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1/81. 11ª Reunião Extraordinária

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MANDATO 2017-2021 ---

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ATA DA 11ª. REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA

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DA CÂMARA MUNICIPAL DE LOURES,

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REALIZADA EM 2019-11-15 NO PALÁCIO

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DOS MARQUESES DA PRAIA E DE

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MONFORTE, NA MEALHADA, EM LOURES. -- --- --- O Sr. Presidente da Câmara declarou aberta a reunião eram catorze horas e quarenta e sete minutos, com a presença inicial do Senhor Vice-Presidente, das Senhoras Vereadoras e dos Senhores Vereadores: --- --- ---- ANTÓNIO MANUEL LOPES MARCELINO --- ---- GONÇALO FILIPE VINTÉM CAROÇO --- ---- IVONE DE FÁTIMA DA CUNHA GONÇALVES --- ---- JOÃO MANUEL FERREIRA CALADO --- ---- NUNO RICARDO CONCEIÇÃO DIAS --- ---- NUNO MIGUEL RIBEIRO VASCONCELOS BOTELHO --- ---- SÓNIA ALEXANDRA DA SILVA PAIXÃO DOS SANTOS BERNARDO LOPES --- ---- TIAGO FARINHA MATIAS --- --- PONTO UM - Dada a circunstância de a Vereadora, senhora Maria Rita Colaço Leão, se encontrar impossibilitada de comparecer à reunião, esteve presente a senhora Maria Arlete Rodrigues Augusto Barata Simão, tendo a Câmara deliberado justificar a falta da Vereadora, senhora Maria Rita Colaço Leão. --- --- --- --- RESUMO DIÁRIO DA TESOURARIA (MOD. T2) --- --- Presente o Resumo Diário da Tesouraria (Mod. T2), de dois mil e dezanove, novembro, treze, que registava um total de disponibilidades para o dia seguinte no montante de trinta e dois milhões, seiscentos e quarenta e um mil, quinhentos e sessenta e quatro euro e onze cêntimo. --- --- --- Da Ordem do Dia previamente distribuída constavam os assuntos seguintes:

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PONTO 1. PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO Nº 631/2019- SUBSCRITA PELO --- SR. PRESIDENTE DA CÂMARA, PARA APROVAR A PROPOSTA --- A APRESENTAR À ASSEMBLEIA MUNICIPAL REFERENTE AO --- ORÇAMENTO DE 2020 E OPÇÕES DO PLANO 2020-2023, DA --- CÂMARA MUNICIPAL DE LOURES --- --- --- PONTO 2. PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO Nº 632/2019- SUBSCRITA PELO --- SR. VEREADOR GONÇALO CAROÇO, PARA APROVAR A --- PROPOSTA A APRESENTAR À ASSEMBLEIA MUNICIPAL --- RELATIVA AO MAPA DE PESSOAL PARA 2020, DA CÂMARA --- MUNICIPAL DE LOURES

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--- PONTO 3. PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO Nº 633/2019- SUBSCRITA PELO --- SR. PRESIDENTE DA CÂMARA, PARA APROVAR A --- ALTERAÇÃO AOS TARIFÁRIOS DOS SERVIÇOS DE --- ABASTECIMENTO DE ÁGUA, SANEAMENTO DE ÁGUAS --- RESIDUAIS, E DE GESTÃO DE RESÍDUOS URBANOS E --- SERVIÇOS PRESTADOS, A VIGORAR EM 2020, DOS --- SERVIÇOS INTERMUNICIPALIZADOS DE ÁGUAS E RESÍDUOS --- DOS MUNICÍPIOS DE LOURES E ODIVELAS (SIMAR) --- --- PONTO 4. PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO Nº 634/2019- SUBSCRITA PELO --- SR. PRESIDENTE DA CÂMARA, PARA APROVAR A PROPOSTA --- A APRESENTAR À ASSEMBLEIA MUNICIPAL REFERENTE AOS --- DOCUMENTOS PREVISIONAIS PARA 2020, DOS SERVIÇOS --- INTERMUNICIPALIZADOS DE ÁGUAS E RESÍDUOS DOS --- MUNICÍPIOS DE LOURES E ODIVELAS (SIMAR) ---

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PONTO 5. PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO Nº 635/2019- SUBSCRITA PELO --- SR. PRESIDENTE DA CÂMARA, PARA APROVAR A PROPOSTA --- A APRESENTAR À ASSEMBLEIA MUNICIPAL RELATIVA AO --- MAPA DE PESSOAL PARA 2020, DOS SERVIÇOS --- INTERMUNICIPALIZADOS DE ÁGUAS E RESÍDUOS DOS --- MUNICÍPIOS DE LOURES E ODIVELAS (SIMAR) ---

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I - PERÍODO DA ORDEM DO DIA --- --- PONTO DOIS - PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO Nº 631/2019- SUBSCRITA PELO SR. PRESIDENTE DA CÂMARA, PARA APROVAR A PROPOSTA A APRESENTAR À ASSEMBLEIA MUNICIPAL REFERENTE AO ORÇAMENTO DE 2020 E OPÇÕES DO PLANO 2020-2023, DA CÂMARA MUNICIPAL DE LOURES --- --- “Considerando que: --- A. Os municípios têm património e finanças próprios, cuja gestão compete aos respetivos órgãos; --- B. A autonomia financeira dos municípios assenta, designadamente, no poder dos seus órgãos elaborarem e aprovarem as opções do plano e os orçamentos municipais; --- C. Nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 33.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, na sua redação vigente, que estabelece, entre outros, o regime jurídico das autarquias locais, compete à Câmara Municipal elaborar e submeter a aprovação da Assembleia Municipal as opções do plano e a proposta do orçamento; --- D. Ao abrigo da alínea a) do n.º 1 do artigo 25.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, na sua redação vigente, compete à Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara Municipal, aprovar as opções do plano e a proposta de orçamento. --- Tenho a honra de propor: --- Que a Câmara Municipal de Loures delibere, nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 33.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, supra melhor identificada, conjugada com a alínea a) do n.º 1 do artigo 25.º da mesma Lei, submeter a aprovação da Assembleia Municipal de Loures a proposta de Orçamento para 2020 e Opções do Plano 2020-2023, (…).” --- --- --- Sobre a Proposta de Deliberação foram proferidas as seguintes intervenções: --- --- O SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA: Senhores Vereadores, algumas considerações sobre esta proposta. ---

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Trata-se de um orçamento com um valor total de cento e quarenta e três vírgula sete milhões de euros, a que se acrescentam cerca de trinta e cinco milhões a definir. --- O valor total de cento e quarenta e três vírgula sete milhões de euros corresponde a um aumento de onze milhões, em relação ao ano anterior. Estes onze milhões de euros ao nível das receitas decorrem de um aumento de cinco milhões de euros nos impostos diretos, dos quais três milhões de euros, nesta previsão, se referem ao Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis, um milhão de euros à Derrama e um milhão de euros ao Imposto de Circulação. O restante reflete a previsibilidade de mais dois vírgula três milhões de euros de fundos comunitários, a executar em dois mil e vinte, e de uma transferência de mais dois milhões de euros do Orçamento de Estado, em relação ao ano anterior. --- Trata-se de um orçamento que tem nas grandes opções do plano as opções estratégias fundamentais, com um plano de investimentos de cerca de quarenta milhões de euros, e um plano de atividades de quarenta e sete vírgula cinco milhões de euros. --- Uma parte significativa destes investimentos tem apoio de fundos comunitários, o que reflete, também, a capacidade de candidatura destes fundos, por parte do Município. Quer seja com a disponibilidade própria para introduzir os cinquenta por cento, em regra, que cabem ao Município, quer, também, porque temos vindo a executar os projetos de forma bastante satisfatória, até por comparação com outros Municípios e outras entidades. Isto significa para o próximo ano, e para o seguinte, um acréscimo de verba e de disponibilidade para o Município, em matéria de fundos comunitários. --- É de salientar que tudo isto acontece num quadro de não aumento da carga fiscal. Ainda na última reunião aprovámos, e aguarda deliberação da Assembleia Municipal, uma nova baixa do Imposto Municipal sobre Imóveis, e a manutenção da isenção de Derrama até cento e cinquenta mil euros de volume de negócios. Aliás, se verificarmos a evolução das receitas do Imposto Municipal sobre Imóveis, a previsão é de que elas se mantenham. Portanto, a previsão para dois mil e vinte é semelhante àquela que introduzimos no orçamento de dois mil e dezanove, e que, provavelmente, se vai concretizar. Ou seja, não é aí que tem havido acréscimo, mas sim no incremento da atividade económica, que se reflete diretamente no Imposto Municipal Sobre as

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Transmissões Onerosas de Imóveis, no Imposto de Circulação das Viaturas e, também, na Derrama. --- Este orçamento cumpre estes objetivos, também com uma dívida inferior a trinta milhões de euros, e com uma dívida baixa a fornecedores. Aliás, descontando tudo o que está, ainda, em conferência, ela será menor do que está previsto nos quadros divulgados no relatório do orçamento. Integra um aumento de cinco milhões de euros de despesa com pessoal, que se reparte, fundamentalmente, pelo efeito das progressões que, felizmente e por opções da legislatura anterior, se estão a concretizar, sendo dois mil e vinte o primeiro ano em que se concretizarão, a cem por cento, durante todo o ano. Mesmo no ano de dois mil e dezanove, só no próximo mês de dezembro é que as progressões serão pagas a cem por cento, porque até aqui tem sido gradual. Mas, em dois mil e vinte, elas terão desde janeiro a dezembro um impacto de cem por cento. Este é o principal aspeto deste acréscimo. --- Há, também, previsão de verbas para a opção gestionária e para novas admissões de recursos humanos, algumas delas tendo em conta as novas competências a assumir. --- Quanto às freguesias, mantém-se um quadro de forte descentralização de recursos para as freguesias, com o aumento das verbas para contratos interadministrativos de investimento, que se traduz num aumento de vinte e cinco por cento em relação ao ano anterior, passando para um milhão duzentos e cinquenta mil euros. Embora colocada a definir como uma verba meramente indicativa, mas indicia a intenção da Câmara, em conjunto com as freguesias, de fazer a reanálise dos protocolos e dos contratos que se encontram em vigor, incluindo o dos monos. --- Quanto ao plano de investimentos ele continua a ter como fortes prioridades, em primeiro lugar, a renovação de importantíssimas infraestruturas do nosso Município, sendo a primeira os equipamentos escolares, com um conjunto de investimentos a concretizar já em dois mil e vinte, e outros já em concretização, que são da maior relevância. --- Em relação a vias estruturantes e à renovação de vias é, também, um aspeto importante deste plano de investimentos, no que respeita à renovação de infraestruturas. ---

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Na área da cultura, a manutenção profunda de infraestruturas, como é o caso do Museu da Cerâmica, ou a intervenção em outros equipamentos municipais, nomeadamente, o Parque Municipal de Cabeço de Montachique. --- Há, também, uma aposta forte em novas infraestruturas essenciais para a população, nomeadamente novas vias, como é o caso da variante a Loures, ou da rotunda de Á-Das-Lebres, o centro de saúde de Santa Iria, bem como a parte preparatória do lançamento dos procedimentos para outros dois centros de saúde. Novos parques urbanos da maior importância para as populações por eles abrangidas, como é o caso do parque urbano do Infantado, ou do parque urbano do Catujal e, por exemplo, a importante obra do passeio ribeirinho, com consagração também neste plano de investimento. --- Há, em todo o plano de investimentos, um forte impacto das considerações relativas à prevenção e ao combate aos efeitos das alterações climáticas. Seja com a importantíssima obra do caneiro, a maior que está em orçamento, seja com o trabalho de investimento nas linhas de água, que tem um plano financiado por fundos comunitários da maior importância, e um conjunto de outras atividades nesta área. Também com a aposta nos transportes públicos e em modos de mobilidade suave, como são as ciclovias, com consagração neste orçamento algumas delas já para concretização. --- Quanto a outras iniciativas e atividades com forte impacto social nas pessoas, devo salientar o programa de adaptação ao meio aquático, que tem um peso importante neste orçamento, e um peso ainda maior na vida das mais de cinco mil crianças que vão beneficiar dele. Há, ainda, outras atividades na área social, como seja o regulamento de apoio às instituições sociais, a Academia dos Saberes, a manutenção da isenção do pagamento de mais de cinquenta por cento das refeições escolares. --- O investimento em transportes públicos é superior a dois milhões de euros, com a perspetiva de aumentar em dois mil e vinte e um, para mais de quatro milhões de euros, não só para o passe social, mas para a consagração de uma nova rede de transportes rodoviários que vai melhorar de forma relevante a capacidade de transporte das pessoas. --- Há, também, um acréscimo de verbas em relação aos bombeiros, procurando consagrar um programa de apoio à aquisição de viaturas, matéria da maior relevância para o equipamento dos bombeiros do nosso concelho. ---

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Trata-se de uma proposta que deve ser vista em complementaridade com a proposta de empréstimo que virá à reunião de Câmara Ordinária da próxima quarta feira e que, naturalmente, em matéria de verbas a definir tem consagração dessa forma no documento que agora está em discussão. Obras como a frente ribeirinha, a renovação do parque de Cabeço de Montachique, a Variante a Loures, a restruturação e renovação do Museu da Cerâmica, ou a aquisição de um conjunto de terrenos indispensáveis para a implementação de vias e para a construção de escolas estão consagradas nesse empréstimo, que é um complemento essencial para a compreensão deste orçamento. --- A razão deste empréstimo que discutiremos na próxima quarta feira está bem patente já neste orçamento, por via da necessidade de aumentar um conjunto de obras de grande dimensão, como escolas, parques e outras obras deste tipo de infraestruturas, dado o valor a considerar nos concursos. Mesmo assim, temos tido alguns concursos a ficarem desertos, em consequência disso temos feito os aumentos respetivos, e em outros casos fizemo-lo preventivamente. Isso, naturalmente, consumiu um conjunto de verbas disponíveis no orçamento, que fez com que fosse necessário propor que ele seja aditivado com um empréstimo que discutiremos na próxima quarta feira, mas que tem de ser lido em consonância com o que estamos hoje aqui a debater. --- Trata-se, por isso, de um orçamento que mantém uma linha de forte sustentabilidade, que nos permite avançar com opções de investimento e com opções em matéria de endividamento, que são confortáveis para as finanças da Câmara, e que procura contribuir para a melhoria das condições de vida do concelho e para a melhoria das condições de trabalho dos trabalhadores do Município. Não só por via da questão das progressões e remuneratórias, mas também com um forte investimento em outras áreas relevantes para a área do pessoal e dos recursos humanos, e que deverão ser alvo de avaliação, por parte da Câmara e dos senhores Vereadores. --- Registo mais uma vez, como em anos anteriores tem sido partilhado por todas as bancadas, que este documento reflete um intenso esforço da parte de vários serviços da Câmara, nomeadamente, da área financeira. Muito provavelmente, este ano não vamos ter, como não tivemos nos anos anteriores, questões relativas ao aprumo técnico do documento que é apresentado, à sua clareza e à sua transparência. Teremos, naturalmente, questões de opções políticas. Mas penso que este trabalho que tem vindo a ser feito, com impulso da

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Administração, mas com grande labor e competência da parte dos nossos serviços, permite-nos centrar a discussão nas opções políticas e não em questões de acerto técnico, ou de arrumação da proposta de orçamento que, nos últimos anos, não têm estado no foco do nosso debate. Esse mérito deve

ser atribuído aos serviços do nosso Município. --- ---

O VEREADOR, SENHOR NUNO DIAS: Senhor Presidente, relativamente a este orçamento, como referiu, e bem, não vou entrar na parte técnica. Penso que é um documento que está tecnicamente bem elaborado, de forma bastante percetível, mas quero deixar algumas notas para início de discussão, que a todos pode esclarecer e deve definir, enquanto estratégia de quem está a gerir este Município. --- Analisando os documentos previsionais, nomeadamente, na parte da receita, pelo menos mais de trinta por cento do investimento municipal reflete-se na receita de investimento, sendo treze milhões euros proveniente de fundos comunitários. Isto é, trinta por cento do valor que o Município prevê para investimento é receita de fundos comunitários. Ou seja, num universo de quarenta e cinco milhões de euros, treze milhões são de fundos comunitários. O que define muito bem, à “priori”, a necessidade e o investimento que o Município está a fazer. Define, também, e bem, aquilo que o Município fez, que foi aceder a uma ferramenta que foi disponibilizada para desenvolvimento do território, que deve ser tida em conta e deve ser utilizada. --- Mas, senhor Presidente, também na parte do investimento este é um orçamento de continuidade. Ora, sendo um orçamento de continuidade, não gostaria de estar aqui em abril, quando estivermos a analisar a prestação de contas, e a dizer que num investimento previsto de quarenta e cinco milhões de euros a Câmara só conseguiu executar vinte, ou vinte e cinco por cento, que é o que tem sido habitual e recorrente, do investimento que é apresentado no orçamento. Penso que, pelos números a que tivemos acesso, até julho a execução do investimento municipal cifrava-se nos vinte e um/vinte e dois por cento, o que me parece assumidamente pouco, para um documento que se quer ambicioso, mas exequível. É uma questão de exequibilidade, porque não pondo em causa a valia técnica do documento, não pondo em causa as opções tidas por este Executivo, aquilo que tem acontecido, recorrentemente, pelo

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menos neste mandato, é a fraca execução do plano de investimentos dos orçamentos apresentados. --- Naturalmente que a fraca execução dos investimentos apresentados se cifra em acumulado de saldo de gerência, que vão transitado de ano para ano, com um valor que nos parece sempre muito excessivo, porque é acima dos vinte por cento do orçamento global. Para além disso, temos um acréscimo de perto de onze milhões de euros de receitas a nível do orçamento, que é um acréscimo significativo para a gestão. Ora, sendo um acréscimo significativo para a gestão os onze milhões de euros, não nos parece que seja esta a fase para discutirmos um possível, ou hipotético empréstimo, relativamente às necessidades do Município. --- Portanto, num orçamento de cento e quarenta e quatro milhões de euros, estarmos numa reunião de Câmara onde vamos aprovar o orçamento, a referir que uma parte deste orçamento são verbas do empréstimo que temos de apreciar e viabilizar para podermos dar vazão àquilo que nos propomos fazer, pessoalmente acho que devia ser ao contrário. Primeiro, devíamos balizar o que conseguimos fazer dentro deste orçamento, para não chegarmos ao final do ano com um terço do orçamento por executar por vários motivos, nomeadamente, os concursos ficarem desertos. Mas, o facto é que esse investimento não é feito, e isso tem reflexos diretos na população e no investimento que se quer para o desenvolvimento do concelho. --- Ao nível das receitas próprias da Câmara, pela documentação que nos foi enviada, há um aumento direto de sete milhões de euros. Ou seja, de dois mil e dezanove para dois mil e vinte, passam de oitenta e três milhões euros para noventa e um milhões de euros, o que é um impulso significativo. Se calhar, podíamos ponderar outro tipo de opções, porque o crescimento das receitas próprias do Município tem sido bastante acentuado e bastante estimulado com a própria economia, que se tem desenvolvido a uma boa velocidade e que se quer para o país e para o concelho. No entanto, pensamos que era importante definir algumas linhas e metas, que nestes documentos previsionais devem ser traçadas, definidas e executadas. --- Muito disto passa por aquilo que comecei por referir, de que no investimento é fundamental a execução do mesmo. A não ser assim, aquilo que estamos a fazer recorrentemente, e de ano para ano, é a apresentar grandes propostas orçamentais, muitos projetos incluídos nas grandes opções do plano e

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dificilmente qualquer Vereador pode, projeto a projeto, identificar que não é necessário aquele investimento e aquela opção. Mas, chegamos ao final do ano e da execução desse orçamento e nada foi executado, tudo continua por fazer, porque temos uma execução orçamental de investimento na ordem dos vinte, vinte e cinco, ou trinta por cento. Penso que isto não é aceitável para a grandeza do Município, e muito menos para um Município que está a apresentar um orçamento com um valor de cento e quarenta e três milhões de euros, dos quais quarenta e cinco milhões de euros estão destinados para investimento. --- Estes quarenta e cinco milhões de euros destinados para investimento devem ser executados no ano em que está definida a sua execução, porque não podemos continuar a ter orçamentos onde o grau de execução do investimento de cifra abaixo dos trinta por cento. Não é concebível, nem é crível para o Município, ao qual reconheço que quer a parte técnica, quer a parte política, tem todas as condições para desenvolver este tipo de processos. --- --- O VEREADOR, SENHOR NUNO BOTELHO: Senhor Presidente, o conjunto de considerações que o senhor Vereador Nuno Dias fez em relação aos números da receita e da execução que será apresentada a esta Câmara no início do ano. De facto, verificamos que no orçamento que está em vigor a execução do investimento previsto tem sido muito abaixo do que seria previsível, e até necessário. --- O que este orçamento nos propõe é um verdadeiro exagero quanto ao investimento previsto em relação ao número de projetos, de iniciativas, de continuidade de outros projetos que foram adiados, tal como o senhor Presidente referiu na sua intervenção, de dois mil e dezoito e dois mil e dezanove para dois mil e vinte, e neste momento já está a por a possibilidade de alguns projetos passarem para dois mil e vinte e um. --- Sendo assim, então este orçamento não passa de um pequeno “engodo”, no sentido de prometer um conjunto de iniciativas e projetos, e percebemos rapidamente, com base no que têm sido os últimos dois anos, que a execução vai ser muito complicada. --- Evidentemente o senhor Presidente tem as prioridades que acha que são as melhores para o Município, não as pomos em causa, até porque a Coligação Democrática Unitária teve a maioria dos votos, e tem o dever de escolher e

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definir o que é melhor para o Município. No entanto, destacamos algumas das propostas que defendemos em sede de conversas com a Coligação Democrática Unitária, a que o senhor Presidente, pura e simplesmente, não dá nenhum tipo de sinal neste documento. --- O Partido Social Democrata já aqui se tem referido, por várias vezes, às áreas suscetíveis de reconversão urbanística. Mas, mais uma vez, este orçamento quase nada diz sobre esta matéria. Sei da dificuldade que o Município terá a curto prazo para resolver este problema, conhecemos as dificuldades financeiras inerentes à sua resolução, mas também conhecemos a opinião da Coligação Democrática Unitária e do senhor Presidente, de que o Estado Central deve dar um apoio mais forte sobre esta matéria. No entanto, o que a lei diz é que esta é uma competência da Câmara. --- Ora, como o senhor Presidente refere, e às vezes bem, que o Município não se deve substituir ao Estado Central em muitas matérias, embora se vá substituindo de vez enquanto, nesta matéria devemos ter o mesmo princípio. Ou seja, o Estado Central não deve substituir o Município nesta matéria. Ou melhor, até poderá substituir, mas não será por esse motivo que o Município não deverá fazer alguma coisa sobre isto. Portanto, tenho alertado muitas vezes para a necessidade do Município resolver este problema que a muito curto prazo pode cair em cima de nós, que somos responsáveis e estamos aqui todos os dias a votar várias iniciativas.--- Em relação a um outro programa, que considerávamos muito importante e que propusemos ao senhor Presidente, também no âmbito das alterações climáticas e da melhoria das condições de vida dos nossos munícipes, apresentámos uma proposta em relação ao apoio municipal à aquisição de veículos elétricos. Quanto a esta proposta, o senhor Presidente e a maioria que governa este Executivo Municipal não a considerou com grande interesse, nem político, nem para a população de Loures. O que nos deixou um pouco estupefactos, e até é um pouco contra o seu discurso na apresentação deste documento. Estamos numa altura em que é, de facto, necessário que o Estado, seja o poder central, seja o poder local, dê sinais evidentes na luta contra as alterações climáticas, motivar as pessoas a fazer alterações na sua vida, e o senhor Presidente não considerou muito importante este projeto e não o incluiu na sua proposta de orçamento. ---

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O mesmo se passou em relação à implementação de sistema de energia fotovoltaica. O raciocínio é o mesmo. Consideramos que seria de muito interesse para os munícipes, principalmente para aqueles que vivem em fogos unifamiliares, ou em prédios com dois, três, ou quatro inquilinos apenas, porque seria um investimento que, segundo os dados mais recentes, em cinco/seis anos o investimento estaria pago. Mas, mais uma vez, os senhores preferem que seja a EDP a lucrar essencialmente com este “negócio”. --- Apresentámos uma proposta muito interessante, que o senhor Presidente também achou que seria interessante, mas que não está espelhada neste orçamento, que é a possibilidade do Município, a curto prazo, definir a criação de um programa de bolsas de doutoramento, de modo a que os técnicos possam criar uma política e um programa de transformação digital do Município, de forma a impedir que as alterações climáticas sejam ainda maiores. Esta situação iria defender o gasto energético do Município, no sentido de gastar menos, e teria um valor muito baixo. O senhor Presidente achou uma excelente ideia, deduzo que por falta de tempo para fazer pequenas alterações esta proposta não consta neste documento, mas que nas próximas alterações, ou revisões ao orçamento, possa ser integrada. Portanto, não está espelhada no orçamento, mas é importante que o Município tenha um programa, não das bolsas, mas um programa de renovação da forma de trabalhar na gestão da sua transformação digital, para evitar custos desnecessários, nomeadamente, os custos intermédios e de logística. --- Nas propostas apresentadas pelo Partido Social Democrata em relação ao apoio à família, quero dizer o seguinte: este Município, como se viu na última quarta feira, apesar dos pequenos avanços que têm sido feitos, é muito curto no que respeita aos impostos e à carga fiscal. Na nossa opinião o Município não olha para a classe média deste concelho, nomeadamente, sobre estas temáticas. A política fiscal é, apenas, uma política para receber receita, e não para apoiar os munícipes na melhoria das suas condições de vida. Como tal, consideramos que a política fiscal do Município, tal como já referimos na última reunião de Câmara, serve apenas para obter receita municipal para depois ser distribuída da forma como o senhor Presidente acha que é a mais correta. O que muitas vezes, na nossa “ótica”, não da forma mais correta como se pode ver em muitos pontos neste orçamento, nomeadamente, no aumento de custos da comunicação, de publicidade, propaganda, etc.. ---

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Assim, nesta questão do apoio à família, e o senhor Presidente já se referiu a um deles, ao projeto de adaptação ao meio aquático, a nossa proposta é que ele possa incluir todas as crianças do primeiro ano. Sei que o Município, e o senhor Presidente já o disse, tem essa ideia, no entanto não está definido, nem espelhado no orçamento essa ideia e parece-nos que os constrangimentos logísticos que a GesLoures possa ter não são justificação para que isso não aconteça. Assim, esperamos que nos próximos meses o senhor Presidente nos diga se é, ou não, possível dar andamento a esta matéria. --- Uma outra situação que nos parece ser difícil, ao senhor Presidente e à maioria que governa a Câmara, explicar à população, é porque é que uma grande parte das nossas crianças, cerca de trinta e cinco por cento que frequentam as escolas da responsabilidade do Município, têm, ainda, de pagar as refeições escolares. Consideramos que não há portugueses de primeira e de segunda e, apesar de alguns terem mais condições para pagar as refeições, a refeição não deve ser paga. Consideramos que seria um apoio muito importante para que estas famílias pudessem investir, ou até juntar algum dinheiro e fazer uma poupança, o que é muito difícil em Portugal. --- Mas, mais importante que tudo, a partir do momento em que abrimos, e muito bem, esta possibilidade de abranger mais crianças nesta gratuitidade das refeições, devíamos ir mais longe e devia ter aceite a nossa proposta de chegarmos a todas as crianças. Bem sabemos que a verba de dois milhões de euros não é insignificante. Por vezes gastamos dois milhões de euros em determinadas situações e se fossemos analisar caso a caso neste orçamento, muito facilmente chegaríamos a esse valor de poupança, para fazer com que estas crianças não tivessem de pagar, mensalmente, as refeições escolares. -- Também propusemos a implementação de um programa de apoio à natalidade, nomeadamente, na aquisição de veículos com lotação acima de seis lugares. O Município não achou essa proposta interessante, dizendo mesmo, não hoje mas em outras discussões, que é uma iniciativa que apenas defende as famílias com mais possibilidades. Não consideramos isso correto, porque um dos grandes problemas para não existirem famílias numerosas é a sua mobilidade, porque para fazer a mobilidade de todos os membros da família são precisos, no mínimo, dois carros. Portanto, era um sinal muito interessante e, por vezes, por dois, ou três mil euros, uma família não compra um carro de sete lugares e adquire um mais pequeno. Penso que era um sinal importante

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que o Município dava no apoio à natalidade, até para promovermos uma nova população no nosso concelho, vinda de outros concelhos, a juntar ao Imposto Municipal sobre Imóveis Familiar, que é uma medida para se manter e positiva. Senhor Presidente, não vimos no orçamento, a não ser que esteja dentro de um item concreto, a proposta que foi aprovada no dia dezanove de junho nesta Câmara, a proposta número trezentos e sessenta e quatro, no apoio à aquisição de óculos e lentes oftalmológicas para as crianças das escolas do concelho. Este apoio foi aprovado numa moção apresentada pelo Partido Social Democrata e aprovada, também, com os votos do Partido Socialista. Não encontramos no orçamento esta proposta e, salvo melhor opinião, todas as moções aprovadas neste órgão têm poder executivo, mesmo que não a execute durante o ano. --- Propusemos, também, um programa de colocação de equipamentos de laser para crianças com mobilidade reduzida que o senhor Presidente achou interessante, que me parece que consta do orçamento, mas ainda não tivemos oportunidade de confirmar, em concreto. --- Em relação à segurança, continuamos a não encontrar no orçamento, apesar daquilo que o senhor Presidente nos disse, nenhum programa de videovigilância, que possa monitorizar não só os aspetos de segurança do Município e outros, como o trânsito, os semáforos, a questão da iluminação, etc.. Portanto, não encontramos neste orçamento nenhuma proposta nesse sentido, apesar das palavras do senhor Presidente serem conducentes a esse designo. --- De uma forma resumida, o senhor Presidente olhou para as propostas do Partido Social Democrata como um conjunto de propostas que não iam de encontro aos vossos objetivos políticos, como para os munícipes do nosso concelho. --- Consideramos que mal, ou bem, esta bancada teve vinte e um vírgula nove por cento de votos, e que, até porque não têm maioria absoluta, deviam ter dado mais atenção às nossas propostas. De facto, algumas das nossas propostas mexem com a vida das pessoas, e outras até podem mexer com a vida e a morte das pessoas. --- Evidentemente é muito difícil para nós, Partido Social Democrata, com base nas propostas que apresentámos e na aceitação, ou não, pelo senhor Presidente e pelo seu Partido, podermos viabilizar este orçamento. Mesmo

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sabendo que há situações com que concordamos, como seja o investimento na saúde e nos equipamentos escolares, mas há outras com que não concordamos e outras que ainda não conhecemos, nomeadamente, em relação há mobilidade. Portanto, é muito complicado para o Partido Social Democrata viabilizar este orçamento. --- Em relação à votação que se espera do Partido Socialista, se me permite, quero fazer o seguinte comentário: o Partido Socialista tem demonstrado, ao longo deste mandato, uma postura diferente do seu sentido de voto em relação ao orçamento e aos impostos no nosso concelho. Bem sei que o argumento é que não devemos inviabilizar, por um lado a gestão do Executivo, e posso aceitar esse argumento como válido porque concordo que os mandatos são para ser cumpridos, e por outro que não devemos ser cegos a medidas positivas. Mas, o problema é que o Partido Socialista apenas viabiliza este orçamento porque “vendeu” o seu voto a um conjunto de benesses às Juntas de Freguesia que maioritariamente gere, em termos de número. Penso que gere cinco, o Partido Comunista Português quatro e o Partido Social Democrata apenas uma Freguesia. --- Bem sei que a seguir as senhoras Vereadoras e os senhores Vereadores do Partido Socialista vão dizer que a Freguesia de Lousa também não é prejudicada e que, antes pelo contrário, é beneficiada. Bem sei disso, mas o que está aqui em causa é o discurso e as práticas, ou as atitudes política. Neste aspeto o Partido Socialista, mais uma vez, demonstra que o seu discurso político está num lado contrário à sua atitude política, e penso que os munícipes mereciam de todas as bancadas mais respeito e mais coerência, entre o discurso e as atitudes. --- Reconheço ao senhor Presidente e à Coligação Democrática Unitária coerência entre o discurso e a atitude, que não consigo reconhecer ao Partido Socialista. Nesta bancada tentamos ser coerentes com o que defendemos, e coerentes nas votações que fazemos e com o que defendemos. Mas temos muitas dificuldades em vislumbrar o mesmo no Partido Socialista. É isto que não dignifica a política. Não que tivesse qualquer prazer em ver o Partido Socialista votar de outra forma, para mim é completamente indiferente. Mas o que não é indiferente é as pessoas que nos ouvem pensarem uma coisa quanto ao que aqui dizemos e, depois, na atitude concreta, ficarem a pensar sobre o que terá acontecido para esta mudança de posição. E a verdade é que

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não aconteceu nada de extraordinário, a não ser a necessidade do Partido Socialista “sustentar os vícios” de algumas Juntas de Freguesia e, em outras, mais grave ainda, dada a necessidade de verbas para poderem pagar salários e projetos de propaganda política. --- Senhor Presidente, com toda a franqueza, se por um lado percebemos a postura da Coligação Democrática Unitária, como postura política mesmo não concordando com ela, não conseguimos entender a postura do Partido Socialista. Não queremos entrar num debate de confrontos de ideias, não é isso que está em causa, porque se formos debater as ideias os senhores dizem o contrário daquilo que está espelhado no documento. Portanto, não vale a pena debater este assunto, porque os senhores dizem uma coisa no debate e para as camaras de televisão, mas, depois, na votação é diferente. --- --- A VEREADORA, SENHORA SÓNIA PAIXÃO: Estamos hoje, eventualmente, perante uma das reuniões mais importantes do nosso ano político, que é a aprovação do orçamento para dois mil e vinte. As minhas primeiras palavras são, naturalmente, para me associar às palavras do senhor Presidente, em nome desta bancada, de congratulação aos serviços do Município, por todo o esforço e empenho na produção dos documentos presentes nesta Ordem do Dia, dado o grau de exigência na elaboração dos mesmos. --- Senhor Presidente, complementarmente à intervenção do senhor Vereador Nuno Dias, gostava, em nome desta bancada, de conduzir todos a fazerem uma análise dos pontos positivos e negativos considerados pelo Partido Socialista. --- Começando pelos pontos positivos, se calhar já começo a dar algumas respostas ao senhor Vereador Nuno Botelho, e à bancada do Partido Social Democrata, sobre a sua hipotética indignação quanto ao nosso sentido de voto. Portanto, os pontos positivos deste orçamento são, por exemplo, vermos refletidas no investimento algumas das obras que temos reivindicado ao longo dos tempos e ao longo dos últimos meses. Em concreto duas unidades de saúde familiar que aqui estão refletidas, e muitas vezes nos ouviram falar na necessidade imperiosa da Câmara ir mais além no que respeita a equipamentos da área da saúde. Do nosso ponto de vista perde por tardia, mas o nosso princípio é de que mais vale tarde do que nunca. ---

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O outro exemplo que quero transmitir, que também está refletido no orçamento e é muito importante para o nosso concelho e, sobretudo, para a região norte do nosso concelho, é a variante a Loures, que está, também, nas grandes opções que hoje nos são apresentadas. Estes são dois exemplos positivos aos quais nos associamos. --- Uma outra situação, e não menos importante, está relacionada com a inscrição de verba para a opção gestionária. Senhor Presidente e senhores Vereadores, é com elevado regozijo que vimos inscrita a questão da opção gestionária para dois mil e vinte, e lamentámos que não tivesse sido esta uma opção para dois mil e dezanove. Portanto, com todos os alertas que fizemos de que o Município poderia ter lançado mão desta medida em dois mil e dezanove, não foi a vossa opção, mas aqui está ela para dois mil e vinte. No entanto não percebo, em concreto, pelos documentos que nos foram distribuídos, qual o montante que será efetivamente alocado à opção gestionária. Bem sei que terá de apresentar na primeira reunião de janeiro esse valor, mas provavelmente já nos poderá informar. --- Em terceiro lugar, como ponto positivo, quero dar nota daquilo que tem sido a nossa coerência desde o início desta legislatura, no seguimento da anterior, relacionada com o apoio às Juntas de Freguesia. Bem sei senhor Vereador Nuno Botelho, que à bancada do Partido Social Democrata esta pode não ser uma solução querida, mas, para nós, Partido Socialista, é uma solução bem querida, e continua a ser querida, também, dos munícipes e do eleitorado do concelho de Loures. Mais uma vez, à semelhança daquilo que lhe disse na quarta feira, analise os resultados eleitorais do último ato que ocorreu no passado mês de outubro, de forma a que cada um de nós tire daí as suas ilações. --- Mas, senhor Presidente, não estou aqui hoje só para falar de pontos positivos. Estou, também, para apontar o dedo, em nome do Partido Socialista, àquilo que consideramos ser os pontos negativos deste orçamento. Assim, começo por dizer que não está inscrito neste orçamento uma medida de política municipal, que bem faz falta ao nosso concelho, também para incentivar a natalidade, numa ótica bem diferente da apresentada pelo senhor Vereador Nuno Botelho, e confesso que tínhamos alguma dificuldade em votar favoravelmente essa proposta em relação aos carros de sete lugares. Somos mais favoráveis à mobilidade sustentável e a nossa medida, nesse ponto de

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vista, seria a atribuição de passas gratuitos. Eventualmente seria por aí, e não na ajuda à compra de carros de sete lugares. Mas, em concreto, aquilo que defendíamos para constar do nosso orçamento era um programa para habitação jovem, com uma dotação definida. Esse era um sinal claro para a população juvenil do nosso concelho, que por vezes não tem capacidade para aqui continuar a residir quando já tem alguma autonomia. Esta é uma área para a qual continuamos a dizer que faz falta um sinal em concreto. Dissemo-lo no passado, continuamos a dizê-lo, e quem sabe se no orçamento de dois mil e vinte não teremos coroado de êxito este desejo. --- Há, também, um conjunto de áreas que não estão inscritas diretamente no orçamento, e do nosso ponto de vista erradamente, que são as políticas de inclusão. Por exemplo, a população emigrante do nosso concelho, referi variadíssimas vezes e volto a repetir, que a multiculturalidade do concelho de Loures é uma das nossas riquezas, não há nada de novo neste domínio e era o momento oportuno para o fazer, bem como na área da igualdade. Neste capítulo, era importante um maior incentivo às instituições particulares de solidariedade social, que estão, como sabemos, a apresentar candidaturas no âmbito do programa de alargamento da rede de equipamentos sociais, e também não conseguimos perceber neste orçamento qual a verba que o Município vai destinar para apoiar estes investimentos. --- Por último, desta minha primeira reflexão de partilha com os pontos negativos, não posso deixar de referir o orçamento participativo. Senhor Presidente, para nós, o orçamento participativo era uma medida bastante importante, para ter impacto com grande vigor neste orçamento municipal, sendo ele o maior orçamento municipal dos últimos anos, se calhar da última década. Mas, para espanto de todos nós, está inscrita uma dotação para o orçamento participativo de cento e sessenta e dois mil euros. Sabem quanto é que isto representa no todo do nosso orçamento? Tiveram esse cuidado? Talvez não, porque provavelmente não ficariam confortáveis em saber que este montante corresponde a uma décima do orçamento municipal. Do nosso ponto de vista, fica muito aquém daquilo que era expectável pelos munícipes do concelho de Loures, e fica muito aquém das medidas de política de governação que o Município de Loures deveria levar a cabo. Naturalmente vai ao encontro daquilo que consta do “ranking” municipal português, em que no capítulo da governação o Município de Loures está no lugar duzentos e quarenta e seis,

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dos trezentos e oito Municípios. Era aqui senhor Presidente, com esta medida do orçamento participativo mais vigorosa que, certamente, conseguiríamos um melhor lugar neste posicionamento. Se é importante referir os prémios que recebemos de forma a valorizar o Município quando os consegue alcançar, também temos de dizer quando estamos mal e o que podemos fazer para melhorar. --- Como é obvio e evidente, por último, quero deixar uma palavra para a bancada do Partido Social Democrata, quando se refere ao nosso discurso e à nossa postura. Quero relembrar o senhor Vereador que desta bancada tem de esperar sempre coerência, e que tem visto, mais cedo, ou mais tarde, os seus objetivos políticos e muitos daqueles que foram os seus projetos apresentados ao eleitorado no dia um de outubro de dois mil e dezassete, refletidos nos programas municipais e nas opções que são definidas para Loures. A bancada do Partido Socialista não quis lugares e não trocou o seu voto por lugares. Trocámos o nosso voto, na viabilização destes documentos estratégicos, por opções que, em concreto, vão ao encontro das necessidades e anseios das nossas populações. O senhor Vereador Nuno Botelho que esteve cá no mandato autárquico anterior, o que é que conseguiu para os munícipes de Loures, quando põe em causa a nossa postura política? O que é que os senhores conseguiram em troca de dois lugares no Executivo Municipal, ao longo dos quatro anos da legislatura, de dois mil e treze a dois mil e dezassete? O que é que conseguiram? Para além dos dois cargos na Câmara Municipal, estavam na mais importante participação empresarial, na Valorsul, e em que é que isto se traduziu, efetivamente, para os munícipes de Loures? ---- Senhor Vereador Nuno Botelho, ensinaram-me desde pequenina que quando aponto o dedo a alguém tenho três virados para mim. Portanto, antes de pôr alguns argumentos falaciosos sobre a mesa é bom que se reflita. Hoje estamos na casa da democracia e vou terminar como comecei a minha intervenção, na discussão do mais importante documento, do nosso ponto de vista, para a gestão do nosso Município. Portanto, queira-se elevação. --- Senhor Presidente, reitero os nossos pontos fortes neste orçamento, mas sublinho os pontos negativos, na esperança séria que possam ter acolhimento no orçamento municipal para dois mil e vinte e um. --- ---

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O SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA: O senhor Vereador Nuno Dias salientou um ponto factual, que é a questão do peso dos fundos comunitários no nosso orçamento. Contudo, devo dizer que dos treze milhões de euros dos fundos comunitários, oito milhões e meio são relativos ao caneiro de Sacavém. Este projeto tem um financiamento acrescido por ser de um programa operacional, que se traduz em oitenta e cinco por cento do seu valor, sendo os restantes projetos financiados a cinquenta por cento. --- É verdade que não abdicamos dos fundos comunitários, ao contrário de certas ideias de que deveríamos abdicar de fundos comunitários por considerações que fazemos em relação à União Europeia, que não têm nenhum sentido, e vamos aproveitá-los o mais que pudermos. Como já referi, e penso que é do conhecimento público, até fomos beneficiados numa recente redistribuição de verbas adicionais, pelo facto de estarmos num dos primeiros lugares de execução destes fundos. Ainda assim não estamos satisfeitos e gostaríamos de ter uma execução superior, relativamente aos projetos apoiados por fundos comunitários. --- O senhor Vereador também mencionou um ponto que é essencial, referindo-se ao crescimento de receitas próprias que são o reflexo da atividade económica e que não estão relacionadas com alterações da carga fiscal a partir das decisões do Município, que é a questão da execução. De facto, nós também gostaríamos que a execução fosse mais robusta do que é. Mas é verdade que se conjugaram um conjunto de fatores bastante dificultadores do avanço de projetos, sobretudo de projetos com alguma dimensão. Penso que é de meridiana clareza que os projetos com alguma dimensão, que têm uma maior complexidade na elaboração dos projetos, que têm uma maior complexidade no relacionamento com um conjunto de instituições do Estado e que têm uma palavra a dizer muitas vezes vinculativa no avanço desses projetos, nos põem mais vulneráveis a atrasos relacionados com esse tipo de relacionamentos. ---- Isto aconteceu, e continua a acontecer, com um conjunto de projetos no nosso plano de atividades nos últimos anos. Um exemplo claro desta situação é a rotunda de Á-Das-Lebres. Do nosso ponto de vista, em termos de projeto de execução já estaria pronto há muito tempo atrás, já poderia ter iniciado a sua execução este ano. Isso não aconteceu porque foi preciso, morosamente, com grande paciência e tenacidade, ter finalmente todos os requisitos, pareceres e estudos completados junto das entidades que são relevantes nesta matéria,

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para podermos finalmente iniciar o processo de expropriações, de cordo com os proprietários para depois lançar a obra. --- Um outro aspeto que é conhecido de todos e não é propriamente uma questão exclusiva do Município de Loures, é a alteração rápida que houve nos preços de mercado, e na capacidade do mercado responder a obras de alguma dimensão. Já tivemos um conjunto significativo de concursos que ficaram desertos, por exemplo o pavilhão da escola João Villaret. Agora encontra-se na fase final do novo concurso, bem como outras grandes infraestruturas que pusemos a concurso. Em alguns casos isto já aconteceu depois de uma revisão nos preços que fizemos a dada altura, procurando prevenir essa situação, e isso também constituiu, em relação a alguns grandes investimentos, um fator de atraso. Por exemplo, com a obra do logradouro da escola do Alto de Eira isto já aconteceu duas vezes, e é um investimento importante. --- Um outro fator é o avanço mais lento que seria expetável de obras já adjudicadas e em execução em que, da parte dos empreiteiros, ou das condições da obra, houve dificuldades que levaram a que a execução financeira fosse mais baixa do que era previsível. Por exemplo, em relação ao caneiro de Sacavém, isso significa uma diferença entre a execução que tínhamos previsto e a execução efetiva de mais de três milhões de euros. --- Um outro exemplo é a escola da Portela que já está adjudicada há longos meses, e que se traduz, também, numa diferença de quase um milhão de euros, por uma maior lentidão na execução da obra e, logicamente, na execução financeira. --- Portanto, não estou com isto a desvalorizar o problema, mas sim a apontar razões objetivas, sem prejuízo de também poder haver responsabilidades nossas, e necessidade de aqui, ou ali, melhorar procedimentos. Mas, penso que o fundamental se situa nestas questões. Primeiro, grandes projetos, de elevada complexidade, com impacto na relação com diversas entidades e com pareceres vinculativos que nos dificultam, em alguns casos, o seu avanço. Segundo, o facto dos concursos, em alguns casos, ficarem desertos pela evolução rápida do mercado e pela escassez de oferta para determinado tipo de obras públicas neste momento. Em terceiro lugar, o ritmo mais baixo do que seria expetável na execução de grandes obras já adjudicadas, que também se verificou em algumas delas este ano. ---

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Ainda, sobre isto, quero dizer o seguinte: é evidente que a execução inferior ao expetável destes grandes projetos no ano de dois mil e dezoito e, também, no ano de dois mil e dezanove, têm uma consequência no saldo de gerência. É evidente que o saldo de gerência tem uma dimensão maior por via dessa execução mais baixa. Mas, isso também é uma confirmação do nosso compromisso com este plano plurianual de atividades porque, como foi dito aqui no primeiro orçamento deste mandato, definimos logo aí o fundamental dos projetos para os quatro anos, havendo de orçamento para orçamento uma ou outra alteração, como é natural. --- Quando se verificaram as dificuldades de execução, a nossa opção foi de não desbaratar o dinheiro, os recursos financeiros, para a execução daqueles projetos. O senhor Vereador compreenderá isto que vou referir, porque não seria difícil, pelo menos em relação a uma parte deste saldo que para nós está cativo para os investimentos que são conhecidos e têm vindo a figurar no plano de investimentos, aplica-lo em atividades e programas de execução imediata, não em investimentos e, com isso, ter uma execução superior eventualmente com alguns efeitos concretos na popularidade do Município. Mas, a nossa opção foi não por em causa os investimentos que eram, desde logo, um compromisso nosso eleitoral, e que figuraram no plano plurianual que gizámos desde o início do mandato. --- Isto tem esse preço a pagar, um saldo mais elevado, mas também nos permite manter a coerência do plano de investimentos que temos vindo a seguir, e é isso que pretendemos fazer. --- Senhor Vereador Nuno Botelho, quero dizer-lhe o seguinte: como sempre, manifestámos uma grande abertura para analisar as propostas dos outros partidos, em particular do Partido Social Democrata. O senhor Vereador referiu várias conversas que tivemos em reuniões bilaterais. Mas, também reconhece que em relação a grande número das propostas apresentadas pelo Partido Social Democrata, ou tínhamos um acolhimento com eventual acerto dos termos em concreto, ou tínhamos alguma proposta alternativa no mesmo sentido e na mesma orientação estratégica, que ia ao encontro daquilo que nos era apresentado. O que aconteceu, também, é que o Partido Social Democrata tinha um conjunto numeroso de propostas, mas havia duas ou três que eram incontornáveis, e fiquei com a sensação de que mesmo que todo o resto tivesse sido aprovado “ipsis verbis”, tal como era proposto, se aquelas duas ou

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três não fossem acolhidas haveria uma pré definição do voto do Partido Social Democrata, em relação a este orçamento. Falo, em concreto, da descida do IRS e das refeições escolares. Portanto, isso torna muito mais difícil este diálogo. Tenho algumas considerações concretas sobre algumas destas propostas, e já tive oportunidade de lho dizer. --- Não concordo que se diga que temos uma política fiscal orientada para a receita, porque, senhor Vereador, a nossa maior receita é o Imposto Municipal sobre Imóveis, e se mantivéssemos a taxa deste imposto, ou fosse eliminado o Imposto Municipal sobre Imóveis Familiar, seria um acréscimo significativo de receita. Portanto, o Imposto Municipal sobre Imóveis não tem aumentado como receita de forma significativa no nosso Município, e estamos convencidos que não vai aumentar em dois mil e vinte. Nem esse é o nosso objetivo. Naturalmente a Câmara precisa de recursos, isso ninguém questiona, mas não temos propriamente como objetivo um acentuar da receita fiscal. --- Senhor Vereador, em relação às questões que colocou relativamente ao projeto de adaptação ao meio aquático, já foi dito publicamente e nas reuniões que tivemos, que não avançámos com o projeto para o primeiro ano do primeiro ciclo, porque não havia garantias de que fosse comportável nas piscinas municipais e no seu esforço, em termos logísticos, de espaço e de ocupação dos planos de água, ter mais esse número de crianças a frequentar este programa. Isto não é uma questão de boa vontade, ou cabe, ou não cabe. E é isso que vamos aferir ao longo deste ano. --- Já lhe foi dito em outros momentos que não é, sequer, uma questão financeira. É uma questão de capacidade, e ninguém responsavelmente pode avançar com a ideia de que está garantido que o primeiro ano vai ser incluído, sem que o projeto tenha uma aferição muito concreta. Queremos que tudo isto se faça com qualidade e com todas as condições que foram reunidas para executar este programa, com toda a segurança e todo o aproveitamento. Este programa não é para ir às piscinas “chapinhar”, porque, se assim fosse, podíamos incluir todos durante todo o ano. Não. É para ir com um programa próprio, pedagógico, estabelecido pelos professores da GesLoures, e que tem um efeito concreto na evolução destas crianças. É com esta responsabilidade que vamos continuar a entender este programa, desejando, se possível, que ele possa ser alargado conforme o Partido Social Democrata também avançou. ---

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Não vou fazer muitos comentários em relação às propostas sobre à aquisição de veículos elétricos e carros para famílias numerosas, porque temos uma opção diferente. Isso é inquestionável. Tenho até algumas dúvidas sobre a legalidade de algumas das propostas que os senhores Vereadores apresentaram, embora não tenha questionado isso nas conversas que tivemos, porque foram mais no plano político e isso é outro tipo de consideração. Devo dizer que em relação aos veículos elétricos a tendência geral das entidades públicas, neste momento, é a de reduzir os apoios, uma vez que há uma maior dinâmica na compra e venda e um abaixamento dos preços, que é o contrário daquilo que o Partido Social Democrata está aqui a propor. Os apoios são fundamentalmente ao nível de benefícios fiscais, e não de apoio direto, ou de subsidio à compra. Isso é que me parece um pouco desajustado no quadro das prioridades que devemos ter no Município. --- Senhor Vereador, ainda, relativamente às famílias numerosas e com muitas crianças, já demos um contributo muito grande nesse aspeto, sabe qual foi? Foi garantir, por exemplo, que até aos doze anos, em conjunto com os outros Municípios da Área Metropolitana, o passe é gratuito. Esta medida poupou dinheiro a muitas famílias e permitiu às crianças irem à escola de forma muito mais económica e, em alguns casos, levou ao abandono da viatura privada para utilizar os transportes públicos. Mas, ainda há um caminho a fazer. --- Senhora Vereadora Sónia Paixão, em relação ao orçamento participativo, a seguir a esta fase temos de encontrar rapidamente um consenso relativamente ao regulamento do orçamento participativo, para que ele possa ter efetividade no próximo ano. A nossa opção foi incluir no orçamento municipal uma verba, que quando este projeto estiver em “velocidade de cruzeiro” terá de ser superior, mas que nos pareceu ser adequada para a sinalização de que estamos empenhados em que isto aconteça. Penso que o valor não deve desvalorizar a prioridade, e o estar consagrado é o mais importante neste momento. --- Esse "ranking" a que se referiu atribui uma pontuação em função de existir, ou não, o orçamento participativo. Mas, por exemplo, não atribui nenhuma pontuação ao facto de fazermos dezenas de sessões públicas para debater os mais diversos assuntos, ou de fazermos as iniciativas “Mais perto de si” nas freguesias, onde há uma interação muito próxima com as pessoas e com as instituições, com reflexos concretos nas decisões tomadas pelo Município.

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Esse "ranking" tem alguns defeitos, porque é muito esquemático, e há muitas formas de promover a participação. Não desvalorizo o orçamento participativo, mas faça-nos a justiça de que não é por o não termos, ainda, que temos uma gestão opaca e pouco participada no nosso Município, porque penso que isso não corresponde à verdade. --- --- O VEREADOR, SENHOR GONÇALO CAROÇO: Senhor Presidente, inicio a minha intervenção com as questões relacionadas com a opção gestionária, de forma a clarificar aquilo que aconteceu. Ou seja, para aplicar a opção gestionária é necessário que ela esteja contemplada no orçamento inicial, que estamos a discutir agora, e no ano passado também foi por esta altura. Portanto, no ano passado quando foi discutido o orçamento, não se sabia se o Orçamento de Estado iria ter em conta a questão da opção gestionária, porque ela deixou de existir e, por isso, não constava do orçamento inicial. --- A partir do momento em que a opção gestionária constou do Orçamento de Estado, começamos a trabalhar no sentido de a poder aplicar e, inclusive, tivemos quinhentos mil euros na rubrica. No entanto, concluiu-se que era impossível, legalmente, aplicar a opção gestionária neste ano, porque a rúbrica tinha que pré existir no orçamento inicial. Ora, não era possível existir no orçamento inicial, quando não se sabia, nem se conhecia o Orçamento de Estado e quais as suas opções. Esta é a questão que impossibilitou a sua aplicação. --- É evidente que havendo vontade que a opção gestionária pudesse ser aplicada nos Municípios, a lei devia contemplar a possibilidade de haver uma alteração no orçamento para os Municípios que entendessem e o pudessem fazer. Ora, tal não aconteceu, e essa foi a razão pela qual uma ínfima parte dos Municípios aplicaram a opção gestionária. Alguns Municípios aplicaram-na porque tiveram o seu orçamento inicial chumbado, o que possibilitou a inclusão desta rúbrica muitos meses depois. --- Quero esclarecer que a opção, da nossa parte, está clara desde o princípio. Havia uma impossibilidade legal que nos impediu de a aplicar, mas este ano ela está prevista no orçamento e o seu montante é de oitocentos mil euros. Esperamos que com este valor seja possível que todos os trabalhadores, que cumpram as exigências que estão plasmadas na lei, possam ser abrangidos pela opção gestionária. É essa a nossa opção política, nem poderia ser outra. -

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Entendemos, também, que é necessário tratar as questões relacionadas com os salários e as progressões de forma justa, e que a opção gestionária e a questão do SIADAP não são formas justas de tratar os salários, nem de tratar as progressões dos trabalhadores. A forma justa de tratar os salários e as progressões dos trabalhadores é haver uma valorização dos seus salários, o que não acontece há muitos anos. Há muitos anos que não existe qualquer aumento dos salários da função pública, que é uma questão essencial, porque estamos cada vez mais de “mãos e pés atados” porque precisamos “como de pão para a boca” de trabalhadores para desenvolver algumas tarefas. Devido aos baixos salários e sua à desvalorização, cada vez se torna mais difícil contratar novos trabalhadores. Portanto, a questão que tem de se resolver é a renumeração salarial, porque a opção gestionária, e outras, são paliativos que, em alguns casos, até se tornam injustos para alguns. Mas, mais vale cometer alguma injustiça e fazer com que haja algum tipo de valorização dos trabalhadores, do que nada fazer. Esta é a nossa opção, clara, para que não haja nenhuma dúvida face à questão das remunerações e à opção gestionária. Quanto à questão do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais é ainda muito cedo para sabermos qual o valor que lhe estará associado, porque depende de vários fatores. Depende das candidaturas que sejam aprovadas pela Segurança Social, e da abertura de outros Programas de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais para outras respostas sociais. Neste momento não sabemos quando poderá ocorrer. --- Esperamos que durante este mês as entidades do nosso concelho que se vão candidatar agora ao Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais o possam fazer, e nessa altura já teremos uma ideia de quais são as entidades que se estão a candidatar, e os valores que lhes estão associados. Portanto, a seguir a esta fase poderemos tomar uma decisão mais acertada. Neste momento, ainda não sabemos as candidaturas que vão ser aprovadas, nem sabemos que candidaturas possam existir para outros equipamentos sociais. Mas há uma certeza, é que nenhuma instituição que se candidate a estes apoios sociais de construção de equipamentos, em particular de creche, deixará de ter o apoio do Município. Todas elas contarão com o apoio do Município, e quando digo isto não me refiro ao Regulamento Municipal de Apoio às Instituições Sociais, que tem critérios estabelecidos e se mantem no orçamento. Desde o início dissemos que estávamos a ceder terrenos e

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equipamentos, para que as entidades se possam candidatar e a Segurança Social assuma o seu papel. A partir do momento em que a Segurança Social assuma o seu papel, a Câmara Municipal cá estará para avançar com estes equipamentos, que são essenciais para a população do nosso concelho. --- Quanto à questão da habitação jovem, embora já estejam programadas algumas possibilidades para habitação a custos controlados que estamos a estudar, esta questão tem de ser pensada numa estratégia municipal de habitação que está a ser construída neste momento, onde será, também, refletida. É um trabalho que estamos a desenvolver e esperamos que esteja terminado durante o ano de dois mil e vinte, para a poder aplicar no nosso Município mediante as conclusões dessa estratégia, onde esta vertente terá algum significado. --- Quanto a questões relacionadas com o trabalho do Município na área da inclusão, quero dizer que primeiro temos de nos por de acordo com o que cada um acha que é a inclusão e a igualdade. Dizer-se que o Município perde uma oportunidade, no ano de dois mil e vinte, para trabalhar nas questões da inclusão e da igualdade, penso que é de uma tremenda injustiça. Posso referir algumas questões que me parecem muito importantes, quanto ao que temos feito e vamos continuar a fazer, que se reflete na vida das pessoas, e na política de inclusão e de igualdade que é tão necessária no nosso país e no nosso concelho. Desde logo, a começar pelo Regulamento Municipal de Apoio às Instituições Sociais, no apoio às instituições de particulares de solidariedade social, absolutamente fundamental para que haja respostas sociais para as pessoas que dela precisam. --- Os trabalhos no espaço público que temos levado acabo, no âmbito das acessibilidades, que possibilitam que muitas pessoas que não se podiam deslocar à cidade de Loures agora o possam fazer, porque não tinham qualquer condição para o fazer. --- O apoio que prestamos ao ensino noturno, dando a possibilidade a centenas e centenas de pessoas que não tiveram possibilidades de terminar os seus estudos noutra idade, agora o possam fazer, de forma a poderem avançar nos seus estudos e a aumentarem as suas qualificações. --- O apoio que estamos a prestar às unidades de ensino especializado, onde se preveem quarenta mil euros, com um aumento de vinte e dois mil euros face ao orçamento do ano passado. ---

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As imensas obras nos bairros municipais, que são absolutamente essenciais para que as pessoas que ali vivem se sintam bem e que com isso tenham outra qualidade de vida, com as consequências que isso tem para as questões da inclusão e da igualdade. --- O reforço que fizemos nas equipas da Divisão de Habitação, e vamos continuar a fazer, bem como da Divisão de Intervenção Social no acompanhamento a muitos milhares de pessoas que precisam do acompanhamento e da ajuda da Câmara para o seu dia a dia. --- A reorganização da Unidade de Igualdade e Cidadania, está a ser preparada e que vai sofrer uma alteração da sua designação para Unidade de Inclusão e Cidadania, porque entendemos que as questões da inclusão têm de ser devidamente pensadas e programadas, a nível de todo o Município. Portanto, tem de existir uma unidade que pense as questões da inclusão e a sua articulação. --- O reforço e a restruturação do Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes. O reforço já aconteceu e a restruturação está prevista acontecer nos próximos meses, de forma a dar uma melhor resposta aos imigrantes do nosso concelho. --- O apoio aos cuidadores informais que vamos preparar para o ano de dois mil e vinte. Todos os projetos, nomeadamente, músicos de palmo e meio, o projeto “DançArte”, a Orquestra Geração, o Conservatório de Artes, tudo isto é o quê? Isto é inclusão. São milhares e milhares de jovens, é uma geração inteira no nosso concelho que tomou contato com a música, com a arte, que vai marcá-los para todo o sempre e que de outra forma não teriam qualquer acesso à arte, à música, ou à dança. --- Senhores Vereadores, e a adaptação ao meio aquático não é igualdade e inclusão? Todas as crianças que nunca tinham entrada numa piscina e o puderam fazer, não é igualdade e inclusão? As respostas sociais, nomeadamente, o Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas, o apoio à Comunidade Vida e Paz e à Cercipóvoa, que se traduz em cento e vinte mil euros no orçamento de dois mil e vinte, não é igualdade e inclusão? O projeto Loures Arte Pública, se forem à Quinta do Mocho podem verificar o que esta iniciativa fez na inclusão de toda aquela população. --- Este Município vai pagar quatro milhões de euros pelo passe dos transportes públicos, quantos idosos tinham deixado de sair de sua casa, porque não

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tinham forma de ir a qualquer lado e agora podem ir passear. Isto não é inclusão e igualdade? São quatro milhões de euros por parte do Município, para o ano de dois mil e vinte. --- A Unidade de Inclusão e Cidadania, para os seus projetos no âmbito da inclusão da igualdade e cidadania, para o ano de dois mil e vinte, tem cento e catorze mil euros. --- Os “Kits” escolares que entregamos no início de todos os anos letivos, para aquelas crianças a para aquelas famílias esse é um apoio absolutamente essencial, para que tenham melhores condições para aprender, e um aproximar das condições que cada um tem. Isso não é inclusão e igualdade? -- As refeições escolares que não são pagas no escalão “A” e “B”, e a proposta que se encontra no orçamento de oitenta mil euros para o programa de Ocupação de Tempos Livres, não são inclusão e igualdade? --- A proposta para o ano de dois mil e vinte do pagamento das fichas escolares para os alunos do escalão “A”, não é importante para as questões de inclusão e igualdade no concelho? --- Termino, dizendo que estão previstos dezoito mil euros para se avançar com o Plano Municipal de Igualdade e o Plano de Municipal de Inclusão e de Imigrantes, que durante o ano de dois mil e vinte será concretizado e irá permitir acrescentar mais medidas a estas que acabei de elencar. --- Quero referir, ainda, o nosso trabalho relacionado com o desporto adaptado, que o senhor Vice-Presidente conhece muito melhor, e que é um trabalho muito importante para quem precisa desse nosso apoio. --- --- O SENHOR VICE-PRESIDENTE: Senhor Presidente, começo por destacar a elevação deste debate. Ao contrário de outras ocasiões em que discutimos o Plano de Atividades e Orçamento, em que nem sempre foi possível um debate calmo e cordato, em torno das grandes opções municipais. Hoje, estamos a ter um debate que penso que marca uma certa diferença, em relação a outros que tivemos no passado, e em que estamos, de facto, a discutir orientações políticas, opiniões e estratégias do ponto de vista político. São divergentes, porque estão aqui representadas três forças políticas com visões completamente diferentes, que apresentaram o seu próprio programa aos munícipes do concelho de Loures e têm, naturalmente, que defender posições

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