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SUMÁRIO CAPA 28 Apesar da crise provocada pela Covid-19, a Canadian Solar não apenas mantém, como fortalece sua aposta no mercado brasileiro de energi

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SUMÁRIO

MERCADO CAPA ARTIGO 22 26

28

Apesar da crise provocada pela Covid-19, a Canadian Solar não apenas mantém, como fortalece sua aposta no mercado brasileiro de energia solar

“Espera-se que as vendas sejam retomadas quando houver um cenário mais positivo para as atividades econômicas”

O processo de relato é uma ferramenta fundamental de relacionamento com o mercado investidor para as empresas de energia listadas na bolsa de valores

ECONOMIA

34A alegação de Força Maior de forma

indiscriminada é quebra de contrato, não resolve o problema de fundo e tem um potencial de destruição enorme, que precisa ser evitado

ARTIGO ARTIGO

42

38 “Ao impedir temporariamente a

importação de combustíveis, o projeto de lei coloca em discussão

a importância da preservação dos empregos”

Um grupo de agentes, para defender privilégios arraigados há anos e com argumentos falseados, tenta enganar a opinião pública por meio das redes sociais para continuar a explorar o consumidor

EVENTO

40Está aberta a votação para o prêmio 100 Mais Influentes na Energia da Década

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NEGÓCIOS

46Brasil lidera participação de biometano na rede e avança nos gasodutos virtuais e usinas de biogás

TECNOLOGIA

36Trabalhando de forma ininterrupta e com alta gestão nos processos, as equipes da Pedra Branca Escavações Ltda concluem os serviços de abertura do túnel adutor da PCH Sede II

Centenária, em parceria com a Ceriluz SEÇÕES ERRATA 8 11 12 18 50

14

Para ex-secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, na crise de 2008 não tinha

dinheiro disponível, diferente da conjuntura atual. É questão de organização e ter bons projetos

Na matéria sobre os 100 mais Influentes da Energia 2019, publicada na 36a edição da Full Energy, foi informado que José Eduardo Gerk era presidente do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo (PPSA), sendo que o cargo correto é diretor-presidente da empresa. CARTA AO LEITOR CANAL ABERTO INSIGHT RAIO-X PONTO FINAL

(8)

CARTA AO LEITOR

SETOR ENERGÉTICO PODE SER

PROTAGONISTA DA RECUPERAÇÃO

Q

uando chegou o primeiro dia do calendário de 2020, as perspectivas para a economia eram bastante otimistas no Brasil. Os economistas mais cautelosos projetavam crescimento do Produto In-terno Bruto (PIB) na casa de 2%. E uma das atividades econômicas mais entusiasmadas era o setor energético. A Empresa de Pesquisa Energética, por exemplo, estimava para o segmento crescimento aproximado de 4,5% para este ano. Inclusive, havia uma expectativa de aumento de carga de 4,2% no SIN (Sistema Interligado Nacional), considerando uma elevação de 2,3% do PIB.

Mas ainda no início do ano um problema microscópico começou a se alastrar a partir da Ásia. O novo corona-vírus ganhou o noticiário mundial e, aos poucos, foi se espalhando pelos cinco continentes. Desde então, a Co-vid-19 tem provocado uma crise sanitária profunda, com grande número de óbitos e um rastro sem precedentes na atividade econômica global.

Diante desta pandemia, é crucial enfrentar a disse-minação da doença, priorizando prevenção, atendi-mento dos pacientes e busca pela cura. Mas também é importante lançar um olhar para o futuro, planejando a retomada – mesmo que paulatina – da normalidade. O processo de recuperação precisa ser bem pensado e es-truturado. Não há mais espaço para desencontros!

A pandemia tem provocado grande impacto nos

dife-rentes elos da cadeia energética, especialmente quanto ao nível de demanda. No trajeto da retomada, este se-tor precisa ser prioridade para que possa protagonizar a melhoria econômica do país. Mas isso só ocorrerá se um ambiente propício à atração de investimentos for criado. E vários segmentos da matriz energética tendem a con-tribuir com essa recuperação, como a fonte solar. Estrela da cadeia energética brasileira nos últimos anos, sem-pre com crescimento na casa de três dígitos, deverá re-tomar seu ritmo de expansão assim que a pandemia no país começar a arrefecer. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, desde 2012 os investimentos privados acumulados somente em siste-mas fotovoltaicos nos telhados e em pequenos terrenos já ultrapassam R$ 13,8 bilhões no Brasil.

Para 2020, a projeção da cadeia de energia solar era também muito promissora, considerando tanto projetos de geração distribuída como centralizada. O ano de 2019 terminou aquecido e, somente nos dois primeiros meses deste ano, entraram mensalmente no país em torno de 400 MW a 500 MW em equipamentos. Tudo indicava que teríamos mais um ano brilhante para a energia solar, mas veio uma pandemia para atrapalhar. Mesmo que em diferentes níveis, as empresas do segmento têm sentido o baque e muitas tiveram que se readequar. Mas nada alte-ra o futuro promissor desta energia no país.

(9)
(10)

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CANAL ABERTO

ETANOL PETROBRAS II SEM PRECEDENTES PETROBRAS I DOIS CHOQUES IMPACTO NA CONTA DE LUZ RETRAÇÃO GLOBAL DECRETO I DECRETO II PARTICIPE DO CANAL ABERTO!

“Apesar do recente aumento na competitividade do biocombustí-vel frente seu concorrente fóssil nos principais centros consumidores, a demanda de etanol segue com um futuro incerto em função dos impactos da pandemia com o iso-lamento social e das oscilações no preço da gasolina”.

Antônio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica)

A Petrobras pode sobreviver hoje com preços de petróleo tão baixos como US$ 15 [o barril]. Nós temos musculatura para fazer isso, temos caixa, temos custos baixos. Mas nós queremos gerar muito mais valor. E acreditamos que com a aceleração da execução da estratégia traçada em janeiro de 2019, com a acelera-ção da transformaacelera-ção digital, nós seremos capazes de, com a dedica-ção de nossos profissionais e com os nossos ativos de classe mundial, gerar muito valor no futuro.”

Castello Branco, presidente da Petrobras

“A pandemia de COVID-19 está afetando a demanda de petróleo de muitos países e regiões, com um im-pacto sem precedentes nas necessida-des, principalmente em combustíveis para transporte, enquanto as frotas das companhias aéreas permanecem em solo e as medidas a contenção em todo o mundo paralisa o movimento.”

Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)

“Nós traçamos vários cenários. O mais provável é de uma recuperação lenta, de uma recessão profunda. Têm vários fatores que contribuem para isso. O desemprego em massa, que está acon-tecendo no mundo, o aumento rápido da alavancagem financeira de famílias, empresas e governos. As incertezas geradas pela própria covid [novo coro-navírus (covid-19)], que desaparecerão somente quando se tiver uma vacina. Existe sempre a probabilidade de haver uma segunda onda, tal como aconteceu com a gripe espanhola, e isso limita a atividade econômica.”

Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras

“São dois choques. O principal é a que-da do consumo e, depois, o de preços."

Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro

“Se o dólar superar a casa dos R$ 6, o impacto na conta de luz por conta da compra de energia dolarizada de Itaipu superaria a casa dos 7%.”

André Pepitone, diretor-geral da Agência Nacional

de Energia Elétrica (Aneel)

“A demanda global por energia pode cair 6% em 2020 devido às restrições estabelecidas sobre resi-dências e a indústria, no que seria a maior retração em termos absolu-tos já registrada.”

Agência Internacional de Energia (IEA)

“Ficará a cargo da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) definir quanto será absorvido pelas empre-sas e quanto será pago pelos consu-midores. Foi uma divisão mais justa.”

Mario Menel, presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase)

“A necessidade é bilionária. O fatura-mento do setor é de R$ 240 bilhões por ano e há uma inadimplência que che-ga a 12% e queda de carche-ga de 15%. Os números são altos porque as perdas são superiores a R$ 10 bilhões.”

Mario Menel, presidente do Fase

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Revista Full Energy e a Plataforma Grupo Mídia

Energy World.

> canal.aberto@grupomidia.com

IMPACTO DA PANDEMIA SOBRE A

DEMANDA DO SETOR ENERGÉTICO

(12)

INSIGHT

EDMILSON JR. CAPARELLI Presidente | Publisher ecaparelli@grupomidia.com

ENERGIA DA SOLIDARIEDADE

P

recisou surgiu uma pandemia para

per-cebermos o quanto algumas categorias profissionais são essenciais para a nossa vida. Nesse cenário de Covid-19, já logo se vem à mente os trabalhadores que estão no front do tratamento dos doentes, como enfermeiros e médicos. Mas esse time de “essenciais” é muito maior. Também fazem parque os que atuam nos segmentos de segurança, alimentação, trans-porte, energia...

De energia? Pois é, eles são cruciais para que o fornecimento de eletricidade e de combus-tíveis não seja interrompido. São homens e mulheres que colocam talento e dedicação a serviço da sociedade, mesmo em tempos de pandemia. Sabem que um vírus perigoso está à solta, mas não podem se dar ao luxo de ficar em casa porque estão cientes da importância do trabalho que realizam.

Independente de onde atuam – usinas de etanol, de energia solar e eólica, hidrelétricas, PCHs e CGHs, plataforma de óleo e gás,

refi-narias etc -, a tarefa que estes trabalhadores de-sempenha é muito valiosa, bem como a prote-ção da saúde de todos eles é imprescindível. Por isso, as empresas do setor energético têm imple-mentado ações rígidas e bem estruturadas para a proteção de seus funcionários. As companhias estabeleceram planos e protocolos de contin-gência com orientações e procedimentos em re-lação à prevenção da doença e à conduta diante de casos suspeitos. Além disso, profissionais de algumas áreas, inclusive, estão trabalhando em home-office, mas de modo a não colocar a segu-rança operacional das plantas em risco.

Além disso, inúmeras empresas do segmento estão alinhadas com a luta da sociedade bra-sileira contra a Covid-19, contribuindo com doações de materiais e de recursos financeiros para governos, hospitais, entidades, grupos or-ganizados e comunidades carentes. O mais im-portante nesse momento é reunir toda a energia para superar esse período de crise sanitária que o país e o mundo enfrentam.

(13)
(14)

ENERGIA 10

Para ex-secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

do MME, na crise de 2008 não tinha dinheiro disponível, diferente da

conjuntura atual. É questão de organização e ter bons projetos

E

ngenheiro elétrico, formado pela Universidade

de Brasília, Márcio Félix trabalhou na Petro-bras por mais de 36 anos. Nos últimos anos, contribuiu ainda com sua experiência para o desen-volvimento de diferentes projetos no Ministério de Minas e Energia. Nesse período, foi pela maior parte do tempo secretário de Petróleo, Gás Natural e Bio-combustíveis. Função em que contou com a confiança dos últimos três ministros da pasta. Mas Márcio Félix achou que era a hora de virar a página. Em 2019, saiu da Petrobras e do governo, quando começou a se pre-parar para um novo desafio: a Energy Platform (EnP). Uma plataforma inovadora para o desenvolvimento e a operação de ecossistemas energéticos no Brasil. Do escritório de sua casa, no Rio de Janeiro, o agora em-presário Márcio Félix concedeu entrevista por video-conferência para esta edição da Revista Full Energy.

1

COMO AVALIA SUA TRAJETÓRIA NO MI-NISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA?

Os três anos que tive a oportunidade de passar no MME foi período de muita realização e de transforma-ção no setor energético do país. Tive contato com três ministros e até fui secretário-executivo do Ministério. Quando cheguei, em 2016, estávamos em crise no setor como um todo. Houve uma retomada, mas agora temos um novo desafio. No entanto, sementes foram plantadas e germinaram em várias áreas. Tenho certeza que esse período marca a história de transformação da indús-tria. E momentos como esse acontecem de tempos em tempos. E tudo foi construído coletivamente e, por isso, hoje tem sustentabilidade e continuidade.

3

E NAS ÁREAS DE GÁS NATURAL E BIO-COMBUSTÍVEIS?

Quanto ao gás, houve grande discussão. Foi criado o programa Gás para Crescer. E está no Congresso, ainda dependendo do trâmite de uma nova lei do gás, que já deu alguns passos. Também começou-se a conversar mais com os estados, sendo que alguns co-meçaram a fazer mudanças na legislação com relação ao gás. O mercado despertou para esse tema e o gás tem espaço para crescimento. Em biocombustíveis,

2

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS CONQUIS-TAS DO SETOR ENERGÉTICO BRASI-LEIRO NESTES ÚLTIMOS ANOS?

Só na área de óleo, gás e biocombustíveis foram algumas significativas. Não tínhamos leilões, estava tudo parado. Para retomar os leilões discutimos o Repetro, que passou pelo Congresso. Também o de-bate sobre o conteúdo local foi grande e chegamos a um acordo. Lidávamos com contratos diferentes de concessão em regime de partilha e de cessão onero-sa. Para integrar isso num só modelo tivemos longo processo de discussão com sociedade, mercado e es-pecialistas. Sem a retomada dos leilões não teríamos essa arrecadação de hoje. Além disso, foi lançado o programa de fomento e revitalização das atividades terrestres, o Reate. Em refino e produção, foi lançado o programa Combustível Brasil, depois rebatizado de Abastece Brasil. Dentro desse programa estão to-das as mudanças no setor de refino e distribuição, os desinvestimentos que a Petrobras está fazendo, e to-das as mudanças regulatórias que a ANP promoveu.

"DINHEIRO TEM PARA A

RETOMADA DA ECONOMIA"

(15)

“NO BRASIL, TIVEMOS A ÚLTIMA

GRANDE TRANSFORMAÇÃO NO

SETOR DE ÓLEO E GÁS QUANDO

FOI QUEBRADO O MONOPÓLIO

DA PETROBRAS, EM 1995. MAS É

AGORA QUE ESTAMOS VIVENDO

A VERDADEIRA ABERTURA DO

MERCADO E UMA INTEGRAÇÃO

CADA VEZ MAIOR.”

foi lançado em 2016 o Renovabio. Já passou por vários de-safios, incluindo definição de como certificar as usinas de etanol, biogás e biodiesel. E cada dia tem mais usina certifi-cada. É um programa de estado, com efeito para duas, três décadas. Já o biodiesel avançou para a mistura de 12% hoje, e já temos tudo aprovado para o aumento da mistura ano a ano até chegar a 15%. O Conselho Nacional de Política Energética teve recorde de reuniões nesses três anos, sendo que praticamente 95% da agenda era da área de petróleo, gás e biocombustíveis. No Brasil, tivemos a última grande transformação no setor de óleo e gás quando foi quebrado o monopólio da Petrobras, em 1995. Mas é agora que es-tamos vivendo a verdadeira abertura do mercado e uma integração cada vez maior.

MÁRCIO FÉLIX, EX-SECRETÁRIO DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS DO MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA E PRESIDENTE DA HOLDING ENP

(16)

“A PETROBAS [AO MESMO

TEMPO EM QUE O PETRÓLEO

REGISTROU PREÇO NEGATIVO

NOS EUA] TEVE RECORDE

DE EXPORTAÇÃO EM ABRIL

PORQUE O PETRÓLEO DO

PRÉ-SAL É MUITO VALORIZADO,

INCLUSIVE PORQUE TEM BAIXO

TEOR DE ENXOFRE.”

ENERGIA 10

4

QUAIS SÃO AINDA AS GRAN-DES DEMANDAS DO SETOR ENERGÉTICO BRASILEIRO?

Temos uma agenda do setor elétrico, o GSF, que está sendo discutida e está próxima de solução. É necessário ter um replanejamento no setor elétrico, dos leilões, com a retomada da economia. Para o setor de petróleo, gás e biocombustíveis, vejo como fundamental a implantação do Renovabio. Acho que vai acontecer a partir de janeiro de 2022. É um programa exemplar, que equilibra energia e meio ambiente. A lei do gás e os leilões de pe-tróleo e gás também são fundamentais.

5

QUAL É O IMPACTO DA PAN-DEMIA SOBRE O SETOR ENERGÉTICO?

Temos vários níveis de impacto. Primei-ro energia é atividade essencial. Imagina a quantidade de protocolos para que as pessoas que trabalham nas usinas sejam protegidas? Na produção de petróleo, por exemplo, é preciso ter cuidado para embar-car e desembarembar-car da plataforma. Túneis forma criados para as pessoas passarem para sair da área operacional e voltarem para o mundo externo com todo cuidado. Também houve redução de faturamento muito grande, pela queda da demanda por combustíveis e pela queda de preços. Nos EUA, o preço do petróleo ficou até nega-tivo. Já a Petrobas, ao mesmo tempo, teve recorde de exportação em abril porque o petróleo do Pré-Sal é muito valorizado, in-clusive porque tem baixo teor de enxofre. Segundo acordos internacionais assinados anos atrás, a partir desse ano o mercado começaria a usar combustível de navio com baixo teor de enxofre. Além disso, o Brasil suspendeu quase todos os leilões do setor energético. Para o investidor, o cená-rio é de dúvidas. Projetar o mundo num momento de crise é difícil, porque as pes-soas ficam pessimistas. Mas o mundo é fei-to de descontinuidades. Não podemos nos contaminar pela crise do momento.

(17)

9

QUAL SERÁ A IMPORTÂN-CIA DO INVESTIMENTO PRI-VADO PARA A RETOMADA DA ECONOMIA DO PAÍS?

Existe uma linha sempre presente de pensamento de que nessas horas deve ser o governo a criar projetos, a finan-ciar. É o lado filosófico da teoria eco-nômica. Mas o Brasil terá nesse ano o maior déficit da história. Não tem nem consumo. Como equilibrar isso? Tem que buscar alternativas. Existe um pro-jeto no congresso de debêntures incen-tivadas, que melhoram as condições das empresas para que busquem recur-sos. O Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraes-trutura também foi regulamentado no ano passado. Uma pessoa do mercado internacional comentou o seguinte: em 2008, depois da crise, não havia dinhei-ro. Agora tem muito dinheiro disponí-vel no mundo. No Brasil, a taxa de juros caiu a um nível muito baixo. Por isso, será a economia real o destino em que o dinheiro disponível deve ir.

7

JUNTO COM SÓCIOS, CRIOU A HOLDING ENP. AO ASSUMIR ESTE DESAFIO, COMO PRETENDE CONTRIBUIR COM A TRANSI-ÇÃO ENERGÉTICA DO PAÍS?

Penso em uma proposta que não vai ser “Greta” [ativista ambiental Greta Thun-berg], nem anti-“Greta”. Vamos achar o ponto de equilíbrio. Cunhamos o termo ecossistema energético regional. Nós queremos combinar operações. Como o Bra-sil combina gasolina e etanol, diesel com biodiesel, queremos, com essas combina-ções, atingir uma pegada menor. Uma usina de etanol, por exemplo, que funciona sete, oito meses por ano, na entressafra pode fazer etanol de milho, como algumas estão fazendo. Pode gerar biogás, também pode tirar o biometano e jogar na rede, misturado com gás natural ou separado. Podemos pensar em integrar e otimizar setores que têm sinergia e que muitas vezes não conversam entre si.

6

POR QUE SAIU DO GOVERNO?

Depois de formado, em 1980, vi no mundo do petróleo uma oportunida-de. Primeiro trabalhei em uma multinacional e depois passei em concurso da Petrobras, onde fiquei por 36 anos, até me aposentar no meio do ano passado. Já no governo, onde cheguei em 2016, tive a oportunidade de desempenhar papel importante. Depois participei da transição para o novo governo. Depois fui convidado pelo Ministro Bento Albuquerque para continuar no MME. Era outro desafio, mas todos os programas avançaram muito no ano passado. O governo entrou com fôlego e avançamos em toda a agenda. Senti que minha missão estava cumprida. Foi quando surgiu a ideia de fazer uma plataforma de energia. Estava na hora de mudança.

8

JÁ TEM PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO?

Escolhemos o estado do Espírito Santo para ser o primeiro local a ter im-plantação de projetos da holding. Estamos estudando o ecossistema que já existe no estado e os espaços vazios. Ao olhar a realidade regional, vamos concebendo os projetos. No ES, por exemplo, tem mais da metade da reserva nacional de Sal--Gema. Riquezas como essa, que estão inexploradas, estamos trabalhando para “engenheirar”, para criar ecossistemas e ocupar espaços vazios, aplicando o máxi-mo possível de tecnologias verdes.

10

O QUE ESPERA PARA O PÓS-PANDEMIA?

Na história, o Brasil entra em crises, mas rapidamente dá um salto. Vejo que para algumas coisas teremos dificulda-des de retomar, as pessoas terão medo de atividades com aglomeração, mas por exemplo as pessoas vão circular mais de carro, comprar mais pela inter-net. Existe um mercado. Além disso, o Brasil tem que ter cuidado para preser-var a sua indústria. Não com subsídios, mas com instrumentos e facilidades criadas por leis. Acredito que vamos re-tomar nossa economia com o dinheiro que está disponível no Brasil e no mun-do. É questão de organizar, porque va-mos ter muitos projetos. O importante agora é passar logo esta pandemia para retomarmos a nossa economia.

“AGORA TEM MUITO DINHEIRO

DISPONÍVEL NO MUNDO. NO

BRASIL, A TAXA DE JUROS CAIU

A UM NÍVEL MUITO BAIXO. POR

ISSO, SERÁ A ECONOMIA REAL

O DESTINO EM QUE O DINHEIRO

(18)

RAIO-X

QUEDA DAS VENDAS DE ETANOL HIDRATADO

RETRAÇÃO

As vendas de etanol pelas unidades da região Centro--Sul, para os mercados interno e externo, registraram novamente queda na segunda quinzena de abril e, por consequência, o volume mensal comercializado no mês atingiu 1,78 bilhão de litros (com 76,77 milhões de litros exportados). Esse nível de vendas representa uma retra-ção de 29% comparativamente ao mesmo período do ano anterior (2,51 bilhões de litros).

No mercado doméstico em abril, as vendas de etanol hidratado combustível atingiram apenas 1,10 bilhão de litros, com redução expressiva de 38,37% em relação ao comercializado no mesmo período de 2019, quando as

unidades produtoras venderam 1,78 bilhão de litros. Da mesma forma, as vendas internas de etanol anidro apre-sentaram redução de 18,97%.

Na primeira quinzena de abril, a receita com a venda de etanol caiu quase 50% na comparação com os valores re-gistrados no mesmo período de 2019. “O anúncio de me-didas emergenciais é absolutamente urgente e necessário para reduzirmos o risco de colapso das atividades do se-tor”, ressalta Antonio de Padua Rodrigues, diretor técni-co da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). “É a manutenção de toda uma cadeia produtiva e de seus milhares de empregos que estão em jogo”, completou.

(19)

CAPACIDADE DA

ENERGIA EÓLICA

OFFSHORE

NO BRASIL

SIEMENS NO

SEGMENTO DE

O&M EÓLICO

ARMAZENAMENTO DE ENERGIA POR BATERIA

ENERGIA EÓLICA NO BRASIL

Segundo estudo da Empresa de Pesqui-sa Energética (EPE) - Eólicas Offshore – Perspectivas e caminhos para a energia eólica marítima -, o potencial técnico da fonte eólica offshore no Brasil é de 700 GW em pontos em que a profundidade do oceano é de até 50 metros. Este tra-balho desenvolvido pela EPE é o estudo mais detalhado já realizado no país so-bre o tema. Atualmente, esta alternativa energética possui 23 GW instalados ao redor do mundo.

A Siemens Energy firmou um contrato de 48 meses com a ADS Energia para a manutenção e operação do Complexo Eó-lico Corredor dos Senandes, no Rio Gran-de do Sul. O acordo, que marca a entrada da multinacional alemã no segmento de O&M em geração eólica, contempla solu-ções de digitalização direcionadas à ges-tão inteligente de energia da planta, por meio da integração com o seu Centro de Operação Remoto, localizado em Jundiaí.

Em sintonia com o desenvolvimento do mercado de energia solar no Brasil, o armazenamento de energia por baterias tem ganhado espaço conforme os preços das baterias recuam. Segundo dados da Bloomberg New Energy Finance, o preço de baterias de íons de lítio despencou mais de 75% entre 2010 e 2018, sendo a segunda tecnologia que mais se bara-teou no setor elétrico mundial. Avanço importante para conquistarem maior liberdade e autonomia no consumo de energia.

Segundo a Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), o se-tor no país possui, em 2020: 619 Usinas Instaladas no Brasil; 15,4 GW Capacidade instalada (GW); 28.000.000 Redução de CO2 (T/ano); e 2,0 GW Capacidade em Construção. Com 14,5 GW, o Brasil possui a maior capacidade eólica da América do Sul. Esta fonte ocupa o quarto lugar no mix total de energia do país.

ESTUDO

DIGITALIZAÇÃO

BARATEAMENTO

(20)

RAIO-X

NOVO COMANDO NA

PRÉ-SAL PETRÓLEO

CRISE ATINGE

AS PEQUENAS

PETROLEIRAS

PREVISÃO DE

QUEDA DA FONTE

HIDRELÉTRICA

NA MATRIZ

José Mauro Ferreira Coelho, secretá-rio de petróleo, gás e biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, será o novo presidente do conselho de admi-nistração da Pré-Sal Petróleo (PPSA), cuja atuação tem três áreas: gestão dos Contratos de Partilha de Produção, ges-tão da comercialização de petróleo e gás natural, e a representação da União nos Acordos de Unitização.

A pandemia trouxe grandes problemas principalmente para as petrolíferas de pequeno porte, com menor flexibilida-de financeira. No grupo flexibilida-de 33 petrolei-ras independentes que atuam no Bpetrolei-rasil, 27 estão produzindo, sendo que destas, 17 extraem menos de 100 barris/dia. Portanto, um volume de geração baixo. Algumas já encaminharam pedido para hibernação de seus campos de produção.

No Plano Decenal de Expansão de Energia (2019-2029), o governo prevê a redução da participação das hidrelétricas para menos da metade da matriz energé-tica brasileira nos próximos dez anos. No sentido oposto, a energia solar, eólica e usinas térmicas abastecidas com gás na-tural devem crescer. O planejamento pre-vê mais dez hidrelétricas até 2029.

PPSA

HIBERNAÇÃO

PRÓXIMOS 10 ANOS

REAJUSTE DO PREÇO DO DIESEL

A Petrobras decidiu elevar os preços médios cobrados pelo diesel em 8% nas refinarias em meados de maio - primeira alta do ano, marcando uma correção frente à trajetória do mercado internacional, que registra forte va-lorização nas últimas semanas. Os preços praticados pela petroleira ainda acumulam uma desvalorização da ordem de 40% este ano e apresentam de-fasagem em relação ao combustível importado.

CORREÇÃO

ANTECIPAÇÃO DA MISTURA DE BIODIESEL

O setor de biodiesel está pleiteando junto ao Ministério de Minas e Energia (MME) a antecipação dos novos aumentos da mistura obrigatória do biodiesel ainda para este ano (B13 ou até mesmo o B14). Esta iniciativa poderia amenizar parte dos im-pactos da Covid-19 sobre a cadeia. Estudos indicam que se o B13 for adotado já no próximo bimestre as perdas do setor em função da pandeia poderiam ser limitadas a 400 milhões de litros, cerca de metade do que o setor espera perder este ano.

(21)

MERCADO DE ENERGIA EM ALERTA

O PESO DO VÍRUS

As associações Abraceel (representa os comercializa-dores de energia), Abiape (autoprodutores de energia), Abrace (grandes consumidores), Abradee (distribui-doras), Abragel (energia limpa) e Apine (geradores) se uniram em torno do objetivo de buscar propostas técni-cas e uma estratégia que permita gerenciar e amenizar os efeitos da crise imposta pela pandemia no Setor Elé-trico. A consultoria PSR foi contratada para conduzir a iniciativa e apresentar um estudo.

A pandemia causada pelo novo coronavírus é uma ca-lamidade que, além da tragédia para a saúde pública, acarreta severos danos para o setor elétrico,

especial-mente quanto à redução drástica do consumo, ou seja, da demanda por energia elétrica, e o aumento expres-sivo da inadimplência. Estimativa da Abraceel apon-ta para um prejuízo mensal de R$ 200 milhões para o segmento de comercialização, que pode chegar a R$ 2 bi neste ano, fruto do acionamento, pelos consumido-res clientes, das cláusulas de flexibilidade contratuais, em razão da redução de sua necessidade energética. A Abraceel defende que, independente da estratégia apre-sentada, é fundamental acelerar a aprovação de propos-tas que proporcionarão a liquidez financeira ao Setor, como o PL 3975/2019, que trata da questão do GSF.

(22)

MERCADO | CENÁRIOS

O PAPEL ESTRATÉGICO DA FONTE SOLAR

FOTOVOLTAICA NO PÓS-PANDEMIA

“Espera-se que as vendas sejam retomadas quando houver um

cenário mais positivo para as atividades econômicas”

C

om imenso potencial de geração de emprego e ren-da e de atração de novos investimentos privados, a fonte solar fotovoltaica, que também contribui de forma decisiva para tornar a matriz elétrica brasileira mais diversificada, limpa, sustentável e competitiva, será estratégica na recuperação econômica no pós-pandemia do novo coronavírus COVID-19.

Os dados falam por si. De acordo com a Agência Inter-nacional de Energia Renovável (International Renewable Energy Agency – IRENA), a fonte solar já é responsável por mais de um terço dos mais de 11 milhões de empregos renováveis do mundo, liderando neste indicador. Outro di-ferencial é que estes postos de trabalho são ocupados por profissionais qualificados, com formação técnica e supe-rior, o que proporciona a eles e suas famílias salários maio-res do que a média brasileira.

No Brasil, durante a crise dos anos de 2015 e 2016, o PIB foi de 3,8% e 3,6% negativos, respectivamente, uma verdadeira catástrofe econômica. Enquanto isso, o setor solar fotovol-taico estava movimentando o País em outra direção: cresceu mais de 100% ao ano e ajudou o País a se reestruturar mais rápidamente. Passada a fase mais aguda da atual pandemia, o setor irá novamente alavancar a recuperação do Brasil.

Embora o mercado de energia solar, sobretu-do da geração distribuída (GD), passe por uma desaceleração pontual severa, há uma luz no final do túnel: as perspectivas de retomada do crescimento estão no horizonte do setor, tão logo o momento mais agudo da COVID-19 seja superado no Brasil e no mundo. Diferentes es-tudos internacionais convergem para a avalia-ção de que o setor das renováveis será um dos poucos a continuar crescendo, mesmo com a tempestade que paira no ar.

Tal retomada terá dois motivadores impor-tantes: primeiro, os preços da energia elétrica continuam elevados e crescentes no Brasil, tan-to para os consumidores residenciais, quantan-to para as empresas e governos. Com isso, uma das prioridades ao longo dos próximos meses está em buscar ferramentas e alternativas para a redução destes gastos. Segundo, os investi-mentos em energia solar projetados antes da pandemia serão em grande medida posterga-dos, ou seja, terão uma defasagem no tempo, porém não serão cancelados. Haverá uma

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de-manda reprimida de clientes a serem atendidos e de projetos a serem desen-volvidos e construídos que poderá ser rapidamente retomada, ajudando a abrir novo espaço e criar fôlego para as empresas que atuam com esta tec-nologia e suas soluções.

Assim, espera-se que as vendas se-jam retomadas quando houver um ce-nário mais positivo para as atividades econômicas. O setor deve crescer em 2020, em patamares inferiores aos ve-rificados nos últimos anos, mas ainda assim com saldo final positivo.

O Brasil acaba de ultrapassar a mar-ca de 5 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovol-taica, conforme mapeamento da As-sociação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). No total, o setor já trouxe mais de R$ 28,8 bi-lhões em novos investimentos priva-dos ao País, tendo gerado cerca de 130 mil empregos acumulados, com apro-ximadamente 15 mil empresas atuan-do no mercaatuan-do desde 2012.

No segmento de geração centralizada, o Brasil possui 2,88 gigawatts (GW) de potência instalada em usinas solares fotovoltaicas, o equivalente a 1,6% da

“A ENERGIA SOLAR TERÁ FUNÇÃO CADA VEZ MAIS ESTRATÉGICA

PARA O ATINGIMENTO DAS METAS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO PAÍS.”

“O BRASIL ACABA DE ULTRAPASSAR A MARCA DE 5 GIGAWATTS (GW) DE POTÊNCIA OPERACIONAL DA FONTE SOLAR FOTOVOLTAICA, CONFORME MAPEAMENTO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA.”

RODRIGO SAUAIA,

CEO da ABSOLAR

RONALDO KOLOSZUK,

presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR

matriz elétrica do País. Os investimentos totais previstos até 2025 referentes aos projetos já contratados em leilões de energia ultrapassam R$ 25,8 bilhões. Em 2019, a fonte foi a mais competitiva entre as fontes renováveis nos dois Leilões de Energia Nova, A-4 e A-6, com preços-médios abaixo dos US$ 21,00/MWh.

Atualmente, as usinas solares de grande porte são a sétima maior fonte de ge-ração do Brasil, com 99 empreendimentos em opege-ração em nove estados brasi-leiros, nas regiões Nordeste (Piauí, Ceará, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do

Norte e Paraíba), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo) e Norte (Tocantins). O investimento acumulado até o momento é de cerca de R$ 15 bilhões.

No caso da GD, são 2,64 gigawatts de potência ins-talada da fonte solar fotovoltaica, que representam R$ 13,8 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões nacionais. A tecnologia é utilizada atualmente em 99,8% de todas as conexões distribuídas no País.

No entanto, embora tenha avançado nos últimos anos, o Brasil – detentor de um dos melhores recursos solares do planeta – continua com um mercado ainda muito pequeno sobretudo na GD, já que possui 84,4 milhões de consumidores de energia elétrica e apenas 0,3% faz uso do sol para produzir eletricidade.

Portanto, a energia solar terá função cada vez mais estratégica para o atingimento das metas de desenvol-vimento econômico do País, sobretudo agora, para aju-dar na recuperação da economia após a pandemia.

(24)

MERCADO | CONJUNTURA

COMPANHIAS ELÉTRICAS E A CRISE:

ANÁLISE DO SETOR E AVALIAÇÃO

DA EXPOSIÇÃO AO RISCO

Em relatório, casa de análises indica que ações

de algumas companhias de energia demandam

atenção dos investidores por serem bastante arriscadas

A

casa de análises Capital Research

lançou no início de maio um rela-tório sobre o setor elétrico, cujas empresas têm sido impactadas pela crise gerada pela Covid-19. O material ressalta que, na hora de avaliar o desempenho da cada companhia, é importante levar em consideração que, embora façam parte de uma mesma cadeia, elas podem sofrer im-pactos diferentes por atender a alguma das três fases de processos energéticos: gera-ção, distribuição e transmissão de energia. Segundo Samuel Torres, analista que produziu o relatório, as empresas distri-buidoras de energias são as que sofrem o maior impacto da crise. Ele elenca os mo-tivos: “Com a queda significativa da de-manda, [essas empresas] estão ‘sobrecon-tratadas’ e se vêem obrigadas a vender o excesso de energia comprada no mercado de curto prazo a preços bastante baixos, inferiores aos valores que pagam para as geradoras. Além disso, neste contexto de crise, a inadimplência dos consumidores deve aumentar e, por fim, o furto de ener-gia também pode crescer”.

De acordo com o analista, a proibição de corte de energia por 90 dias para consumi-dores de residências e serviços essenciais,

determinada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), é um fator atenuante no quesito inadim-plência. Já o adiamento em 90 dias do reajuste tarifário que estava pre-visto para algumas distribuidoras, medida tomada também pela Aneel, acarreta um “problema sério de fluxo de caixa durante a crise”. “Pensando na próxima revisão tarifária anual, essas empresas podem não conse-guir repassar todas as perdas da so-brecontratação, dado que o limite de repasse é de 105%”, pondera Torres.

Para fazer um panorama do mer-cado brasileiro, o relatório indica as empresas listadas na B3:

Geradoras de energia: AES Tie-tê, Cesp e Engie

Transmissoras: ISA CTEEP, Ta-esa e Alupar

Distribuidoras: Energisa, Equa-torial, CPFL e Light

Integradas (Geração e Distri-buição): Cemig, Copel e EDP

Neste cenário, Torres conclui que ISA CTEEP, Taesa e Alupar são as companhias potencialmente me-nos afetadas nessa crise, pois fazem

ATENUANTE E COMPLICADOR

• A PROIBIÇÃO DE CORTE DE ENERGIA POR 90 DIAS PARA CONSUMIDORES DE RESIDÊNCIAS

E SERVIÇOS ESSENCIAIS, DETERMINADA PELA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL), É UM FATOR ATENUANTE NO QUESITO INADIMPLÊNCIA. • JÁ O ADIAMENTO EM 90 DIAS DO REAJUSTE TARIFÁRIO QUE ESTAVA PREVISTO PARA ALGUMAS

DISTRIBUIDORAS, MEDIDA TOMADA TAMBÉM PELA ANEEL, ACARRETA UM “PROBLEMA SÉRIO

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parte do grupo de transmissoras, que é o de menor risco. “Além disso, o re-cebimento de suas receitas só cairá se o problema de caixa das distribuidoras chegar em um patamar tão baixo que deixem de repassar a totalidade dos valores devidos”, afirma.

Já a geradora com maior exposição ao mercado de curto prazo, segundo cons-ta o relatório, é a AES Tietê, “pois 100% de sua receita advém da geração e tem mais de 20% da energia descontratada, podendo ter que vender essa energia no mercado de curto prazo a baixos pre-ços”. A lista desta categoria, ordenada da maior para a menor exposição, segue com Engie, Copel e Light. Já no caso das distribuidoras, aquela que está mais ex-posta ao risco de sobrecontratação se-gundo a Capital Research é a Energisa, seguida pela Light, CPFL e Equatorial.

Porém, quando a questão avaliada é a

“COM A QUEDA

SIGNIFICATIVA DA

DE MANDA, [AS

DISTRIBUIDORAS]

ESTÃO

‘SOBRECON-TRATADAS’ E SE VÊEM

OBRIGADAS A VENDER

O EXCESSO DE

ENERGIA COMPRADA

NO MERCADO DE

CURTO PRAZO A

PREÇOS BASTANTE

BAIXOS."

SAMUEL TORRES,

analista

alavancagem financeira – medida pela dívida líquida em relação ao Ebitda dos últimos 12 meses – e a comparação do caixa com a amortização de dívida pre-vista para 2020, a casa indica que a Ce-mig é a companhia que mais pode so-frer com a crise, pois conta com fatores como ter um caixa com aproximada-mente metade do que é necessário para pagar as dívidas neste ano, sendo 43% delas em dólar, moeda que já subiu cer-ca de 30% em relação ao real em 2020.

A Light, por sua vez, também preocu-pa, pois “tem um caixa apenas com 25% do que a amortização de dívida previs-ta para 2020”, explica Torres. Assim, o analista destaca que os investimentos nas ações da Cemig e da Light são bas-tante arriscados, mas “para as demais empresas, acreditamos que vale a pena avaliar a que preço elas estão sendo ne-gociadas”, recomenda.

(26)

Promove o uso de relatórios de sus-tentabilidade (Econômico, Social e Ambiental) como uma maneira para as organizações se tornarem mais susten-táveis e contribuirem para o desenvolvi-mento sustentável.

No setor de energia do Brasil as empresas como: CerradinhoBio, CTG Brasil, Enauta, ENGIE Brasil Energia (Tractebel Energia), Itaipu Binacional, Votorantim Energia, Chesf, Copel e Eletrobras são exemplos de organizações que já adequaram os seus re-latórios à nova diretriz GRI Standard.

O IIRC – (International Integrated Re-porting Council)

Criado em 2010, é uma coalizão global de reguladores, investidores, empresas, órgãos de normatização, profissionais de contabilidade e ONGs.

Com o objetivo de promover a comunica-ção sobre a criacomunica-ção de valor com base em 6 capitais, o IIRC tem sido considerado uma evolução da comunicação corporativa.

Tem como visão alinhar a alocação de capital e o comportamento empresarial para objetivos mais amplos de estabilidade financeira e de desenvolvimento sustentá-vel, por meio do pensamento integrado.

Algumas empresas de energia, como CPFL, EDP, Copel, Eletrobrás, AES Tiete têm avançado na missão de estabelecer um processo baseado em um pensa-mento integrado sobre suas práticas de negócios e já elaboram os seus relatórios de acordo com as diretrizes do relato in-tegrado. Desta forma, tem se destacado como pioneiras nesta prática, eviden-ciando que tais diretrizes internacionais são mais do que peças de comunicação, são excelentes instrumentos que podem também ser utilizados muito além da re-lação com seus investidores, aplicando tal processo de forma intensiva na gestão e na governança de suas organizações.

N

o Brasil, através da lei nº 13.303 de

2016, que dispõe sobre o estatuto jurídico das empresas públicas, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, recomenda-se às organizações que observem os requisitos de transparência através da divulgação anual do relatório in-tegrado ou de sustentabilidade.

A B3 (Bolsa de valores), desde 2012, solicita às empresas listadas na bolsa que indiquem nos seus formulários de Referência informações sobre seus re-latórios de sustentabilidade, no modelo integrado ou similar. Em caso do não fornecimento de tais dados, as empre-sas devem explicar por que não publi-cam seus relatórios. Esta recomendação, embora de adesão voluntária, reforçou sobremaneira a importância do pro-cesso de relato como uma ferramenta fundamental de relacionamento com o mercado investidor para as empresas de energia listadas na bolsa de valores. Essa iniciativa, intitulada “Relate ou Explique para Relatório de Sustentabilidade ou In-tegrado”, é realizada em parceria com a GRI – Global Reporting Initiative e com o IIRC – International Integrated Repor-ting Council, diretrizes internacionais amplamente usadas no setor de energia.

Neste sentido, constata-se que o setor de energia vem adotando práticas que com-preendem a importância de prestar con-tas, de forma cada vez mais abrangente e transparente para todas as suas partes interessadas, fortalecendo assim a gover-nança corporativa, risco e reputação.

A GRI (Global Reporting Initiative) Fundada em 1997, é uma organização internacional sem fins lucrativos, com uma estrutura baseada em rede, cuja atividade envolve milhares de profissio-nais e organizações de diversos setores, circunscrições e regiões.

ARTIGO

RELATÓRIO GRI/IIRC NO SETOR DE ENERGIA

Rodrigo Henriques,

Lanakaná Princípios Sustentáveis

O pro cesso de relato é uma ferramenta fundamental de relacionamento com o mercado investidor para as empresas de energia listadas na bolsa de valores

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CAPA | MERCADO

HÁ UM SOL NO

FIM DO TÚNEL

Apesar da crise provocada pela Covid-19, a Canadian Solar

não apenas mantém, como fortalece sua aposta

no mercado brasileiro de energia solar

Q

uando o ano de 2020 começou, as

pro-jeções eram bastante positivas. Mas não estava no planejamento das empresas en-frentar uma pandemia pela frente. Desde o início do ano o mundo virou de cabeça pra baixo, assim que um vírus começou a se espalhar pelos países do globo, afetando a rotina de pessoas e empresas. Todas as atividades econômicas foram impacta-das, inclusive no setor energético.

Neste segmento, a Canadian Solar se colocou à frente das demais empresas da cadeia no Brasil, devido ao acompanhamento da companhia em âmbito global das notícias sobre a disseminação do novo coronavírus e por conta das ações toma-das frente à Covid-19 em suas duas maiores fábri-cas, baseadas na China. Desta forma, a empresa teve a oportunidade de criar um plano estratégico prevendo a chegada do vírus no território brasi-leiro, bem como os impactos que poderia causar.

Apesar dos estragos provocados pela crise da Covid-19 e das dúvidas que pairam no ar quan-to ao futuro, uma certeza continua indiscutível: a energia solar se mantém como uma das fontes de energia mais atrativas no mundo.

Para quem quer apostar nesse segmento, o sol continua brilhando especialmente no Brasil, país em que a fonte solar fotovoltaica tem um dos maiores potenciais no planeta. As potencialida-des dos mercados brasileiro e latino-americano inclusive atraíram a Canadian Solar para a

re-gião. Um dos maiores players mun-diais desse setor, a companhia se ins-talou no Brasil em 2012.

“Na América Latina, enquanto ou-tras grandes empresas se instalavam no Chile, a Canadian decidiu, acerta-damente, se instalar no Brasil, que é a maior economia da região”, destaca Hugo Albuquerque, gerente-geral no país e presidente para a América Latina da companhia.

Hoje o mercado brasileiro é um dos principais para a Canadian Solar no mundo. Para Albuquerque, de todas as empresas deste segmento que produ-zem em território chinês, a Canadian talvez seja a empresa mais internacio-nalizada. “Apenas de 10% a 15% do vo-lume fica na China e o resto vai para o mundo todo. E o Brasil hoje é o maior destino dos produtos exportados da China. Está ganhando de mercados como EUA, Europa, Oriente Médio e África juntos”, diz.

Na América Latina, embora a comnhia tenha operação em diferentes pa-íses, o Brasil tem o principal mercado. Em âmbito global, segundo o executivo da empresa, o país representa cerca de 15% do volume total de negócios.

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FÓRMULA DO SUCESSO

O crescimento da Canadian Solar no mercado brasileiro foi exponen-cial desde o início de suas operações. Em 2014, quando a empresa estava há pouco tempo no Brasil, vendeu 1,2 MW. Era o início de uma escalada anual, em sintonia com a pujança desta fonte no país. Em 2015, comer-cializou 25,5 MW; em 2016, 88,7 MW; em 2017, 287 MW; em 2018, 688 MW; e em 2019, 1,3 GW. “Neste período chegamos a triplicar o nosso crescimento de um ano para o outro”, comemora Albuquerque.

Tudo isso sem considerar os próprios empreendimentos de geração centralizada que a empresa possui no país. Atualmente, a Canadian Solar tem mais de 1 GW de plantas instaladas no Brasil. “É a úni-ca empresa que participou e ganhou todos os leilões de energia dos quais participou.” Está construindo uma planta de geração centrali-zada em Salgueiro (PE), para cerca de 180 MW. Além disso, vai ini-ciar nas próximas semanas outra usina em Jaíba (MG).

Qual o segredo do sucesso da Canadian Solar no país? Albuquerque enumera alguns fatores: “chegamos primeiro, entendemos o merca-do brasileiro, temos disponibilidade de produtos, oferecemos crédito aos clientes, temos estrutura de pós-venda robusta, e dispomos de ampla logística local. Tudo isso fez com que a empresa chegasse onde chegou”. Segundo ele, a companhia importa mais de 400 containers por mês, o que garante a maior disponibilidade de produtos no Brasil no mercado fotovoltaico.

Diferente dos concorrentes, a Canadian Solar passou a ofertar so-lução completa aos clientes. “Saímos de mero fabricante de módulo fotovoltaico para fabricante de soluções. Hoje fabricamos nossos pró-prios inversores, módulos, conectores, e adquirimos o cabo. Assim montamos o kit para oferecer a distribuidores e usinas de grande porte. É desta forma que entregamos a solução completa ao merca-do”, explica Albuquerque.

FUNDADA EM 2001 EM ONTÁRIO, NO CANADÁ, A CANADIAN SOLAR OPERA COMO FORNECEDORA GLOBAL

DE ENERGIA, COM SUBSIDIÁRIAS COMERCIAIS DE SUCESSO EM 20 PAÍSES EM 6 CONTINENTES. A CANADIAN SOLAR

É UM FABRICANTE LÍDER GLOBAL DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS SOLARES E UM FORNECEDOR DE SOLUÇÕES DE ENERGIA SOLAR, COM MAIS DE 13.000 FUNCIONÁRIOS EM TODO O MUNDO.

COM INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS DE PONTA NO CANADÁ, CHINA, BRASIL E PAÍSES DO SUDESTE ASIÁTICO,

A CANADIAN SOLAR POSSUI ELEVADA CAPACIDADE DE FABRICAÇÃO DE MÓDULOS E JÁ ENTREGOU MAIS DE 38 GW

DE MÓDULOS SOLARES DE QUALIDADE PREMIUM PARA CLIENTES EM MAIS DE 150

PAÍSES NOS ÚLTIMOS 18 ANOS. OS CENTROS DE INOVAÇÃO DA COMPANHIA ESTÃO SITUADOS

NO CANADÁ E NA CHINA. A CANADIAN SOLAR POSSUI USINAS DE ENERGIA SOLAR DE 4,7 GW CONSTRUÍDAS E CONECTADAS GLOBALMENTE E MANTÉM UM PORTFÓLIO DE USINAS DE ENERGIA

SOLAR EM OPERAÇÃO DE 795,8 MWP, COM UM VALOR ESTIMADO DE REVENDA

DE APROXIMADAMENTE US$ 1,2 BILHÃO. ALÉM DISSO, A CANADIAN SOLAR POSSUI UM PIPELINE DE PROJETOS DE GERAÇÃO CENTRALIZADA SOLAR GEOGRAFICAMENTE

DIVERSIFICADO, EM TORNO DE 10 GW. DO PIPELINE TOTAL DE PROJETOS, 2,9 GW ESTÃO EM ESTÁGIO AVANÇADO DE DESENVOLVIMENTO, NOS EUA, BRASIL, MÉXICO, JAPÃO E CHINA. EM 2018, A

COMPANHIA ALCANÇOU UMA RECEITA DE US$ 3,74 BILHÕES.

A CANADIAN SOLAR

NO MUNDO

CAPA | MERCADO

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TEMPOS DE PANDEMIA Ao falar sobre o impacto da pandemia sobre o setor de energia solar no Brasil, Albuquerque lembra que este mercado é dividido em dois segmentos: grandes usinas (geração centralizada) e geração distribuída (GD). Segundo ele, as gran-des usinas continuam em pleno vapor. “É que se não começarem a operar den-tro do prazo previsto, pagam multa. Por isso, este mercado não tem sofrido dire-tamente tanto com a pandemia.”

Mas para a GD é diferente. “Embora a Canadian Solar não tenha tido pro-blemas no tocante à disponibilidade de produtos – continuamos tendo es-toque local e produto a pronta entrega -, percebemos que nas últimas semanas o mercado parou”, afirma. Em GD, as instalações são residenciais ou comer-ciais, em que é preciso ter contrato com pessoa física ou com comerciante, que estão isolados por conta das medidas de prevenção contra a Covid-19.

“Este mercado está praticamente parado há cerca de dois meses, ou em velocidade bastante reduzida. Isso faz com que os distribuidores tenham es-toques que não podem ser usados, mas têm os custos fixos, com pessoal de ven-da, de instalação, de operação. Sabemos que essa situação vai passar, é transitó-ria, mas o empresariado do setor solar está sofrendo muito com isso.”

Em território brasileiro, a fábrica da empresa está situada em Sorocaba (SP). A companhia projeta fortalecer sua presença no país, diversificando seus negócios. Para isso, vai aumentar sua atuação no mercado nacional, oferecen-do inversores e sistemas de armazena-mento de energia com bateria, além de serviços de instalação.

Com este posicionamento, o execu-tivo afirma que a companhia nunca teve a pretensão de agredir ou quebrar a cadeia de suprimento. “Respeitamos os nossos parceiros, cuidamos de nos-sos distribuidores e não vislumbramos nunca concorrer com eles.”

“NA AMÉRICA LATINA, ENQUANTO OUTRAS

GRANDES EMPRESAS SE INSTALAVAM NO CHILE,

A CANADIAN SOLAR DECIDIU, ACERTADAMENTE,

SE INSTALAR NO BRASIL, QUE É A MAIOR

ECONOMIA DA REGIÃO.”

HUGO ALBUQUERQUE,

gerente-geral no Brasil e presidente para a América Latina da Canadian Solar

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“CHEGAMOS PRIMEIRO

[NO BRASIL],

ENTENDEMOS O

MERCADO, TEMOS

DISPONIBILIDADE DE

PRODUTOS, OFERECEMOS

CRÉDITO AOS CLIENTES,

TEMOS ESTRUTURA DE

PÓS-VENDA ROBUSTA,

E DISPOMOS DE AMPLA

LOGÍSTICA LOCAL. TUDO

ISSO FEZ COM QUE A

EMPRESA CHEGASSE

ONDE CHEGOU.”

CAPA | MERCADO

As incertezas provocadas pela crise da Covid-19 atingiram em cheio o câmbio, prejudicando a Ca-nadian Solar e os outros players do segmento. A alta significativa do dólar nos últimos meses – que chega a ultrapassar a casa de 20% em 2020 - tem pressionado para baixo o patamar de rentabilidade dos projetos de energia solar.

“Se antes tínhamos taxa de retorno de 15% a 20%, agora caiu pra cerca de 8%, 10%. A renta-bilidade caiu muito. O que muitos players têm feito é tentar adiar projetos de centralizada para o limiar do prazo que têm para não pagar multa”, relata Albuquerque.

Mas é preciso calcular todas as possibilidades. “Vale a pena adiar o projeto para mais seis me-ses, um ano? Vale comprar energia no mercado livre e oferecer essa energia de garantia? Ou vale a pena pagar multa? O que é mais barato? O em-presário vai buscar o que pra ele é economica-mente mais viável. É decisão complexa e difícil de ser analisada, mas são cenários que precisam ser considerados por cada player”, ressalta o executivo da Canadian Solar.

TENDÊNCIA DE MUDANÇAS

Para Albuquerque, não há muito o que fazer no atual cenário. “Não vamos reexportar para a Chi-na o produto que não for vendido. Isso só aumen-ta o custo de frete. Tem que ser paciente. Sabemos que crises vêm e vão.” Mesmo com a crise pro-vocada pelo novo coronavírus, a Canadian Solar continua apostando no mercado solar do Brasil e acreditando nos distribuidores. “Não demitimos funcionários e não pretendemos reduzir salários. E sabemos que a maior parte do setor solar está tentando fazer o mesmo, mas depende de até quando vai a pandemia.”

O executivo concorda que esta é uma crise sem precedentes, mas que acarretará mudan-ças, aprendizados e oportunidades no mercado solar. E transformações significativas tendem a acontecer. Na projeção dele, algumas empresas vão sumir do mercado, outras vão se enfraque-cer, outras sairão fortalecidas. “E isso acontece em toda crise mundial.”

Nesse cenário, cabe ao fabricante tirar a respon-sabilidade de manter um ativo fixo na mão do

inte-grador. “Hoje o distribuidor tem que comprar, pagar à vista e vender o produto. Isso é muito ruim para o integrador. Ele tem que imobilizar um capital que tem disponível, para realizar uma venda. E essa venda nos últimos dois meses não aconteceu”, analisa.

De acordo com Albuquerque, na nova conjuntura que tende a surgir no setor, o integrador, ao invés de pôr o seu capital em risco, só vai fazer a instalação. E isso não afeta o distribuidor, que passa a ser um cen-tro logístico avançado. “Esse processo de mudança fará com que a cadeia seja mais rápida e integrada, de forma que as pessoas não imobilizem seu capital de uma vez só e não corram riscos.”

E toda crise abre espaço para inovação. Para o exe-cutivo, estão surgindo novos meios de comercializa-ção, como softwares de vendas. “Serão apps, que vão permitir que o cliente final consiga comprar o sistema solar. E isso é positivo. O surgimento desses apps não tira o integrador, nem o distribuidor da cadeia.”

(33)

O período conturbado provocado pela pandemia não afeta a aposta da Cana-dian Solar no potencial da energia solar no Brasil. “Depois dessa fase, nossa visão é de que o terceiro e o quarto trimestres de 2020 serão de recuperação forte”, afir-ma. Afinal, segundo ele, o país não deixa de reunir as condições ideais para o de-senvolvimento da energia solar: tem alta insolação, o custo de energia é elevado e tem um mercado que está migrando de cativo para mercado livre.

“O Brasil é um dos pouco países do mun-do em que, apesar de a energia ser mono-pólio natural, somos obrigados a comprar energia de um fornecedor ‘x’. Mas isso vai acabar. As concessões, em 2030, começam a chegar ao fim, devendo ser renovadas em outras condições”, prevê Albuquerque.

O setor de energia solar no país se con-solidou. “É um mercado que, por si só, se paga sem que o governo intervenha, sem que tenha benefícios. Ainda se discute muito que a energia solar tenha subsídio cruzado. Porém, ao contrário, ela traz muito mais benefícios para a rede do que malefícios, o que nem sempre é considera-do nas análises”, salienta.

De acordo com ele, não há pandemia que arrefeça a confiança da Canadian Solar no Brasil. “Não temos a menor pretensão de sair do país. Ao contrário, estamos aumentando o nosso quadro de funcionários para oferecer suporte O&M, e nesse ano começamos a fabricar os nossos próprios inversores.”

Albuquerque destaca ainda que a companhia, quando decidiu se instalar no Brasil, não foi para passar uma tem-porada. “Viemos para nos tornar bra-sileiros e isso permitiu que alcançásse-mos o status que atingialcançásse-mos. Soalcançásse-mos uma empresa em território brasileiro, tocada por brasileiros num escritório enorme, e que conhece e atua em todas as reali-dades do país”, conclui.

FUTURO DA ENERGIA SOLAR

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ECONOMIA | ANÁLISE

FORÇA MAIOR:

SOLUÇÃO OU O CAMINHO MAIS

CURTO PARA O ABISMO?

A alegação de Força Maior de forma indiscriminada é

quebra de contrato, não resolve o problema de fundo e tem

um potencial de destruição enorme, que precisa ser evitado

A

ABRAPCH (Associação Brasileira de PCHs e

CGHs) participou das discussões com o Mi-nistério de Minas e Energia, que resultaram na edição do Decreto 10.350, datado de 18/05/20, que criou o programa de financiamento de R$ 14 bilhões via “Conta-Covid” às empresas distribuidoras do Setor Elétrico Brasileiro (SEB), e parabeniza o Ministro Bento de Albuquerque e sua equipe pelo acerto da medida.

Importante ressaltar que a maior parte destes emprés-timos será utilizada para permitir às distribuidoras não terem que cortar o fornecimento de energia aos cida-dãos e empresas impossibilitados de pagar suas contas de luz durante a pandemia, sem deixar de honrar seus compromissos financeiros. É, portanto, um financia-mento destinado a socorrer o consumidor de energia elétrica, que tem as distribuidoras apenas como veículo.

Estamos vivendo tempos inegavelmente muito difí-ceis. Passados cinco meses do surgimento da Covid-19 ainda persistem algumas dúvidas importantes. Não sa-bemos quanto tempo será necessário para atingirmos o pico do contágio, o patamar de imunização natural ou para nossos médicos desenvolverem e aprovarem vaci-nas e remédios de alta eficiência.

Mas também temos algumas certezas. A humanidade vai vencer esta crise, como venceu tantas outras e, se Deus quiser, com o mínimo de perdas humanas possível. O pico de contaminação e a imunização natural serão atingidos, a vacina e os remédios serão desenvolvidos (provavelmente mais rápido que imaginamos), a quarentena será flexibili-zada e aos poucos retomaremos a vida normal.

Em paralelo com a defesa da vida (prioridade No. 1), é preciso cuidar também da nossa economia, pois uma economia arrasada mata silenciosamente. Neste campo as soluções também não são simples. Assim como na

saúde, é preciso evitar a tragédia da perda de empregos e de em-presas, tão essenciais para a vida e a dignidade humana.

Tentar resolver os problemas econômicos gerados pela pan-demia com a quebra de contra-tos, através da alegação de For-ça Maior, seria o equivalente a combater o coronavírus dei-xando de respirar.

Toda a estrutura da economia moderna esta construída sobre o alicerce do respeito aos contra-tos. No SEB é baseado na crença de que os compromissos de lon-go prazo, assumidos em contrato por compradores e vendedores de energia, serão cumpridos; que geradores assumem compromis-sos com fornecedores e financia-dores e constroem suas usinas.

O aumento da inadimplência do consumidor, e a queda tem-porária do consumo de energia ou do seu preço de mercado não podem ser caracterizados como Força Maior. A pandemia não impede as distribuidoras, nem as empresas compradoras, de ven-der ou liquidar no PLD a energia que sobrar durante a pandemia. Apenas reduz o preço em que esta liquidação ocorre.

(35)

não efetivado) foram expurgos de alguns itens não relacionados com problema hidrológico. Por que, agora que o preço caiu, o tratamento haveria de ser diferente?

Se a queda do preço da energia for motivo de Força Maior, para compradores conseguirem na Justiça respaldo para não honra-rem seus compromissos de compra, por que os compradores de imóveis não poderiam fazer o mesmo e pagar apenas uma parce-la do valor de compra de seus imóveis que se desvalorizaram, ou devolvê-los e pedirem ressarcimento dos valores pagos?

Além de não ser solução para os problemas econômicos atuais, a alegação de Força Maior é o caminho mais curto para o abismo, pois os agravaria de forma explosiva e colocaria todo nosso siste-ma econômico e financeiro em risco.

Em qualquer setor da economia, se o comprador alega Força Maior e não paga o vendedor, o que impede o vendedor de uti-lizar o mesmo argumento para não pagar seus fornecedores e os bancos que o financiaram? E se os bancos não recebem de um grande número de clientes, o que os impede de não pagar os seus depositantes pelo mesmo motivo?

A alegação de Força Maior de forma indiscriminada é quebra de contrato, não resolve o problema de fundo e tem um potencial de destruição enorme, que precisa ser evitado. A principal causa da Grande Depressão de 1929 foi a interrupção da cadeia de paga-mentos entre os agentes econômicos.

O problema atual não é econômico. A economia, as empre-sas e as pessoas físicas estavam financeiramente saudáveis antes da pandemia e recuperarão sua saúde após a pandemia. O problema é temporal e não estrutural. É problema de fluxo de caixa, que se resolve com crédito e injeção de liquidez na economia, não quebrando contratos.

De um mês para o outro, o faturamento de muitas empresas de-sabou e faltou caixa para cumprir os compromissos. A solução é facilitar o crédito para postergar a recuperação do prejuízo deste período. O crédito é a ponte para se chegar no outro lado do rio.

Assim como ter lucro não garante a solvência de uma empresa, ter prejuízo não a condena à falência. Toda empresa tem períodos lucrativos e períodos de prejuízo. As empresas quebram quando falta caixa para cobrir um prejuízo temporário ou para financiar seu crescimento, mesmo que lucrativo.

Assim como os Estados Unidos resolveram a crise de 2008/09 com um forte programa de injeção de crédito e liquidez na econo-mia e estão injetando mais de 1 trilhão de USD na econoecono-mia para enfrentar a atual pandemia e preservar a saúde financeira de suas empresas e cidadãos, o Brasil precisa de um programa semelhan-te, respeitadas as diferenças entre as duas economias.

Assim sendo, enfatizamos, mais uma vez, a importância da edição do Decreto 10.350. Acreditamos que esta medida, de baixo custo, evitará enormes prejuízos, e que este tipo de programa de crédito é o caminho a ser seguido para a re-cuperação de nossa economia, em especial nossas micros, pequenas e médias empresas.

“TENTAR RESOLVER OS PROBLEMAS ECONÔMICOS GERADOS PELA PANDEMIA COM

A QUEBRA DE CONTRATOS, ATRAVÉS DA ALEGAÇÃO DE FORÇA

MAIOR, SERIA O EQUIVALENTE A COMBATER O CORONAVÍRUS

DEIXANDO DE RESPIRAR.”

PAULO ARBEX,

presidente-executivo da Abrapch No passado, quando faltou energia, em função de perí-odos de seca acentuada e de interferência governamental indevida na gestão dos reservatórios, o preço da energia disparou mais de 500%.

Apesar de eventos climáticos extremos e interferência governamental indevida serem casos clássicos de Força Maior (claramente definidas na legislação como “catás-trofes naturais” e “atos do príncipe”), as pequenas hidre-létricas não puderam alegar Força Maior. Para honrar seus contratos, tiveram que comprar energia a preços até 6x mais altos que aqueles que haviam vendido, e arcaram com os prejuízos. O máximo que foi reconhecido (porém, ainda

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CONSTRUINDO UM

NOVO CAMINHO

Trabalhando de forma ininterrupta e com alta gestão nos processos,

as equipes da Pedra Branca Escavações Ltda

concluem os serviços de abertura do túnel adutor da

PCH Sede II Centenária, em parceria com a Ceriluz

U

m novo passo em geração de energia elétrica foi dado em Ijuí, RS. A PCH Sede II/Centenária nome este em homenagem a Usina Velha, que completa 100 anos em 2023 – terá uma barragem acima da Cascata Wazlawick, túnel de adução de aproximada-mente dois quilômetros e Casa de Máquinas próxima à Associação dos Apicultores de Ijuí. A infraestrutura alcançará um declive total de aproximadamente 40 me-tros, o que possibilitará uma capacidade instalada de 07 Megawatts (MW).

Para colocar este projeto grandioso em ação, a Ceriluz contou com o trabalho de escavação do túnel da Pedra Branca Escavações, empresa que atua no mercado de es-cavações subterrâneas e contenções de taludes desde 2004.

A Pedra Branca Escavações Ltda foi contratada pela Ce-riluz para a execução do túnel de adução da PCH Sede II, sendo esta a quarta parceria entre a empresa e a coopera-tiva, consolidando assim o respeito e a confiança mútua. Segundo o sócio da empresa, Dalton Pedro Ravanello, após a consolidação dos tratamentos nos emboques, ini-ciou-se a escavação do túnel a jusante, onde os serviços de perfuração, detonação, carga, transporte e tratamen-tos de contenção do maciço foram executados até a pro-gressiva de 843,3 metros.

Foi então que, em junho de 2019, as equipes migraram para a área da barragem, no emboque a montante, pró-ximo à estrada de acesso aos fundos do Parque de Ex-posições de Ijuí, onde foram escavados os demais 1.348 metros na direção da Casa de Máquinas.

“No total do período de um ano e um mês, as equipes trabalharam de forma ininterrupta, em dois turnos, seis dias por semana”, ressalta Ravanello.

TECNOLOGIA | CONSTRUÇÃO

Apesar do sucesso da obra, ao longo da execu-ção do projeto a empresa encontrou alguns desa-fios: “Com o avanço das escavações encontramos variações da classificação geológica do maciço e da hidrologia nela encontrada.”

Para superar os obstáculos da obra, a empresa contou com sua expertise em obras complexas e seu know how no setor. “Temos muita experiência em obras de grande porte, portanto, foi possível a aplicação de soluções geotécnicas como tratamen-tos de contenções do maciço”, explica Ravanello.

Além do foco no resultado final da obra na PCH Sede II/Centenária, a Pedra Branca replicou em todo o processo a qualidade no uso de explosivos, por meio de detonações sequenciais e direcionadas. “Todo o trabalho foi acompanhado por engenha-ria na área civil e de minas, primando pela seguran-ça dos colaboradores envolvidos e da comunidade, gerando o mínimo impacto físico e sonoro”.

Além da responsabilidade social, a empresa tam-bém se preocupou com a sustentabilidade ao longo da execução da obra, por meio da destinação corre-ta de todo o material oriundo das escavações.

“Os resíduos gerados pelas obras sempre tive-ram o seu destino final separado por categorias. A organização do canteiro de obras sempre aten-deu a todas as normas”.

SUPERANDO DESAFIOS

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Hoje a Pedra Branca agrega em seu portfólio, mais de 45 obras de túneis escavados em PCHs, totalizando mais de 1.000.000 de m³ escavados, em 40 km de túneis entregues.

“Em todos os projetos executados, a empresa deixou sua marca de excelência, desenvolven-do a melhor solução técnica para cada etapa da obra, dentro dos melhores parâmetros de viabi-lidade econômica”, ressalta Ravanello.

Pensando nos próximos passos, o diretor afir-ma um horizonte favorável para a continuidade de execução de obras no setor da Energia. “O segmento de PCHs apresenta um cenário favo-rável na matriz da geração energética, uma vez que se consolida como uma fonte de energia limpa e renovável.”

Além disso, o diretor ressalta que novos projetos vêm por aí. “Estamos com uma vi-são muito positiva em relação aos projetos para os próximos anos. Atualmente, estamos nos mobilizando para o início de mais cin-co PCHs, totalizando mais 5 km de túnel ao acervo da empresa.”

INVESTIR PARA CRESCER

"TEMOS MUITA

EXPERIÊNCIA EM

OBRAS DE GRANDE

PORTE. PORTANTO,

FOI POSSÍVEL

A APLICAÇÃO

DE SOLUÇÕES

GEOTÉCNICAS,

COMO

TRATAMENTOS DE

CONTENÇÕES DO

MACIÇO."

DALTON PEDRO

RAVANELLO,

Referências

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