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Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Nota

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Academic year: 2021

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Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

Empresas que optaram pelo pagamento

mensal em 2010 com apuração anual

do saldo a pagar ou a compensar

SUMÁRIO

1. Obrigação de apurar o lucro real anual 2. Apuração do lucro real de 2010

3. Cálculo do imposto e do adicional devidos sobre o lucro real

4. Dedução de incentivos fiscais

5. Compensação de imposto pago ou retido na fonte 6. Exemplo

7. Pagamento do saldo do imposto apurado

8. Lançamento de ofício em caso de não pagamento do imposto mensal

9. Aplicação no Finor, no Finam e no Funres 1. OBRIGAÇÃO DE APURAR O

LUCRO REAL ANUAL

As pessoas jurídicas que no ano-calendário de 2010 optaram pelo pagamento mensal do imposto calculado por estimativa ou com base em balanço ou balancete de sus-pensão ou redução ficaram obriga-das à apuração anual do lucro real, em

31.12.2010, para efeito de cálculo do imposto anual e determinação do saldo a pagar ou a compensar ou restituir, mesmo que já não estivessem obrigadas à apuração do lucro real por outro motivo.

(RIR/1999, art. 246, V)

2. APURAÇÃO DO LUCRO REAL DE 2010

A apuração do lucro real deve ser precedida da apuração do lucro líquido, contabilmente, observan-do-se as disposições das leis comerciais. No Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), serão feitos os ajus-tes abordados nos subtópicos seguinajus-tes.

(RIR/1999, arts. 247 e 262)

Nota

Por meio da Instrução Normativa RFB no 989/2009, fica instituído o

Li-vro Eletrônico de Escrituração e Apuração do Imposto sobre a Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido da Pessoa Jurídica Tributada pelo Lucro Real (e-Lalur).

As pessoas jurídicas que apresentarem esse livro ficam dispensadas, em relação aos fatos ocorridos desde 1o.01.2010, da escrituração do Lalur

no modelo e nas normas estabelecidos pela Instrução Normativa SRF no

28/1978, e da utilização do Programa Validador e Assinador da Entrada de Dados para o FCont de que trata a Instrução Normativa RFB no 967/2009,

com a redação dada pela Instrução Normativa RFB no 970/2009 e pela

Instru-ção Normativa RFB no 975/2009 .

2.1 Adições ao lucro líquido

2.1.1 Valores debitados ao resultado contábil, mas não dedutíveis do lucro real

Na determinação do lucro real, devem ser adicionados ao lucro líquido custos, despesas,

en-cargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do resultado que, de acordo com a le-gislação do Imposto de Ren-da, não sejam dedutíveis, tais como (RIR/1999, art. 249, I, e pa-rágrafo único):

1) pagamentos efetuados a sociedade civil de prestação de serviços profissionais relativos ao exercício de profissão legalmente regulamen-tada, quando a beneficiária for controlada, di-reta ou indidi-retamente, por pessoas físicas que sejam diretores, gerentes ou controladores da pessoa jurídica que pagar ou creditar os ren-dimentos, bem como pelo cônjuge ou parente de primeiro grau (pai/mãe, filho(a), sogro(a), genro ou nora) das referidas pessoas;

2) bem que tenha sido objeto de depreciação acelerada a título de incentivo fiscal, contabi-lizada a partir do momento em que a soma da depreciação acumulada normal, registrada na O saldo positivo do

imposto apurado em 31.12.2010 deverá ser pago, em quota única, até 31.03.2011, acrescido de juros equivalentes

à taxa Selic para títulos federais acumulada mensalmente, de 1o.02.2011 até o mês

anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento

(2)

escrituração comercial, à depreciação acumu-lada incentivada, registrada no Lalur, atingir 100% do custo de aquisição do bem;

3) perdas incorridas em operações financeiras iniciadas e encerradas no mesmo dia (day

trade), realizadas em mercado de renda fixa

ou variável, exceto as apuradas por instituição financeira, sociedade de seguro, de previdên-cia privada aberta e de capitalização, socie-dade corretora de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários e sociedade de arrenda-mento mercantil, em operações day trade rea-lizadas nos mercados de renda fixa, de renda variável e de câmbio (RIR/1999, art. 771); 4) Contribuição Social sobre o Lucro (CSL); 5) contribuições não compulsórias, exceto as

des-tinadas a custear seguros e planos de saúde e benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social, instituídos em favor de empregados e dirigentes da pessoa jurídica (ob-servado o limite referido no item 6, a seguir); 6) parcela da soma das despesas com

contri-buições para entidades de previdência priva-da e para o Fundo de Aposentadoria Progra-mada Individual (Fapi), de que trata a Lei no

9.477/1997, cujo ônus seja da pessoa jurídica, que exceder o limite de 20% do total dos sa-lários dos empregados e da remuneração dos dirigentes da empresa vinculados ao referido plano (RIR/1999, art. 361, §§ 1o e 2o);

7) doações, exceto as efetuadas em favor de: 7.1) projetos de natureza cultural

previamen-te aprovados pelo Ministério da Cultura com base no art. 26 da Lei no 8.313/1991,

ou seja, projetos que facultam a dedução de incentivo fiscal (diretamente do Im-posto de Renda devido) de valor até 40% das doações e até 30% dos patrocínios (RIR/1999, arts. 371 e 475);

Nota

O valor das doações feitas em favor de projetos cultu-rais aprovados pelo Ministério da Cultura, com base na Lei no 8.313/1991, art. 18, com a redação dada pela Lei no

9.874/1999, ou seja, de projetos que facultam a dedução de incentivo fiscal (diretamente do imposto devido) de até 100% do valor das doações, não é dedutível como despesa opera-cional e deverá, portanto, ser adicionado ao lucro líquido, para efeito de apuração do lucro real (RIR/1999 art. 476, § 2o).

7.2) instituições de ensino e pesquisa sem finalidade lucrativa, até o limite de 1,5% do lucro operacional da doadora, e doa-ções a entidades civis sem fins lucrativos que prestem serviços gratuitos em

bene-fício de empregados da pessoa jurídica doadora e de seus dependentes ou da comunidade em que atuem, até o limite de 2% do lucro operacional da doadora, desde que observados, além desses li-mites, os demais requisitos previstos no RIR/1999, art. 365;

Notas

(1) A parcela das doações referidas neste subitem que exceder os limites mencionados deve ser adicionada ao lucro líquido. (2) As doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescen-te podem ser deduzidas diretamenAdolescen-te do Imposto de Renda devido (dentro do limite de 1% daquele devido à alíquota de 15%), mas não são dedutíveis como despesa operacional (RIR/1999, art. 591). (3) Desde 1o.01.2011, a pessoa jurídica pode deduzir do

Impos-to de Renda devido, em cada período de apuração, o Impos-total das doações feitas aos Fundos Nacional, Estaduais ou Municipais do Idoso devidamente comprovadas, vedada a dedução como des-pesa operacional.

(4) A dedução do incentivo ao Fundo Nacional do Idoso, somada à dedução relativa às doações efetuadas aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente, não poderá ultrapassar 1% do im-posto devido.

8) perdas apuradas em operações realizadas nos mercados de renda variável e de swap que ex-cederem os ganhos auferidos em operações dessa mesma natureza, exceto perdas incor-ridas em (Lei no 8.981/1995, art. 77, III; Lei no

9.249/1995, art. 12, e Instrução Normativa RFB no 1.022/2010, art. 55, § 5o, e art. 26, § 7o):

8.1) operações de cobertura (hedge); e 8.2) operações de renda variável realizadas

em bolsa, no mercado de balcão organi-zado, autorizado pelo órgão competente, ou por fundos de investimento, para a carteira própria de instituição financei-ra; sociedade de seguro, de previdência privada aberta e de capitalização; socie-dade corretora de títulos, valores mobili-ários e câmbio; sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários ou socie-dade de arrendamento mercantil;

Nota

As alienações de participações societárias permanentes em so-ciedades coligadas ou controladas e de participações societárias que permaneceram no Ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições não estão sujeitas às normas tributárias aplicáveis às operações financeiras de ren-da variável. Assim, às perren-das incorriren-das nessas alienações não se aplica a indedutibilidade referida no item 8 anterior (Instrução Normativa RFB no 1.022/2010, art. 56, § 6o).

9) depreciação, amortização, manutenção, re-paro, conservação, impostos, taxas, seguros, contraprestações de arrendamento mercantil e aluguel de bens, móveis ou imóveis, não re-lacionados intrinsecamente com a produção ou com a comercialização dos bens e serviços (Lei no 9.249/1995, art. 13, II e III);

(3)

10) resultado negativo da avaliação, pela equiva-lência patrimonial, de investimentos (participa-ções societárias) em sociedades coligadas ou controladas (RIR/1999, art. 389);

11) amortização de ágio pago na aquisição de participações societárias sujeitas à avaliação pela equivalência patrimonial, cujo valor deve ser registrado na Parte “B” do Lalur para côm-puto no lucro real do período de apuração em que ocorrer a alienação ou a liquidação do in-vestimento (RIR/1999, arts. 391 e 426);

Nota

À pessoa jurídica que absorveu, em virtude de incorporação, fu-são ou cifu-são, patrimônio de sociedade coligada ou controlada na qual tinha participação societária adquirida com ágio ou deságio, a adição referida neste item não se aplica nos balanços corres-pondentes à apuração do lucro real levantados posteriormente à incorporação, fusão ou cisão e à amortização do ágio cujo funda-mento tenha sido o valor de rentabilidade da coligada ou controla-da (com base em previsão dos resultados nos exercícios futuros), até o limite máximo de 1/60 para cada mês do período de apura-ção (RIR/1999, art. 386).

12) contrapartida da constituição ou do reforço de qualquer provisão, com exceção das seguin-tes provisões (RIR/1999, arts. 335 a 339): 12.1) para férias e 13o salário de empregados;

12.2) para reservas técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem como das entidades de previdência pri-vada, cuja constituição é exigida pela legislação especial aplicável;

12.3) para perdas de estoques de livros de que trata a Lei no 10.753/2003, art. 8o,

alterada pela Lei no 10.833/2003;

13) multas por:

13.1) infrações fiscais, salvo as de natureza compensatória (multas de mora) e as impostas por infrações de que não re-sulte falta ou insuficiência de pagamen-to de tribupagamen-to (RIR/1999, art. 344, § 5o);

13.2) transgressões a normas de natureza não tributária, tais como as previstas em leis administrativas (de trânsito, de vigilância sanitária, de controle de po-luição ambiental, de controle de pesos e medidas etc.), trabalhistas etc. (Pare-cer Normativo CST no 61/1979);

14) tributos e contribuições cuja exigibilidade es-teja suspensa em virtude de (RIR/1999, art. 344, § 1o):

14.1) depósito do seu montante integral; 14.2) reclamações ou recursos em processo

tributário administrativo; ou

14.3) ....concessão de medida liminar em mandado de segurança;

15) prejuízo na alienação ou baixa de investimen-tos adquiridos mediante incentivo fiscal de dedução do Imposto de Renda (RIR/1999, art. 429);

16) remuneração indireta de administradores, di-retores, gerentes e seus assessores (fringe benefits), quando não forem identificados e individualizados os beneficiários, bem como o Imposto de Renda na fonte incidente sobre essa remuneração (RIR/1999, art. 358, § 3o);

17) despesas com alimentação de sócios, acio-nistas e administradores, exceto quando en-quadradas como remuneração indireta das pessoas referidas no item 16 anterior, com a identificação dos beneficiários (RIR/1999, art. 249, parágrafo único, V);

18) gratificações e participações no resultado ou nos lucros atribuídas a dirigentes ou adminis-tradores e participações nos lucros atribuídas a partes beneficiárias emitidas pela empresa (no caso de S/A) e a técnicos estrangeiros, domiciliados ou residentes no exterior, para a execução de serviços especializados, em ca-ráter provisório (RIR/1999, arts. 303 e 463); 19) prejuízos e perdas em operações realizadas

no exterior, exceto prejuízo em operações a termo ou de futuro realizadas diretamente pela empresa brasileira em bolsas no exterior, ca-racterizadas como de cobertura (hedge), con-forme RIR/1999, arts. 394, § 8o, e 396;

20) parcela do custo de bens, serviços e direitos adquiridos, no exterior, de pessoas físicas ou jurídicas vinculadas à empresa adquirente ou residentes ou domiciliadas em país que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota máxima inferior a 20% (“paraíso fiscal”), que exceder o valor apurado de acordo com as regras de preços de transferência (RIR/1999, arts. 241, 244 e 245, com a alteração da Lei no

9.959/2000, art. 2o);

21) parcela da depreciação ou da amortização de bens e direitos adquiridos, no exterior, das pessoas referidas no item 20 anterior, calcu-lada sobre a parcela do custo de aquisição dos bens que exceder o valor determinado de acordo com as regras de preços de transfe-rência (RIR/1999, arts. 241, § 8o, e 245);

22) parcela dos juros pagos às pessoas referidas no item 20 anterior, decorrentes de contrato de mútuo não registrado no Banco Central do

(4)

Bra-sil, que exceder o valor calculado com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Esta-dos UniEsta-dos da América pelo prazo de 6 meses, acrescida de 3% anuais a título de spread, pro-porcionalizados em virtude do período a que se referirem os juros (RIR/1999, arts. 243 a 245);

Nota

Para efeito do limite de dedutibilidade, os juros referidos neste item serão calculados com base no valor da obrigação, expresso na mo-eda objeto do contrato e convertido em reais pela taxa de câmbio divulgada pelo Banco Central do Brasil para a data do termo final do cálculo dos juros (Instrução Normativa no 243/2002, art. 27, § 2o).

23) brindes;

24) juros remuneratórios do capital próprio que ex-cederem os limites de dedutibilidade ou hou-verem sido contabilizados sem observância das condições estabelecidas na legislação; 25) perdas decorrentes de créditos não liquidados

que houverem sido computadas no resultado sem observância dos limites e das condições estabelecidos na legislação;

26) encargos financeiros incidentes sobre débitos vencidos e não pagos, incorridos a partir da data da citação inicial em ação de cobrança ajuizada pela empresa credora (RIR/1999, art. 342, § 3o);

27) resultado negativo apurado em sociedade em conta de participação (Instrução Normativa no

179/1987);

28) prejuízo por desfalque, apropriação indébita ou furto praticados por empregados ou tercei-ros, se não houver sido instaurado inquérito administrativo nos termos da legislação traba-lhista ou apresentada queixa perante a autori-dade policial (RIR/1999, art. 364);

29) juros pagos ou creditados, relativos a emprés-timos:

29.1) no período de 1o.01 a 12.03.2000,

inci-dentes sobre o valor equivalente aos lu-cros não disponibilizados por empresas (Lei no 9.532/1997, art. 1o, § 3o, com a

redação dada pelo art. 3o c/c o art. 12

da Lei no 9.959/2000):

29.1.1) coligadas ou controladas do-miciliadas no exterior, quando estas forem as beneficiárias do pagamento ou crédito;

29.1.2) controladas domiciliadas no ex-terior, independentemente do beneficiário;

29.2) concedidos desde 13.03.2000, a em-presa controlada ou coligada, indepen-dentemente do local de seu domicílio,

incidentes sobre valor equivalente aos lucros não disponibilizados por empre-sas controladas domiciliadas no exte-rior (Lei no 9.532/1997, art. 1o, § 3o, com

a redação dada pela Medida Provisória no 2.158-35/2001, art. 34);

30) amortização do valor registrado em conta do Ati-vo Diferido, referente ao resultado negatiAti-vo líquido decorrente do ajuste dos valores em reais de obri-gações e créditos, efetuado em virtude de varia-ção nas taxas de câmbio ocorrida no 1o trimestre

do ano-calendário de 1999 (Lei no 9.816/1999);

31) prejuízos havidos em virtude de alienação de ações, títulos ou quotas de capital, com de-ságio superior a 10% dos respectivos valores de aquisição, salvo se a venda houver sido realizada em bolsa de valores ou, onde esta não existir, em leilão público, com divulgação do respectivo edital, na forma da lei, durante 3 dias no período de um mês (RIR/1999, art. 393), observando-se que:

31.1) essas normas não se aplicam às socieda-des de investimento fiscalizadas pelo Ban-co Central do Brasil nem à alienação de participações societárias permanentes; 31.2) as perdas ocorridas em operações de

ren-da variável submetem-se a regime próprio (veja o item 8 deste subtópico e a letra “f” do subtópico 2.2.1), portanto, também não lhes são aplicáveis essas normas.

2.1.2 Valores não computados no resultado que devem ser adicionados ao lucro real

Na determinação do lucro real de 2010, devem ser também adicionados ao lucro líquido os resultados, os rendimentos, as receitas e quaisquer outros valores não creditados ao resultado que, de acordo com a legisla-ção do Imposto de Renda, têm de ser computados no lucro real (RIR/1999, art. 249, II), tais como:

a) reserva de reavaliação que deva ser computa-da na apuração do lucro real do ano de 2010, observando-se que:

Nota

Com a publicação da Lei no 11.638/2007, não mais se apresenta a

fi-gura da reavaliação de bens, em virtude da revogação do dispositivo legal que a autoriza (Lei no 6.404/1976, art. 187, § 2o), o qual traz, em

seu lugar, a Redução ao Valor Recuperável de Ativos (Impairment), aprovada pela Deliberação CVM no 527/2007, oriunda do

Pronuncia-mento Técnico CPC no 01. Dessa forma, os saldos existentes na conta

de Reversas de Reavaliação constituídos antes da vigência da Lei no 11.638/2007 puderam ser mantidos até sua efetiva realização ou

estornados até o final do exercício social de 2008.

a.1) no caso de reavaliação de bens que per-maneceram no Ativo da empresa, deve

(5)

ser computada no lucro real a parcela da reserva equivalente ao montante do au-mento do valor dos bens reavaliados que tenha sido realizado em 2010 em virtude de alienação sob qualquer forma ou me-diante depreciação, amortização, exaus-tão ou baixa por perecimento (RIR/1999, art. 435, e Lei no 9.959/2000, art. 4o);

a.2) no caso de reavaliação de bens incorpo-rados ao patrimônio de outra pessoa ju-rídica, na subscrição em bens de capital social ou de valores mobiliários emitidos por companhia, a reserva de reavaliação respectiva deverá ser computada na de-terminação do lucro real (RIR/1999, art. 439, e Lei no 9.959/2000, art. 4o):

a.2.1) na alienação ou na liquidação da participação societária ou dos valores mobiliários, pelo montante realizado;

a.2.2) em cada período de apuração, em montante igual à parte de lucros, dividendos, juros ou par-ticipações recebidos que cor-responder à participação socie-tária ou aos valores mobiliários adquiridos com o aumento do valor dos bens reavaliados; ou a.2.3) proporcionalmente ao valor

reali-zado no período de apuração em que a pessoa jurídica que houver recebido os bens reavaliados re-alizá-los mediante alienação, de-preciação, amortização, exaustão ou baixa por perecimento;

Nota

A adição da reserva de reavaliação, nas condições relacionadas na letra “a”, não se aplica se a reserva houver sido computada na determinação do lucro real de períodos de apuração anteriores a 2000, em virtude de sua incorporação ao capital social.

b) parcela da reserva especial relativa à corre-ção monetária facultativa de bens do Ativo Não Circulante (antigo Ativo Permanente), referente a 31.01.1991, proporcionalmente à realização em 2010 dos bens que tenham sido objeto dessa correção, mediante alienação, depreciação, amortização, exaustão ou baixa a qualquer título (RIR/1999, art. 460);

c) parcela do lucro decorrente de contratos com entidades governamentais que tenha sido ex-cluído do lucro real em período de apuração anterior (hipótese referida na letra “d” do sub-tópico 2.2.1), proporcionalmente ao valor das

receitas desses contratos recebidas em 2001 (RIR/1999, art. 409);

d) lucros auferidos no exterior por intermédio de filiais, sucursais, controladas ou coligadas, cuja disponibilização se deu em 2010 para a pessoa jurídica domiciliada no Brasil, conside-rando-se disponibilizados os lucros (RIR/1999, art. 394, §§ 2o a 4o, e Lei no 9.532/1997, art.

1o, § 7o, com a redação dada pela Lei no

9.959/2000, art. 3o):

d.1) no caso de filial ou sucursal: na data do balanço em que tiverem sido apurados; d.2) no caso de controlada ou coligada:

d.2.1) na data em que ocorrer paga-mento ou crédito do lucro (veja a nota 1 após a letra “d.2.3”); d.2.2) na hipótese de contratação de

mútuo, se a mutuante, coligada ou controlada possuir lucros ou reservas de lucros (veja a nota 2 após a letra “d.2.3”);

d.2.3) na hipótese de adiantamento de recursos pela coligada ou controlada, por conta de venda futura, cuja liquidação, pela re-messa do bem ou serviço ven-dido, ocorra em prazo superior ao ciclo de produção do bem ou serviço (veja a nota 2 a seguir);

Notas

(1) Nas hipóteses referidas em “d.2.1”, considera-se:

a) creditado o lucro quando ocorrer a transferência do registro do seu valor para qualquer conta representativa de passivo exigível da con-trolada ou coligada domiciliada no exterior; e

b) pago o lucro quando ocorrer:

b.1) o crédito do valor em conta bancária, em favor da controlada ou coligada no Brasil;

b.2) a entrega, a qualquer título, a representante da beneficiária; b.3) a remessa, em favor da beneficiária, para o Brasil ou para

qualquer outra praça;

b.4) o emprego do valor, em favor da beneficiária, em qualquer pra-ça, inclusive em caso de aumento de capital da controlada ou coligada domiciliada no exterior.

(2) Nas hipóteses referidas em “d.2.2” e “d.2.3” (Lei no 9.959/2000, art. 3o):

a) será considerado lucro disponibilizado o valor mutuado ou adianta-do, limitado ao montante dos lucros e das reservas de lucros passí-veis de distribuição, proporcionalmente à participação societária da empresa no País na data da disponibilização;

b) quanto às hipóteses referidas em “d.2.2” e “d.2.3”, será considerado disponibilizado o lucro:

b.1) em “d.2.2”, na data da contratação da operação de mútuo, re-lativamente a lucros já apurados pela controlada ou coligada, ou na data da apuração do lucro, na coligada ou na contro-lada, relativamente a operações de mútuo que tenham sido objeto de contrato anteriormente;

b.2) em “d.2.3”, em 31 de dezembro do ano-calendário em que tenha sido encerrado o ciclo de produção sem ocorrência de liquidação do adiantamento.

e) parcela da receita de exportações realizadas em 2010, contratadas com pessoas vinculadas ou

(6)

domiciliadas em país que não tribute a renda ou a tribute à alíquota máxima inferior a 20% (“pa-raíso fiscal”), determinada segundo as normas sobre preços de transferência, que exceder o valor apropriado na escrituração da empresa no Brasil (RIR/1999, art. 240, § 7o, arts. 244 e 245);

f) diferença que exceder o valor registrado na escrituração da empresa no Brasil de receita fi-nanceira de mútuo contratado com as pessoas referidas na letra “e”, no caso de contrato não re-gistrado no Banco Central do Brasil, correspon-dente à parcela do valor calculado com base na taxa Libor para depósitos em dólares dos Esta-dos UniEsta-dos da América pelo prazo de 6 meses, acrescida de 3% anuais, a título de spread, pro-porcionalizados em virtude do período a que se referirem os juros (RIR/1999, arts. 243 a 245);

Nota

Para efeito de apuração da diferença referida na letra “f”, os juros serão calculados com base no valor do direito, expresso na moeda objeto do contrato e convertido em reais pela taxa de câmbio divul-gada, pelo Banco Central do Brasil, para a data do termo final do cálculo dos juros (Instrução Normativa no 243/2002, art. 27, § 2o).

g) parcela do ganho de capital auferido na alie-nação de bens do Ativo Não Circulante, antigo Ativo Permanente, (venda a longo prazo), rea-lizada em período de apuração anterior, cuja tributação tenha sido diferida nas condições referidas na letra “h” do subtópico 2.2.1, pro-porcionalmente à parcela do preço da aliena-ção recebida em 2010 (RIR/1999, art. 421); h) valor excluído do lucro líquido e registrado na

Parte “B” do Lalur em período de apuração anterior, relativo à amortização de deságio ob-tido na aquisição de participações societárias permanentes, avaliadas pela equivalência pa-trimonial, que tenham sido alienadas ou liqui-dadas em 2010 (RIR/1999, arts. 391 e 426); i) encargos financeiros excluídos do lucro

líqui-do na determinação líqui-do lucro real de períolíqui-do de apuração anterior (na hipótese referida na letra “g” do subtópico 2.2.1), que, para os fins legais, tenham se tornado disponíveis para a empresa credora ou cuja perda tenha sido re-conhecida em 2010 (RIR/1999, art. 342, § 2o). 2.2 Exclusões do lucro líquido

2.2.1 Valores creditados ao resultado, mas não tributáveis

Na determinação do lucro real de 2010, poderão ser excluídos do lucro líquido os rendimentos, as recei-tas, os resultados e quaisquer outros valores compu-tados a crédito de conta de resultado que, de acordo

com a legislação do Imposto de Renda, não são calcu-lados no lucro real (RIR/1999, art. 250, II), tais como:

a) resultado positivo da avaliação, pela equivalên-cia patrimonial, de participações societárias em sociedades coligadas ou controladas, caracteri-zadas como investimento (RIR/1999, art. 389); b) amortização de deságio obtido na aquisição

de participações societárias permanentes, avaliadas pela equivalência patrimonial, cujo valor deve ser registrado em conta de contro-le na Parte “B” do Lalur, para ser computado no lucro real do período de apuração em que ocorrer a alienação ou a baixa do investimento (RIR/1999, art. 391);

c) lucros e dividendos recebidos de participa-ções societárias não sujeitas à avaliação pela equivalência patrimonial (RIR/1999, art. 379, § 1o, e art. 383);

d) parcela do lucro de empreitada ou fornecimen-to de bens ou serviços contratados com pes-soa jurídica de direito público ou empresa sob seu controle, empresa pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária, proporcio-nalmente ao valor das receitas desses contra-tos computadas no resultado e não recebidas até 31.12.2010, observadas as condições es-tabelecidas na legislação (RIR/1999, art. 409); e) resultado positivo das atividades econômicas

de proveito comum, sem fins lucrativos, rea-lizadas pelas sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação especí-fica, exceto cooperativas de consumo que te-nham por objeto a compra e o fornecimento de bens aos consumidores (associados ou não), não se aplicando essa exceção às cooperati-vas mistas (RIR/1999, arts. 182, 183 e 184, e Ato Declaratório Normativo Cosit no 4/1999);

f) perdas em operações nos mercados de renda variável e de swap que tenham sido adicionadas ao lucro líquido de período de apuração ante-rior por terem excedido os ganhos auferidos em operações da mesma natureza (hipótese referi-da no item 8 do subtópico 2.1.1), até o limite referi-da diferença positiva entre ganhos e perdas, decor-rentes de operações dessas mesmas espécies, computados no resultado de 2010 (RIR/1999, art. 250, parágrafo único, “e”);

g) encargos financeiros incidentes sobre créditos vencidos e não recebidos, logrados depois de decorridos 2 meses do vencimento do crédito, desde que observadas as condições estabe-lecidas na legislação, conforme RIR/1999, art. 342 (veja subtópico 2.1.2, letra “i”);

(7)

h) ganho de capital auferido na alienação de bens do Ativo Não Circulante (antigo Ativo Permanen-te) realizada em 2010 (venda a longo prazo), cujo preço deva ser recebido, no todo ou em parte, após o término do ano-calendário subse-quente ao da contratação, se houver opção pelo diferimento da tributação (RIR/1999, art. 421).

Notas

(1) A Instrução Normativa RFB no 986/2009 disciplinou, para efeito de

apuração do lucro real, o tratamento da exclusão do lucro líquido de custos e despesas com capacitação de pessoal que atua no desenvolvimento de programas de computador.

Dessa forma, as empresas dos setores de Tecnologia da Informação (TI) e de Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC) poderão excluir, do lucro líquido, os custos e despesas com capacitação de pessoal que atua no desenvolvimento de programas de computador (softwares), para efeito de apuração do lucro real, sem prejuízo da dedução normal.

(2) Observa-se que:

a) essa exclusão fica limitada ao valor do lucro real antes da própria exclusão, vedado o aproveitamento de eventual excesso em período de apuração posterior;

b) serão admitidos, no cálculo da exclusão, os custos e as despesas correspondentes ao custeio de curso técnico, superior ou avançado (pós-graduação), de formação ou especialização específica em TI ou TIC, inclusive custeio de bolsa de estudo, oferecido ao traba-lhador que tenha vínculo empregatício com empresa beneficiária, mediante contrato de trabalho formal, e atue no desenvolvimento de software para a exploração de TI ou de TIC no âmbito da empresa; c) para fazer uso dessa exclusão, as empresas de TI e TIC ficam

obri-gadas a controlar contabilmente, de forma individualizada, os gastos com custeio de cada curso técnico, superior ou avançado, identifi-cando, também, de forma individualizada, os gastos por instituição de ensino e por trabalhador.

(3) O gasto com curso de ensino e proficiência em idiomas estrangeiros não será admitido à exclusão no cálculo do lucro real, exceto se o treinamen-to for prestado no âmbitreinamen-to de curso técnico, superior ou de pós-graduação. 2.2.2 Valores não computados no resultado que

podem ser excluídos do lucro real

Na determinação do lucro real de 2010, podem ser excluídos os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação do Imposto de Renda e que, pela sua natureza, não tenham sido computados na apuração do resultado (RIR/1999, art. 250, I), tais como:

a) depreciação acelerada incentivada (RIR/1999, art. 313, § 1o);

b) encargos financeiros adicionados ao lucro líquido na determinação do lucro real de pe-ríodo de apuração anterior, na hipótese referi-da no item 26 do subtópico 2.1.1, caso o dé-bito tenha sido liquidado em 2010 (RIR/1999, art. 342, § 4o);

c) valores aplicados em 2010 na aquisição pri-mária de certificados de investimento em pro-jetos de produção de obras audiovisuais cine-matográficas brasileiras, previamente aprova-dos pelo Ministério da Cultura, desde que tais certificados tenham sido emitidos e colocados no mercado com observância das normas es-tabelecidas pela Comissão de Valores

Mobiliá-rios - CVM (RIR/1999, art. 372); contabilmente, esses valores devem ser registrados em conta do Ativo Não Circulante (antigo Ativo Perma-nente), subgrupo Investimentos;

d) valor adicionado ao lucro líquido e registrado na Parte “B” do Lalur em período de apuração ante-rior, relativo à amortização de ágio pago na aqui-sição de participações societárias permanentes, avaliadas pela equivalência patrimonial, que te-nham sido alienadas ou liquidadas em 2010 (art. 391, parágrafo único, do RIR/1999);

e) provisões indedutíveis adicionadas ao lucro lí-quido na determinação do lucro real de período de apuração anterior que, em 2010, tenham sido utilizadas para absorver despesas dedutíveis realizadas, ou tenham sido revertidas a crédito de conta de resultado (RIR/1999, art. 247, § 2o);

f) valor controlado na Parte “B” do Lalur, corrigido monetariamente até 31.12.1995, relativo a tribu-tos e contribuições adicionados ao lucro real dos anos-calendário de 1993 e 1994, que tenham sido pagos em 2010 (Lei no 8.541/1992, art. 7o, § 1o). 2.3 Adições e exclusões de valores gerados até

31.12.1995

As adições e as exclusões relativas a valores regis-trados na Parte “B” do Lalur até 31.12.1995 serão com-putadas pelo valor corrigido até essa data, com base no valor da Ufir de 1o.01.1996 (R$ 0,8287), conforme Lei no

9.249/1995, art. 6o, e Portaria MF no 312/1995.

De 1o.01.1996 em diante, em face da extinção da

correção monetária do balanço, não se corrigem mais os valores a serem excluídos ou adicionados ao lucro líquido nem mesmo os originados de período de apu-ração encerrado antes dessa data.

2.4 Compensação de prejuízos fiscais

Os prejuízos fiscais de períodos de apuração ante-riores poderão ser compensados com o lucro real apura-do em 2010, respeitaapura-do o teto máximo de 30% apura-do lucro real (exceto nas empresas rurais e nas titulares de Pro-gramas Especiais de Exportação - Befiex aprovados até 03.06.1993, de acordo com o RIR/1999, art. 470, I, arts. 510 e 512) e as demais condições, pertinentes à com-pensação de prejuízos fiscais, previstas na legislação.

3. CÁLCULO DO IMPOSTO E DO ADICIONAL DEVIDOS SOBRE O LUCRO REAL

O imposto devido sobre o lucro real anual é cal-culado à alíquota de 15%, incidente sobre o total do lucro real, adicionando-se 10%, incidentes sobre a

(8)

parcela do lucro real que ultrapassar o limite do ano de R$ 240.000,00 (RIR/1999, arts. 541 e 542).

No caso de apuração em período inferior a 12 meses (início de atividades), o adicional incide sobre a parcela do lucro real que ultrapassar o limite proporcional, corres-pondente ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do período de apuração.

4. DEDUÇÃO DE INCENTIVOS FISCAIS

Do imposto devido sobre o lucro real de 2010, podem ser deduzidos os seguintes incentivos fiscais, observados os limites e as condições pertinentes (RIR/1999, art. 231):

a) redução e/ou isenção do imposto calculadas com base no lucro da exploração de empreen-dimentos incentivados (localizados nas áreas de atuação da Superintendência do Desenvol-vimento do Nordeste - Sudene e da Superin-tendência do Desenvolvimento da Amazônia - Sudam) dos setores da economia que ve-nham a ser considerados prioritários para o desenvolvimento regional (Medida Provisória no 2.199-14/2001);

Notas

(1) A aplicação de parte do Imposto de Renda em fundos de in-vestimento regionais (Fundo de Inin-vestimentos do Nordeste - Finor, Fundo de Investimentos da Amazônia - Finam e Fundo de Recupe-ração Econômica do Estado do Espírito Santo - Funres) somente poderá ser efetuada por pessoa jurídica que tenha projeto aprova-do, conforme Medida Provisória no 2.199-14/2001.

(2) O conceito de modernização total a ser observado, para fins de gozo do benefício fiscal estabelecido pela Medida Provisó-ria no 2.199/ 2001, art. 1o, será o estabelecido pelo Decreto no

6.539/2008, com as alterações do Decreto no 6.674/2008,

confor-me estabelece a Solução de Consulta no 5/2010.

Transcrevemos a seguir o conceito inserido no art. 3o, II do referido

Decreto:

“Projeto de modernização total - o destinado à introdução de novas tecnologias ou novos métodos ou meios mais racionais na linha de produção original ou ainda de alterações do produto, visando melhoria no processo produtivo ou no produto final capazes de apresentar resultados mais eficientes em relação ao processo pro-dutivo ou à produção anterior, independentemente de alteração da capacidade real instalada do empreendimento.”

Tal conceito será aplicado inclusive na análise dos pedidos: a) não admitidos ou indeferidos que forem reapresentados nas

unidades da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB); b) não definitivamente apreciados pelas unidades da RFB.

b) depósito de 30% do imposto (que é de 15%) de-vido sobre o lucro da exploração de empreendi-mentos dos setores da economia que venham a ser considerados, em ato do Poder Executivo, prioritários para o desenvolvimento regional nas áreas da Sudene ou da Sudam, para reinvesti-mento acrescido de 50% de recursos próprios; c) demais incentivos cuja dedução é permitida

no imposto devido à alíquota de 15%, obser-vados os limites admissíveis, a saber:

c.1) Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT): 15% das despesas de custeio do PAT, líquidas da parcela cobrada dos tra-balhadores, ou R$ 0,30 multiplicados pelo número de refeições fornecidas no ano, prevalecendo o menor valor (RIR/1999, art. 581; Instrução Normativa no 16/1992;

Lei no 9.249/1995, art. 30, e Portaria MF no

312/1995), desde que não exceda 4% do imposto (RIR/1999, art. 582);

c.2) os valores despendidos em 2010 a título de patrocínio ou doação, no apoio direto a pro-jetos desportivos e paradesportivos previa-mente aprovados pelo Ministério do Espor-te: até 1% do imposto (Lei no 11.438/2006,

alterada pela Lei no 11.472/2007);

c.3) investimentos feitos em 2010 na aquisi-ção primária de certificados de investi-mento em projetos de produção de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras (previamente aprovados pelo Ministé-rio da Cultura) emitidos de acordo com as normas da CVM: até 3% do imposto (RIR/1999, art. 486);

c.4) doações e patrocínios culturais realiza-dos em 2010 em favor de projetos pre-viamente aprovados pelo Ministério da Cultura: até 4% do imposto (RIR/1999, art. 475, § 2o, e art. 476, § 1o);

c.5) doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente: até 1% do imposto, proibida a dedução como des-pesa operacional (RIR/1999, art. 591, e Decreto no 794/1993, art. 1o);

c.6) Programa Empresa Cidadã: o total da re-muneração da empregada pago no pe-ríodo de prorrogação de sua licença-ma-ternidade, vedada a dedução como des-pesa operacional (Decreto no 7052/2009

e Instrução Normativa RFB no 991/2010).

Notas

(1) Os limites de dedução dos incentivos fiscais referidos na letra “c” são calculados, exclusivamente, com base no imposto devido à alíquota de 15% (sem o adicional de 10%), diminuído da parcela do imposto inci-dente sobre lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior (RIR/1999, art. 394, § 11, e art. 543).

(2) Somente o excesso do incentivo fiscal do PAT não aproveitado no ano-calendário de competência poderá ser aproveitado nos 2 anos-calendá-rio subsequentes (RIR/1999, art. 582).

(3) No período compreendido entre os anos-calendário de 2007 e 2015, inclusive, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real poderão deduzir até 1% do Imposto de Renda devido, calculado em cada período de apuração, trimestral ou anual, relativamente a patrocínio ou doação, no apoio direto a projetos desportivos e paradesportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte. Tais valores não poderão ser deduzidos para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL (Lei no 11.438/2006,

(9)

(4) A Lei no 11.196/2005, art. 133, revogou os benefícios fiscais dos

Pro-gramas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial ou Agropecuário (PDTI/ PDTA) aprovados depois de 03.06.1993 (15% dos dispêndios em atividades de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico industrial ou agropecuário, de acordo com o programa previamente sancionado).

(5) A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá deduzir do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) devido, em cada ríodo de apuração, o total da remuneração da empregada recolhido no pe-ríodo de prorrogação de sua licença-maternidade, vedada a dedução como despesa operacional.

A dedução fica limitada ao valor do IRPJ devido com base: a) no lucro real trimestral; ou,

b) no lucro real apurado no ajuste anual.

O valor total das despesas decorrentes da remuneração da empregada recolhido no período de prorrogação de sua licença-maternidade e registra-do na escrituração comercial deverá ser adicionaregistra-do ao lucro líquiregistra-do para fins de apuração do lucro real e da base de cálculo da CSL.

(6) A partir de 1o.01.2011, a pessoa jurídica poderá deduzir do Imposto

de Renda devido, em cada período de apuração, o total das doações feitas aos Fundos Nacional, Estaduais ou Municipais do Idoso devidamente com-provadas, vedada a dedução como despesa operacional.

A dedução do incentivo ao Fundo Nacional do Idoso, somada à dedu-ção relativa às doações efetuadas aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente, não poderá ultrapassar 1% do imposto devido.

5. COMPENSAÇÃO DE IMPOSTO PAGO OU RETIDO NA FONTE

Do imposto calculado com base no lucro real anual podem ser deduzidos (RIR/1999, art. 231, III e IV, e art. 890):

a) o imposto pago mensalmente, devido nos me-ses de janeiro a dezembro de 2010, calculado por estimativa ou com base em balanços ou balancetes de suspensão ou redução, consi-derando-se como imposto pago inclusive: a.1) a parcela do imposto mensal devido que

houver sido utilizada para compensar os valores referidos nas letras “b” e “c” adiante;

a.2) a parcela do imposto mensal que houver sido recolhida a favor do Finor, Finam ou Funres, até o limite admitido para aplica-ção neles (veja o tópico 10);

Notas

(1) Se o imposto mensal foi pago com atraso, não podem ser de-duzidos os acréscimos moratórios pagos.

(2) Caso a empresa não tenha recolhido o imposto devido mensal-mente, ficará sujeita ao lançamento de ofício, de acordo com as normas informadas no tópico 8 deste texto.

b) o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) ou pago pela própria empresa, incidente so-bre receitas computadas na apuração do lucro real, que não tenha sido compensado com o imposto mensal pago, inclusive:

b.1) o IRRF sobre rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa;

b.2) o Imposto de Renda pago separadamen-te sobre ganhos líquidos de aplicações financeiras de renda variável;

b.3) o IRRF sobre juros remuneratórios do capital próprio pagos ou creditados por outra sociedade da qual a empresa seja sócia ou acionista;

b.4) o IRRF sobre pagamentos feitos por entida-des da administração pública federal, decor-rentes do fornecimento de bens ou serviços; c) o Imposto de Renda pago no exterior sobre

lucros, rendimentos e ganhos de capital com-putados no lucro real, observadas as normas pertinentes (RIR/1999, art. 395).

Suponhamos que a soma do imposto mensal de-vido nos meses de janeiro a dezembro (líquido de in-centivos fiscais) seja de R$ 180.000,00 e que houve retenção do imposto na fonte de R$ 36.000,00, dos quais foram compensados R$ 28.000,00 nos paga-mentos mensais, restando a compensar R$ 8.000,00. Assim, teríamos:

a) imposto mensal pago a deduzir do imposto anual: R$ 180.000,00 (R$ 152.000,00 efetiva-mente pagos a título de imposto mensal mais R$ 28.000,00 de IRRF que foram compensa-dos nos pagamentos mensais);

b) saldo de IRRF a deduzir do imposto anual: R$ 8.000,00 (R$ 36.000,00 menos os R$ 28.000,00 que foram compensados nos pagamentos do imposto mensal).

6. EXEMPLO

Admita-se a hipótese de uma empresa submetida à apuração anual do lucro real em 2010:

a) cujo imposto mensal devido nos meses de janeiro a dezembro/2010, calculado por esti-mativa, pago nos meses de fevereiro/2010 a janeiro/2011, some R$ 190.000,00;

b) que sofreu retenção do IRRF sobre rendimen-tos de aplicações financeiras e sobre juros re-muneratórios do capital próprio (não compen-sados nos pagamentos mensais) no valor de R$ 18.200,00;

c) que apurou lucro real anual em 31.12.2010 no valor de R$ 980.000,00 e não tem prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores a compensar;

d) que tem direito à dedução do incentivo fiscal do PAT, no valor de R$ 20.000,00 (sem consi-derar o limite em virtude do imposto devido). Nesse caso, começando pelo cálculo do imposto e do adicional devidos sobre o lucro real, temos:

(10)

• IRPJ normal: 15% sobre R$ 980.000,00 R$ 147.000,00 • Adicional: 10% sobre R$ 740.000,00 (*) R$ 74.000,00 • Total do imposto e adicional devidos R$ 221.000,00 • (*) R$ 980.000,00 - R$ 240.000,00

Na sequência, deduzindo-se o incentivo ao PAT (veja esclarecimentos no tópico 4) e compensando-se o imposto pago mensalmente e o IRRF (veja esclareci-mento no tópico 5), temos:

• Imposto e adicional devidos R$ 221.000,00 • Incentivo fiscal PAT: 4% sobre R$147.000,00 (R$ 5.880,00) • Imposto mensal pago (R$ 190.000,00) • Imposto de Renda Retido na Fonte (R$ 18.200,00) • Saldo de imposto a pagar R$ 6.920,00

7. PAGAMENTO DO SALDO DO IMPOSTO APURADO 7.1 Prazo

O saldo positivo do imposto apurado em 31.12.2010 deverá ser pago, em quota única, até 31.03.2011, acrescido de juros equivalentes à taxa Selic para títulos federais acumulada mensalmente, de 1o.02.2011 até o mês anterior ao do pagamento, e

de 1% no mês do pagamento.

Portanto, se for pago em fevereiro (até 28.02.2011), esse saldo será acrescido apenas de 1% de juro.

Observe-se que o prazo até 31.03.2011 não se aplica ao pagamento do imposto mensal devido em dezembro/2010, que venceu em 31.01.2011, o qual, se for pago após essa data, será acrescido de multa e juros de mora calculados de acordo com a tabela prática que divulgamos mensalmente.

(RIR/1999, art. 858, I e §§ 2o e 3o)

7.2 Preenchimento do Darf

Para o pagamento do saldo do Imposto de Renda anual, os códigos utilizados no ano de 2010 que preva-lecem para o saldo a pagar em 2011, relativo ao imposto devido no ano-calendário de 2010, são os seguintes:

• Entidades financeiras 2390

• Outras pessoas jurídicas sujeitas à apuração do lucro real 2430 • Demais pessoas jurídicas (empresas não obrigadas à

apuração do lucro real que se submeteram a essa forma de tributação por opção)

2456

7.3 Saldo a pagar apurado em valor inferior a R$ 10,00

O Darf não pode ser utilizado para pagamento de tributos e contribuições de valor inferior a R$ 10,00.

Se apresentar valor inferior a R$ 10,00, o saldo do imposto a pagar apurado deverá ser adicionado ao imposto, do mesmo código, calculado em período subsequente até que o valor total se torne igual ou superior a R$ 10,00, quando, então, deverá ser pago no prazo para o recolhimento do imposto devido, junto com este, no período em que o referido limite for atin-gido, sem nenhum acréscimo moratório.

De acordo com a Lei no 9.430/1996, art. 68-A,

in-cluído pela Lei no 11.941/2009, o Poder Executivo

po-derá elevar para até R$ 100,00 os limites e valores de que trata este subtópico, inclusive de forma diferen-ciada por tributo, regime de tributação ou incidência, relativos à utilização do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), podendo reduzir ou res-tabelecer os limites e valores que vier a fixar.

(RIR/1999, art. 873, §§ 4o e 5o) Nota

A Lei no 11.941/2009, objeto de conversão da Medida Provisória no

449/2008, não trouxe as alterações promovidas na Lei no 9.430/1996, art. 74,

§ 3o, VII a IX, incluídos pela Medida Provisória no 449/2008, também previstas

na Instrução Normativa RFB no 900/2008, art. 34. Tais modificações dispõem

que não poderiam ser objeto de compensação mediante entrega, pelas pes-soas jurídicas, do Pedido de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e De-claração de Compensação (PER/DCOMP), os débitos:

a) relativos a tributos e contribuições de valores originais inferiores a R$ 500,00;

b) relativos ao pagamento mensal por estimativa do IRPJ e da CSL no lucro real anual.

Com as alterações produzidas pela Medida Provisória, conclui-se que: a) somente poderiam ser compensados créditos de impostos e contri-buições recolhidos indevidamente ou a maior com débito igual ou superior a R$ 500.00 - ou seja, quando resultasse em até R$ 499,99, o débito não poderia ser compensado por meio da PER/DCOMP; e b) a pessoa jurídica optante pelo lucro real anual com apuração mensal

com base em balanços ou balancetes de suspensão ou redução ou na receita bruta, não poderia compensar o saldo negativo do IRPJ e da CSL apurado em anos-calendário anteriores, com o IRPJ e a CSL estimados a serem recolhidos mensalmente, em razão da proibição de utilização do PER/DCOMP.

Dessa forma, o saldo negativo do IRPJ e da CSL somente poderia ser utilizado para compensação com outros tributos e contribuições, exceto IRPJ e CSL estimados, ou por ocasião do encerramento do ano-calendário de apuração do lucro real anual, com o saldo credor apurado a ser recolhido ao final do mês de março do ano-calendário seguinte.

Assim, as disposições aqui tratadas perdem sua vigência e eficácia, devido à não apreciação da conversão da Medida Provisória no 449/2008 em

lei (Instrução Normativa RFB no 900/2008, alterada pela Instrução Normativa

RFB no 973/2009).

8. LANÇAMENTO DE OFÍCIO EM CASO DE NÃO PAGAMENTO DO IMPOSTO MENSAL

Se verificada pelo Fisco, após o término do ano-calendário, a falta ou a insuficiência de pagamento do imposto mensal por estimativa, que não se apoiar em apuração do lucro real do período em curso (no Lalur), com base em balanço ou balancete de suspensão ou redução levantado com observância das leis comer-cial e fiscal e transcrito no livro Diário, serão cobrados da empresa, mediante lançamento de ofício:

(11)

a) 75% sobre a totalidade ou diferença de impos-to ou contribuição nos casos de falta de paga-mento ou recolhipaga-mento, falta de declaração e declaração inexata; e

b) 50%, exigidos isoladamente, sobre o valor do pa-gamento mensal que deixar de ser efetuado, ain-da que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a CSL, no ano-calendá-rio correspondente, em caso de pessoa jurídica. A não escrituração do livro Diário e do Lalur até a data fixada para o pagamento do imposto do respec-tivo mês (último dia útil do mês subsequente) implica a desconsideração do balanço ou do balancete de suspensão ou redução, caso em que a empresa fica sujeita à multa de ofício sobre o valor indevidamente suspenso ou reduzido.

(RIR/1999; art. 957, parágrafo único, IV; Instrução Normati-va no 93/1997, art. 15, § 3o, e art. 16; Lei no 9.430/1996, art. 44,

alterado pela Lei no 11.488/2007)

9. APLICAÇÃO NO FINOR, NO FINAM E NO FUNRES

Com a revogação da Lei no 9.532/1997, art. 4o,

pela Medida Provisória no 2.199-14/2001, art. 18, desde

03.05.2001 está extinta a possibilidade de as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real aplicarem parte do imposto devido no Finor, no Finam e no Funres (exceto na hipótese referida no subtópico 9.1 adiante).

9.1 Aplicação em projetos próprios

Desde 26.05.2001, somente a pessoa jurídica tri-butada pelo lucro real que mantenha projeto próprio aprovado com base na Lei no 8.167/1991, art. 9o,

po-derá optar pela aplicação de parte do imposto men-sal no Finor, Finam ou Funres (este último restrito às empresas domiciliadas no Estado do Espírito Santo), observando-se o seguinte (RIR/1999, art. 601, com a redação da Medida Provisória no 2.199-14/2001):

a) a opção é exercida mediante recolhimento, em Darf específico, no mesmo prazo do Imposto

de Renda, da parcela do imposto mensal de valor equivalente a até:

a.1) 18% para o Finor ou Finam e 25% para o Funres, no período de 1o.01.1998 a 12.2003;

a.2) 12% para o Finor ou Finam e 17% para o Funres, no período de 1o.01.2004 a 12.2008;

a.3) 6% para o Finor ou Finam e 9% para o Funres, no período de 1o.01.2009 a 12.2013;

Nota

A opção pela aplicação de parte do imposto nos fundos de in-vestimento regionais será extinta a partir de 1o.01.2014 (Instrução

Normativa SRF no 267/2002, art. 105).

b) no campo “04” do Darf, deverá ser indicado o código de receita relativo ao fundo pelo qual a empresa optar, a saber:

b.1) 9017 - Finor - opção Lei no 8.167/1991,

art. 9o;

b.2) 9032 - Finam - opção Lei no 8.167/1991,

art. 9o;

b.3) 9058 - Funres - opção Lei no 8.167/1991,

art. 9o;

c) a opção será irretratável para todo o ano-ca-lendário e não poderá ser alterada, importan-do atentar para o seguinte:

c.1) se os valores destinados aos fundos du-rante o ano excederem o total a que a pessoa jurídica tiver direito, apurado com base no imposto devido sobre o lucro real anual, a parcela excedente será conside-rada, para as empresas que têm direito à aplicação em projeto próprio, recurso pró-prio aplicado nesse projeto;

c.2) se ocorrer pagamento a menor de imposto em virtude de excesso de valor destinado para os fundos, a diferença deverá ser paga com acréscimo de multa e juros de mora. (RIR/1999, art. 601, com a redação da Medida Provisória no 2.199-14/2001)

Imposto de Renda Pessoa Física e Fonte

Rendimentos recebidos

acumuladamente (RRA)

SUMÁRIO 1. Introdução

2. Imposto de renda retido exclusivamente na fonte 3. Base de cálculo

4. Exemplo

5. Informação na declaração de ajuste anual 1. INTRODUÇÃO

O art. 12-A, da Lei no 7.713/1988, incluído pela Lei

(12)

emendas, da Medida Provisória no 497/2010), dispõe

acerca do tratamento tributário aplicável ao Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre os rendimen-tos recebidos acumuladamente (RRA), corresponden-tes a anos-calendários anteriores.

(Lei no 7.713/1988, art. 12-A; Lei no 12.350/2010, art. 44;

Instrução Normativa RFB no 1.127/2011)

2. IMPOSTO DE RENDA RETIDO EXCLUSIVAMENTE NA FONTE

Desde 28.07.2010, os RRA relativos a anos-calen-dário anteriores ao do recebimento serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos rece-bidos no mês, quando decorrentes de:

a) aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; e

b) rendimentos do trabalho.

Salienta-se que as disposições mencionadas an-teriormente aplicam-se, inclusive, aos rendimentos decorrentes de decisões das Justiças do Trabalho, Federal, Estaduais e do Distrito Federal.

2.1. Momento da tributação

O imposto será retido pela pessoa física ou jurídi-ca obrigada ao pagamento, ou pela instituição finan-ceira depositária do crédito, e será calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utiliza-ção de tabela progressiva resultante da multiplicautiliza-ção da quantidade de meses a que se referem os rendi-mentos pelos valores constantes da tabela progres-siva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito, observando-se que o 13o salário, quando

houver, representará um mês-calendário.

O cálculo da tabela progressiva acumulada, a ser utilizada no ano-calendário de 2011, deve ser efe-tuado conforme demonstrado a seguir:

TABELA PROGRESSIVA VIGENTE PARA O ANO-CALENDÁRIO DE 2011

COMPOSIÇÃO DA TABELA ACUMULADA PARA O ANO-CALENDÁRIO DE 2011

Base de cálculo em R$ Alíquota (%) Parcela a deduzir do imposto (R$)

Até (1.499,15 x NM*) - -Acima de (1.499,15 x NM*) até (2.246,75 x NM) 7,5 112,43625 x NM* Acima de (2.246,75 x NM*) até (2.995,70 x NM) 15 280,94250 x NM* Acima de (2.995,70 x NM*) até (3.743,19 x NM) 22,5 505,62000 x NM* Acima de (3.743,19 x NM*) 27,5 692,77950 x NM*

*NM = Número de meses a que se refere o paga-mento acumulado.

Nota

Anteriormente, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional havia se ma-nifestado por meio do Ato Declaratório PGFN no 1/2009, segundo o qual, nas

ações judiciais, no cálculo do Imposto de Renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente, deveriam ser levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referissem tais rendimentos, devendo o cálculo ser mensal, e não global.

3. BASE DE CÁLCULO

3.1 RRA relativos a anos-calendários anteriores ao do recebimento (desde 28.07.2010)

Do montante dos rendimentos pagos, poderão ser excluídas despesas relativas aos rendimentos tri-butáveis, com ação judicial necessária ao seu recebi-mento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização, observando-se que a base de cálculo será determinada mediante a dedução das seguintes despesas relativas ao mon-tante dos rendimentos tributáveis:

a) importâncias pagas em dinheiro, a título de pensão alimentícia, em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, de acordo homologado ju-dicialmente ou de separação ou divórcio con-sensual realizado por escritura pública; e b) contribuições para a Previdência Social da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Nota

Os RRA não decorrentes de rendimentos de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ou de rendimentos do trabalho, estarão sujeitos:

a) quando pagos em cumprimento de decisão da Justiça:

a.1) Federal, mediante precatório ou requisição de pequeno valor, à incidência do IRRF à alíquota de 3% sobre o montante pago, sem quaisquer deduções, no momento do pagamento ao be-neficiário ou seu representante legal, nos termos do art. 27 da Lei no 10.833/2003;

a.2) do Trabalho, à incidência do IRRF calculado com base na ta-bela progressiva mensal vigente no mês do pagamento, nos termos do art. 28 da Lei no 10.833/2003;

b) nos demais casos, à incidência do IRRF, no mês do recebimento ou crédito, sobre o total dos rendimentos, diminuídos do valor das despesas com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclu-sive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização.

3.1.1 Rendimentos pagos decorrente de decisão da Justiça Federal

No caso de rendimentos pagos em cumprimento de decisão da Justiça Federal, mediante precatório ou requisição de pequeno valor:

a) a instituição financeira deverá, na forma, pra-zo e condições estabelecidos na legislação do

(13)

imposto, fornecer, à pessoa física beneficiária, o Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção do IRRF, bem como apresentar, à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), declaração contendo informações sobre: a.1) os pagamentos efetuados à pessoa

físi-ca e o respectivo IRRF;

a.2) os honorários pagos a perito e o respec-tivo IRRF; e

a.3) a indicação do advogado da pessoa fí-sica beneficiária, bem como o valor das despesas com a ação judicial (inclusive os honorários advocatícios);

b) fica dispensada a retenção do imposto quan-do a pessoa física beneficiária declarar, à insti-tuição financeira responsável pelo pagamento, que os rendimentos recebidos são isentos ou não tributáveis.

3.2 RRA relativos a anos-calendários anteriores ao

do recebimento (de 1o.01.2010 a 27.07.2010)

Os RRA recebidos no período de 1o.01 a

27.07.2010 poderão ser tributados na forma do art. 12-A da Lei no 7.713/1988, desde que efetuado ajuste

na apuração do imposto relativo àqueles rendimentos na declaração de ajuste anual referente ao ano-calen-dário de 2010, do seguinte modo:

a) a apuração do imposto dar-se-á: a.1) em ficha própria;

a.2) separadamente por fonte pagadora e para cada mês-calendário, com exce-ção da hipótese em que a mesma fonte pagadora tenha realizado mais de um pagamento referente aos rendimentos de um mesmo mês-calendário, sen-do, neste caso, o cálculo realizado de modo unificado;

b) o imposto resultante da apuração referida na le-tra “a“ será adicionado ao apurado na declara-ção de ajuste anual, sujeitando-se aos mesmos prazos de pagamento e condições deste.

Nota

A opção de que trata este subtópico deverá abranger a totalidade dos RRA no ano-calendário de 2010.

3.3 RRA relativos ao ano-calendário do recebimento

Os RRA relativos ao ano-calendário de recebi-mento estarão sujeitos à regra focalizada na nota constante do subtópico 3.1.

3.4 Recebimento parcelado dos RRA

No caso da ocorrência de RRA em mais de uma parcela, apurar-se-á o imposto do seguinte modo:

a) ao valor da parcela atual, será acrescentado o total dos valores das parcelas anteriores, apu-rando-se a nova base de cálculo e o respecti-vo imposto;

b) do imposto apurado na letra “a”, será dedu-zido o total do imposto retido relativo às par-celas anteriores, e assim sucessivamente, por quantas parcelas houver.

4. EXEMPLO

Consideremos, hipoteticamente, que um em-pregado tenha ingressado com uma reclamatória trabalhista, objetivando a percepção de rendimen-tos provenientes do trabalho, sendo certo que fazia jus ao pagamento de 12 meses relativos a salários atrasados e não pagos, referentes ao período de julho/2008 a junho/2009. O valor da remuneração mensal desse trabalhador era R$ 3.000,00. A recla-matória foi julgada procedente em fevereiro/2011, e a empresa foi condenada ao pagamento de R$ 36.000,00. O reclamante pagou 10% de honorários advocatícios.

Nesse caso, teremos:

Rendimentos recebidos pela condenação R$ 36.000,00 Honorários advocatícios pagos (10%) (R$ 3.600,00)

Base de cálculo I R$ 32.400,00

Despesas pagas:

Pensão alimentícia (20% x R$ 36.000,00) (R$ 7.200,00) Contribuição previdenciária (11% x R$ 36.000,00) (R$ 3.960,00)*

Base de cálculo II R$ 21.240,00

Cálculo do imposto (veja a tabela progressiva acumulada):

7,5% x R$ 21.240,00 R$ 1.593,00

Parcela a deduzir R$ 1.349,23

Imposto a pagar R$ 243,765

* Valor hipotético de contribuição ao INSS

TABELA PROGRESSIVA ACUMULADA

COMPOSIÇÃO DA TABELA ACUMULADA PARA O ANO-CALENDÁRIO DE 2011

(tabela progressiva vigente no ano-calendário 2011 x 12 meses) Base de cálculo em R$ Alíquota (%) deduzir do Parcela a

imposto (R$) Até 17.989,80 - -Acima de 17.989,80 até 26.961,00 7,5 1.349,235 Acima de 26.961,00 até 35.948,40 15 3.371,31 Acima de 35.948,40 até 44.918,28 22,5 6.067,44 Acima de 44.918,28 27,5 8.313,354

(14)

5. INFORMAÇÃO NA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL

O somatório dos RRA recebidos no decorrer do ano-calendário poderá integrar a base de cálculo do Imposto de Renda na declaração de ajuste anual do ano-calendá-rio do recebimento, à opção irretratável do contribuinte, hipótese em que o IRRF será considerado antecipação do imposto devido apurado na referida declaração. Nes-se caso, bem como na situação a que Nes-se refere o subtó-pico 3.2, por ocasião do ajuste anual, as opções poderão

ser exercidas de modo individual, em relação ao titular e a cada dependente, desde que reflita o total de rendimen-tos recebidos individualmente por eles.

De outro modo, no caso de se configurar a tributa-ção exclusiva na fonte, os respectivos valores relativos àquela tributação terão caráter apenas informativo na declaração de ajuste anual referente ao ano-calendá-rio do respectivo recebimento.

Direito Comercial

Renúncia de administrador de sociedade

SUMÁRIO

1. Introdução 2. Ato unilateral 3. Forma

4. Responsabilidade por atos praticados 1. INTRODUÇÃO

Nas sociedades por ações, os administradores são eleitos, diferentemente do que ocorre nas sociedades limitadas, nas quais os mesmos são designados no contrato social ou em ato separado. O administrador da sociedade anônima é denominado diretor, e o da socie-dade limitada, antes conhecido como “gerente”, é, atual-mente, denominado simplesmente “administrador”.

A investidura do diretor da sociedade anônima opera-se, nos termos da Lei no 6.404/1976 (Lei das

S/A), art. 149, pela assinatura de termo de posse no livro de atas da diretoria.

Por seu turno, o administrador da sociedade limita-da é investido pela cláusula contratual que o designa, e, no caso de administrador designado em ato separado, mediante assinatura de termo de posse no livro de atas da administração, à semelhança do que ocorre nas S/A (Lei no 10.406/2002 - Código Civil/2002, art. 1.062).

Em algumas sociedades, o administrador sempre recebe os poderes de administração de forma ex-pressa, diferindo apenas a forma de investidura. Ele é responsável pela gestão dos negócios da empresa, ou seja, trata da administração no sentido amplo.

2. ATO UNILATERAL

O poder de administração é, na essência, um mandato que a sociedade outorga ao administrador.

É relativamente simples analisar as consequências e o ambiente em que se processa a renúncia do admi-nistrador de uma sociedade anônima, mas a tarefa é mais complexa quando se fala de sociedade limitada.

Conquanto haja exceção, usualmente os próprios sócios assumem a administração da sociedade limi-tada e passam, assim, a revestir a condição de admi-nistradores (“gerentes”). Isso adiciona certa comple-xidade ao ato de renúncia, para fins de continuidade normal das atividades da empresa.

A exceção mencionada reside no chamado “ad-ministrador não sócio”, se o contrato social permitir a existência deste, nos termos do Código Civil/2002, art. 1.061, hipótese em que a administração será exercida por terceiros alheios ao quadro social.

A renúncia, na maioria das vezes, ocorre em razão de motivos particulares que resultam no desinteresse ou na impossibilidade de o administrador continuar gerindo a sociedade.

Vários motivos podem determinar tal atitude, tais como discordância do administrador quanto aos ru-mos tomados pela sociedade, divergências entre ele e os demais administradores etc.

Podemos afirmar, assim, que a renúncia é ato unilate-ral, de cometimento exclusivo do administrador. É impor-tante salientar que o seu afastamento da administração por ato da sociedade não é considerado renúncia, mas sim destituição, cujos efeitos são absolutamente diversos.

3. FORMA

Para a eficácia da renúncia perante a sociedade administrada e terceiros, deverá ser observada a for-ma legalmente prescrita para essa situação.

3.1 Renúncia de administrador de sociedade anônima

A Lei das S/A, art. 151, preceitua que a renúncia do administrador se torna eficaz perante a sociedade desde o momento em que a ela (companhia) for entre-gue comunicação escrita do renunciante.

Naturalmente, os efeitos da renúncia não podem fi-car restritos à companhia e devem projetar-se também em relação a terceiros de boa-fé. Para tanto, é

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