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Estudo da viabilidade técnica, econômica e financeira do programa Efetivar agricultura de precisão Cotripal

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

DACEC - Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação

Curso de Administração

ESTUDO DA VIABILIDADE TÉCNICA, ECONÔMICA E

FINANCEIRA DO PROGRAMA EFETIVAR AGRICULTURA

DE PRECISÃO COTRIPAL

Trabalho de Conclusão de Curso

JOELSON DOS SANTOS XAVIER

Orientador: Prof. Ivo Ney Kuhn

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Agradeço especialmente a Deus, que me iluminou e me deu forças para alcançar esta conquista.

A minha família que sempre esteve presente, apoiando e incentivando.

Ao meu orientador, professor Ivo Ney Kuhn, pelas orientações e tempo dedicado.

Agradeço a todos os professores da Unijuí, que contribuíram para a construção do meu conhecimento, em especial a professora Sandra Regina Albarello, pelos conselhos amigos.

À Cotripal Agropecuária Cooperativa, pela disponibilidade, atenção e fornecimento de informações, principalmente aos Supervisores do Departamento Técnico.

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XAVIER, Joelson dos Santos. Estudo da viabilidade técnica, econômica e financeira do programa Efetivar Agricultura de Precisão Cotripal. Panambi: UNIJUÍ/DACEC, 1° semestre de 2012, 63 p. (Documento Sistematizador do Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Administração).

O presente estudo traz uma análise da viabilidade técnica, econômica e financeira do programa Efetivar Agricultura de Precisão Cotripal, sediada no

município de Panambi – RS. A organização iniciou esta atividade no ano de 2007,

com a função de realizar serviços de mapeamentos de fertilidade, produtividade e correção de solo, ao analisar a variabilidade nutricional e produtiva encontrada nas lavouras. Por não possuir contas de despesas separadas das demais atividades técnicas existiu a necessidade de calcular a sua viabilidade. Os dados foram coletados através de entrevistas a colaboradores e associados da cooperativa, ao pesquisador da CCGL TEC, em análise documental aos arquivos da organização e em pesquisa bibliográfica a publicações sobre o assunto. Diversos parâmetros comprovaram a viabilidade técnica da nova tecnologia, principalmente o aumento da produtividade, redução de custos e uniformização da fertilidade do solo. Na área econômica e financeira, constatou-se um investimento inicial de R$ 74.242,68 que resultou até o final de 2011 uma área amostrada de 29.676,32 ha. Computando-se todos os custos fixos e variáveis, conclui-se que o empreendimento é totalmente viável, apresentando um lucro líquido acumulado de R$ 167.838,97 com indicadores financeiros positivos como a VPL de R$ 60.836,61 e TIR de 39,83 a.a. Contudo sugere-se a criação de contas despesas para facilitar a identificação dos custos gerados na atividade.

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INTRODUÇÃO ... 7

1.1 Apresentação do Tema ... 9

1.2 Problema ou Questão de Estudo ... 10

1.3 Objetivos ... 10 1.3.1 Objetivo geral ... 11 1.3.2 Objetivos específicos ... 11 1.4 Justificativa ... 11 2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 13 2.1 Cooperativismo ... 13 2.2 Agricultura de Precisão ... 14 2.3 Projetos ... 18

2.4 Técnicas de Avaliação de Projetos ... 21

3. METODOLOGIA ... 28

3.1 Classificação da Pesquisa ... 28

3.2 Sujeitos da Pesquisa e Universo Amostral ... 29

3.3 Detalhamento da Coleta de Dados ... 29

3.4 Detalhamento da Análise e Interpretação dos Dados ... 30

4. APRESENTAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E ANÁLISE COM SUSTENTAÇÃO TEÓRICA ... 31

4.1 Caracterização da Organização ... 31

4.2 Programa Efetivar Agricultura de Precisão ... 34

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4.5 Análise do Plano ... 51

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ... 58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 60

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Quadro 1 - Demonstração de Resultado Gleba cultivada com Trigo... 42

Quadro 2 - Investimento Inicial... 45

Quadro 3 – Hectares amostrados por ano... 46

Quadro 4 - Impostos e Contribuições ... 47

Quadro 5 - Custos Variáveis ... 47

Quadro 6 - Custos Fixos ... 48

Quadro 7 - Custos Totais ... 49

Quadro 8 - Demonstração dos Resultados ... 50

Quadro 9 - Fluxo de Caixa Anual ... 51

Quadro 10 - Payback Descontado ... 53

Quadro 11- Payback Original ... 53

Quadro 12 - Porcentagem de Lucro ... 54

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INTRODUÇÃO

Este estudo faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Administração da UNIJUÍ e tem por finalidade auxiliar o conhecimento sobre a viabilidade técnica, econômica e financeira do programa Efetivar Agricultura de Precisão Cotripal.

Gerenciando pequenas e médias propriedades, muitos produtores rurais competem com grandes organizações, em busca de alternativas para aumentar a produção mundial de alimentos, reduzirem o uso de insumos, do impacto ambiental e manterem-se competitivas no mercado. Foi nesse ambiente que surgiu o uso de uma nova ferramenta tecnológica no processo produtivo, a Agricultura de Precisão, que busca principalmente através da variabilidade encontrada nas lavouras, aumentar o nível de acerto técnico das práticas produtivas.

A Cotripal Agropecuária Cooperativa, com sede em Panambi, RS, atende na região uma área agricultável de aproximadamente 85.000 hectares, com 3.368 associados que procuram na associação entre outros serviços, o de agricultura de precisão, sem ter que contratar empresas particulares ou adquirir equipamentos. Foram para atender alguns desses associados que se criou o programa Efetivar no ano de 2007, porem com ele surgiu à necessidade de saber se o investimento esta dando retorno ou se os produtores que aderiram à tecnologia estão ajudando a pagar as despesas da atividade.

O relatório está estruturado em tópicos, o primeiro descreve a

contextualização do estudo, constituído pela apresentação do tema, a questão de estudo, os objetivos pretendidos com o trabalho e a justificativa do estudo. O segundo tópico trata do referencial teórico, uma revisão da literatura sobre o tema. Em seguida é abordada a metodologia do estudo, a qual caracteriza o tipo de pesquisa que será realizada, os sujeitos da pesquisa, o universo amostral e se definem as estratégias para a coleta de dados, análise e interpretação. Em outro tópico é apresentado o diagnóstico e análise com sustentação teórica, composto

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pela caracterização da organização, do programa Efetivar, da sua viabilidade técnica e de alguns indicadores financeiros que servirão de base para a conclusão e algumas recomendações.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Este tópico compreende a apresentação do tema, a questão de estudo, os objetivos geral e específicos, bem como a justificativa do estudo.

1.1 Apresentação do Tema

A organização estudada é a Cotripal Agropecuária Cooperativa, fundada em 21 de setembro de 1957 por 29 agricultores que uniram esforços para viabilizar a comercialização de trigo. Hoje com 54 anos, a cooperativa demonstra muita solidez e experiência ao ter enfrentado diversas mudanças políticas, planos econômicos, efeitos da globalização e novas exigências do mercado cada vez mais exigente. Para isso manter-se atualizado foi essencial a sua sobrevivência, tanto que no ano de 2005 passou por profundas reformas no seu estatuto social, evidenciado pela mudança da sua razão social de Cooperativa Tritícola Panambi, para a atual Cotripal Agropecuária Cooperativa, afinal já havia diversos novos segmentos e a triticultura já havia deixado de ser a principal atividade do associado.

Atualmente são 3.368 produtores associados e 1.823 colaboradores que trabalham nas unidades de negócios nos municípios de Panambi, Condor, Pejuçara, Ajuricaba e Santa Bárbara do Sul, abrangendo uma área agricultável de aproximadamente 85 mil hectares, ocupados por uma diversificada linha de produção como a soja, milho, trigo, canola, linhaça, aveia, fruticultura, olericultura, criação de gado de corte, gado de leite e suinocultura, entre outros.

Com objetivo de atender as necessidades dos seus associados, com a comercialização de grãos e o fornecimento de insumos, bens e serviços de qualidade, a cooperativa foi expandindo para outros segmentos, como o setor de varejo, indústria e prestação de serviços. Foi com este intuito que também surgiu o programa Efetivar Agricultura de Precisão Cotripal.

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O programa Efetivar está em atividade desde o ano de 2007, com a função de realizar serviços de mapeamentos de fertilidade, produtividade e correção de solo, ao analisar a variabilidade nutricional e produtiva encontrada nas lavouras. Ele é realizado por quatro funcionários do departamento Técnico Agronômico, que entre outras funções realizam esta atividade, principalmente nos períodos de entressafra. O programa não possui contabilidade separada, as despesas geradas ainda não foram bem separadas das demais atividades técnicas, o que dificulta a análise da viabilidade econômica para saber se o investimento feito pela cooperativa esta gerando retorno.

Como a organização estudada é uma cooperativa, a transparência dos resultados e seu acesso são de interesse não só dos diretores, mas também a todos os associados que trabalham ou possam vir a trabalhar com essa nova tecnologia no processo produtivo, importando-se com o estudo da viabilidade técnica, econômica e financeira do programa Efetivar.

1.2 Problema ou Questão de Estudo

Saber qual o retorno do investimento é fundamental à gestão de qualquer organização, no caso do programa Efetivar da Cotripal é importante saber se os recursos investidos estão dando retorno aos associados ou se os produtores que não participam do programa estão contribuindo nas despesas da atividade, o que levou a constituir a seguinte questão de estudo:

Há viabilidade técnica, econômica e financeira do programa Efetivar Agricultura de Precisão Cotripal Agropecuária Cooperativa?

1.3 Objetivos

De acordo com Marconi e Lakatos (1996, p.22), “toda a pesquisa deve ter um objetivo determinado para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar”.

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Assim, o objetivo busca alcançar resultados, o geral deve ir ao alcance do assunto em estudo e o objetivo específico deve mostrar os meios que serão usados para atingir o objetivo geral.

1.3.1 Objetivo geral

O objetivo geral é verificar se o programa Efetivar Agricultura de Precisão Cotripal apresenta viabilidade técnica, econômica e financeira.

1.3.2 Objetivos específicos

Neste trabalho são estudados os seguintes objetivos específicos:

Caracterizar a organização e o ambiente em que ela está inserida;

Conhecer o programa Efetivar Agricultura de Precisão Cotripal, descrevendo o mesmo desde a sua constituição;

Descrever os custos, as receitas e os resultados gerados pelo programa Efetivar;

Analisar os resultados dos indicadores técnicos e financeiros do programa Efetivar;

Propor adequações para os controles financeiros.

1.4 Justificativa

O trabalho de conclusão de curso oferece à empresa a oportunidade de ter acesso aos resultados da análise de viabilidade técnica, econômica e financeira, descrito pela visão do acadêmico, tais como o Payback, o ponto de equilíbrio, a TIR, o VPL e outras informações importantes para os associados e para os gestores

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analisarem o preço de venda do programa, que é variável pelo tamanho da grade de amostragem.

Buscando o critério de originalidade, o estudo foi o primeiro a ser realizado no programa Efetivar Agricultura de Precisão Cotripal, apresentando um potencial de surpresa dos resultados para os gestores e associados, que poderão descobrir o tempo necessário para a atividade se pagar, se os associados que não aderiram à tecnologia estão contribuindo com as despesas, enfim se o investimento está obtendo o retorno esperado ou se há necessidade de reduzir suas despesas e modificar seus preços de venda.

Com o estudo da viabilidade econômica, o acadêmico de administração também tem a oportunidade de adquirir experiência ao ter acesso às informações reais de uma organização competitiva, tornando-se capaz de analisar se o investimento é viável ou quais pontos podem ser melhorados. Já para a Unijuí e o curso de administração, oferece os resultados do estudo de viabilidade de uma ferramenta tecnológica bem conhecida em países mais desenvolvidos, mas com poucos anos de existência no Brasil.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Para Vergara (2000, p. 35), referencial teórico é “o capítulo do projeto que tem por objetivo apresentar os estudos sobre o tema, ou especificamente sobre o problema, já realizados por outros autores”. Faz-se uma revisão das teorias, críticas e trabalhos realizados, tomando conhecimento do que já existe sobre o assunto oferecendo consistência ao estudo.

2.1 Cooperativismo

De acordo com Rodrigues (2008, p. 483), o cooperativismo é um movimento impressionante na escala mundial, os associados chegam a 800 milhões de pessoas em todos os continentes, seja em cooperativas agrícolas, de consumo, de crédito, de habitação, de produção, de trabalho, de eletrificação ou de serviços.

Como característica, cada sócio de uma cooperativa tem apenas um voto, democratizando os processos decisórios e o retorno do resultado, quando positivo é dividido em função das operações que ele realizou, premiando quem ajudou a construir esse resultado.

Para Ricciardi e Lemos (2000, p. 58), “a idéia do cooperativismo veio da

constatação de que a cooperação – fazer coisas junto com outras pessoas – era a

melhor maneira para encontrar as soluções que interessavam a determinado grupo de indivíduos”. As pessoas procuram vantagens no trabalho em conjunto, associando-se no empreendimento definido como cooperativa, tornando-se cooperados.

As expressões sinônimas cooperativismo e doutrina cooperativista expressam o conteúdo ideológico da cooperação... A palavra cooperativa se refere ao empreendimento que atua no mercado em nome dos associados, chamados cooperados ou cooperadores. A palavra cooperativista se refere genericamente às pessoas envolvidas no movimento cooperativista (associados, estudiosos, funcionários). Cooperativar é o verbo que traduz o ato de alguém se tornar cooperado. (IRION, 1997, p. 45).

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Na mesma linha das expressões citadas, Ricciardi e Lemos (2000, p. 60),

definem cooperativismo como “a forma mais eficaz de, conjugando esforços e

recursos, promover a elevação dos padrões de qualidade de vida dos que se associarem sob as suas regras, prestando efetivo serviço às suas comunidades e à própria sociedade”.

Semelhante, Rodrigues (2008, p. 483), entende que “os serviços prestados pela cooperativa permite que seus sócios tenham melhores resultados econômicos em suas atividades, de forma a progredirem também no social.” Para ele o objetivo do cooperativismo é corrigir o social através do econômico.

O cooperativismo é uma doutrina cujo objetivo – conforme internacionalmente conceituado - é corrigir o social através do econômico. O instrumento da doutrina é a cooperativa, que se caracteriza por ser uma sociedade de pessoas, e não de capital, como acontece nas empresas em geral; e a sua função é prestar serviços de interesse comum aos seus associados, e não buscar o lucro. (RODRIGUES, 2008, p. 483)

Mesmo sabendo que a função principal da cooperativa não é buscar o lucro, Ricciardi e Lemos (2000, p. 58), esclarece que ninguém se associa a um empreendimento para colher prejuízos, que uma cooperativa é uma empresa como outra qualquer, em que “pessoas se reúnem para produzir bens ou serviços com o propósito de receber a retribuição monetária pelo seu trabalho, tanto como reposição dos gastos quanto como remuneração pelo que realizam, concorrendo ainda, ao rateio das “sobras””.

Dessa forma as cooperativas não procuram extinguir as propriedades privadas, apenas privilegia a sociedade, motivando os indivíduos a alcançar seus objetivos através da união, do esforço coletivo, aumentando suas forças em busca de resultados em comum, entre outros as sobras.

2.2 Agricultura de Precisão

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2011, p. 5) existem relatos de que se trabalha com agricultura de precisão desde o início dos anos 1980, quando na Europa foi gerado o primeiro mapa de produtividade e nos

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Estados Unidos da América fez-se a primeira adubação a taxas variadas. Mas o que impulsionou a sua prática foi o surgimento do GPS (Sistema Posicionamento Global por Satélites), em torno de 1990. No Brasil as primeiras atividades foram em 1995, com a importação de alguns equipamentos, como colhedoras equipadas com monitores de produtividade.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2011, p. 5) define agricultura de precisão (AP) como “um sistema de gerenciamento agrícola baseado na variação espacial de propriedades do solo e das plantas encontradas nas lavouras e visa à otimização do lucro, sustentabilidade e proteção do ambiente.”

Já Vargas (2011, p. 1) define a Agricultura de precisão (AP) como “uma

tecnologia que utiliza um conjunto sinais de satélite e softwares para interpretação de dados geoprocessados, isto é, recolhe e reuni informações da área cultivada, sempre com a localização precisa”.

Ao analisar os dois conceitos percebemos que AP é uma prática agrícola na qual se utiliza a tecnologia da informação baseada no princípio da variabilidade do solo e clima. A partir de dados específicos de áreas geograficamente referenciadas, implanta-se o processo de automação agrícola, dosando-se adubos e defensivos.

Hoje no Brasil a AP esta focada na aplicação de fertilizantes e corretivos em taxa variável, porem não se pode esquecer que AP é uma ferramenta que considera a variabilidade espacial em qualquer cultura, em todos os aspectos da lavoura como produtividade, características químicas e físicas, infestação de ervas daninhas, pragas e doenças.

Para Molin (2008, p. 13) “somente depois de quantificar a variabilidade

espacial é possível se investigar as relações entre causa e efeito e o efeito é a produtividade,” assim, com informações mais precisas é possível aumentar o nível de acerto técnico no manejo das culturas.

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Na mesma linha, Vargas (2011, p.1), explica que o uso racional dessas tecnologias permite a tomada de decisão mais consciente.

O uso racional dessas tecnologias, utilizadas como ferramentas de acompanhamento, controle e análise, permitem verificar as variações espaciais e temporais dos fatores limitantes à produção, orientando no processo de tomada de decisão na aplicação localizada de insumos e no manejo diferenciado das culturas no campo de produção. Assim, pode-se determinar "qual, quando e onde" o insumo deve ser aplicado e "como" fazê-lo, permitindo identificar locais específicos com diferentes potenciais de produtividade, podendo-se determinar ou não, desde que econômica e tecnicamente viáveis, investimentos em insumos ou na correção de fatores limitantes à produção, visando a maximização da produtividade e minimização dos impactos ambientais. O principal conceito é aplicar no local correto, no momento adequado, as quantidades de insumos necessários à produção agrícola, para áreas cada vez menores e mais homogêneas... (VARGAS, 2011, p. 1).

As ferramentas que possibilitaram o desenvolvimento deste tipo de agricultura foram os microprocessadores, os softwares de sistemas de informação geográfica (SIG) e os receptores de posicionamento global por satélite (GPS), que acoplados a colheitadeiras, tratores ou outros, permitem o levantamento de dados, sua tabulação cumulativa e a aplicação dosada e localizada de insumos.

O sistema de posicionamento global, popularmente conhecido por GPS (acrónimo do original inglês Global Positioning System, ou do português "geo-posicionamento por satélite") é um sistema de navegação por satélite que fornece a um aparelho receptor móvel a posição do mesmo, assim como informação horária, sob todas quaisquer condições atmosféricas, a qualquer momento e em qualquer lugar na Terra, desde que o receptor se encontre no campo de visão de quatro satélites GPS.

O GPS - Global Positioning System é um sistema que conta com 24 satélites, sendo 3 reservas. Estes satélites denominados NAVISTAR estão distribuídos em 6 órbitas distintas, a uma altitude aproximada de 20 mil km. Com esta configuração em qualquer ponto da superfície da Terra há no mínimo 4 satélites acima da linha do horizonte 24 horas por dia. Foi projetado para fornecer o posicionamento instantâneo bem como a velocidade de um ponto sobre a superfície da Terra ou próximo à ela. Este sistema foi desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos EUA, originalmente criado com fins militares estratégicos. A partir de meados da década de setenta o seu uso foi estendido para aplicações civis, tendo passado por uma contínua evolução desde então, principalmente no que diz respeito aos equipamentos eletrônicos e programas computacionais. Representa atualmente uma nova alternativa de posicionamento para a Cartografia e ciências afins, tendo o uso do GPS crescido

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significativamente em aplicações nas atividades agrícolas e florestais. (VARGAS, 2011, p. 3).

Com esta triangulação a partir de satélites, o sistema determina a distância entre um receptor (antena) e o satélite, através do tempo que um sinal de rádio leva, a partir de sua saída do satélite, para chegar ao receptor, o que é feito através de uma correlação dos códigos gerado e recebido, onde através da geração simultânea e sincronizada de sinais idênticos pelo satélite e pelo receptor, se determina a defasagem entre os sinais e assim determina-se a diferença de tempo em que o sinal demorou para percorrer a distância receptor-satélite. (VARGAS, 2011, p. 3).

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2011, p. 9), a AP “só funciona se houver quem saiba fazer o sistema só funciona com dedicação e organização especialmente no que diz respeito aos dados gerados que devem ser rigorosamente analisados e armazenados”.

Uma alternativa para o agricultor que encontrar dificuldades é buscar ajuda em empresas de consultoria e prestação de serviços, na área de amostragem e geração de mapas. O tamanho da propriedade não é o mais relevante para a implantação, pois a terceirização da aplicação a taxa variável é uma opção muito praticada. Para atender principalmente as pequenas propriedades é que cooperativas vem criando estes serviços de AP, tornando a tecnologia acessível a todos os associados e reduzindo seus custos fixos.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2011, p. 34) esclarece que segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para

Agricultura e Alimentação – FAO e da Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico – OCDE “a população brasileira poderá crescer 40%

nos próximos 10 anos, a população mundial poderá chegar a 8,3 bilhões de habitantes em 2030”. Se considerar a área disponível para produção de alimentos e o número de habitantes sabe-se que o aumento de produtividade será fundamental para atender a demanda mundial por alimentos. Para eles “a tomada das decisões, tanto de gestores como de operadores, por sistemas inteligentes, mais que uma tendência, é uma questão de sobrevivência e uma necessidade”.

Dessa forma, tendo à agricultura a responsabilidade de atender a demanda de alimentos, passa a produtividade por unidade de área ser o principal indicador

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técnico da agricultura de precisão, juntamente com o melhor aproveitamento e a redução do uso de fertilizantes e agrotóxicos.

2.3 Projetos

Apesar de o programa Efetivar já está implantado desde o ano de 2007, o trabalho prevê o estudo de um projeto, ou seja, da viabilidade técnica, econômica e financeira da atividade.

De acordo com Lapponi (2007, p. 9), antes de uma oportunidade de investimento ser aceito tem apenas um projeto contendo o registro de suas estimativas, a avaliação e a recomendação de aceitar ou rejeitar o projeto de investimento. Mas segundo o autor “ele continua sendo chamado de projeto depois de aprovado e durante a execução, até entrar em plena operação quando passa a ser um investimento realizado”.

Para os autores Woiler e Mathias (2010, p. 14), o projeto “pode ser

entendido como um conjunto de informações coletadas e processadas, de modo que simulem uma dada alternativa de investimento para testar sua viabilidade”. Coletam-se informações internas e externas à empresa, analisa-Coletam-se de forma quantitativa e qualitativa procurando simular a decisão de investir ou continuar investindo.

Já Prado (2000, p. 197), define o termo projeto como “um esforço temporário, levado a efeito para criar um produto/serviço único”. Por serem temporários, os projetos têm um momento de início e um fim estimado e as atividades geralmente representam um desafio novo.

Na mesma linha Vargas (2002, p. 8), define projeto como “um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma seqüência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido”.

Segundo Woiler e Mathias (2010, p. 15), a classificação do projeto pode ser macroeconômica, em função do setor econômico onde se processa o investimento,

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exemplo o agrícola, industrial ou de serviços. Para classificação do ponto de vista microeconômico, então pode ser separado em projeto de implantação, de expansão, de modernização, relocalização ou diversificação. Finalmente o projeto pode ser classificado em função do uso que o mesmo terá para a empresa ao longo do processo decisório, neste caso a classificação será como de viabilidade, final ou de financiamento.

O projeto de viabilidade é um projeto de estudo e análise, ou seja, é projeto que procura verificar a viabilidade interna da própria empresa. Quando surge a idéia (ou a oportunidade) de investir, começa o processo de coleta e processamento de informações que, devidamente analisadas permitirão testar a sua viabilidade... O que se observa na prática, entretanto, é que este tipo de projeto às vezes não é executado pelas empresas nacionais, que admitem a viabilidade por antecipação. (WOILER E MATHIAS, 2010, p. 16).

O projeto final constitui-se no conjunto de informações em que a grande maioria dos parâmetros crítico para a fase de implantação já se encontra definida e congelada... Neste sentido, o projeto é algo mais que um orçamento: é um documento auxiliar ao próprio processo de acompanhamento do projeto... O projeto de financiamento é um projeto feito para atender às exigências e quesitos dos órgãos financiadores. (WOILER E MATHIAS, 2010, p. 16).

Na mesma linha, Souza (2003, p. 69), define projeto de investimento como “o conjunto de informações internas e ou externas à empresa, coletadas e processadas com o objetivo de analisar-se (e eventualmente, implantar-se) uma decisão de investimento”.

Para Woiler e Mathias (2010, p. 16), os componentes mais freqüentemente encontrados em uma alternativa de investimento são os econômicos, técnicos, recursos financeiros, recursos administrativos e institucionais.

Woiler e Mathias (2010, p. 21), explicam que a elaboração e análise de um projeto envolvem uma série de etapas interativas, entre elas destaca-se o estudo do ambiente, da posição e suas estratégias explicitas ou do plano e suas estratégias implícitas. Em seguida estudam-se os aspectos econômicos, técnicos, os recursos administrativos e institucionais, para só então realizar uma análise e decidir se aceita, rejeita ou refaz o projeto.

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Já Schubert (1989, p. 24), define dois roteiros para elaboração do projeto, que se caracteriza por um estudo sistemático de todos os pontos que deverão compor um projeto final. Um dos roteiros é apresentado a seguir.

1 – A empresa Nome Capital Acionistas Dirigentes Principais Histórico da Empresa 2 – O projeto Apresentação Mercado Tamanho Localização Engenharia Investimento Financiamento

Custo e receitas anuais Organização e Administração

Justificativas econômicas e conclusões Anexos

(SCHUBERT, 1989, p. 25).

Schubert (1989, p. 26), acredita que “uma vez elaborado o projeto com este nível de detalhamento, será possível aos órgãos do governo, aos bancos de fomento e às entidades financeiras aprovarem o projeto e definirem as fontes de recursos”.

Semelhante Woiler e Mathias (2010, p. 21), detalham melhor as etapas de um projeto, definindo o ponto de partida como “a análise do ambiente, que pode ser feita com um processo de planejamento do tipo oportunidade e ameaças (estratégia como plano) ou pela metodologia das forças (estratégia como posição)”.

Para os autores, Woiler e Mathias (2010, p. 22), outro passo é realizar uma análise dos componentes econômicos. “Nesta análise, serão caracterizados o produto, a quantidade demandada projetada, os canais de comercialização, o preço de venda e outros fatores semelhantes”.

Em seguida Woiler e Mathias (2010, p. 22), explica que são abordados os aspectos técnicos como a localização e escala do projeto. Feita a seleção do

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processo e a determinação da localização e escala, será possível estimar o volume de financiamentos necessários, analisando as fontes de recursos e seus custos.

Woiler e Mathias (2010, p. 22), informam que em seguida levantam-se as necessidades de pessoas para compor a estrutura que vai ser implantada ou reorganização se já existentes. Nesta fase também serão tratados os aspectos jurídicos mais relevantes. Passado estas etapas, é possível elaborar as projeções de custos e receitas, combinados com os cronogramas propostos fazem-se uma análise quantitativa e qualitativa, de acordo com as técnicas de avaliação escolhidos, permitindo a determinação da viabilidade do projeto.

2.4 Técnicas de Avaliação de Projetos

Para Kassai Et. al (2000, p. 13), a questão do retorno de investimento “é uma questão crucial e vital para o equilíbrio da economia de um país e, da mesma forma, para a continuidade e sobrevivência das empresas.”

Mas antes de estudar as técnicas de avaliação de projetos, é importante entender o custo de oportunidade do capital, definido por Souza (2003, p. 66), como a “determinação do custo médio ponderado do capital, que trata da média ponderada do custo de capital próprio e de terceiros relativo ao total do capital utilizado.” Para o autor após definir o custo, “considera-se essa taxa como taxa de desconto nas planilhas de cálculo do projeto, referentes aos fluxos de caixa, utilizando-se técnicas de matemática financeira, referentes ao valor do dinheiro no tempo”.

Já entre as técnicas de avaliação de projetos, Galesne et al, apud. Souza (2003, p. 73), apresenta os critérios de classificação de projetos de investimentos segregados em “critérios de rentabilidade tradicionais e outros critérios de rentabilidade. De acordo com esses autores, os critérios de rentabilidade tradicionais são baseados nos fluxos de caixa descontado.” Esses métodos de análises são o VPL, IL e TIR. Já os outros critérios são a taxa de retorno contábil e o critério do tempo de recuperação do capital conhecido como payback.

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Semelhante, Woiler e Mathias (2010, p. 194) consideram os critérios de análise de projetos como “aqueles que se baseiam no fluxo de caixa e no valor do dinheiro no tempo. A exceção é o tempo de recuperação do capital investido simples (payback period)”.

Para facilitar a análise dos projetos, a seguir serão apresentadas as visões de alguns autores sobre os principais métodos existentes.

Segundo Kassai Et. al (2000, p. 41), “o lucro expresso em forma de

porcentagem passa a representar um resultado final e a ser passível de comparações com n outras grandezas de uma empresa ou também com outros percentuais de nossa economia”.

A porcentagem (ou percentagem) é considerada como a ”unidade” do sistema financeiro, uma medida universal, um padrão comum para medidas no mundo dos negócios e, principalmente, do lucro empresarial. Matematicamente, é representada por uma razão especial cujo conseqüente é igual a 100, ou seja, é o resultado da comparação de uma parte com um todo. (KASSAI Et. al, 2000, p. 41).

Kassai Et. al (2000, p. 61), um dos instrumentos mais utilizados e sofisticados para avaliar propostas de investimento de capital é o valor presente líquido (VPL) ou Net Present Value (NPV), o qual “reflete a riqueza em valores monetários do investimento medida pela diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa, a uma determinada taxa de desconto”.

Pode ser obtido por meio da seguinte fórmula:

Onde: FC = Fluxos de caixa esperados (positivos ou negativos) i = taxa de atratividade (desconto)

Análise: É considerado atraente todo investimento que apresente VPL maior ou igual a zero.

(KASSAI Et. al, 2000, p. 62).

Quando se utiliza o VPL como critério de decisão, existem alguns aspectos considerados como positivos.

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...(1) esse método é condizente com o princípio da atividade, ou seja, considerando-se dois projetos de investimento (A e B), o VPL de A mais o VPL de B pode ser representado por VPL (A+B); (2) esse método é aceito pelos teóricos; (3) o VPL leva em consideração o tamanho do projeto; e (4) quando se calcula esse indicador, considera-se que os fluxos de caixa intermediários são reinvestidos mediante a utilização da mesma taxa do custo de capital. (SOUZA, 2003, p.75).

Para Kassai Et. al (2000, p. 66), a taxa interna de retorno (TIR) ou Internal Rate of Return (IRR) também é uma das formas mais sofisticadas de se avaliar

propostas de investimento. “Ela representa a taxa de desconto que iguala, num

único momento, os fluxos de entrada com os de saída de caixa. Em outras palavras, é a taxa que produz um VPL igual a zero”.

Pode ser obtida com a seguinte fórmula:

Onde: FC = Fluxos de caixa esperados (positivos ou negativos)

Análise: É considerado economicamente atraente todo investimento que apresente TIR maior ou igual à TMA.

Quando calculada a partir de um fluxo de caixa descontado, a uma determinada taxa de atratividade, a TIR é considerada atraente quando é maior ou igual a zero.

(KASSAI Et. al, 2000, p. 66).

Esse é um dos métodos mais utilizados, mas segundo Weston e Brigham, apud Souza (2003, p. 76), “a TIR contém informações referente à margem de segurança do projeto. Porém, ela não pode ser utilizada para fluxos de caixa não convencionais, e também não leva em consideração o tamanho do projeto.” Uma alternativa para resolver o problema do fluxo de caixa com mais de uma inversão de sinal é a taxa interna de retorno modificada (MTIR) apresentada a seguir.

Todos os fluxos de saída de caixa (investimentos) são atualizados a valor presente para uma data única (geralmente a data do período inicial), e os fluxos de entrada (positivos) são levados a valor futuro, transformando-se o fluxo de caixa não convencional em fluxo convencional (um fluxo negativo e outro positivo), para então determinar a TIR. (DAMODARAN, apud SOUZA, p. 76).

De acordo com a pesquisa realizada por Graham e Harvey, apud Souza (2003, p. 78), “excluindo-se o VPL e a TIR, o período de payback é a técnica de análise de projetos mais utilizada.” Os autores apontam que as pequenas empresas

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utilizam o payback com a mesma freqüência com que utilizam o VPL e a TIR, entretanto as empresas que utilizam o fazem em seu conceito tradicional, não utilizando o payback descontado.

Kassai Et. al (2000, p. 84) esclarecem que “o payback é o período de

recuperação de um investimento e consiste na identificação do prazo em que o montante do dispêndio de capital efetuado seja recuperado por meio de fluxos líquidos de caixa gerados pelo investimento”. O payback mais conhecido é a versão original, mas também existem outras mais sofisticadas como o payback descontado, o payback descontado total, e o payback TIR.

O payback original, ou prazo de recuperação do capital, é encontrado somando-se os valores dos fluxos de caixa negativos com os valores dos fluxos de caixa positivos, até o momento em que essa soma resulta zero. Essa versão é mais uma medida de risco do que propriamente de retorno de investimento. Um projeto com payback menor do que outro indica que o mesmo tem grau menor de risco. (KASSAI Et. al, 2000, p. 85).

O payback descontado de acordo com Kassai Et. al (2000, p. 86), surgiram devido a críticas ao método original, “de não considerar o valor do dinheiro no tempo, é recomendável que seja determinado por meio de um fluxo de caixa descontado. Para isso, basta descontar os valores pela taxa mínima de atratividade (TMA) e verificar o prazo de recuperação do capital”.

Kassai Et. al (2000, p. 87), explicam que no payback descontado também há críticas, que “é a de não considerar os fluxos de caixa após o período de recuperação e que, eventualmente, poderiam prejudicar a análise de um determinado projeto”.

Para isso, propomos o uso do payback descontado total que, além de trabalhar com os fluxos de caixa descontados pela TMA, também considera os fluxos existentes após os prazos apurados anteriormente. O cálculo consiste em comparar o montante dos fluxos de caixa negativos (investimentos) com os positivos (lucros) e multiplicar essa razão pelo número total de período do projeto, a saber:

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Para Kassai Et. AL (2000, p. 88), o payback TIR, “parte do princípio que a taxa interna de retorno (TIR) é uma taxa média de juros que o prazo de recuperação do capital dar-se-á quando a empresa dobrar seu capital inicial”.

Nesse sentido, utilizamos a tradicional fórmula de juros compostos e o período de recuperação é atingido quando relacionamos PV = 1 e FV = 2. Onde: PV = 1

FV = 2 (dobro do capital) I = TIR

n = payback TIR Então:

(KASSAI Et. al, 2000, p. 88).

Outro indicador apresentado por Kassai Et. al (2000, p. 78) é o índice de lucratividade (IL) “medido por meio da relação entre o valor presente dos fluxos de caixa positivos (entradas) e o valor presente dos fluxos de caixa negativos (saídas), usando-se como taxa de atratividade do projeto (TMA)”.

Esse índice indica o retorno apurado para cada $ 1,00 investido, em moeda atualizada pela taxa de atratividade.

Análise: é considerado atraente todo investimento que apresente IL maior ou igual a 1,00.

(KASSAI Et. al, 2000, p. 78).

O índice de lucratividade (IL) é também chamado de índice de rentabilidade (IR), índice de valor presente e índice de benefício x custo. É definido por Schubert (1989, p. 77) como “o quociente entre o valor presente do fluxo de caixa líquido, projetado para n anos e o valor presente do Desembolso Total”.

Na mesma linha do índice de lucratividade (IL) existe o retorno sobre o ativo (RSA), definido por Kuhn (2009, p. 24) como “a lucratividade que a empresa propicia em relação aos investimentos totais representados pelo ativo total médio”.

A interpretação do retorno sobre o ativo é no sentido de que “quanto maior, melhor”. (KUHN, 2009, p.24).

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Já para Kassai Et. al (2000, p. 78) “a taxa de rentabilidade (TR%) de um investimento reflete o retorno desse investimento em termos relativos, ou seja, em porcentagem. É determinado a partir do índice de lucratividade (IL), mencionado no item anterior menos um”.

Análise: É considerado atraente todo investimento que apresente TR maior ou igual a zero.

(KASSAI Et. al, 2000, p. 79).

Souza (2003, p. 81), descreve que outro método de análise calculada no conjunto empresa mais projeto é a Margem Operacional.

Na fórmula de cálculo utilizada, excluem-se as despesas financeiras advindas do financiamento do projeto, bem como o valor da depreciação dos ativos fixos integrados à empresa mediante implantação do projeto de investimento. Com isso, tem-se um indicador de margem operacional puro. Apresenta-se a seguir a fórmula utilizada para determinação desse indicador.

(SOUZA, 2003, p. 81).

Como não há certeza de que as estimativas do fluxo de caixa esperados com o projeto coincidirão com as realizadas, é possível calcular o ponto de equilíbrio e utilizá-la como uma informação adicional ao resultado do VPL e da TIR, que melhora a compreensão da incerteza na decisão de aceitação de um projeto.

Lapponi (2007, p. 410), explica que “o modelo do ponto de equilíbrio identifica o intervalo de uma estimativa dentro do qual ocorre o resultado esperado, por exemplo, a quantidade mínima de unidades que devem ser vendidas para o VPL ser positivo.” É a quantidade de unidades que devem ser vendidas, para qual a receita total de um período seja igual ao custo total no mesmo período.

O ponto de equilíbrio do lucro bruto é calculado com o conhecimento prévio de que o lucro operacional L num determinado período é igual à receita R menos a soma do custo variável CV mais o custo fixo CF do mesmo período.

L = R – CV - CF

Num determinado período de tempo, a receita total da venda de um produto ou serviço R é uma função linear da quantidade de unidades vendidas Q

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com preço unitário p, que se mantém constante para qualquer Q. De forma semelhante, o custo variável de um produto ou serviço CV é uma função linear da quantidade de unidades vendidas Q com custo variável unitário v dos materiais e da mão-de-obra direta que são constantes para qualquer Q...Entretanto, dentro de um determinado intervalo de volume de venda, na análise do ponto de equilíbrio é possível utilizar o modelo linear representado com:

R = p x Q CV = c x Q

(LAPPONI, 2007, p. 410).

De acordo com Lapponi (2007, p. 411), “o custo fixo de um produto ou serviço é constante, seja qual for a quantidade vendida Q.” Assim ao substituir as expressões de R e de CV na do lucro bruto L se tem: L = (p – v) x Q – CF. Segundo o autor, com essas informações é possível calcular o ponto de equilíbrio do lucro operacional em unidades vendidas ou em receita.

Na condição L = 0 temos a quantidade QPE de unidades vendidas referente ao ponto de equilíbrio do lucro bruto operacional que passamos a denominar como ponto de equilíbrio do lucro:

O resultado da diferença (p-v) é denominado margem de contribuição e mede a contribuição de cada unidade vendida para pagar o custo fixo ou, também, o custo fixo por unidade de contribuição. Da quantidade QPE se obtém a receita do ponto de equilíbrio RPE, sendo o resultado da divisão v/p a proporção de custo variável unitário sobre o preço unitário, ou custo variável unitário por unidade de preço unitário.

(LAPPONI, 2007, p. 411).

Esses são alguns dos métodos de avaliação de projetos mais conhecidos e que serão utilizados no estudo da viabilidade do programa efetivar, conforme metodologia a seguir.

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3. METODOLOGIA

Neste tópico descreve-se o tipo de pesquisa, quanto aos fins e quanto aos meios, bem como o sujeito da pesquisa, o universo amostral, a maneira que foi coletado, analisado e interpretado os dados e a forma que foi sistematizado os resultados da pesquisa.

3.1 Classificação da Pesquisa

Para Vergara (2000, p. 46), a pesquisa é proposta em dois critérios, quanto aos fins e quanto aos meios.

Quanto aos fins, o estudo é classificado como pesquisa exploratória e descritiva, pois Vergara (2000, p. 47) define como investigação exploratória a “realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado” a

descritiva é a que “expõe características de determinada população ou de

determinado fenômeno”.

Em relação aos meios o estudo é classificado como pesquisa de campo, realizada no local aonde ocorre o fenômeno, como documental por ser realizada em documentos, bibliográfica por se basear em material publicado e como estudo de caso por ser aplicado em uma única organização.

Sua classificação é baseada nos conceitos de Vergara (2000, p. 47), que define “pesquisa de campo é investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo.” Investigação documental “é a realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas”. Pesquisa bibliográfica “é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas,” e estudo de caso “é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, uma comunidade ou mesmo um país”.

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3.2 Sujeitos da Pesquisa e Universo Amostral

O universo da pesquisa de campo foi às empresas e pessoas que trabalham com Agricultura de Precisão (AP), entre elas instituições de pesquisa e a Cotripal Agropecuária Cooperativa. Os sujeitos da pesquisa foram os pesquisadores do assunto e supervisores do departamento técnico, os contabilistas da organização, os funcionários responsáveis pela atividade e também a dez associados da cooperativa.

A amostra dos associados entrevistados foi definida pelo critério de acessibilidade, definida por Vergara (2000, p. 51) como aquela que está “longe de qualquer procedimento estatístico, seleciona elementos pela facilidade de acesso a eles”.

3.3 Detalhamento da Coleta de Dados

Os dados foram coletados através de entrevistas formais e informais, ao contabilista, ao gerente, ao supervisor e junto aos funcionários do programa Efetivar, durante as visitas realizadas à cooperativa no período de 01/12/2011 a 02/03/2012. No mesmo período foi feito contato por e-mail ao Doutor, Engenheiro Agrônomo, pesquisador da CCGL TEC e professor da Unicruz, na área de solos e Agricultura de Precisão, levantando dados sobre a viabilidade técnica e econômica da atividade.

Já as entrevistas aos associados foram realizadas de forma aleatória, aos dez primeiros produtores dispostos a colaborar no período de 01/12/2011 a 02/03/2012 e que já tenham trabalhado com AP nos anos anteriores. Para obter respostas em diferentes municípios, as entrevistas foram realizadas por colaboradores da Cotripal de todas as unidades, seguindo o roteiro pré definido. Assim que as entrevistas aos dez primeiros entrevistados foram concluídas, foram descartadas as respostas excedentes.

Também foi feito o uso da análise documental, aos arquivos, publicações, demonstrativos de resultado, planilhas de custo, receita e controle dos serviços

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prestados desde a criação do programa Efetivar, de pesquisa bibliográfica, em livros, revistas e dissertações encontradas sobre o assunto e uma coleta de dados por observação participante, por estar engajado como um colaborador do programa Efetivar.

3.4 Detalhamento da Análise e Interpretação dos Dados

Posteriormente à coleta das informações necessárias, os dados foram tratados de forma quantitativa e qualitativa, buscando com base teórica responder os objetivos propostos no projeto.

Tratados de forma quantitativa, ao mensurar os benefícios técnicos do ganho de produtividade e ou redução de custos percebidos por estudos já realizados e na área econômica e financeira do programa, auxiliado por planilhas do Excel, ao analisar indicadores conhecidos, tais como o índice de lucratividade, a taxa de rentabilidade, o Payback, o ponto de equilíbrio, a TIR e o VPL.

Sem o tempo necessário para conduzir um experimento em uma área com e sem agricultura de precisão, que seria de um a três anos e por serem escassas as informações sobre a relação entre os custos e os benefícios, será analisado de forma qualitativa as respostas dos entrevistados em relação a sua percepção aos resultados esperados e obtidos com a implantação do programa Efetivar.

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4. APRESENTAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E ANÁLISE COM SUSTENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 Caracterização da Organização

A trajetória de 54 anos de existência da Cotripal Agropecuária Cooperativa iniciou em 21 de setembro de 1957, pelas mãos de 29 agricultores que uniram esforços para viabilizar a comercialização de trigo. Atualmente são 3.368 produtores associados e 1.823 colaboradores que trabalham nas unidades de negócios nos municípios de Panambi, Condor, Pejuçara, Santa Bárbara do Sul e Ajuricaba.

Manter-se atualizado foi essencial a sua sobrevivência, tanto que no ano de 2005 passou por profundas reformas no seu estatuto social, evidenciado pela mudança da sua razão social de Cooperativa Tritícola Panambi, para a atual Cotripal Agropecuária Cooperativa, afinal já havia diversos novos segmentos e a triticultura já havia deixado de ser a principal atividade do associado.

Com objetivo de fornecer insumos, bens e serviços de qualidade, a cooperativa também foi expandindo para outros segmentos, como o setor de varejo, indústria e prestação de serviços. Para melhor conhecê-la a seguir descreve-se a sua missão, objetivos, visão, administração e segmentos que atuam a fim de atender seus associados e comunidade:

Missão: Realizar o ideal de união, trabalho e desenvolvimento mútuo, preconizado pelos fundadores.

Objetivos:

- Receber e comercializar a produção agropecuária.

- Assistir o associado visando seu aprimoramento tecnológico. - Fornecer insumos, bens e serviços de qualidade.

- Planejar e apoiar ações que visem o equilíbrio ambiental. - Difundir o ideal cooperativista.

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Visão: Ser referência de cooperativa de produção.

Valores: União; confiabilidade e ética.

A administração do Cotripal Agropecuária Cooperativa é de competência do Conselho de Administração, formado pelo presidente, vice-presidente e demais conselheiros. A fiscalização das atividades administrativa é de responsabilidade do Conselho Fiscal, conforme descrito abaixo.

Conselho de Administração: - Presidente: Germano Döwich - Vice-Presidente: Dair Jorge Pfeifer

- Conselheiros: Ivo Linassi, Jeferson Fensterseifer, Eliseu Dessbesell, Delmar Schmidt, Davi Keller, Roland Janke, Ari Augusto Schmidt, Gerhardo Strobel e Ernani Neumann.

- Conselho Fiscal:

- Efetivos: José Pereira da Costa, Arnildo Carlos Markus e Carlos André Schmid.

- Suplentes: Tiago Sartori, Lino Carlos Breitenbach e Cirio Jacob Floss. - Diretores:

- Diretor Financeiro/Comercial: Luiz Elberto Schneider - Diretor Administrativo: Luiz Paixão Lirio

A atividade primordial da Cotripal é constituída pelo recebimento, beneficiamento, armazenagem e comercialização de grãos, bem como, pelo fornecimento de insumos agrícolas. Sua área de cobertura abrange uma área agricultável de 85 mil hectares, para isso possui capacidade de armazenagem estática de 350 mil toneladas em diversas unidades de grãos.

Integrada à comunidade na qual atua, e visando atendê-la da melhor maneira, a Cotripal vem segmentando, ao longo de sua existência, novas áreas de atuação no comércio, indústria e prestação de serviços.

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As atividades varejistas da Cotripal integram supermercados com lojas de confecções, padaria, confeitaria, açougue e restaurante. Nas lojas de departamentos disponibiliza material de construção, eletrodomésticos, produtos agropecuários, peças, ferragens e implementos agrícolas.

No ramo automobilístico possui três postos de combustíveis BR-Petobras, uma empresa TRR de entrega de óleo diesel nas lavouras e duas lojas de Autocentro Goodyear que comercializam pneus, câmeras de ar, rodas e diversos outros acessórios, além da prestação de serviços como balanceamento computadorizado, geometria a laser, regulagem de faróis e demais serviços do gênero.

No setor de indústria á cooperativa possui um frigorífico e uma fábrica de rações. O Frigorífico Cotripal abate bovinos, suínos e ovinos, comercializando carnes in natura e industrializando uma variada linha de produtos embutidos, defumados e curados. Já a Fábrica de Rações utiliza modernos equipamentos para produzir e comercializar diversos tipos de rações e concentrados, dentro dos melhores critérios de especificações técnicas, para nutrir bovinos, suínos, aves e peixes.

Aumentar a eficiência tanto na área tecnológica quanto na gestão das atividades agropecuárias é um compromisso da Cotripal, para isso criou os departamentos agronômicos e de produção animal, que prestam assistência técnica aos seus associados, através da atuação de agrônomos, técnicos e veterinários junto às propriedades rurais.

O departamento agronômico é responsável pela condução do Campo Experimental e do programa Efetivar Agricultura de Precisão. No Campo Experimental com objetivo de manter o associado informado, são desenvolvidos experimentos com testes de produtos, cultivares, variedades, híbridos e praticas de cultivo. Já o programa Efetivar, objeto do estudo, utiliza o que a de mais moderno no

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mercado, para prestar serviços de mapeamentos de fertilidade, produtividade e de correção de solo, sendo detalhado a seguir.

4.2 Programa Efetivar Agricultura de Precisão

Soluções para o aumento da produtividade e rentabilidade sempre foram esperados pelos associados da Cotripal, fazendo com que o Departamento Técnico Agronômico da cooperativa esteja sempre em busca contínua de novas tecnologias e do aperfeiçoamento do sistema de produção.

Foi com esta visão que a organização passou a observar os resultados obtidos por quem já havia trabalhado com Agricultura de Precisão, produtores e empresas de outras regiões que dispunham de equipamentos necessários para a sua implantação. Veio então à idéia de trazer esta nova ferramenta e junta-la com a recomendação de correção de solo que já era um diferencial da organização, formando o programa Efetivar Agricultura de Precisão Cotripal.

Para tornar a idéia do Efetivar uma realidade, a equipe formada para trabalhar com o programa foi se aperfeiçoando, realizando treinamentos, cursos e adquirindo os equipamentos necessários para dar inicio ao mapeamento de fertilidade no ano de 2007.

A Agricultura de Precisão é conhecida por toda tecnologia ou ferramenta utilizada para melhorar a produtividade, reduzir os custos e o impacto ambiental, mas a sua ferramenta mais conhecida e utilizada pela Cotripal é o mapeamento da variabilidade de fertilidade do solo.

O método convencional era feito da seguinte maneira: Em uma área geralmente de tamanho desconhecido, coletava-se varias sub amostras de solo aleatoriamente, misturavam-se e faziam uma análise de solo. Com o resultado desta amostra era recomendado fazer a correção igual em toda área.

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Agora com o auxilio de receptores de GPS e programas de computadores é possível fazer diferente. Sabendo que a fertilidade e a produção são diferentes em partes do solo, não há por que tratá-lo pela média como se tudo fosse igual. Com a metodologia da agricultura de precisão é possível identificar as variações nutricionais do solo a fim de aplicar somente a quantidade específica necessária de corretivo ou adubo em cada parte da propriedade rural.

Explicando melhor, com o programa Efetivar, a área do associado é medida e dividida em grid de amostragem. O grid é a área que representa a amostra de solo e pode variar de 0,5 a 5 hectares, ele é gerado por um programa de computador que também gera pontos georreferenciados. Nesses pontos são coletadas as amostras de solo que são identificadas e mandadas para análise no laboratório. Sabendo o local que representa cada resultado, é gerado um mapa da variabilidade nutricional de cada elemento do solo, como Cálcio, Fósforo, Potássio, etc.

A seguir segue exemplos de mapas de grid de amostragem e de fertilidade.

Mapa com grid de 2 ha:

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Mapa de fertilidade de potássio:

FONTE: Detec Cotripal

Interpretando a necessidade de correção, através do mapa de fertilidade é possível identificar os locais necessários a corrigir ou gerar um novo mapa de aplicação. Esse mapa em forma de arquivo de dados é fornecido a um caminhão equipado com computador de bordo, GPS de navegação e também o controlador e distribuidor conhecido como Hércules 24000C da empresa Stara. Esse caminhão distribui os corretivos conforme o planejado, corrigindo a variabilidade do solo, evitando aplicar a adubação ou corretivos em falta em alguns pontos ou em excesso aonde não precisa como exemplo pode ser visto o mapa de aplicação a seguir.

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Mapa de aplicação de cloreto de potássio:

FONTE: Detec Cotripal

O programa Efetivar é fornecido somente aos associados da Cotripal, e além de fornecer essa tecnologia para a correção do solo, disponibiliza toda a assistência técnica com o acompanhamento das lavouras, coletas de amostras foliares, geração de mapas de produtividade para os produtores que possui máquinas equipadas e toda a orientação necessária para alcançar melhores resultados.

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Mapa de colheita de milho com produtividade média de 197 sacas por ha:

FONTE: Detec Cotripal

Quanto às ferramentas e equipamentos utilizados na Agricultura de precisão são:

- Duas motos para realizar as medições e coleta de amostras de solo. - Receptores de GPS, para equipar as motos.

- Trados caladores utilizados na amostragem do solo. - Computadores portáteis.

- Programa de computador chamado Campeiro, desenvolvido no laboratório de Geomática da Universidade Federal de Santa Maria. Esse programa possibilita realizar todos os mapas e armazenar as informações necessárias.

- Caminhão equipado com o Hércules 24000C da empresa Stara, que possui computador de bordo, GPS de navegação e também o controlador que possibilita à distribuição a taxa variável, conforme os mapas de aplicação fornecidos.

- Colheitadeiras equipadas com GPS e gerador de mapa de colheita ou produtividade. Esse equipamento é de propriedade de alguns produtores, a Cotripal não possui, apenas auxilia na geração dos mapas.

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- Tecnologia da informação, é dessa forma que o programa Efetivar busca através de software armazenar, organizar e classificar as informações necessárias para gerar os mapas de variabilidade da fertilidade do solo e posteriormente corregi-los, fazendo dessas informações um diferencial na tomada de decisão, gerando melhores resultados e redução de custos.

4.3 Viabilidade Técnica

Conhecedores das práticas utilizadas na agricultura de precisão afirmam que sua viabilidade técnica esta intimamente relacionada à variabilidade encontrada nas lavouras e ao nível de acerto que podem ser obtidos nas diferentes fases do processo. Segundo eles o manejo de uma lavoura pela média pode resultar em recomendações mais econômicas, porém tecnicamente equivocadas, por possibilitar um menor nível de acerto e conseqüentemente menores ganhos em produtividade.

Sem o tempo necessário para conduzir um experimento em uma área com e sem agricultura de precisão, que seria de um a três anos, o estudo analisa o resultado de pesquisas já realizadas em outras organizações, de comparativos utilizados pelos produtores e pelas respostas dos entrevistados em relação a sua percepção aos efeitos esperados e obtidos com a implantação do programa Efetivar.

Segundo o departamento técnico da Cotripal, com cinco anos de existência, o programa Efetivar já amostrou mais de vinte e nove mil e seiscentos hectares de terra, comprovando sua viabilidade técnica através dos benefícios proporcionados como à homogeneização da fertilidade do solo, evitando o excesso ou a deficiência de nutrientes, diminuindo o impacto ambiental, otimizando o uso de insumos, aumentando a produtividade e a rentabilidade da propriedade rural.

Para eles uma vez mensurados os benefícios, o investimento da tecnologia se torna totalmente viável. Em muitos casos, o acréscimo de produção após a implantação do programa já paga a correção do solo na primeira cultura, e melhor, os benefícios continuam rendendo no decorrer dos anos.

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Técnicos da cooperativa informaram que em alguns casos, a produção de soja e trigo chegou a render de cinco a quinze sacas por hectare a mais, quando comparada a produção do mesmo produtor antes do investimento. Em anos com o clima favorável, como o de 2010/2011, lavouras chegaram a bater recordes de produtividade na região, em lavouras sem irrigação obtiveram casos com mais de 70 sacas de soja por hectare, 80 sacas por hectare de trigo ou mais de 200 sacas por hectare de milho.

Esse aumento de produtividade também é apresentado no Boletim Técnico da CCGL TEC, organizado pelo Dr. Jackson E. Fiorin. A avaliação técnica e econômica foi realizada em sete situações de lavouras com e sem agricultura de precisão, em produtores associados das cooperativas Cotrijuí (Ijuí-RS), Cotribá (Ibirubá-RS) e Coopatrigo (São Luiz Gonzaga-RS). Como resultado a produtividade das culturas avaliada nas lavouras foram superiores em 3,1 a 10,0 sacas/ha de soja e em 25,0 sacas/ha em milho, comparativamente a forma convencional.

Fonte: Boletim Técnico CCGL TEC, Ano I, Nº 01, Setembro de 2011.

A receita bruta de cada propriedade refletiu de maneira direta e proporcional a produtividade, já o custo operacional total, quando há a necessidade de

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investimentos na construção da fertilidade em uma percentagem significativa da área, houve um custo superior na lavoura maneja em agricultura de precisão. Em outras situações de lavouras com atributos químicos da fertilidade já adequados, pode-se observar uma redução de custos pela economia de corretivos.

Com relação aos resultados econômicos alcançados pelas lavouras com agricultura de precisão, avaliados pelo saldo operacional, mostra que em todas as situações foram superiores ao sistema convencional, variando de 9,2% a 13,7%, na média de 11,7%.

Outro estudo apresentado no Congresso da Sober - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural em Londrina, PR, realizado por Silva e Do Vale, explica que conforme os dados levantados em uma área de nove mil hectares de milho e doze mil hectares de soja nas safras de 2003, 2004 e 2005, houve viabilidade do sistema de agricultura de precisão comparado ao sistema convencional.

Na cultura do milho os resultados apontaram um aumento de 19,5% na produção e redução de 8,15% no custo por saca. Já para a cultura da soja o aumento de produção foi de 6,56% e a redução do custo foi de 0,57%, nesse caso a média do sistema convencional foi de 53,33 sacas/ha e com precisão de 56,83 sacas/ha. Concluindo a pesquisa, o estudo demonstrou maior lucratividade no sistema de precisão comparado ao convencional.

Colaboradores da Cotripal informam que a viabilidade da nova técnica também pode ser alcançada em pequenas propriedades, pois quando contratado a cooperativa para realizar os mapas e as aplicações, o custo fixo com equipamentos é reduzido.

No quadro seguinte é apresentado um exemplo de demonstrativo de resultado de uma área com programa Efetivar Cotripal.

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Quadro 1 – Demonstração de Resultado Gleba cultivada com Trigo safra 2010.

Área 32,7 ha

Mapeamento Grid 2 ha R$ 981,00 Aplicações R$ 1642,85 Cloreto de Potássio (média 148 kg/ha) R$ 4.947,00 Superfosfato Simples (média 220 kg/ha) R$ 4.536,00 Calcário Calcítico média (2170 kg/ha) R$ 5.325,00 Custo Total R$ 17.431,85

Custo por ha R$ 533,08

Produtividade de trigo obtida 68 sc/ha Receita obtida R$24,62 x 68 sacos R$ 1.674,16 ( - ) Custo de correção Efetivar (R$ 533,02) ( - ) Custo de produção (R$ 800,00)

Resultado R$ 341,14

FONTE: Detec Cotripal

O quadro acima apresenta a viabilidade da implantação da tecnologia, em uma área considerada pequena. Neste caso todo o custo da correção foi pago já na primeira safra e com a cultura do trigo, atividade que apresenta baixo retorno financeiro quando comparado com a soja.

Quando comparado o resultado desta área com outra gleba que tenha produzido 50 sacas de trigo por hectare, a média de produção obtida no município de Panambi em 2010, ela teria uma receita de R$ 1.231,00, menos o custo de produção de R$ 800,00, obteria um resultado de R$ 431,00, disponibilizando R$ 89,86 a mais do que a lavoura corrigida, porem não teria realizado a correção de solo.

Segundo os técnicos da Cotripal, os resultados obtidos com a implantação do programa Efetivar também podem ser confirmados pelos depoimentos dos dez associados que responderam a entrevista. O nome dos produtores foi preservado, estando livres para responder o que e quantas respostas quisessem. Após tabular as informações os resultados obtidos foram os seguintes:

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Tabela 2 - Quais os resultados esperados com a implantação do programa Efetivar Agricultura de Precisão Cotripal?

N° de respostas: Respostas:

8 Uniformizar a fertilidade

6 Aumentar a produtividade

4 Otimização dos insumos

3 Visão mais detalhada e precisa da fertilidade

1 Reduzir custos

Quanto aos resultados esperados, percebe-se que a uniformização da fertilidade do solo foi a mais lembrada com oito respostas e em seguida o aumento de produtividade com seis respostas. A otimização dos insumos com quatro respostas e a visão mais detalhada da fertilidade com três também foram bastante esperadas, já a redução dos custos houve apenas uma menção, deixando claro que estes produtores querem reduzir custos, mas se necessário estão dispostos a investir para melhorar suas lavouras e aumentar a produtividade.

Tabela 3 - Quais os resultados obtidos com a implantação do programa Efetivar Agricultura de Precisão Cotripal?

N° de respostas: Respostas:

6 A produtividade aumentou nas ultimas safras

4 Fertilidade está mais uniforme

3 As manchas de fertilidade vistas nas culturas diminuíram

2 Evitou o desperdício de fertilizantes

1 Não se vê resultado enquanto não tiver mapa de colheita

1 A lavoura melhorou

1 Reduziu a variação de produtividade dentro das glebas

1 Melhoria dos níveis de Cálcio

Ao questionar quais os resultados obtidos, as respostas mais citadas foram o aumento de produtividade nas ultimas safras com seis respostas, a uniformização da fertilidade com quatro menções, a redução de manchas de fertilidade vistas nas culturas, com três respostas e a redução do desperdício de fertilizantes com duas.

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