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PROCESSO Nº TST-Ag-RR A C Ó R D Ã O (1.ª Turma) GMDS/r2/msr/ls

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Firmado por assinatura digital em 08/04/2021 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP A C Ó R D Ã O

(1.ª Turma)

GMDS/r2/msr/ls

AGRAVO INTERNO EM RECURSO DE REVISTA. PRELIMINAR DE NULIDADE DO ACÓRDÃO REGIONAL POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. O mero

inconformismo da parte com a decisão que lhe foi desfavorável não rende ensejo à configuração da negativa de prestação jurisdicional. Ilesos os arts. 832 da CLT; 458 do CPC/1973 e 93, IX, da Constituição Federal. ILEGITIMIDADE

PASSIVA AD CAUSAM. SÚMULA N.º 422, I, DO TST. Não tendo o Recorrente infirmado as

razões de decidir do acórdão recorrido, a admissão do apelo encontra-se obstada pela Súmula n.º 422, I, do TST.

DENUNCIAÇÃO DA LIDE. ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EX-TITULAR DO CARTÓRIO. Em

conformidade com a jurisprudência desta Corte, somente será admissível a denunciação da lide quando a Justiça do Trabalho for competente para apreciar litígio entre a parte denunciante e a parte denunciada, quando a denunciação aproveitar o trabalhador e forem observados os princípios da celeridade, efetividade e simplicidade. In casu, em relação à denunciação da lide em face do Estado do Espírito Santo, não há falar-se em competência da Justiça do Trabalho, visto que seria necessária a

discussão sobre a legislação

cível-administrativa para apreciar eventual direito de regresso da parte denunciante (titular do cartório) em relação à parte denunciada (Estado do Espírito Santo). Ademais, no tocante à denunciação da lide em face do antigo titular do cartório extrajudicial, igualmente não há como se admitir a intervenção de terceiros, pois, além de a denunciação não trazer qualquer proveito ao trabalhador, eventual

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discussão sobre a responsabilização do sucedido apenas ampliaria o objeto da

relação jurídica processual,

acarretando, assim, uma maior demora na entrega da prestação jurisdicional.

CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL. MUDANÇA NA

TITULARIDADE. POSSIBILIDADE DE

RECONHECIMENTO DA SUCESSÃO DE

EMPREGADORES (ARTS. 10 E 448 DA CLT).

Havendo a mudança na titularidade de cartório extrajudicial que passa a pertencer a novo titular, este pode ser

responsabilizado pelas obrigações

trabalhistas do sucedido, desde que reconhecida a sucessão trabalhista, sendo essa caracterizada, em linhas

gerais, quando demonstradas a

transferência da unidade econômica jurídica pelo titular e a continuidade da prestação de serviços. Precedentes da Corte. Agravo conhecido e não

provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo em Recurso de Revista n.º TST-Ag-RR-60400-23.2010.5.17.0101, em que é Agravante ANDRÉ ARRUDA LOBATO RODRIGUES e Agravada SORAYA AMBROZINE.

R E L A T Ó R I O

Inconformado com a decisão monocrática (doc. seq. 28), pela qual não foi conhecido o seu Recurso de Revista, o 2.º reclamado interpõe o presente Agravo Interno (doc. seq. 10), pretendendo a reforma do julgado.

Não foram apresentadas razões de contrariedade (doc. seq. 13).

É o relatório.

V O T O

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Conheço do Agravo, porque são tempestivos e atendem aos pressupostos legais de admissibilidade.

MÉRITO

PRELIMINAR DE NULIDADE DO ACÓRDÃO REGIONAL POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL – ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM – DENUNCIAÇÃO DA LIDE – EX-TITULAR DO CARTÓRIO E ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL - MUDANÇA NA TITULARIDADE – SUCESSÃO TRABALHISTA CONFIGURADA

A decisão ora agravada foi vazada nos seguintes termos:

“PRELIMINAR DE NULIDADE DO ACÕRDÃO REGIONAL

POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

O reclamado sustenta que o acórdão regional padece do vício de nulidade, porquanto omisso e contraditório quanto às seguintes questões: a) „a troca de titulares de cartórios ocorre entre pessoas físicas e não importa em transferência de uma universalidade de bens aptos à produção de riqueza, pois os Cartórios não se caracterizam como empreendimento econômico‟; b) „em sendo a concessão do exercício do serviço notarial uma delegação do poder público, o delegado aprovado em concurso público não recebe a delegação por transmissão do anterior titular, de forma derivada, mas diretamente do Estado, de forma originária, o que afasta a responsabilidade por obrigações pretéritas‟; c) não configuração da solução de continuidade da prestação laboral, visto que, da análise da CTPS da reclamante, verifica-se que o vínculo com o anterior titular do cartório findou em 3/1/2010 e a sua contratação com o novo titular apenas se deu em 4/1/2010. Indica violação dos arts. 832 da CLT, 458 do CPC/1973 e 93, IX, da Constituição Federal e colaciona arestos.

Sem razão.

Do que se infere do acórdão recorrido, a Corte de origem, ao apreciar a responsabilidade do ora recorrente pelo adimplemento das obrigações trabalhistas, indicou todos os fundamentos de fato e de direito que levaram ao seu convencimento, não se evidenciando, portanto, quaisquer das omissões ou contradições suscitadas pelo recorrente.

Para tanto, confira-se o teor do acórdão proferido em Embargos de Declaração:

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„Insurge-se o recorrente argumentando que a troca de titulares de cartórios ocorre entre pessoas físicas e não importa em transferência de uma universalidade de bens aptos a produção de riqueza, pois os cartórios não se caracterizam como empreendimento econômico. Ademais, aduz que a extinção da delegação implica interrupção da concessão do serviço notarial e de registro, dissolvendo-se o vínculo do ex-titular com a administração.

Sem razão.

É sabido que, para se prover os embargos de declaração, é necessário que haja, no próprio julgado, ao menos, a presença de um dos vícios processuais formais, quais sejam, omissão, contradição ou obscuridade.

Na hipótese vertente, as alegações trazidas pela Embargante, na verdade, referem-se à rediscussão da matéria veiculada no recurso, o que é vedado em sede de embargos.

Confira-se o teor do decisum à fls. 265-266, in verbis: O oficial de registro de imóveis é o titular do cartório nos termos do art. 5.º da Lei de n.º 8.935/94, podendo, de acordo com o art. 20 da mesma Lei, contratar escreventes e auxiliares, sendo, claramente, o empregador nessas situações.

O art. 21 da referida Lei vem corroborar esse entendimento, determinando que ao titular cabe „o gerenciamento administrativo e financeiro dos serviços notariais e de registro‟ sendo da „responsabilidade exclusiva do respectivo titular‟ as questões relativas ao „custeio, investimento e pessoal‟. Pois bem, na hipótese, discute-se a possibilidade de sucessão trabalhista em atividade notarial, que para ser caracterizada exige-se, em regra, a transferência de titularidade com a manutenção do estabelecimento, dos funcionários e sem solução de continuidade, o que gera a assunção do ativo e passivo da empresa.

A sucessão trabalhista fundamenta-se nos artigos 10 e 448 da CLT, in verbis:

(...)

No presente caso, verifica-se que estão presentes todos os requisitos da sucessão, considerando que há transferência da titularidade para o recorrente, pouco importando se foi por concurso público, sem que houvesse solução de continuidade e com a manutenção da mesma atividade e dos mesmos empregados, já que o recorrente não nega que a reclamante continuou a prestar serviços ao cartório e o depoimento testemunhal, à fls. 167, informa que a autora prestava serviços no local, tendo continuado a trabalhar após o segundo reclamado assumir o cartório, o qual continuou a operar no mesmo local.

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Pois bem, nessas situações a atual jurisprudência do C. TST vem entendo pela configuração da sucessão trabalhista, vejamos:

(...)

Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao apelo.

Resta claro que há inconformismo da Embargante com os fundamentos do acórdão Embargado, sendo manifesto o propósito de reforma, pois a decisão está fundamentada na possibilidade de transferência de titularidade e no fato de que não houve interrupção da prestação de serviços.

Sendo certo que o julgado não padece da contradição ou omissão apontada e que os embargos somente podem ser utilizados para sanar error in procededo, e não eventual error in

judicando, denota-se que a via eleita pela ré para rechaçar a tese

adotada por esta Segunda Turma está inadequada.

Ademias, a Súmula 297 do C. TST, ao prever a possibilidade de a parte opor embargos declaratórios com a finalidade de prequestionamento, parte da premissa de que tenha havido omissão com relação à matéria alegada.

Se existe tese específica sobre o tema discutido, ainda que contrária aos interesses da parte, o requisito de fundamentação da decisão é cumprido, de modo que a não manifestação quanto a todos os dispositivos legais apontados como violados não configura omissão no julgado.

Confiram-se os julgados a seguir proferidos pelo Pretório Excelso:

(...)

No mesmo sentido são as Orientações Jurisprudenciais n.º 118 e 256 da SDI-I do Colendo TST, nestes termos:

(...)

Pelo exposto, nego provimento aos Embargos Declaratórios.‟

Registre-se, por oportuno, que o mero inconformismo com a decisão judicial não enseja o reconhecimento da negativa de prestação jurisdicional.

Ilesos, portanto, os dispositivos apontados como violados, nos termos da Súmula n.º 459 do TST.

Não conheço.

ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM

Assim decidiu a Corte de origem:

„A legitimidade para a causa não se confunde com a legitimação no campo do direito material, sendo parte legítima para figurar na demanda aquele de quem se pretende uma prestação. Assim, a aferição da existência ou não da relação

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jurídica invocada é matéria de mérito a ser apreciada, bastando a simples alegação do reclamante no sentido de ser credor do reclamado para restar caracterizada a legitimidade passiva ad causam.

Rejeito.‟

Pugna o recorrente pela reforma do julgado, sob o argumento de ser parte ilegítima para figurar no feito, visto que cabe ao titular do cartório, à época em que postulado os haveres trabalhistas, a responsabilidade pelo seu adimplemento. Aponta ofensa aos arts. 3.º, 21 e 22 da Lei n.º 8.935/1994, 28 da Lei n.º 6.015/1973, 2.º da CLT e 236 da Constituição Federal. Traz arestos a confronto.

No tópico, a insurgência recursal encontra-se obstada pela Súmula n.º 422, I, do TST, visto que, em momento algum, a parte recorrente se insurge contra o fundamento adotado pela Corte de origem de que a „existência ou não da relação jurídica invocada é matéria de mérito a ser apreciada, bastando a simples alegação do reclamante no sentido de ser credor do reclamado para restar caracterizada a legitimidade passiva ad causam‟.

Ademais, mesmo que assim não fosse, a Súmula n.º 297 do TST emerge como óbice à revisão pretendida.

Não conheço.

DENUNCIAÇÃO DA LIDE – EX-TITULAR DO CARTÓRIO – ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Eis os termos do acórdão recorrido:

„2.2.1.2. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. TITULAR DO CARTÓRIO À ÉPOCA DOS FATOS

Insurge-se o recorrente em face da sentença que indeferiu o pedido de denunciação à lide dos titulares do cartório à época dos fatos.

Alega em linhas gerais que é o atual titular do cartório e que a responsabilidade pelos créditos perseguidos deve ser atribuída aos titulares do cartório à época dos fatos, já que equiparados a empregador, sendo os únicos responsáveis pelos passivos trabalhistas. Aduz que foi firmado um novo contrato de trabalho com a empregada e que não há que se falar em sucessão trabalhista. Assim, requer a denunciação à lide dos titulares dos cartórios à época dos fatos.

Sem razão.

O pretendido aqui é a denunciação à lide nos termos do art. 70, inciso „III‟ do Código de Processo Civil, in verbis:

A denunciação da lide é obrigatória:

III - àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda.

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Com efeito, com a ampliação da competência da Justiça do Trabalho pela Emenda Constitucional de n.º 45, parte da doutrina e jurisprudência tem se posicionado pela a aplicação da denunciação à lide nessa Especializada. No entanto, é certo que a denunciação somente deve ser deferida quando se mostre meio eficaz para a solução do litígio e não importe em prejuízo ao reclamante e à celeridade processual.

Nos termos do exposto, segue o Enunciado n. 68 da Primeira Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

68. Intervenção de Terceiros.

I. Admissibilidade da intervenção de terceiros nos Processo submetidos à Jurisdição da Justiça do Trabalho.

II. Nos processos que envolvem créditos de natureza privilegiada, a compatibilidade da intervenção de terceiros está subordinada ao interesse do autor, delimitado pela utilidade do provimento final.

III. Admitida a denunciação da lide, é possível à decisão judicial estabelecer a condenação do denunciado como co-responsável.

Com efeito, mesmo que discutível essa modalidade de intervenção de terceiros, entendo que no presente caso, eventual deferimento da denunciação à lide não traria qualquer benefício ao autor, apenas atrasando a marcha processual, já que se teria que garantir ao terceiro o direito ao contraditório e ampla defesa com os mesmos meios assegurados às partes, o que, certamente, atrasaria o provimento final.

No sentido do exposto, REJEITO.

2.2.1.3. DENUNCIAÇÃO À LIDE. ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Insurge-se o recorrente em face da sentença que indeferiu o pedido de denunciação à lide do Estado do Espírito Santo.

Alega em linhas gerais que é o atual titular do cartório e que a responsabilidade pelos créditos perseguidos deve ser atribuída aos titulares do cartório à época dos fatos.

Argumenta que recebeu a delegação por transmissão do Estado e não do anterior titular do cartório. Argumenta que o Estado não pode transferir a responsabilidade par ao novo titular se negligenciou no seu dever de fiscalizar. Requer, então, a denunciação à lide do Estado para que responda por eventual condenação.

Sem razão.

Pouco importa se os cartórios estão submetidos à fiscalização do Poder Público ou se o recorrente recebeu a transmissão por delegação, isso porque a Constituição no art. 236

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expressamente determina que os serviços notariais são exercidos em caráter privado, não sendo o Estado, portanto, o empregador. Corroboram esse entendimento de responsabilidade exclusiva do titular do cartório o disposto nos artigos 20 e 21 da Lei de n.º 8.935/94, in verbis:

Art. 20. Os notários e os oficiais de registro poderão, para o desempenho de suas funções, contratar escreventes, dentre eles escolhendo os substitutos, e auxiliares como empregados, com remuneração livremente ajustada e sob o regime da legislação do trabalho.

Art. 21. O gerenciamento administrativo e financeiro dos serviços notariais e de registro é da responsabilidade exclusiva do respectivo titular, inclusive no que diz respeito às despesas de custeio, investimento e pessoal, cabendo-lhe estabelecer normas, condições e obrigações relativas à atribuição de funções e de remuneração de seus prepostos de modo a obter a melhor qualidade na prestação dos serviços.

Assim, não há como se admitir à denunciação à lide do Estado, já que parte ilegítima.‟

O recorrente sustenta, a princípio, que caberia a denunciação da lide em relação ao ex-titular do cartório, pois „o simples fato de ter havido a mudança da titularidade do serviço notarial não é suficiente para que seja atribuído ao novo titular do cartório a responsabilidade pelas obrigações trabalhistas assumidas pelo antigo tabelião e pela quitação do passivo trabalhista por esse último deixado, mormente se as verbas postuladas decorrem exclusivamente da relação de emprego mantida com o tabelião anterior‟.

Afirma, ainda, que deve se admitida a denunciação da lide em relação ao Estado do Espírito Santo, visto que „na ausência de capacidade econômica do antigo titular para arcar com débitos trabalhistas, há a transferência de responsabilidade ao Estado concedente, titular do serviço e responsável final pela sua execução e, não, do novo delegado que recebeu a delegação de modo originário‟.

O Recurso de Revista vem calcado em violação dos arts. 3.º, 21 e 22 da Lei n.º 8.935/1994, 28 da Lei n.º 6.015/1973, 2.º da CLT, 70, III, do CPC/1973, 114 e 236 da Constituição Federal e em divergência jurisprudencial.

Sem razão.

De plano, afasta-se a admissão do apelo pela alegada afronta aos arts. 3.º, 21 e 22 da Lei n.º 8.935/1994, 28 da Lei n.º 6.015/1973, 2.º da CLT e 236 da Constituição Federal, pois não tratam especificamente da questão atinente ao instituto da denunciação da lide.

Ademais, quanto ao art. 114 da Carta Magna, a revisão pretendida encontra-se obstada pela Súmula n.º 221 do TST, porquanto não indicado o

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inciso ou parágrafo que supostamente estaria sendo vulnerado pelo acórdão recorrido.

Esta Corte, após o advento da Emenda Constitucional n.º 45/2004, procedeu ao cancelamento da Orientação Jurisprudencial n.º 227 da SBDI-1, que reconhecia a incompatibilidade da denunciação da lide com o processo do trabalho.

Todavia, o cancelamento do aludido Precedente jurisprudencial não enseja o reconhecimento da ampla aceitação da referida intervenção de terceiros na seara do processo trabalhista.

De fato, conforme a jurisprudência desta Corte, somente será admissível a denunciação da lide quando a Justiça do Trabalho for competente para apreciar litígio entre a parte denunciante e a parte denunciada, quando a denunciação aproveitar o trabalhador e forem observados os princípios da celeridade, efetividade e simplicidade.

In casu, em relação à denunciação da lide em face do Estado do

Espírito Santo, não há falar-se em competência da Justiça do Trabalho, visto que seria necessária a discussão sobre a legislação cível-administrativa para apreciar eventual direito de regresso da parte denunciante (titular do cartório) em relação à parte denunciada (Estado do Espírito Santo).

No tocante à denunciação da lide em face do antigo titular, igualmente não há como se admitir a intervenção de terceiros, pois, além de a denunciação não trazer qualquer proveito ao trabalhador, eventual discussão sobre a responsabilização do sucedido apenas ampliaria o objeto da relação jurídica processual, acarretando, assim, uma maior demora na entrega da prestação jurisdicional.

Não conheço.

SUCESSÃO TRABALHISTA – TRANSFERÊNCIA DE

TITULARIDADE DE CARTÓRIO

Eis os termos da decisão recorrida:

„O oficial de registro de imóveis é o titular do cartório nos termos do art. 5.º da Lei de n.º 8.935/94, podendo, de acordo com o art. 20 da mesma Lei, contratar escreventes e auxiliares, sendo, claramente, o empregador nessas situações.

O art. 21 da referida Lei vem corroborar esse entendimento, determinando que ao titular cabe „o gerenciamento administrativo e financeiro dos serviços notariais e de registro‟ sendo da „responsabilidade exclusiva do respectivo titular‟ as questões relativas ao „custeio, investimento e pessoal‟. Pois bem, na hipótese, discute-se a possibilidade de sucessão trabalhista em atividade notarial, que para ser caracterizada exige-se, em regra, a transferência de titularidade com a manutenção do estabelecimento, dos funcionários e sem

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solução de continuidade, o que gera a assunção do ativo e passivo da empresa.

A sucessão trabalhista fundamenta-se nos artigos 10 e 448 da CLT, in verbis:

Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados. Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

No presente caso, verifica-se que estão presentes todos os requisitos da sucessão, considerando que há transferência da titularidade para o recorrente, pouco importando se foi por concurso público, sem que houvesse solução de continuidade e com a manutenção da mesma atividade e dos mesmos empregados, já que o recorrente não nega que a reclamante continuou a prestar serviços ao cartório e o depoimento testemunhal, à fls. 167, informa que a autora prestava serviços no local, tendo continuado a trabalhar após o segundo reclamado assumir o cartório, o qual continuou a operar no mesmo local.

Pois bem, nessas situações a atual jurisprudência do C. TST vem entendo pela configuração da sucessão trabalhista, vejamos:

(...)

Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao apelo.‟ (Grifos nossos.)

Busca o reclamado afastar a sucessão trabalhista, sob os seguintes argumentos: a) a titularidade da serventia é originária, não ser adquirida ou transferida a qualquer título; b) o cartório não configura uma unidade econômico-jurídica capaz de ser transferida de uma pessoa para outra; c) o Estado é quem promove a delegação do serviço público, não havendo qualquer relação entre o antigo e o noto titular do cartório; d) não há falar-se em sucessão de empregadores, visto que não houve solução de continuidade na relação empregatícia, haja vista a rescisão contratual com o ex-titular em 3/1/2010 e a contratação pelo novo delegatário do cartório em 4/1/2010.

Indica violação dos arts. 3.º, 20, 21, 22, 28 e 46 da Lei n.º 8.935/1994, 28 da Lei n.º 6.015/1973, 2.º, 10 e 448 da CLT e 236 da Constituição Federal. Traz arestos a confronto.

Ao exame.

Em conformidade com a jurisprudência sedimentada nesta Corte, no caso de transferência de titularidade cartorial, havendo continuidade na prestação dos serviços, bem como sucessão econômico-jurídica da unidade cartorial, configura-se a sucessão de empregadores, na forma dos arts. 10 e 448 da CLT. Nesse sentido, os precedentes:

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„[…]CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL.

TRANSFERÊNCIA DE TITULARIDADE. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DIRETAMENTE AO NOVO TITULAR DO CARTÓRIO. SUCESSÃO TRABALHISTA CONFIGURADA. De acordo com a jurisprudência iterativa, notória e atual desta Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, a alteração da titularidade do serviço notarial, com a correspondente transferência da unidade econômico-jurídica que integra o estabelecimento, além da continuidade na prestação dos serviços, caracteriza a sucessão trabalhista prevista nos arts. 10 e 448 da CLT, de modo que o Tabelião sucessor é responsável pelos direitos trabalhistas oriundos da relação de emprego vigente à época do repasse, bem como pelos débitos de igual natureza decorrentes dos contratos de trabalho já rescindidos. Recurso de embargos de que não se conhece.[…]‟ (TST-E-ED-RR-153500-54.2004.5.01.0047 Data de Julgamento: 29/11/2018, Relator: Ministro Walmir Oliveira da Costa, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 7/12/2018.)

„RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI N.º 13.015/2014. SUCESSÃO

TRABALHISTA. TITULAR DE CARTÓRIO

EXTRAJUDICIAL. CONTINUIDADE DA PRESTAÇÃO DE

SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE DO SUCESSOR.

Cinge-se a controvérsia a se perquirir sobre a responsabilidade pelas verbas trabalhistas no caso de mudança de titular de cartório extrajudicial. O Tribunal Regional concluiu que , mesmo havendo continuidade na prestação de serviços, a mudança na titularidade do cartório não caracteriza sucessão trabalhista. Note-se que esta Corte sedimentou o entendimento de que caracteriza a sucessão de empregadores a alteração da titularidade do serviço notarial, quando houver a correspondente transferência da unidade econômico-jurídica que integra o estabelecimento e a continuidade na prestação dos serviços . Precedentes. Assim, a decisão regional, ao entender que não houve sucessão trabalhista, ainda que a trabalhadora tenha continuado a prestar serviços à nova titular do serviço notarial, violou os artigos 10 e 448 da CLT. Recurso de revista conhecido por violação dos arts. 10 e 448 da CLT e provido‟ (RR-10957-16.2014.5.18.0011, 3.ª Turma, Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 26/06/2020).

„AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA - SUCESSÃO TRABALHISTA - SERVIÇO NOTARIAL Prevalece nesta Eg. Corte o entendimento de que o

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reconhecimento da sucessão trabalhista no serviço notarial depende da alteração na titularidade da serventia e da continuidade na prestação de serviços pelo empregado. (...).‟ (AIRR-144100-14.2008.5.01.0067, 8.ª Turma, Relatora: Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT 22/11/2019.)

„RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À LEI 13.467/2017 . CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL. REQUISITOS DA FIGURA

SUCESSÓRIA: TRANSFERÊNCIA DA UNIDADE

ECONÔMICO-JURÍDICA E CONTINUIDADE DA

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. A sucessão de empregadores, figura regulada pelos arts. 10 e 448 da CLT, consiste no instituto em que há transferência interempresarial de créditos e assunção de dívidas trabalhistas entre alienante e adquirente envolvidos, sendo indiferente à ordem justrabalhista a modalidade de título jurídico utilizada para o trespasse efetuado. No caso de cartório extrajudicial, não possuindo este personalidade jurídica própria, seu titular equipara-se ao empregador comum, sobretudo porque aufere renda proveniente da exploração das atividades do cartório. O fato de a delegação para o exercício da atividade notarial e de registro estar submetida à habilitação em concurso público (Lei Federal n.º 8.935/94) não desnatura essa condição, uma vez que se trata de imposição legal apenas para o provimento do cargo de Escrivão, não tendo relação com os vínculos de emprego existentes na Serventia (art. 21, Lei n.º 8.935, de 1994). Sob esse enfoque, nada obsta a que o novo titular do Cartório extrajudicial, ao assumir o acervo do anterior ou manter parte das relações jurídicas por ele contratadas, submeta-se às regras atinentes à sucessão trabalhista prescritas nos artigos 10 e 448 da CLT, quanto a esse acervo e relações que tiveram continuidade sob a nova titularidade. Desse modo, responde o novo empregador por todos os efeitos jurídicos dos contratos mantidos após a sucessão, inclusive com respeito ao período pretérito, pois, no caso, operaram-se os efeitos dos arts. 10 e 448 da CLT. Para que aconteça a sucessão trabalhista, entretanto, dois requisitos são imprescindíveis: a) transferência de unidade econômico-jurídica; b) continuidade na prestação laborativa. Na hipótese dos autos, verifica-se que ocorreu a sucessão de empregadores pela existência de continuidade na prestação laborativa . Portanto, o entendimento firmado pelo Tribunal Regional encontra-se em dissonância com os arts. 10 e 448 da CLT. Recurso de revista conhecido e provido no tema (...)‟ (RR-11469-29.2014.5.18.0001, 3.ª Turma, Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado, DEJT 4/10/2019.)

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No mesmo sentido, os seguintes precedentes: TST-AIRR-1463-22.2017.5.08.0005 Data de Julgamento: 15/5/2019, Relator: Ministro José Roberto Freire Pimenta, 2.ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/5/2019; TST-AIRR-19000-35.2007.5.01.0471, Data de Julgamento: 26/9/2018, Relator: Ministro Breno Medeiros, 5.ª Turma,

Data de Publicação: DEJT 28/9/2018;

TST-Ag-RR-101879-68.2016.5.01.0056, Data de Julgamento: 7/8/2019, Relatora: Ministra Kátia Magalhães Arruda, 6.ª Turma, Data de Publicação: DEJT 9/8/2019; TST-Ag-AIRR-12006-27.2014.5.15.0092 Data de Julgamento: 14/8/2019, Relator: Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, 7.ª Turma, Data de Publicação: DEJT 23/8/2019.

In casu, tendo a Corte de origem, com lastro nas provas

produzidas nos autos, expressamente consignado que, além de haver a transferência da unidade econômico-jurídica que integra o estabelecimento, ‘a autora prestava serviços no local, tendo continuado a trabalhar após o segundo reclamado assumir o cartório, o qual continuou a operar no mesmo local’, o reconhecimento da sucessão de empregadores encontra amparo na jurisprudência iterativa e atual desta Corte, sendo certo que, qualquer ilação em sentido contrário, a fim de afastar seja a transferência da unidade econômico-jurídica seja a solução de continuidade da prestação de serviços, demandaria o reexame do conjunto fático-probatório, o que é vedado pela Súmula n.º 126 do TST.

Assim, estando a decisão regional em consonância com a jurisprudência desta Corte, a revisão pretendida encontra-se obstada pela Súmula n.º 333 do TST.

Não conheço.” (Grifos nossos.)

Busca o agravante a reforma do julgado, com os seguintes argumentos: a) está devidamente comprovada a negativa de prestação jurisdicional, visto que a Corte de origem não se manifestou sobre o fato de que a troca de titulares entre pessoas físicas não importa em transferência de universalidade de bens, de que a delegação do cartório extrajudicial foi recebida do Estado e não do antigo titular, houve solução de continuidade em relação ao contrato de trabalho da reclamante;

b) houve impugnação precisa dos fundamentos do acórdão recorrido em

relação à questão pertinente à sua ilegitimidade passiva ad causam; c) em relação à denunciação da lide, não há falar-se em direito de regresso em face do Estado e tampouco em impossibilidade de responsabilização do antigo titular, visto ser manifesta a legitimidade passiva das duas partes; d) é inequívoca a inexistência de sucessão trabalhista, visto

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que, além de não ter havido a transferência da unidade econômico-jurídica, houve solução de continuidade da prestação laborativa.

Ao exame.

No que tange à preliminar de nulidade do acórdão

regional por negativa de prestação jurisdicional, não há como prosperar

a insurgência recursal.

De fato, consoante expressamente consignado na decisão ora agravada, todas as questões reputadas omissas foram devidamente apreciadas pela instância de origem, visto que devidamente indicados os fundamentos de fato e de direito que levaram ao reconhecimento da sucessão trabalhista entre o atual e o antigo titular do cartório extrajudicial.

Melhor sorte não assiste ao agravante quanto à

ilegitimidade passiva ad causam.

Com efeito, não há como se afastar a incidência da Súmula n.º 422, I, do TST, pois, das razões do Recurso de Revista é possível verificar que, em momento algum, o recorrente questionou as razões pelas quais o Regional rejeitou a preliminar de ilegitimidade passiva ad causam, em especial a impossibilidade de se proceder ao exame da prejudicial em comento, ante o fato de que a questão da ilegitimidade se confundiria com o próprio mérito da demanda.

De outra parte, não há falar-se em denunciação da lide

em relação ao Estado do Espírito Santo, pois, a discussão atinente à

possibilidade, ou não, de sua responsabilização, ante a circunstância de ser o delegatário do serviço público, não estaria no âmbito de competência da Justiça do Trabalho, por demandar o exame da legislação cível-administrativa.

Ademais, a denunciação da lide do ex-titular do

cartório, consoante expressamente registrada na decisão ora agravada,

estaria obstada, pois “além de a denunciação não trazer qualquer proveito

ao trabalhador, eventual discussão sobre a responsabilização do sucedido apenas ampliaria o objeto da relação jurídica processual, acarretando, assim, uma maior demora na entrega da prestação jurisdicional”,

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inviabilizando-se, portanto, a admissão da intervenção de terceiros, no caso em apreço.

Por fim, diante das premissas fáticas expressamente delineadas pela Corte de origem, e insuscetíveis de exame por este Tribunal Superior (Súmula n.º 126 do TST), não há como se afastar a sucessão trabalhista no caso. Para tanto, confira-se o seguinte trecho da decisão agravada, in verbis:

“In casu, tendo a Corte de origem, com lastro nas provas produzidas

nos autos, expressamente consignado que, além de haver a transferência da unidade econômico-jurídica que integra o estabelecimento, „a autora prestava serviços no local, tendo continuado a trabalhar após o segundo reclamado assumir o cartório, o qual continuou a operar no mesmo local‟, o reconhecimento da sucessão de empregadores encontra amparo na jurisprudência iterativa e atual desta Corte, sendo certo que, qualquer ilação em sentido contrário, a fim de afastar seja a transferência da unidade econômico-jurídica seja a solução de continuidade da prestação de serviços, demandaria o reexame do conjunto fático-probatório, o que é vedado pela Súmula n.º 126 do TST.”

Diante do exposto, conclui-se que a decisão agravada não merece reparos, devendo, portanto, ser mantida em sua integralidade.

Nego provimento.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal

Superior do Trabalho, à unanimidade, conhecer do Agravo Interno e, no mérito, negar-lhe provimento.

Brasília, 7 de abril de 2021.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) LUIZ JOSÉ DEZENA DA SILVA

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