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Plano Anual de Outorga Florestal 2011

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Plano Anual de

Outorga Florestal

2011

Brasília-DF 30/07/2010

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PLANO ANUAL DE OUTORGA FLORESTAL 2011

Equipe Técnica Responsável

Ana Fanzeres

Antonio Dantas Alencar

Carolina Fernada de Souza Mendes Dulce Vidigal do Amaral

Ewandro Andrade Moreira Gustavo Chaves Machado Ilza Maria Pereira Santana José Humberto Chaves

Ludmila Araujo de Sá Teles Rodrigues Marcus Vinicius da Silva Alves Tatiana Mahalem do Amaral

Rafhael Laurindo Bonini (estagiário) Vanessa Xavier Ferreira

Vera Lucia Fausto Linhares de Almeida

Revisão

Claudia Azevedo-Ramos José Natalino Macedo Silva Marcus Vinicius da Silva Alves

Revisão de textos

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RESUMO EXECUTIVO

O Plano Anual de Outorga Florestal (PAOF) foi instituído pela Lei no 11.284/2006 (Lei de Gestão de Florestas Públicas) para, fundamentalmente, descrever as florestas públicas a serem submetidas a processos de concessão florestal no ano em que vigorar. Dessa forma, o PAOF apresenta-se como um instrumento de planejamento das ações da União voltadas à produção florestal sustentável por meio da concessão onerosa de florestas públicas, naturais ou plantadas, para a exploração de recursos madeireiros, não madeireiros e serviços.

No âmbito federal, o PAOF deve ser elaborado e proposto pelo Serviço Florestal Brasileiro e definido e aprovado pelo Ministério do Meio Ambiente. A elaboração do PAOF obedece aos dispositivos legais e formais de consultas a órgãos e entidades de Governo, mas também leva em consideração a participação direta da sociedade na construção do documento, promovendo reuniões técnicas e submetendo a minuta do documento a consulta pública na internet.

O Plano Anual de Outorga Florestal da União para o ano de 2011 tem como objetivo selecionar e descrever as florestas públicas federais passíveis de concessão florestal no período de janeiro a dezembro de 2011, considerando a convergência e o alinhamento com outras políticas públicas da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal.

O PAOF 2011 foi elaborado com base no Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP), que, em março de 2011, registrava aproximadamente 241 milhões de hectares de florestas públicas cadastradas – cerca de 213 milhões de florestas públicas federais e 28 milhões de florestas públicas estaduais.

As florestas públicas do Brasil estão localizadas nos diferentes biomas e regiões do país. No entanto, a maior parte (93%) encontra-se no Bioma Amazônico. Essas florestas estão distribuídas em terras indígenas (41%), unidades de conservação de uso sustentável (20%), unidades de conservação de proteção integral (16%), terras arrecadadas pela União e ainda não destinadas (15%) e áreas de uso comunitário (8%).

A destinação das florestas públicas federais arrecadadas inclui o processo de regularização fundiária de posses com processos anteriores a 2004. Dessa forma, muitas áreas incluídas no CNFP poderão se tornar inativas à medida que essas posses venham a ser reconhecidas definitivamente como propriedades privadas.

.

As Florestas Públicas Federais (213 milhões de ha), quando avaliadas quanto a seus impedimentos e restrições legais para o processo de concessão florestal em 2011, tiveram 90,6% de suas áreas excluídas. E, como resultado final do processo de seleção de áreas passíveis de concessão florestal em 2011, este PAOF torna elegível para concessão 5,1 milhões de hectares de florestas públicas federais, distribuídos em onze Florestas Nacionais localizadas em três estados da Federação (Acre, Pará e Rondônia).

O processo de elaboração do PAOF também considerou iniciativas de grande valor estratégico, como: o Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), a política de Assistência Técnica e Extenção Rural (ATER), o Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar (PRONAF), o Plano Agrícola e Pecuário, o Plano Amazônia Sustentável (PAS), o Programa Nacional de Florestas (PNF), o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM), o Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), a Operação Arco Verde, o Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal, entre outros. Além disso, aspectos importantes relativos a outras concessões e políticas setoriais foram considerados neste Plano, tais como: mineração, petróleo e gás, infraestrutura, energia e água.

Neste Plano, nenhum PAOF estadual, municipal ou distrital foi incorporado aos procedimentos de análise técnica, como preceitua o Decreto no 6.063, de 20 de março de 2007, em seu parágrafo 1o do artigo no 23, em razão do não recebimento de qualquer plano pelo Serviço Florestal Brasileiro.

Este Plano também apresenta as manifestações formais do Conselho de Defesa Nacional (CDN), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), em cumprimento aos dispositivos da Lei no 11.284/2006.

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No que concerne à inclusão das FLONAs do Macauã e de São Francisco, no estado do Acre, no PAOF de 2011, o CDN não manifestou restrição, não obstante a localização integral ou parcial dessas unidades na faixa de fronteira.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) manifestou-se formalmente pela inclusão das FLONAs do Macauã, de São Francisco, de Altamira, de Crepori, de Itaituba I, de Itaituba II, do Amana, do Jamanxim, do Trairão, Saracá–Taquera e do Jacundá.

A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) também não apresentou qualquer restrição ou ressalvas relativas às florestas públicas da União passíveis de concessão no ano de 2011 incluídas neste PAOF.

O Plano Anual de Outorga Florestal para o ano de 2011 estabelece os critérios de acessibilidade ao processo de concessão por pessoas jurídicas de micro, pequeno e médio portes, como forma de promover a equidade na política de gestão de florestas públicas no Brasil. O estabelecimento de parâmetros para a definição de tamanhos das unidades de manejo considerou as peculiaridades regionais, como a área necessária para completar um ciclo de produção da floresta e a estrutura, o porte e a capacidade dos agentes envolvidos na cadeia produtiva dos produtos e serviços objetos da concessão.

Para o ano de 2011, o Serviço Florestal Brasileiro alterou o tamanho das unidades de manejo florestal: até 30 mil ha, para as unidades pequenas; de 30 a 60 mil ha, para as médias; e acima de 60 mil ha para as grandes. Essa modificação foi fundamentada em parâmetros técnicos para permitir o acesso a pequenos, médios e grandes empreendimentos, compatível com as áreas totais das florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2011.

Este PAOF, como forma de ampliar a oportunidade de acesso às concessões, estabelece a inclusão obrigatória de pelo menos duas das categorias de unidades de manejo em cada lote de concessão presente nos editais em 2011, e uma dessas deve ser necessariamente pequena. Da mesma forma, com o objetivo de promover a consolidação de empreendimentos com escalas que permitam a eventual instalação de parques tecnológicos com elevados aportes de capital, este PAOF estabelece que, a cada dois lotes de concessão florestal licitados em 2011, pelo menos um deve conter unidades de manejo de tamanho grande

O PAOF de 2011 apresenta algumas modificações em relação aos PAOFs dos anos anteriores, dentre as quais destacam-se: (i) a metodologia de seleção de florestas passíveis de concessão foi aprimorada conforme as exigências da Lei no 11.284/2006; (ii) as florestas públicas federais passíveis de concessão estão descritas separadamente e com maior detalhe em fichas e (iii) as informações de polos de produção florestal na região Norte do Brasil foram atualizadas.

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LISTA DE SIGLAS

ABRAF – Associação Brasileira de Produtos de Florestas Plantadas

ABIMCI – Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente

ANA – Agência Nacional de Águas

ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural APA – Área de Proteção Ambiental

ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico AUTEX – Autorização de Exploração

BR-163 – Rodovia BR-163 de ligação entre Cuiabá (MT) e Santarém (PA)

CDN – Conselho de Defesa Nacional

CENSIPAM – Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia CEPROF– Cadastro de Exploradores e Consumidores de Produtos Florestais CGFLOP – Comissão de Gestão de Florestas Públicas

CGFPU – Cadastro-Geral de Florestas Públicas da União CNFP – Cadastro Nacional de Florestas Públicas

CNIR – Cadastro Nacional de Imóveis Rurais

CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente CRAS – Centros de Referência de Assistência Social

DETER – Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real DETEX – Detecção da Exploração Florestal Seletiva

DFS – Distrito Florestal Sustentável

DFS BR-163 – Distrito Florestal Sustentável da BR-163 DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral DOF – Documento de Origem Florestal

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ESEC – Estação Ecológica

FLONA – Floresta Nacional

FNDF – Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal FPA – Floresta Pública Federal do Tipo A

FPB – Floresta Pública Federal do Tipo B FPF – Floresta Pública Federal

FUNAI – Fundação Nacional do Índio

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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IDEFLOR – Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IEF – Instituto Estadual de Florestas

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia

IN – Instrução Normativa

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

LGPF – Lei de Gestão de Florestas Públicas

MACROZEE – Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário MMA – Ministério do Meio Ambiente

MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia

MONA – Monumento Natural

MP – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão MPEG – Museu Paraense Emílio Goeldi

MRN – Mineração Rio do Norte S.A OEMA – Órgão Estadual do Meio Ambiente PAC – Plano de Aceleração do Crescimento PAE – Projeto de Assentamento Agroextrativista PAF – Projeto de Assentamento Florestal

PAOF – Plano Anual de Outorga Florestal

PARNA – Parque Nacional

PAS – Programa Amazônia Sustentável PCH – Pequenas Centrais Hidrelétricas

PDS – Projeto de Desenvolvimento Sustentável PD&I – Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

PENSAF – Plano Nacional de Silvicultura com Espécies Nativas e Sistemas Agroflorestais PFNM – Produto Florestal Não Madeireiro

PGPM – Política de Garantia de Preços Mínimos

PMFS – Plano de Manejo Florestal Sustentável

PNDR – Política Nacional de Desenvolvimento Regional

PNATER – Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma

Agrária

PNF – Programa Nacional de Florestas

PNMA – Programa Nacional do Meio Ambiente PNMC – Plano Nacional sobre Mudança do Clima PNGC – Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro

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PNRA – Plano Nacional de Reforma Agrária

PNRH – Política Nacional de Recursos Hídricos PPA – Plano Plurianual

PPCDAM – Plano de Ação para a Preservação e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal PPG 7 – Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil

PROBIO – Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira

PRONABIO – Programa Nacional de Diversidade Biológica PRONAF – Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar RDS – Reserva de Desenvolvimento Sustentável

REBIO – Reserva Biológica RESEX – Reserva Extrativista

REVIZEE – Programa de Avaliação do Potencial Sustentável dos Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva RF – Reserva de Fauna

RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural

RVS – Refúgio de Vida Silvestre

SBF – Secretaria de Biodiversidade e Florestas

SEDR – Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural SEF – Secretaria de Estado de Floresta

SEPPIR – Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial SFB – Serviço Florestal Brasileiro

SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente

SNGRH – Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos

SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação

SPU – Secretaria do Patrimônio da União TI – Terra Indígena

UC – Unidade de Conservação UMF – Unidade de Manejo Florestal UPA – Unidade de Produção Anual ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Florestas públicas do Brasil. ... 14

Figura 2. Distribuição das florestas públicas do Brasil. ... 15

Figura 3. Proporção de florestas públicas federais e estaduais no território brasileiro (em milhões de ha). ... 17

Figura 4. Distribuição das florestas públicas pertencentes à União e aos estados, inseridas no CNFP. ... 17

Figura 5. Distribuição das florestas públicas federais e estaduais identificadas no CNFP (março/2010). ... 18

Figura 6. Os cinco estados com maior área de florestas públicas (em milhões de ha). ... 19

Figura 7. Distribuição das florestas públicas federais, segundo sua classificação de destinação. ... 19

Figura 8. Área total de FPF divulgadas nos PAOFs (em milhões de ha). ... 20

Figura 9. Proporção das Unidades de Conservação no total de Florestas Públicas Federais em milhões de ha. . 22

Figura 10. Proporção das Unidades de Conservação de Proteção Integral e Unidades de Conservação de Uso

Sustentável (Federais). ... 22

Figura 11. Localização dos contratos de transição firmados pelo Serviço Florestal Brasileiro no estado do Pará.

... 26

Figura 12. Florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2011. ... 35

Figura 13. Florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2011 e localizadas na faixa de

fronteira. ... 36

Figura 14. Polos e zonas madeireiras da Amazônia Legal e as FLONAs passíveis de concessão em 2011. ... 38

Figura 15. Produção extrativista de produtos florestais não madeireiros (em milhões de reais). ... 48

Figura 16. Florestas públicas federais passíveis de concessão e os Territórios da Cidadania. ... 57

Figura 17. Florestas públicas federais passíveis de concessão e o Macrozoneamento da Amazônia Legal ... 59

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Sobreposição de florestas públicas federais passíveis de concessão florestal a bacias sedimentares de

interesse do setor de petróleo e gás. ... 50

Quadro 2: Distância entre o centro das FLONA e a infraestrutura de transporte. ... 52

Quadro 3: Classes de tamanho das unidades de manejo para fins de concessão florestal em 2011 ... 62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição das florestas públicas identificadas no CNFP nos biomas e regiões do país (em ha). ... 18

Tabela 2: Área de FPF divulgada nos PAOFs de 2007-2008, 2009, 2010 e 2011 em milhões de ha. ... 20

Tabela 3: Florestas públicas federais por região, estado e situação (em ha)... 21

Tabela 4: Florestas públicas federais destinadas a unidades de conservação de proteção integral. ... 23

Tabela 5: Florestas públicas federais destinadas a unidades de conservação de uso sustentável. ... 23

Tabela 6: Área estimada de florestas comunitárias federais em 2010. ... 24

Tabela 7: Florestas públicas federais em concessão e em processo de concessão florestal. ... 25

Tabela 8: Total de áreas de UCs de uso sustentável que foram excluídas do PAOF. ... 28

Tabela 9: Total de áreas ocupadas por comunidades locais que foram excluídas do PAOF. ... 29

Tabela 10: Lista de florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2011. ... 34

Tabela 11: Florestas públicas federais passíveis de concessão na região Norte. ... 37

Tabela 12: Número de empresas, empregos gerados, consumo e produção de madeira nos estados da

Amazônia Legal. ... 39

Tabela 13: Origem da madeira nos estados da Amazônia Legal. ... 39

Tabela 14: Custos médios de exploração nos estados da Amazônia Legal. ... 40

Tabela 15: Custos médios de processamento de madeira nos estados da Amazônia Legal... 40

Tabela 16: Preço médio da madeira em tora posta no pátio nos estados da Amazônia Legal. ... 41

Tabela 17: Preços médios da madeira processada nos estados da Amazônia Legal. ... 41

Tabela 18: Equipamentos utilizados para o desdobro de toras nos estados da Amazônia Legal. ... 42

Tabela 19: Porcentagem do volume de madeira que passa pelo processo de secagem nos estados da Amazônia

Legal. ... 42

Tabela 20: Distância média de transporte de madeira da floresta à indústria nos estados da Amazônia Legal. . 43

Tabela 21: Custo médio para transportar 1m

3

de madeira da floresta à indústria nos estados da Amazônia

Legal. ... 43

Tabela 22: Destino da madeira processada nos estados da Amazônia Legal. ... 44

Tabela 23: Perfil do comprador de madeira processada nos estados da Amazônia Legal. ... 44

Tabela 24: Porcentagem de empresas que aproveitam os resíduos do processamento da madeira nos estados

da Amazônia Legal. ... 45

Tabela 25: Porcentagem de destinação dos resíduos por tipo nos estados da Amazônia Legal. ... 45

Tabela 26: Principais fontes de energia elétrica para a indústria madeireira nos estados da Amazônia Legal. ... 46

Tabela 27: Formato da condução da extração da madeira (própria ou terceirizada) nos estados da Amazônia

Legal. ... 46

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Tabela 28: Tipo de áreas florestais exploradas (própria ou de terceiros) nos estados da Amazônia Legal. ... 47

Tabela 29: Tipos de propriedades onde é realizada extração da madeira nos estados da Amazônia Legal. ... 47

Tabela 30: Estados produtores, produção, valor gerado e preço mínimo dos principais produtos florestais não

madeireiros na região Norte. ... 48

Tabela 31: Superfície de solo de interesse mineral localizados em áreas de florestas públicas da União (em ha).

... 50

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 13

1.2 A CONCESSÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS E O MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL ... 15

1.3 OBJETIVO DO PAOF ... 16

2 AS FLORESTAS PÚBLICAS BRASILEIRAS ... 16

2.1 DISTRIBUIÇÃO DAS FLORESTAS PÚBLICAS NO BRASIL ... 17

2.2 AS FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS ... 19

2.2.1 Florestas públicas federais destinadas a Unidades de Conservação ... 22

2.2.2 Florestas públicas federais destinadas para uso comunitário ... 23

2.2.3 Florestas públicas federais arrecadadas e não destinadas ... 24

2.2.4 Florestas públicas federais em processo de concessão ... 24

2.2.5 Florestas públicas federais com contrato de transição ... 25

3 FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PARA CONCESSÃO ... 27

3.1 METODOLOGIA UTILIZADA PARA SELEÇÃO DAS ÁREAS ... 27

3.2 FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PASSÍVEIS DE CONCESSÃO ... 34

3.2.1 Florestas públicas federais passíveis de concessão em faixa de fronteira. ... 35

3.3. CARACTERIZAÇÃO DAS FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PASSÍVEIS DE CONCESSÃO FLORESTAL NO ANO

DE 2011 E DAS REGIÕES DE PRODUÇÃO FLORESTAL ... 36

3.3.1 Florestas e polos de produção florestal da região Norte ... 36

3.4 ANÁLISE ESTRATÉGICA DAS ÁREAS FLORESTAIS QUE PODERÃO SER LICITADAS PARA CONCESSÃO EM

2011 ... 48

3.4.1 Convergência com concessões de outros setores ... 49

3.4.1.1 Mineração ... 49

3.4.1.2 Petróleo, Gás Natural, Biocombustíveis ... 50

3.4.1.3 Infraestrutura – Rodovias, ferrovias, hidrovias e portos ... 51

3.4.1.4 Energia ... 52

3.4.1.5 Concessões de águas ... 53

3.4.2 Políticas setoriais relacionadas à concessão florestal ... 53

3.4.2.1 Reforma agrária e agricultura ... 54

3.4.2.2 Meio ambiente, políticas e planejamento para o setor florestal ... 54

3.4.2.3 Regularização fundiária, ordenamento territorial e desenvolvimento regional ... 56

3.4.2.4 Macrozoneamento da Amazônia Legal ... 57

4. CONSULTAS PRÉVIAS E MANIFESTAÇÕES... 60

5. PAOFs DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS ... 61

6. FOMENTO FLORESTAL ... 61

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8. ATIVIDADES E RECURSOS PREVISTOS PARA 2011 ... 62

8.1 Ações e recursos previstos para o período de vigência do PAOF 2011 ... 62

8.2 Previsão de recursos humanos e financeiros para fiscalização e monitoramento... 64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 65

ANEXOS ... 69

A – Detalhamento de todas FPF passíveis de concessão no ano de 2011 ... 69

Floresta Nacional do Macauã ... 69

Floresta Nacional de São Francisco ... 70

Floresta Nacional de Altamira ... 71

Floresta Nacional de Itaituba I ... 72

Floresta Nacional de Itaituba II ... 73

Floresta Nacional do Amana ... 74

Floresta Nacional de Crepori ... 75

Floresta Nacional do Jamanxim ... 76

Floresta Nacional Saracá-Taquera ... 77

Floresta Nacional de Jacundá ... 78

Floresta Nacional do Trairão ... 79

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1 INTRODUÇÃO

O Plano Anual de Outorga Florestal (PAOF) é um instrumento de gestão de florestas públicas instituído pela Lei no 11.284, de 2 de março de 2006, com o objetivo de planejar a produção florestal sustentável por intermédio da concessão de florestas públicas para a exploração de recursos madeireiros, não madeireiros e serviços.

Na esfera federal, o PAOF é elaborado pelo Serviço Florestal Brasileiro e aprovado e publicado pelo poder concedente, no caso o Ministério do Meio Ambiente.

O PAOF fundamenta-se em dois marcos legais: a Lei no 11.284, de 2 de março de 2006, e o Decreto no 6.063, de 20 de março de 2007, que a regulamenta. Em conformidade com a legislação, esse Plano identifica, seleciona e descreve as florestas públicas federais passíveis de concessão no ano em que vigorar. Dessa forma, somente haverá concessão em florestas incluídas no PAOF. Contudo, cabe ressaltar que a inclusão de qualquer floresta pública no PAOF não significa, necessariamente, que ela será objeto de licitação para fins de concessão naquele período.

A Lei no 11.284/2006 estabelece também as diretrizes para que o PAOF garanta o acesso democrático dos diversos segmentos da sociedade brasileira ao processo de concessão florestal, as formas de monitoramento e controle e mecanismos para evitar a concentração econômica.

O PAOF considera, ainda, a Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente no 4, de 25 de junho de 2008, que disciplina a elaboração, análise e aprovação do Relatório Ambiental Preliminar utilizado para o licenciamento prévio das unidades de manejo florestal destinadas à concessão florestal fora de Florestas Nacionais, e as Resoluções do Serviço Florestal Brasileiro nos 02 e 03 de 2007, que regulamentam o Cadastro Nacional de Florestas Públicas e os indicadores a serem utilizados no julgamento da melhor proposta técnica e bonificadores para concessão florestal, respectivamente.

Este Plano permite que a sociedade conheça com antecedência as florestas públicas passíveis de concessão florestal no período de sua vigência, os mecanismos utilizados para essa escolha e, consequentemente, possa interferir no processo por meio das consultas públicas. Além disso, os potenciais interessados em concorrer nos processos de concessão, bem como os estados e municípios que dispõem de florestas públicas para futuras concessões, podem se planejar com antecedência. Portanto, o PAOF é, em última instância, um instrumento de planejamento transparente e participativo.

Para atingir o seu objetivo, o PAOF avalia a demanda por produtos florestais, evidencia a sinergia entre a política florestal e as outras políticas setoriais e determina, por meio de metodologia objetiva, as florestas públicas passíveis de concessão.

As florestas, naturais ou plantadas, passíveis de concessão florestal citadas neste plano podem ser encontradas em diversos biomas brasileiros. A seleção dessas florestas se faz a partir do conjunto de florestas, denominadas florestas públicas, ou seja, sob o domínio da União, dos estados, dos municípios, do Distrito Federal ou de entidades da administração indireta que se encontram registradas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP) (ver figura 1).

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Figura 1. Florestas públicas do Brasil.

O Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP) registrou, em março de 2010, a existência de 240.952.877 hectares de florestas públicas federais e estaduais. Essas florestas estão distribuídas em terras indígenas (41%), unidades de conservação de uso sustentável (20%), unidades de conservação de proteção integral (16%), terras arrecadadas pela União e ainda não destinadas (15%) e áreas de uso comunitário (8%), conforme ilustrado na figura 2.

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Figura 2. Distribuição das florestas públicas do Brasil.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/CNFP (março/2010).

É importante destacar que o uso comunitário apresentado na figura 2 se refere a Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS), Projetos de Assentamento Agroextrativista (PAE), Projetos de Assentamento Florestal (PAF) e áreas de sobreposição (áreas que possuem mais de uma destinação legal, uma delas de uso comunitário). O uso comunitário está também representado pela fatia de Terras Indígenas (41%) e UC de Uso Sustentável (RESEX e RDS).

1.2 A CONCESSÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS E O MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL

Com o advento da Lei no 11.284/2006, uma nova modalidade de gestão de florestas públicas foi oferecida à sociedade brasileira: a concessão florestal. Essa modalidade pressupõe a regulação e a condução, pelo poder público, de processos de concessão florestal a empresas ou outras pessoas jurídicas que, mediante licitação, demonstrem capacidade de praticar e gerir de forma autônoma o manejo florestal sustentável, dentro de um prazo determinado (até 40 anos) em uma unidade de manejo.

O uso sustentável dos recursos florestais e o desejável estabelecimento e consolidação de economias locais com base em florestas demandam, entre outros fatores: (i) o aumento da rentabilidade do manejo florestal sustentável; (ii) a melhoria das técnicas e tecnologias empregadas no manejo florestal sustentável; (iii) o controle da dinâmica de ocupação dos territórios, especialmente na Amazônia; e (iv) o fomento às atividades produtivas florestais sustentáveis.

A Lei de Gestão de Florestas Públicas se apresenta como instrumento central de valorização do manejo florestal para fins de conservação e uso sustentável dos recursos florestais, pela oferta de áreas para o desenvolvimento dessas atividades, reguladas por uma combinação de incentivos econômicos e instrumentos de comando e controle para uso sustentável dos recursos florestais. Da mesma forma, atua como elemento integrador de diversas políticas públicas, oferecendo condições jurídico-institucionais importantes para o ordenamento territorial brasileiro, por meio da participação popular e da coerência com outras políticas e planos de governo em vigor.

De modo similar, o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM), cujo objetivo geral é reduzir as taxas de desmatamento na Amazônia brasileira, por meio de um conjunto de ações integradas, que inclui o fomento à produção sustentável, associadas ao crescimento expressivo das áreas florestais sob manejo, encontra suporte nas ações previstas no PAOF 2011. O PAOF prevê a oferta potencial de áreas com florestas públicas federais para fins de concessão, a qual contribuirá para a diminuição das práticas de grilagem de terras públicas e de exploração ilegal de madeiras, reduzindo o desmatamento e assegurando a sustentabilidade de negócios florestais no longo prazo.

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Em síntese, o estabelecimento de uma economia florestal com base em contratos de concessões fortalece a presença do Estado e propicia o desenvolvimento de atividades ligadas ao manejo dos recursos naturais locais, criando condições concretas para a conservação das florestas, a geração de emprego e renda e a proteção efetiva dos interesses dos municípios, dos estados, do Distrito Federal e da União.

1.3 OBJETIVO DO PAOF

Este PAOF abrange as florestas públicas federais, conforme determinam os artigos 10 e 11 da Lei no 11.284/2006 e os artigos 19, 20, 21, 22, 23 e 24 do Decreto no 6.063/2007, e tem como objetivo selecionar e descrever as florestas públicas federais passíveis de concessão florestal no período de janeiro a dezembro de 2011, considerando a convergência e o alinhamento com outras políticas públicas da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal.

O PAOF de 2011 apresenta algumas modificações em relação aos PAOFs dos anos anteriores, dentre as quais destacam-se:

a metodologia de seleção de florestas passíveis de concessão foi aprimorada conforme as exigências da Lei no 11.284/2006;

as florestas públicas federais passíveis de concessão estão descritas separadamente e com maior detalhe em fichas que se encontram no Anexo A;

as informações de polos de produção florestal na região Norte do Brasil foram atualizadas.

as áreas florestais foram calculadas de acordo com as recomendações disponibilizadas na documentação técnica geral da Base Cartográfica Vetorial Contínua do Brasil, ao milionésimo-BCIM (IBGE, 2010 (b))

a apresentação dos recursos humanos e financeiros destinados ao monitoramento e à fiscalização em âmbito federal, estadual, municipal e do Distrito Federal.

2 AS FLORESTAS PÚBLICAS BRASILEIRAS

Para os efeitos da Lei no 11.284/2006, são consideradas florestas públicas aquelas florestas naturais ou plantadas, localizadas nos diversos biomas brasileiros, que sejam bens sob o domínio da União, dos estados, dos municípios, do Distrito Federal ou das entidades da administração indireta, em diferentes situações quanto aos seus objetivos e às modalidades de gestão previstas na Lei de Gestão de Florestas Públicas.

As florestas públicas federais são incluídas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP)1, com a indicação da situação de cada área (áreas protegidas, de uso sustentável, de uso comunitário, não destinadas, entre outras). Os dados provenientes do CNFP são fundamentais para a elaboração do PAOF e para a seleção das áreas passíveis de concessão florestal no ano de vigência deste instrumento de planejamento.

Este capítulo apresenta uma visão geral sobre as florestas públicas que foram consideradas durante o processo de elaboração do PAOF 2011. Essas informações facilitarão a compreensão da metodologia adotada para a seleção das áreas passíveis de concessão incluídas neste Plano. Além disso, são apresentadas também as florestas públicas já destinadas à proteção integral, bem como aquelas destinadas ao uso comunitário e as áreas vinculadas aos contratos de transição previstos no artigo 70 da Lei no 11.284/2006.

1 O Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP) foi regulamentado pela Resolução no 02/2007 do Serviço Florestal Brasileiro. O

(17)

17

2.1 DISTRIBUIÇÃO DAS FLORESTAS PÚBLICAS NO BRASIL

O Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP), instituído pela Lei no 11.284/2006, é integrado por bases próprias de informações dos órgãos e entidades gestoras de florestas públicas da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, que estão em permanente atualização. Em razão de ser um sistema dinâmico, o CNFP oscila ao longo do tempo, apresentando acréscimos e, eventualmente, decréscimos nas áreas de florestas públicas.

As florestas públicas do Brasil inseridas no CNFP, em março de 2010, compreendem uma área de aproximadamente 241 milhões de hectares, o que representa 28% do território nacional, e incluem aproximadamente 213 milhões de hectares de florestas federais e 28 milhões de hectares de florestas estaduais (ver figuras 3 e 4).

Figura 3. Proporção de florestas públicas federais e estaduais no território brasileiro (em milhões de ha).

Figura 4. Distribuição das florestas públicas pertencentes à União e aos estados, inseridas no CNFP.

Florestas Públicas Federais 88% Florestas Públicas Estaduais 12%

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O mapa das florestas públicas federais e estaduais identificadas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP), em março de 2010, está apresentado na figura 5. Apenas as florestas públicas estaduais cadastradas pelas Unidades da Federação constam desse mapa.

Figura 5. Distribuição das florestas públicas federais e estaduais identificadas no CNFP (março/2010).

As florestas públicas brasileiras distribuem-se nos diferentes biomas e regiões do país. No entanto, a maior parte (93%) encontra-se no Bioma Amazônico (ver tabela 1).

Tabela 1: Distribuição das florestas públicas identificadas no CNFP nos biomas e regiões do país (em ha).

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/CNFP (março/2010).

Nota: * Resíduos são valores oriundos de análises espaciais entre bases de dados. Os dados quantitativos relativos às florestas públicas foram obtidos a partir de superposições e geoprocessamento de dados geográficos de diversas fontes, em que a manipulação de projeções cartográficas, ajuste de escalas e sistemas de referência resultam em novos polígonos de pequena dimensão que podem não representar variações espaciais reais. Esses falsos polígonos surgem quando se sobrepõem duas linhas de bases de dados espaciais diferentes (ex: o shape dos biomas e o mapa do Brasil ou a fronteira entre Terra Indígena e Floresta Pública), que, ao serem sobrepostas, não coincidem, gerando os chamados “spurius” no resultado da superposição (HUNTER, GOODCHILD, 2010; LIMA D’ALGE, 2010).

Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul

Amazônia 211.011.680 1.927.584 10.427.455 32.739 223.399.457 Caatinga 1.002.697 80.617 1.083.314 Cerrado 44.767 2.506.082 10.047.454 929.343 853 13.528.500 Mata Atlântica 229.306 177.805 1.153.041 796.922 3.813 2.360.888 Pampa 91.720 50 91.769 Pantanal 488.774 176 488.950 Total geral 211.056.447 5.665.669 21.141.487 2.163.001 888.642 37.631 240.952.878 Regiões

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19

Todos os estados da Federação possuem florestas públicas (federais e estaduais) identificadas no CNFP. O estado do Amazonas, com 89,5 milhões de hectares, contempla a maior extensão de florestas públicas, seguido do Pará, com 75,3 milhões, de Roraima, com 16,8 milhões, do Mato Grosso, com 15,9 milhões, e de Rondônia, com 10,9 milhões de hectares. Esses cinco estados amazônicos concentram 86,5% de todas as florestas públicas brasileiras cadastradas (ver figura 6).

Figura 6. Os cinco estados com maior área de florestas públicas (em milhões de ha).

2.2 AS FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS

As florestas públicas federais destinadas ou Tipo A, são aquelas destinadas à proteção e conservação do meio ambiente ou ao uso comunitário.

As florestas não destinadas ou Tipo B são aquelas situadas em terras arrecadadas pelos entes da Federação e que ainda não foram objeto de destinação específica por parte do órgão gestor da terra pública.

No Cadastro Nacional de Florestas Públicas estão incluídas as florestas públicas federais e estaduais de tipo A e B. Do total de 213 milhões de hectares de florestas públicas federais, 83% (aproximadamente 176 milhões de ha) são de florestas destinadas, e 17% (aproximadamente 36 milhões de ha) são de florestas públicas não destinadas, conforme pode ser observado na figura 7.

Figura 7. Distribuição das florestas públicas federais, segundo sua classificação de destinação. 89,53 75,33 16,76 15,89 10,86 Amazonas Pará Roraima Mato Grosso Rondônia FPF destinadas 83% FPF não destinadas 17%

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20

Desde que foi instituído o Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP), tem sido uma ferramenta chave para a construção do PAOF. Ao longo desse tempo, o PAOF apresentou áreas distintas de florestas públicas federais, confirmando o caráter dinâmico do CNFP, conforme apresentado na tabela 2.

Tabela 2: Área de FPF divulgada nos PAOFs de 2007-2008, 2009, 2010 e 2011 em milhões de ha.

Entre os anos de 2009 e 2010, houve decréscimo nas áreas de florestas públicas federais (FPF) destinadas. A destinação das FPF arrecadadas inclui o processo de regularização fundiária de posses com processos anteriores a 2004. Dessa forma, muitas áreas incluídas no CNFP podem se tornar inativas à medida que essas posses venham a ser reconhecidas definitivamente como propriedades privadas (ver figura 8).

Figura 8. Área total de FPF divulgadas nos PAOFs (em milhões de ha).

2007 - 2008 2009 2010 2011

FPF destinadas

164,54

173,10

171,05

176,58

FPF não destinadas

29,30

25,41

25,75

36,07

Total

193,84

198,52

196,80

212,64

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21

A tabela 3 apresenta as florestas públicas federais por região, estado e situação (destinadas e não destinadas). A região Norte concentra as maiores áreas de florestas públicas federais do Brasil, com 187 milhões de ha.

Tabela 3: Florestas públicas federais por região, estado e situação (em ha)

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/CNFP (março/2010).

Nota: * Resíduos são valores oriundos de análises espaciais entre bases de dados. Os dados quantitativos relativos às florestas públicas foram obtidos a partir de superposições e geoprocessamento de dados geográficos de diversas fontes, em que a manipulação de projeções cartográficas, ajuste de escalas e sistemas de referência resultam em novos polígonos de pequena dimensão que podem não representar variações espaciais reais. Esses falsos polígonos surgem quando se sobrepõem duas linhas de bases de dados espaciais diferentes (ex: o shape dos biomas e o mapa do Brasil ou a fronteira entre Terra Indígena e Floresta Pública), que, ao serem sobrepostas, não coincidem, gerando os chamados “spurius” no resultado da superposição (HUNTER, GOODCHILD, 2010; LIMA D’ALGE, 2010).

Região

Estado

FPF destinadas FPF não destinadas

Total

AC 6.824.529 463.907 7.288.437 AM 67.031.719 14.191.793 81.223.512 AP 6.885.276 419.820 7.305.096 PA 50.227.958 10.805.876 61.033.834 RO 7.204.120 3.654.111 10.858.231 RR 11.689.298 5.066.407 16.755.706 TO 3.290.877 21.104 3.311.981 AL 20.285 20.285 BA 931.604 931.604 CE 87.854 87.854 MA 2.946.867 353.342 3.300.208 PB 41.112 41.112 PE 190.267 190.267 PI 1.084.562 1.084.562 RN 1.489 1.489 SE 12.323 12.323 DF 56.050 56.050 GO 268.382 268.382 MS 851.005 851.005 MT 14.806.147 1.082.863 15.889.010 ES 85.747 85.747 MG 660.162 660.162 SP 75.302 75.302 RJ 139.428 139.428 PR 478.903 478.903 RS 258.374 258.374 SC 217.593 217.593 Resíduos * 209.148 8.221 217.369

Total

176.576.382 36.067.444 212.643.826 Norte (187.776.796 ha) Nordeste (5.669.705 ha) Centro-Oeste (17.064.447 ha) Sudeste (960.638 ha) Sul (954.870 ha)

(22)

22

2.2.1 Florestas públicas federais destinadas a Unidades de Conservação

No Cadastro Nacional de Florestas Públicas, aproximadamente 59 milhões de hectares são de unidades de conservação federais (UC) - aproximadamente 31 milhões de ha de proteção integral e 28 milhões de ha de uso sustentável (ver figuras 9 e 10).

Figura 9. Proporção das Unidades de Conservação no total de Florestas Públicas Federais em milhões de ha.

Figura 10. Proporção das Unidades de Conservação de Proteção Integral e Unidades de Conservação de Uso Sustentável (Federais).

Todas as Unidades de Conservação Federais são incluídas no CNFP, com exceção das áreas que admitem parcial ou integralmente a existência de propriedade privada nos seus domínios, tais como:

Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN); Áreas de Proteção Ambiental (APA);

Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIE); Refúgios de Vida Silvestre (RVS).

Nesses casos, somente a parcela localizada sobre terras públicas é inserida no CNFP.

Nas tabelas 4 e 5, são apresentadas as florestas públicas federais que estão destinadas a unidades de conservação de proteção integral e a unidades de conservação de uso sustentável, respectivamente.

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Tabela 4: Florestas públicas federais destinadas a unidades de conservação de proteção integral.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/CNFP (março/2010).

Tabela 5: Florestas públicas federais destinadas a unidades de conservação de uso sustentável.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/CNFP (março/2010).

Nas unidades de conservação de proteção integral, não é possível a realização de atividades de manejo florestal. Por outro lado, naquelas de uso sustentável, é possível o manejo da floresta para produtos e serviços. Para cada categoria de unidade de conservação (UC), as atividades florestais e as condições são definidas nos planos de manejo das unidades.

2.2.2 Florestas públicas federais destinadas para uso comunitário

Estima-se que cerca de 129 milhões de hectares de florestas públicas federais estão destinados ao uso comunitário. A maior proporção dessas áreas se localiza na Amazônia Legal.

As florestas públicas federais destinadas às comunidades podem ser utilizadas para a produção florestal tanto madeireira como de produtos não madeireiros, desde que consideradas regras de utilização estabelecidas em cada categoria e que haja o envolvimento das comunidades. A destinação de florestas públicas ao uso comunitário é feita de forma não onerosa e tem prioridade em relação às concessões florestais onerosas. As florestas públicas destinadas ao uso por populações tradicionais são:

Terras Indígenas;

Unidades de Conservação de Uso Sustentável (Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável);

Projetos de desenvolvimento sustentável (PDS);

Projetos de Assentamentos (Projetos de Assentamento Agroextrativista, Projetos de Assentamento Florestal).

Na tabela 6, foram listadas as principais categorias de florestas públicas comunitárias e sua respectiva área, em âmbito federal. Do total de 212 milhões de hectares de florestas públicas federais, 129 milhões de hectares estão destinados às comunidades, o que representa 61% do total de florestas públicas federais cadastradas no Brasil.

UC Proteção Integral Federal Área (em ha)

Estação Ecológica (ESEC) 32 6.985.151,87

Parque Nacional (PARNA) 64 21.060.018,00

Reserva Biológica (REBIO) 29 3.387.899,82

Refúgio da Vida Silvestre 5 168.960,34

Monumento Natural 0 0,00

Áreas de sobreposição* - 0,00

Total 31.602.030,02

UC Uso Sustentável Federal Área (em ha)

Área de Proteção Ambiental (APA) 30 1.640.682,26

Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) 17 35.748,99

Floresta Nacional (FLONA) 65 14.450.970,72

Reserva Extrativista (RESEX) 56 11.599.219,50

Reserva do Desenvolvimento Sustentável (RDS) 1 64.440,93

Áreas de sobreposição* - 0,00

(24)

24

Tabela 6: Área estimada de florestas comunitárias federais em 2010.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/CNFP (março/2010).

2.2.3 Florestas públicas federais arrecadadas e não destinadas

As florestas públicas federais destinadas, denominadas pelo Serviço Florestal Brasileiro como florestas do tipo A, são aquelas para as quais a União já definiu uma utilização para o cumprimento de sua função social, tais como a conservação ambiental ou o uso comunitário por grupos sociais. As florestas não destinadas (Tipo B) são terras públicas com cobertura florestal em poder da União que ainda não possuem uso específico.

Dos 212 milhões de hectares de florestas públicas federais identificadas no CNFP, cerca de 17% são florestas não destinadas, que representam 36 milhões de hectares. Dessas, 98% encontram-se no bioma Amazônico, e o restante no Cerrado e na Caatinga.

A destinação das florestas públicas federais arrecadadas inclui o processo de regularização fundiária de posses com processos anteriores a 2004. Dessa forma, muitas áreas incluídas no CNFP poderão se tornar inativas à medida que essas posses venham a ser reconhecidas definitivamente como propriedades privadas.

2.2.4 Florestas públicas federais em processo de concessão

A primeira Floresta Nacional submetida ao processo de concessão foi a FLONA do Jamari, no estado de Rondônia. O edital foi lançado em 2007 e teve o processo concluído em 2008, com a assinatura de três contratos de concessão relativos a três unidades de manejo florestal, com áreas de 17.178 hectares, 32.988 ha e 48.184 ha, respectivamente. Os planos de manejo florestal das concessionárias vencedoras do certame licitatório já se encontram aprovados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a expectativa é que as operações efetivamente se iniciem até o segundo semestre de 2010. Estima-se uma produção anual de 72.270 m3 de madeira, a geração de cerca de R$ 4,2 milhões em recursos arrecadados e criação de 318 empregos diretos nos municípios de Itapoã do Oeste e Cujubim.

O segundo lote de concessão florestal, na Floresta Nacional de Saracá-Taquera, no Pará, iniciou com o Edital no 01/2009 e a licitação de três unidades de manejo florestal, com áreas de 18.794 ha, 30.063 ha e 91.683 ha. As empresas foram habilitadas em abril de 2010 e a sessão para abertura das propostas técnicas e de preço está programada para o mês de junho de 2010. A expectativa do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) é que a licitação esteja terminada com a assinatura dos contratos pelas empresas até o fim de agosto de 2010, com a finalização do processo. A previsão de extração de madeira é de 105.405 m3/ano, gerando cerca de 2,5 milhões de reais a cada ano, e com a criação de 300 empregos diretos na região.

A concessão da FLONA do Amana, também no Pará, teve o pré-edital lançado em abril de 2010. As audiências públicas foram realizadas no mês de maio de 2010 nos municípios de Itaituba e Jacareacanga. Para esse lote de concessão, estão previstas cinco unidades de manejo florestal, com áreas que variam de 19 a 89 mil ha. A previsão para a conclusão do processo é novembro de 2010.

Áreas de Florestas Comunitárias Área (em ha)

Terra Indígena (TI) 98.389.883,32

Reserva Extrativista (RESEX) 11.599.219,50

Reserva do Desenvolvimento Sustentável (RDS) 64.440,93 Programa de Assentamento Agroextrativista (PAE) 5.896.876,53 Programa de Desenvolvimento Sustentável (PDS) 2.389.577,05 Projeto de Assentamento Florestal (PAF) 225.496,63 Áreas de sobreposição (uso comunitário) 10.281.455,79

(25)

25

Tabela 7: Florestas públicas federais em concessão e em processo de concessão florestal.

Nota: * Das três unidades de manejo que foram licitadas na FLONA de Saracá-Taquera, a UMF I não teve interessado. O total da área das UM é de 140.540 ha.

Considerando-se a tipologia florestal, as condições logísticas, os ciclos de manejo, o foco preliminar em produção de madeira com aproveitamento de resíduos e as limitações geográficas, estima-se uma produção anual de aproximadamente 335 mil m3 de madeira em tora e uma previsão de arrecadação de recursos de 13,6 milhões de reais por ano.

2.2.5 Florestas públicas federais com contrato de transição

O Contrato de Transição é um instrumento administrativo temporário, estabelecido pela Lei de Gestão de Florestas Públicas, que possibilitou a continuidade de atividades florestais já existentes em áreas de florestas públicas no momento da promulgação dessa lei, em março de 2006.

Conforme disposto no artigo 70 da Lei no 11.284, o Serviço Florestal Brasileiro atua como gestor dos contratos de transição. Atualmente, existe apenas um contrato vigente, cujo detentor é a empresa madeireira L.F. Timbers, no município de Portel, no Pará. Esse contrato não se encontra em execução, uma vez que, até a presente data, não foi emitida a autorização de exploração (AUTEX) pelo órgão competente, o IBAMA. Esse contrato de transição tem vigência até abril de 2011. Em 2010, foram finalizados outros nove contratos de transição localizados ao longo das rodovias BR-163 e BR-230 (Transamazônica), que totalizavam 7 mil hectares, distribuídos nos municípios de Novo Progresso (1.358,03 ha) e Portel (5.648,95 ha), conforme ilustrado na figura 11.

Floresta Públicas UF Área total

(em ha) Unidades de Manejo Área sob concessão (em ha) Área em processo de concessão (em ha) Potencial de produção esperada (em m3/ano) Previsão de arrecadação de recursos (em R$/ano) FLONA do Jamari RO 222.303 3 96.361 - 72.271 4.263.974 FLONA de Saracá-Taquera PA 441.147 3 - 48.857* 105.405 2.532.014 FLONA do Amana PA 542.553 5 - 210.152 157.590 6.817.991 Total 1.206.003 355.370 335.266 13.613.979

(26)

26

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27

3 FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PARA CONCESSÃO

A Lei no 11.284/2006, em seu artigo 9o, determina que apenas as unidades de manejo previstas no Plano Anual de Outorga Florestal em vigência são elegíveis para a concessão florestal.

Neste capítulo, será descrito o processo de seleção das áreas de florestas públicas federais passíveis de serem disponibilizadas para concessão em 2011.

3.1 METODOLOGIA UTILIZADA PARA SELEÇÃO DAS ÁREAS

Em conformidade com a legislação, o Serviço Florestal Brasileiro adotou a seguinte metodologia de seleção de florestas públicas para concessão florestal em 2011.

1a Fase: Exclusão de todas as áreas de florestas públicas que possuem impedimentos ou restrições legais para serem submetidas a processos de concessão florestal.

2a Fase: Exclusão de áreas de florestas públicas federais que não se encontram aptas para serem submetidas a processos de concessão florestal no ano de vigência do PAOF 2011

1a FASE: Exclusão das áreas que possuem impedimentos ou restrições legais para concessão florestal.

a. Exclusão das áreas de florestas públicas estaduais

Inicialmente foram excluídas as áreas de florestas públicas estaduais, uma vez que eventuais concessões nessas florestas é uma prerrogativa exclusiva dos entes federados.

b. Exclusão de unidades de conservação de proteção integral

As Unidades de Conservação de Proteção Integral

(Estação Ecológica

ESEC, Reserva Biológica

REBIO,

Parque Nacional

PARNA, Refúgio da Vida Silvestre

RVS, Monumento Natural

MONA)

são excluídas em razão de suas características específicas descritas na Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

c. Exclusão das unidades de conservação de uso sustentável

As Unidades de Conservação de Uso Sustentável destinadas ao uso comunitário (Reservas Extrativistas - RESEX e Reservas de Desenvolvimento Sustentável - RDS) devem ser excluídas do PAOF assim como as Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) e Reserva de Fauna (RF) que abrigam populações animais de espécies nativas e possuem características naturais extraordinárias ou abrigam exemplares raros da biota regional (ver tabela 8).

Áreas de Florestas Públicas Estaduais 28.309.051,58 12%

(28)

28

Tabela 8: Total de áreas de UCs de uso sustentável que foram excluídas do PAOF.

d. Exclusão das terras indígenas e áreas ocupadas por comunidades locais

Conforme determina a Lei no 11.284/2006, o PAOF deverá proceder à exclusão das terras indígenas e das áreas ocupadas por comunidades locais.

As Terras Indígenas, segundo a Constituição Federal, são as áreas tradicionalmente ocupadas pelos índios, as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários ao seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.

A Constituição ainda estabelece, em relação às Terras Indígenas, que: estas se incluem entre os bens da União (art. 20, XI);

são destinadas à posse permanente por parte dos índios (art. 231, §2o);

são nulos e extintos todos os atos jurídicos que afetem sua posse, salvo relevante interesse público da União (art. 231, §6o);

apenas os índios podem usufruir das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes (art. 231, §2o); o aproveitamento dos seus recursos hídricos, aí incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais, só pode ser efetivado com a autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada a participação nos resultados da lavra (art. 231, §3o, art. 49, XVI);

é necessária lei ordinária que fixe as condições específicas para exploração mineral e de recursos hídricos nas Terras Indígenas (art. 176, §1o);

são inalienáveis e indisponíveis, e o direito sobre elas é imprescritível (art. 231, §4o); e

é vedado remover os índios de suas terras, salvo casos excepcionais e temporários (art. 231, §5o). Do total de Florestas Públicas Federais, 41% (aproximadamente 98 milhões de ha) são Terras Indígenas. As demais florestas públicas destinadas ao uso por populações tradicionais e uso comunitário são:

Reservas Extrativistas (RESEX);

Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS); Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS); Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE); Projeto de Assentamento Florestal (PAF);

as áreas de sobreposição identificadas no CNFP.

UCs de Uso Sustentável Área

Reserva Extrativista (RESEX) 11.599.219,50

Reserva do Desenvolvimento Sustentável (RDS) 64.440,93 Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) 35.748,99

(29)

29

Tabela 9: Total de áreas ocupadas por comunidades locais que foram excluídas do PAOF.

É importante destacar que, no Cadastro de Florestas Públicas (CNFP), são identificadas várias áreas de sobreposição, ou seja, áreas que possuem mais de uma destinação legal.

Em uma análise mais detalhada das áreas sobrepostas identificadas no CNFP, observou-se que todas as áreas de sobreposição são áreas destinadas ao uso comunitário. Assim, por exemplo, existem Terras Indígenas, PDS e PAE sobrepostas a várias unidades de conservação. Dessa forma, esse conjunto de áreas que se encontram sobrepostas foi excluído do processo de seleção de áreas para concessão florestal.

e. Exclusão das áreas de interesse para criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral Segundo a Lei no 11.284/2006, devem ser excluídas do PAOF as áreas de interesse para criação de unidades de conservação de proteção integral.

O Decreto no 5.092, de 21 de maio de 2004, definiu que o Ministério do Meio Ambiente deveria definir as regras para identificação de áreas prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade.

A Portaria no 126 do Ministério do Meio Ambiente, de 27 de maio de 2004, estabeleceu que as áreas prioritárias para conservação são aquelas apresentadas no mapa "Áreas Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira", publicado em 2003 e reeditado em 2004 pelo Ministério do Meio Ambiente.

De acordo com a tabela de recomendações de áreas prioritárias divulgada pelo PROBIO (Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira), em 2004, existem aproximadamente 2,2 milhões de ha de florestas públicas federais não destinadas onde há interesse para criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral.

f. Exclusão das áreas previstas para uso exclusivamente comunitário

A relação das áreas previstas para uso exclusivamente comunitário foi proveniente da tabela de recomendações de áreas prioritárias divulgada pelo PROBIO (2004) e da relação de áreas de Quilombolas divulgadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Ao todo existem aproximadamente 871 mil ha de florestas públicas federais não destinadas onde há previsão para uso exclusivamente comunitário.

g. Exclusão das áreas de florestas públicas federais não destinadas

As florestas públicas federais não destinadas são bens públicos, classificados como bens dominicais, e representam o patrimônio disponível do Estado. A essas florestas, todavia, ainda não foi dada uma destinação que atenda às necessidades coletivas e estatais. Assim, para que seja possível realizar concessões florestais

TI e Áreas Ocupadas por Comunidades Locais Área

Terra Indígena (TI) 98.389.883,32

Programa de Assentamento Agroextrativista (PAE) 5.896.876,53

Programa de Desenvolvimento Sustentável (PDS) 2.389.577,05

Projeto de Assentamento Florestal (PAF) 225.496,63

Áreas de sobreposição (REBIO/TI, ESEC/Uso Comunitário, PARNA/PAE, PARNA/PDS, PARNA/TI, PAE/TI, TI/Floresta Estadual, TI/PDS, APA/TI, ARIE/TI, PAE/ARIE, RESEX/TI, RESEX/Uso Comunitário)

3.829.191,17

Total 110.731.024,70 46%

Áreas de interesse para criação de UCs de Proteção Integral 2.185.411,46 0,9%

(30)

30

nessas áreas, as florestas públicas federais não destinadas devem ser, preliminarmente, afetadas a um dos seguintes fins: a destinação direta ao Serviço Florestal Brasileiro (SFB) ou a destinação ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para criação de Florestas Nacionais (unidades de conservação de uso sustentável).

A primeira fase de exclusão de áreas de florestas públicas federais para fins de concessão florestal que, de acordo com a Lei de Gestão de Florestas Públicas, apresentam impedimentos ou restrições legais para essa modalidade de gestão resultou na exclusão de 218,4 milhões de ha, ou seja, 90,6% do total das áreas de florestas públicas.

Ao final dessa primeira fase, restaram aproximadamente 22,5 milhões de ha de florestas públicas federais legalmente aptas a serem submetidas às etapas subsequentes dos processos de concessão em 2011.

2a FASE: Exclusão de áreas de florestas públicas federais que não estarão aptas para serem submetidas a processos de concessão florestal no ano de vigência do PAOF 2011.

a. Exclusão de Áreas de Floresta Públicas Federais que já estão em concessão.

A Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, foi a primeira floresta pública federal a ser submetida a concessão florestal. Como essa área já está sob concessão, foi excluída do conjunto de áreas aptas para concessão em 2011.

b. Exclusão de florestas públicas federais que não possuem Plano de Manejo aprovado ou perspectiva de aprovação no período de vigência do PAOF.

O Decreto no 4.340/2002, que regulamenta a Lei no 9.985/2000, determina que autorizações para a exploração comercial de produtos, subprodutos ou serviços em unidade de conservação de domínio público só serão permitidas se previstas no plano de manejo da unidade, mediante decisão do órgão executor, ouvido o conselho da unidade de conservação.

Nesta fase, seguindo o processo de exclusão de áreas de florestas públicas que não estarão aptas para serem submetidas a processos de concessão florestal em 2011, foram eliminadas todas as áreas que não possuem plano de manejo aprovado ou perspectiva de aprovação no período de vigência do PAOF.

Dessa forma, as UCs excluídas dos processos de concessão em 2011 somam uma área aproximada de 14 milhões de ha.

Áreas de florestas públicas não destinadas 33.010.885,64 14%

FPF sem restrições legais para concessão florestal em 2001 22.543.917,50 9,36%

(31)

31

c. Exclusão de florestas públicas federais conforme manifestação do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMbio).

Atendendo ao que preceitua o §1° do artigo 48 da Lei no 11.284/2006, que determina que a inserção de unidades de manejo das florestas, nacionais, estaduais e municipais no PAOF requer prévia autorização do órgão gestor da unidade de conservação, foram excluídas do processo de concessão em 2011 dez unidades de conservação (FLONAs).

Dessa forma, as UCs excluídas nessa etapa do processo de concessão em 2011 somam uma área aproximada de 2,8 milhões de ha.

Como áreas aptas para concessão florestal em 2011, restam 2,12% do total de florestas públicas, ou seja, aproximadamente 5,1 milhões de ha.

A seguir é apresentado um fluxograma que demonstra o processo de seleção das áreas que poderão ser disponibilizadas para concessão em 2011.

(32)

32

1a FASE - Exclusão de todas as áreas de florestas públicas que possuem impedimentos ou restrições legais para serem submetidas a processos de concessão florestal.

75% 25% 70% 30% 100% 88% 12% 24% 76% 23% 77% 23,1% 76,9% 9,4% 90,6% Florestas Públicas do CNFP (Federais + Estaduais)

240,9 milhões ha (100%)

Exclusão das Unidades de Conservação de Proteção Integral (ESEC, REBIO, PARNA, RVS, MONA)

31,6 milhões de ha (13%)

Exclusão das Florestas Públicas Estaduais 28,3 milhões ha (12%)

Exclusão das Unidades de Conservação de Uso Sustentável (RDS, RESEX, RF, ARIE)

11,6 milhões de ha (5%)

Exclusão das Terras Indígenas e áreas ocupadas por comunidades locais (TI, PAE, PDS, PAF, Áreas de sobreposição)

110,7 milhões de ha (46%)

Exclusão das áreas de interesse para criação de UCs de proteção integral (PROBIO)

2,2 milhões de ha (0,9%)

Exclusão das áreas de florestas públicas federais não destinadas 33 milhões de ha (14%)

Exclusão de áreas previstas para uso exclusivamente comunitário (PROBIO)

871 mil ha (0,4%)

Florestas públicas federais sem impedimentos ou restrições legais para concessão florestal em 2011

(33)

33

2a FASE: Exclusão de áreas de florestas públicas federais que não estarão aptas para serem submetidas a processos de concessão florestal no ano de vigência do PAOF 2011.

9,4% 90,6% 9,3% 90,7% 3,3% 96,7% Exclusão das áreas que não possuem Plano de Manejo aprovado ou

perspectiva de aprovação no período de vigência do PAOF 14,4 milhões de ha (6%)

Exclusão de áreas de florestas públicas federais que se encontram sob concessão

222 mil ha (0,09%)

Total de florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2011

5,1 milhões de ha (2,12%)

Florestas públicas federais sem impedimentos ou restrições legais para concessão florestal em 2011

22,5 milhões de ha (9,4%)

Exclusão de áreas de florestas públicas federais conforme manifestação do ICMbio.

2,8 milhões de ha (1,14%)

2,1%

(34)

34

3.2 FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PASSÍVEIS DE CONCESSÃO

O conjunto de florestas públicas federais resultado da aplicação da metodologia para a seleção das áreas passíveis de concessão no período de janeiro a dezembro de 2011 está apresentado na tabela 10. Essa tabela apresenta a região e o estado onde a Floresta Nacional se encontra, a área que está descrita no Decreto de criação da UC e a área que foi cadastrada no Cadastro Nacional de Florestas Públicas.

No total foram selecionadas 11 Florestas Nacionais passíveis de concessão florestal em 2011 (ver tabela 10), compreendendo cerca de 5,1 milhões de ha, ou seja, 2,1% do total de florestas públicas inseridas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas.

Informações mais detalhadas sobre as onze FLONAs passíveis de concessão podem ser visualizadas no Anexo A.

Tabela 10: Lista de florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2011.

Nota: * A diferença observada entre essas áreas decorre do fato de que as informações dos limites das UCs foram obtidas em períodos diferentes e a partir de documentações existentes ou levantamentos de campo com diferentes padrões de precisão. Atualmente são utilizadas ferramentas de geoprocessamento que geram novos dados de área, distâncias, etc. com maior precisão.

É importante destacar que o total de áreas passíveis de concessão para o ano de 2011 (5,1 milhões de ha) ainda sofrerá redução, uma vez que todas as FLONAs têm previsto em seus Planos de Manejo apenas uma porcentagem de áreas que é destinada ao manejo florestal.

Na figura 12 a seguir, é possível visualizar todas as florestas passíveis de concessão em 2011.

Região Estado Nome da UC

Área do Decreto de

criação *

Área Total do Cadastro *

1 Floresta Nacional do Macauã 173.475,00 176.164,84

2 Floresta Nacional de São Francisco 21.600,00 21.205,90

3 Floresta Nacional de Altamira 689.012,00 761.135,70

4 Floresta Nacional de Crepori 740.661,00 741.783,67

5 Floresta Nacional de Itaituba I 220.034,20 220.254,13

6 Floresta Nacional de Itaituba II 440.500,00 423.956,21

7 Floresta Nacional do Amana 540.417,17 542.553,42

8 Floresta Nacional do Jamanxim 1.301.120,00 1.301.214,86

9 Floresta Nacional do Trairão 257.482,00 257.502,72

10 Floresta Nacional Saracá-Taquera 429.600,00 441.147,94

RO 11 Floresta Nacional de Jacundá 220.644,00 220.841,72

Total 5.034.545,37 5.107.761,11

AC

PA Norte

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