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UNIÃO EUROPÉIA (UE)

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Academic year: 2022

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UNIÃO EUROPÉIA (UE)

A União Europeia representa o estágio mais avançado do processo de formação de blocos económicos no contexto da globalização.

Originada da Comunidade Económica Europeia (CEE), fundada em 1957, pelo Tratado de Roma, a União Europeia (UE) é o segundo maior bloco económico do mundo em termos de PIB: 8 trilhões de dólares.

Formado por 27 países, sua população é estimada em 374 milhões de habitantes.

O órgão máximo da União Europeia é o Conselho Europeu. Agrupa os Chefes de Estado ou de Governo, além do Presidente da Comissão Europeia, sendo responsável pela definição das grandes orientações políticas, cabendo-lhe a responsabilidade de abordar os problemas da actualidade no âmbito internacional. O Conselho Europeu reúne-se, em princípio, quatro vezes do por ano, ou seja, duas vezes por semestre.

Em circunstâncias excepcionais, o Conselho Europeu pode reunir-se em sessão extraordinária.

Outras dez instituições existem para que a União Europeia possa cumprir seus objectivos de integração. O Conselho de Ministros (Conselho da União Europeia, ou simplesmente Conselho) é o órgão que dispõe de poder de decisão, assumindo a coordenação geral das actividades da União. O Conselho, juntamente com o Parlamento Europeu, fixa a legislação da União Europeia, inicialmente proposta pela Comissão Europeia.

O Parlamento Europeu, actualmente composto por 626 delegados eleitos, possuí três tipos de poder: o orçamentário, o de controle da Comissão Europeia, e o legislativo. Este último é exercido diferentemente segundo a natureza da matéria em questão, indo de instância de consulta à co-decisão, quando divide o poder decisório com o Conselho. Uma das mais importantes funções do Parlamento Europeu consiste em aprovar e autorizar a indicação de projectos que consomem cerca de 45% do orçamento oficial da União Europeia.

O Parlamento Europeu, com sede em Estrasburgo, na França, para sessões plenárias, é formado por parlamentares eleitos pelas populações dos países-membros da União Europeia. Em Luxemburgo, funciona a Secretaria Administrativa, e em Bruxelas, na Bélgica, realizam-se reuniões das Comissões Temáticas, assim como o Conselho de Ministros da União Europeia e seu braço executivo, a Comissão Europeia.

A Comissão Europeia, cuja Presidência é exercida por seis meses, em sistema rotativo, é o órgão executivo e tem como função a iniciativa na elaboração da legislação em comum, controlando sua aplicação e coordenando a administração das políticas comuns. Além disso, conduz as negociações da União Europeia no plano das relações exteriores.

As principais instituições da União Europeia são: a) o Tribunal de Justiça; b) o Tribunal de Contas; c) o Comité Económico e Social; d) o Comité das Regiões; e) o Provedor de Justiça Europeu; f) o Banco Central Europeu (BCE); e g) o Banco Europeu de Investimento (BEI). O sistema é completado por uma série de organismos.

Em 1992 é consolidado o Mercado Comum Europeu, com a eliminação das últimas barreiras alfandegárias entre os países-membros. Pelo Tratado de Maastricht (cidade da Holanda), a União Europeia entra em funcionamento a partir de 1º de novembro de 1993.

Dois outros tratados complementam o Tratado de Maastricht, um para tratar da União Política e o outro para cuidar da União Monetária e Económica.

O Euro é a moeda única criada pela União Europeia, no momento já sendo utilizada em substituição as demais moedas da maioria dos demais Países Membros, desde 1º de janeiro de 2002. Esta nova moeda, circulando em cédulas e moedas, em curso na comunidade financeira internacional, já se consolidou e se afirma, a cada dia, como alternativa ao dólar norte-americano nas transações comerciais.

Até o presente momento, não paira dúvida quanto ao sucesso do Euro como moeda europeia forte, lastreada em economias poderosas, que passa a competir com o dólar norte-americano no mercado internacional em condições de igual aceitação.

Para admissão à União Económica e Monetária o país-membro da União Europeia deve atender aos seguintes pré-requisitos: a) déficit público máximo de 3% do PIB; b) inflação baixa e controlada; c) dívida pública de no máximo 60% do PIB; d) moeda estável, dentro da banda de flutuação do Mecanismo Europeu de Câmbio; e, por último, e) taxa de juro de longo prazo controlada.

São países Membros da UE: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda (Países Baixos), Portugal, Reino Unido e Suécia.

O processo de integração: Integrar é dar unidade a parcelas soberanas, é eliminar barreiras; quanto mais integração mas interdependência. O processo de integração possui três fases: a) zona de livre comércio; b) união aduaneira; c) mercado comum. A União Européia entra na fase do mercado comum – união econômica e monetária – com a criação de instituições supranacionais, entra numa fase de escolhas (bifurcação).

Existem dois cenários possíveis para a integração: a) integração amalgamada (fusão das entidades; b) integração pluralista (mantêm alguma autonomia).

Segundo alguns autores existe uma escala de integração, que pode ser vista da seguinte forma: a) outros sistemas (hordas); b) impérios; c) outras uniões (real-Portugal/Espanha); d) uniões econômicas; e) comunidades perfeitamente integradas (estados e nações).

Qualquer processo de integração tem como principais dimensões os seguintes aspectos: normativo, militar (segurança externa) e coercitiva (segurança interna).

Da Comunidade Européia à Moeda Única: O EURO é um passo histórico no processo de construção de um projeto de UNIÃO coerente e sustentado. Desde a criação da CEE (Tratado de Roma) em 1957, passando pela União Aduaneira e Política Agrícola Comum nos anos 60, pelas políticas comuns dos anos 70, pela reanimação do ideal comunitário dos anos 80, até o Mercado Único e Moeda Única nos anos 90, o EURO constitui-se no último passo dessa longa jornada.

A primeira etapa da UEM (União Econômica Monetária), iniciada em 1º de julho de 1990, foi a liberalização dos movimentos de capitais, bens, serviços e pessoas, a coordenação de políticas econômicas financeiras e monetárias entre os Estados-membros. Na segunda etapa ocorre o reforço na coordenação dessas políticas, a criação em 1994 do Instituto Monetário Europeu, em Frankfurt e o BANCO CENTRAL EUROPEU, em 1998.

A terceira etapa consiste no início da circulação do EURO, a partir de janeiro de 2002 e a retirada das moedas nacionais de circulação em março de 2002.

Como vantagens da moeda única tem sido apontado a elevação da eficiência microeconômica e condições mais favoráveis ao aumento de investimentos, a promoção da estabilidade dos preços, o saneamento das contas públicas, o incitamento à disciplina orçamental e a criação de uma moeda capaz de rivalizar com o dólar norte-americano.

Quantos aos custos, aponta-se para a redução da flexibilidade da política econômica, possibilidade de desequilíbrio de objetivos macroeconômicos: inflação versus desemprego, maiores problemas para países com menores níveis de desenvolvimento econômico e perda de soberania política.

Na verdade, o EURO deve ser visto como um instrumento e não um fim.

Teoria da integração política : A cada dia surgem novos desafios a serem vencidos; primeiro são os efeitos da globalização, a qualidade do emprego, a necessidade de proceder com êxito o alargamento, "democratizar" a Europa, e a principal questão que atualmente está em discussão: a autonomia da União Européia sobre os Estados-membros e pergunta-se: o Estado-Nação tradicional mantém-se (ou não) como entidade relevante?

Há motivos para julgar que ainda não se verificou o esgotamento do modelo tradicional do Estado-Nação; em todo caso, parece também que existem motivos para supor que o mesmo precisa ser redefinido.

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Existe uma real necessidade e possibilidade de uma nova forma de governar ao nível da União Européia, seria o rumo ao Federalismo, onde o Estado Federal é fundado sobre uma Constituição que garante a igualdade de todos o seus membros ou uma Confederação, que deixa intacta a soberania dos estados-membros, havendo estruturas supranacionais.

A idéia da federalização, para alguns, passa por uma Constituição Européia, por um Tratado Único, dando surgimento a um "superestado", um Estado Federal, ou ainda ao um "Estado pós-soberano", como uma opção ao Estado Hobbesiano, soberano e regulador.

Assim, para alguns o modelo federal Europeu teria por certo uma forma "original", provavelmente na linha de uma "Federation of Nation- States", no conceito proposto há alguns anos por Jacques Delors.

A ordem jurídica comunitária : A aventura comunitária européia (2) tem vindo a ser sustentada por uma ordem jurídica sui generis, em crescimento, suficientemente maleável e evolutiva para servir de alicerce à "vontade política de integração", emprestando a esta a firmeza e a perenidade necessárias para que tal integração seja irreversível (pelo menos até o momento tem sido irreversível); de modo que, qualquer análise relativa à construção comunitária européia não poderá prescindir do papel que o denominado Direito Comunitário (Direito da Integração) tem desempenhado.

Até agora o quotidiano de vida dos cidadãos dos vários Estados-membros tem vindo a modificar-se, em alguns domínios, de forma quase radical, porém, sempre sem grandes perturbações, sem que tais alterações de hábitos, comportamentos, modos de consumir, de contratar sejam como uma "revolução".

Os efeitos da integração européia têm sido assimilados de uma forma quase natural; tem-se verificado, gradual e progressivamente, uma presença da União e do Mercado Interno na vida quotidiana dos cidadãos.

Nas várias ordens nacionais, matérias como, por exemplo, a "defesa dos consumidores", a "proteção do meio-ambiente", a "livre concorrência" e determinados setores da atividade econômica e financeira, a livre circulação de capitais, são situações correntes das pessoas e avizinha-se a "grande revolução", que certamente não se imporá com tanta discrição e serenidade na vida dos "cidadãos europeus": a moeda única.

Se, por um lado o Tratado de União Européia (Tratado de Maastricht) significou o fim da construção de um ciclo eminentemente econômico (o Mercado Interno) e o início do caminho para a assunção de um nova etapa na construção comunitária (a União), de caráter mais amplo e de incidência política, começando a atingir, de um forma mais visível, o âmago constitucional dos Estados-membros, ou seja, as respectivas soberanias nacionais, a ordem jurídica comunitária certamente é a estrutura que vai garantindo a eficácia dessa construção comunitária.

A nova realidade jurídica é baseada nos seguintes postulados: a) fontes do Direito; b) atos normativos comunitários (de Direito originário e de Direito derivado); c) jurisprudência comunitária; d) princípios do Direito.

O Direito Originário é composto pelos Tratados e o Direito Derivado pelos Regulamentos, Decisões e Diretivas (Política de harmonização). Em 1964, no famoso acórdão Costa vs E.N.E.L, na Itália, firmou-se jurisprudência no seguinte sentido: nunca um juiz nacional pode deixar de aplicar uma norma comunitária quando for invocada. Trata-se da aplicação do chamado Primado do Direito Comunitário, inclusive sobre a Constituição.

O Tratado de Amsterdam, em seu art. 6º, declina os Direitos Fundametais do "cidadãos europeus".

Por outro lado, o Princípio da Publicidade encontra-se evidenciado no fato de que todas as Diretivas são publicadas no "Jornal Oficial da União Européia", com força vinculante obrigatória para todos os Estados-membros.

Acto Único Europeu

O Acto Único Europeu (AUE) foi assinado a 17 de Fevereiro de 1986 e estabeleceu entre os Estados-Membros as fases e o calendário das medidas necessárias para a realização do Mercado Interno em 1992. Tratava-se de um instrumento institucional novo que alterou pela primeira vez o Tratado de Roma, consagrando o regresso ao voto maioritário no Conselho Europeu, na medida em que alargava o campo das decisões maioritárias ao domínio do mercado interno.

As principais etapas que conduziram à assinatura do AUE foram as seguintes:

Declaração Solene de Estugarda, Alemanha, de 19 de Junho de 1983

Este documento, elaborado com base no plano do Ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Hans-Dietrich Genscher, e do seu homólogo italiano, Emilio Colombo, é acompanhado de declarações dos Estados-Membros sobre os objectivos a alcançar em termos de relações interinstitucionais, de competências comunitárias e de cooperação política. Os Chefes de Estado e de Governo comprometem-se a reexaminar os progressos registados nestes domínios e a decidir se se justifica incorporá-los num Tratado da União Europeia.

Projecto de Tratado que institui a União Europeia

Por iniciativa do deputado italiano Altiero Spinelli, é criada a Comissão Parlamentar dos Assuntos Institucionais para elaborar um tratado que substitua as Comunidades existentes por uma União Europeia. O Parlamento Europeu adopta o projecto de Tratado em 14 de Fevereiro de 1984.

Conselho Europeu de Fontainebleau de 25 e 26 de Junho de 1984

Com base no projecto de Tratado do Parlamento, as questões institucionais são analisadas por um comité "ad hoc" composto por representantes pessoais dos Chefes de Estados e de Governo e presidido pelo senador irlandês Dooge. O relatório do Comité Dooge insta o Conselho Europeu a convocar uma Conferência Intergovernamental para negociar o Tratado da União Europeia.

Livro Branco de 1985 sobre o mercado interno

A Comissão, por iniciativa do seu presidente, Jacques Delors, publica um Livro Branco em que identifica 279 medidas legislativas necessárias para a realização do mercado interno. Propõe igualmente um calendário e a data-limite de 31 de Dezembro de 1992 para a realização desse objectivo.

Um dos principais objectivos do Acto Único era o de eliminar as fronteiras internas técnicas e físicas, que se colocavam à livre circulação dos cidadãos e das mercadorias. Ao mesmo tempo, isentava de impostos as mercadorias em trânsito que tivessem sido adquiridas em outros estados-membros. O AUE sublinhava também a importância a dar à investigação e ao desenvolvimento tecnológico, à coesão económica e social e à melhoria das condições de trabalho.

O Francês Jacques Delors, Presidente da Comissão Europeia de 1985 a 1994 foi o principal inspirador do Acto Único Europeu que entrou em vigor a 1 de Julho de 1987.

Referências

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