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DIREITO PROCESSUAL CIVIL. 1. Coisa Julgada:

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

PONTO 1: Coisa Julgada

PONTO 2: Coisa Soberanamente julgada e sua relativização PONTO 3: Limites da Coisa Julgada

PONTO 4: Coisa Julgada nas ações coletivas 1. Coisa Julgada:

A) Conceitos - continuação:

Definição Clássica defendida por Pontes de Miranda e Ovídio:

De acordo com essa definição, coisa julgada não é um efeito da sentença. Neste aspecto, concordam com Liebmam e Barbosa Moreira.

Trata-se de uma qualidade que vai se agregar apenas ao efeito declaratório, tornando-o imutável.

Para Pontes e para Ovídio quatro dos cinco efeitos são mutáveis. Discordam que o efeito declaratório seria mutável porque a sua finalidade é trazer certeza ao mundo jurídico. Nas declaratórias a relação jurídica existe ou não existe no plano da vida, não havendo como modificar por ficção jurídica.

Para estes autores a coisa julgada está vinculada a declaração porque a finalidade da declaração é trazer certeza ao mundo jurídico.

Portanto, para que uma sentença produza coisa julgada material, ela deve ser prolatada com base em juízo de certeza. Se for prolatada com base em juízo de verossimilhança não há que se falar em coisa julgada material. Pois falta certeza, falta declaração necessária a produção da coisa julgada material.

Casos no art. 8101

, CPC. – quando magistrado acolhe uma argüição de prescrição ou decadência. Não estamos diante de um juízo de verossimilhança e sim de certeza.

No Brasil, a definição majoritária de coisa julgada é a de Liebmam.

1 Art. 810. O indeferimento da medida não obsta a que a parte intente a ação, nem influi no julgamento desta, salvo se o juiz, no

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2. Coisa Soberanamente julgada e sua relativização:

Essa tese também é conhecida como coisa julgada inconstitucional ou inconstitucionalidade da coisa julgada.

A coisa soberanamente julgada se produz depois de passado o prazo de dois anos para propositura da ação rescisória.

O fundamento da coisa soberanamente julgada é a segurança jurídica, ou ainda, a idéia de que os conflitos não podem se eternizar. Essa idéia clássica no âmbito da sociedade contemporânea é bastante importante.

Todavia, contemporaneamente, tem sido discutido até que ponto uma sentença possa ser imutável ad eternum, até que ponto não se possa modificar uma sentença após passado o prazo de dois anos para propositura de uma ação rescisória.

Alguns autores têm sustentado que a coisa julgada não seria um valor absoluto e que ela deva ceder a outros valores que são tão importantes quanto ela. Via de regra, quando se questiona essa mutabilidade da coisa julgava leva-se em consideração a tutela de direitos fundamentais.

Alguns autores (Cândido Rangel Dinamarco, Humberto Theodoro Junior, Tereza Arruda Alvim, José Delgado) entendem que se em determinado caso concreto estiverem em jogo direitos fundamentais, entre tutelar-se um direito fundamental e preservar-se a coisa julgada, a tutela de direitos fundamentais deva prevalecer.

Ex: investigações de paternidade ajuizada quando ainda não havia o DNA que foram julgadas improcedentes por insuficiência de prova. Essa sentença fazia coisa julgada material.

Com o advento do DNA muito dessas ações passaram a serem interpostas novamente, sendo que os argumentos utilizados para repropositura dessas ações são:

1) que o direito de identidade por ser um direito fundamental deve preponderar sobre a coisa julgada.

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2) o processo civil não pode ficar alheio aos avanços tecnológicos. E o DNA é um avanço tecnológico.

Com esses argumentos passaram a haver várias decisões possibilitando a discussão da paternidade nas investigações de paternidade mesmo após a coisa soberanamente julgada.

Via de regra, quanto ao meio processual a Jurisprudência é flexível, ou seja, não se deixa de relativizar porque foi usado o meio processual inadequado. Não há rigor no instrumento utilizado.

Ex: ações investigação de paternidade aqueles que entendem que é possível a relativização aceitam simplesmente que seja ajuizada só uma nova ação de paternidade, sem necessidade de ação para desconstituir a coisa julgada.

Outros casos já admitiram o ajuizamento de uma ação anulatória. A autora Tereza Arruda Alvim sugere que deva ser utilizada da ação declaratória de inexistência de relação processual. E o CPC positivou esta tese na execução no §1º2

, art. 475-L e nos embargos à execução contra a Fazenda Pública no art. 741, parágrafo único3.

Essa tese da relativização da coisa julgada nada mais é do que uma extensão do princípio da proporcionalidade, ou seja, o magistrado quando discute essa tese faz um juízo de ponderação sobre qual o interesse mais relevante. De acordo com a tese, a proteção dos direitos fundamentais deve prevalecer sempre sob a coisa julgada.

Todavia, essa tese não é pacifica, muito pelo contrário é uma tese altamente controvertida, bem como não é majoritária na jurisprudência.

A melhor crítica a essa tese é feita pelo Ovídio (artigo: Coisa Julgada Relativa). Segundo Ovídio uma das maiores conquistas da modernidade foi a coisa julgada porque a sociedade moderna e a pós-moderna precisam da estabilização dos conflitos. A tese da

2 Art. 475-N, § 1º Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também inexigível o título judicial fundado

em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal.

3 Art. 741, Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também inexigível o título

judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal.

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relativização abala e compromete tudo isso que foi conquistado, comprometendo o funcionamento do próprio poder judiciário.

Uma segunda crítica menciona que essa tese da relativização não foi feita para as investigações de paternidade em razão de direitos fundamentais. Foi feita para a Fazenda Pública e acabou sendo transportada para as investigações.

Menciona isso porque a primeira decisão relativizando a coisa julgada é do Ministro aposentado do STJ, José Delgado, que relativizou a coisa julgada em favor do Município de São Paulo.

Em São Paulo foi ajuizada uma ação de indenização por desapropriação indireta contra o Município, ou seja, alguns particulares alegaram que o Município havia invadido uma terra e não havia pago o valor correspondente a indenização.

Foi feito um acordo com o Município, o qual pagaria as parcelas indenizatórias. Certo dia, assumiram novos procuradores no Município de SP e descobriram que aquelas pessoas que a haviam ajuizado ação não era proprietárias da terra e sim era o Município da São Paulo.

Portanto, como já passado o prazo da rescisória, ajuizaram uma anulatória mencionando que a moralidade administrativa (interessante público) é mais relevante que a coisa julgada. Pediram a desconstituição do acordo e repetição do indébito.

O STJ julgou ação procedente, mencionando que no caso concreto a moralidade administrativa é mais importante, conseqüentemente desconstituiu o acordo, devendo os particulares devolver os valores recebidos indevidamente. Essa decisão gerou a possibilidade da relativização da coisa julgada.

A critica é que essa tese é mais utilizada em favor da Fazenda Pública, a fim de diminuir condenações da Fazenda, não tendo que pagar o que deve. Não sendo essa tese mais utilizada para investigações.

Segundo Ovídio, o grande problema dessa tese é quanto às proporções que possa tomar. Na exata medida em que aceitarmos a relativização das investigações de paternidade,

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estaremos aceitando-a para a Fazenda Pública. O que gerará um grande problema, pois o maior número de demanda é da Fazenda, gerando um caos. Pois apesar de não haver direito fundamental, há interesse público tão importante quanto.

Outra Alegação é quanto a tese na investigação de paternidade em si, contra:

1) o processo civil deva ceder aos avanços tecnológicos. Menciona que o DNA é um avanço tecnológico, mas dá apenas 99, 9% de certeza. Se surgir um exame que de 100% de certeza, deverá ser feito tudo de novo.

Ex: gêmeos univitelinos – os dois tem o DNA igual.

2) Quando se fala em relativização sempre o exemplo que é dado de uma investigação de paternidade improcedente e uma posterior ação de investigação ajuizada. Também temos ao contrário. Se admitir a propositura de uma nova investigação de paternidade, terá que admitir uma nova ação de negatória.

Porém, há um problema quanto a paternidade sócio-afetiva. No TJ/RS tem aceitado a propositura dessa ação, mas não podendo modificar o nome.

3) Essas ações de investigação de paternidade que são repropostas são velhas. Portanto, a maioria estaria cumulada com uma petição de herança. Assim, o objetivo não é o direito de identidade e sim de herança.

Não vale a pena comprometer todo sistema jurídico se o que está em jogo são valores patrimoniais.

A grande maioria, inclusive no STJ, não admite essa tese da relativização, em face da segurança jurídica.

Em que pese toda essa discussão, positivaram essa tese no CPC, porém, não nas investigações de paternidade. Foi positivada nas execuções em razão de inconstitucionalidades,

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL nos embargos a execução da fazenda pública (art. 741, p.u.4

) e na impugnação de título Judicial (art. 475-L, §1º5). (Origem MP 1570).

3. Limites da Coisa Julgada:

A coisa julgada tem limites objetivos e subjetivos. Os limites objetivos dizem respeito às matérias que transitam em julgado numa sentença. Já os limites subjetivos dizem respeito às pessoas que são atingidas pela coisa julgada.

► Limites objetivos:

Temos três principais teorias: 1) Teoria da Substanciação:

2) Teoria da Individualização ou Individuação: 3) Teoria da Substanciação atenuada:

Exemplo: uma ação de separação litigiosa que possa ser ajuizada por dois fundamentos: o adultério e o abandono do lar.

São conhecidos pelo autor na fase do ajuizamento dos fundamentos, sendo que mesmo assim ajuíza uma ação separação Litigiosa nº 1, declinando apenas o abandono. Essa ação é julgada improcedente. Transita em julgado a sentença. Será que é possível o ajuizamento de uma 2ª ação com base no adultério?

Resolve-se através da teoria dos limites objetivos.

Nota-se que o CPC é misto, possuindo as duas teorias.

4 Art. 741, Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também inexigível o título

judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal.

5 Art. 475-N, § 1º Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também inexigível o título judicial fundado

em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 1) Teoria da Substanciação:

Os fatos são importantes para a identificação da causa de pedir. De acordo com essa teoria, a causa de pedir é um dos elementos que identificam a demanda. Ou seja, para essa teoria se mudar fato mudará causa de pedir e conseqüentemente a demanda não será a mesma.

No CPC há artigos que fazem com que a maioria da doutrina e jurisprudência brasileira afirmem que essa teoria foi adotada (art. 282, III6 e art. 301, §1º7 e §2º8).

Nos termos do art. 282, III, na petição inicial o autor deve descrever os fatos e fundamentos jurídicos do pedido.

Por outro lado, nos termos do art. 301, §1º e §2º, a causa de pedir é um dos elementos que identificam a demanda, ou seja, se a ação tiver as mesmas partes, objeto e causa de pedir, teremos identidade de ações.

Portanto, se mudar fato, mudará causa de pedir e conseqüentemente a ação não será a mesma.

De acordo com essa teoria é possível o ajuizamento de uma 2ª ação de separação litigiosa com base no adultério, pois os fatos mudaram e conseqüentemente a causa de pedir.

2) Teoria da Individualização ou individuação:

Alguns autores costumam chamar de eficácia preclusiva da coisa julgada.

De acordo com essa teoria os fatos não são relevantes para a causa de pedir. Ou seja, mesmo que os fatos mudem a causa de pedir poderá se manter a mesma.

O que importa é que o pedido seja juridicamente fundamentado.

6 Art. 282. A petição inicial indicará:

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido.

7 Art. 301, § 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.

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No capítulo que trata da coisa julgada que faz com que muitos afirmem que essa teoria foi adotada: arts. 4749 e 46810.

Nos termos do art. 474 ficam abrangidas pela coisa julgada todas as alegações e defesas que a parte pode suscitar tanto ao acolhimento quanto a rejeição do pedido. Este artigo contempla o princípio da eventualidade não apenas para o réu, mas também para o autor.

De acordo com este artigo a segunda ação de separação litigiosa tratada no exemplo não poderá ser ajuizada, porque o adultério poderia ter sido invocado, pois a parte sabia. O adultério ficará abrangido pela eficácia preclusiva da coisa julgada e conseqüentemente, não pode ser discutido.

O art. 468, CPC, se complementa com o art. 474, que também traz essa teoria. A sentença que julgar total ou parcialmente a lide tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas. O problema é a definição dessas expressões. Há três sugestões:

1) Lide parcial ou julgamento parcial da lide: nos teríamos quando um magistrado julga uma ação parcialmente procedente. (sugestão não aceita, pois magistrado julga toda lide, porém, julga procedência parcial).

2) Julgamento parcial da lide quando o magistrado deixa de se pronunciar sobre alguns itens do pedido. (citra petita - hipótese de nulidade de sentença).

3) Segundo Carnelutti, a lide total é composta por todas aquelas matérias que possam ser submetidas com apreciação do judiciário. No exemplo, a lide total seria composta pelo adultério mais o abandono.

Já a lide parcial seria composta por aquelas matérias que a parte efetivamente submeteu a apreciação do judiciário. No exemplo seria o abandono.

A definição de lide seria até para fora do processo, sendo tudo o que se pode invocar.

9 Art. 474. Passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e defesas, que a parte

poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do pedido.

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Uma sentença que julgar a lide total (o adultério + o abandono) ou sentença que julgar somente a lide parcial (o abandono) tem força de lei nos limites de toda a lide. Ou seja, uma sentença que julga só o abandono terá força contra o adultério também (lide total) e das questões decididas.

Essa teoria da individualização sofre críticas. A grande crítica feita a esta tese é que restringe ações. Ao impedir ajuizamento de ações, ela dificultaria o acesso ao poder judiciário, razão pela qual ela seria inconstitucional por violação do art. 5º, XXXV11, CF.

Há quem defenda essa segunda teoria, um dos maiores defensores é Araken de Assis. Segundo ele, é a teoria mais compatível com o processo civil contemporâneo, pois o objetivo do poder judiciário é reduzir ações.

Segundo Araken, ainda, nos conhecemos outros mecanismos de redução de ação e nem por isso mencionamos que são inconstitucionais (ex: prescrição).

Todavia, afirma o autor, evidentemente, para que a matéria não reduzida ficar abrangida pela eficácia preclusiva dois requisitos precisam ser preenchidos:

1) a parte tem que ter conhecimento da matéria;

2) a parte tem que poder deduzir a matéria. Caso não possa deduzir não poderá ficar abrangida pela eficácia preclusiva.

Se refere as ações que tem cognição sumária, por ex: possessórias.

Essa teoria tem sido adotada numa situação específica:

Ação de execução, onde o devedor opõe embargos a execução e nesta possa deduzir as matérias X, Y e Z. E deduz apenas as matérias X e Y, esquecendo da matéria Z. Embargos improcedentes. Transita em julgado. O devedor consulta outro advogado propõe uma ação revisional discutindo o fundamento Z.

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A jurisprudência dominante esta revisional não poderá ser ajuizada em razão da eficácia preclusiva da coisa julgada. Porque matéria Z poderia ter sido invocada nos embargos.

A posição dominante no Brasil é de ter sido adotada a teoria da substanciação.

3) Teoria da Substanciação atenuada:

A teoria advém do alemão Shwab, e no Brasil é sustentada pelo Ovídio.

Para esta teoria os fatos são importantes na identificação da causa de pedir (identificação com a teoria da substanciação).

Todavia, de acordo com esta teoria são relevantes para identificação da causa de pedir não apenas os fatos deduzidos, mas também toda cadeia de fatos similares deduzíveis.

Fato similar deduzível seria todo aquele fato que tenha vinculação com o fato deduzido na demanda.

Por ex: segundo Ovídio, o adultério e abandono são fatos similares porque ambos implicam em grave violação dos deveres do casamento. Logo, como são fatos similares, se for ajuizada a primeira ação com base no abandono, deixando de lado o adultério, irá abranger o adultério também.

► Limites Subjetivos da Coisa Julgada:

Os limites subjetivos da coisa julgada nas ações individuais estão previstos no artigo 47212, CPC. Nas ações individuais os limites subjetivos se dão inter partes e não erga onmes, ou seja, a coisa julgada não atinge terceiros.

12 Art. 472. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros. Nas causas

relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada em relação a terceiros.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 4. Coisa Julgada nas ações coletivas: No tocante a coisa julgada nas ações coletiva, temos os artigos 10313

do CDC e art. 1614 da Lei da Ação Civil Pública.

O art. 8115

do CDC definiu os interesses coletivos que também são chamado de interesses metaindividuais ou transindividuais. O CDC e ACP são diplomas legais com aplicação recíproca, ou seja, um complementa o outro, aplicando subsidiariamente.

Temos três características dos direitos coletivos: - interesses difusos;

- interesses coletivos no sentido estrito; - interesses individuais homogêneos.

- Interesses difusos têm como característica a indivisibilidade do objeto o que significa dizer que não é possível se fracionar o interesse de cada um dos membros da coletividade. Ou seja, o interesse é meu e de todos ao mesmo tempo.

Por outro lado, tem outra característica marcante que é o da indeterminação do sujeito. Não há como se nominar quem são os sujeitos atingidos. Art. 81, I, CDC. Ex: meio-ambiente.

13 Da Coisa Julgada

Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:

I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81; II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;

III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.

14 Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido

for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.

15 Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título

coletivo.

Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:

I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;

II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;

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Também há uma intensa conflituosidade interna, chamada também de conflituosidade máxima. Os interesses difusos são interesses que sempre envolvem dois polos contrapostos muito fortes. O que torna muito difícil a decisão nestes casos.

Outra característica é a mutação no tempo. Significa que os interesses difusos são interesses que geram um forte impacto social. Todavia, com o passar do tempo, o interesse pelos mesmos vai se perdendo.

- Interesses Coletivos no Sentido Estrito, estão definidos no art. 81, II, CDC. De acordo com esse inciso terão duas características:

1) Indivisibilidade do objeto.

2) Determinação dos sujeitos. Os sujeitos integram um determinado grupo, categoria ou classe.

Não tem conflituosidade interna tão grande, ou seja, os polos contrapostos não são tão fortes. E, via de regra, não causam um impacto social tão grande quanto aos difusos.

Exemplo do Ministro Teori: direito ao 1/5 constitucional nos tribunais que os advogados tem. É indivisível, ou seja, é meu e de todos os advogados com período de 10 anos de advocacia. Todavia, pode-se dizer quais os advogados que tem esse direito, podendo nominá-los.

- Direito individuais homogêneos: ao contrário dos dois primeiros, tem o objetivo divisível, tem como fracioná-lo.

Todavia, existe uma origem comum entre os sujeitos atingidos. Ou seja, os interesses individuais ou homogêneos têm um grande número de pessoas envolvidas, cada um com seus interesses separados, mas há algo que ligam elas.

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Os interesses individuais homogêneos são tutelados pela ação civil coletiva, prevista no art. 9116 do CDC e foi introduzida pelo CDC em 1990.

Já os interesses difusos e coletivos em sentido estrito são tutelados pela Ação Civil Pública.

16 Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação

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