembro,
por curativos bem dirigidos, e por meio deapparellios solidos;cdestroc-
sea má cicatrização por meio donitrato de prata fundido, e do instrumento cortante.
46
.
«Ä amputação,que 6 indispensável
,
quando uma parteécom-
pletamentc destruída
,
nemsempre deve ser praticada:porque ha cir-
a contraindicão
.
cunstancias
,
que17
. -
Ascicatrizes sendo formadas
,
os tecidos conservão-
sc rijosá ponto de impedir as funeções da parte, caso este cm que se
—
12—
devem
empregar
topicos émollientes
: porém antes dechegarem
à tal estado pódem-
se romper , o que se evitará por meio do re-
pouso, principalmente se ellas forem nos membrosabdominaes.
48.a
Devem se guardar os preceitos hygienicos ordenados em to
-
dasasenfermidades sthenicas
.
4 9.
aAs inflammações
,
que se desenvolverem nas viscerascombatidas por meios apropriados
.
serão
í
«
\
HYPPOCRATIS APHORISM ! .
SECT .
l.
a APII. 6 .
"Estremis morbis extrema exquisit
éremedia optima .
SECT . 2 .
a APII.
3.
°Somnus , vigilia , utraque modum excedentia , malum .
SECT . 2 .
a APII.
52.°Omnia secundum rationem facienti ,
si nonsucc
édant
se-
cundum
rationem,
nonest transeundum
adaliud , manente
eoquod à principiis visum luit .
SECT . 5 .
a APII2 .
°Convulsio vulneri superveniens letlialis .
SECT .
G.
aAPII. 25 .
"Erysipelas foris intr
òconverti , malum ; iiit ù
svero foras , SECT . 7 .
a APII.
20.
°Ab
erÿ sipelate putredo aut suppuratio , malum .
bonum .
Esta Theze está conforme os
Estatutos .
Rio deJaneiro23 de Novembro