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Pós-Graduação a Distância

1

Legislação Ambiental

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Organização e Implementação da Gestão por Projetos

Legislação Ambiental

Regina Coeli Montenegro Generino

Produção:

(5)

Pós-Graduação a Distância Sumário

Apresentação... 4

Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa ... 5

Organização da Disciplina ... 6

Introdução ... 7

Unidade I – Fundamentos da Legislação Ambiental ... 9

Capítulo 1 – Evolução do Direito Ambiental no Brasil ... 9

Capítulo 2 – Quadro Atual da Legislação Ambiental Brasileira ... 13

Capítulo 3 – Principais Tratados Internacionais ... 15

Unidade II – Legislação Aplicada à Flora e à Fauna ... 17

Capítulo 4 – Legislação Aplicável à Flora ... 17

Capítulo 5 – Legislação Aplicável à Fauna ... 21

Capítulo 6 – Biodiversidade ... 23

Unidade III – Instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente] ... 25

Capítulo 7 – Licenciamento Ambiental... 25

Capítulo 8 – Criação de Espaços Territoriais Especialmente Protegidos ... 30

Capítulo 9 – Penalidades Disciplinares e Compensatórias ... 32

Para (Não) Finalizar ... 35

Referências Bibliográficas ... 36

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Organização e Implementação da Gestão por Projetos

Legislação Ambiental

Caro aluno,

Bem-vindo à disciplina Legislação Ambiental.

Este é o nosso Caderno de Estudos e Pesquisa, material elaborado com o objetivo de contribuir para a realização e o desenvolvimento de seus estudos, assim como para a ampliação de seus conhecimentos.

Para que você se informe sobre o conteúdo a ser estudado nas próximas semanas, conheça os objetivos da disciplina, a organização dos temas e o número aproximado de horas de estudo que devem ser dedicadas a cada unidade.

A carga horária desta disciplina é de 40 (quarenta) horas, cabendo a você administrar seu tempo conforme a sua disponibilidade. Mas, lembre-se, há uma data-limite para a conclusão do curso, implicando a apresentação ao seu tutor das atividades avaliativas indicadas.

Os conteúdos foram organizados em unidades de estudo, subdivididas em capítulos de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, que farão parte das atividades avaliativas do curso; serão indicadas também fontes de consulta para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. Desejamos a você um trabalho proveitoso sobre os temas abordados nesta disciplina. Lembre-se de que, apesar de distantes, podemos estar muito próximos.

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Pós-Graduação a Distância Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa

Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa

Apresentação: Mensagem da Coordenação do PosEAD.

Organização da Disciplina: Apresentação dos objetivos e carga horária das unidades.

Introdução: Contextualização do estudo a ser desenvolvido pelo aluno na disciplina, indicando a importância desta para a sua formação acadêmica.

Ícones utilizados no material didático:

Provocação: Pensamentos inseridos no material didático para provocar a reflexão sobre sua prática e seus sentimentos ao desenvolver os estudos em cada disciplina.

Para refletir: Questões inseridas durante o estudo da disciplina, para estimulá-lo a pensar a respeito do assunto proposto. Registre aqui a sua visão, sem se preocupar com o conteúdo do texto. O importante é verificar seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. É fundamental que você reflita sobre as questões propostas. Elas são o ponto de partida de nosso trabalho.

Textos para leitura complementar: Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de dicionários, exemplos e sugestões, para apresentar novas visões sobre o tema abordado no texto básico. Sintetizando e enriquecendo nossas informações: Espaço para você fazer uma síntese dos textos

e enriquecê-los com a sua contribuição pessoal.

Sugestão de leituras, filmes, sites e pesquisas: Aprofundamento das discussões.

Praticando: Atividades sugeridas, no decorrer das leituras, com o objetivo pedagógico de fortalecer o processo de aprendizagem.

Para (não) finalizar: Texto, ao final do Caderno, com a intenção de instigá-lo a prosseguir na reflexão.

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Organização e Implementação da Gestão por Projetos

Legislação Ambiental

Ementa:

Evolução do Direito Ambiental no Brasil, Principais Tratados Internacionais, Quadro Atual da Legislação Ambiental Brasileira, Legislação Aplicável à Flora, Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Política de Pesca.

Licenciamento Ambiental; Compreensão Ambiental, Biodiversidade, Agrotóxicos; Organismos Geneticamente Modificados, Lei de Crimes Ambientais, Ações civis públicas.

Objetivos:

• Apresentar os principais regulamentos ambientais brasileiros relacionados à Gestão do Meio Ambiente; • Comhecer os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente;

• Conhecer as responsabilidades em caso de dano ambiental.

Unidade I – Fundamentos da Legislação Ambiental

Carga horária: 5 horas

Conteúdo Capítulo

Evolução do Direito Ambiental no Brasil 1

Quadro Atual da Legislação Ambiental Brasileira 2

Principais Tratados Internacionais 3

Unidade II – Legislação Aplicada à Flora e à Fauna

Carga horária: 15 horas

Conteúdo Capítulo

Legislação Aplicável à Flora 4

Legislação Aplicável à Fauna 5

Biodiversidade 6

Unidade III – Instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente

Carga horária: 20 horas

Conteúdo Capítulo

Licenciamento Ambiental 7

Criação de Espaços Territoriais Especialmente Protegidos 8

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Pós-Graduação a Distância Introdução

O conhecimento da legislação ambiental é um dos pilares em um Curso de Especialização em Meio Ambiente. É com esse conhecimento que o aluno se familiariza com os conceitos, os dispositivos legais para que os demais conteúdos possam ser melhor compreendidos, na medida em que a base legal foi ministrada.

Apesar de se falar muito em meio ambiente, os profissionais, em geral, não conhecem os principais dispositivos legais que regem a matéria, bem como as suas inter-relações.

Visando a ampliar os conhecimentos do aluno nesse assunto, este curso apresentará: os principais regulamentos ambientais relacionados à gestão do meio ambiente no Brasil, alguns instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e as responsabilidades em caso de dano ambiental.

Este Caderno de Estudos foi estruturado em três unidades, divididas em nove capítulos. Essas unidades foram elaboradas de modo a apresentar, de forma resumida, o conteúdo da disciplina.

No final do Caderno de Estudos, o aluno encontrará também o Glossário, onde foram reunidas as definições e os conceitos de palavras encontradas no texto.

No ambiente virtual, o aluno também terá acesso à Biblioteca. No entanto, sugiro que o aluno faça incursões na Internet. Visite bibliotecas na sua cidade e procure conversar com técnicos vinculados a instituições que trabalhem na área ambiental. Quanto maior for a busca por informações, maior será o aprendizado. Aproveite essa oportunidade!

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Pós-Graduação a Distância

Fundamentos e Histórico da

Legislação Ambiental

Unidade I

Capítulo 1 – Evolução do Direito Ambiental no Brasil

Nada há de permanente exceto a mudança.

(HERÁCLITO, 450 a.C)

O processo de formulação de uma lei passa por várias etapas: iniciativa da lei, discussão, votação, aprovação, sanção, promulgação, publicação e vigência da lei. As leis apresentam uma hierarquia. Ou seja, umas são mais abrangentes que outras. A seguir, é apresentado um exemplo de hierarquia das nossas leis:

• Constituição, Lei Complementar, Lei Ordinária, Medida Provisória, Lei Delegada, Decreto Legislativo, Resolução. Nos Estados e no Distrito Federal, obedecem-se, respectivamente, às constituições estaduais e à Lei Orgânica. No entanto, esses dispositivos legais não podem vir de encontro à Constituição Federal. Nos Municípios, obedecem-se às Leis Orgânicas, que devem estar em conformidade com a Constituição Estadual.

O conjunto de princípios e normas jurídicas que buscou no ambiente o seu fim é objeto do Direito Ambiental. Este inclui tanto normas encontradas na legislação com repercussões ambientais, como na ambiental. As primeiras constituem o Direito Ambiental material e a segunda, o formal. Na realidade, inicialmente surgiu a legislação com repercussão ambiental, que “tinha o objetivo de proteger os recursos naturais mais intensamente utilizados pelo homem, e não o ambiente em si”. Já a legislação ambiental é o “conjunto de normas jurídicas que reconhecem o ambiente como o bem jurídico a ser protegido”.

(POMPEU, 2004)

Um Pouco de História

“O ser humano entrou no cenário da História da Terra quando 96% dessa História já estava concluída (...) nós surgimos a partir dos elementos terrestres e cósmicos que nos antecederam. Somos nós, então, que pertencemos à Terra e não a Terra que nos pertence”

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Organização e Implementação da Gestão por Projetos

Legislação Ambiental

Apesar do pouco tempo em que o ser humano surgiu na face da terra, trouxe muitas transformações ao ambiente natural. Essas transformações tiveram início quando o homem deixou de ser nômade e passou a criar animais e cultivar a terra. Com a evolução dessas atividades e o surgimento de conflitos de interesse, houve necessidade de regulamentá-las. Na Bíblia, encontramos referências a questões ambientais. O Gênesis apresenta noções sobre biodiversidade e conservação das espécies animais. O Deuteronômio já proibia o corte de árvores frutíferas, mesmo em caso de guerra, a pena para quem descumprisse era o açoite (MILARÉ, 2005).

Tabela 1 – Recomendações e regulamentações de natureza ambiental, período de 1122 a.C. a 1294 d.C.

País/Região Descrição Período

China Dinastia Chow – havia recomendação de conservação das florestas. Posteriormente, houve também o reflorestamento de áreas desmatadas. 1122 a.C.-255 a.C. Grécia Platão – falava sobre a influência das florestas no ciclo da água e defendia os solos da erosão. Nessa época, havia leis de proteção à natureza. 428/27 a.C.-347 a.C.

Roma

Cícero – considerava inimigos de Estado aqueles que derrubavam as florestas. Havia leis de

proteção à natureza. 450 a.C. Lei das XII Tábuas1 – tratava sobre prevenção da devastação das florestas. 106 a.C.-43 a.C.

Índia Decreto de proteção – visava aos animais terrestres, aos peixes e a florestas. 242 a.C. Império Mongol Kublai Kan2 – proibia a caça durante o período de reprodução das aves e dos mamíferos. 1215 d.C.-1294 d.C.

Fonte: Magalhães (2002)

Evolução do Direito Ambiental no Brasil

As primeiras regulamentações ambientais brasileiras foram herdadas de Portugal. As Ordenações Afonsinas já faziam referência a questões ambientais e encontravam-se vigentes em Portugal, quando o Brasil foi descoberto. Posteriormente, em 1521, foram editadas as Ordenações Manuelinas (MILARÉ, 2005).

A partir do domínio de Portugal pela Espanha, passou a vigorar no Brasil, as Ordenações Filipinas, de 1603. Essas Ordenações possuíam dispositivos específicos para a gestão da água, que era escassa na Península Ibérica. Nesse caso, eram previstas severas penalidades para quem poluísse ou utilizasse as águas sem a devida autorização. Apesar de vigente, essa regulamentação não foi observada no Brasil.

Figura 1 – Excerto das Ordenações Filipinas

Observa-se, no entanto, que apesar das várias medidas de controle ambiental existentes no Período Colonial no Brasil, o desmatamento de nossas florestas ocorria de forma intensiva. A instabilidade histórica da época, a ampliação de áreas plantadas, a necessidade de recursos para o reino, que em parte era proveniente do comércio de madeiras, ajudam a entender essa fase (MAGALHÃES, 2002).

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Pós-Graduação a Distância

Unidade I

Legislação Ambiental

Tabela 2 – Regulamentações ambientais no Brasil, no período de 1605 a 18721

Ano Regulamentação Objetivo

1605 Regimento do Pau-Brasil Exigir autorização real para o corte dessa madeira. 1797 Cartas Régias

– Declarar de propriedade do Reino “todas as matas e arvoredos existentes à borda da Costa ou de rios que desembocassem imediatamente no mar e por qualquer via fluvial que permitisse a passagem de jangadas transportadoras de madeiras”.

– Defender a fauna, as águas e o solo. 1799 Regimento de Cortes de Madeira Restringir à derrubada de árvores. 1802 Instruções Reflorestar as costa brasileira.

1808 Decreto Criar a primeira área de proteção brasileira: o Jardim Botânico do Rio de Janeiro1.

1817 Decreto Proibia o corte de árvores nas áreas próximas ao Rio Carioca, no Rio de Janeiro.

1850 Lei nde Terraso 601 – Código Disciplinou a ocupação do território, possibilitou a formação da pequena propriedade. Apresentou medidas de proteção ambiental e de punição aos infratores, com a previsão de “satisfação do dano ambiental” sem a exigência da “prova de culpa do causador desse dano” (“princípio da responsabilidade por dano ambiental”). 1854 Decreto no 1318 Regulamentou a Lei no 601/1850.

Fonte: Magalhães, 2002.

Na fase Republicana, a preocupação ambiental era mais ecológica que no período anterior. Tabela 3 – Regulamentações ambientais brasileiras no período de 1911 a 1980

Ano Regulamentação Objetivo

1911 Decreto no 8.843 Criar a primeira reserva florestal do Brasil, localizada no Acre.

1916 Código Civil O art. 584 “proibia as construções capazes de poluir ou inutilizar, (...), a água de poço ou a fonte alheia”. 1921 Decreto no 4.421 Criar o Serviço Florestal do Brasil.

1923 Decreto no 16.300 Impedir que as fábricas e oficinas prejudicassem a saúde humana.

1934 Decreto no 23.793 Instituir o Código Florestal. Decreto no 24.643 Instituir o Código das Águas.

1937 Decreto no 1.713 Criar do Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro do Brasil.

1946 Constituição Introduzir a “desapropriação por interesse social”. A Lei n

o 4.132/1962 regulamentou esse dispositivo,

considerando de “interesse social a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais”.

1965 Lei no 4771 Instituir o novo Código Florestal Brasileiro

1967 Lei no 5.197 Promulgar a Lei de Proteção à Fauna.

1975 Decreto-Lei no 1.413 Tratar sobre o controle da poluição provocada por indústrias.

1980 Lei no 6.803 Definir diretrizes para o zoneamento industrial em “áreas críticas de poluição”.

Fonte: Magalhães, 2002.

A partir da Conferência de Estocolmo sobre Meio Ambiente, em 1972, surgiu, segundo Pompeu (2004), o ramo do Direito Público denominado Direito Ambiental, “que é o conjunto de princípios e de normas jurídicas que tem, no ambiente, o seu objeto final”.

Um ano após essa Conferência, foi criada, no Brasil, a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, pelo Decreto no 73.030,

de 30 de outubro de 1973.

Posteriormente, em 1981, surgiu a Lei no 6.938. Esta lei definiu os objetivos e instrumentos da Política Nacional de Meio

Ambiente – PNMA e criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA. Nesse Sistema, destaca-se a criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, formado por representantes da administração pública e da sociedade civil, com as funções de assessorar, estudar e propor diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente.

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Organização e Implementação da Gestão por Projetos

Legislação Ambiental

Capítulo 2 – Quadro atual da Legislação Ambiental Brasileira

“Somos mais sensíveis ao que é feito contra os costumes do que contra a Natureza.”

(Plutarco 100 d.C.)

Vamos estudar um pouco a Lei no 6.938/812. No seu art. 20, encontramos o objetivo da Política Nacional de Meio

Ambiente – PNMA: preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos, entre outros, os seguintes princípios: racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; recuperação de áreas degradadas; educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. Já a estrutura do SISNAMA é apresentada no art. 6 desse dispositivo legal.

Tabela 4 – Estrutura do SISNAMA3

ESTRUTURA FUNÇÃO

Órgão Superior – Conselho de Governo Assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais. Órgão Consultivo e deliberativo – CONAMA

Assessorar, estudar e propor, ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.

Órgão Central – Ministério do Meio Ambiente Planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. Órgão executor – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente

e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA Executar e fazer executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais5 Executar programas, projetos e controlar e fiscalizar atividades capazes de provocar

a degradação ambiental.

Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais. Controle e fiscalização de atividades, nas suas respectivas jurisdições.

Fonte: Lei no 6.938/81 – disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938compilada.htm>.

2. Controle e fiscalização de atividades, nas suas respectivas jurisdições.

3. Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaboraram normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA (Lei no 6938/81).

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Pós-Graduação a Distância

Unidade I

Legislação Ambiental

Dicas:

1. Todas as leis, projetos de lei, decretos, códigos e a própria Constituição, mencionados neste Caderno de Estudos, podem ser encontrados no site: <http://www.presidencia.gov.br/legislacao/>.

2. As Resoluções do CONAMA podem ser obtidas na íntegra no site: <http://www.mma.gov.br/port/conama/ legiano.cfm?codlegitipo=3>.

O art. 9º dessa Lei apresenta os Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, que são: • Padrões de Qualidade Ambiental.

• Zoneamento Ambiental.

• Avaliação de Impactos Ambientais. • Licenciamento Ambiental.

• Incentivo à Melhoria da Qualidade Ambiental.

• Criação de Espaços Territoriais Especialmente Protegidos. • Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente. • Cadastro Técnico Federal de Atividades.

• Penalidades Disciplinares ou Compensatórias. • Relatório de Qualidade do Meio Ambiente. • Produção de Informações sobre o Meio Ambiente.

• Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental4.

• Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais5.

• Instrumentos Econômicos.

Posteriormente, a Constituição (1988), no seu art. 225, incorporou ao seu texto disposições sobre a proteção do meio ambiente. No caput desse artigo, tem-se que:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

4. Para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e ao comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras (Lei no 6.938/81).

5. Para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou a extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como produtos e subprodutos da fauna e flora (Lei no 6.938/81).

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Organização e Implementação da Gestão por Projetos

Legislação Ambiental

O Decreto no 99.274/90 regulamentou a Lei no 6.938/81. Os arts. 4o ao 6o desse Decreto apresentam a Constituição e

Funcionamento do CONAMA. As competências desse Conselho são dispostas no art. 7o.

A atuação do SISNAMA é tratada nos arts. 14 a 16 desse Decreto. O art. 14 destaca a necessária articulação entre órgãos e entidades que constituem esse Sistema e que caberá aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a elaboração de normas e padrões supletivos e complementares, observada a legislação federal.

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Pós-Graduação a Distância

Unidade I

Legislação Ambiental

Capítulo 3 – Principais Tratados Internacionais

“Creio que as soberanias nacionais vão diminuir cada vez mais diante da interdependência universal”

(Jacques-Yves Cousteau, francês, explorador e ecologista)

Muitos são os problemas ambientais que afetam o nosso planeta, o que levou ao fortalecimento da percepção da interdependência entre as nações e da necessidade de resolução desses problemas de forma conjunta.

A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 1969, informa que os tratados internacionais “são acordos firmados entre Estados soberanos, na forma escrita”. São obrigatórios, vinculantes e envolvem as etapas: negociação, assinatura, ratificação, promulgação e publicação (MILARÉ, 2005).

Tabela 5 – Principais Tratados Internacioanais

Ano Local de Conclusão da Negociação Tratado Objetivo

1946 Washington, EUA C o n v e n ç ã o I n t e r n a c i o n a l p a r a a Regulamentação da Pesca da Baleia. Estabelecer um sistema de regulamentação internacional aplicável à pesca da baleia, a fim de assegurar a conservação e o aumento da espécie baleeira.

1959 Washington, EUA Tratado da Antártida. Assegurar que a Antártida seja usada para fins pacíficos, para cooperação internacional na pesquisa científica, e não se torne cenário ou objeto de discórdia internacional. 1969 Bruxelas, Bélgica C o n v e n ç ã o I n t e r n a c i o n a l s o b r e Responsabilidade Civil por Danos Causados

por Poluição por Óleo.

Garantir compensação adequada às pessoas afetadas por poluição resultante de fuga ou descarga de óleo proveniente de navios.

1971

Bruxelas, Bélgica Convenção Internacional para o Estabelecimento de um Fundo Internacional para a Compensação

de Danos Causados por Poluição por Óleo. Complementar à Convenção anterior. Ramsar – Irã Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, especialmente como Habitat de

Aves Aquáticas (Convenção RAMSAR).

Evitar a degradação das zonas úmidas e promover sua conservação, reconhecendo suas funções ecológicas fundamentais e seu valor econômico, cultural, científico e recreativo.

1972 Washington, EUA Convenção sobre Prevenção da Poluição Marinha por Alijamento de Resíduos e outras Matérias.

Controlar as fontes de contaminação do meio marinho e adotar medidas possíveis para impedir a contaminação do mar pelo alijamento de resíduos e substâncias que possam gerar perigo para a saúde humana, prejudicar os recursos biológicos e a vida marinha, bem como interferir em outros usos legítimos do mar.

1973

Washington, EUA Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção – CITES.

Proteção de certas espécies da fauna e da flora selvagens contra sua excessiva exploração pelo comércio internacional. Londres – Inglaterra Convenção Internacional para Prevenção da Poluição por Navios – MARPOL-73/78. Conservar o ambiente marinho por meio da completa eliminação da poluição por óleo e outras substâncias nocivas

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Organização e Implementação da Gestão por Projetos

Legislação Ambiental

Ano Local de Conclusão da Negociação Tratado Objetivo

1980 Canberra – Austrália Convenção sobre a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos. Salvaguardar o meio ambiente e proteger a integridade dos ecossistemas dos oceanos que circundam a Antártida, e conservar os recursos vivos marinhos da Antártida.

1982 Montego Bay – Jamaica Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.

Estabelecer regras práticas relativas aos padrões ambientais, assim como o cumprimento dos dispositivos que regulamentam a poluição do meio ambiente marinho; promover a utilização equitativa e eficiente dos recursos naturais, a conservação dos recursos vivos e o estudo, a proteção e a preservação do meio marinho.

1985 Viena – Áustria Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio. Proteger a saúde humana e o meio ambiente contra os efeitos adversos que resultem de modificações da camada de ozônio.

1986

Viena – Áustria Convenção sobre Assistência no Caso de Acidente Nuclear ou Emergência Radiológica.

Facilitar a pronta assistência no caso de um acidente nuclear ou emergência radiológica, para minimizar suas consequências e para proteger a vida, a propriedade e o meio ambiente dos efeitos de emissões radiológicas.

Viena – Áustria Convenção sobre Pronta Notificação de Acidente Nuclear. Fornecer informação relevante sobre acidentes nucleares logo que possível, de maneira a minimizar consequências radiológicas transfronteiriças.

1987 Montreal – Canadá Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio.

Proteger a camada de ozônio mediante a adoção de medidas para controlar as emissões globais de substâncias que a destroem, com o objetivo final da eliminação destas; promover a cooperação internacional em pesquisa e desenvolvimento da ciência e de tecnologia relacionadas ao controle e à redução de emissões de substâncias que destroem a camada de ozônio.

1989 Basiléia – Suiça Convenção de Basiléia sobre Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito.

Estabelecer obrigações com vistas a reduzir os movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos ao mínimo e com manejo eficiente e ambientalmente seguro, minimizar a quantidade e toxicidade dos resíduos gerados e seu tratamento (depósito e recuperação) ambientalmente seguro e próximo da fonte geradora e assistir aos países em desenvolvimento na implementação destas disposições. 1991 Madri – Espanha Protocolo ao Tratado da Antártida sobre Proteção do Meio Ambiente. Reforçar e complementar o Tratado da Antártida; designar a Antártida como reserva natural, consagrada à Paz e à Ciência. 1992 Rio de Janeiro – Brasil Convenção sobre Diversidade Biológica. Conservação da diversidade biológica, utilização sustentável de seus componentes e repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos. Nova York – EUA Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que impeça uma interferência

antrópica perigosa no sistema climático. 1994 Paris – França Convenção das Nações Unidas para Combate à Desertificação.

Lutar contra a desertificação e mitigar os efeitos da seca nos países afetados, em particular a África, mediante a adoção de medidas eficazes, apoiadas por cooperação e acordos internacionais.

1996 Londres – Inglaterra

C o n v e n ç ã o I n t e r n a c i o n a l s o b r e Responsabilidade e Compensação por Danos Conexos com o Transporte de Substâncias Nocivas e Perigosas por Mar (HNS).

Assegurar a implementação das obrigações sobre responsabilidade e compensação estabelecidas e tomar medidas legais para impor sanções, visando à efetiva execução dessas obrigações.

1997 Quioto – Japão Protocolo de Quioto.

Regular os níveis de concentração de gases de efeito estufa, de modo a evitar a ocorrência de mudanças climáticas a um nível que impediria o desenvolvimento econômico sustentável, ou comprometeria as iniciativas de produção de alimentos.

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Pós-Graduação a Distância

Unidade II

Legislação Aplicada à

Flora e à Fauna

Capítulo 4 – Legislação Aplicável à Flora

“Podemos ser donos do jardim, mas nunca das flores nem das árvores”

(pensamento chinês)

De acordo com a nossa Constituição, compete à União, cumulativamente com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, preservar as florestas, a fauna e a flora. A União, os Estados e o Distrito Federal são competentes para legislar concorrentemente sobre florestas. Já os Municípios, legislam suplementarmente à União e ao Estado, e sempre em assuntos de interesse local.

No art. 225 da nossa Constituição encontra-se a determinação de que incumbe ao Poder Público a proteção da flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica e provoquem a extinção de espécies. Ainda neste artigo, no seu parágrafo 4o, a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal

Mato-Grossense e a Zona Costeira foram destacadas como patrimônio nacional.

O art. 2o da Lei no 4771/656 (Código Florestal) considera de preservação permanente7 as florestas e demais formas de

vegetação natural situadas:

• ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água cuja largura mínima será de: a) 30 metros para os cursos d’água de menos de 10 metros de largura; b) 50 metros para os cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura; c) 100 metros para os cursos d’água que tenham de 50 a 200 metros de largura; d) 200 metros para os cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura; 500 metros para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros;

• ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais; • nas nascentes, num raio mínimo de 50 metros de largura;

• no topo de morros, montes, montanhas e serras;

• nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45o;

6. Já incluídas as modificações trazidas pelos dispositivos legais: Lei no 5.106/1966, Lei no 5.868/1972, Lei no 5.870/1973, Lei no 7.803/1989, Lei no 9.985/2000, Medida

Provisória no 2.166-67/2001, Decreto no 5.975/2006, Lei no 11.284/2006 e Lei no 11.428/2006.

7. O Art. 3o do Código Florestal considera também de preservação permanente, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas a: a) atenuar a erosão das terras;

b) fixar as dunas; c) formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; d) proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; e) asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção; f) manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas; g) assegurar condições de bem-estar público.

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Legislação Ambiental

• nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; • nas bordas dos tabuleiros ou chapadas;

• em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação.

A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será admitida com autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social. Além de caracterizar-se como de utilidade pública ou interesse social, a supressão de vegetação, em área de preservação permanente, somente poderá ser autorizada pelo órgão ambiental estadual (com anuência prévia, quando couber, do órgão federal ou municipal de meio ambiente) quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto. Essa autorização indicará as medidas mitigadoras e compensatórias a serem adotadas pelo empreendedor. No caso de supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, ou de dunas e mangues, a supressão da vegetação só será autorizada em caso de utilidade pública (Código Florestal).

Ainda de acordo com esse dispositivo legal:

• qualquer árvore poderá ser declarada imune de corte, por motivo de sua localização, raridade, beleza ou condição de porta-sementes;

• as florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal8, no mínimo: 80% na Amazônia

Legal, 35% em área de cerrado localizada na Amazônia Legal e 20% em área de campos gerais e nas demais regiões do País;

• a exploração de florestas e formações sucessoras, tanto de domínio público como de domínio privado, dependerá de prévia aprovação pelo órgão estadual competente.

A gestão de florestas públicas é amparada pela Lei no 11.284, de 2006, que também instituiu o Serviço Florestal

Brasileiro – SFB, para atuar exclusivamente na gestão dessas florestas, e criou o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal – FNDF. De acordo com esse dispositivo legal, somente poderão ser habilitadas nas licitações para concessão florestal empresas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede e administração no País. A concessão florestal confere ao concessionário somente os direitos expressamente previstos no contrato de concessão, sendo vedadas, entre outras: acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa e desenvolvimento, bioprospecção ou constituição de coleções e exploração dos recursos minerais e pesqueiros ou da fauna silvestre. O prazo dos contratos de concessão florestal pode chegar a 40 (quarenta) anos.

Com relação ao Bioma da Mata Atlântica, a Lei no 11.428/2006 dispõe sobre a utilização e proteção da sua vegetação

nativa e tem por objetivos: o desenvolvimento sustentável, a salvaguarda da biodiversidade, da saúde humana, dos valores paisagísticos, estéticos e turísticos, do regime hídrico e da estabilidade social. O corte, a supressão e a exploração da vegetação de Mata Atlântica far-se-ão de maneira diferenciada, conforme se trate de vegetação primária ou secundária. No entanto, a exploração eventual, sem propósito comercial, de espécies da flora nativa, para consumo nas propriedades ou posses das populações tradicionais ou de pequenos produtores rurais, independe de autorização dos órgãos competentes. O corte e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração desse Bioma ficam vedados quando: a) abrigar espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de extinção e a intervenção ou o parcelamento puserem em risco a sobrevivência dessas espécies; b) exercer a função de proteção de mananciais ou de prevenção e controle de erosão; c) formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou secundária em estágio avançado de regeneração; d) proteger o entorno das unidades de conservação; e) possuir excepcional valor paisagístico.

A supressão de vegetação primária e secundária no estágio avançado de regeneração somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública, sendo que a vegetação secundária em estágio médio de regeneração poderá ser suprimida nos casos de utilidade pública e interesse social, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento

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Unidade II

Legislação Aplicada à Flora e à Fauna

proposto, ressalvado o disposto no inciso I do art. 30 e nos §§ 1o e 2o do art. 31 desta Lei. Já o corte, a supressão e a

exploração da vegetação secundária em estágio inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica serão autorizados pelo órgão estadual competente.

O poder público, sem prejuízo das obrigações dos proprietários e posseiros estabelecidas na legislação ambiental, estimulará, com incentivos econômicos, a proteção e o uso sustentável do Bioma Mata Atlântica.

Resoluções CONAMA que tratam sobre o tema podem ser destacadas como:

• no 9/1996 – Define “corredor de vegetação entre remanescentes” como área de trânsito à fauna.

• no 249/1999 – Apresenta as Diretrizes para a Política de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da

Mata Atlântica.

• no 302/2002 – Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de APPs9 de reservatórios artificiais e o

regime de uso do entorno.

• no 303/2002 – Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de APPs.

• no 317/2002 – Regulamenta a Resolução no 278/2001,que dispõe sobre o corte e exploração de espécies

ameaçadas de extinção da flora da Mata Atlântica.

• no 369/2006 – Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública,interesse social ou baixo impacto

ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em APP.

• no 379/2006 – Cria e regulamenta sistema de dados e informações sobre a gestão florestal no âmbito do

SISNAMA. De acordo com esse dispositivo legal, as informações referentes às autorizações, em especial de supressão de vegetação nativa, licenciamentos e documentos para o transporte e armazenamento, necessários à fiscalização das atividades florestais, em especial ao fluxo de produtos e subprodutos florestais, permanecerão disponíveis na Internet.

• no 388/2007 – Dispõe sobre a convalidação das Resoluções que definem a vegetação primária e secundária

nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica para fins do disposto no art. 4 § 1 da Lei no 11.428, de 22 de dezembro de 2006. Entre outras, foi convalidada a Resolução CONAMA no 10/1993

(estabelece os parâmetros básicos para análise dos estágios de sucessão de Mata Atlântica).

A PORTARIA no 253/2006, do Ministério do Meio Ambiente instituiu, no âmbito do IBAMA, o Documento de Origem

Florestal-DOF em substituição à Autorização para Transporte de Produtos Florestais-ATPF. O DOF é a licença obrigatória para o transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais de origem nativa, contendo as informações sobre a procedência desses produtos.

A Lei no 9.605/98 (ou Lei de Crimes Ambientais) dispõe sobre os crimes contra a flora nos seus arts. 38 a 53. A seguir,

são apresentadas algumas infrações:

• Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção.

• Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da autoridade competente. • Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às suas áreas circundantes. Será considerada

circunstância agravante, a ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral ou nas Unidades de Conservação de Uso Sustentável.

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Legislação Ambiental

• Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais.

• Cortar ou transformar em carvão madeira de lei.

• Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação.

• Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação.

• Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente. No entanto, não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata pessoal do agente ou de sua família.

• Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente.

• Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente.

As sanções administrativas aplicáveis à flora estão apresentadas nos arts. 25 a 48 do Decreto no 3.179/99, que dispõe

sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e às atividades lesivas ao meio ambiente.

Informações mais detalhadas sobre a Lei no 9.605/98 são

encontradas no Capítulo 9 deste Caderno de Estudos.

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Legislação Aplicada à Flora e à Fauna

Capítulo 5 – Legislação Aplicável à Fauna

Se todo animal inspira sempre ternura, o que houve então com os homens?

(GUIMARÃES ROSA)

A tutela da flora e de importantes ecossistemas brasileiros é muito importante para a preservação da fauna, tendo em vista a relação existente entre a variedade de animais numa região e a quantidade e qualidade da vegetação (MILARÉ, 2005). O art. 225 da nossa Constituição determina, ao poder público, a proteção à fauna, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. O Decreto-Lei no 221/67 dispõe sobre a proteção e estímulos à pesca. É também denominado de Código de Pesca. De

acordo com esse dispositivo legal:

• a pesca pode efetuar-se com fins comerciais, desportivos ou científicos;

• as embarcações estrangeiras somente poderão realizar atividade de pesca no mar territorial do Brasil quando devidamente autorizadas ou quando cobertas por acordos internacionais sobre pesca firmados, pelo Governo Brasileiro;

• é proibida a importação ou a exportação de quaisquer espécies aquáticas e a introdução de espécies nativas ou exóticas nas águas interiores, sem autorização do órgão competente;

• é proibido pescar:

– nos lugares e nas épocas interditados pelo órgão competente10;

– com dinamite e outros explosivos comuns ou com substâncias que em contato com a água possam agir de forma explosiva11;

– com substâncias tóxicas12;

• qualquer obra que importe em alteração do regime dos cursos d'água é passível de implementar medidas de proteção à fauna.

A Lei no 5.197/6713 dispõe sobre a proteção à fauna. De acordo com esse dispositivo legal, a fauna silvestre, bem como

seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha.

10. Dispositivo não aplicável para o pescador artesanal que utiliza, para o exercício da pesca, linha de mão ou vara, linha e anzol. 11. Não se aplicam aos trabalhos executados pelo Poder Público, que se destinem ao extermínio de espécies consideradas nocivas. 12. Não se aplicam aos trabalhos executados pelo Poder Público, que se destinem ao extermínio de espécies consideradas nocivas. 13. Também denominado de Código de Caça.

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Legislação Ambiental

É proibido também o comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos que impliquem caça, perseguição, destruição ou apanha.

No entanto, é permitida a apanha de ovos, lavras e filhotes que se destinem a estabelecimentos legalizados, bem como a destruição de animais silvestres considerados nocivos à agricultura ou à saúde humana.

A autoridade apreenderá os produtos da caça e/ou da pesca, bem como os instrumentos utilizados na infração. No caso de produtos perecíveis, estes poderão ser doados a instituições científicas, penais, hospitais e/ou casas de caridade mais próximas.

Os atentados contra a fauna, previstos nos Códigos de Caça e de Pesca, foram consolidados na Lei de Crimes Ambientais14

(MILARÉ, 2005). Os arts. 29 a 35 desse dispositivo legal apresentam as infrações e as penalidades relacionadas à fauna. A seguir, são apresentadas essas infrações:

• matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente;

• exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis, sem a autorização da autoridade ambiental competente;

• praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos;

• provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras;

• pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente.

O art. 37 dessa lei faz uma ressalva de que não se constitui em crime o abate de animal, quando realizado: a) em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; b) para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; c) por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.

As sanções administrativas aplicáveis à fauna estão discriminadas nos art. 11 a 24 do Decreto no 3.179/99.

Das Resoluções CONAMA que tratam sobre o tema, podemos destacar as seguintes.

• no 17/1989 – Dispõe sobre a destinação de produtos e subprodutos não comestíveis de animais silvestres

apreendidos pelo IBAMA. Ressalta-se que, por esse dispositivo legal, devem ser incinerados todos os produtos e subprodutos não comestíveis, oriundos da Fauna Silvestre, apreendidos e depositados pelo IBAMA. • no 384/2006 – Disciplina a concessão de depósito doméstico provisório de animais silvestres apreendidos.

• no 394/2007 – Estabelece os critérios para a determinação de espécies silvestres a serem criadas e

comercializadas como animais de estimação.

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Unidade II

Legislação Aplicada à Flora e à Fauna

Capítulo 6 – Biodiversidade

“Quando mexemos numa única coisa na natureza, logo descobrimos que ela está ligada ao resto do mundo”

(John Muir, conservacionista)

Os instrumentos internacionais que tratam, direta ou indiretamente, sobre Biodiversidade são: Convenção da Biodiversidade, Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagens em Perigo de Extinção (CITES), Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e Convenção RAMSAR sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional. As leis de proteção da fauna e flora, bem como a Lei no 9.985/200015 contribuem também com a proteção

da biodiversidade (MILARÉ, 2005).

O art. 225 da nossa Constituição trata sobre o tema, estabelecendo que incumbe ao Poder Público: • preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais;

• preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País;

• proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies.

Outros instrumentos legais que tratam sobre esse assunto são a Medida Provisória no 2.186-16/2001, que dispõe sobre

os bens, os direitos e as obrigações relativos ao acesso ao patrimônio genético, e o Decreto no 4.339/2002, que instituiu

os princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da Biodiversidade.

Essa Política tem como objetivo geral “a promoção, de forma integrada, da conservação da biodiversidade e da utilização sustentável de seus componentes, com a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, de componentes do patrimônio genético e dos conhecimentos tradicionais associados a esses recursos.”

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Organização e Implementação da Gestão por Projetos

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Unidade III

Instrumentos de Gestão Ambiental

Capítulo 7 – Licenciamento Ambiental

“Todos querem voltar à natureza, mas ninguém quer ir a pé”.

(Pietra Kelly)

O Licenciamento Ambiental é um dos instrumentos da PNMA. Foi instituído pela Lei no 6.938/1981 e tem como objetivo

disciplinar, previamente, a construção, instalação, ampliação e funcionamento de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos naturais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como aqueles capazes de causar degradação ambiental. O Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras (SLAP) é o conjunto de leis, normas técnicas e administrativas que disciplinam a implantação e o funcionamento de qualquer equipamento ou atividade considerada poluidora ou potencialmente poluidora.

O Decreto no 99.274/1990 regulamentou a Lei no 6.938/1981. O Licenciamento Ambiental é tratado nos arts. 17 a 22

desse Decreto. Com o objetivo de dar transparência ao processo de licenciamento ambiental, foi editada a Resolução CONAMA no 006/1986 (Complementada pela Resolução no 281/2001), que dispõe sobre a aprovação de modelos para

publicação de pedidos de licenciamento.

Considerando, entre outras, a necessidade de revisão dos procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental, como forma de efetivar a utilização do sistema de licenciamento como instrumento de gestão ambiental, instituído pela PNMA, bem como a necessidade de se incorporar a esse sistema os instrumentos de gestão ambiental, foi editada a Resolução CONAMA no 237, em 19 de dezembro de 1997.

Esta Resolução listou, em seu Anexo I, os empreendimentos e as atividades passíveis de licenciamento ambiental16,

apresentou as etapas do processo de licenciamento ambiental e estabeleceu critérios para a definição dos diversos níveis para licenciar (municipal, estadual ou federal).

Além da participação efetiva dos órgãos ambientais no processo de licenciamento, atualmente, observa-se a inserção do Ministério Público neste contexto. Entretanto, antes da promulgação da Lei no 6.938/198117, o Ministério Público

pouco intervinha nas questões ambientais, especialmente, porque lhe faltava uma base legal para tal. Com o advento da Constituição Federal de 1988, foi dedicado todo um capítulo ao Ministério Público dando-lhe novo perfil e assegurando uma carreira própria e garantias de independência dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Além disso, listou

16. No entanto, o órgão ambiental competente definirá os critérios de exigibilidade, o detalhamento e a complementação desse anexo (Resolução CONAMA no 237/97).

17. O art. 14 desta Lei, parágrafo único, instituiu que “Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio ambiente”.

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Organização e Implementação da Gestão por Projetos

Legislação Ambiental

entre as funções institucionais do Ministério Público a de “III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”. (MILARÉ, E. e BENJAMIN, A. H. V., 1993).

O Licenciamento Ambiental, conforme preconiza a legislação ambiental, consiste na obtenção de três licenças18: Licença Prévia (LP) – emitida na fase de planejamento da atividade, contendo requisitos quanto à

localização, instalação e operação das instalações;

Licença de Instalação (LI) – autoriza o início da implantação do empreendimento, de acordo com

o projeto aprovado;

Licença de Operação (LO) – autoriza o início da atividade licenciada.

As licenças ambientais poderão ser suspensas ou canceladas. A suspensão da licença ambiental é um ato temporário até que a obra ou atividade esteja em conformidade com os requerimentos legais. Já o cancelamento da licença é um ato definitivo. De acordo com a Resolução CONAMA no 237/1997, a suspensão ou o cancelamento das licenças ambientais

ocorre quando há: a) violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; b) omissão ou falsa descrição de informações nos documentos constantes do processo de licenciamento; c) graves riscos ambientais ou à saúde. De acordo com o Decreto no 4.340/2002, os empreendimentos implantados antes da sua edição e em operação sem as

respectivas licenças ambientais deverão requerer, no prazo de doze meses, a regularização junto ao órgão ambiental competente mediante licença de operação corretiva ou retificadora.

Para os empreendimentos e atividades que estiverem sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes, a Lei no 9.605/1998 prevê pena de detenção, de um a

seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Licença Prévia

A expedição da Licença Prévia aprova a viabilidade ambiental do projeto, autoriza sua localização e sua concepção tecnológica e estabelece as condições a serem consideradas no desenvolvimento do projeto executivo. O prazo de validade desta licença deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a cinco anos (art. 14 da Resolução CONAMA no 237/1997).

É nessa fase que se decide sobre a necessidade da exigência, ou não, do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e seu respectivo Relatório de Impacto ambiental – RIMA, que dependerá da complexidade e porte do empreendimento.

Estudo de Impacto Ambiental (EIA)

A expressão “EIA” é de origem americana e surgiu na década de 1970. Tem como objetivo “qualificar e, quanto possível, quantificar antecipadamente o impacto ambiental” (MILARÉ, E. e BENJAMIN, A. H. V., 1993). Pode ser definido como “um estudo das prováveis modificações das diversas características socioeconômicas e biofísicas do meio ambiente que podem resultar de um projeto proposto” (JAIN, R. K. et al., 1977 apud MILARÉ, E. e BENJAMIN, A. H. V., 1993).

A nossa Constituição de 1988 exigiu, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade.

18. Essas licenças poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente. Para atender às diferentes características e peculiaridades das atividades ou empreendimentos, o CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais específicas (Resolução CONAMA no 237/1997).

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Pós-Graduação a Distância

Unidade III

Surdez: Concepções e Características Instrumentos de Gestão Ambiental

O EIA e o RIMA – Relatório de Impacto Ambiental19 foram tratados na Resolução CONAMA no 00120, de 23 de janeiro de

1986, que estabeleceu as diretrizes e procedimentos que orientam os órgãos de meio ambiente dos estados, o IBAMA e os promotores de projeto, quanto aos aspectos técnicos, à participação do público e às responsabilidades de cada um no processo de avaliação de impacto ambiental.

Ao determinar a execução do EIA e do RIMA, o órgão ambiental licenciador determinará o prazo para recebimento dos comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados e, sempre que julgar necessário21 promoverá a

realização de audiência pública.

Audiência Pública

A Resolução CONAMA no 009/1987 dispõe sobre as Audiências Públicas. De acordo com essa Resolução, na hipótese

de haver solicitação de audiência pública e o órgão ambiental não realizá-la, a licença concedida não será válida. O objetivo destas audiências é a discussão pública do empreendimento e suas implicações. Antes da realização da audiência pública, o RIMA deve ficar à disposição, no mínimo 45 dias, para consulta pública em local de fácil acesso da população diretamente afetada pelo empreendimento ou atividade. Deve haver, também, publicação em jornais de grande circulação e regional, além do Diário Oficial, com indicação de data, hora e local da audiência.

Licença de Instalação:

Após a concessão da LP, o empreendedor deverá detalhar os planos, programas e projetos ambientais, que foram objeto do processo de licenciamento prévio. Este detalhamento é exigido por meio de estudo ambiental específico. Após a análise e aprovação desse estudo, a Licença de Instalação é liberada.

Esta licença autoriza o início da implantação do empreendimento. O prazo de validade deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a seis anos.

Para o licenciamento ambiental de empreendimentos do setor elétrico, foi editada, em 16 de setembro de 1987, a Resolução CONAMA no 006. Esta teve como objetivo definir regras gerais para o licenciamento dessas atividades, de

modo a harmonizar conceitos e linguagem entre os diversos intervenientes no processo.

O art. 5o desta Resolução determina, no caso de usinas termelétricas, que “a LP deverá ser requerida no início do estudo

de viabilidade; a LI antes do início da efetiva implantação do empreendimento e a LO depois dos testes realizados e antes da efetiva colocação da usina em geração comercial de energia”. Desta forma, depreende-se que os testes pré-operacionais deverão ser realizados no contexto da Licença de Instalação da atividade, o que vem sendo utilizado, em geral, pelos organismos licenciadores para as atividades industriais, por exemplo.

A concessão da LI para empreendimentos que impliquem desmatamento depende, também, de “Autorização de Desmatamento”.

Licença de Operação:

Autoriza a operação comercial da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento das medidas de controle ambiental e das condicionantes determinadas para a operação. Seu prazo de validade será de, no mínimo, quatro anos e, no máximo, de dez anos.

19. O RIMA refletirá as conclusões do EIA e deve ser escrito em linguagem acessível ao público. 20. Considerando as alterações advindas das Resoluções Conama no 11/1986, no 5/1987 e no 237/1997.

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Organização e Implementação da Gestão por Projetos

Legislação Ambiental

A renovação desta Licença deverá ser requerida com antecedência mínima de cento e vinte dias da expiração de seu prazo de validade.

Algumas Peculiaridades do Processo de Licenciamento Ambiental:

Para os licenciamentos ambientais que envolvem a construção de reservatórios artificiais, a APP será definida conforme a Resolução CONAMA no 302/2002. No caso do licenciamento ambiental de empreendimentos destinados à geração de

energia e abastecimento público, o empreendedor deverá elaborar o plano ambiental de conservação e uso do entorno de reservatório artificial. A aprovação desse plano deverá ser precedida da realização de consulta pública, sob pena de nulidade da licença concedida.

Com o objetivo de compatibilizar o licenciamento ambiental com os estudos preventivos de arqueologia, necessários para os empreendimentos passíveis de afetar o patrimônio arqueológico, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, por meio da Portaria no 230/2002, definiu os procedimentos e estudos para as três fases desse

licenciamento.

Nos casos de empreendimentos de significativo impacto ambiental que venham a afetar unidade de conservação ou sua zona de amortecimento, o licenciamento só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação ambiental (Lei no 9.985/2000).

Para o caso da unidade de conservação que não tiver definida a sua zona de amortecimento22, esta será considerada

como possuindo um raio de dez quilômetros a partir das áreas circundantes dessa unidade.

Considerada a especificidade da atividade denominada EXPROPER (Exploração, Perfuração e Produção de Petróleo e Gás Natural), foram instituídos procedimentos específicos para esse licenciamento, que estão apresentados na Resolução CONAMA no 23/1994.

No caso do Licenciamento Ambiental federal, os principais atores do processo são:

• IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. – coordena todo o processo de licenciamento;

– emite as licenças ambientais.

• OEMAs – Órgãos Estaduais de Meio Ambiente.

– participam, com o IBAMA, de todo o processo de licenciamento ambiental. • IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

– atua em áreas com potencial de ocorrência de sítios arqueológicos e de interesse histórico e cultural. • FUNAI – Fundação Nacional do Índio.

– regula as interferências de empreendimentos sobre os territórios indígenas. • FUNDAÇÃO PALMARES

– atuação na preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade.

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Pós-Graduação a Distância

Unidade III

Surdez: Concepções e Características Instrumentos de Gestão Ambiental

• CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear. – atua nos empreendimentos radioativos e nucleares.

Compensação Ambiental

23

Para a fixação dessa compensação, o órgão ambiental licenciador estabelecerá o grau de impacto a partir do EIA, sendo considerados os impactos negativos e não mitigáveis aos recursos ambientais. Os recursos a serem empregados na compensação ambiental não podem ser inferiores a meio por cento dos custos totais24 previstos para a implantação do

empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador. A este compete definir as unidades de conservação a serem beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no EIA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de conservação.

É assegurado a qualquer interessado o direito de apresentar por escrito, durante o procedimento de licenciamento ambiental, sugestões justificadas de unidades de conservação a serem beneficiadas ou criadas. Essas sugestões serão analisadas pelo órgão licenciador.

A fixação do montante da compensação ambiental e a celebração do termo de compromisso correspondente deverão ocorrer no momento da emissão da Licença de Instalação.

Nos casos de licenciamento ambiental para a ampliação ou para a modificação de empreendimentos já licenciados, sujeitas a EIA, que impliquem significativo impacto ambiental, a compensação ambiental será definida com base nos custos da ampliação ou da modificação.

De acordo com o art. 17 da Lei no 11.428/2006, o corte ou a supressão de vegetação primária ou secundária nos estágios

médio ou avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica ficam condicionados à compensação ambiental, na forma da destinação de área equivalente à extensão da área desmatada, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia hidrográfica e, sempre que possível, na mesma microbacia hidrográfica.

Informações sobre as atividades, os estudos e os projetos que estejam sendo executados com recursos da compensação ambiental deverão estar disponibilizadas ao público, assegurando-se publicidade e transparência a elas.

Mais Resoluções CONAMA que tratam sobre o tema, para o período de julho/1984 a maio/2006, podem ser encontradas no Livro do CONAMA, disponível na Biblioteca existente em nosso ambiente virtual. As demais Resoluções encontram-se em: <http://www. mma.gov.br/port/conama/legiano.cfm?codlegitipo=3>.

23. Sobre esse assunto, veja a Lei nº 9.985/2000, o Decreto nº 4.340/2002 e a Resolução CONAMA nº 371/2006.

24. Os investimentos destinados à elaboração e à implementação de planos, programas e ações estabelecidos no processo de licenciamento ambiental não integrarão os custos totais para efeito do cálculo da compensação ambiental (Resolução CONAMA nº 371/2006).

(32)

Organização e Implementação da Gestão por Projetos

Legislação Ambiental

Capítulo 8 – Criação de Espaços Territoriais Especialmente Protegidos

“Uma sociedade não se define pelo que cria, e sim pelo que se recusa a destruir”

(John Sawhill)

A criação de espaços territoriais especialmente protegidos é um dos instrumentos da PNMA, que foi recepcionado pela Constituição:

Art. 225, § 1o, III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes

a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.

Devido à complexidade do tema, foi instituído o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), por meio da Lei no 9.985/2000. Esta lei estabeleceu os critérios e as normas para a criação, implantação e gestão das

unidades de conservação.

A execução das ações da política nacional de unidades de conservação da natureza é de competência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes, conforme a Lei no 11.516/2007. Esse Instituto

tem ainda as atribuições, entre outras, de:

• executar as políticas relativas ao uso sustentável dos recursos naturais renováveis e ao apoio ao extrativismo e às populações tradicionais nas unidades de conservação de uso sustentável;

• fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da biodiversidade e de educação ambiental;

• exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de conservação instituídas pela União25.

O SNUC é constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais e, entre outros, tem os seguintes objetivos: contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos; proteger as espécies ameaçadas de extinção; contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.

O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos:

• Órgão consultivo e deliberativo: o CONAMA, com as atribuições de acompanhar a implementação do Sistema; • Órgão central: Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o Sistema;

• Órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os órgãos estaduais e municipais.

Referências

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