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Revista Eletrônica Interdisciplinar

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Ano de publicação: 2017 - N°:18 - Vol. 02

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PREVALÊNCIA DOS CASOS SOROPOSITIVOS PARA SÍFILIS E HIV NO MUNICÍPIO DE BARRA DO GARÇAS - MT

Dayanne Aparecida de Oliveira1, Anna Lettycia Vieira dos Santos2, Aurea Damaceno Alves2 e Marcus Vinícius Mariano Nascimento3

RESUMO

As doenças sexualmente transmissíveis, nos últimos anos adquiriram importância e atualmente são consideradas um grave problema de saúde pública tanto no Brasil como em outros países. A sífilis e o HIV estão entre essas doenças, de fácil prevenção, mas mesmo assim, continua aumentando número de novos casos. O objetivo foi buscar a prevalência de sífilis e HIV na população de Barra do garças – MT, a pesquisa foi feita referente ao período de 2014 e 2015, em uma amostra de 129 indivíduos, onde incluem pacientes do gênero feminino e masculino de 01 dia de nascido a 73 anos de idade, com média de 37 anos. A pesquisa exclui pessoas que não seja portadora das infeções em qualquer faixa etária. As variáveis usadas foram: idade, gênero, agravo diagnosticado. Espera se que o resultado deste seja a conscientização da população, para a promoção da saúde, fortalecimento do uso dos testes rápidos nas instituições de saúde para a triagem dessas doenças.

PALAVRAS-CHAVE: HIV, Sífilis, Prevalência, Diagnóstico, Promoção da saúde.

ABSTRACT:

The sexually transmitted diseases in recent years have become important and are currently considered a serious public health problem both in Brazil and in other countries. Syphilis and HIV are among those diseases, easy to prevent, but even so, a number of new cases continue to grow. The objective was to search for the prevalence of syphilis and HIV in the population of Barra do garças - MT, the research was done referring to the period of 2014 and 2015, in a sample of 129 individuals, including female and male patients from 01 day of born at 73 years of age, with an average of 37 years. The survey excludes people who do not carry the infections in any age group. The variables used were: age, gender, diagnosis. It is hoped that the result of this will be public awareness, health promotion, strengthening the use of rapid tests in health institutions for the screening of these diseases

KEY WORDS: HIV, Syphilis Prevalence, Diagnosis, Health promotion.

1 Farmacêutica pelas FACULDADES UNIDAS DO VALE DO ARAGUAIA - UNIVAR.

2 Docentes colaboradoras da UNIVAR. Contato: lettycinha@hotmailcom

3 Docente orientador da UNIVAR. Graduado em Farmácia pela UFG. Mestre em Ciências Biológicas pela UFG. Contato:

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16 1. INTRODUÇÃO

As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), nos últimos anos adquiriram importância e atualmente são consideradas um grave problema de saúde pública tanto no Brasil como em outros países. Esse fato provavelmente é devido ao crescimento da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), ressaltando que a condição dos indivíduos com HIV facilitam a transmissão de outras DSTs, entre estas está à sífilis (LYRA; SILVA; SILVA, 2008).

A sífilis é causada por uma bactéria principalmente da espécie Treponema pallidum, gênero Treponema, pertencente da família dos Treponemataceae, transmitido pela via sexual (sífilis adquirida) e verticalmente (sífilis congênita) pela placenta da mãe para o feto. O contato com as lesões contagiantes pelos órgãos genitais é responsável por cerca de 95%

dos casos de sífilis. Apesar de a sífilis apresentar um diagnóstico e tratamento simples e de baixo custo, contudo, é considerado um grave problema que deve principalmente a fatores socioeconômicos, culturais, sexuais, estruturais da população e comportamentais (OLIVEIRA, 2011).

O tratamento para sífilis tanto em pacientes gestantes, como em outro paciente, inclusive em neonatos infectados pela bactéria, vem sendo o mesmo há muitos anos, com a utilização de Benzilpenicilina Benzatina, comumente usada nesses tipos de infecções (BRASIL, 2008).

O quadro clínico da sífilis congênita é variável, de acordo com alguns fatores: o tempo de exposição fetal ao treponema, a carga, a patogenicidade do treponema, o tratamento da infecção materna, a existência de coinfecção materna pelo Vírus da Imunodeficiência Humana ou outra causa de imunodeficiência materna.

Esses fatores poderão acarretar aborto, natimorto ou óbito neonatal, bem como sífilis congênita “sintomática” ou “assintomática” ao nascimento (SÁ, 2010).

É indiscutível que é uma doença grave, mas evitável, que pode ser eliminada com detecção nos primeiros meses, mas a primeira e mais eficaz prevenção é ainda o uso do preservativo, um ato simples, baixo custo e acessível, além de prevenir não somente a sífilis, mas também outras DSTs e gravidezes não planejadas (BRASIL, 2008).

Em meados dos anos 80 foi descoberto o HIV, inicialmente sem tratamento ou cura,

esteve associado a chamados “grupos de risco”, tais como homossexuais e posteriormente prostitutas, dependentes químicos e hemofílicos.

Desta forma, a população, de um modo geral, acreditava que se não fizesse parte desses grupos, estaria a salvo desse problema de saúde, além de reforçar o preconceito contra essas pessoas. Possivelmente em decorrência desse pensamento, a epidemia se alastrou e atingiu outros grupos populacionais, como por exemplos mulheres solteiras e casadas (SHERER; BORENSTEIN; PADILHA, 2009).

Em dezembro de 2013, o Brasil publicou o “Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para o Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos”

(PCDT), dando mais um passo de vanguarda para a resposta à epidemia, ao se tornar o primeiro país em desenvolvimento a criar um projeto deste porte. No protocolo preconiza como deve ser feito o diagnóstico e o passo a passo para o tratamento, a terapia antirretroviral, no qual o objetivo final do tratamento é suprimir a carga viral das pessoas infectadas pelo HIV e evitar o aparecimento de outras doenças clínicas, tais como doenças oportunistas (BRASIL, 2014).

Consequentemente, o Ministério da Saúde preconiza que durante a assistência pré- natal toda gestante seja submetida a pelo menos dois exames de VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) e HIV, um por ocasião da primeira consulta e outro por volta da 28a semana gestacional. Deve-se ainda realizar novo VDRL e HIV no momento do parto para garantir ao recém-nascido a possibilidade de tratamento precoce, caso a gestante não tenha sido tratada ou tenha se reinfectado após o tratamento (DAMACENO, 2014).

Os resultados deste estudo indicam a importância da realização do teste rápido HIV e do VDRL tanto em maternidades e laboratórios de diagnostico, principalmente em lugares sem recurso. Embora o estudo transversal não seja o ideal na avaliação do uso dos testes rápidos, sua aplicação se justifica porque, ao implementar a assistência à saúde preconiza a importante para demonstrar a susceptibilidade da população a infecções que causam complicações durante o curso da doença (MIRANDA, 2009).

Portanto a erradicação da sífilis e o controle de HIV só serão possíveis quando priorizar o diagnóstico precoce e assegurar o tratamento da mulher jovem, especialmente durante a gestação, e a utilização dos testes rápidos podem agilizar o diagnóstico

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17 principalmente em áreas sem recurso e

diagnósticos limitados (MIRANDA, 2009).

No Brasil, a epidemia de HIV teve início em 1980 e sua propagação revela uma epidemia de múltiplas dimensões que vem ao longo do tempo, sofrendo extensas transformações na sua evolução e distribuição social. Por outro lado a sífilis é uma doença de fácil prevenção, mediante o acesso precoce à testagem durante o pré-natal e em casos suspeitos e o tratamento adequado dos infectados, incluindo também a pesquisa em seus parceiros. A Sífilis e o HIV, mesmo com tantos desenvolvimentos científicos ainda são temas muito polêmicos na sociedade.

Existem muitas campanhas sobre a prevenção e tratamento da doença, mas devido à falta de informações e a falta de interesse de muitas pessoas ainda há muitos casos da doença.

Então este trabalho busca informar a sociedade sobre essas infecções que tem diagnóstico laboratorial e tratamento de baixo custo (BRASIL, 2014).

Este trabalho buscou verificar a prevalência da soropositividade para sífilis e para o vírus HIV na população de Barra do Garças, estado de Mato Grosso, identificar a taxa de infectados, demostrar com base na literatura científica, os fatores de risco para a transmissão das infecções e as medidas de intervenção preconizadas para a redução das mesmas e também demostrar a importância dos testes rápidos para detecção e baixo custo, para oferecer acesso a toda a população.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Esse trabalho foi realizado no município de Barra do Garças, estado de Mato Grosso, para descrever a prevalência dos casos de sífilis e HIV no município.

O trabalho foi realizado com um estudo de cunho exploratório, analítico, observacional e de corte transversal, onde a pesquisa foi realizada com o propósito de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias iniciais e proporcionar uma visão geral acerca do fenômeno estudado. O desenho transversal é um modelo que apresenta-se como uma fotografia ou corte instantâneo que se faz numa população por meio de uma amostragem, examinando-se nos integrantes da casuística ou amostra, a presença ou ausência da exposição e a presença ou ausência do efeito. Também desenvolveu a forma quantitativa, caracterizada pelo emprego de quantificação, por técnicas de estatísticas como percentual, media, desvio

padrão, representando a ideia de garantir a precisão dos resultados (HOCMAN et al., 2005;

ABEC, 2015).

Os dados foram coletados nos registros do banco de dados DATASUS, o SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação) e da secretaria de vigilância epidemiológica, utilizando os resultados positivos para sífilis e HIV presentes no município. A coleta de dados foi feita no 14 de junho de 2016 conforme ofício encaminhado a coordenação de vigilância epidemiológica, a pesquisa foi realizada referente ao período de 2014 e 2015, em uma amostra de 129 indivíduos, onde incluem pacientes do gênero feminino e masculino de 01 dia de nascido à 73 anos de idade, com média de 37 anos, para sífilis usou se o critério de classificação para sífilis congênita, em gestantes, em adultos (excluída a forma primaria) e a não especificada e também por faixa etária e para HIV por faixa etária. A pesquisa exclui pessoas que não seja portadora das infeções em qualquer faixa etária.

As variáveis usadas foram: idade, gênero, agravo diagnosticado. Após a coleta dos dados foram criados tabelas e gráficos para a construção de um banco de dados eletrônicos no programa Microsoft Excel (2010).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este estudo mostra os resultados de 40 indivíduos diagnosticados com HIV em Barra do Garças – MT entre 2014 e 2015, sendo 16 casos em 2014 correspondendo a 40% e 24 casos em 2015 indicando 60% (figura 01 e tabela 01), sendo que dos 40 casos diagnosticados, 04 são de gestantes, sendo 03 em 2014 e 01 em 2015.

Aponta também o crescente número de infecções na faixa etária de 20 a 39 anos de indivíduos ativos e repassadores da infecção, observou o aumento de um ano para outro, alcançando em mais de 50% em novos casos (tabela 1 e figura 1), vale acrescentar que a predominância dos casos foi no gênero masculino, com 25 casos.

Tabela 1: N° de indivíduos diagnosticados com HIV, frequência por ano diagnóstico segundo faixa etária em

Barra do Garças - MT.

Faixa etária 2014 2015 Total

15 a 19 anos 1 0 1

20 a 29 anos 4 8 12

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18

30 a 39 anos 5 7 12

40 a 49 anos 4 5 9

50 a 59 anos 1 3 4

50 a 59 anos 1 1 2

Total 16 24 40

Fonte: OLIVEIRA et al., 2017.

Na figura 1 evidencia em porcentagem os casos durante 24 meses diagnosticados com HIV no município de Barra do Garças, onde 30%

estão na faixa etária de 20 a 29 anos e mais 30% entre 30 a 39 anos, índices bastante preocupantes, pois estão em um ciclo de vida muito ativo, tornando se repassadores da doença. Outros 23% são da faixa etária de 40 a 49 anos e 10% de 50 a 59 anos. Já os de 60 a 69 anos forma 5% e em menor quantidade os de 15 a 19 anos são 2%.

Figura 1 - N° de indivíduos diagnosticados com HIV entre 2014 e 2015 segundo idade em Barra do Garças – MT. Fonte: OLIVEIRA et al.,

2017.

Peakman; Vergani (2011), enfatizam que o número de infectados pelo vírus HIV continuam crescendo em todo o mundo, principalmente onde tem grupos populacionais com comportamento de alto risco, que inclui prostitutas e seus clientes, usuários de drogas injetáveis e relações homoafetivas. Esse aumento de infectados também é observado neste estudo, com um aumento bastante relevante (tabela 01).

Lyra; Silva; Silva (2008) mencionam que em Pernambuco a epidemia de HIV iniciou-se em 1983, apresentando desde então, tendência de crescimento nas taxas de incidência. Nos anos de 1983 a 1986, essas taxas eram

inferiores a 0,25 casos para cada 100.000 habitantes; em 2005, observou-se 11,9 casos/100.000 habitantes e em 2007 o estado já tinha 11.246 casos de HIV notificados. Dentre as tendências observadas nos últimos anos, destaca-se a interiorização crescente da epidemia, apesar de Recife e sua região metropolitana ainda concentrarem cerca de 78,9% dos casos de HIV, a epidemia avança sensivelmente pelo interior. Hoje, dos 185 municípios de Pernambuco, 169 (91,4%) já tem pelo menos um caso registrado.

Como faz notar Antonello (2015), mesmo estando disponível o tratamento antirretroviral para todos os pacientes vivendo com HIV, não obstante, novos casos venham ocorrendo em todo o país. Estimando que aproximadamente 734 mil indivíduos vivam com a doença no Brasil.

A distribuição proporcional dos casos de HIV no Brasil segundo as diferentes regiões mostra uma concentração dos casos nas regiões Sudeste e Sul, correspondendo, respectivamente, a 54,4%

e 20,0% do total de casos identificados até junho de 2014 e que entre todas as capitais, Porto Alegre tem a maior taxa de detecção de casos de HIV em 2001, com 96,2 casos para cada 100.000 habitantes. A maior concentração dos casos HIV no Brasil está entre os indivíduos com idade entre 25 a 39 anos em ambos os gêneros;

registros próximos aos de Barra do Garças com concentração dos casos na mesma faixa etária e predominando o gênero masculino.

Em contrapartida, Brasil 1 (2015) menciona o oposto relatado neste estudo, no qual a taxa de detecção de HIV onde a região Centro Oeste apresenta uma tendência linear de crescimento significativo; em 2005 a taxa registrada foi 17,3 casos para cada 100 mil habitantes, enquanto que 2015 a taxa foi 18,4 representando um aumento de 6,4% em 10 anos, dados reafirmados por essa pesquisa, onde teve um aumento de casos nos últimos dois anos.

Brasil2, (2015), relata que segundo a estimativa de prevalência de HIV em parturientes, o número esperado de gestantes com HIV no Brasil é de aproximadamente 12 mil casos por ano. Apenas 55% dos casos esperados foram notificados no SINAN no ano de 2012. A região Nordeste apresentou o maior percentual de casos notificados em relação ao número esperado (64%); o Sul, 62%; o Sudeste, 52%; o Norte, 47%; e o Centro-Oeste, 43%, o que corrobora para 04 casos de gestantes diagnosticadas e notificadas com HIV em Barra do Garças.

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19 Roitt et al. (2013), menciona que quase

todos os infectados com o vírus HIV desenvolve a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS), a qual é uma doença devastadora, caracterizada por predisposição a infecções facilmente evitadas por um sistema imune com função normal. De acordo com o relatório da UNAIDS de 2008, a AIDS já havia matado mais de 25 milhões de pessoas no mundo no fim de 2008 e que neste mesmo ano 3 milhões de nova infecções surgiram e atualmente 35 milhões de pessoas tem o vírus HIV mundialmente.

As doenças sexualmente transmissíveis estão entre os problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo, entre suas consequências estão a infertilidade feminina e masculina, a transmissão de mãe para filho, determinando perdas gestacionais ou doença congênita, principalmente o aumento do risco para a infecção pelo HIV, mas não somente este, a sífilis vem sendo um agravo que tem aumentado bastante no Brasil e no restante do mundo, vários motivos são causadores desse aumento, como comportamento sexual de risco, desabastecimento da penicilina, o qual é o medicamento unificado no tratamento da sífilis, tratamento inadequado ou não terminado.

Este trabalho também buscou a prevalência da sífilis em Barra do Garças – MT,

os resultados encontrados foram de 89 casos entre 2014 e 2015 para a população residente do munícipio. Classificados por agravos, 08 casos são em gestantes, 01 em 2014 e 07 em 2015, outros 10 casos são de sífilis congênita, em recém-nascidos, onde 09 são em 2014 e 01 em 2015, grande parte dos casos, 55 são de sífilis em adultos, excluindo a forma primária, onde 19 são em 2014 e 36 em 2015 e outros 16 casos são de sífilis não especificadas no momento da notificação, sendo 06 em 2014 e 10 em 2015 (tabela 2).

Tabela 2. N° de indivíduos diagnosticados com sífilis, frequência por ano diagnostico e agravo em Barra do Garças - MT.

Agravo notificado 2014 2015 Total

Sífilis em gestante 01 07 08

Sífilis Congênita 09 01 10

Sífilis em adulto 19 36 55

Sífilis não especificada 06 10 16

Total 35 54 89

Fonte: OLIVEIRA et al., 2017.

A figura 2 representa 62% dos casos de sífilis em adultos (excluindo a forma primária) em 24 meses, enquanto que 18% são casos de sífilis não especificado, 11% de sífilis congênita, e 9% de sifilis em gestantes. Sá, 2010, definiu a sífilis como uma doença infectocontagiosa

sistêmica, de evolução crônica, com manifestações cutâneas temporárias, sujeita a períodos de latência. Sua evolução é dividida em recente e tardia. A sífilis congênita é a infecção do feto, transmitida por via placentária, durante a gestação em mães não tratada ou inadequadamente tratada.

Figura 02- N° de indivíduos diagnosticados com HIV entre 2014 e 2015 segundo idade em Barra do Garças – MT.

Fonte: OLIVEIRA et al., 2017.

Rodrigues; Guimarães (2004) observaram um aumento da prevalência da sífilis em países em desenvolvimento e industrializados, destacando-se o aumento dos casos de sífilis primária e secundária em

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20 mulheres em idade fértil, aumento também

observado neste trabalho, e que em mulheres grávidas traz sérias implicações para a gestação e seu concepto. Quando adquirida durante a gravidez, pode levar à abortamento espontâneo, morte fetal e neonatal, prematuridade e danos à saúde do recém-nascido com repercussões psicológicas e sociais, também estima-se que 40% das mulheres grávidas com sífilis primária ou secundária não tratadas evoluem para perda fetal. Além disso, mais de 50% dos recém- nascidos filhos de mães com sífilis não tratada ou tratada de forma inadequada não manifestam sintomas da doença, podendo assim não ser diagnosticados ao nascimento, com sérias consequências no futuro.

O SINAN demostrou em pesquisas que apesar da ampliação do diagnóstico, a maioria dos casos de sífilis congênita continua sendo detectada tardiamente como ficou caracterizado na figura seguinte, onde mostra o período do diagnostico por região em 2013, durante a gestação. Não foi pesquisado em Barra do Garças em que período foi feito o diagnóstico, mas essa informação é relevante para aprimorar o atendimento as gestantes que é feito tardiamente, dificultando o tratamento, (Brasil 2, 2015).

Figura 03 - Idade gestacional ao diagnóstico, por região, 2013 Fonte: MS/SVS/Sistema de Informação de Agravos de

Notificação (SINAN).

Cambricoli (2015) notou que em oito anos, ocorreu um aumento acentuado no número de notificações de sífilis em bebês e em gestantes no país, essa alta está associada à melhoria nos sistemas de diagnóstico, mas, principalmente, ao aumento do sexo desprotegido. O número de grávidas com a doença passou de 1.863 em 2005 para 21.382 em 2013, alta de 1.047%. Já o número de notificações de sífilis congênita, quando a mãe passa a doença para o bebê, subiu de 5.832 para 13.705 no mesmo período, crescimento de

135%, estudo que corrobora com este, com crescente aumento no número de gestantes diagnosticadas com sífilis, mas em contrapartida, o número de sífilis congênita diminuiu progressivamente de 09 para 01 caso total, provavelmente pelo diagnóstico precoce. Mas segundo o Ministério da Saúde, a alta se deve ao maior acesso das gestantes ao pré-natal, o que aumenta o número de casos diagnosticados, mas alerta que o sistema de saúde está em um processo de aprimoramento do sistema de detecção, então não se pode concluir automaticamente que o aumento de notificações significa aumento da incidência da doença.

Embora não se tenham estatísticas da doença em adultos, sabe-se que está crescendo por meio da prática clínica (anamnese) que têm feito esse diagnóstico e começando a notificar casos da doença em adultos, fato ocorre porque as notificações de sífilis em adultos só passou a ser obrigatória em outubro de 2015.

As interações entre a sífilis e o vírus HIV iniciam-se pelo fato de que ambas as doenças são transmitidas principalmente pela via sexual e aumentam sua importância porque lesões genitais ulceradas acentuam o risco de contrair e transmitir o vírus HIV. A sífilis nos pacientes infectados pelo HIV, não apresenta comportamento oportunista, mas possui características clínicas menos usuais e acometimento do sistema nervoso mais frequente e precoce, demonstrado por Avelleira.

Bottino (2006).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É imprescindível que, diante dos argumentos expostos, as doenças sexualmente transmissíveis nos últimos anos adquiriram importância e atualmente são consideradas um grave problema de saúde pública no Brasil.

Foram 40 casos de HIV e 89 casos de sífilis entre 2014 e 2015 no município de Barra do Garças, números preocupantes pois tem crescimento a cada ano, afetando principalmente as faixas etárias de 20 a 39 anos.

Os achados obtidos no presente estudo reafirmam a importância da utilização das de testes rápidos nas instituições de saúde, a promoção e prevenção da saúde. É necessário o comprometimento de todos os profissionais de saúde quando o objeto de discussão é a saúde da população e incentivar mais pesquisas para o monitoramento das DST, palestras educativas para a população, objetivando a redução ou até mesmo a erradicação da sífilis e sífilis congênita e diminuir a transmissão de HIV consideravelmente.

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21 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Acesso em 14/06/2016

Referências

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