• Nenhum resultado encontrado

Avaliação de riscos ocupacionais em uma pedreira a céu aberto em Angola

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Avaliação de riscos ocupacionais em uma pedreira a céu aberto em Angola"

Copied!
151
0
0

Texto

(1)

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Rua Dr. Roberto Frias, s/n 4200-465 Porto PORTUGAL

VoIP/SIP: feup@fe.up.pt ISN: 3599*654

Telefone: +351 22 508 14 00 Fax: +351 22 508 14 40

URL: http://www.fe.up.pt Correio Electrónico: feup@fe.up.pt

MESTRADO EM ENGENHARIA

DE SEGURANÇA E HIGIENE

OCUPACIONAIS

Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

AVALIAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS EM

UMA PEDREIRA A CÉU ABERTO EM ANGOLA

Taynara Jardim de Souza Santos

(Dissertação escrita em Português do Brasil)

Orientador: Professora Doutora Jacqueline Castelo Branco da Silva (Professor Auxiliar Convidado) Coorientador: Professora Mestre Joana Alexandra Silva Duarte - FEUP

Arguente: Professora Doutora Joana Cristina Cardoso Guedes (Professor Auxiliar) - FEUP Presidente do Júri: Professor Doutor Mário Augusto Pires Vaz- (Professor Associado) - FEUP

(2)
(3)

I

AGRADECIMENTOS

A Deus em primeiro lugar, porque sem ele não teria saúde e força de vontade para superar todos os desafios e está aqui.

Os meus pais Antônio Carlos e Ednar Moreira, meu noivo Ricardo Miguel, minhas irmãs Tamyris Jardim e Talya Jardim, familiares e meus grandes amigos no Porto que não poderia deixar de citar: Aline, Germana, Lilian por todo apoio, paciência e incentivo durante todos os anos de mestrado, principalmente nos momentos de desânimo e cansaço.

A orientadora Doutora Jacqueline Castelo Branco e coorientadora Mestre Joana Alexandra Silva Duarte, pelo suporte durante a elaboração do projeto, correções, colaboração e tempo dedicado. A Universidade do Porto e seu corpo docente, direção e administração pela oportunidade e desafios de morar fora do meu país de origem.

(4)
(5)

III

DESTAQUES

1. Avaliação de riscos ocupacionais em uma pedreira a céu aberto em Angola; 2. Métodos de avaliação de riscos MIAR, William T. Fine e NTP 330;

3. Indústria caracterizada de elevado risco profissional; 4. Análise crítica e comparação dos métodos de avaliação;

5. Método MIAR apresentou melhor reprodutibilidade na indústria extrativa.

HIGHLIGHTS

1. Occupational Risk Assessment in an open pit quarry in Angola; 2. Risk assessment methods RAIM, William T. Fine and NTP 330; 3. Industry characterized by high professional risk;

4. Critical analysis and comparison of evaluation methods;

(6)
(7)

V

RESUMO

Avaliação de Riscos Ocupacionais é de fulcral importância para a prevenção do risco de acidente e assim para a integridade física dos trabalhadores. A identificação das condições de segurança e saúde ligadas ao processo produtivo permite uma avaliação exaustiva de todas as tarefas, forma como são executadas, tipo de equipamentos/materiais utilizados, número de pessoas expostas, perigos, eventos desencadeadores e riscos ocupacionais. A eliminação de todos os perigos e eventos desencadeadores nem sempre é possível, mas através de medidas de controlo e prevenção é possível reduzir a exposição dos trabalhadores aos riscos, melhorando assim as condições de segurança e de trabalho. Neste sentido, o foco principal desta dissertação foi a identificação de todo o processo produtivo na pedreira, bem como seus subprocessos. Após essa etapa foi identificado os perigos relacionados às atividades, seus eventos desencadeadores a que os trabalhadores da indústria extrativa a céu aberto estão expostos. Para isso foram utilizadas 3 metodologias de avaliação de risco de acidente: William T. Fine, NTP330 e Metodologia Integrada de Avaliação de Riscos - MIAR, de forma a verificar qual das metodologias melhor se adequa à avaliação no contexto da indústria extrativa a céu aberto. Após a identificação de 50 riscos, a aplicação do método MIAR resultou em uma distribuição nos níveis de riscos, sendo o risco "baixo” representado 8% do total, o risco “médio” representou 28%, o risco “elevado” representou 56%, o risco “muito elevado” representou 6% e o risco “extremo” representou 2% do total de riscos avaliados. No método WTF o índice de risco concentrou em sua maioria no nível “extremo” com 64%, seguido do nível “médio” com 18%, “muito elevado” com 8%, “baixo” com 6% e finalmente o nível “elevado” representou 4% do total de riscos avaliados. No método NTP330 a classificação se concentrou em somente dois níveis, nível“I” com 90% e nível “II” com 10% do total de riscos avaliados. Como conclusão, apesar dos métodos apresentarem variações para a mesma situação de riscos e parâmetros distintos, o método MIAR adaptado para a indústria extrativa, apresentou resultados que se mostraram justificáveis com a realidade laboral e com o objetivo dessa dissertação, fornecer uma ferramenta útil para a segurança e saúde do trabalhador nas pedreiras em Angola.

Palavras-chave – Avaliação de Risco, Indústria Extrativa, Pedreira, Segurança Ocupacional, Mineração.

(8)
(9)

VII

ABSTRACT

The Occupational Risk Assessment is of great importance for accident prevention in any activity since it allows the assessment of hazardous conditions and the adoption of tools to sustain the physical integrity of workers.

The identification of health and safety conditions linked to the production process allows an exhaustive assessment of all tasks, such in the way they are performed, the type of equipment/materials being used, the number of exposed workers, hazards, triggering events and occupational risks.

Eliminating all hazards and triggering events is not always possible. Still, through control and prevention measures, it is possible to reduce workers' exposure to risk, thus improving safety and working conditions. Hence, the main focus of this dissertation was the identification of the entire production process in the quarry, as well as its sub-processes. After this stage, the hazards related to the activities were identified, along with the triggering events to which workers in the open-pit extractive industry are exposed.

For that, three risk assessment methodologies were used: William T. Fine, NTP330 and Risk Assessment Integrated Methodology – RAIM, to verify which of the methods gathers the best assessment results in the context of the open-pit extractive industry. After identifying 50 risks, the application of the RAIM method showed a distribution in the risk levels, with "low" risk representing 8% of the total, "medium" risk representing 28%, "high" risk representing 56%, the “very high” risk represented 6% and the “extreme” risk represented 2% of the total assessed risks. In the WTF method, the risk index concentrated mostly on the “extreme” level with 64%, followed by the “medium” level "With 18%," very high "with 8%," low "with 6% and finally the" high "level represented 4% of the total risks assessed. In the NTP330 method the classification was concentrated on only two levels, level" I ”With 90% and level“ II ”with 10% of the total assessed risks.

In conclusion, although the methods present variations for the same risk situation and different parameters, the RAIM method adapted for the extractive industry, presented results that were justified with the labour reality and, regarding this dissertation, provided a useful tool for the safety and health of workers in quarries in Angola.

(10)
(11)

IX

ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ... 3

1.1 Indústria Extrativa ... 3

1.2 Sinistralidade na Indústria Extrativa e Estatística ... 3

1.3 Estrutura da Dissertação ... 7 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 8 2.1 Metodologia de revisão ... 8 3 FUNDAMENTAÇÃO DO TRABALHO ... 12 3.1 Gestão do Risco ... 12 3.2 Apreciação do Risco ... 15 3.3 Identificação do risco ... 15 3.4 Avaliação de riscos ... 16

3.5 Métodos de Avaliação Qualitativo ... 17

3.6 Métodos de Avaliação Quantitativos ... 17

3.7 Métodos de Avaliação Semi-Quantitativo ... 18

3.8 Enquadramento Legal e Normativo ... 18

3.9 Pedreira a céu aberto em Angola ... 20

3.9.1 Local de Estudo ... 20

3.9.2 Força de Trabalho ... 20

3.9.3 Equipamentos ... 21

3.9.4 Processo produtivo na pedreia a céu aberto ... 21

4 OBJETIVOS, MÉTODOS E MATERIAIS ... 30

4.1 Objetivo da dissertação ... 30

4.2 Faseamento da metodologia ... 30

4.3 Descrição dos Métodos utilizados ... 31

4.3.1 Metodologia Integrada de Avaliação de Risco ... 31

4.3.2 Método William T. Fine ... 32

4.3.3 Método de Avaliação NTP 330 ... 33

4.4 Identificação dos Perigos e Riscos ... 34

(12)

5.1 Avaliações de Riscos de acordo com o Método MIAR ... 43

5.1.1 Cálculo do Nível de Risco e Nível de Risco Ponderado ... 43

5.1.2 Cálculo do Nível de Priorização ... 45

5.2 Avaliação de Riscos de acordo com o Método William T. Fine ... 46

5.2.1 Cálculo da classificação do risco ... 46

5.2.2 Cálculo da Justificação... 47

5.3 Avaliação de Riscos de acordo com o Método NTP 330 ... 48

5.3.1 Cálculo do Nível de Probabilidade ... 48

5.3.2 Cálculo do Nível de Risco e Nível de Intervenção ... 49

6 DISCUSSÃO ... 51

6.1 Discussão do método MIAR ... 51

6.2 Discussão do método William T. Fine ... 58

6.3 Método NTP 330 ... 64

6.4 Comparação dos resultados ... 68

6.5 Gestão dos riscos ... 70

7 CONCLUSÕES E PERSPETIVAS FUTURAS ... 71

7.1 Conclusões... 71

7.2 Perspetivas Futuras ... 73

(13)

XI

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Revisão bibliográfica (Moher, 2009). ... 10

Figura 2 - Princípios da gestão do risco (Norma NP ISO 31000: 2018). ... 12

Figura 3 - Estrutura da gestão do risco (Norma NP ISO 31000: 2018). ... 13

Figura 4 - Processo de Gestão do Risco (adaptado da Norma NP ISO 31000: 2018). ... 14

Figura 5 - Localização da pedreira. ... 20

Figura 6 - Processo produtivo na pedreira em estudo. ... 22

Figura 7 - Perfurador na pedreira (a e b) ... 22

Figura 8 - Abertura do furo e colocação de explosivos na pedreira em estudo (a e b). ... 24

Figura 9 - Martelo hidráulico na pedreira em estudo. ... 24

Figura 10 - Martelo hidráulico em operação. ... 25

Figura 11 - Dumpers na pedreira em estudo. ... 25

Figura 12 - Dumper em operação na pedreira em estudo. ... 25

Figura 13 - Escavadora giratória na pedreira em estudo. ... 26

Figura 14 - á carregadora na pedreira em estudo. ... 26

Figura 15 - Operação de carregamento de material. ... 26

Figura 16 - Torva e descarregamento de material na pedreira em estudo (a e b). ... 27

Figura 17 - Fragmentação da rocha. ... 27

Figura 18 - Liberação da tolva pelo operador. ... 27

Figura 19 - Tapetes transportadores na pedreira em estudo. ... 28

Figura 20 - Monte de agregado britado. ... 28

Figura 21 - Diferentes tipos de granulometria. ... 29

Figura 22 - Carregamento e expedição do material (a e b). ... 29

Figura 23 - Diagrama do estudo desenvolvido. ... 30

Figura 24 - Soterramento/ Desmoronamento. ... 35

Figura 25 - Risco nº 2 - Esmagamento. ... 36

Figura 26 - Risco nº 3 – Detonação incontrolada. ... 36

Figura 27 - Risco nª 4 – Queda de Material. ... 37

Figura 28 - Risco nª 5 – Atropelamento. ... 37

Figura 29 - Risco nº 6 – Colisão/Impacto. ... 38

(14)

Figura 31 - Risco nª 8 – Queda na Tolva. ... 39

Figura 32 - Risco nª 9 – Esmagamento. ... 39

Figura 33 - Risco nª 10 - Colisão/Impacto. ... 40

Figura 34 - Risco nº 11 – Rebentamento dos pneus... 40

Figura 35 - Frequência de riscos atribuídos para o nível baixo método MIAR. ... 51

Figura 36 - Frequência de riscos atribuídos para o nível médio método MIAR. ... 52

Figura 37 - Frequência de riscos atribuídos para o nível elevado método MIAR. ... 54

Figura 38 - Frequência de riscos atribuídos para o nível muito elevado método MIAR. ... 57

Figura 39 - Frequência de riscos atribuídos para o nível médio método WTF. ... 59

Figura 40 - Frequência de riscos atribuídos para o nível elevado método WTF. ... 60

Figura 41 - Frequência de riscos atribuídos para o nível muito elevado método WTF. ... 61

Figura 42 - Frequência de riscos atribuídos para o nível extremo método WTF... 62

Figura 43 - Frequência de riscos atribuídos para o nível II método NTP330. ... 64

Figura 44 - Frequência de riscos atribuídos para o nível I método NTP330. ... 66

(15)

XIII

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Quadro comparativo de acidentes de trabalho ocorrido por ramo de atividade no ano de

2019. ... 4

Tabela 2 - Classe de acidentes de trabalho por incapacidade em 2018 e 2019. ... 4

Tabela 3 - Acidentes de trabalho mortais por setor de atividade. ... 5

Tabela 4 - Tipo de local do acidente de trabalho mortal. ... 6

Tabela 5 - Informação geral acidentes de trabalho. ... 6

Tabela 6 - Caracterização da entidade empregadora (EE). ... 7

Tabela 7 - Resultados obtidos da revisão bibliográfica. ... 9

Tabela 8 - Artigos selecionados para a revisão bibliográfica. ... 11

Tabela 9 - Lista de colaboradores afetos á pedreira ... 21

Tabela 10 - Equipamento móvel da pedreira. ... 21

Tabela 11 - Equipamento fixo da pedreira. ... 21

Tabela 12 - Níveis de Risco/Níveis de Riscos Ponderado do método MIA (Antunes et al., 2010). ... 32

Tabela 13 - Classificação de Risco (R) - William T. Fine (Fine, 1971). ... 32

Tabela 14 - Nível de Intervenção (NI) – NTP 330 (Belloví & Malagón, 1999). ... 33

Tabela 15 - Resultados da avaliação de risco pelo método MIA. ... 43

Tabela 16 - Classificação do Risco Baixo. ... 44

Tabela 17 - Classificação do Risco Médio. ... 44

Tabela 18 - Classificação do Risco Elevado. ... 44

Tabela 19 - Classificação do Risco Muito Elevado. ... 44

Tabela 20 - Classificação do Risco Extremo. ... 44

Tabela 21 - Resultados dos níveis de priorização método MIA. ... 45

Tabela 22 - Riscos e perigos de acordo com o nível de priorização. ... 46

Tabela 23 - Resultados da avaliação de risco pelo método WTF. ... 47

Tabela 24 - Resultado do cálculo da Justificação. ... 48

Tabela 25 - Resultado do cálculo do nível de probabilidade. ... 49

Tabela 26 - Resultado do cálculo do nível de risco e nível de intervenção. ... 50

Tabela 27 - Comparação dos resultados. ... 68

(16)

Tabela 29 - Parâmetro desempenho dos sistemas de prevenção e controlo método MIAR (Antunes

et al., 2010)... 6

Tabela 30 – Níveis de Risco/Níveis de Riscos Ponderado do método MIAR (Antunes et al., 2010). ... 6

Tabela 31 - Parâmetro critérios de priorização da intervenção método MIAR (Antunes et al., 2010). ... 6

Tabela 32 - Nível de priorização método MIAR (Antunes et al., 2010). ... 7

Tabela 33 - Valor da gravidade das consequências (C) – WTF (Fine,1971) ... 8

Tabela 34 - Valor da Exposição ao risco (E) – WTF (Fine,1971) ... 9

Tabela 35 - Valor da Probabilidade ao risco (P) – WTF (Fine,1971) ... 9

Tabela 36 - Classificação de Risco (R) – WTF (Fine,1971) ... 10

Tabela 37 - Valor de custo (CC) – WTF (Fine, 1971) ... 10

Tabela 38 - Grau de correção (GC) – WTF (Fine, 1971) ... 11

Tabela 39 - Nível de Deficiência (ND) – NTP 330 (Belloví & Malagón, 1993) ... 13

Tabela 40 - Nível de Exposição (NE) – NTP 330 (Belloví & Malagón, 1993) ... 13

Tabela 41 - Nível de Probabilidade (NP) – NTP 330 (Belloví & Malagón, 1993) ... 13

Tabela 42 - Enquadramento do nível de Probabilidade – NTP 330 (Belloví & Malagón, 1993) . 14 Tabela 43 - Nível de Consequências (NC) – NTP 330 (Belloví & Malagón, 1993) ... 14

Tabela 44 – Nível de Risco (NR) – NTP 330 (Belloví & Malagón, 1993) ... 15

(17)

XV

SIGLAS/ABREVIATURAS

AT- Acidentes de Trabalho

C- Custo e complexidade técnica

CSST- Centro de Segurança e Saúde no Trabalho DP -Desempenho do Sistema de Prevenção e Controlo E-Extensão do Impacto

E/F-Exposição/Frequência de ocorrência do aspeto EPI-Equipamento de Proteção Individual

F- Frequência do aspecto

FEUP- Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto G - Gravidade

IE- Indústria Extrativa

IGT- Inspeção Geral do Trabalho

INE- Instituto Nacional De Estatística de Angola IR -Índice de Risco

ISO- Internatinal Organization for Standardization MIAR - Método Integrado de Avaliação de Riscos NC- Nível de Consequência

ND- Nível de Deficiência NE- Nível de Exposição NI- Nível de Intervenção NP- Nível de Probabilidade NR- Nível de Risco

NTP330- Sistema Simplificado de Avaliação do Risco de Acidente OSHA- Occupational Safety and Health Administration

PRISMA®- Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis R-Risco

UE-União Européia WTF- William T. Fine

(18)
(19)
(20)
(21)

1 INTRODUÇÃO

1.1

Indústria Extrativa

A mineração tem um grande papel na economia em muitos países e a maioria das indústrias dependem da sua produção. No entanto, e referido inúmeras vezes na bibliografia, é caracterizada como uma indústria de elevado risco profissional, dada as caracteristísticas do processo produtivo (Yarahmadi, Bagherpour, & Khademian, 2014).

Trabalhos com recurso à utilização de explosivos, como o desmonte, ou a utilização de equipamentos pesados em vias estreitas e com circulação simultânea de pessoas, trabalhos realizados ao ar livre, muitas vezes em condições adversas (Ersoy, 2013) (Yarahmadi, Bagherpour, & Khademian, 2014) (Tacadao, 2018) .

Angola é um país rico em recursos minerais. Estudos estimam que o seu sub-solo guarda grandes minérios como petróleo, gás natural, diamantes, fosfatos, substâncias betuminosas, ferro, cobre, magnésio, ouro e rochas ornamentais, que se destacam no comécio mundial. Entretanto a falta de conhecimento geológico, estudos e investigações desses recusos minerais geram uma grande especulação sobre a viabilidade econômica da exploração desses recursos presentes hoje em Angola (INE, 2020).

Segundo o gabinete provincial do comércio, indústria e recursos mineiras em Angola, os indicadores de produção da indútria extractiva registratam um crescimento de três porcento em 2018, comparando com o mesmo período ao ano anterior. A produção de granito, em 2018, foi de 27.083.940 ton contra os 25.367.316 ton produzidos em 2017, seguindo-se o calcário com 7.860.120 ton, contra os 7.559.050 ton, tendo a argila mantido os níveis de produção, com 1.954.800 ton, cujos produtos resultaram na sua transformação na ordem de cem por cento Instrumentos de avaliação de riscos foram desenvolvidas nos ultimos anos de acordo com as condições reais e processo produtivo verificadas no local do estudo, sendo eles, listas de verificação com base no enquadramento legal, documentos e inquéritos que se adequam a realidade laboral, no entanto até hoje, um método específico para a indústria extrativa ainda não foi validado (Marhavilas, Koulouriotis, & Mitrakas, 2011).

1.2

Sinistralidade na Indústria Extrativa e Estatística

Ao longo dos útimos anos pode-se notar que apesar de uma redução nas lesões ocorridas na indústria extrativa relacionados ao trabalho como resultado das medidas de análise, gestão e controlo de riscos houve um aumento das ocorrências em comparação a outros setores. Portanto, a redução de perigos e risco na indústria extrativa é considerada importante para o desenvolvimento da produção, qualidade de vida dos trabalhados e posteriomente, à melhoria da economia do país como um todo (Ersoy, 2013) (Yarahmadi, Bagherpour, & Khademian, 2014).

(22)

Angola regista um grande défice de dados e estatísticas referente a sinistralidade na indústria extrativa. No entanto algumas projeções e dados são fornecidos, nomeadamente da Inspecção Geral do Trabalho (IGT), Instituto Nacional de Estatística de Angola (INE) e Centro de Segurnaça e Saúde no Trabalho (CSST). Com base na falta de dados completos e informações sobre a atual situação em Angola as estatísticas de acidentes de trabalho na indústria extrativa serão baseadas também a nivel europeu e em Portugal.

Segundo a Inspecção Geral do Trabalho em Angola1 a nível nacional registrou-se em 2019 1.638 casos de acidentes de trabalho, onde 1.399 casos foram considerados leves, 214 casos considerados graves e 25 casos fatais. Os acidentes específicamente na indútria extrativa foram contabilizados 42 conforme tabela 1 (Sita, 2020).

Tabela 1 - Quadro comparativo de acidentes de trabalho ocorrido por ramo de atividade no ano de 2019.

(Inspecção geral do trabalho – IGT - 2020)

Deve-se associar também dentro desses números conforme demostrado na tabela 2 a classe de acidentes de trabalho por incapacidades parcial temporária e parcial permanente ocorridos entre 2018 e 2019.

Tabela 2 - Classe de acidentes de trabalho por incapacidade em 2018 e 2019.

(Inpecção Geral do Trabalho – IGT - 2020)

(23)

No contexo em Portugal a atividade da extração de pedra é considerado trabalho de risco elevado segundo o artigo 79.º Atividades ou trabalhos de risco elevado, da Lei n.º 3/2014 de 28 de janeiro da Legislação Nacional – Segurança e Saúde no Trabalho “Para efeitos da presente lei, são considerados de risco elevado: alínea b) Atividades de indústrias extrativas” (p.582)2.

Segundo a Autoridade para as condições de trabalho – ACT3 em 2019 em Portugal registaram- se na indústria extrativa 3 acidentes mortais e em 2018, 4 acidentes mortais. Em comparação com outros sectores no mesmo período a indústria de construção obteve 22 acidentes mortais em 2019 e 43 acidentes mortais em 2018, revelando assim, o sector com maior sinistralidade conforme tabela 3 e o local do acidente conforme tabela 4 (ACT, 2020).

Tabela 3 - Acidentes de trabalho mortais por setor de atividade.

(Autoridade para as condições de trabalho – ACT - 2020)

2https://www.dgert.gov.pt/seguranca-e-saude-no-trabalho (acedido em 09/07/2020)

3 https://www.act.gov.pt/(pt-PT)/CentroInformacao/Estatistica/Paginas/AcidentesdeTrabalhoMortais.aspx (acedido

(24)

Tabela 4 - Tipo de local do acidente de trabalho mortal.

(Autoridade para as condições de trabalho – ACT - 2020)

Segundo o Gabinete de Estratégia e Planeamento – GEP até 2017 as estatísticas de acidente de trabalho (AT) contabilizadas até o ano de 2017, demostra que a taxa de incidência de acidentes de trabalho calculada por cada 100 000 trabalhadores foi de 4402.1 (total) e 2.9 (mortais) conforme tabela 5, e na indústria extrativa a taxa de acidente foi de 5 279,1 (total) e 8,1 (mortais) conforme tabela 6.

Tabela 5 - Informação geral acidentes de trabalho.

(25)

Tabela 6 - Caracterização da entidade empregadora (EE).

(Gabinete de Estratégica e Planeamento – GEP - 2020)

Na união europeia de acordo com o Eurostat os acidentes de trabalho por atividade nas minas e pedreiras no ano de 2017 foram de 9.541 acidentes de um total de 3.119.963 acidentes em todas as atividades na EU, e 9.039 acidentes nas minas e pedreiras em 2016 de um total de 3.116.072 acidentes em todas as atividades na EU 4 (Eurostat, 2020).

1.3

Estrutura da Dissertação

A presente dissertação encontra-se organizada conforme capítulos abaixo:

Capítulo 1 - Introdução – Enquadramento teórico da indústria extrativa a céu aberto em Angola.

(26)

Capítulo 2 - Fundamentação do trabalho – Descrição e contextualização do estudo, descrição do local de estudo, descrição do processo produtivo na pedreira, revisão sistemática da literatura, enquadramento legal e normativo.

Capítulo 3 - Materiais e Métodos – Objetivos da dissertação, descrição dos métodos escolhidos, identificação dos perigos e riscos.

Capítulo 4 – Resultados e Discussão – Demostração dos resultados obtidos por cada método apresentado, interpretação dos resultados e discursão dos resultados.

Capítulo 5 – Conclusões e perspetivas futuras – Apresentação das conclusões diante dos resultados apresentados, escolha do método que melhor adequa a indústria extrativa, justificativa do estudo e perspetivas futuras.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1

Metodologia de revisão

O presente trabalho iniciou-se com a pesquisa bibliográfica baseada na metodologia PRISMA

Statement5(Moher et al., 2009) com o principal tema dessa dissertação: Metodologias de avaliação de risco na indútria extrativa.

Foram selecionadas combinações de palavras-chaves em torno do tema principal e para desenvolvê-la, foram acedidas às bases de dados e revistas científicas6 disponíveis na biblioteca

online da Faculdade de engenharia da universidade do Porto – FEUP. Os termos de pesquisa

definidos foram as combinações das palavras-chave:

"Risk assessment” AND “mining” AND “occupational”;

“Risk Assessment” AND “Mines” AND “Occupational;

“Risk Assessment” AND “Quarry" AND “Extractive Industry”;

“Risk Assessment” AND “Quarry” AND “Occupational”;

“Risk Assessment” AND “Quarries” AND “Occupational”;

"Risk assessment” AND “extractive industry” AND “occupational”;

"Risk Assessment” AND “Open Cast” AND “Occupational”;

“Risk Assessment” AND “Open Pit Mine” AND “Occupational”;

"Hazard” AND “Open Pit Mine” AND “Occupational”;

"Hazard” AND “Mining” AND “Occupational”;

"Extractive Industry” AND “Open Pit Mines ” AND “Occupational Risk”;

“Occupational Safety” AND “Extractive Industry” AND “Open Pit Mine”.

Bases de dados e revistas científicas:

Scopus,

(27)

Web of Science,

Inpec,

Science Direct,

Academic Search Complete

Wiley Online Library

Scielo

Através dos registos identificados por meio da pesquisa bibliográfica realizada, foram obtidos 309 artigos. Foram considerados registos adicionais identificados no repositório da FEUP, totalizando um número de 319 artigos selecionados. Do total de artigos foram excluídos 276 artigos após a aplicação dos critérios, sendo eles, 68 artigos excluídos repetidos, 46 artigos excluídos não estavam enquadrados dentro do limite de dados considerada, 2015 - 2020, 25 que não cumpriam o requisito definido para o tipo de língua, português ou inglês e 137 não pertinentes para o tema da dissertação.

Referente aos artigos excluídos, a primeira restrição feita foi na área “campo de pesquisa” e este foi limitado a “assunto”, “título” e “palavras-chave”, quer para a primeira, quer para a segunda ou terceira expressão. O operador lógico utilizado entre as palavras foi a opção “and”. A tabela 7 representa os resultados obtidos da revisão bibliográfica.

Tabela 7 - Resultados obtidos da revisão bibliográfica.

BASE DE DADOS ARTIGOS

REPETIDOS ARTIGOS PUBLICADOS ANTES DE 2015 ARTIGOS FORA DA LÍNGUA ARTIGOS NÃO PERTINENTES PARA O OBJETIVO FINAL TOTAL SCOPUS 11 12 7 34 64 WEB OF SCIENCE 7 2 3 28 40 INPEC 3 5 6 16 30 SCIENCE DIRECT 33 16 8 12 69 ACADEMIC SEACH COMPLETE 6 1 0 8 15 WILEY ONLINE LIBRARY 4 0 0 33 37 SCIELO 4 10 1 6 21 TOTAL 68 46 25 137 276

Após essa análise foram considerados 43 artigos que se enquadravam no contexto metodologias de avaliação de risco na indústria extrativa á céu aberto e riscos ocupacionais que são aplicáveis a presente dissertação. Os resultados da pesquisa bibliográfica estão representados na figura 1. Para a análise e tratamento dos artigos dos 43 selecionados e para auxiliar a leitura e retirada de informação significativa, foi definido critérios. Os critérios para essa avaliação levaram em consideração:

(28)

1. Título (baseado na indústria extrativa);

2. Resumo contendo indicações de avaliações de riscos e acidentes na indústria extrativa; 3. Introdução completa e objetiva, relevante ao tema estudado;

4. Fundamentação bibliográfica;

5. Qual metodologia foi aplicada, apresentação das mesmas, exemplos na literatura; 6. Apresentação de resultados, discursão dos métodos definidos;

7. Conclusão pertinente.

Figura 1 - Revisão bibliográfica (Moher, 2009).

Um resumo com os artigos selecionados encontra-se no anexo, na tabela 8 segue alguns exemplos dos artigos utilizados na revisão bibliográfica.

PRISMA 2009 Flow Diagram

Artigos de texto completo avaliados para elegibilidade

(n=43)

Artigos de texto completo excluídos por motivos (n=276)

Estudos incluídos em síntese qualitativa (n=43)

Registro após duplicatas removidas (n=68) Registros identificados por

meio de pesquisa de banco de dados (n =309 )

Registros adicionais identificados por outras fontes

(n =10 )

Registros selecionados (n=319)

Registro excluído por critérios de triagem (n=137) Id en ti fi ca ti o n Sc re en in g El ig ib ili ty In cl u d ed

(29)

Tabela 8 - Artigos selecionados para a revisão bibliográfica.

AUTOR TÍTULO BREVE RESUMO

Dong, G., We, W., Xia, X., Wozniak, M., & Damaševicius, R. (2020).

Safety Risk Assessment of a Pb-Zn Mine Based on Fuzzy-Grey Correlation Analysis.

Modelo de avaliação de risco de segurança de minas Pb-Zn com base no método de análise de correlação fuzzy-gray.

Ersoy, M. (2013). The role of occupational safety measures on reducing accidents in marble quarries of Iscehisar region.

Estatísticas de acidentes de trabalho nas pedreiras de mármore da região de Afyonkarahisar Iscehisar e observadas as medidas de segurança no trabalho aplicadas e ignoradas. Os índices de acidentes

foram calculados usando o método Analytic Hierarchy Process (AHP) para determinar o peso dos riscos de acidentes e as medidas

de segurança tomadas.

Gorlenko, N. V., & Murzin, M. A. (2020).

Comparative assessment of occupational risks at enterprises of oil production and coal industries in the

Irkutsk region

Estimamos os riscos ocupacionais usando o método de avaliação de riscos ocupacionais individuais para funcionários de empresas de

mineração na região de Irkutsk e medidas para reduzi-los.

Gul, M., & Ak, M. F. (2018). A comparative outline for quantifying risk ratings in occupational health and safety risk assessment.

Metodologia comparativa para quantificar as classificações de risco na saúde ocupacional e avaliação de risco de segurança . Utiliza uma matriz de risco e a técnica fuzzy para preferência de pedido por

similaridade com o método de solução ideal (FTOPSIS) é então aplicada para classificar os perigos identificados.

Lippiello, D., Degan, G. A., & Pinzari, M. (2018).

A novel fault tree analysis approach to investigate uncommon accidents in quarries: a case study.

Utilização do método Fault Tree Analysis (FTA) e aprimorado pela integração de uma técnica de Gestão de Supervisão e Árvore de Riscos (MORT) e Investigação de Incidentes Orientada a Sistemas

de Causa Múltipla (MCSOII).

Marhavilas, P. K., Koulouriotis, D. E., & Gemeni, V. (2011)

Risk anlysis and assessment methodologies in the work sites: On a review, classication and compartive study of

scientific literature of the period 2000-2009.

Determinar, estudar, analisar, elaborar, classificar e categorizar os principais métodos e técnicas de análise de risco e avaliação de risco,

através da revisão da literatura científica.

Rabeiy, R. E., ElTahlawi, M. R., & Boghdady, G. Y. (2017).

Occupational health hazards in the Sukari Gold Mine, Egypt.

Avaliar a exposição à saúde ocupacional a perigos físicos e químicos em locais de trabalho, comparar os níveis de poluentes com os valores de referência nacionais e internacionais, e aplicar a avaliação

de risco usando um método simples modificado modelo.

Sarkar, S., Vinay, S., & Maiti, J. (2016)

Text Mining based Safety Risk Assessment and Prediction of Occupational Accidents in a Steel Plant

Um método é proposto através do desenvolvimento de um modelo de previsão baseado em mineração de texto usando análise de árvore de

(30)

3 FUNDAMENTAÇÃO DO TRABALHO

3.1

Gestão do Risco

A gestão de risco de acordo com a ISO 31000:2018 é uma ferramenta que auxilia a organização na definição das medidas, melhora o desempenho, incentiva a inovação e consecução dos objetivos e tomadas de decisões, sendo a sua maior finalidade a criação e proteção de valor (ISO, 2018). Para uma melhoria do sistema de gestão em uma organização a gestão do risco é fundamental e atua diretamente na administração de todos os setores. Comportamento humano, fatores culturais, influência externa e interna é considerada na gestão do risco (ISO, 2018).

A gestão do risco é baseada em 3 componentes, princípio, estrutura e processo que podem ser adaptado ao sistema organizacional da entidade fazendo com que a gestão do risco seja consistente, eficiente e efetivo (ISO, 2018).

PRINCÍPIO

Os princípios em uma gestão do risco é a base de uma organização e deve permitir a administração dos efeitos da incerteza nos seus objetivos. Conforme demostrado na figura 2, os princípios fornecem orientações sobre os aspetos da gestão do risco de forma eficiente, transmitindo seu valor e expondo sua intenção e objetivo (ISO, 2018).

Figura 2 - Princípios da gestão do risco (Norma NP ISO 31000: 2018).

Os princípios são divididos das seguintes formas (ISO, 2018):  Integrada

 A gestão do risco é integrada em todas as atividades da entidade organizacional.  Estrutura e abrangente

(31)

 Personalizada

 A gestão do risco deve ser personalizada, considerando os contextos internos e externos da organização, bem como seus objetivos.

 Inclusiva

 A integração e envolvimento das partes interessadas na gestão do risco resulta uma compreensão e visão de todo o processo, fazendo a gestão do risco ser mais consciencializada e informada.

 Dinâmica

 A dinâmica em que o risco pode mudar, aparecer ou até mesmo desaparecer depende de vários fatores em uma organização. A gestão do risco reconhece essas mudanças, antecipando eventos de modo adequado e conveniente.

 Melhor informação disponível

 Informações sobre o histórico, limitações e incertezas são entradas para a gestão do risco. A clareza das informações e disponibilidade são essenciais para as partes interessadas.  Fatores humanos e culturais

 Fatores humanos e culturais são influenciáveis em todos os níveis da gestão do risco.  Melhoria contínua

 A gestão do risco é constantemente melhorada à medida que adquire experiência e aprendizagem.

ESTRUTURA

A estrutura tem como objetivo a integração da gestão do risco em todos os níveis da organização. A eficiência da gestão do risco está diretamente ligada na interação da organização, incluindo a tomada de decisões que necessitam de apoio dos mais altos níveis da hierarquia da organização (ISO, 2018).

O desenvolvimento da estrutura engloba: Integração, design, implementação, avaliação e melhoria da gestão do risco conforme demostrado na figura 3 (ISO, 2018).

Figura 3 - Estrutura da gestão do risco (Norma NP ISO 31000: 2018).

(32)

 Tem como principal função gerir o risco e certificar que a gestão do risco é integrada em todas os níveis da organização.

 Integração

 A integração da gestão do risco basear-se em uma compreensão das estruturas e de todo o contexto operacional.

 Design

 No design a organização deve analisar e compreender seu contexto externo e interno. Nela inclui articular o compromisso permanente da gestão do risco mediante a uma política na organização, atribuir funções e responsabilidades na organização, alocar recursos necessário para a gestão do risco e estabelecer uma comunicação e consulta.

 Implementação

 A implementação requer o compromisso e a conscientização de todos os envolvidos, incluindo a tomada de decisões e as mudanças nos contextos externos e internos.

 Avaliação

 A avaliação se torna eficaz ao medir periodicamente o desempenho e indicadores na estrutura da gestão do risco e determinar se a gestão do risco ainda é adequada com o objetivo da organização.

 Melhoria

 A organização deve se adequar constantemente com a estrutura da gestão em função das mudanças internas e externas e aplicar melhorias relevantes na estrutura da gestão do risco e como é integrado a gestão do risco.

PROCESSO

O processo de gestão de risco deverá incorporar a gestão de risco conforme figura 4, idealizado para os processos de negócios organizacionais e integrado a cultura e prática dos mesmos. A apreciação do risco é o principal objetivo dessa dissertação de acordo com a norma ISO 31000: 2018.

(33)

3.2

Apreciação do Risco

A apreciação do risco segundo ISO/IEC 31010:2009 demostra que o processo de gestão de risco citado na ISO 31000 inclui elementos fundamentais que são:

Comunicação e Consulta

Desenvolver um plano de comunicação e consulta é parte fundamental para uma apreciação do risco bem-sucedida, bem como assegurar que o interesse das partes interessadas é compreendida e considerada, assegurar que os riscos são identificados, considerar os diferentes pontos de vista na avaliação do risco e finalmente assegurar a adequada adesão e suporte para um plano de ação para o tratamento dos riscos (ISO/IEC, 2009).

Estabelecimento do contexto

Os objetivos da apreciação do risco, os critérios do risco e o programa de apreciação do risco são determinados e definidos no estabelecimento do contexto. Os parâmetros básicos para gerir o risco são definidos assim como a aplicação e os critérios para o processo (ISO/IEC, 2009).

Apreciação do risco

Identificar, analisar e avaliar o risco é o processo global para a apreciação do risco. Os riscos podem ser apreciados de diferentes níveis (individual, atividade, departamento, organização) e técnicas podem ser adequar a apreciação (ISO/IEC, 2009).

Tratamento dos Riscos

Após a apreciação do risco o tratamento dos riscos tem como meta alterar a probabilidade de ocorrência do risco e os efeitos selecionando opções pertinentes para tal objetivo (ISO/IEC, 2009). Monitoramento e revisão

Riscos e os controlos deverão ser monitorizados e revistos com regularidade como parte do processo de gestão do risco. Identificar se foram atingidos os, as técnicas de apreciação dos riscos estão sendo corretamente aplicadas e os tratamentos são eficaz em fazem parte do monitoramento do risco (ISO/IEC, 2009).

A integração em outros parâmetros do processo de gestão de risco deverá ser efetuada com a apreciação de risco que não é uma atividade isolada.

3.3

Identificação do risco

Segundo a ISO 3100:2018 “A finalidade da identificação do risco é encontrar, reconhecer e

descrever riscos que possam ajudar ou impedir que uma organização atinja os seus objetivos. A informação relevante, adequada e atualizada é importante na identificação dos riscos” (p. 16).

Diversas metodologias para a identificação dos riscos podem ser utlizadas para verificar incertezas que podem afetar um ou mais objetivos, sendo alguns deles (ISO, 2018) :

(34)

 Mudanças nos contextos externos e internos;

 Fontes de risco tangíveis e intangíveis.

 Indicadores de riscos emergentes;

 Consequências e os seus impactos nos objetivos. 3.4

Avaliação de riscos

A avaliação de risco é um procedimento que estima a probabilidade de ocorrência de eventos indesejáveis e a gravidade do dano causado juntamente com a avaliação do valor sobre a significância dos resultados, por esse motivo há dois elementos distintos que são a avaliação do risco e a estimativa do risco. Identificar o nível de importância e controlo de risco que será implementado no local de estudo é auxiliado pela avaliação de risco (Gadd, Keeley, & Balmforth, 2003).

Segudo a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho,“A avaliação de riscos é o

processo de avaliação dos riscos para a segurança e a saúde dos trabalhadores decorrentes de perigos no local de trabalho”. É uma análise sistemática que identifica as possíveis ocorrencias

de lesões e/ou danos, os perigos que podem ser eliminados e as medidas de proteção que devem ser implementadas para controlar e prevenir riscos so trabalhador (OSHA A. E., 2008).

Medidas de prevenção devem ser aplicadas baseado na identificação dos perigos e na avaliação de riscos profissionais que estão expostos em uma organização visando a segurança dos seus trabalhadores (Ferreira, 2019).

Para um ambiente saudável de trabalho, a avaliação de risco se mostra um fator-chave. Atualmente milhões de pessoas lesionam-se no local e trabalho ou sofrem de problemas de saúde grave todos os anos. Implementar uma política de gestão de risco pró-activa nas organizações faz a avaliação de risco ser um processo dinânico. É fundamental que todas as empresas, independentemente de sua categoria ou dimensões realizem uma avaliação de risco regularmente. A avaliação de risco garante que todos os riscos sejam colocados em evidência (imediatos ou não), verifica a fiabilidade das medidas de segurança implementadas e suas atualização e revisões para que se garanta o total cumprimento das medidas de prevenção (OSHA, 2020).

Segundo ISO 31010:2009 “A avaliação do risco envolve comparar níveis estimados do risco com

critérios do risco definidos aquando do estabelecimento do contexto de modo a determinar a significância do nível e o tipo do risco” (p.17).

A decisões que serão implementadas no futuro são baseadas na percepção do risco efetuada durante a análise do risco. Uma análise crítica das decisões pode abranger:

 Avaliar se um determinado risco necessita de tratamento;

 Indicar a prioridade de tratamento;

 Se a atividade deve ser realizada;

(35)

Deve-se levar também em consideração para avaliar decisões, assuntos financeiros, legais, éticos, e outros que envolve a organização (ISO/IEC, 2009).

Deve-se garantir ao realizar a avalição de risco a transparência total do processo bem como definir o tratamento correto para os fatores que lidam com a vida humana e as incertezas. Após o término da avalição deve-se garantir uma revisão regular nos procedimentos implementados (Gadd, Keeley, & Balmforth, 2003).

3.5

Métodos de Avaliação Qualitativo

O método de avalição qualitativo é adequado cujo perigos possam ser identificados facilmente quando observados e comparados com as boas práticas, existentes para circunstâncias idênticas e verifica um cenário individual, estimando o diferentes riscos (Carvalho F. C., 2013).

Segundo (Santos, Almeida, Lopes, & Oliveira, 2018) esse método basea em infomações e dados estatísticos que estão vinculados com os riscos profissionais, como informações sobre a sinistralidade da entidade, bem como a sinistralidade no setor. Como se aplica a uma avaliação simples, podem ser complementados com outros métodos de avaliação.

Ele se refere a uma avaliação qualitativa de severidade e de probabilidade, não havendo necessidade de registro numérico vinculado. O metodo qualitativo é simples, onde os perigos são identificados facilmente. A desvantagem dessa metodologia é a necessidade de um banco de dados e histórico prévio, apresenta também ser um processo lento e complexidade dos cálculos (Marhavilas, Koulouriotis, & Gemeni, 2011).

Como exemplos de método qualitativo temos os tipos (Marhavilas, Koulouriotis, & Gemeni, 2011):

 Check-Lists;  What-if Analysis;  Safety Audits;  Task Analysis (TA);

 STEP technique (Sequentially Timed Event Plotting);  HAZOP (Hazard and Operability study).

3.6

Métodos de Avaliação Quantitativos

O método de avaliação quantitativa envolve a quantificação dos diferentes elementos de riscos, sendo eles probabilidade, gravidade e consequências (Carvalho F. C., 2013). Segundo (Marhavilas, Koulouriotis, & Gemeni, 2011) o risco pode ser considerado uma quantidade. Através de uma relação matemática e com o uso de dados estatísticos de acidentes de trabalho no local de estudo o risco pode ser estimado.

Esse método tem como finalidade obter a informação numérica da magnitude do risco, utilizando uma ferramenta de cálculo que assimila dados sobre as variáveis consideradas na avaliação e a

(36)

quantificação da gravidade que utiliza modelos matemáticos de consequência. A probabilidade de ocorrência é utilizada para quantificar o risco e por vezes estimar os danos esperados (Santos, Almeida, Lopes, & Oliveira, 2018).

Como exemplos de método quantitativos temos os tipos (Marhavilas, Koulouriotis, & Gemeni, 2011):

 PRAT technique (Proportional risk-assessment);  DMRA technique (Decision matrix risk-assessment);  Risk measures of societal risk;

 QRA technique (Quantitative Risk-Assessment);  QADS (Quantitative assessment of domino scenarios);  CREA method (Clinical Risk and Error Analysis);  PEA method ((Predictive, Epistemic Approach);  WRA (weighted risk analysis).

3.7

Métodos de Avaliação Semi-Quantitativo

O método de avaliação semi-quantitativo é uma opção quando os métodos de avaliação quantitativos não são suficientes, levando em consideração métodos quantitativos são complexos e não justificam os altos custos que em geral são associados para a aplicação do método (Carvalho F. C., 2007). Nesse método é criando um índice para a situação de risco e planos de ação para categorizar o risco (Santos, Almeida, Lopes, & Oliveira, 2018).

A metodologia de avaliação semi-quantitativa utiliza matrizes e descritores para a quantificação da probabilidade (P) e da gravidade (G) (Carvalho F. C., 2013).

Como exemplos de método semi-quantitativos temos os tipos (Marhavilas, Koulouriotis, & Gemeni, 2011):

 HEAT / HFEA (Human Error Analysis Techniques/ Human Factor Event Analysis);  FTA (Fault-tree analysis);

 ETA (Event Tree Analysis);  RBM ((Risk-based Maintenance).

Métodos como a Metodologia Integrada de Avaliação de Riscos (MIAR), o Sistema Simplificado de Avaliação de Risco de Acidentes (NTP330) e o método William T. Fine (WTF) se enquadram-se na tipologia de avaliação enquadram-semi-quantitativo (Aven, 2008).

3.8

Enquadramento Legal e Normativo

Para a elaboração dessa dissertação foram consideradas as prescrições de Segurança e Saúde no Trabalho, dispostas nos seguintes diplomas e documentos contratuais em Angola:

(37)

 Lei nº 7/15, de 15 de junho - Lei Geral do Trabalho.

 Decreto Executivo n.º 21/98, de 30 de abril - Estabelece as Normas que regerão as Comissões de Prevenção de Acidentes de Trabalho (C.P.A.T.).

 Lei n.º 5/98, de 19 de junho - Define os conceitos e os princípios básicos da proteção, Preservação e conservação do ambiente, promoção da qualidade de vida e do uso racional dos recursos naturais.

 Decreto n.º 31/94, de 05 de agosto - Estabelece os princípios que visam a promoção da Segurança, higiene e saúde no trabalho.

 Decreto Executivo n.º 6/96, de 02 de fevereiro - Regulamento Geral dos Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho nas empresas em conformidade com a convenção n. º161 da Organização Internacional do Trabalho (O.I.T.).

Convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho):

 Convenção N°167: 1988 – Segurança e Saúde na Construção  Convenção N°161: 1985 – Serviços de Saúde no Trabalho  Convenção N°155: 1981 – Segurança e Saúde dos Trabalhadores

 Convenção N°148: 1977 – Ambiente de Trabalho (Poluição do Ar, Ruído e Vibrações) A Angola não apresenta uma legislação específica para a indústria extrativa, por esse motivo, essa dissertação foi baseada nas seguintes legislações portuguesas:

Regulamento Geral de Segurança e Higiene no Trabalho nas Minas e Pedreiras

 Decreto- Lei n.º 162/90: Aprova o Regulamento Geral de Segurança e Higiene no Trabalho nas Minas e Pedreiras. Revoga o Decreto-Lei n. º18/85, de 15 de janeiro.

Proteção dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas a Céu Aberto ou Subterrâneas  Portaria n.º 198/96: Regula as prescrições mínimas de segurança e de saúde nos locais e

postos de trabalho das indústrias extrativas a céu aberto ou subterrâneas.

 Portaria nº 197/96: Regula as prescrições mínimas de segurança e saúde nos locais e postos de trabalho das indústrias extrativas por perfuração.

 Decreto-Lei n.º 324/95: Transpõe para a ordem jurídica interna as Diretivas n.ºs 92/91/CEE, de 3 de novembro, e 92/104/CEE, de 3 de dezembro, relativas às prescrições mínimas de saúde e segurança a aplicar nas indústrias extractivas por perfuração a céu aberto ou subterrâneas.

Regime Jurídico da Pesquisa e Exploração de Massas Minerais – Pedreiras

 Decreto-Lei n.º 270/2001, de 6 de outubro: Aprova o regime jurídico da pesquisa e exploração de massas minerais-pedreiras, revogando o Decreto-Lei n.º 89/90, de 16 de março.

 Decreto-Lei n.º 340/2007, de 12 de outubro: Aprova o regime jurídico da pesquisa e exploração de massas minerais-pedreiras, pretendeu adequar o diploma anterior a realidade do setor, visto que o Decreto-Lei n.º 270/2001 revelou-se ser muito exigente na regularização através de um regime vasto e diferenciado na exploração de massas minerais. Regulamento Geral de Segurança e Higiene no Trabalho

(38)

 Decreto-Lei n.º 209/2008, de 29 de outubro: Aprova o Regime de Exercício da Atividade Industrial (REAI), e revoga o Decreto-Lei n.º 69/2003, de 10 de abril, o Decreto-Lei n.º 183/2007, de 9 de maio e restantes diplomas regulamentares.

 Lei 102/2009 de 10 de setembro: Regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho.

As seguintes normas foram incluídas no estudo para a elaboração da presente dissertação:  Normas ISO 9001 (Sistemas de Gestão da Qualidade);

 Norma ISO 31000:2018 (Gestão do risco);

 Norma ISO/IEC 31010:2009 (Gestão do Risco – Técnicas de apreciação do risco);  Norma EN ISO 12100 (Segurança de máquinas. Conceitos básicos, princípios gerais de

conceção).

3.9

Pedreira a céu aberto em Angola

3.9.1 Local de Estudo

Essa dissertação é realizada em uma pedreira localizada num centro de produção que consiste na exploração de uma pedreira, a céu aberto, de rocha granítica, com uma área total de 33 016 km2

.Localiza-se no norte do país, a este de Luanda, capital de Angola conforme figura 5. A capacidade

de produção gira em torno de 221000 ton por ano de agregados para o fornecimento de diferentes granulometrias para as empreitadas em vários locais do território nacional angolano.

Figura 5 - Localização da pedreira.

A área do empreendimento corresponde a 1.800.235 m2, a área do maciço rochoso a explorar correspondente a 1/3 daquela, ou seja 600.078,33 m2.

3.9.2 Força de Trabalho

(39)

Tabela 9 - Lista de colaboradores afetos á pedreira FUNÇÃO QUANTIDADE Engenheiro 1 Encarregado 1 Operador de Fogo 2 Operador de Máquina 6 Motorista de Pesados 2

Operador Central de Britagem 2

Ajudante de Pedreira 4 Serralheiro 2 Mecânico 2 Administrativo 2 Cozinheira 2 TOTAL 26 3.9.3 Equipamentos

Os operários que trabalham diretamente na pedreira utilizam os equipamentos móveis descritos na tabela 10 e os equipamentos fixos descritos na tabela 11:

Tabela 10 - Equipamento móvel da pedreira.

EQUIPAMENTO QUANTIDADE MARCA MODELO

Escavadora Giratória 1 CATERPILLAR 330 D Escavadora Giratória 1 HYUNDAI 250 NLC Escavadora Giratória 1 VOLVO EC290 CNL

Pá Carregadora 1 VOLVO L150 F

Dumper 2 VOLVO A30 C

Dumper 2 VOLVO A25 D

Perfurador 1 ATLAS COPCO D7 11

Tabela 11 - Equipamento fixo da pedreira.

EQUIPAMENTO QUANTIDADE MARCA MODELO

Central de Britagem Fixa 1 TÂMEGA -

Gerador 2 CATERPILLAR 900 F

Gerador 1 PRAMAC GBW 45

3.9.4 Processo produtivo na pedreia a céu aberto

O processo produtivo na pedreira a céu aberto consiste no fluxograma demostrado na figura 6. O processo pode ser dividido em 2 fases. A primeira fase é a aréa de exploração que consiste na perfuração, desmonte dos blocos, taqueamento e o transporte com a remoção e carregamento do

(40)

material. A segunda fase consiste na central de britagem onde ocorre a transformação dos blocos e a preparação para o uso comercial.

Nota: O processo de desmatagem não será considerado nesse estudo, considerando que o local onde a pedreia apresenta seu processo produtivo já havido sido desmatado fazendo com que a avaliação de riscos não fosse analisada.

Figura 6 - Processo produtivo na pedreira em estudo.

DESMONTE

O sistema de extração adotado é a céu aberto por degraus direitos e com altura de 5,0 metros numa primeira fase do desmonte, sendo ele de massa mineral e realizado com explosivos industriais. O processo de perfuração é efetuado na com o perfurador como demostra a figura 7 e 8.

Figura 7 - Perfurador na pedreira (a e b)

Na operação de desmonte, o responsável tem um papel essencial na identificação e recolha de dados para que os objetivos sejam alcançados da forma desejada. O diâmetro do furo que irá se utilizado depende da rocha que será desmontada, o grau de fragmentação, a altura da bancada e em geral está relacionado diretamente ao equipamento disponível. Abaixo segue um breve resumo sobre as vantagens e desvantagens do diâmetro do furo (maior diâmetro) (Cardoso, 2015).

DESMONTE • PERFURAÇÃO• TAQUEAMENTO

TRANSPORTE • CARREGAMENTO DE CAMIÕES • DESCARREGAMENT O DE MATERIAL CENTRAL DE BRITAGEM • BRITADOR PRIMÁRIO • BRITADOR SECUNDÁRIO • EXPEDIÇÃO DE MATERIAL

(41)

Fatores que influenciam:

 Fragmentação pretendida;

 Altura da bancada;

 Característica do maciço rochoso;

 Processo de furação e desmonte;

 Configuração das cargas;

 Ritmo de produção.

Vantagens (quanto maior o diâmetro do furo):

 Melhor adaptação a bancadas de altura média/alta;

 Maior economia.

Desvantagens (quanto maior o diâmetro do furo):

 Maior risco de blocos grandes após a rebentação;

 Maior risco de projeção de partículas;

 Maior granulometria média doas produtos obtidos;

 Maior ocorrência de faturas indesejadas.

Segundo o artigo 99 do Decreto-lei 162/90 de 22 de maio7 de Portugal “Nenhuma explosão pode

ser provocada sem o operador de explosivos verificar que todos os trabalhadores se encontram em situação protegida, que os acessos à zona de disparo estão devidamente vigiados e, bem assim, nos trabalhos a céu aberto, que não existe o risco de terceiros serem atingidos.”(p.2303) Além disso o artigo 101 do Decreto-lei 162/90 de 22 de maio, informa que o sinaleiro e todos os operadores que compõem a frente de trabalho devem ocupar uma distância de pelo menos, 150 m da zona em que se prevê não ser atingido por possíveis projeções. Deve – se também com uma antecedência mínima suficiente, utilizar de sinais visuais e acústicos para impedir os acessos a pessoas não autorizadas no local do trabalho e nas proximidades da operação.

Os requisitos legais e as normas técnicas devem sem cumpridos para a segurança de todos. A figura 8 (a e b) demostra a abertura do furo a colocação de explosivos na pedreira em estudo.

(42)

Figura 8 - Abertura do furo e colocação de explosivos na pedreira em estudo (a e b).

Após o arrebentamento, o trabalho só pode ser retomado após verificação da existência de condições de segurança, sendo eles a verificação de possíveis tiros falhados, e quando aplicavél a área de arrebentamento deverá ficar interdita, no mínimo, cinco minutos ou uma hora, de acordo com o método utilizado para a explosão.

TAQUEAMENTO

Após o arrebentamento os blocos com dimensões superiores e que não são admitidas no britador primário, precisam ser taqueados. O “taqueio” fragmenta os blocos com dimensões superiores no processo de desmonte, após a a exploção programada, para que atingir as dimensões necessárias para a continuação do processo no britador. A utilização de um martelo hidráulico acoplado a lança da escavadora giratória é necessária para esse tipo de atividade conforme figura 9 e o martelo hidráulico em operação é demostrado conforme figura 10.

(43)

Figura 10 - Martelo hidráulico em operação8.

CARGA, TRANSPORTE E DESCARGA

Para o transporte dos blocos desde a frente de desmonte até a central de britagem é realizado por

Dumpers conforme figura 11 e 12. Esse ciclo tem inicio com a remoção da pedra do local onde foi

efetuado o arrebentamento até o local de processamento na pedreira (britagem).

Figura 11 - Dumpers na pedreira em estudo.

Figura 12 - Dumper em operação na pedreira em estudo.

O carregamento da pedra é efetuado pela escavadora giratória conforme figura 13 e/ou pela pá carregadora conforme figura 14. Após o carregamento o Dumper conforme demostrado na figura 15 efetua o trajeto da zona de extração até a central de britagem em uma pista de terra plana. Toda a área em frente ao desmonte deve ser organizada e arrumada com o auxílio da pá carregadora,

(44)

que além de efetuar o carregamento no Dumper efetua a arrumação do local de trabalho para assim evitar ou minimizar possíveis acidentes nos trabalhadores como queda de mesmo nível, possíveis quedas de blocos que estão desprendidos e soltos e auxilia na operação de carregamento e transporte evitando um custo além do estabelecido para a mesma.

Figura 13 - Escavadora giratória na pedreira em estudo.

Figura 14 - á carregadora na pedreira em estudo.

Figura 15 - Operação de carregamento de material.

CENTRAL DE BRITAGEM

O processo de britagem tem início no britador primário que é composto por uma torva conforme figura 16 (a e b), por meio de vibração desliza o material proveniente do desmonte que foi descarregado pelo Dumper ate as maxilas, onde ocorre a fragmentação da rocha conforme figura 17.

(45)

Figura 16 - Torva e descarregamento de material na pedreira em estudo (a e b).

Figura 17 - Fragmentação da rocha.

Em algumas situações de emergência onde a tolva não consegue partir/fragmentar pedras de maiores dimensões, ou ate mesmo a detecção da presença de metal um operador tem que se deslocar até esse local para efetuar a liberação do sistema e restabelecer o seu funcionamento conforme figura 18:

(46)

Através dos tapetes transportadores conforme figura 19 as diferentes granulometrias de pedra são transportadas ate o britador secundário e crivos onde o processo de fragmentação continua a ocorrer conforme ou é selecionado o agregado britado, de acordo com a sua dimensão e armazenados com montes ou pilhas conforme figura 20.

Figura 19 - Tapetes transportadores na pedreira em estudo.

Figura 20 - Monte de agregado britado.

Diferentes tipos de granulometrias de pedra resultante da central de britagem conforme figuram 21:

(47)

Figura 21 - Diferentes tipos de granulometria.

EXPEDIÇÃO DO MATERIAL

A expedição do material é feita com a utilização da pá carregadora, transportando os agregados britados para o camião que irá efetuar a distribuição para os clientes conforme figura 22 (a e b):

(48)

4 OBJETIVOS, MÉTODOS E MATERIAIS

4.1

Objetivo da dissertação

O objetivo dessa dissertação é a aplicação e a comparação de 3 métodos de avaliação de riscos em estudo – William T. Fine, MIAR e NTP33 em uma pedreira a céu aberto em Angola com a finalidade de adaptar os métodos com a realidade dos trabalhos executados, identificando assim os perigos e riscos e efetuar uma análise dos resultados de cada método utilizado. Com objetivo específico para esse tema, são expostos os seguintes pontos:

 Identificação de todo processo produtivo na pedreira e seus subprocessos;

 Identificação dos perigos;

 Efetuar o levantamento de todo contexto operacional na atividade analisada, número de trabalhadores expostos ao perigo, frequência de ocorrência e verificação de medidas implementadas de controlo e segurança;

 Identificar os riscos associados;

 Efetuar a análise e comparação dos métodos de avaliação de riscos proposto nessa dissertação;

 Avaliar qual o método que melhor se enquadra no contexto da pedreira a céu aberto em Angola e verificar sua aplicabilidade e reprodutibilidade.

4.2

Faseamento da metodologia

A avaliação de riscos ocupacionais em uma pedreira a céu aberto em Angola foi esquematizada conforme figura 23 que demostra o diagrama do estudo que foi desenvolvido na presente dissertação, as etapas foram sendo realizadas no decorrer do estudo como formar de atingir os objetivos estabelecidos. A norma ISO 31000:2018 foi utilizada como base para a reprodução do faseamento da metodologia.

Figura 23 - Diagrama do estudo desenvolvido.

Pesquisa e análise do processo produtivona Indústria extrativa.

Foi efetuado uma pesquisa e revisão bibliografica do processo produtivo na Indústria extrativa a céu aberto e as tarefas/subprocessos inseridas em cada etapa.

(49)

Identificação detalhada das condições de trabalho, equipamentos/materiais utilizados, trabalhadores expostos e ordem de execução.

A identificação detalhada de todos as caracteristicas envolvendo a processo produtivo, bem com a utilização de equipamentos/máquinas, condições de trabalho, exposições diárias, utilização de equipamentos de proteção individual/ coletivas e número de trabalhadores envolvidos é parte fundamental para a identificação dos perigos e seus respectivos riscos.

Identificação dos perigos e seus eventos desencadeadores.

Após ser efetuada a análise anterior foi atribuída o perigo de cada subprocesso, seus respectivos eventos desencadeadores e possíveis consequências. A interação entre as características no meio de trabalho identificadas e a tarefa executada foi considerada para essa identificação.

Avaliação de Riscos de cada Perigo identificado.

Uma tabela com todos os dados recolhidos e identificados para a avaliação de risco (Apêndice I) dessa dissertação foi elaborada e contém todos os processos, subprocesso, perigos, eventos desencadeadores, fotos das atividades, riscos e possíveis consequências.

Aplicação da metodologia apresentada, tratamento e discursão dos resultados.

De acordo com cada método apresentado nessa dissertação, foram utilizados os seus respectivos parâmetros de avaliação, foi efetuado o tratamento dos dados obtidos e discursões dos resultados conforme a finalidade desse trabalho.

4.3

Descrição dos Métodos utilizados

4.3.1 Metodologia Integrada de Avaliação de Risco

O método MIAR (Metodologia de avaliação integrada de riscos ambientais e ocupacionais) desenvolvida por (Antunes et al., 2010) é uma metodologia que tem como objetivo a identificação dos riscos relacionados a segurança e higiene ocupacional, os aspectos e impactos.

As entradas, as funções e as saídas de cada processo das atividades da organização são detalhadas e adotada os princípios da “Abordagem por Processos”, considerada em vários referenciais, dentre elas a na NP EN ISO 9001:2015 (Sistema de gestão da qualidade – Requisitos) (Antunes et al., 2010).

O método MIAR considera quatro tipos de de elementos baseando-se em uma análise de processos que dependem do local e necessidade da organização promovendo ou não mais detalhes no estudo, eles são: 1) macroprocesso, 2) processo, 3) atividade 4) tarefa(Antunes et al., 2010).

O Nível de risco (NR) é obtido através do produto: NR= Gravidade x Extensão do impacte x Frequência com que ocorre o aspeto.

Após a determinação do Nível de Risco, o próximo passo é determinar o desempenho dos sistemas de prevenção e controlo e através da seguinte divisão, obtem o valor do Nível de Risco

(50)

Ponderado. (Nível de Risco Ponderado= Nível de Risco / Desempenho dos Sistemas de Prevenção e Controlo).

A pontuação total varia entre 1 e 320000 dentro de 5 níveis de risco em função da seguinte pontuação conforme tabela 12 abaixo:

Tabela 12 - Níveis de Risco/Níveis de Riscos Ponderado do método MIA (Antunes et al., 2010).

A descrição completa da metodologia Integrada de Avaliação de Risco encontra-se em anexo.

4.3.2 Método William T. Fine

O método de William T. Fine (WTF) foi publicado há 30 anos (Fine, 1971) e é um método bastante utilizado para identificação dos perigos, avaliação, hierarquização e controlo de riscos associados a atividades e processos.

O método tem por base três variáveis:

 Consequência (C) – o resultado mais provável de um potencial acidente;  Exposição ao risco (E) – a frequência com que ocorre a situação de risco;

 Probabilidade (P) – representando a probabilidade associada à ocorrência do acidente.

Conforme as variáveis referidas, o grau de perigosidade ou risco vem definido como o produto da extensão das consequências, pela exposição e pela probabilidade.

Risco = C × E × P

A definição da atuação em função do nível de risco identificado e quantificado pode ser efetuada através das orientações expressas na Tabela 13:

Tabela 13 - Classificação de Risco (R) - William T. Fine (Fine, 1971).

Referências

Documentos relacionados